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Aula 10
Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito
Comercial - 2022 (Pré-Edital)
Autor:
Cadu Carrilho
17 de Janeiro de 2022
Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021
1 
 
Sumário 
LETRA DE CÂMBIO ........................................................................................................................................ 4 
1. Legislação Aplicável à Letra de Câmbio ............................................................................................. 4 
2. Definição da Letra de Câmbio .............................................................................................................. 4 
3. Requisitos da Letra de Câmbio ............................................................................................................ 5 
4. Letra Incompleta ou em Branco ........................................................................................................... 9 
5. Vencimento da Letra de Câmbio ....................................................................................................... 10 
6. Aceite na Letra de Câmbio.................................................................................................................. 11 
6.1. Aceite Parcial .................................................................................................................................. 12 
6.2. Aceite Riscado ................................................................................................................................ 12 
7. Aval na Letra de Câmbio ..................................................................................................................... 14 
8. Endosso na Letra de Câmbio .............................................................................................................. 16 
8.1. Responsabilidade do Endossante ............................................................................................... 18 
9. Pagamento na Letra de Câmbio......................................................................................................... 20 
10. Ação de Cobrança e Protesto na Letra de Câmbio ...................................................................... 21 
1.1 Prescrição na Letra de Câmbio ..................................................................................................... 24 
NOTA PROMISSÓRIA................................................................................................................................... 26 
1. Regime Jurídico da Nota Promissória ............................................................................................... 26 
2. Requisitos da Nota Promissória .......................................................................................................... 27 
3. Nota Promissória e os Contratos Bancários ..................................................................................... 29 
CHEQUE ......................................................................................................................................................... 30 
1. Definição de Cheque ........................................................................................................................... 30 
Cadu Carrilho
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2 
 
2. Requisitos do Cheque .......................................................................................................................... 32 
3. Características do Cheque .................................................................................................................. 33 
3.1. Aceite no Cheque .......................................................................................................................... 33 
3.2. Beneficiários de um Cheque ........................................................................................................ 34 
3.3. Endosso no Cheque ...................................................................................................................... 35 
3.4. Aval no Cheque .............................................................................................................................. 38 
3.5. Assinaturas no Cheque ................................................................................................................. 39 
4. Apresentação e Pagamento do Cheque ........................................................................................... 40 
4.1. Cheque Pré-Datado ....................................................................................................................... 40 
5. Ação de Cobrança do Cheque ........................................................................................................... 42 
5.1. Ação de Execução do Cheque .................................................................................................... 42 
5.2. Perda do Direito de Ação de Execução Contra Emitente ...................................................... 43 
5.3. Prazo para Protesto no Cheque .................................................................................................. 44 
5.4. Prescrição da Ação de Execução ................................................................................................ 44 
5.5. Ação de Enriquecimento sem Causa do Cheque .................................................................... 46 
5.6. Ação Causal .................................................................................................................................... 46 
6. Tipos de Cheque ................................................................................................................................... 46 
6.1. Cheque Visado ............................................................................................................................... 47 
6.2. Cheque Cruzado ............................................................................................................................ 47 
6.3. Cheque Para Ser Creditado em Conta ....................................................................................... 48 
6.4. Cheque Administrativo ................................................................................................................. 48 
DUPLICATA .................................................................................................................................................... 51 
Cadu Carrilho
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3 
 
1. Características da Duplicata ................................................................................................................ 53 
1.1. Ordem de Pagamento .................................................................................................................. 53 
1.2. Requisitos da Duplicata ................................................................................................................ 53 
1.3. Título Causal ................................................................................................................................... 56 
2. Aceite na Duplicata............................................................................................................................... 56 
2.1. Tipos de Aceite .............................................................................................................................. 58 
2.2. Recusa do Aceite ........................................................................................................................... 59 
3. Aval na Duplicata .................................................................................................................................. 60 
4.Vencimento na Duplicata ..................................................................................................................... 61 
5. Pagamento na Duplicata ..................................................................................................................... 61 
6. Protesto na Duplicata ........................................................................................................................... 62 
6.1. Protesto Sem a Duplicata ............................................................................................................. 63 
7. Ação de Cobrança das Duplicatas ..................................................................................................... 65 
8. Prescrição nas Duplicatas .................................................................................................................... 67 
9. Duplicatas de Prestação de Serviços ................................................................................................. 68 
Questões Comentadas ................................................................................................................................. 70 
Lista de Questões ........................................................................................................................................ 131 
Gabarito ........................................................................................................................................................ 155 
 
Seguem os detalhes sobre cada tipo de título de crédito. Assuntos bem recorrentes em prova. 
Muita atenção, mesmo os títulos pouco usuais na nossa economia, como a letra de câmbio e a nota 
promissória, são constantemente objeto de questionamento pelo examinador. 
Cadu Carrilho
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LETRA DE CÂMBIO 
1. Legislação Aplicável à Letra de Câmbio 
Teoria Geral dos Títulos de Créditos. No Brasil, as letras de câmbio estavam regulamentadas pelo Decreto 
2.044 de 1908. Lei Uniforme de Genebra, ou também conhecida como LUG. Ela só foi introduzida em nosso 
ordenamento jurídico por meio do Decreto 57.663 de 1966. STF de que o decreto em questão é 
constitucional e pode ser aplicado em nosso país. Concluímos que para as letras de câmbio e nota 
promissória usamos as regras que estão previstas na Lei Uniforme de Genebra, a partir de agora vou chamar 
apenas de LUG, e no que for omisso usamos o Decreto 2.044 de 1908. 
2. Definição da Letra de Câmbio 
Letra de câmbio é uma ordem de pagamento que pode ser à vista ou a prazo, e essa ordem é feita por uma 
pessoa, chamada de sacador (faz o saque), essa pessoa assina o título, dando a ordem a uma segunda pessoa 
para que pague uma determinada quantia, essa pessoa que recebe a ordem é o sacado, e temos a terceira 
pessoa que é o credor, o beneficiário da ordem, chamado de tomador. 
 
