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Abordagem odontológica do paciente diabético um Estudo de intervenção

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Odontol. Clín.-Cient., Recife, 9 (4) 319-324, out./dez., 2010
www.cro-pe.org.br
Abordagem odontológica do paciente diabético um 
Estudo de intervenção
Approach to diabetic dental patients an intervention 
study abordagem do paciente diabético
DESCRITORES:
Diabetes Mellitus; Odontologia; Programa 
Saúde da Família.
Keywords:
Diabetes Mellitus; D entist; F amily Health 
Strategy.
Endereço para Correspondência
Ana Flávia Granville-Garcia
R. Capitão João Alves Lira, 1325/410 - Bela Vista - Campina Grande – Paraíba/Brasil
CEP: 58428-800
E-mail: anafl aviagg@hotmail.com
Madhiane Farias dos Santos1, Érica Manuela do Nascimento1, Tássia Cristina de Almeida Pinto2, Ruthinéia Diógenes Uchôa Lins3, Edja Maria de Brito 
Melo Costa4, Ana Flávia Granville-Garcia5
1Cirurgiã-dentista pela FO/UEPB.
2 Mestranda em Odontologia pela FO/UEPB.
3Doutora em Patologia Oral pela FO/UFRN, Professora do Programa de Pós-Graduação de Odontologia da UEPB.
4Doutora em Odontologia pela FO/UFRJ, Professora do Programa de Pós-Graduação de Odontologia da FOP/UPE.
5Doutora em Odontopediatria pela FOP/UPE, Professora do Programa de Pós-Graduação de Odontologia da UEPB. 
INTRODUÇÃO
 
O Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas 
caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, 
disfunções e insufi ciência de vários ór gãos, especialmen-
te olhos , rins , ner vos, c érebro, c oração e vasos sanguíneos . 
Pode resultar de def eitos de secr eção e/ou ação da insulina, 
envolvendo processos patogênicos específi cos, por exemplo, 
Abstract
determine the dentists ’ perception of the F amily Health Str ategy Program (Federal government project) 
in C ampina Grande-PB in appr oaching patients with D iabetes Mellitus . Methods: I t was a “ before and 
after” inter vention study, with 33 pr ofessionals inter viewed. A semi-struc tured questionnaire was used, 
applied before and after an informative lecture. The statistical test used was the McNemar (signifi cance 
level of 5%). Results: All pr ofessionals knew the meaning of D iabetes Mellitus, and the k nowledge about 
the variations of this disease w as improved after the informativ e lecture (39.4% X 97%, p<0.001). In the 
fi rst interview 54.6% k new about the diabetic symptomatology , and af ter lecture 97% sho wed this k no-
wledge. 69.7% k new what was the best time to attend a diabetic patient, and this per centage increased 
to 100% in the sec ond inter view. The w orst r esults w ere about anti-infl ammatory pr escription (9.1% X 
63,6%, p< 0.001). The professionals knew about the surgical maneuvers to be done with diabetic patients, 
and this knowledge was consolidated after the lecture. Initially, 42.4% participated on HIPERDIA (Federal 
Government Health Program for hypertensive and diabetic patients) and, in the end, the participation in 
this plan changed to 54.5% (p=0.012). C onclusions: The informativ e lecture increased the k nowledge of 
professionals on the subject and the university, as an opinion maker, should participate in the education 
of professionals contributing to the resolution of problems experienced in health services.
RESUMO
Determinar a per cepção dos cirur giões-dentistas da Estrat égia de Saúde da F amília de C ampina 
Grande/PB na abordagem de pacientes com diabetes mellitus. Metodologia: Foi um estudo de inter-
venção “antes e após ”, com 33 pr ofi ssionais. Utilizou-se um questionário semiestruturado , aplicado 
em dois moment os, antes e após palestra inf ormativa. O t este estatístico utilizado f oi o M cNemar 
(signifi cância de 5%). Resultados: Todos os profi ssionais sabiam o signifi cado de diabetes, e o conhe-
cimento sobre os tipos desta doença melhorou após a palestra (39,4% X 97%, p<0,001). No primeiro 
momento, 54,6% c onheciam a sint omatologia do diabétic o, sendo que est e percentual aumentou 
para 97% após a palestra. 69,7% sabiam o melhor horário para atendimento ao diabético; na segun-
da etapa da pesquisa, esse percentual ampliou-se para 100%. Os piores resultados observados foram 
na pr escrição de anti-infl amatórios (9,1% X 63,6%, p<0,001). Os sujeit os c onheciam as manobras 
operatórias a serem seguidas na abordagem do diabético, sendo este conhecimento consolidado 
após palestra. Inicialmente, 42,4% participavam do HIPERDIA, e , na etapa fi nal, observou-se adesão 
ao programa de 54,5% (p=0,012). Conclusão: A palestra informativa aumentou o conhecimento dos 
cirurgiões-dentistas sobre o assunto, e a univ ersidade, como formadora de opinião, deve participar 
da educação continuada desses profi ssionais.
