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Aula 09
Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito
Comercial - 2022 (Pré-Edital)
Autor:
Cadu Carrilho
10 de Janeiro de 2022
Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021
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Sumário 
TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................................................................... 4 
1. Conceitos Iniciais..................................................................................................................................... 4 
2. Princípios .................................................................................................................................................. 5 
2.1. Cartularidade .................................................................................................................................... 5 
2.2. Literalidade ....................................................................................................................................... 6 
2.3. Autonomia ......................................................................................................................................... 7 
2.4. Abstração .......................................................................................................................................... 9 
2.5. Inoponibilidade das Exceções Pessoais aos Terceiros de Boa-fé ........................................... 9 
3. Características dos Títulos de Crédito ............................................................................................... 11 
3.1. Formalismo ..................................................................................................................................... 11 
3.2. Bem Móvel ...................................................................................................................................... 12 
3.3. Obrigação Quesível ....................................................................................................................... 12 
3.4. Natureza Pró-Solvendo ................................................................................................................. 12 
3.5. Negociabilidade ............................................................................................................................. 13 
3.6. Executividade ................................................................................................................................. 13 
4. Classificação ........................................................................................................................................... 14 
4.1. Quanto ao Modelo ........................................................................................................................ 14 
4.2. Quanto à Estrutura......................................................................................................................... 15 
4.3. Quanto à Forma de Circulação ou de Transferência ............................................................... 15 
4.4. Quanto à Hipótese de Emissão ................................................................................................... 16 
ATOS CAMBIÁRIOS ...................................................................................................................................... 18 
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1. Saque ...................................................................................................................................................... 19 
2. Aceite ...................................................................................................................................................... 19 
3. Endosso .................................................................................................................................................. 20 
3.1. Definição ......................................................................................................................................... 20 
3.2. Assinatura ........................................................................................................................................ 21 
3.3. Endosso X Cessão Civil de Crédito ............................................................................................ 21 
3.4. Endosso Sem Garantia .................................................................................................................. 21 
3.5. Endosso em Branco e em Preto .................................................................................................. 22 
3.6. Endosso Parcial .............................................................................................................................. 22 
3.7. Endosso Impróprio ........................................................................................................................ 22 
3.8. Endosso Póstumo ou Tardio ........................................................................................................ 23 
4. Aval .......................................................................................................................................................... 23 
4.1. Aval X Fiança .................................................................................................................................. 24 
5. Protesto .................................................................................................................................................. 25 
5.1. Procedimento ................................................................................................................................. 27 
5.2. Pagamento em Cartório ............................................................................................................... 28 
5.3. Cancelamento ................................................................................................................................ 28 
5.4. Protesto Indevido Súmula STJ ..................................................................................................... 29 
5.5. Cláusula Sem Protesto .................................................................................................................. 29 
TÍTULOS DE CRÉDITO NO CÓDIGO CIVIL ............................................................................................. 30 
1. Disposições Gerais ................................................................................................................................ 31 
1.1. Formalidades dos Títulos ............................................................................................................. 31 
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1.2. Títulos Eletrônicos.......................................................................................................................... 34 
1.3. Assinatura de Mandatário em Título ........................................................................................... 35 
1.4. Título que Representa Mercadoria ............................................................................................. 36 
1.5. Outras Regras ................................................................................................................................. 36 
2. Aval no Código ..................................................................................................................................... 37 
3. Transferência dos Títulos ..................................................................................................................... 40 
3.1. Ao Portador.....................................................................................................................................41 
3.2. À Ordem .......................................................................................................................................... 41 
3.3. Nominativo...................................................................................................................................... 45 
Questões Comentadas ................................................................................................................................. 47 
Lista de Questões .......................................................................................................................................... 87 
Gabarito ........................................................................................................................................................ 105 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TÍTULOS DE CRÉDITO 
É um assunto amplo, envolve um conteúdo considerável e exige de nós uma boa dose de dedicação, em 
função do fato de que sempre tem questões sobre títulos de crédito nos concursos que contemplam esse 
assunto. Nesse tópico veremos os conceitos iniciais, as características gerais e os princípios aplicáveis aos 
títulos de crédito no ordenamento jurídico brasileiro, servindo de base para todo o nosso estudo e que 
fundamentam cada título de crédito específico que veremos. 
 
1. Conceitos Iniciais 
A atividade econômica precisa de muitas variáveis para se desenvolver de maneira eficiente e proveitosa, 
por exemplo, as atividades devem ter como característica a rapidez, a segurança e o crédito. Os negócios 
devem acontecer de maneira rápida, pois todas as coisas estão muito dinâmicas e se a atividade econômica 
não for célere tende ao fracasso. A segurança da atividade tem a ver com o fomento ao desenvolvimento e 
ao empreendedorismo, sabemos que toda atividade econômica é feita com o risco inerente, porém, cabe ao 
ordenamento jurídico proporcionar à sociedade o amparo legal para dirimir essas circunstâncias, 
proporcionando, na medida do possível, a segurança jurídica adequada ao desenvolvimento da atividade 
econômica. Por último, e que é um fator fundamental para a economia, temos o crédito que proporciona a 
circulação da riqueza e a maior quantidade de negócios a serem feitos em função de negociações 
celebradas hoje a serem quitadas no futuro, com base na confiança. O crédito trata da movimentação de 
valores futuros e da confiança de que o crédito será quitado. O crédito é algo essencial para o 
desenvolvimento de qualquer economia. É nesse contexto que entram os títulos de crédito. Eles são 
instrumentos fundamentais para o desenvolvimento da atividade econômica, uma vez que proporcionam 
aos agentes da economia a possibilidade com mais facilidade da circulação de riqueza, com alta 
negociabilidade e com boa margem de segurança jurídica do pagamento do título em função das ferramentas 
legais que circundam os títulos de crédito e que aprenderemos a seguir. 
Dentro do Direito Empresarial temos um ramo de estudo específico que é o chamado Direito Cambiário, 
onde estudamos os títulos de crédito. Veja, Direito Cambiário porque os títulos de crédito são documentos 
feitos para serem cambiados, ou seja, trocados, circulados, com o fim de fazer a riqueza circular. Há várias 
definições para títulos de crédito, a mais usada é a do italiano Cesare Vivante. Essa reconhecida definição foi 
adotada pelo nosso Código Civil e serve de base para aprendermos o assunto em tela. 
Definição de Títulos de Crédito por Cesar Vivante: 
“Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo 
nele mencionado." 
Já o Código Civil vai dizer: 
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e 
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. 
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(CONSULPLAN/TJ-MG/Notário/2015) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito 
literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. 
Comentário: Reprodução literal da definição de título de crédito prevista no Artigo 887 do CC. 
Gabarito: Correta 
 
 
 
2. Princípios 
Há uma certa divergência doutrinária no que tange aos princípios aplicáveis aos títulos de crédito, vou usar 
como base a posição majoritária e usarei os mesmos critérios utilizados pelas bancas de concurso. 
 
