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Motores Elétricos em Corrente Alternada

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Transformadores e 
Máquinas Elétricas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Márcio Belloni
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Motores Elétricos em Corrente Alternada
• Introdução às Máquinas Girantes em Corrente Alternada;
• Velocidades Síncronas e Assíncronas
• Partida de Motores Monofásicos e Bifásicos;
• Velocidade do Campo Girante;
• Escorregamento;
• Triângulo de Potências para Motor Elétrico;
• Rendimento de um Motor em Corrente Alternada;
• Conexão dos Motores Trifásicos à Rede Elétrica;
• Enrolamentos em Motores de Corrente Alternada;
• Circuito Equivalente.
• Apresentar ao aluno os conhecimentos sobre as máquinas rotativas em corrente alterna-
da, monofásica, bifásica e trifásica.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Motores Elétricos em 
Corrente Alternada
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Introdução às Máquinas Girantes 
em Corrente Alternada 
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica, é criado um campo 
magnético dirigido conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à corrente. Assim, 
quando um enrolamento trifásico é alimentado por correntes trifásicas, cria-se um “cam-
po girante”, como se houvesse um único par de polos girantes, de intensidade constante. 
Este campo girante, criado pelo enrolamento trifásico do estator, induz tensões nas barras 
do rotor (linhas de fluxo cortam as barras do rotor), as quais geram correntes e, conse-
quentemente, um campo no rotor, de polaridade oposta à do campo girante.
Velocidades Síncronas e Assíncronas 
O motor elétrico possui funcionamento sempre semelhante, como vimos no caso 
dos motores de corrente contínua onde, nas espiras internas, a corrente trocará de 
lado sempre fazendo com que a força que cria o torque magnético seja com direção 
e sentido constantes. Desta forma, o rotor se moverá para um lado determinado. 
Nos motores de corrente contínua (CC), isto é providenciado por meio do anel 
comutador e pelas escovas. Nos motores de corrente alternada, esta manutenção 
da direção da rotação do rotor é providenciada pela própria alternância da corrente, 
não necessitando de nenhum dispositivo, por via de regra, que providencie a mu-
dança do sentido da corrente nas espiras do motor.
Partido do princípio de que a força magnética sempre atuará em determinada 
direção, pode-se mensurar a velocidade do campo girante, denominada velocidade 
síncrona. Desta forma, as máquinas elétricas síncronas são aquelas em que a velo-
cidade do rotor é a mesma da velocidade do campo girante, geralmente geradores, 
onde a velocidade real do rotor nr é a mesma do campo girante ns e, então, temos 
uma máquina onde o rotor gira juntamente com o campo girante.
Esta velocidade síncrona ns pode ser calculada segundo a frequência da corrente, 
pois a alternância do sentido da força nas espiras é controlada por esta frequência. 
Desta forma, Campo Girante é uma fmm que se desloca ao longo do entreferro 
com velocidade síncrona.
120
s
fn
p
⋅
=
Onde:
• ns = velocidade síncrona;
• f = frequência;
• p = número de polos.
8
9
Partida de Motores Monofásicos e Bifásicos 
Inicialmente, usemos a imaginação para criar mentalmente um motor hipotético 
desligado. Neste momento, seu rotor encontra-se parado, e prontamente, adiciona-
mos nele uma corrente que inicia o giro do rotor. No momento em que o rotor sai 
do estado de parado ω=0 para o movimento ω>0 a corrente denomina-se corrente 
de partida Ip, pois será o valor de corrente que é necessária para tirar o rotor do 
estado de repouso. Importante dizer que esta corrente funciona apenas para iniciar 
o movimento do rotor e vencer a inércia e o atrito dos mancais. 
Você deve se lembrar de que mencionamos sobre a força contraeletromotriz IFem, 
que ocorre em oposição à corrente que gera o movimento do rotor. Esta corrente 
criada pela força contraeletromotriz se contrapõe à corrente de partida, ameni-
zando seu valor conforme o rotor inicia seu giro. Isto ocorre porque o aumento da 
velocidade angular do rotor ω é diretamente proporcional à Fem.