destruição das c élulas beta do pâncr eas (produtoras de insu-
lina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secr eção da 
insulina, entre outros1. Perfi la-se como uma doença perigosa, 
fi gurando entre as quatro principais causas de mor te no país, 
além de ser a principal causa de c egueira adquirida e de estar 
fortemente associada às doenças coronarianas, renais e ampu-
tações de membros inferiores2. 
O aument o da pr evalência do Diabet es M ellitus, alia-
do à c omplexidade de seu tratament o, tais c omo r estrições 
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dietéticas, uso de medicament os e c omplicações cr ônicas 
associadas, reforçam a nec essidade de pr ogramas educativo-
-preventivos e terapêuticos efi cazes nos serviços públicos de 
saúde3. Existe a nec essidade de uma r efl exão crítica sobr e os 
processos de trabalho em saúde , visando à pr odução de no -
vos c onhecimentos e ao desenvolvimento de no vas práticas 
de saúde c onsoantes c om os princípios e dir etrizes do SUS. 
Dessa f orma, vale destacar a at enção pr estada ao pacient e 
com Diabetes Mellitus (DM) no SUS, em vista à necessidade do 
trabalho de uma equipe int erdisciplinar para a pr estação de 
um atendimento integral a este grupo4. 
No âmbit o da ár ea da "Saúde do A dulto", a par tir de 
2001, fr ente à elevada pr evalência, ao alt o cust o social e ao 
grande impacto na morbimortalidade da população brasileira, 
com relaçãoa essas doenças crônicas, foi implantado pelo Mi-
nistério da Saúde o Plano de Reorganização da Atenção à Dia-
betes Mellitus, a fi m de tornar mais efi caz e efi ciente o cuidado 
dessa população a partir da Atenção Básica5. 
O manejo adequado do Diabetes M ellitus no nível de 
atenção básica reduziria os efeitos econômicos adversos para 
famílias, comunidades e sociedade em geral, provocada por 
internações e, principalmente, diminuiria as sequelas e c om-
plicações6. Dessa f orma, cabe ao cirur gião-dentista conhecer 
melhor essa pat ologia, suas manif estações bucais, atuar pr e-
ventivamente, bem como debelar os focos de infecção que 
contribuem para a descompensação do paciente diabético, 
evitando o c omprometimento do estado de saúde geral do 
paciente7,8. 
Diante da pr oblemática em questão , c om o intuit o de 
fornecer subsídios para futuras propostas de intervenções, 
este estudo propõe-se a avaliar a conduta dos cirurgiões-den-
tistas das Unidades Básicas de Saúde do Município de C am-
pina Grande-PB no atendimento de pacientes com Diabetes 
Mellitus. 
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa de intervenção “antes e após” 
com 33 dos 35 cirur giões dentistas das Unidades Básicas de 
Saúde da Estratégia de Saúde da Família do Município de Cam-
pina Grande-PB.
A coleta de dados foi realizada por meio de um questio-
nário autoaplicável, semiestruturado com 10 perguntas, entre 
dezembro de 2009 a f evereiro de 2010. No moment o inicial , 
foi explicitada a fi nalidade da pesquisa, sendo então solicita-
da a par ticipação do entr evistado por meio da assinatura do 
termo de c onsentimento livre e esclar ecido. A aplicação dos 
questionários foi feita em dois momentos, antes e após pales-
tra inf ormativa. Na primeira etapa, o pr ofi ssional respondeu 
as perguntas, e logo após , foi ministrada uma palestra de 10 
minutos c om inf ormações c om abor dagem sobr e o risc o de 
desenvolvimento de endocar dite. Após sanar as dúvidas dos 
profi ssionais, foi entregue uma cartilha e um banner explicati-
vo sobre a temática abordada. Após 30 dias , os questionários 
foram aplicados no vamente, e, desta f orma, o impac to da in-
tervenção foi observado. 