2.1. Cartularidade 
Esse princípio decorre da própria definição do instituto que nos diz que o título é um documento necessário 
ao exercício do direito. Os direitos inerentes aos títulos de crédito serão exercidos com a apresentação do 
título. Quem é o titular de um título de crédito deve exibir o título para satisfazer seus direitos. Então, credor 
que quer cobrar o título deve apresentar ao devedor o documento, assim como quem deseja executar ou 
protestar um título deve apresentar o próprio documento, deve levar o título original para o cartório do 
protesto ou para o juízo na petição inicial da ação de execução, não podendo apresentar cópia simples ou 
autenticada para pleitear os direitos. Se eu quero endossar um título a alguém, ou seja, transferir a 
titularidade do crédito a outra pessoa, além de assinar o título, para findar o endosso, eu preciso entregar o 
papel ao novo dono, pois o papel carrega os direitos inerentes ao direito cambiário. Não adianta o dono do 
título, e também credor, ir até o devedor cobrar o pagamento devido e dizer que esqueceu o título em casa, 
mas que depois traz. Se aceitar essas condições, o devedor corre o risco de pagar e depois aparecer um outro 
credor com o título em mãos e ter que pagar novamente, já que esse último credor é quem tem razão. Por 
isso que dizem que os títulos de crédito são documentos de apresentação. 
O título de crédito é: 
um documento necessário 
ao exercício de um direito 
literal e autônomo que somente produz efeitos quando 
preenche os requisitos da lei 
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Cartularidade é um termo que deriva de “cártula” que quer dizer pedaço de papel. Esse princípio também é 
chamado de incorporação na medida em que o documento, o papel, o título, incorpora em si os direitos 
inerentes ao regime jurídico cambiário. Transferido o título a outro, todos os direitos vão juntos, pois estão 
incorporados ao pedaço de papel. Por esse princípio temos que o direito incorporado ao título pressupõe a 
sua posse legítima. 
Exceções ao princípio da cartularidade: Uma das formas de exceção ao princípio da cartularidade é chamada 
pela doutrina de desmaterialização dos títulos de créditos, que decorre basicamente dos chamados títulos 
eletrônicos ou virtuais. Como exemplo temos as duplicatas virtuais. Outra exceção ao princípio também 
ocorre com as duplicatas, pois podem ser protestadas por um tipo de protesto chamado de protesto por 
indicação, no qual não é apresentado o título original, mas são feitas indicações de que o título realmente 
existe e que há realmente a dívida. Essas exceções não excluem totalmente o princípio em tela, apenas 
mitigam e relativizam sua aplicação nos casos especificados. O Código Civil autoriza a emissão de título de 
crédito em forma eletrônica. Precisamos nos ater a essa regra que vale como regra geral para os títulos. 
Art. 889 - § 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador 
ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os 
requisitos mínimos previstos neste artigo.(CESPE/TJ-RO/Analista/2012) A afirmação de que só quem exibe o título pode pretender a satisfação da 
obrigação nele representada corresponde ao princípio da: 
a) autonomia. 
b) pessoalidade. 
c) literalidade. 
d) representação. 
e) cartularidade. 
Comentário: 
A pessoa que queira cobrar a obrigação prevista no título de crédito deve apresentar esse título, deve exibir 
o título, essa situação é amparada pelo princípio da cartularidade. 
Gabarito: E 
 
2.2. Literalidade 
Vimos que título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal nele mencionado. O 
título representa o direito literal nele expresso. Vale o que está escrito no título. O conteúdo do que está 
escrito no título de crédito é o que define os limites dos direitos e deveres inerentes ao título. Desde o 
momento em que a pessoa tem o título em mãos é possível conhecer a natureza, o conteúdo, os devedores, 
as garantias, os avais, o vencimento, o local do pagamento, o local de emissão, os endossantes da cadeia de 
endossos, o valor e o tipo de título, pois, todas essas informações devem estar expressas no título de crédito 
de modo que o princípio da literalidade dá ao titular do título a certeza do quanto vale e dos direitos do 
título. Apenas o que está escrito no título de crédito deve produzir os efeitos jurídicos devidos. 
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O credor não pode exigir dos devedores do título mais do que está previsto e o devedor não tem obrigação 
de assumir ou arcar com algo além do que está expresso no título. 
Exemplo: um título emitido com o valor de 200 reais, porém as partes desse negócio combinaram que no 
dia de pagar o título seria feito um acerto de contas e que o devedor deveria pagar só 180 reais, sendo que 
esse acerto não foi escrito no título. O credor desse título passa-o a outra pessoa que passa a ser o titular do 
crédito, no dia de cobrar do devedor o valor devido, o devedor diz que só pagaria 180 em função do acordo 
de cavalheiros feito entre os primeiros negociadores, ele não poderá fazer isso já que o que está escrito no 
título é que ele deve pagar 200. Pelo princípio da literalidade poderá o credor cobrar o valor integral, pois 
assim o direito cambiário lhe garante. 
Por causa desse princípio, basta que o credor leia o que está expressamente escrito no título para ter a real 
noção do que ele está recebendo como crédito. Só não precisa estar escrito no título aquilo que a própria lei 
já estabelece como um direito ou um dever das partes e que não precisa estar contido no título para que 
valha, já que está previsto na lei. Por exemplo, a lei diz que o aval pode ser feito com a simples assinatura 
na frente do título, então, mesmo que o assinante não escreva a palavra “aval”, sabe-se que, se um estranho 
assinou na frente do título, é por que ele está avalizando o título sem que isso conste expressamente no 
título. 
(FCC/SEFAZ-PE/Julgador Tributário/2015) Nos títulos de crédito, ensina-se que o devedor não é obrigado a 
mais, nem o credor pode querer outros direitos, que não aqueles declarados só expressamente no título. 
Esta lição refere-se aos efeitos da 
a) literalidade. 
b) autonomia. 
c) abstração. 
d) incorporação. 
e) causalidade. 
Comentário: 
Vimos que essa é uma boa descrição do alcance trazido pelo princípio da literalidade. 
Gabarito: A 
 
2.3. Autonomia 
Mais uma vez a definição de título de crédito traz em seu bojo o princípio citado. Título de crédito é um 
documento necessário ao exercício do direito autônomo nele contido. Esse é considerado o principal 
princípio, inclusive é o princípio que nos faz compreender melhor as características inerentes aos títulos de 
crédito. O princípio da autonomia nos diz que as relações jurídicas de um título de crédito são autônomas 
e independentes entre si. Aprenderemos que um título de crédito comporta diversas relações jurídicas 
diferentes. Existe a relação entre quem emite o título e a quem ele é endereçado, a relação jurídica entre o 
avalista e o devedor, entre o avalista e o credor, existe ainda a hipótese de um título ser emitido por uma 
pessoa e ser aceito por outra pessoa diferente, como na letra de câmbio. 
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Temos também as relações jurídicas que surgem quando o título entra em circulação por meio do endosso 
em que há a troca de titularidade de credor do título, onde o título pode ser endossado a uma pessoa que 
depois pode endossar a outra que pode endossar a outra, seguindo assim sem um limite definido em lei, 
acontecendo o que se chama de cadeia de endossos, esses endossantes também podem ter avalistas. Repare 
que há várias relações jurídicas envolvendo várias pessoas diferentes que podem surgir com a emissão e a 
circularização de um título de crédito. De acordo com o princípio da autonomia cada relação jurídica dessas 
é autônoma em relação a outra. Então, se algum desses vínculos obrigacionais estiver eivado de vício, não 
há que se falar em anulação ou influência desse vício nas outras relações, claro que isso só vale se esse vício 
não for um vício que faça parte do título como os vícios formais. 
Exemplo: Digamos que uma nota promissória foi emitida para pagar parte da compra de um carro de uma 
outra pessoa. O negócio original é a compra e venda de um carro, só que na hora de receber o carro o 
comprador não tinha o dinheiro todo, deu uma entrada em dinheiro e emitiu uma nota promissória que é 
um título de crédito em que ele promete que pagará a quantia ali do título no dia do vencimento. O vendedor 
do carro entrega o carro e recebe a nota promissória. A nota somente vencerá daqui a alguns dias, porém, o 
vendedor do carro que está com a nota em mãos, e é o credor dessa nota, está querendo comprar um celular, 
ele vai a outra pessoa e compra o celular dessa terceira pessoa que aceita receber na negociação a nota 
promissória, mas pede que seja feita alguma garantia para reforçar o crédito, então, eles arrumam uma 
quarta pessoa que será o avalista. Temos aqui a relação entre o emitente da nota, que é o principal devedor 
da nota e o vendedor do carro, temos outra relação entre o credor da nota e o dono do celular, e temos uma 
outra relação entre esses e o avalista. Cada uma dessas relações é autônoma, pois caso o carro tenha sido 
vendido com defeito, estará constatado um vício no negócio da compra e venda do carro, porém, o atual 
possuidor da nota não tem nada a ver com essa relação da compra e venda do carro e poderá cobrar o 
crédito da nota promissória sem nenhum problema. A pessoa que aceita a nota promissória como 
pagamento pelo celular não precisa se preocupar com as relações anteriores a dela, se há vício, e nem com 
quem foi que ocorreu o vício, já que o princípio da autonomia garante a ela os direitos inerentes aos títulos 
de crédito como executividade e poder cobrar a nota em função da natureza autônoma da relação que o fez 
ser o credor final do título. 
É exatamente o princípio da autonomia que enseja a importância que os títulos de crédito têm para a 
rapidez, confiança, segurança e negociabilidade do crédito para o desenvolvimento de uma economia no 
que tange a circulação da riqueza. 
As palavras que nos ajudam a lembrar desse princípio são: relações jurídicas, autônomas, independentes, 
cadeia de endossos, responsabilidades de avalistas autônomas. 
(PUC-PR/TJ-RO/Juiz/2011) Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que 
comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de crédito, não se estendem às 
demais relações abrangidas no mesmo documento. 
Comentário: Como as relações de um título de crédito são autônomas, o vício de uma relação nãocompromete outra relação do mesmo título em função do princípio da autonomia. 
Gabarito: Correta 
 