Fem N A B= ⋅ ⋅ ⋅ω
E como esta corrente induzida se opõe à corrente de partida, quando em velo-
cidade nominal ωn, a corrente total que alimenta o motor será o valor de corrente 
resultante denominada corrente nominal In.
emn p F
I I I= −
Deste modo, é sempre arriscado manter o rotor bloqueado por muito tempo, já 
que isto indica que o motor passará muito tempo sobre os efeitos da corrente de 
partida, podendo trazer danos ao isolamento e até danos físicos.
Verifica-se isto ao se imaginar que a armadura possui uma resistência fixa R, e 
o aumento de potência percentual é:
2
2
min
partida part
no al nom
P R I
P R I
 ⋅
=   ⋅ 
Por exemplo, um motor com resistência de bobinas de 12 Ω e uma corrente de 
nominal de 4,5 A gera uma corrente contraeletromotriz de 400 mA. A corrente de 
partida do referido motor será:
4,5 2,4 6,9pI A= + =
Esse mesmo motor teve seu rotor bloqueado. O aumento percentual da potência é:
2
2
min
12 6,9 47,61 2,35111 235,11%
12 4,5 20,25
partida
no al
P
ou
P
 ⋅
= = = ⋅ 
9
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Isto significa dizer que no motor, quando bloqueado, seu rotor irá desenvolver um 
aumento de potência de 235,11%. Um valor bastante considerável, que resulta na 
destruição do isolamento e, dependendo do tamanho do motor, até em danos físicos.
Quando se possui um motor bifásico ou monofásico, ter-se-á sempre uma defa-
sagem de 180 graus. Verifica-se isto facilmente ao perceber que a alternância da 
corrente alternada ocorre sempre em 180 graus, ou meio ciclo. 
 Figura 1 – Corrente alternada
Fonte: Acervo do conteudista
Desta forma, o movimento inicial do rotor deve ser auxiliado, pois a força mag-
nética encontra-se em 180 graus, opondo-se e anulando-se uma após a outra, não 
conseguindo criar o campo girante. Desta forma, precisa de outras forças para 
iniciar o movimento do rotor. A isto se denomina partida em motores monofásicos.
Motores monofásicos precisam de um dispositivo que os auxiliem na partida, 
já que uma só fase não possibilita a formação do campo girante, pois possui de-
fasagem de180º. Geralmente este dispositivo é desconectado do motor, após sua 
aceleração, através de uma chave centrífuga.
É o dispositivo auxiliar que determina o tipo de motor, bem como muitas de 
suas características.
Motor com Capacitor de Partida
É um motor semelhante ao de fase dividida. A principal diferença reside na inclu-
são de um condensador eletrolítico em série com o enrolamento auxiliar de arran-
que. O condensador permite um maior ângulo de desfasamento entre as correntes 
dos enrolamentos principal e auxiliar, proporcionando, assim, elevados binários de 
10
11
arranque, como no motor de fase dividida, o circuito auxiliar é desligado quando o 
motor atinge entre 75% a 80% da velocidade síncrona.
Motor com Capacitor Permanente
Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e o condensador ficam permanente-
mente ligados, sendo o condensador do tipo eletrostático. O efeito deste condensa-
dor é o de criar condições de fluxo muito semelhantes às encontradas nos motores 
polifásicos, aumentando, com isso, o binário máximo, o rendimento e o fator de 
potência, além de reduzir sensivelmente o ruído.
Motor com Dois Capacitores
O motor monofásico com dois capacitores possui um capacitor de partida, des-
ligado através de chave centrífuga quando o motor atinge cerca de 80% de sua 
rotação síncrona, e um capacitor que se encontra permanentemente ligado. 
Possui como características: alto conjugado de partida, alta eficiência e fator de 
potência elevado. No entanto, seu custo é elevado e só é fabricado para potências 
superiores a 1 cv.
Motor com dois capacitores.
Chave
Capacitor 
de arranque
Capacitor
permanenteFase auxiliar
Fase principal Rotor
Figura 2 – Motor com dois capacitores
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Motor de Fase Dividida (split phase)
Neste caso, o motor possui uma bobina que auxilia no conjugado quando na 
partida. Após a velocidade atingir cerca de 80% da velocidade síncrona, uma chave 
centrífuga acoplada no rotor desliga a fase auxiliar, e o motor por inércia mantém-
-se somente com a fase principal. Isto diminui a resistência total, diminuindo tam-
bém a corrente para o valor nominal.
