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A1 COMUN PRECONCEITO LINGUÍSTICO DA REGIÃO NORDESTINA E AS SUAS IMPLICAÇÕES

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PRECONCEITO LINGUÍSTICO DA REGIÃO NORDESTINA E AS SUAS IMPLICAÇÕES
O Brasil é um País muito rico com relação às culturas. Haja vista que aqui temos diferentes costumes, crenças e hábitos. No que tange às brasilidades, faz saber que a língua portuguesa sofre as suas variações linguísticas, destacando, acima de tudo, as variações geográficas (em tempo e espaço). Como aponta Bagno (2007), o Brasil não possui uma apenas unidade linguística. E é por meio destes dizeres que apoiamos uma língua viva, com diferenças linguísticas e sociais, bem como os seus valores e, acima de tudo, o devido respeito e inclusão. 
No enfoque do Nordeste, sabe-se que o preconceito sofrido por eles ocorre pelas condições de algumas regiões que são intituladas como “muito” precarizadas. Mas, mesmo que não fossem, há um estigma do restante das regiões do País que os levam a isso, refletindo em uma desigualdade extrema e gerando exclusão por puro egocentrismo e soberba. 
Para tal, o preconceito vai além da situação econômica e chega nas vias de fato desta pesquisa: os aspectos linguísticos. O analfabetismo que assola esta região faz com que os nordestinos criem uma comunicação própria mesmo que esta não esteja adequada às normas de comunicação estabelecida pela gramática normativa. Os aspectos linguísticos são os mais diversos e variados possíveis. Vale destacar que além da diversidade linguística (e geográfica desta região) há o sotaque que é (também) motivo de apontamentos e preconceitos. (XAVIER, 2020, p.5)
Depreende-se ainda do conceito citado acima que a língua é mutável, desta forma, vale elucidar que não há certo e nem errado, mas sim, concepções linguísticas diferenciadas. (BAGNO, 2006 p.18-19)
Observemos, a seguir, uma tabela com alguns dos dialetos expostos pela região nordestina que são alvos de comparações e comentários negativos de preconceitos e exclusões:
Imagem 1
Fonte: site Português, sem data.
Amparados ainda nos dizeres de Bagno (2007), “a fala nordestina passa a ser retratada como algo grotesco, rústico, atrasado, criado para criar risos entre as pessoas” e é o que se demonstra na tabela acima. 
Outro exemplo que deve ser destacado pelo preconceito aos nordestinos é em novelas onde este personagem exercerá (na maioria das vezes) um papel cômico (pelo seu jeito de expressar e falar) ou pelas suas dificuldades sociais.
 O que de certa forma tal exibição não seja ruim, uma vez que se expõe uma realidade sofrida e dura, permeada por preconceitos e exclusões. Assim, critica também aos governantes que sedem poucos olhares a estes mais carentes. 
No gênero discursivo, amparados pelos ideais de Bakhtin, observa-se como as gírias implicam no discurso e efetivamente na comunicação da referida região:
	
	
	
	
Imagem 2
Fonte: Facebook
A partir de análises dos dizeres acima, compreende-se, de fato, o porquê os nordestinos sofrem por tanto preconceito: os dialetos se diferem na sua totalidade das demais regiões brasileiras e com eles o sotaque alavancam a acentuação da escrita, resultando em tudo o que já fora apontado ao longo da discussão do presente trabalho. E, por fim, há também que se apontar as escritas literárias de alguns autores que corroboram para a exposição dos aspectos nordestinos, sejam da linguagem, sejam do contexto social-cultural, segundo Sant (2021).
Patativa do Assaré (1909 — 2002)
Jorge Amado (1912 — 2001)
Castro Alves (1847 — 1871)
Gonçalves Dias (1823 — 1864)
João Cabral de Melo Neto (1920 — 1999)
Graciliano Ramos (1892 — 1953) 
Manuel Bandeira (1886 — 1968)
João Ubaldo Ribeiro (1941 — 2014)
Rachel de Queiroz (1910 — 2003)
Ariano Suassuna (1927 — 2014)
Aluísio de Azevedo (1857 — 1913)
José Lins do Rego (1901 — 1957)
Gregório de Matos (1636 — 1695)
REFERÊNCIAS
BAGNO, M. A Língua de Eulália: novela sociolinguística, 15 ed. São Paulo: Contexto, 2006.
BAGNO, M. Preconceito Linguístico: O que é, como se faz. 49ª São Paulo: Edições Loyola, 2007.
BAKHTIN, M. A estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
DUARTE, V. M. N. do. Os diversos falares regionais – um olhar curioso. Português, s.d. Disponível em: <https://www.portugues.com.br/gramatica/os-diversos-falares-regionais-um-olhar-curioso.html> Acesso em: 07 de maio de 2022.
SANT, L. D. Dia do nordestino: veja 17 autores literários da região. Vestibulares. Disponível em: <https://vestibulares.estrategia.com/portal/atualidades/dia-do-nordestino/> Acesso em: 07 de maio de 2022.
Signos Nordestinos. Facebook, 2021. Disponível em: <https://www.facebook.com/SignosNordestinos> Acesso em: 07 de maio de 2022.
XAVIER, J. S. O preconceito cultural e linguístico enraizado entre regiões do Brasil. Revista Scientia, Salvador, v. 5, n.3, p.44-58, set./dez. 2020

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