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2.4. Abstração 
Segundo alguns autores, esse princípio é apenas uma subdivisão do princípio da autonomia e, por isso, 
considerado um subprincípio. Tem banca que também considera assim. Veremos que realmente dá a 
impressão de que ele é uma derivação do princípio da autonomia. Outras bancas têm usado esses princípios 
separadamente, e alguns autores assim o fazem também, então, para facilitar nosso entendimento, fiz essa 
separação também considerando a abstração um princípio por si só. O princípio da abstração consiste em 
que o título de crédito, uma vez posto em circulação, desvincula-se da relação jurídica que deu lhe deu 
origem. 
Não está tratando de todas as relações de um título e nem da independência entre todas as relações que 
podem surgir de um título de crédito, mas apenas da desvinculação entre o título emitido em função de uma 
relação jurídica originária, também chamada de subjancente, e a relação jurídica que deu origem ao título. 
Esse princípio só se aplica quando o título entra em circulação. Ou seja, enquanto o título emitido continuar 
no poder da pessoa que é o credor da relação original, não há desvinculação, mas no momento em que esse 
passa o título a terceiro por endosso, esse título perde o vínculo com a relação original. 
No nosso exemplo: a nota promissória foi emitida para pagar a compra de um carro, a relação jurídica que 
deu origem a emissão do título foi a compra e venda do carro, se o carro estiver com defeito e o título de 
crédito continua na mão do vendedor do carro, não há desvinculação e o vício do carro pode anular o negócio 
jurídico e ensejar o não pagamento pelo devedor, mas se o título for passado a outra pessoa por endosso, e 
essa pessoa nada tem a ver com a relação de compra e venda do carro, que seria o caso do vendedor de 
celular, o princípio da abstração garante que ele não precisará se preocupar com a relação que deu ensejo a 
emissão do título. 
Veja que, enquanto o princípio da autonomia é mais abrangente e envolve todas as relações jurídicas de 
um título de crédito, a abstração é mais específica, pois trata apenas da desvinculação da relação original, a 
relação inicial que fez com que o título fosse emitido. É mais uma garantia às pessoas que negociam riqueza 
e capital com títulos de crédito. As palavras que nos ajudam a lembrar desse princípio são: relação jurídica 
originária ou subjacente, desvinculação, circulação do título. 
(CESPE/IFB/Professor – Direito/2011) De acordo com princípio da abstração, se o título de crédito é posto 
em circulação, ele se desvincula do negócio jurídico subjacente, do qual se originou. 
Comentário: A característica da abstração é a desvinculação do negócio jurídico que deu origem à emissão 
do título quando posto em circulação. Negócio subjacente é o negócio original que vem antes. 
Gabarito: Correta 
 
2.5. Inoponibilidade das Exceções Pessoais aos Terceiros de Boa-fé 
Sei que o “nome” desse princípio é feio, mas sei também que você é capaz de aprender e se acostumar com 
ele. Esse sim é um princípio que, quando adotado por algum autor, é reconhecidamente um subprincípio da 
autonomia. Na verdade, é considerado a faceta processual da autonomia, pois é invocado em algum litígio 
judicial. 
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Uma vez que o princípio da autonomia garante e assegura que as relações jurídicas são autônomas, conclui-
se que o devedor original do título não pode opor (inoponibilidade alegada em juízo) ao portador de boa-fé 
as exceções (defesas) que ele tenha contra o credor original. O devedor deve respeitar o princípio da 
inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. 
Exemplo: lembra do carro vendido e a emissão da nota promissória, depois essa nota foi para o terceiro que 
vende o celular. O carro estava com defeito, então, surgiu uma exceção ao que foi combinado na compra e 
venda inicial, sendo que essa exceção só maculou o negócio jurídico entre o comprador e vendedor do carro, 
é, então, uma exceção pessoal entre esses dois, o vendedor do celular recebeu a nota promissória sem saber 
de nada sobre o defeito do carro e, por isso, ele é considerado um terceiro de boa-fé. Quando o credor do 
título, que é esse terceiro, for cobrar o título, ele deve ser pago pelo devedor em função do que vimos sobre 
a autonomia, porém se mesmo assim o devedor não pagar, o caso poderá ir parar na justiça em sede de 
cobrança da execução do título não pago. O principal devedor e emitente do título vai se opor a pagar o 
título alegando defeito do carro, porém, o cobrador do título e credor final é um terceiro de boa-fé, portanto, 
a exceção pessoal não poderá ser oposta ao terceiro de boa-fé, caberá ao juiz afastar esse argumento do 
devedor e fazer com que seja pago de acordo com a lei, em outras palavras, os títulos de crédito seguem o 
princípio da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. A contrário senso, se o credor do 
título sabia das exceções pessoais, dos vícios, da irregularidade ou da nulidade da relação original e, portanto, 
estava de má-fé, o devedor poderá se opor. A má-fé, nesse caso, não se caracteriza apenas pelo conluio 
entre as partes, mas o simples fato de o credor, que recebeu o título, saber do vício, enseja a não aplicação 
do princípio e a possibilidade de oposição ao pagamento pelo devedor. 
Encontramos a regra que ampara a aplicação desse princípio no Código Civil que vai dizer a mesma coisa 
com as palavras invertidas, dizendo que só pode opor exceção pessoal se o título estiver com um credor de 
má-fé e sabia do vício anterior. 
CC - Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores 
precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o 
título, tiver agido de má-fé. 
E temos a regra na LUG também no que se refere à letra de câmbio. 
LUG - Artigo 17: As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao 
portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os 
portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido 
conscientemente em detrimento do devedor. 
Atente, mais uma vez, que as defesas ou exceções podem ser alegadas quando se tratar de vício de forma 
do título, ou seja, que está aparente, que basta ter o título em mãos para perceber que algo não foi feito de 
acordo com a lei, por exemplo, um cheque que não seja um daqueles papéis impressos pelo banco com as 
formalidades da lei, nesses casos, a alegação para não pagar o título poderá ser válida. 
 
 
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3. Características dos Títulos de Crédito 
 
3.1. Formalismo 
Exatamente por ser um documento, é que podemos dizer que os títulos de crédito possuem a caraterística 
do formalismo, ou seja, são documentos formais que seguem as regras previstas em lei, conforme a própria 
regra legal que nos diz que os títulos de crédito somente produzem efeitos quando preencham os requisitos 
da lei. 
Pela lei, o título de crédito deve seguir o formalismo e seguir as regras da lei. Os títulos de crédito previstos 
em lei são chamados títulos típicos. E os não previstos em lei e que poderiam ser criados por particulares 
seriam os títulos atípicos. É essa discussão sobre a possibilidade de emissão de títulos atípicos que não está 
pacificada na doutrina, em relação ao fato de esses títulos atípicos, ao serememitidos, ficariam ou não 
sujeitos ao direito cambiário. A maioria dos concursos pedem em seu edital as regras gerais previstas no 
Código Civil, além de letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata. Então, iremos aprender, de 
acordo com o seu edital, as regras legais para os títulos de crédito e que estão distribuídos da seguinte 
maneira: 
- Regras Gerais dos Títulos de Crédito - Código Civil – Arts. 887 a 926 
- Letra de Câmbio – Lei Uniforme de Genebra – LUG de 1930 – Incorporada pelo Decreto 57.663/66 – 
Subsidiariamente Decreto 2.044 de 1908. 
- Nota Promissória - Lei Uniforme de Genebra – LUG de 1930 – Incorporada pelo Decreto 57.663/66 – 
Subsidiariamente Decreto 2.044 de 1908. 
Autonomia 
Literalidade 
Princípios dos Títulos de Crédito 
Cartularidade 
Abstração 
Inoponibilidade das Exceções Pessoais aos Terceiros de Boa-fé 
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- Duplicata – Lei das Duplicatas – Lei 5.474 de 1968 
- Cheque – Lei dos Cheques – Lei 7.357 de 1985 
- Conhecimento de Depósito e Warrant – Decreto 1.102 de 1903 
- Cédulas de Crédito e Notas de Crédito que podem ser Rural, Imobiliário, Industrial, Comercial, Exportação 
e Bancário e Letras de Crédito. 
As regras previstas no Código Civil são usadas como regras gerais para os títulos de crédito e também podem 
ser usadas nos casos em que a lei específica for omissa, ou fazer uma aplicação subsidiária dos títulos que 
possuem leis próprias. 
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo 
disposto neste Código. 
 