A fi dedignidade das r espostas foi testada pelo mét odo 
de validação de “face” em 10% dos entr evistados. Nesse mé -
todo, o pesquisador solicita aos t omadores de decisão que 
explicitem, com suas próprias palavras, o que entenderam so-
bre cada pergunta9. Para análise dos dados , utilizou-se, como 
técnica de estatística inf erencial, o t este de M cNemar, c om 
margem de erro de 5.0%10,11. 
Nas questões de múltipla escolha, poderia haver uma ou 
até 3 respostas corretas; assim foi considerado correto quando 
o pr ofi ssional r espondeu as 3 c orretas, par cialmente c orreta 
quando acertou até 2 e incorreta quando errava. 
Previamente à coleta dos dados, esta pesquisa foi apro-
vada pelo Comitê de Ética em P esquisa da Universidade Esta-
dual da Paraíba (CAAE: 0462.0.133.000-09). 
RESULTADOS
Na Tabela 1, são apr esentados os r esultados r elativos 
à carac terização amostral . Dessa tabela, destaca-se que: a 
maioria (82%, n=27) era do sex o f eminino; um pouc o mais 
da metade tinha mais de 10 anos de f ormado (57,6%, n=19); 
87,9% (n=29) eram especialistas , sendo a especialização mais 
frequente a Saúde Coletiva (37,9%, n=11).
Na tabela 2, são tratadas quest ões relacionadas ao con-
ceito, aos sint omas e a tipos de Diabet es M ellitus. Em geral , 
observou-se um considerável aumento de respostas corretas, 
após a palestra inf ormativa, em todas as questões analisadas. 
No que c oncerne aos tipos de Diabet es M ellitus v erifi cou-se 
diferença estatisticamente signifi cante entre as r espostas das 
etapas inicial e fi nal (p< 0,001). 
O melhor horário para o at endimento e as manif esta-
Tabela 2 – Avaliação das questões relacionadas com o Diabetes Mellitus, 
segundo a visita. Campina Grande-PB, 2010. 
 Visita 
Variável Primeira Segunda Valor de p 
 N % n % 
 Você sabe o que é Diabetes Mellitus? 
Certo 33 100,0 33 100,0 ** 
Errado - - - - 
 Quais são os tipos de Diabetes Mellitus? 
Certo 13 39,4 32 97,0 p(1) < 0,001* 
Errado 20 60,3 1 3,0 
 Quais são os sinais e sintomas da Diabetes Mellitus 
considerados clássicos? 
Certo 18 54,6 32 97,0 ** 
Incompleto 8 24,2 - - 
Errado 7 21,2 1 3,0 
TOTAL 33 100,0 33 100,0 
(*): Diferença significativa a 5,0%. 
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de categorias. 
(1): Através do teste de McNemar. 
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ções bucais em pacient es diabéticos foram abordadas na 
tabela 3. Em ambas as quest ões, f oram obser vadas um 
aumento de respostas corretas no segundo moment o da 
pesquisa. 
Os medicament os utilizados em pacient es diabéti-
cos foram abordados na Tabela 4. Em t odas as quest ões, 
observou-se um aument o no per centual de r espostas 
corretas na segunda visita. F oi verifi cado na per gunta re-
ferente ao t ipo de a nti-infl amatório a ser pr escrito a um 
paciente diabético descompensado, uma maior porcenta-
gem de r espostas erradas na primeira a valiação, com au-
mento signifi cativo de resposta correta na segunda, sendo 
observada diferença estatisticamente signifi cativa entre 
os dois momentos (p < 0,001). 
Na tabela 5, tratou-se dos cuidados pré, trans e pós-
-operatórios d e pacient es diabétic os, e , mais uma v ez 
, v erifi cou-se uma melhora no per centual de r espostas 
corretas na segunda visita. C onstatou-se a par ticipação 
de menos da metade (42,4%, n=14) dos pr ofi ssionais no 
programa HIPERDIA, na primeira etapa, sendo que est e 
percentual s ubiu para 54,5% (n=18) após palestra inf or-
mativa, não sendo v erifi cada diferença estatisticamente 
signifi cante entre as duas avaliações (p=0,012).
DISCUSSÃO
O paciente diabético necessita de um tratamento multi-
disciplinar, e o seu at endimento pode ser f eito nas unidades 
básicas de saúde, conforme recomenda o Mistério da Saúde1. 