 
Pessoa a quem a 
ordem é direcionada. 
Ao receber do 
, pode 
concordar, dando o 
aceite. Será o principal 
devedor 
Credor da letra. A 
tomar o título para si, 
poderá cobrar do 
o valor devido 
na letra no dia do 
vencimento 
Emite a letra, dando a 
ordem de pagamento 
Assina e entrega ao 
(beneficiário/credor)
Cadu Carrilho
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3. Requisitos da Letra de Câmbio 
A letra de câmbio deve seguir as formalidades previstas na lei para que o documento representativo do 
crédito seja considerado uma letra de câmbio, também chamados de requisitos legais ou formais. 
Lei Uniforme de Genebra - Artigo 1: A letra contém: 
1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para 
a redação desse título; 
2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 
3. o nome daquele que deve pagar (sacado); 
4. a época do pagamento; 
5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 
8. a assinatura de quem passa a letra (sacador). 
Dito isso, é preciso saber quais desses requisitos são essenciais e não podem faltar de jeito nenhum na letra 
e quais desses podem não estar na letra e mesmo assim a letra continuar valendo como título. 
Artigo 2: O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não 
produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: 
- A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. 
- Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-
se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado. 
- A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar 
designado, ao lado do nome do sacador. 
Com a leitura do artigo acima podemos concluir a regra geral, não pode faltar nenhum requisito, pois se 
faltar não será considerado letra de câmbio, no entanto, temos as exceções logo abaixo. Lendo os dois 
artigos, temos o seguinte: 
- Requisitos essenciais mesmo: 
1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse 
título; 
2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 
3. o nome daquele que deve pagar (sacado); 
6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
Cadu Carrilho
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7. a indicação da data em que, (...) 
8. a assinatura de quem passa a letra (sacador). 
Para que um papel ou documento seja considerado uma letra de câmbio deve ter a palavra “letra”, com uma 
ordem pura e simples de pagar um valor determinado. Deve ainda identificar a pessoa responsável pelo 
pagamento, o sacado, deve ter também o nome de quem será o beneficiário, o tomador, o dia em que é 
feita ou passada e a assinatura de quem dá a ordem, o sacador. 
- Requisitos que podem ser supridos: 
4. a época do pagamento; 
5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
7. (...)e do lugar onde a letra é passada 
Se a letra não tiver a época em que deve ser paga, ou seja, sem uma data de vencimento determinada, será 
ela considerada à vista. Se a letra for omissa quanto ao lugar do pagamento, deve-se considerar o lugar ao 
lado do nome do sacado que será considerado o lugar do seu domicílio. Se nem esse lugar for colocado, aí 
sim não valerá como letra de câmbio. A letra sem determinação do local onde foi passada será considerada 
passada no local que estiver escrito ao lado do nome do sacador, ou seja, o local ao lado do nome de quem 
emite a letra. Ainda tratando sobre os requisitos da letra. 
 
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E a outra situação diferente é a de que o sacador emite a letra e ele mesmo será o sacado. 
Requisitos ESSENCIAIS 
A palavra "letra" inserta no próprio 
texto do título e expressa na 
mesma língua empregada 
O mandato puro e simples de pagar 
uma quantia determinada 
O nome daquele que deve pagar 
(sacado) 
A época do pagamento 
A indicação do lugar em que se deve 
efetuar o pagamento 
O nome da pessoa a quem ou à 
ordem de quem deve ser paga 
A indicação da data em que, e do 
lugar onde a letra é passada 
A assinatura de quem passa a letra 
(sacador) 
Requisitos NÃO essenciais 
A época do pagamento 
A indicação do lugar em que se deve 
efetuar o pagamento 
A indicação do lugar onde a letra é 
passada 
À vistaO lugar designado ao lado do nome 
do sacado que também será 
considerado como seu domicílio 
 
O lugar designado, ao lado do nome 
do sacador 
Caso ausente, 
considera-se: 
Caso ausente, 
considera-se: 
Caso ausente, 
considera-se: 
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Artigo 3: A letra pode ser à ordem do próprio sacador. 
Pode ser sacada sobre o próprio sacador. 
Pode ser sacada por ordem e conta de terceiro. 
 
Temos outro requisito fundamental que é o de número 8, trata-se da assinatura de quem passa a letra as 
outras assinaturas continuam válidas. 
Artigo 7: Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, 
assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra 
razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela 
foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas. 
O sacador é garantidor tanto do pagamento como do aceite. 
Artigo 9: O sacador é garante tanto da aceitação como do pagamento de letra. 
O sacador pode exonerar-se da garantia da aceitação; toda e qualquer cláusula pela qual 
ele se exonere da garantia do pagamento considera-se como não escrita. 
A letra pode ser: 
Sacada sobre 
o próprio 
sacador 
À ordem do 
próprio 
sacador 
Sacada por 
ordem e conta 
de terceiro 
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4. Letra Incompleta ou em Branco 
Pode acontecer também de a letra estar incompleta, algum item ficou em branco, nesse caso, poderá, o 
credor de boa-fé, completar a letra de acordo com o que estiver ajustado entre as partes na emissão, mas 
só pode completar se fizer isso antes da cobrança ou do protesto. 
Artigo 10: Se uma letra incompleta no momento de ser passada tiver sido completada 
contrariamente aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos ser 
motivo de oposição ao portador, salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé ou, 
adquirindo-a, tenha cometido uma falta grave. 
STF - Súmula 387 - A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser 
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
Modelo de uma letra de câmbio: 
 
SACADOR 
Garante 
Pagamento 
Aceite 
Consideram-se não 
escritas 
Pode Exonerar-se da garantia da aceitação 
Cláusulas que o exonerem da garantia do pagamento 
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5. Vencimento da Letra de Câmbio 
Vencimento é a data em que o título se torna exigível. 
Artigo 33: Uma letra pode ser sacada: 
- à vista; 
- a um certo termo de vista; 
- a um certo termo de data; 
- pagável num dia fixado. 
As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas. 
A lera de câmbio pode ter vencimento à vista, ou a um certo termo da vista, ou ainda a um certo termo da 
data, ou por fim pagável em um dia fixado. 
- A letra de câmbio pode ser emitida à vista - A letra pode ter como vencimento “um certo termo da vista”. 
A contagem do vencimento dessa letra será a do dia em que for dado o aceite. - Pode ter como vencimento 
“um certo termo da data”. - A letra de câmbio pode vencer em um dia determinado pelo sacador. 
Artigo 34: A letra à vista é pagável à apresentação. Deve ser apresentada a pagamento 
dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou 
estipular um outro mais longo. 
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6. Aceite na Letra de Câmbio 
Concordância do sacado é o aceite. Dá o seu aceite se torna o principal devedor do título. 
Artigo 28: O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra à data do vencimento. 
O aceite na letra de câmbio é facultativo. 
Artigo 21: A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu 
domicílio, pelo portador ou até por um simples detentor. 
O aceite deve ser dado no próprio título. O aceite é feito pela assinatura do sacado na frente do título. 
Artigo 25: O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer 
outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples 
assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra. 
V 
E 
N 
C 
I 
M 
E 
N 
T 
O 
A um certo termo da 
vista 
No dia determinável 
pelo sacador 
São NULAS as 
letras com 
VENCIMENTO 
A um certo termo da 
data 
À vista 
Exigível desde a emissão. Apresentável no máximo um ano 
da sua data. Sacador pode aumentar/reduzir 
Inicia do dia em que for dado o aceite e deve ser paga no 
tempo/data determinado pelo sacador 
Após decurso do prazo estipulado pelo sacador, iniciando a 
contagem da data de emissão 
Dia determinado pelo emitente 
Diferentes 
Sucessivos 
s 
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6.1. Aceite Parcial 
O aceite deve ser incondicional, já que deve ser puro e simples. Aceite parcial, mas também é considerado 
uma recusa do aceite, é o aceite limitativo. O segundo caso é a recusa do aceite chamada de aceite 
modificativo. 
Artigo 26: O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da 
importância sacada. 
Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma 
recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite. 
A recusa do aceite enseja o vencimento antecipado da letra de câmbio. 
Artigo 43: O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os 
endossantes, sacador e outros coobrigados: 
- mesmo antes do vencimento: 
1º) se houve recusa total ou parcial de aceite; 
6.2. Aceite Riscado 
A lei permite que ele faça isso, desde que seja antes de restituir a letra, esse aceite será considerado 
recusado. Presume-se que aceite riscado foi feito antes da devolução da letra. 
Artigo 29: Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite que tiver dado, tal aceite 
é considerado como recusado. Salvo prova em contrário, a anulação do aceite considera-
se feita antes da restituição da letra. 
 