3.2. Bem Móvel 
Os títulos de crédito são considerados bens móveis e sujeitos aos regimes aplicáveis aos bens móveis como 
a posse, a propriedade e transferem-se pelo endosso seguido da tradição, que é a entrega do documento. 
 
3.3. Obrigação Quesível 
Também chamada de “quérable”. É a obrigação em que o credor deve se dirigir ao devedor para receber o 
crédito devido. O título de crédito é uma obrigação quesível, em regra, o credor de um título de crédito, deve 
procurar o devedor no vencimento para que pague o valor que está no título. Exemplo: pense em uma nota 
promissória, que pode circular livremente, passando de mão em mão, e essa circulação não precisa ser 
comunicada ao principal devedor emitente da nota. No dia do vencimento, o credor, titular da nota, deve 
procurar o devedor que emitiu a nota para cobrá-la, se fosse o contrário, seria difícil, até porque o devedor 
nem saberia quem é o credor final da nota. A obrigação quesível é diferente ou o contrário de obrigação 
portável. 
 
3.4. Natureza Pró-Solvendo 
Quase sempre o título de crédito surge de algum outro negócio jurídico feito entre as partes que dá origem 
ao título. As obrigações em geral podem ser classificadas como pró-soluto ou pró-solvendo. Pró-soluto é 
aquela obrigação que se extingue desde o momento em que é feita a negociação, ocorre a quitação. A regra 
é a de que os títulos de crédito são pró-solvendo, ou seja, a entrega do título não caracteriza a extinção da 
obrigação, ficando pendente do pagamento futuro. Porém, as partes podem acordar que um determinado 
título seja emitido pró-soluto. 
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Exemplo: vendo meu celular para você por 500 reais, te dou o celular e você me dá um cheque no valor de 
500 reais, o negócio é definitivo, mas não está quitado, já que o cheque é em regra pró-solvendo e só será 
extinta a obrigação no dia em que os 500 reais virarem dinheiro. Entretanto, posso acordar com você que a 
entrega do cheque é pró-soluto, ou seja, uma vez passado o cheque a obrigação estará quitada. 
 
3.5. Negociabilidade 
Os títulos de crédito podem circular, na verdade eles existem exatamente para proporcionar a circulação de 
riqueza. Essa característica é bem entendida depois que aprendemos os princípios da autonomia e abstração. 
Você precisa saber que os títulos podem ser emitidos e o credor que tem ele em mãos pode passar para 
outra pessoa, que se torna o credor e essa pessoa pode passar para outro, e por causa das características e 
dos princípios inerentes aos títulos, haverá uma boa segurança jurídica do credor que receber esse título, 
quanto a liquidez e certeza do título e com uma boa dose de garantia de que o título será pago. A circulação 
do título é feita de maneira fácil e é protegida pelo nosso ordenamento jurídico. É a tal cambiaridade, por 
facilitar e dar mais segurança a transferência do título e do respectivo credor. Os títulos de crédito são 
negociáveis e servem de importante instrumento de troca de valores. Exemplo: eu devo a um amigo 150 
reais e não tenho dinheiro para pagar, mas tenho em mãos uma letra de câmbio na qual eu sou o credor e 
que vencerá em dois dias no valor de 150 reais, posso negociar com meu amigo o endosso dessa letra a ele, 
que passa a ser o credor da letra e, no dia do vencimento, poderá cobrar os 150 do principal devedor da 
letra. A riqueza circulou por meio do título de crédito. 
 
3.6. Executividade 
O titular do crédito de um título de crédito possui em mãos um documento com um direito próprio, líquido 
e certo consignado no documento. Então, se o devedor não cumprir sua obrigação prevista no título de 
pagar determina quantia no dia especificado e a pessoa devida, esse título poderá ser executado, pois está, 
de acordo com a lei, revestido de executividade inerente. Geralmente, uma pessoa que queira cobrar alguma 
obrigação de outra pessoa, quando não cumprida, deve entrar com uma ação na justiça chamada ação de 
conhecimento. Essa ação de conhecimento serve para que um juiz sentencie e dê força executiva à essa 
dívida. Porém, quando estivermos falando de um título de crédito não pago, não será necessário que o 
credor entre com uma ação de conhecimento, o credor poderá se valer dessa característica de executividade 
e protocolar diretamente uma ação de execução do título, o que proporciona ao credor uma maior 
celeridade no recebimento do valor devido e uma maior segurança de negociação dos títulos no mercado. 
Os títulos de crédito são títulos executivos extrajudiciais. 
Novo Código de Processo Civil - Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-
á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
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(ESAF/PGFN/Procurador/2015) Os títulos de crédito são documentos representativos de obrigações 
pecuniárias ─ de origem cambial ou extracambial ─ e, como regra, têm natureza “pro soluto”. 
Comentário: Vimos que a regra é que os títulos de crédito têm natureza pró-solvendo. 
Gabarito: Errada 
 
 
 
4. Classificação 
Veremos as classificações feitas pela doutrina em relação aos títulos de crédito. Essas divisões têm um bom 
efeito didático, já que, em todas elas, vamos dar exemplos de quais títulos se encaixam em cada uma das 
classificações, o que permitirá uma melhor identificação quando entrarmos nos títulos em espécie. Essa 
classificação não segue uma pacificação pelos doutrinadores, pois há algumas divergências, então, usarei 
aqui a mais aceita e, claro, o que mais comumente é cobrado nos concursos públicos. 
 
4.1. Quanto ao Modelo 
- livres 
- vinculados 
CARACTERÍSTICAS 
DOS TÍTULOS DE 
CRÉDITO 
Executividade 
Negociabilidade 
Natureza 
Pró-solvendo 
Formalismo 
Bem móvel 
Obrigação 
Quesível 
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Os títulos de crédito podem ser de modelo livre ou de modelo vinculado. Os títulos de modelo vinculados 
são os que devem seguir os requisitos previstos em lei e, ainda, devem ser feitos de acordo com um padrão, 
um modelo estabelecido. Títulos como o cheque e a duplicata são excelentes exemplos, já que só podem 
ser emitidos de acordo com o padrão estipulado pelo Conselho Monetário Nacional, só pode ser cheque 
aquele papel fornecido pelo banco, esses são os títulos de modelo vinculado. 
Os títulos de modelo livre são os que devem seguir os requisitos mínimos previsto na lei, mas que não existe 
um padrão definido de como deve ser esse título. Exemplo são as notas promissórias e as letras de câmbio. 
A nota promissória deve ter o nome “nota promissória” por lei, mas aquele modelo vendido na papelaria é 
apenas um exemplo, você pode agora, criar uma nota promissória no seu computador, já que ela é um tipo 
de título de modelo livre, basta que você veja os requisitos exigidos por lei que caracterizam que um 
determinado pedaço de papel será considerado uma nota promissória. Esses são títulos de modelo livre, já 
que não há um padrão definido e seu emitente tem essa liberdade. 
 
4.2. Quanto à Estrutura 
- ordem de pagamento 
- promessa de pagamento 
Ordem de pagamento é um tipo de estrutura do título que enseja três relações jurídicas diferentes. O 
emitente do título é a pessoa que dá a ordem, essa ordem é direcionada para que outra pessoa pague o que 
está no título e temos o beneficiário que é o principal credor que deve receber o valor do título. Quem emite 
o título e dá a ordem é chamado de SACADOR, quem deve pagar o título e que é a pessoa que recebe a 
ordem é o SACADO, e o principal credor é chamado de TOMADOR. São exemplos de ordem de pagamento 
o cheque, a duplicata e a letra de câmbio. Pense em um cheque emitido em que a pessoa que assina o cheque 
é o sacador e dá a ordem de pagamento para que o banco, sacado, cumpra essa ordem e pague o valor 
devido no cheque a esse credor, tomador. A promessa de pagamento é uma estrutura em que o título 
consiste em uma promessa feita pelo próprio emitente que pagará o valor devido ao beneficiário. Temos 
nesses títulos duas figuras, a do promitente e a do beneficiário. O promitente é o sacador e quem promete 
pagar, o beneficiário é o tomador e principal credor do título. Exemplo é a nota promissória e, também, as 
cédulas de crédito. 
 