Em relação à saúde bucal , observa-seuma série de alt erações 
clínicas, e o despr eparo dos Cirurgiões-Dentistas para o at en-
dimento deste paciente com necessidades especiais pode ge-
rar possíveis agravantes. 
Diante das pr evalências e c omplicações associadas , a 
presente pesquisa foi de suma impor tância, uma vez que não 
apenas avaliou a percepção dos cirurgiões-dentistas da Estra-
tégia de Saúde da F amília, mas f orneceu instruç ões básicas 
para o atendimento odontológico dos pacientes diabéticos. 
Foram pesquisados 33 dos 35 cirur giões-dentistas per-
tencentes à Estrat égia de Saúde da F amília do município de 
Campina Grande -PB. Dois pr ofi ssionais n ão f oram e ncontra-
dos após tr ês tentativas, por motiv o de f érias ou lic ença mé -
dica. A maioria apresentava uma ou mais especializações, de-
monstrando o interesse desses profi ssionais por atualizaç ões, 
ou mesmo, na educação c ontinuada, provavelmente por este 
motivo, o perfi l educativo desta pesquisa refl etiu de forma 
positiva, na receptividade dos profi ssionais. Embasando essas 
assertivas, observou-se, na segunda etapa, que, na maioria dos 
locais, o cartaz com instruções para o atendimento do pacien-
te diabético estava exposto. 
Uma g rande difi culdade enc ontrada f oi a ausência de 
estudos com o mesmo per fi l para a c onfrontação dos dados; 
assim a análise dos resultados foi feita, comparando-se as res-
postas dos sujeitos com o que é proposto pela literatura.
A pergunta inicial r eferiu-se ao c onceito de Diabet es, e 
todos afi rmaram que sabiam o signifi cado dessa doença crô-
nica já no primeiro momento. Essa é uma patologia que inclui 
um grupo de doenças metabólicas , caracterizadas por hiper-
glicemia, resultantes de defeitos na secreção de insulina e/ou 
em sua ação , causando o uso inadequado de carboidrat os. A 
glicose acumula-se na corrente sanguínea e não é disponibili-
zada para uso intracelular8,12,13. 
Tabela 4 – Avaliação das questões relacionadas com a administração de 
fármacos para diabéticos, segundo a visita. Campina Grande-PB, 2010. 
 Avaliação 
Variável Primeira Segunda Valor de p 
 n % N % 
 Qual analgésico você utiliza no paciente diabético 
descompensado? 
 
 
Certo 30 90,9 33 100,0 ** 
Não informado 3 9,1 - - 
 Qual antibiótico você prescreve para um paciente 
diabético descompensado? 
Certo 29 87,9 31 93,9 ** 
Errado 2 6,1 - - 
Não informado 2 6,1 2 6,1 
 Qual anti-inflamatório você prescreve para pacientes 
diabético descompensado? 
Certo 3 9,1 21 63,6 p(1) < 0,001* 
Errado 30 90,9 12 36,4 
TOTAL 33 100,0 33 100,0 
(*): Diferença significativa a 5,0%. 
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de categorias. 
(1): Através do teste de McNemar. 
 
Tabela 5 – Avaliação das questões relacionadas com os procedimentos cirúrgicos 
em pacientes diabéticos, segundo a visita. Campina Grande-PB, 2010. 
 Avaliação 
Variável Primeira Segunda Valor de p 
 n % N % 
 Quais os cuidados especiais que o cirurgião-
dentista deverá adotar para o tratamento do 
paciente diabético no pré, trans e pós-operatório 
 
 
Pré-operatório 
Certo 26 78,8 32 97,0 ** 
Parcialmente Correto 4 12,1 1 3,0 
Errado 3 9,1 - - 
Transoperatório 
Certo 19 57,6 29 87,9 ** 
Parcialmente Correto 9 27,3 4 12,1 
Errado 5 15,1 - - 
Pós-operatório 
Certo 21 63,6 32 97,0 ** 
Parcialmente Correto 11 33,3 - - 
Errado 1 3,0 1 3,0 
 Você participa do “Hiperdia”? 
Sim 14 42,4 18 54,5 p(1) = 0,012* 
Não 8 24,2 14 42,4 
Não informou 11 33,3 1 3,0 
TOTAL 33 100,0 33 100,0 
 (**): Não foi possível determinar devido à ausência de categorias. 