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Ato praticado pelo sacado obrigando-se 
a pagar a letra à data do vencimento. 
Escrito na própria letra 
Exprime-se por "aceite" ou palavra equivalente 
Assinatura do sacado 
Vale como aceite: 
Simples assinatura 
do sacado aposta na 
parte anterior da 
letra. 
Até o vencimento 
Domicílio do sacado 
Portador 
Simples detentor 
Sacado 
Antes de restituir a letra 
Riscar aceite dado 
Salvo prova contrária, a anulação do 
aceite considera-se feita antes da 
restituição da letra. 
Aceite será considerado 
como recusado 
 
Sacado aceita pagar parte do valor estipulado 
Sacado modifica alguma cláusula da letra 
 
Puro 
Simples 
Aceite parcial 
Recusa do aceite 
Portador pode exercer os seus direitos de 
ação contra os endossantes, sacador e 
outros coobrigados, mesmo ANTES do 
vencimento 
- mesmo antes do vencimento 
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147. Aval na Letra de Câmbio 
Aval é uma garantia dada por um terceiro, avalista seja um devedor solidário, o pagamento da letra pode 
ser no todo (aval total) ou em parte (aval parcial) garantido por aval. 
Artigo 30: O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. 
Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. 
O aval, em regra, deve ser dado no próprio título. O aval deve indicar quem está sendo avalizado, que pode 
ser o sacador, o sacado ou algum endossante, mas se não indicar será considerado dado aval ao sacador. 
Artigo 31: O aval é escrito na própria letra (...). 
Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e 
assinado pelo dador do aval. 
O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior 
da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador. 
O aval deve indicar por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador. 
A responsabilidade é autônoma e equivalente em relação a pessoa garantida por ele, não ser que a 
nulidade seja por algum vício de forma. 
Artigo 32: O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele 
afiançada. 
A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por 
qualquer razão que não seja um vício de forma. 
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a 
pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da 
letra. 
 
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AVAL NA LETRA DE CÂMBIO 
Garantia dada por 
 
comprometendo-se a 
pagar o valor devido junto 
ao avalizado 
terceiro 
signatário 
ou 
Assume a 
posição de 
devedor 
solidário 
Conceito 
Modalidades permitidas 
Aval Total 
Aval Parcial 
Trata-se de uma exceção à 
regra geral que veda o aval 
parcial! 
Formalidades e especificidades 
Escrito na própria letra 
Exprime-se por "bom para aval" ou fórmula equivalente assinada pelo avalista 
Resulta da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra 
 
Exceto se se tratar das assinaturas do sacado ou do sacador. 
Deve indicar por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador 
 
Garantia permanece mesmo se NULA a obrigação garantida 
Exceção: nulidade decorrente de vício de FORMA. 
Pagando sub-roga-se nos 
direitos emergentes da letra 
contra 
Pessoa a favor de quem foi dado 
o aval 
Os obrigados para com o 
avalizado em virtude da letra 
 
GARANTIA NULA 
 
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8. Endosso na Letra de Câmbio 
O endosso é o ato cambiário que transfere o título de crédito à ordem. O endosso transfere o título e todos 
os direitos cambiários inerentes ao título. Quem passa o endosso é chamado de endossante e quem recebe 
o endosso é chamado de endossatário. 
Artigo 11: Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à 
ordem, é transmissível por via de endosso. 
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão 
equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária 
de créditos. 
O endosso da letra de câmbio não pode ter nenhum tipo de condição, já que tem que ser puro e simples. Se 
o endossante colocar alguma condição ao endosso, essa condição será considerada como não escrita. O 
endosso parcial é nulo, não tem como transmitir apenas parte do título. 
Artigo 12: O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja 
subordinado considera-se como não escrita. 
O endosso parcial é nulo. 
O endosso pode ser em branco, quando não identifica a pessoa que recebe o título ou pode 
ser endosso em preto, quando a pessoa recebedora do título é identificada pelo nome. O 
endosso em branco faz com que o título seja um título ao portador. 
Art. 12 – (parte) O endosso ao portador vale como endosso em branco. 
Art. 14 (parte) Se o endosso for em branco, o portador pode: 
1º) preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra 
pessoa; 
2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa; 
3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar. 
O endosso é feito com a assinatura do endossante na parte de trás do título. 
Artigo 13: O endosso deve ser escrito na letra (...). Deve ser assinado pelo endossante. 
Todos os direitos de um título de crédito que aprendemos no direito cambial serão transmitidos pelo 
endosso e pela entrega do título ao endossatário. 
Artigo 14: O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. 
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ENDOSO NA LETRA DE 
CÂMBIO 
Puro e simples 
Assinado pelo endossante 
Escrito na letra 
Características 
Toda letra de câmbio é transmissível por endosso 
Ato cambiário que transfere o título de crédito à 
ordem 
Transmite todos os direitos emergentes da letra 
"Não à ordem" Será cessão ordinária 
de créditos se sacador 
inserir cláusula Expressão equivalente 
Não identifica a pessoa que recebe o título 
Permite ao portador 
Endosso parcial Nulo 
Condições a que ele seja subordinado 
Consideram-se 
Preencher o espaço em branco com 
Endosso ao portador vale 
como endosso em branco 
Identifica a pessoa que recebe o título pelo nome 
Endosso em branco 
Endosso em preto 
Título será ao 
portador 
Seu nome 
Nome de outra pessoa 
Endossar de novo a letra 
Em branco 
A favor de outra pessoa 
Remeter letra a terceiro, sem 
Não escritas 
Preencher espaço em branco 
Endossar 
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8.1. Responsabilidade do Endossante 
Em regra, o endossante é responsável pelo pagamento da letra, e também é responsável pelo aceite da 
letra. O endossante pode não ser responsabilizado quando a lei disser ou quando ele mesmo colocar uma 
cláusula dizendo isso. 
Artigo 15: O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como 
do pagamento da letra. 
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às 
pessoas a quem a letra for posteriormente endossada. 
Se o endosso for feito após o vencimento do título não há problema, pois, esse endosso produz os mesmos 
efeitos que o endosso que tenha sido feito ante do vencimento. Temos também o chamado endosso 
póstumo, que é o endosso feito após o protesto por falta de pagamento ou feito após o fim do prazo para 
protestar. 
Artigo 20: O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso 
anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois 
de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão 
ordinária de créditos. 
 
 
RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE 
Não garante 
Salvo cláusula em 
sentido contrário Garante 
Pagamento 
Aceitação 
Se proibir novo endosso 
 
Pagamento 
Às pessoas a quem a letra for 
posteriormente endossada 
Vencimento 
Protesto por falta de pagamento 
Endosso posterior ao 
Mesmo efeito do anterior ao vencimento 
Prazo para efetuar o protesto 
Produz apenas os efeitos de uma cessão 
ordinária de créditos 
 
 
 
 
 
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Art. 20 (parte): Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito 
antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto. 
Artigo 16: O detentor de uma letra é considerado portador legítimo se justifica o seu direito 
por uma série ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos 
riscados consideram-se, para este efeito, como não escritos. 
Temos abaixo um artigo da lei que explica o princípio já visto da inoponibilidade das exceções pessoais aos 
terceiros de boa-fé. 
Artigo 17: As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador 
exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores 
anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente 
em detrimento do devedor. 
Lembremos que existem os endossos impróprios que são o endosso-mandato ou endosso-procuração e o 
endosso-garantia ou endosso penhor. Vejamos a regra legal sobre o endosso mandato 
Artigo 18: Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement) , 
"para cobrança" (pour encaissement) , "por procuração" (par procuration) , ou qualquer 
outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os 
direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador 
E agora, o endosso penhor. 
Artigo 19: Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou 
qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os 
direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título 
de procuração. 
Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as 
relações pessoais deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, 
tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. 
 