4.3. Quanto à Forma de Circulação ou de Transferência 
- ao portador 
- nominativos 
- nominais à ordem 
- nominais não à ordem 
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Analisamos, agora, os títulos quanto a maneira com que eles trocam de mãos, ou seja, como eles podem ser 
classificados de acordo com a circulação, já que há diferentes maneiras de um título passar de um para outro 
credor, chamando essa troca de circulação. 
Os títulos podem ser ao portador. Na verdade, é um tipo de título que caiu em desuso em função da pouca 
segurança. Não há, nesses tipos de título, a identificação de quem é o titular do crédito, então, o titular do 
crédito do título ao portador será a pessoa que estiver portando o título. Circulam por tradição, pela entrega 
do documento a outra pessoa. Passou o título, passa a titularidade do crédito. Nenhum dos títulos estudados 
são ao portador, mas há previsão no Código Civil para esses tipos de títulos, vamos ver essas regras do código 
oportunamente. 
Os títulos de créditos são nominativos quando é possível identificar a pessoa titular do crédito, mas essa 
identificação fica registrada nos livros de controles do emitente do título. A pessoa que emite o título vai lá 
no livro de registros ou em outro tipo de registro e coloca lá o nome do credor. Se esse credor quiser 
transferir o título a outra pessoa tem que fazer essa alteração no registro do emitente, geralmente, tendo 
que ter a assinatura de quem passa o título e a assinatura de quem assume o título. Além, é claro, da entrega 
do título. 
Títulos nominais são títulos que possuem o nome de seu titular ou do seu credor no próprio título, isso faz 
com que sejam nominais, palavra que deriva de nome. Identificam expressamente o seu titular. Títulos 
nominais à ordem têm como característica a sua transferência por meio do endosso. Veremos ainda o que 
é o endosso, mas saiba que o título nominal à ordem é a regra no nosso ordenamento. Letra de câmbio, 
nota promissória, cheque e duplicata são títulos nominais à ordem, pois essa é a regra, e, por isso, a sua 
transferência, de uma pessoa para outra, se dará por meio do endosso, que é a assinatura do titular, 
passando o título de crédito para outra pessoa. 
Títulos nominais não à ordem são em regra feitos para não circularem e, por isso, a sua transferência se dá 
por meio da cessão civil de crédito, o que acarreta algumas diferenças em relação à transferência por 
endosso. A cessão civil de crédito é a forma de transferência dos títulos de crédito não à ordem e não 
transferem todos os direitos inerentes ao título, além de serem regidos pelas regras do direito civil quanto a 
cessão de crédito e não são regidos pelas regras do endosso que segue o direito empresarial. Como são 
títulos nominais, concluímos que o nome do titular está no título, mas tem uma cláusula expressa dizendo 
“não à ordem” e por isso deixa de seguir a regra do endosso e passa a seguir a regra da cessão civil de crédito. 
Observação: Os títulos “à ordem” podem ser transformados em “não à ordem” pela inclusão da cláusula 
“não à ordem” no próprio título. 
 
4.4. Quanto à Hipótese de Emissão 
- causais 
- abstratos 
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Os títulos de crédito podem ser causais ou abstratos. Essa classificação tem relação com o motivo que 
ocasionou a emissão do título. Essa é uma parte da matéria que não tem um entendimento pacífico por 
parte dos doutrinadores e é preciso entendermos o que as bancas cobram sobre isso. Os títulos causais são 
os que só podem ser emitidos quando acontece o motivo previsto em lei. Há uma causa que enseja a emissão 
do título e, por lei, o título só poderá ser emitido quando essa causa acontecer. Exemplo desse tipo de título 
é a duplicata. A duplicata só pode ser emitida quando ocorrer compra e venda mercantil ou a prestação de 
serviços, nenhum outro motivo, ou nenhuma outra causa pode ensejar a emissão da duplicata. Então, é o 
tipo de título que tem uma causa para ser emitido. Há uma relação entre o título e o negócio que lhe deu 
origem. Os títulos abstratos são os que não dependem de nenhuma causa ou motivo específico para serem 
emitidos. Podem ser emitidos em qualquer hipótese, já que a lei não exige determinado título. Exemplo de 
títulos com hipótese de emissão abstrata ou não causais são os cheques, as notas promissórias e as letras de 
câmbio. Eu posso emitir um cheque para comprar um carro, ou pagar uma dívida, ou para pagar o almoço, 
ou para dar a alguém, ou até mesmo para uma compra venda mercantil. Entenda, na compra e venda 
mercantil não há obrigatoriedade de emissão de duplicata, é possível o pagamento de uma compra e venda 
por todos os meios admitidos no direito, o pensamento é inverso, eu só posso emitir a duplicata para uma 
operação de compra e venda mercantil. 
Observação: Existe uma certa divergência doutrinária quanto ao entendimento sobre a abstração como 
princípio, em que o título de crédito se desvincula do negócio que lhe deu origem, e a abstração como 
classificação do título de crédito. Alguns autores entendem que os títulos causais não são abstratos e, por 
isso, não se sujeitam ao princípioda abstração e sempre vão circular associados ao negócio de origem. 
Enquanto outros entendem que o princípio da abstração é aplicado a todos os títulos, inclusive os que se 
classificam como causais, já que mesmo havendo uma ligação entre o negócio de origem e o título, eles 
perdem essa ligação no momento que circulam. Vamos ficar com esse segundo entendimento, já que a 
maioria das bancas têm pensado assim também. Portanto, não confunda princípio da abstração com títulos 
classificados como abstratos quanto a hipótese de emissão. Os tribunais também têm se posicionado no 
sentido de aplicar o princípio da abstração a todos os títulos, inclusive os causais como as duplicatas. 
(CESPE/PGE-BA/Procurador/2014) A duplicata é um título causal, emitido exclusivamente com vínculo a um 
processo de compra e venda mercantil ou a um contrato de prestação de serviços e, por isso, é considerada 
um título cambiforme, ao qual não se aplica o princípio da abstração. 
Comentário: A duplicata é um título classificado como causal, já que há, inicialmente, um vínculo entre o 
negócio e o título, mas, mesmo os títulos causais, estão sujeitos aos princípios cambiais, e por isso até a esses 
será aplicado o princípio da abstração. 
Gabarito: Errada 
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ATOS CAMBIÁRIOS 
A situação ideal de um título de crédito seria aquela em que uma pessoa emite o título e no dia do 
vencimento esse título é pago, mas sabemos que no mundo real não é tão simples assim. O legislador, então, 
precisou estipular regras de atos que derivam do título, e que podem ocorrer e acontecer ao longo da 
existência de um título. São atos que estipulam direitos e obrigações e que acarretam situações jurídicas 
para os envolvidos. Veremos mais para frente os títulos em espécie e os atos aplicáveis a cada título 
especificamente, mas acho bem interessante que, nesse momento, possamos ter uma visão geral em relação 
a cada ato cambiário. 
Exemplo: veremos agora o que é o endosso e suas características, porém quando estudarmos cheque, 
aprenderemos especificamente sobre as regras do endosso aplicáveis ao cheque. 
 