(*): Diferença significativa a 5,0%. 
(1): Através do teste de McNemar. 
 
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Em que pese t odos t erem afi rmado que c onheciam 
o c onceito desta doença, apenas 39,4% opinaram, de f orma 
correta, sobre os tipos de diabet es, sendo que est e percentu-
al aument ou para 97% na segunda par te da pesquisa (p<0, 
001), ( Tabela 2). Essa mudança de r esultados demonstrou os 
efeitos positivos da palestra informativa. Atualmente esta do-
ença é classifi cada de ac ordo c om a sua etiolog ia em tipo 1 
(insulino dependente), tipo 2 (defi ciência relativa da secreção 
e resistência à insulina), gestacional (diminuição da tolerância 
à glicose durante a gravidez) e outros tipos de diabetes menos 
frequentes que podem r esultar de def eitos genéticos da fun-
ção das c élulas beta, def eitos genéticos da ação da insulina, 
doenças do pâncreas exócrino, endocrinopatias, efeito colate-
ral de medicamentos, infecções e outras síndr omes genéticas 
associadas ao diabetes1,13,14,15. A progressão desta doença pode 
causar comprometimento da visão, rins, hipertensão, insufi ci-
ência cardíaca congestiva e necrose de extremidades, levando 
à amputação de membros13. 
As manif estações clássicas incluem poliúria (aumen-
to do volume urinário, devido à diurese osmótica, causada 
pelo excesso de glicose), polidipsia (aumento da sede para 
compensar a per da de água pela urina), polifag ia (aument o 
da f ome, para c ompensar o estado catabólic o r esultante da 
defi ciência de insulina). A per da de peso também pode ser 
observada e, em alguns casos, a cetoacidose1,8,14,15,16. Respostas 
positivas desses sintomas durante a anamnese fornecem for-
tes indícios de diabetes. Nessa questão, pouco mais que a me-
tade (54,7%) respondeu corretamente, sendo que este percen-
tual elevou-se para 97% na segunda a valiação, e apenas um 
profi ssional r espondeu inc orretamente nessa etapa ( Tabela 
2). Percebeu-se que os pr ofi ssionais apresentavam-se, inicial-
mente, despreparados para o diag nóstico clínico da diabetes, 
entretanto este conhecimento se faz nec essário, e a pr esença 
destes sintomas deve ser investigada com o intuito de reduzir 
as emergências médicas durante o tratamento odontológico. 
No que se refere ao melhor horário de atendimento para 
estes pacientes, a maioria dos autores concorda que deverá ser 
feita no início da manhã, uma horae meia após o desjejum, 
uma vez que, neste período, os níveis endógenos de corticos-
teroide são geralmente altos, e os procedimentos estressantes, 
que induzem liberação int ensa de adr enalina e c onsequente 
aumento da glicemia, podem ser mais bem tolerados17,18,19. As 
consultas deverão ser curtas, entretanto, se forem longas e se 
estenderem ao horário das refeições ou na presença de sinais e 
sintomas de hipoglicemia, o trabalho é interrompido para rea-
lização de uma refeição leve ou para tratamento de hipoglice-
mia13,16,20. A maioria dos profi ssionais respondeu corretamente 
esta questão na primeira par te da pesquisa (69,7%), entretan-
to, no segundo momento, todos os profi ssionais responderam 
corretamente, demonstrando o c ompleto apr oveitamento 
neste ponto (Tabela 3).
Seguindo os questionament os, f oi indagado aos pr o-
fi ssionais sobr e as manif estações bucais que podem oc orrer 
no pacient e diabétic o. Os pr oblemas periodontais f oram os 
mais mencionados , possiv elmente por est es ser em os mais 
citados na literatura odontológica relacionada a pacientes dia-
béticos1,16,17,21. É possível que microorganismos relacionados à 
infecção periodontal possam int erferir no aument o da r esis-
tência à insulina e no c ontrole da glic emia16. Por outro lado, 
as alterações no metabolismo do colágeno poderão promover 
modifi cações no r eparo tecidual, podendo ser um c omplica-
dor para o portador de Diabetes Mellitus4. 
Outras manifestações também podem estar associadas 
ao Diabetes Mellitus, como xerostomia, hiposalivação, síndro-
me de ar dência bucal , glossodínia, distúrbios da gustação , 
infecções, ulcerações na mucosa bucal, hipocalcifi cação do 
esmalte, difi culdade de cicatrização , hálit o c etônico e líquen 
plano8. 