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9. Pagamento na Letra de Câmbio 
Podendo fazer essa apresentação em até dois dias após esse vencimento. O pagamento deve ser feito com 
a apresentação do título. 
Artigo 38: O portador de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista 
deve apresentá-la a pagamento no dia em que ela é pagável ou num dos 2 (dois) dias úteis 
seguintes. 
Artigo 39: O sacado que paga uma letra pode exigir que ela lhe seja entregue com a 
respectiva quitação. 
O pagamento venha a extinguir todas as obrigações da letra, ou pode extinguir algumas obrigações com 
direito de regresso de quem pagou de cobrar outros. Se o sacador pagar, não há que se falar em outros 
direitos, codevedores anteriores na cadeia de endossos, ou contra seus avalizados. Se o devedor quiser 
pagar a letra antes do vencimento, ele até pode, mas o credor não é obrigado a receber antes do vencimento. 
Quem paga a letra no vencimento fica desobrigado. 
Endosso Impróprio 
Endosso-mandato 
Endosso-procuração 
Endosso-garantia 
Endosso penhor 
"valor em garantia" 
"valor a cobrar" 
(valeur en recouvrement) 
Pode exercer todos os direitos 
emergentes da letra "para cobrança" 
(pour encaissement) 
"valor em penhor" 
Qualquer outra menção 
que implique uma 
caução, 
"por procuração" 
(par procuration) 
Portador: 
Só pode endossá-la na qualidade 
de procurador 
Pode exercer todos os direitos 
emergentes da letra 
Endosso feito por ele só vale 
como endosso a título de 
procuração 
Portador: 
 
 
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Artigo 40: O portador de uma letra não pode ser obrigado a receber o pagamento dela 
antes do vencimento. 
O sacado que paga uma letra antes do vencimento fá-lo sob sua responsabilidade. 
Aquele que paga uma letra no vencimento fica validamente desobrigado, salvo se da sua 
parte tiver havido fraude ou falta grave. É obrigado a verificar a regularidade da sucessão 
dos endossos mas não a assinatura dos endossantes. 
 
 
10. Ação de Cobrança e Protesto na Letra de Câmbio 
Se o pagamento não for feito no dia do vencimento, o credor poderá cobrar o valor exigido por meio de ação 
de cobrança e como o título de crédito é um título executivo extrajudicial, a ação será a de execução contra 
o principal devedor, mas o credor também pode cobrar dos codevedores, ou seja, os direitos de ação podem 
ser exercidos contra o sacado, contra o sacador, contra os endossantes e contra os avalistas. 
Artigo 43: O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os 
endossantes, sacador e outros co-obrigados: 
No vencimento: Se o pagamento não foi efetuado. 
Mesmo antes do vencimento: 1 - Se houve recusa total ou parcial de aceite; 
Não é apenas o não pagamento que enseja a ação de cobrança, a recusa do aceite é um pressuposto para 
ação de cobrança e nesse caso, mesmo antes de o título vencer. A letra de câmbio pode ser protestada pela 
falta de aceite e também pode ser protestada por falta de pagamento. O protesto é o ato formal e solene 
que comprova o não cumprimento de alguma obrigação. 
Pagamento na Letra de Câmbio 
Portador deve apresentar a letra 
para pagamento 
Ao pagar, ao sacado é assegurado 
exigir 
No dia em que ela é pagável 
Nos 2 dias úteis seguintes 
A entrega da letra 
A respectiva quitação 
O portador não pode ser obrigado a receber o pagamento antes do vencimento 
 
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Artigo 44: A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal 
(protesto por falta de aceite ou falta de pagamento). 
A letra deve ser protestada por falta de aceite dentro do prazo estipulado para o aceite. 
Artigo 44 (parte): O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a 
apresentação ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1ª do art. 24, a primeira 
apresentação da letra tiver sido feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto 
no dia seguinte. 
Se a letra for protestada por falta de aceite não há necessidade de apresentar o título para que seja pago e 
nem precisa protestar por falta de pagamento, pois já foi protestado por falta de aceite. 
Artigo 44 (parte): O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o 
protesto por falta de pagamento. 
 
Artigo 44 (parte): O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou 
a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos 2 (dois) dias úteis seguintes àquele 
em que a letra é pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito 
nas condições indicadas na alínea precedente para o protesto por falta de aceite. 
Endossantes 
Sacador 
No vencimento 
Coobrigados 
Pagamento não efetuado 
Mesmo antes do vencimento 
Recusa total ou parcial do 
aceite 
Deve ser comprovado por ato formal 
 
 
 
 
PROTESTO 
 
Se por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite 
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Todos os codevedores ou coobrigados (sacador, endossantes e avalistas) por uma letra são responsáveis 
solidários para com o seu credor, ou portador final. 
Artigo 47: Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos 
solidariamente responsáveis para com o portador. 
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estar 
adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram. 
O mesmo direito possuiqualquer dos signatários de uma letra quando a tenha pago. 
A ação intentada contra um dos coobrigados não impede acionar os outros, mesmo os 
posteriores àquele que foi acionado em primeiro lugar. 
Apresentado ao sacado para aceite, ou apresentado para pagamento e também que haja o protesto do 
título. 
Artigo 53 - Depois de expirados os prazos fixados: - para a apresentação de uma letra à 
vista ou a certo termo de vista; - para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de 
pagamento; - para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas"; O 
portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes contra o sacador e contra 
os outros co-obrigados, a exceção do aceitante. 
 
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1.1 Prescrição na Letra de Câmbio 
É o prazo prescricional de ação de execução da letra de câmbio. - As ações contra o aceitante que é o 
principal devedor da letra prescrevem em 3 anos contados do vencimento da letra. - As ações contra os 
endossantes de uma cadeia de endossos da letra e contra o sacador que emitiu a letra prescrevem em 1 
ano, mas esse direito só poderá ser exercido se o título for protestado até porque esse prazo de um ano é 
contado da data do protesto. - As ações de um endossante que tenha pagado a letra contra outro endossante 
que está antes dele na cadeia de endosso, a chamada cobrança em regresso, ou mesmo a cobrança em 
regresso contra o sacador prescreve em 6 meses do dia em que o endossante pagou a letra. 
Não perde 
quanto ao 
aceitante! 
DEPOIS DE EXPIRADOS OS PRAZOS FIXADOS: 
Para a apresentação de 
uma letra 
Para fazer o protesto por 
falta de 
Aceite 
RESPONSABILIDADE NA LETRA 
 
À vista 
R
e
sp
o
n
d
e
m
 
so
lid
ar
ia
m
en
te
 
À certo 
termo de 
vista 
Pagamento 
Para a apresentação a 
pagamento 
Portador perde os seus direitos de 
ação contra 
No caso da cláusula 
"sem despesas" 
Endossantes 
Sacador 
Outros co-obrigados 
Sacadores 
Aceitantes 
Endossantes 
Avalistas 
Ação intentada contra um dos coobrigados não impede 
acionar os outros, mesmo os posteriores àquele que foi 
acionado primeiramente 
Portador pode: 
Acionar todas estas pessoas individualmente 
Sem observar a ordem por que elas se obrigaram 
Mesmo direito possui qualquer signatário 
de uma letra quando a tenha pago 
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Artigo 70: Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos 
a contar do seu vencimento. 
As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a 
contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, se se trata de 
letra que contenha cláusula "sem despesas". 
As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6 (seis) 
meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi 
acionado. 
A interrupção da prescrição que aconteça por algum caso previsto em lei só atingirá a pessoa beneficiada 
por essa interrupção, não interrompe o prazo para os demais credores. 
Artigo 71: A interrupção da prescrição só produz efeito em relação à pessoa para quem a 
interrupção foi feita. 
 