Classificação 
dos Títulos de 
Crédito 
Quanto ao modelo 
Quanto à estrutura 
Quanto à Forma de 
Circulação ou de 
Transferência 
Quanto à Hipótese de 
Emissão 
Livres 
Vinculados 
Ordem de pagamento 
Promessa de pagamento 
Ao portador 
Nominativos 
Nominais à ordem 
Nominais não à ordem 
Abstratos 
Causais 
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1. Saque 
Saque é a emissão do título, é a criação do título, e o ato que faz nascer o título. Assim como no jogo de 
tênis ou de vôlei, o saque dá início ao ponto e coloca a bola em jogo, o saque no título de crédito dá início a 
uma relação jurídica e coloca o título em “jogo”. O título de crédito é um ato unilateral, pois é feito, 
preenchido e assinado por uma única pessoa. Diferente de um contrato onde a relação jurídica se estabelece 
pela vontade das partes e suas respectivas assinaturas, no título de crédito, no momento da criação, apenas 
a pessoa que faz o saque é quem assina o título. Os outros atos cambiários também ensejam o surgimento 
de novas relações jurídicas. Essa emissão, esse saque, em regra, fazem surgir algumas relações jurídicas 
específicas. No saque temos o sacador, o sacado e o tomador. O sacador é quem faz o saque, ou seja, a 
pessoa que emite o título e assina como emitente e é quem dá a ordem para que o título seja pago pelo 
sacado. Sacado é quem recebe a ordem para efetuar o pagamento. Tomador é o beneficiário, o credor desse 
título. A letra de câmbio, por ser uma ordem de pagamento, segue essa sistemática. Quem saca ou emite a 
letra é o sacador, não é o principal devedor, mas responde pelo pagamento da letra. O sacado será o 
destinatário da ordem e aceitando a ordem será o principal devedor. O tomador é o credor da letra. Na nota 
promissória o saque é feito pelo próprio principal devedor, ele faz uma promessa ao tomador que pagará o 
título de acordo com os dizeres da própria nota. Aqui não temos sacado já que é uma promessa de 
pagamento e não uma ordem. No cheque o sacador é a pessoa que emite e assina o cheque, o sacado, a 
quem a ordem é direcionada, é o banco e o tomador é o credor que consta no cheque. O sacador é o principal 
responsável e devedor no caso do cheque, o banco não tem responsabilidade sobre o pagamento do cheque 
se o devedor não tiver fundos na conta do banco. No cheque o termo “saque” é empregado de maneira 
diferente, saque no cheque é o ato de ir ao banco e retirar o dinheiro. Na duplicata o saque é feito pelo 
próprio credor. As partes fazem um determinado negócio jurídico que ensejará a emissão da duplicata. O 
próprio credor emite a duplicata e manda para o devedor aceitar, devolver e, no dia devido, pagar. O saque 
da duplicata é a emissão da duplicata. Familiarize-se com os termos saque, sacador, sacado e tomador, pois 
serão importantes para o aprendizado da matéria. 
 
2. Aceite 
O título é emitido pelo sacador, mas nesse momento, o sacado, ou seja, a pessoa a quem a ordem é 
endereçada, ainda nem sabe da existência do título. Então, no momento que o título é emitido, o sacado 
ainda não tem nenhuma obrigação. O aceite é ato em que o sacado se compromete a pagar o título. O 
sacador emite o título e entrega ao credor, o credor leva esse título até o sacado para que esse sacado 
coloque a sua assinatura no título dizendo que aceita pagar a ordem, o sacado, então, aceita e devolve o 
título ao credor. Nesse momento, ele passa a ser o principal devedor do título. Aceite, portanto, é a 
declaração de vontade do sacado, assumindo o compromisso de cumprir o que está estipulado no título. O 
aceite caracteriza-se pela assinatura do aceitante no próprio título. 
Na letra de câmbio o aceite é facultativo. O sacado é o aceitante e no momento que assina, ele se obriga a 
efetuar o pagamento no vencimento ao credor. Se ele não aceitar, o credor pode voltar ao sacador e cobrar 
o pagamento. Na nota promissória não se fala em aceite já que o próprio emitente do título será o principal 
devedor, então, quem assina o título já tem o compromisso de pagar, pois fez essa promessa. 
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No cheque não existe o aceite, já que o banco não tem que se responsabilizar pelo pagamento se o emitente 
do cheque não tiver fundos disponíveis cobrir o valor do cheque, então, o principal devedor do cheque é o 
próprio emitente também. Na duplicata o aceite é obrigatório, pois, pela lei, deve ser assim, a não ser que 
aconteça alguma das situações previstas em lei que permita ao devedor a não aceitação da duplicata. 
Nos casos em que o aceite é facultativo ele pode ser recusado, já que o sacado não é obrigado e essa recusa 
pode ser feita sem um motivo específico, quando o aceite é obrigatório, a recusa ao aceite deve ser 
devidamente motivada por alguma das causas previstas na lei. O aceite pode ser aceito parcialmente ou 
aceito com modificações das cláusulas do título, essa situação de aceite é considerada uma recusa parcial 
do aceite. A recusa do aceite faz com que o vencimento do título seja antecipado. 
 
3. Endosso 
 
3.1. Definição 
O endosso é um dos atos cambiários mais importantes, pois ele permite a circulação do título e faz surgir 
novas relações jurídicas. O endosso é o ato cambiário que transmite a titularidade do título de crédito à 
ordem. O endosso é a forma própria, prevista em lei, para a transferência do título de crédito à ordem de 
uma pessoa para outra.O endosso é a transferência de propriedade de um título. O credor do título transfere 
a outra pessoa com todos os direitos inerentes ao título de crédito. O endosso ocorre com a assinatura do 
credor no título e depois de assinar ele entrega o título. A pessoa que faz o endosso e passa o título é 
chamada de endossante e a pessoa que recebe o endosso e passa a ser o novo credor do título é chamada 
de endossatário. O endosso, ato sujeito às regras do direito cambiário, quando feito, produz alguns efeitos. 
O primeiro e mais importante é a transmissão do título, do crédito, juntamente com todos os direitos 
inerentes. Tem também o efeito de que o endossante passa a ser responsável pelo pagamento do título, 
nos casos em que o principal devedor não o fizer. O endossante passa a ser codevedor do título ou 
coobrigado. Então, quem passa o título por endosso pode ser responsabilizado pelo pagamento do título. 
Muita atenção, pois essa é a regra de responsabilidade do endossante prevista em todas as legislações 
especiais de título de crédito, menos no Código Civil que prevê algo diferente, aprenderemos. 
Imagina agora uma cadeia de endossos, onde o credor de um título faz um endosso, esse que recebe o título 
endossa para outro, que endossa para outro, que endossa para outro. Todos os endossantes são 
corresponsáveis pelo pagamento do título no caso em que o devedor principal não pague. Cada endossante 
tem uma responsabilidade independente e autônoma do outro endossante. Se o devedor principal não 
pagar, o credor final pode cobrar de qualquer endossante, sendo que os endossantes posteriores na cadeia 
de endossos podem cobrar em regresso dos endossantes anteriores. De modo que, se o primeiro endossante 
pagar o valor devido, ele só poderá cobrar em regresso do principal devedor. Se o último endossante pagar 
ele pode cobrar a dívida em regresso de qualquer endossante antes dele na cadeia. 
 
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3.2. Assinatura 
Em regra, o endosso é feito na parte de trás do título, mas é possível também que o endosso seja feito na 
parte da frente. Se a assinatura do endossante for no verso do título, fica caracterizado o endosso, desde 
que essa assinatura seja do titular do crédito, mesmo que não escreva nada que se trata de um endosso. Se 
a assinatura for no anverso (frente), será necessário que se escreva que é um endosso. 
 
3.3. Endosso X Cessão Civil de Crédito 
O endosso é o ato cambiário feito nos títulos de crédito à ordem. Os principais títulos de crédito brasileiro 
são títulos à ordem. A nota promissória, a letra de câmbio, o cheque e a duplicata são títulos de crédito à 
ordem e circulam por meio de endosso. Os títulos não à ordem circulam por meio de outro instituto que á a 
cessão civil de crédito. Pode, um título de crédito à ordem, ser transformado em um título não à ordem, 
quando o titular do crédito, antes de transferir, coloca expressamente a cláusula “não à ordem” no título, ou 
escreve alguma coisa dizendo que proíbe um novo endosso como “não endossável” ou “não transferível”. 
Nesses casos, o título pode até circular, mas essa transmissão será feita, não mais pelo endosso, e sim pela 
cessão civil de crédito. É interessante que você entenda a diferença entre o endosso e a cessão civil de 
crédito. 
O endosso é aplicável no direito cambiário e a cessão no direito civil. O endosso transfere todos os direitos 
inerentes ao regime jurídico cambiário, como a responsabilidade pelo pagamento, o direito de regresso 
contra os endossantes anteriores, a cobrança do avalista, a autonomia, a desvinculação com o negócio 
jurídico que deu origem ao título e a o fato de não poder invocar a exceção pessoal contra o credor de boa-
fé. 
Já a transferência pela cessão civil não carrega esses direitos, o cedente não responde pelo pagamento do 
título, o cedente responde apenas com a existência do débito, mas não pelo seu pagamento. Portanto, o 
endossatário tem um crédito bem mais seguro do que o cessionário. Os títulos de crédito não à ordem são 
transmitidos pela cessão civil de crédito. 
 
3.4. Endosso Sem Garantia 
Assim como é possível acrescentar a cláusula “não à ordem” ou a cláusula “proibido novo endosso”, é 
possível também que o endossante insira no título a cláusula “sem garantia”, isso faz com que ele não seja 
responsável pelo pagamento do título deixando de ser codevedor do título. Então, quem endossa, mas, antes 
de endossar, escreve no próprio título que não garante o pagamento, deixa de ser corresponsável ou 
coobrigado pelo pagamento do título. 
 