Em que pese aut ores citar em o aument o do índic e de 
cárie em pacientes diabéticos, não apenas pelo aumento da 
glicose da saliva como também pelo aumento do consumo de 
carboidratos22, esta possibilidade não f oi citada no primeir o 
momento, sendo citada por apenas 2 pr ofi ssionais no segun-
do. Isso ocorreu provavelmente pela consciência dos profi ssio-
nais do caráter multifatorial da doença cárie.
Analisando o r esultado geral desta questão , obser vou-
-se que houv e uma elevação no per centual de r espostas cor-
retas após a palestra informativa (51,5% x 87,9%), (Tabela 3).
Foi indagado aos sujeit os sobre o empr ego de medica-
mentos. A pr escrição de anti-infl amatórios do tipo não est e-
roides (AINES) deve ser evitada, pois potencializa o efeito de 
medicamentos hipoglic emiantes. A ssim, a utilização desses 
fármacos bem c omo a sua posolog ia deve ser r ealizada após 
análise criteriosa e c onsulta ao médico responsável pelo pa-
ciente8. No que concerne aos antimicr obianos, a prescrição 
deve ser feita nos tratamentos odontológicos que podem pro-
vocar bacteremia signifi cava. Nesses casos , a opção pode ser 
feita pelo g rupo das penicilinas . Por último, em casos de dor 
pós-operatória de intensidade leve a moderada, a dipirona ou 
paracetamol são as drogas indicadas, nas mesmas dosagens e 
posologias habitualmente empregadas em pacientes sob con-
dições. Já o ácido acetilsalicílico (AAS) é contraindicado devido 
a seu efeito hipoglicemiante8,13,14,23. 
Quando analisados os medicament os de opção dos 
profi ssionais em pacient es diabéticos não c ompensados ( Ta-
bela 4), o maior per centual de erros no primeiro questionário 
foi r elacionado aos anti-infl amatórios, e , embora t enha sido 
verifi cado um aument o sig nifi cativo de ac ertos no segundo 
momento, (p< 0,001), 36,4% dos profi ssionais persistiram no 
erro, r efl etindo uma nec essidade maior de esclar ecimentos 
quanto a este assunto. A utilização incorreta de medicamentos 
gera grande preocupação devido ao aument o da morbidade 
desses pacientes. Para Andrade23 (2003), a elevação de casos 
de doenças crônicas, como a diabetes na população, obriga o 
cirurgião-dentista a buscar novos conhecimentos, em especial 
na administração de medicamentos, além de outros cuidados 
de ordem geral. 
 Em relação aos protocolos de atendimentos de pa-
cientes diabétic os nas unidades básicas de saúde , a C artilha 
fornecida pelo Ministério da Saúde (2006)1 f ocaliza apenas as 
medidas básicas para a prevenção e o tratamento das doenças 
periodontais. Entretanto outros autores indicam medidas mais 
abrangentes para o at endimento do pacient e diabético. Nes-
se sentido, relata-se uma anamnese minuciosa c om o intuit o 
de in vestigar o estado clínic o do pacient e, exames clínic o e 
radiográfi co, prescrição de antibiótic os em casos de inf ecção 
e a manutenção da dieta normal no dia da c onsulta8,16,17,24,25,26. 
Nesta questão , a maioria dos pr ofi ssionais r espondeu c orre-
tamente; no primeir o questionário aplicado ,(trecho c onfuso) 
este percentual se elev ou, e nenhum pr ofi ssional respondeu 
de f orma inc orreta na segunda etapa da pesquisa (78,8% x 
97%) (Tabela 5). 
Ainda em r elação aos cuidados especiais , no transope -
ratório, os profi ssionais citaram: aferir a pressão arterial, ques-
tionar sobre os valores glicêmicos, realizar a consulta evitando 
ao máximo o estresse (possibilidade de elevação da glicemia). 
Estas são algumas recomendações preconizadas na literatura, 
adicionadas da realização de consultas curtas e não utilizar va-
soconstritores adrenérgicos17,24,26. Neste aspecto, um percentu-
al de 57,6% respondeu corretamente, atingindo um percentu-
al de 87,9% num segundo momento (Tabela 5).