Todas as ações contra o 
 
A partir do vencimento 
Ações do contra 
os endossantes e sacador 
A partir do da data do protesto feito 
em tempo útil 
A partir do vencimento, se letra 
possuir a cláusula "sem despesas" 
Ações dos uns 
contra os outros e contra o 
sacador 
A partir do dia que pagou a letra 
A partir do dia que ele próprio foi 
acionado 
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NOTA PROMISSÓRIA 
A nota promissória é uma promessa de pagamento feita por uma pessoa, assumindo o compromisso de 
pagar o valor devido no título a outra pessoa no local e dia ajustados. São duas situações jurídicas que 
nascem com a emissão da nota, a de quem emite chamado promitente ou sacador ou também subscritor 
que é a pessoa que faz a promessa, e a figura do tomador ou beneficiário. 
 
1. Regime Jurídico da Nota Promissória 
Aplicar para as notas promissórias as mesmas regras previstas para a letra de câmbio. As notas 
promissórias seguem as regras da LUG previstas para as letras de câmbio sobre endosso, vencimento, 
pagamento, direito de ação, prescrição e aval. 
LUG - Artigo 77: São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que não sejam contrárias 
à natureza deste título, as disposições relativas às letras e concernentes: 
- endosso (arts. 11 a 20); 
- vencimento (arts. 33 a 37); 
- pagamento (arts. 38 a 42); 
- direito de ação por falta de pagamento (arts. 43 a 50 e 52 a 54); 
- pagamento por intervenção (arts. 55 e 59 a 63); 
- cópias (arts. 67 e 68); 
- alterações (art. 69); 
- prescrição (arts. 70 e 71); 
NOÇÕES GERAIS SOBRE NOTA PROMISSÓRIA 
Dinâmica 
Conceito 
Emitente, 
Promintente 
ou Sacador 
Emitente e 
devedor da nota 
Promessa de pagamento feita por uma pessoa, assumindo o 
compromisso de pagar o valor devido no título a outra pessoa no 
local e dia ajustados 
Emite a nota em 
favor do 
Tomador ou 
Beneficiário 
Requer o 
pagamento ao Credor inicial do 
título 
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São também aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas ao aval (arts. 30 a 32); 
Artigo 78: O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o 
aceitante de uma letra. 
 
2. Requisitos da Nota Promissória 
A nota promissória, como qualquer título típico, deve seguir as formalidades previstas em lei para que o 
documento seja considerado uma nota promissória. 
Artigo 75: A nota promissória contém: 
Regime jurídico da nota promissória 
Endosso (arts. 11 a 20) 
Vencimento (arts. 33 a 37) 
Pagamento (arts. 38 a 42) 
Direito de ação por falta de pagamento (arts. 43 a 50 e 52 a 54) 
Pagamento por intervenção (arts. 55 e 59 a 63) 
Cópias (arts. 67 e 68) 
Alterações (art. 69) 
Prescrição (arts. 70 e 71) 
Aplicam-se às notas promissórias, na parte que não sejam contrárias à 
natureza do título, as disposições relativas às letras e concernentes: 
Aval (arts. 30 a 32) 
Responsabilidade do subscritor 
da nota promissória 
A mesma do aceitante da 
letra de câmbio 
Devedor principal 
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1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua 
empregada para a redação desse título; 
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
3. a época do pagamento; 
4. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 
Alguns comentários sobres os requisitos. 
Artigo 76: O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não 
produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das alíneas 
seguintes. 
A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será considerada à vista. 
Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como sendo 
o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor danota 
promissória. 
A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se 
como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor. 
Se alguém der aval na nota, mas não colocar o nome da pessoa garantida por esse aval, chamado aval em 
branco, considera-se que é um aval feito para garantir o principal devedor que é o emitente-subscrito. 
Artigo 77 - No caso previsto na última alínea do art. 31, se o aval não indicar a pessoa por 
quem é dado, entender-se-á ser pelo subscritor da nota promissória. 
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3. Nota Promissória e os Contratos Bancários 
Os títulos podem ser classificados em causais ou em abstratos. 
Súmula 258 do STJ - A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não 
goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. 
Requisitos da nota promissória
A indicação da data e do lugar onde a nota promissória é passada 
A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor) 
A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento 
A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada 
O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga 
A denominação "nota promissória" no contexto do título e na língua utilizada 
Época do pagamento 
Título que faltar algum dos requisitos não produzirá efeito como nota promissória 
EX
C
EÇ
Õ
ES
Requisito ausente Considera-se como sendo 
A época do pagamento À vista 
Lugar onde o título foi 
passado 
Lugar do pagamento e, ao mesmo 
tempo, o lugar do domicílio do subscritor 
Indicação do lugar onde foi 
passada 
Lugar designado ao lado do nome do 
subscritor 
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CHEQUE 
O cheque é um título de crédito com lei própria, Lei 7.357 de 1985, Além disso, cabe ao Conselho Monetário 
Nacional (CMN) editar normas regulamentadoras sobre os cheques. 
Lei 7.357 de 1985 - Art. 69 Fica ressalvada a competência do Conselho Monetário Nacional, 
nos termos e nos limites da legislação especifica, para expedir normas relativas à matéria 
bancária relacionada com o cheque. 
 
1. Definição de Cheque 
O cheque é uma ordem de pagamento, sempre à vista, por meio da qual o emitente, pessoa que assina o 
cheque, também chamado de sacador, dá uma ordem para que o sacado, um banco ou instituição 
financeira, pague ao tomador ou beneficiário determinada quantia expressa na cártula. 
Lei 7.57 de 1985 - Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que 
lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque. 
Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a 
sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses 
preceitos não prejudica a validade do título como cheque. 
Os sujeitos do cheque são o emitente, o sacado e o beneficiário. 
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Art. 15 O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração pela 
qual se exima dessa garantia. 
O sacado no cheque é o banco ou instituição financeira, é quem recebe a ordem para pagar a quantia devida 
no cheque, importante saber que o banco não tem nenhuma responsabilidade cambial sobre o pagamento 
do cheque. 
 
