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Lesões elementares

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Maria Eduarda de Almeida Leal Medicina UFF
Lesões elementares
Semiologia dermatológica
● anamnese direcionada para a queixa do paciente
● exame físico → geral e direcionado:
○ inspeção
○ palpação → não podemos deixar de palpar a lesão. Se for de suspeita contagiosa, a luva deve
ser utilizada.
○ digitopressão → compressão a fim de cessar momentaneamente o fluxo sanguíneo, a fim de
conferir se a lesão some ou não
○ compressão → pesquisa de edema
● dermatoscopia → utiliza o dermatoscópio para ampliar a imagem da lesão →
facilita o diagnóstico
● exames subsidiários:
○ vitropressão → compressão da lesão com uma lâmina de vidro para
conferir se a lesão continua ou não com o cessamento do fluxo
sanguíneo → ajuda no diagnóstico diferencial
○ sinal de Nikolski → tração da pele perilesional das lesões bolhosas para analisar descamação
da pele
■ variação: sinal de Asboe Hansen → compressão da lesão bolhosa, com expansão da
mesma
○ sinal de Zileri → estiramento da pele nas regiões da máculas hipocrômicas de lesões da
ptiríase versicolor a fim de observar uma descamação furfurácea (aspecto de farelo branco)
○ Curetagem metódica de Brocq→ sinal da vela + sinal do orvalho sangrante (sinal de Auspitz)
→ utilizado em suspeita de psoríase → uso de bisturi ou cureta para fazer uma descamação
superficial, remoção da membrana de Duncan e visualização de múltiplos pontos
hemorrágicos → para atestar o sinal de Auspitz, é utilizado um papel toalha (o sangue é
“carimbado” no papel)
○ teste de sensibilidade → utilizam-se materiais para testar a sensibilidade tátil, a à
temperatura e à dor na região da lesão dermatológica → uso um algodão (tátil), de um tubo
de ensaio com água aquecido por um isqueiro e outro com água em temp. ambiente
(temperatura) e de uma agulha estéril de insulina (dor, cuidado com o paciente!). Sempre
observar o lado contralateral e comparar.
Maria Eduarda de Almeida Leal Medicina UFF
Lesões elementares
● primárias (pele previamente hígida) ou secundárias (alterações nas lesões primárias)
● modificação da cor → sem modificação do relevo
a. manchas ou máculas:
■ pigmentares (discrômicas):
● hipocrômica/acrômica
○ vitiligo
● hipercrômicas marrons
○ mancha café com leite, efélides, nevos
cutâneos, melasma
● hipercrômica azul → deposição pigmentar
○ mancha mongólica
■ vasculossanguíneas (eritema e púrpuras):
● exantema (rash)
○ morbiliforme, escarlatiniforme
● enantema (exantema na mucosa)
● eritema figurado
○ eritema marginado (febre reumática)
● telangiectasia
● mancha angiomatosa (proliferação vascular)
● < 1cm → petéquias
○ plaquetopenia → vitropressão continua
○ vasculite → some com vitropressão
● > 1cm → equimose
● víbices → lesões purpúricas de aspecto linear
OBS: A púrpura de Henoch-Schonlein é uma vasculite que está associada a depósitos de IgA na pele. É a
vasculite mais frequente em crianças e adolescentes, com possibilidade de acometimento articular,
gastrointestinal e renal.
● formações sólidas → alteração de volume
a. pápulas → puntiformes, < 5mm → geralmente mais superficiais
b. nódulos → podem emergir do tecido subcutâneo, da derme ou da epiderme
c. tumorações → > 3cm
d. placas → podem coalescer entre si, > 5mm
■ urticariforme → eritematose, centro um pouco mais pálido, edematosa e bastante
pruriginosa
■ psoríase → eritematosa de base, com superfície descamativa esbranquiçada, sinal da
vela e do orvalho sangrante positivo
e. goma → lesão com centro ulcerado, necrótico, podendo ser secretivo
■ esporotricose → acompanha o trajeto linfático
f. tubérculo → duro, elevado, > 5mm (infiltração de células mesenquimais na derme)
■ hanseníase virchowiana
g. vegetações:
■ seca
● verrucosa
■ úmida
● condilomatosa
OBS: mnemônico PLECCT → diagnósticos diferenciais para lesões ulcerativas e vegetativas →
paracoccidiodomicose, leishmaniose, esperotricose, cromomicose, carcinoma espinocelular, tuberculose.
Maria Eduarda de Almeida Leal Medicina UFF
● formações com conteúdo líquido:
a. vesículas → conteúdo translúcido, < 1cm
b. bolhas (> 1cm):
■ intraepidérmicas: superficiais e mais frágeis
■ tensas: mais profundas
c. pústulas → conteúdo purulento, < 1cm
d. abscesso (> 1cm)
e. cistos → lesões encapsuladas de conteúdo líquido
f. hematoma → coleção de sangue, com relevo
g. cisto epidermoide (cisto sebáceo) e milium (branco a amarelado)
● alteração de espessura:
a. ceratose
■ generalizada → ictiose
■ palmo-plantar
■ ceratose seborreica
■ ceratose actínica (solar) → descamativas, secas, ásperas → pré-cancerosas
b. liquenificação → espessamento com aspecto quadriculado, com acentuação dos sulcos, associado
com prurido crônico (dermatite atópica)
c. esclerose → pele espessa e rígida, com formação de úlceras nas extremidades dos dedos
d. atrofia → associado ao uso de corticóide tópico
● solução de continuidade da pele:
a. escoriação
b. fissura → bem definida, linear
■ doença de Crohn e fissura anais
c. erosão/ exulceração
d. ulceração
e. fístulas → formação de trajeto entre áreas que não se
comunicavam previamente
■ hidradenite supurativa das axilas
f. fissura → geralmente em áreas hiperqueratóticas
● lesões caducas (que caem):
a. escamação
■ laminar
■ furfurácea
b. crostas → ressecamento de um exsudato
■ sanguíneo → crostas hemáticas
■ purulento → melicéricas
● lesões cicatriciais:
a. atrófica → cicatrização ineficiente, com pouca deposição de colágeno
b. hipertrófica → excesso de deposição de colágeno, mas respeitando o desenho da cicatriz
c. quelóide → excesso de deposição de colágeno, sem respeitar os limites da lesão
OBS: A gestão das cicatrizes hipertróficas e queloides é um desafio, pois ainda não existe nenhum
tratamento definitivo. A infiltração de corticóide local pode reduzir o prurido e diminuir o volume, mas é
pouco efetivo para os queloides. A excisão cirúrgica muitas vezes acarreta em recidiva ainda maior que a
lesão original. Por isso, os pacientes propensos a desenvolver essas lesões devem ser desaconselhados a
realizar procedimentos estéticos.
Maria Eduarda de Almeida Leal Medicina UFF

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