Atenção especial dev e ser adotada para evitar as inf ec-
ções secundárias e sang ramentos no pós- operatório24. Est es 
foram citados pelos profi ssionais tanto na primeira quanto na 
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323
Odontol. Clín.-Cient., Recife, 9 (4) 319-324, out./dez., 2010
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segunda etapa, de f orma expr essiva. Além desses cuidados 
mencionados, exist e a nec essidade de at enção ao pr ocesso 
cicatricial, pois se sabe a difi culdade de cicatrização em pa-
cientes diabétic os1,27. Os per centuais de ac ertos na primeira 
e segunda etapa da pesquisa foram 93,6% e 97%,respectiva-
mente (Tabela 5).
Percebeu-se que, de uma forma geral, os cirurgiões-den-
tistas das unidades básicas conhecem os passos operatórios a 
serem seguidos quando do at endimento do pacient e por ta-
dor de diabet es, sendo est es conhecimentos mais c onsolida-
dos após palestra informativa.
A abordagem em equipe multipr ofi ssional com hiper-
tensos e diabéticos é uma necessidade nos serviços de saúde, 
e a atuação dos pr ofi ssionais das unidades básicas de saúde 
é evidente, sendo criado o Plano Nacional de Reor ganização 
da H ipertensão Ar terial e ao Diabet es M ellitus, doenças cr ô-
nicas c om impor tante r efl exo na saúde pública. Est e plano 
fez surgir o HIPERDIA, c om o objetiv o de faz er campanhas e 
alerta à população sobr e a impor tância e diag nóstico preco-
ce através de consultas, palestras, capacitações da unidade 
de saúde da família, nas c omunidades e meios de c omunica-
ção. Além do cadastr o, o plano permit e o ac ompanhamento, 
a garantia do recebimento dos medicamentos prescritos, ao 
mesmo tempo em que, em médio praz o, poderá ser defi nido 
o perfi l epidemiológico desta população e o consequente de-
sencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à 
modifi cação do quadro atual, à melhoria da qualidade de vida 
dessas pessoas e à r edução do custo social de pacient es com 
essas doenças28. 
O M inistério da Saúde 14 estabelece a competência do 
agente de saúde , do médic o e do enf ermeiro da estrat égia 
de saúde da família no at endimento de pacient es diabéti-
cos, entretanto não é delegada qualquer tar efa específi ca ao 
cirurgião-dentista; cita-se, apenas, sobre a importância inter-
disciplinar c om outr os pr ofi ssionais, entr etanto é de suma 
importância a participação deste profi ssional no tratamento e 
controle de pacientes diabéticos.
Seguindo esta linha, foi questionado aos profi ssionais se 
eles participavam do HIPERDIA, percentuais de 42,4% e 54,5% 
responderam positivament e, na primeira e segunda etapa, 
respectivamente ( Tabela 5). Obser vou-se também um per-
centual maior de pr ofi ssionais que admitiram não par ticipar 
deste plano, no segundo momento (p= 1,000). Esses aspectos 
refl etem a ausência de integração entre os profi ssionais, que é 
contrária às novas práticas de saúde c onsoantes com os prin-
cípios e diretrizes do SUS, visando ao trabalho de uma equipe 
interdisciplinar para a prestação de um atendimento integral 
a este grupo.
A metodologia utilizada neste estudo sur tiu efeitos po-
sitivos, como demonstrado na segunda parte da pesquisa, en-
tretanto existe a necessidade de educação continuada, com o 
intuito de capacitar e atualizar os profi ssionais, para aprimora-
rem o atendimento e, por conseguinte, contribuírem para uma 
melhor qualidade de vida desses pacientes.
A universidade como formadora de opinião e c om o in-
tuito de infl uenciar positivamente a assistência à saúde para a 
comunidade deve assumir est e papel , tornando os pr ofi ssio-
nais comprometidos com as reais necessidades da população 
e, dessa forma, contribuindo para a r esolução de nós crític os, 
vivenciados pelos serviços locais de saúde.
CONCLUSÕES
De uma forma geral, os profi ssionais apresentaram rela-
tivo conhecimento sobre o t ema, sendo que o per centual de 
respostas c orretas f oi maior no segundo questionário , r eve-
lando os resultados positivos após palestra informativa. Dessa 
forma, verifi ca-se a importância da educação continuada dos 
profi ssionais da at enção básica, salientando -se a necessidade 
do envolvimento da universidade neste aspecto.
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324
Recebido para publicação: 05/08/10
Aceito para publicação: 17/08/10
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