 
CHEQUE 
Conceito 
Emitido contra banco, ou instituição financeira 
Dinâmica 
Requisitos 
Titulo de crédito que contém uma ordem de pagamento à vista 
A inobservância retira sua validade como cheque 
Ter fundos disponíveis em poder do sacado 
Estar autorizado a emitir cheque, em virtude de 
contrato expresso ou tácito 
Emitente deve 
A inobservância NÃO retira sua validade como cheque 
Sacador 
Beneficiário 
Sacado 
Credor. Possuindo o direito de receber do banco o valor devido 
no cheque quando da sua apresentação 
Considera-se não escrita a declaração pela 
qual se exima da garantia do pagamento 
Emite o cheque. É o devedor principal, garantindo o pagamento 
do título 
Recebe a ordem para pagar a quantia devida no cheque. Não 
tem responsabilidade sobre o pagamento 
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2. Requisitos do Cheque 
O cheque é uma ordem de pagamento, além disso é um título abstrato, pois não precisa de uma causa 
específica para que seja emitido. O cheque é um título de modelo vinculado. 
Art. 1º O cheque contêm: 
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este 
é redigido; 
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); 
IV - a indicação do lugar de pagamento; 
V - a indicação da data e do lugar de emissão; 
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. 
Deve ter no título a palavra “cheque”, além de conter uma ordem incondicional de pagar um valor 
determinado. É proibido colocar cláusula de juros no cheque. 
Art. 10 Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque. 
 
 
Requisitos do cheque 
A assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais 
Estipulações de Juros 
A indicação do lugar de pagamento 
A ordem incondicional de pagar quantia determinada 
A indicação da data e do lugar de emissão 
A denominação ‘’cheque’’ no contexto do título na língua em que este é redigido 
O nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado) 
consideram-se não escritas 
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Se faltar algum elemento importante na emissão do cheque, existe a possibilidade de esse item ser 
preenchido ou completado pelo portador. 
Art. 16 Se o cheque, incompleto no ato da emissão, for completado com inobservância do 
convencionado com a emitente, tal fato não pode ser oposto ao portador, a não ser que 
este tenha adquirido a cheque de má-fé. 
Se a pessoa que emite o cheque vier a falecer ou ainda se após a emissão do cheque se tornar incapaz, o 
cheque continuará valendo, ou seja, a morte e a incapacidade não invalidam os efeitos do cheque. 
Art. 37 A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não invalidam 
os efeitos do cheque. 
 
3. Características do Cheque 
3.1. Aceite no Cheque 
Não há que se falar em aceite no cheque. Então, o cheque não admite aceite e qualquer declaração nesse 
sentido considera-se não escrita. 
Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com 
esse sentido. 
 
Na verdade, o banco tem sim uma obrigação em relação ao cheque, deve verificar a regularidade da série 
de endossos. 
Art. 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série 
de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma 
obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a câmara de compensação. 
Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final 
deste artigo, o banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou 
alterado, salvo dolo ou culpa do correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quais 
poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou. 
Não admitido 
Declarações nesse sentido são consideradas não escritas 
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3.2. Beneficiários de um Cheque 
emitido para um terceiro, em favor do próprio sacador, emitido por um banco contra ele mesmo. 
Art. 9º O cheque pode ser emitido: 
I - à ordem do próprio sacador; 
II - por conta de terceiro; 
Ill - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. 
O cheque tem implícita a cláusula “à ordem”. O cheque pode ser emitido ao portador. 
Art. 8º Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito: 
I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’à ordem’’; 
II - a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente; 
III - ao portador. 
 
O cheque feito a pessoa nominada é transmitido para outra pessoa por meio do endosso. 
Art. 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é 
transmissível por via de endosso. 
A EMISSÃO do 
cheque pode ser 
Pode-se 
estipular que o 
PAGAMENTO 
seja feito 
À ordem do próprio sacador 
Por conta de terceiro 
Contra o próprio banco sacador 
Desde que 
não ao portador 
A pessoa nomeada, com ou sem cláusula 
expressa ‘’à ordem’’ 
A pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à 
ordem’’, ou outra equivalente 
Ao portador 
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Se colocarem no cheque a cláusula não à ordem, faz com que o cheque seja transmitido pela cessão civil de 
crédito com efeitos bem diferentes do endosso. 
Art. 17 - § 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra 
equivalente, só é transmissível pela forma e com os efeitos de cessão. 
 
3.3. Endosso no Cheque 
O cheque, como título nominal à ordem que é, transfere-se pelo endosso. O endosso no cheque deve ser 
puro e simples, não pode ter condição, e se tiver alguma condição será considerada não escrita. 
Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer condição a 
que seja subordinado. 
Não pode fazer no cheque endosso parcial e não pode também endossar ao sacado. O banco que recebe o 
cheque, paga o devido, recebe a quitação do credor e tira esse cheque de circulação. 
Art. 18 - § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado. 
O endosso deve ser feito por meio da assinatura do credor no próprio cheque, geralmente assinando no 
verso do título. 
Art. 19 - O endosso deve ser lançado no, cheque ou na folha de alongamento e assinado 
pelo endossante, ou seu mandatário com poderes especiais. 
O endosso pode identificar a pessoa que recebe o cheque, endosso em preto ou pode ser em branco e, 
nesse caso, não designará o endossatário. 
Art. 19 - § 1º O endosso pode não designar o endossatário. Consistindo apenas na 
assinatura do endossante (endosso em branco), só é válido quando lançado no verso do 
cheque ou na folha de alongamento. 
 