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3.5. Endosso em Branco e em Preto 
O endosso pode ser em branco ou em preto. O endosso em branco é aquele em que o endossante assina o 
título, mas não coloca o nome de ninguém como endossatário, ou seja, o campo “endossatário” fica em 
branco. Endosso em branco é o que não identifica o seu beneficiário. Quando isso acontece, a pessoa que 
tem o título em mãos se torna o portador do título e credor, já que o título passa a ser um título ao portador. 
Esse portador pode até repassar esse título a outra pessoa por simples tradição. O endosso em preto é 
aquele em que o nome do endossatário, pessoa que recebe o título, consta expressamente no título. 
 
3.6. Endosso Parcial 
As legislações sobre endosso proíbem o endosso parcial, já que ficaria bem complicado passar apenas parte 
do crédito a outra pessoa, em função do princípio da cartularidade. O endosso condicional também é 
proibido. Não há um limite estabelecido na lei para a quantidade de endosso. Concluindo, não pode ser feito 
endosso parcial, pois será considerado nulo; o endosso não pode ser feito sob condição já que deve ser 
puro e simples; não há limite para número de endossos em um mesmo título. 
 
3.7. Endosso Impróprio 
O endosso próprio é o que acabamos de aprender, é o que transfere e transmite todos os direitos inerentes 
ao título, inclusive o de ser titular do crédito, além de cobrar o devedor. O endosso impróprio é diferente, já 
que é um tipo de endosso que faz com que o título troque de mãos, mas não é transferido todos os direitos 
do título. Quem recebe um título por endosso impróprio não é o titular do direito, mas tem a posse do título. 
Serve para legitimar a posse do título sem transferir o direito creditício. O endosso impróprio serve para as 
situações em que não se quer transferir o crédito, mas a pessoa que tem o título em mãos não é o 
beneficiário e titular, e esse endosso servirá para dar legitimidade a posse do título por essa pessoa, para 
que possa exercer alguns dos direitos que esse tipo de endosso vai proporcionar e que estão previstos na lei. 
O primeiro endosso impróprio é o endosso mandato. Só lembrar que mandato é feito por meio de 
procuração, ou seja, podemos dizer endosso procuração. O endosso mandato é aquele em que o titular do 
título de crédito assina o título dando poderes a outra pessoa para cobrar o valor devido no título do principal 
devedor. Pense no caso em que o dono do título não poderá ir até o devedor no dia do vencimento para 
cobrar o valor devido, então, é feito um endosso mandato para que seja possível entregar o título a outra 
pessoa, que, de posse do título e com o nome no endosso, possa cobrar o valor devido. Geralmente é feito 
assim: “pague-se, por procuração, a Fulano...” ou “valor a cobrar”, ou “para cobrança”. Muito usado para 
transferência do título ao banco, para que esse cobre o valor devido do principal devedor. Os bancos de 
posse de um título que receberam por endosso mandato vão usar todos os direitos permitidos para cobrar 
o valor devido. Se o devedor principal não pagar ao banco que tem o títuloe recebeu esse título por endosso 
mandato, o banco pode protestar. Essa situação de cobrança de bancos gerou muito problemas, pois muitos 
bancos excederam os poderes que tinham e várias ações chegaram ao STJ que sumulou o entendimento que 
vamos explicar agora. 
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Imagina que na verdade uma duplicata foi emitida com problemas ou foi um título indevido, ou ainda, que 
o protesto feito foi indevidamente, pelo fato de o título já ter sido pago. Nesses casos, o credor do título 
responderá pelos danos sofridos pelo devedor, principalmente nos casos de protesto indevido. Só que se o 
banco não tem conhecimento que o crédito é indevido, ele não pode ser responsabilizado. O STJ já entendeu 
que nos casos em que o banco, ou qualquer endossatário de endosso mandato, protestem um título, mas 
depois esse protesto for constatado indevido, não cabe responsabilidade a esse endossatário. Claro que, não 
cabe responsabilidade se o banco que protestou não sabia que se tratava de um protesto indevido, se o 
banco souber que o título já foi pago e mesmo assim protestar, caberá sim a sua responsabilidade também. 
Ou seja, o endossatário de um título por endosso mandato só responde pelos danos causados por um 
protesto indevido se extrapolar os poderes conferidos pelo mandante ou pela lei. 
Súmula 476 do STJ: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde 
por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”. 
O outro endosso impróprio é o endosso caução. Ou endosso garantia, ou ainda endosso pignoratício. É o 
endosso passado a uma pessoa como forma de transferir o título em garantia a algum empréstimo. A pessoa 
tem um título de crédito, pega um dinheiro emprestado com outra pessoa, quem empresta quer uma 
garantia para conceder esse empréstimo, e o dono do título entrega o título, mas a simples tradição do título 
não seria suficiente, então, coloca-se um endosso penhor no título que fica na posse de quem emprestou o 
dinheiro como garantia pelo pagamento da dívida. Esse endosso se escreve: “pague-se, por garantia, a 
Beltrano...” ou “valor em garantia” ou “em penhor” ou “por caução”. É apenas uma maneira de se constituir 
um penhor sobre o documento, é um tipo de endosso que transfere a posse do título como garantia de 
alguma obrigação. As pessoas que possuem um título por endosso impróprio não podem transferir o título 
a outra pessoa, só podem usar os direitos e poderes transferidos pelo tipo de endosso que lhes é passado. 
 
3.8. Endosso Póstumo ou Tardio 
É o endosso feito após o protesto do título ou após o prazo para protestar. Ou seja, é um endosso que 
caracteriza uma transferência de um crédito “ruim”, feito muito tarde. A lei permite que esse tipo de endosso 
seja feito, mas ele não terá os mesmos efeitos que um endosso normal, pois foi feito fora do tempo e, por 
isso, sofrerá as consequências de ser considerado uma cessão civil de crédito. Não confunda com o endosso 
passado após o vencimento do título, esse pode ser feito sem acarretar essas consequências nefastas, o 
endosso após o vencimento do título vale como endosso normal. O endosso para ser chamada de póstumo 
ou tardio, como gosta a doutrina, é o que é feito após o título já estar protestado ou o que é feito após o 
prazo para que o protesto seja feito. 
 
4. Aval 
Aval é uma garantia pessoal dada por terceiro no próprio título. Aval é um ato cambiário em que uma 
pessoa se obriga a pagar o título nas mesmas condições que a pessoa que está sendo por ela garantida. O 
aval é um reforço, uma garantia, dada ao credor para que o título seja pago. 
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Visualize uma situação em que o credor do título de crédito não confia no devedor ou acha que o devedor 
talvez não tenha condição de pagar o título, esse credor pode pedir uma garantia, essa garantia é feita pelo 
aval, é uma garantia pessoal, já que uma outra pessoa, que não tem nada a ver com essa relação original, 
passa a fazer parte da relação cambiária. A pessoa que garante o pagamento por meio do aval se chama 
avalista. A pessoa garantida, ou seja, o devedor que recebe a garantia se chama avalizado. O avalizado pode 
ser tanto do principal devedor como pode ser de um endossante que é um codevedor do título. 
Entenda, o aval pode ser dado para garantir o pagamento do sacador, do sacado, do aceitante, ou ainda 
do endossante. O aval é feito por meio de uma assinatura do avalista no próprio título. Essa assinatura pode 
ser feita na frente do título, nesse caso não precisa escrever mais nada, já que a simples assinatura na frente 
do título caracteriza um aval. Um aval pode ser dado com a assinatura no verso também, mas, nesse caso, 
será preciso escrever no título “por aval” ou “bom para aval” ou ainda “por aval de Fulano”. O avalista, ao 
assinar o título, assume uma obrigação autônoma e solidária com seu avalizado em relação ao pagamento 
do título. Ou seja, não há benefício de ordem para a cobrança do título, o credor pode cobrar, no 
vencimento, tanto do credor como do seu avalista. E, mesmo que o devedor principal tenha bens suficientes 
para cobrir tal dívida, ainda assim, o avalista não pode se eximir dessa responsabilidade. Caberá ao avalista 
que pagar o título, ação de regresso contra seu avalizado em caso de pagamento. E é uma obrigação 
autônoma porque a possível anulação da obrigação do devedor principal não anula a obrigação do aval. 
Além de ser uma obrigação que precisa constar no próprio título em função dos outros princípios cambiais. 
É uma obrigação solidária, mas trata-se de uma solidariedade cambiária que difere um pouco da 
solidariedade civil, em função da impossibilidade de cobrança em regresso sobre as pessoas que vieram 
depois na cadeia, é uma solidariedade em que qualquer dos devedores pode ser acionado a pagar o título, 
mas apenas quem vem depois na cadeia pode fazer a cobrança de regresso contra os antecessores. 
Observação: Nas regras específicas de cada legislação é possível um aval parcial, seria o caso em que alguém 
aceita ser garantidor apenas de parte do valor no título. No entanto, o Código Civil proíbe aval parcial. 
O aval quando é feito com o nome da pessoa que será garantida, o avalizado, chama-se aval em preto e não 
gera maiores problemas. Entretanto, há casos em que o aval é feito, mas não se identifica quem é o 
avalizado, pois pode ser o sacador, o sacado, ou algum dos endossantes caso haja uma cadeia de endossos, 
é o aval em branco. A lei define que se o aval for em branco presume-se feito ao sacador na letra de 
câmbio; presume-se ao emitente na nota promissória; ao emitente no cheque e ao sacado na duplicata. 
O aval pode ser sucessivo ou pode ser simultâneo, são duas modalidades diferentes de avais. Aval sucessivo 
é o aval do aval, é um aval feito por uma quarta pessoa garantindo o pagamento sobre o aval do terceiro, 
é o aval do aval. Já o aval simultâneo é aquele em que há mais de um aval para o mesmo devedor, duas 
pessoas diferentes avalizando a mesma pessoa. No Direito Civil há um instituto que também se caracteriza 
por ser uma garantia pessoal dada por terceiros, é a fiança. É preciso entender as diferenças entre eles. 
 
4.1. Aval X Fiança 
O aval é uma garantia do Direito Cambiário e a fiança é uma garantia do Direito Civil. O aval só é usado nas 
obrigações referentes aos títulos de crédito e a fiança pode ser usada nas obrigações contratuais. O aval deve 
ser feito no próprio título enquanto a fiança pode ser feita em ato separado. 
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A obrigação do avalista é autônoma em relação a do avalizado, ou seja, mesmo que nula ou viciada a 
obrigação do devedor, o avalista continua tendo que pagar o título e na fiança a obrigação do fiador não é 
autônoma, é uma obrigação acessória, que depende da obrigação principal, se a principal for nula, a fiança 
também será nula. No aval a responsabilidade é solidária e o avalista responde sem se falar em benefício de 
ordem, e nem ser levantada a questão de o devedor avalizado ter bens, já na fiança o fiador, em regra, invoca 
o benefício de ordem, já que é uma obrigação subsidiária e não solidária, e pode nomear e listar bens do 
devedor principal para pagar a obrigação antes que ele tenha que arcar. Na fiança o benefício de ordem pode 
ser mitigado pelas partes, o que vem acontecendo muito na prática nos contratos de locação de imóveis com 
fiador. 
Observação: Uma regra um tanto quanto controversa é em relação ao aval e a participação do cônjuge no 
aval. A doutrina critica essa regra, estabelece inclusive mecanismos de melhorar a prática dessa regra e o STJ 
já se pronunciou no sentido favorável a essa regra. Não vamos entrar nessa discussão. A regra é que o 
cônjuge não pode fazer um aval sem a autorização do outro cônjuge, só pode apor aval sem precisar pedir 
autorização nos casos de casamento no regime de separação absoluta. 
CC - Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem 
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
III - prestar fiança ou aval; 
 
5. Protesto 
Protesto é um ato praticado pelo credor do título de crédito que, insatisfeito com o descumprimento de 
alguma obrigação no título, leva-o ao cartório, para que seja incorporado ao título a prova de fato relevante 
da relação cambial. Protesto é um ato formal e solene, pois deve ser feito nos parâmetros e exigências 
previstos em lei. É o ato que faz prova a favor do credor em relação a inadimplência e descumprimento de 
obrigação originada em título de crédito. Na verdade, o protesto pode ser usado para outros tipos de títulos, 
documentos e dívidas, mas veremos aqui as questões cambiais do protesto. Mais uma vez, vamos aprender 
as regras gerais do protesto previstas na Lei 9.492 de 1997 que define competência, regulamenta os serviços 
concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida e dá outras providências, e depois, em 
cada título veremos as regras específicas do protesto aplicáveis ao título em espécie. 
A definição da lei sobre o que é protesto é essa: 
Lei 9.492 de 1997 - Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a 
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos 
de dívida. 
Os órgãos e entidades do Poder Público também se utilizam do instrumento do protesto para fazer prova e 
materializar suas cobranças. 
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Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e 
fundações públicas. 
O protesto pode ser feito por falta de aceite, por falta de devolução ou por falta de pagamento. A falta de 
aceite caracteriza-se pela entrega do título ao sacado e esse devolve o título sem aceitar, por não querer ou 
não concordar com os termos do título, esse protesto só pode ser feito até o dia do vencimento do título ou 
do prazo legal para a aceitação. 
A falta de devolução ocorre quando a pessoa que, deveria devolver o título com o aceite, resolve reter o 
título e não o devolve. Por fim, o protesto por falta de pagamento é o mais comum e poderá ser feito sempre 
que o principal devedor não pagar o título no dia do vencimento, já que esse tipo de protesto só pode ser 
feito após o vencimento do título. 
Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução. 
§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da 
obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução. 
§ 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, vedada 
a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na lei cambial. 
O protesto por falta de pagamento é classificado pela doutrina em dois tipos, pode ser obrigatório ou pode 
ser facultativo. Um dos principais efeitos do protesto é a possibilidade de poder cobrar o título dos 
codevedores ou coobrigados, como endossantes e seus avalistas. Se um título não for pago e o credor não 
fizer o protesto no prazo legal, os coobrigados ficam livres de qualquer obrigação. Essa liberação já não 
acontece com o devedor principal que pode ser cobrado mesmo que o título não seja protestado. 
O protesto obrigatório é aquele feito dentro do prazo legal e que dá condão para que seja feita a cobrança 
também dos codevedores, sacador, endossantes e avalistas desses. Ou seja, para que os demais coobrigados 
pelo título sejam demandados, o protesto é requisito fundamental. O protesto preserva o direito de ação 
contra os devedores indiretos. O protesto facultativo é o que é feito fora do prazo legal, e que nem é 
necessário para que se cobre o principal devedor, mas poderá ser feito mesmo assim para dar mais força 
probante na cobrança do título. 
Observação: O prazo para o protesto obrigatório vai variar de acordo com o título. Em relação a letra de 
câmbio e a nota promissória temos a previsão na LUG que dá ao credor dois dias úteis após o vencimento. 
No cheque o prazo é até que se expire o prazo de apresentação ou primeiro dia útil seguinte a esse prazo. 
Nas duplicatas temos um prazo mais largo que é de trinta dias do vencimento. 
Em relação aos efeitos do protesto já falamos sobre o primeiro e mais importante que é a possibilidade de 
poder cobrar o título dos devedores indiretos, também chamados de coobrigados ou codevedores. O outro 
efeito do protesto é a interrupção da prescrição, afinal, o protesto é um ato inequívoco de que o credor não 
está parado, de que ele tem a intenção de cobrar o valor devido e não pago, então, quando o protesto é 
feito, o prazo de prescrição é interrompido, para de contar e volta a contar do início. 
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O protesto também dá ao credor a possibilidade de pedir a falência do devedor, pois fica configurada a 
impontualidade injustificada ensejadora do pedido de falência. Por fim, o protesto tem como efeito a 
inscrição do devedor no cadastro de inadimplentes o que gera ao credor uma restrição ao crédito no 
mercado econômico. 
 
5.1. Procedimento 
A lei prevê um procedimento específico no protesto tanto em relação ao credor insatisfeito do título como 
o que deve ser adotado pelo Tabelião. O Tabelião do Cartório do Protesto de Títulos é o competente para 
fazer o protesto. 
Art. 3º Compete privativamente ao Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos interesses 
públicos e privados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou do 
aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem 
como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo, 
proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos 
praticados, na forma desta Lei. 
Primeiramente é feito o PEDIDO, depois a INTIMAÇÃO e então a LAVRATURA. O credor com o título, se 
quiser protestar, deve levá-lo ao cartório competente, caracterizando o pedido a ser instruído com o título 
original, em regra, há exceções quanto a essa questão do título original, pois tem título que pode ser 
protestado

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