TRANSMISSÃO 
DO CHEQUE 
NOMEADO 
Com a cláusula expressa ‘’ à ordem’’ 
Cessão Civil 
Endosso 
Sem a cláusula expressa ‘’ à ordem’’ 
Com a cláusula ‘’não à ordem’’ 
Com outra cláusula equivalente 
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O endosso transmite a quem recebe o cheque todos os direitos cambiários inerentes a esse título. O endosso 
em branco. Esse portador, se quiser, pode: colocar o nome de outra pessoa, pode endossar novamente o 
cheque, pode entregá-lo a uma terceira pessoa sem colocar nenhum nome no cheque. 
Art. 20 O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em 
branco, pode o portador: 
I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa; 
II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa; 
III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem endossar. 
A responsabilidade do endossante segue as mesmas regras já vistas nos outros títulos. O endossante, em 
regra, garante o pagamento do título e por isso é considerado um codevedor ou coobrigado. 
Art. 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento. 
Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; neste caso, não garante o 
pagamento a quem seja o cheque posteriormente endossado. 
ENDOSSO NO CHEQUE 
Simples 
Características 
Quaisquer condições a que 
seja subordinado 
Puro 
Lançamento deve ser realizado 
Assinado pelo 
Pode não designar 
Endosso em branco só é válido se dado 
No cheque 
Endossante 
Mandatário com poderes 
especiais 
No verso do cheque 
Na folha de alongamento 
Consideram-se não escritas 
O endossatário 
Na folha de alongamento 
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Quem tem em mãos um cheque à ordem é presumidamente o credor principal desse título. 
Art. 22 O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar seu 
direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja em branco. Para 
esse efeito, os endossos cancelados são considerados não-escritos. 
O terceiro não estará obrigado a restituir o cheque ao titular original. Todavia, este poderá promover a 
anulação e a substituição do título, conforme a legislação aplicável. 
Art. 24 Desapossado alguém de um cheque, em virtude de qualquer evento, novo portador 
legitimado não está obrigado a restituí-lo, se não o adquiriu de má-fé. 
No cheque existe também a figura do endosso póstumo, que é aquele feito após o protesto do título ou 
após o prazo que o credor tinha para protestar, que seria quando esgotado o prazo de apresentação do 
cheque. Esse endosso póstumo só produz os efeitos da cessão civil de crédito. No endosso sem data 
presume-se que foi feito antes do protesto ou antes de esgotado o prazo de apresentação. 
Art. 27 O endosso posterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à expiração do 
prazo de apresentação produz apenas os efeitos de cessão. Salvo prova em contrário, o 
endosso sem data presume-se anterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à 
expiração do prazo de apresentação. 
ENDOSSO DO CHEQUE 
Transmite todos os direitos resultantes do cheque 
Nesse caso, não garante o pagamento a quem 
seja o cheque posteriormente endossado 
Permite ao portador 
Completá-lo com 
Endosso em branco 
Seu nome 
Nome de outra pessoa 
Endossar novamente o cheque 
Em branco 
A outra pessoa 
Transferir o cheque, sem 
Endossar 
Contemplar endosso 
Em regra, endossante garante o pagamento 
Pode proibir novo endosso 
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3.4. Aval no Cheque 
O cheque pode ser garantido por aval. O aval no cheque pode ser do valor total ou pode ser só de parte do 
cheque, ou seja, é permitido aval parcial. A lei proíbe que o banco sacado seja avalista de cheque. 
Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado 
por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título. 
Art. 31 O avalista se obriga da mesma maneira que o avaliado. Subsiste sua obrigação, 
ainda que nula a por ele garantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma. 
Parágrafo único - O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes 
contra o avalizado e contra os obrigados para com este em virtude do cheque. 
A garantia pessoal dada por meio do aval deve ser feita no próprio cheque com a assinatura do avalista. 
Art. 30 O aval é lançado no cheque ou na folha de alongamento. Exprime-se pelas palavras 
‘’por aval’’, ou fórmulaequivalente, com a assinatura do avalista. Considera-se como 
resultante da simples assinatura do avalista, aposta no anverso do cheque, salvo quando 
se tratar da assinatura do emitente. 
Parágrafo único - O aval deve indicar o avalizado. Na falta de indicação, considera-se 
avalizado o emitente. 
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3.5. Assinaturas no Cheque 
Existem várias assinaturas no cheque e cada assinatura enseja uma obrigação cambiária. A principal 
assinatura no cheque é a do emitente. 
Temos também os endossantes como pessoas que assinam o cheque, cada pessoa que recebe o cheque e 
queira transferir a outra pessoa precisa colocar sua assinatura como endossante. Existe ainda a assinatura 
do avalista. Cada obrigação no cheque é autônoma e independente. 
AVAL NO CHEQUE 
Garantia dada por 
 
comprometendo-se ao pagamento 
devido junto ao avalizado 
terceiro 
signatário 
ou 
Conceito 
Modalidades permitidas 
Aval Total 
Aval Parcial 
Exceção à regra geral que 
veda o aval parcial! 
Responsabilidade do avalista 
Se obriga da mesma maneira que o avaliado 
Garantia permanece mesmo se NULA a obrigação garantida 
 
 
Exceção: nulidade decorrente de vício de FORMA. 
Pessoa a favor de quem foi dado 
o aval 
Os obrigados para com o 
avalizado em virtude da letra 
GARANTIA NULA 
 
Exceto o SACADO 
Direitos do avalista 
Pagando sub-roga-se nos direitos 
emergentes da letra contra 
 
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Art. 13 As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes. 
Parágrafo único - A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo 
que o cheque contenha assinatura de pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou 
assinaturas falsas, ou assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que, por qualquer 
outra razão, não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das 
quais ele foi assinado. 
 
4. Apresentação e Pagamento do Cheque 
O cheque é sempre à vista, tendo como situação ideal aquela em que o emitente do cheque coloca a data 
de emissão do cheque no próprio dia que ocorre a emissão. Emitido o cheque, e entregue ao credor, poderá 
ele ir ao banco e pedir para que o cheque seja pago. Essa ida do credor ao banco é chamada de apresentação. 
Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. 
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão é pagável no dia da apresentação. 
A partir da emissão do cheque o credor tem um prazo de 30 ou de 60 dias para apresentar o cheque ao 
banco. Explico o fato de ter dois prazos. Quando o local de emissão for o mesmo do pagamento, o prazo é 
de 30 dias. Se o local de emissão for um e o do pagamento outro, o prazo para apresentação do cheque 
será de 60 dias. 
Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no 
prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. 
É nesse momento em que o credor apresenta o cheque ao banco para receber o valor devido que o banco 
verifica se há fundos disponíveis suficiente para pagar o título. 
Art. 4 § 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação 
do cheque para pagamento. 
Art. 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entregue quitado pelo 
portador. 
4.1. Cheque Pré-Datado 
Cheque pré-datado é o cheque emitido com a data futura. O banco simplesmente desconsidera a data que 
está escrita e paga o valor devido no cheque ao beneficiário. A lei diz que o cheque apresentado ao banco 
antes do dia que consta no cheque deve ser pago pelo banco no dia em que for apresentado. 
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Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção em 
contrário. 
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão é pagável no dia da apresentação. 
O STJ já se posicionou no sentido de considerar lícita essa prática dizendo que “(...) a emissão de cheque 
pós-datado, popularmente conhecido como cheque pré-datado, não o desnatura como título de crédito, e 
traz como única consequência a ampliação do prazo de apresentação (...)” (STJ, REsp 612.423/DF, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, DJ 26.06.2006, p. 132) 
Se a apresentação do cheque for feita antes do combinado e isso causar prejuízo ao emitente, caberá 
indenização por dano moral. Então, apesar da curta redação da súmula, é preciso que seja caracterizado o 
dano, a perda, o prejuízo para que seja devida a indenização por dano moral. 
Súmula 370 do STJ: “caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datado”. 
 
PAGAMENTO DO CHEQUE 
À vista 
Emitido para data futura 
Apresentação 
30 dias da EMISSÃO quando emitido no 
lugar onde houver de ser pago 
Pós-datado 
Apresentação 
A apresentação do cheque pré-
datado antes do prazo estipulado 
gera o dever de indenizar - dano 
moral 
60 dias da EMISSÃO quando emitido em 
outro lugar do País ou no exterior 
Pagando o título, sacado pode exigir 
que o cheque lhe seja entregue 
quitado pelo portador 
A existência de fundos disponíveis é 
verificada nesse momento 
Na data estipulada pelas 
partes 
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5. Ação de Cobrança do Cheque 
O cheque apresentado ao banco e não pago pelo banco poderá ser cobrado pelo credor por meio de ação 
de cobrança. O banco recebe o cheque coloca um carimbo de que não pagou, acrescenta o motivo do não 
pagamento e devolve o cheque ao credor. O cheque, como todo título de crédito, é um título executivo 
extrajudicial e pode ser objeto de ação de execução, essa ação pode ser promovida contra o emitente e 
seus avalistas e contra os endossantes e seus avalistas. Há na lei do cheque a possibilidade outros dois tipos 
de ação que seriam a ação de enriquecimento sem causa e a ação causal, essas são ações de conhecimento 
e não de execução. 
 
5.1. Ação de Execução do Cheque 
O credor pode promover ação de execução contra o emitente e seus avalistas desde o momento em que o 
cheque é apresentado ao banco e não há fundos suficiente para ser pago o cheque, ou seja, não é 
fundamental, para execução do principal devedor, que se faça o protesto. Constatado o não pagamento, o 
devedor pode ser acionado em ação de execução. O credor que queira cobrar dos outros codevedores, sendo 
esses os endossantes e seus avalistas, por meio de ação de execução deve estar mais atento a alguns 
procedimentos. 
Para executar os endossantes da cadeia de endossos bem como seus avalistas é preciso que o cheque tenha 
sido apresentado dentro do prazo legal de apresentação e, após o seu não pagamento, ser protestado. O 
protesto é o ato formal que prova que o título não foi pago e que o devedor principal se encontra 
inadimplente por essa obrigação. A lei autoriza uma nova forma de se utilizar essa prova de inadimplência e 
que também permite a cobrança dos codevedores, o que só acontece no cheque, quando deixa claro que a 
recusa de pagamento pode ser comprovada por declaração do sacado, declaração essa escrita e datada no 
próprio cheque com indicação do dia em que o cheque foi apresentado. 
Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque: 
I - contrao emitente e seu avalista; 
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a 
recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e 
datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração 
escrita e datada por câmara de compensação. 
§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os 
efeitos deste. 
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Você reparou que há a exigência de que o cheque tenha sido apresentado ao banco no prazo legal para 
apresentação, para que se possa cobrar por meio de execução os endossantes e seus avalistas. O STF firmou 
entendimento que a cobrança por execução do emitente e seus avalistas pode ser feita mesmo que o 
cheque não tenha sido apresentado no prazo legal de apresentação, relembrando 30 ou 60 dias, desde que 
a possibilidade de ação ainda não esteja prescrita. 
Súmula 600 do STF - Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não 
apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária 
 
5.2. Perda do Direito de Ação de Execução Contra Emitente 
Existe ainda a possibilidade legal de perda do direito de execução, inclusive contra o emitente. O portador 
tem o prazo legal de 30 ou 60 dias para apresentar o cheque, digamos que durante esse período o emitente 
do cheque mantém em sua conta o valor devido para pagar o cheque. Há fundos disponíveis para pagar o 
cheque, mas o credor ou portador legítimo não apresenta o cheque no período devido, então, caso algo 
inusitado e por condições alheias a vontade do emitente aconteça e o saldo que ele tinha na conta deixa de 
existir, o credor perde o seu direito de execução contra o emitente em função de sua inércia no cumprimento 
da lei em relação ao prazo de apresentação. Se isso acontecer o credor perde o direito de executar o emitente 
ou devedor. É até um pouco complicado explicar quais as condições ou razões não imputáveis ao emitente 
seriam essas, mas a doutrina elenca geralmente os casos fortuitos ou casos de força maior. 
Art. 47 - § 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar 
a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução 
Emitente e seus avalistas 
Endossantes e seu avalistas Requisitos 
Cheque apresentado em tempo hábil 
 
Qualquer das 
declarações dispensa 
o protesto e produz 
os efeitos deste 
Recusa de pagamento comprovada por 
Declaração do sacado, escrita e 
datada sobre o cheque, com 
indicação do dia de apresentação 
Protesto 
Declaração escrita e datada por 
câmara de compensação 
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contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os 
deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável. 
 
5.3. Prazo para Protesto no Cheque 
O protesto deve ser feito no mesmo local em que o cheque foi emitido. O protesto deve ser feito dentro do 
prazo legal previsto para apresentação. Então, o prazo para o protesto é de 30 ou 60 dias. Exemplo: se 
após a emissão de um cheque, a ser pago na mesma praça, houver a apresentação para pagamento em 10 
dias, o credor terá um prazo de mais 20 dias para protestar. Se o cheque for apresentado no último dia do 
prazo, o protesto poderá ser feito no primeiro dia útil seguinte. Exemplo: o cheque é emitido e o credor vai 
ao banco pegar seu pagamento depois de transcorridos 30 dias, não tem fundos e o cheque volta, esse credor 
tem mais um dia para fazer o protesto. 
Art. 48 O protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-se no lugar de 
pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se 
esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no 
primeiro dia útil seguinte. 
A lei exige que o portador do cheque não pago avise a todos os devedores do cheque que o cheque foi 
devidamente apresentado ao banco, mas não foi pago. Nesse aviso é colocada a informação de que o cheque 
foi protestado ou a declaração do banco que o cheque não foi pago com o motivo da devolução. O prazo 
legal para o credor fazer esse aviso aos endossantes e ao emitente do cheque é de 4 dias úteis. 
Art. 49 O portador deve dar aviso da falta de pagamento a seu endossante e ao emitente, 
nos 4 (quatro) dias úteis seguintes ao do protesto ou das declarações previstas no art. 47 
desta Lei ou, havendo cláusula ‘’sem despesa’’, ao da apresentação. 
 
5.4. Prescrição da Ação de Execução 
A prescrição é a perda do direito de ação contra o devedor. No caso do cheque, a ação de execução deve ser 
feita em até 6 meses contados do fim do prazo de apresentação. 
Veja, a contagem do prazo prescricional da ação de execução do cheque é feita da seguinte maneira: da data 
de emissão do cheque conta-se 30 ou 60 dias, conforme o caso, a partir desse dia inicia-se a contagem de 
6 meses para prescrição. Não aceite como correta a afirmação de que o prazo prescricional é de 7 meses, 
pois o correto é que o prazo prescricional é de 30 dias mais 6 meses ou 60 dias mais 6 meses. 
Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a 
ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador. 
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Quanto a esse prazo de prescrição foi levantada uma questão sensível, alguns doutrinadores argumentaram 
que o prazo para prescrição não começaria a contar depois de expirado o prazo de apresentação, mas 
disseram que o termo inicial para a contagem da prescrição seria o dia em que o cheque foi efetivamente 
apresentado. Já outros doutrinadores concordaram com a literalidade do texto legal, pois pela lei, o início da 
contagem dos seis meses para prescrição ocorre no fim do prazo de apresentação, independentemente se o 
cheque foi apresentado antes disso. Esse segundo entendimento é o melhor para os concursos, mas precisei 
explicar para esclarecer uma situação correlata. 
Qual seria o termo inicial para contagem de prescrição no caso de cheque pré-datado que tenha sido 
apresentado antes do dia que está escrito no cheque? Se o cheque pré-datado for apresentado depois da 
data que está no cheque vale a regra normal, mas se esse mesmo cheque pré-datado for apresentado antes 
da data que está escrita nele, o prazo de prescrição de seis meses para ação de execução do cheque conta-
se a partir do dia em que for apresentado. 
Enunciado nº 40 da I Jornada de Direito Comercial do CJF: “O prazo prescricional de 6 (seis) 
meses para o exercício da pretensão à execução do cheque pelo respectivo portador é 
contado do encerramento do prazo de apresentação, tenha ou não sido apresentado ao 
sacado dentro do referido prazo. No caso de cheque pós-datado apresentado antes da data 
de emissão ao sacado ou da data pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da 
data da primeira apresentação”. 
 
 
 
Termo inicial do prazo prescricional 
 
30/60 dias 
 
6 meses 
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5.5. Ação de Enriquecimento sem Causa do Cheque 
Esgotado o prazo prescricional para a ação de execução, não fica extinto o direito do credor. Ainda haverá o 
direito de ação de enriquecimento sem causa, ou chamada de ação de enriquecimento indevido ou também 
ação de locupletamento. 
Quem emitiu o cheque não pagou o que

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