11
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Rotor
Enrolamento auxiliar
Motor de fase dividida
Chave centrífuga
En
ro
la
m
en
to
 pr
in
cip
al
Figura 3 – Motor Split Phase
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Motor de Polos Sombreados
Construtivamente existem diversos tipos, sendo que uma das formas mais co-
muns é a de polos salientes. Cada polo vai ter uma parte (em geral 25% a 35% 
dele) abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. A corrente induzida nesta 
espira faz com que o fluxo que a atravessa sofra um atraso em relação ao fluxo da 
parte não abraçada por ela. O resultado disto‚ semelhante a um campo girante que 
se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do polo, produz 
o binário que fará o motor partir e atingir a rotação nominal. Este atraso causará 
uma defasagem, criando o campo girante.
Espira
de sombra
Figura 4 – Motor de Pólos Sombreados
Fonte: Adaptado de WIkimedia Commons
12
13
Velocidade do Campo Girante 
O campo girante possuirá sempre velocidade ns e dependerá da frequência da 
corrente e do número de pólos. No caso de máquinas síncronas, o rotor girará em 
sincronia com esta velocidade.
s rn n=
Já nas máquinas assíncronas, tipicamente motores elétricos trifásicos, existe 
uma diferença entre a velocidade do campo girante e a do rotor.
s rn n≠
Escorregamento
Alguns fatores fazem com que a velocidade real no eixo do motor deixe de ser 
exatamente a velocidade do campo magnético girante. Por exemplo, a inércia do 
eixo. Por natureza, o motor elétrico trifásico possui uma diferença entre a velocida-
de do campo magnético girante (Ns) e a velocidade real em seu rotor (N), este fato 
se dá em função de um fenômeno chamado escorregamento e é fornecido pelo 
fabricante em %. A relação entre a velocidade do campo girante ns e do rotor nr é 
denominada escorregamento S e possui valores distintos. 
100%s r
s
n nS
n
−
= ⋅
Onde:
• S = escorregamento [%];
• ns = velocidade do campo girante [rpm];
• nr = Velocidade real do rotor [rpm].
Triângulo de Potências para Motor Elétrico 
Quando se trata de máquina elétrica, a potência pode ser encarada de diversas 
maneiras. Inicialmente, a potência total utilizada na máquina, sendo esta a potência 
aparente; a potência utilizada na geração do campo girante, e que não desenvolve 
movimento diretamente, denominada potência reativa; e a potência que é converti-
da diretamente em movimento no rotor, denominada potência ativa.
13
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Neste sentido, podemos traçar uma relação entre as potências e apresentar o de-
nominado triângulo das potências, onde se verifica a relação trigonométrica entre 
elas. Desta relação, pode-se concluir que existe um ângulo θ em relação às potên-
cias. Quanto menor o ângulo θ, menor a Potência Reativa, e assim, mais a potência 
aparente se aproxima da potência ativa.
S
Q
P
�
Figura 5 – Triângulo de Potências
As concessionárias classificam o quanto desta potência é reativa (desperdiçada 
com a criação do campo magnético e do campo girante) pelo valor de fator de 
potência (φ) onde:
• φ = cos θ
• φ = Fator de potência
• θ = Ângulo no triângulo das potências
Nos motores, este valor aparece na placa de informações do motor, indicando o 
valor de fator de potência apresentado por aquela máquina elétrica em específico. 
Desta forma, para saber a potência reativa, deve-se multiplicar por este valor o 
produto da corrente pela tensão.
• P = U . I . cos θ
• P = Potência ativa
• U = Tensão
• I = Corrente
• θ = Ângulo no triângulo das potências
Este valor é importante para que, por meio de capacitores de correção do fator 
de potência, possa-se manter o sistema dentro dos padrões da concessionária.
Já foi explicado que a potência absorvida pelo motor (potência aparente) não é 
totalmente utilizada como movimento (potência mecânica). Uma parte desta potên-
cia é utilizada pelo motor para a criação do campo magnético, inclusive em forma 
14
15
de perdas. Esta potência é denominada potência reativa, pois se perde com valores 
de reatâncias. Desta forma, tem-se o seguinte.
S
Q
P
�
Figura 6 – Triângulo de Potências
Onde:
• S = Potência Aparente;
• P = Potência Ativa;
• Q = Potência Reativa;
• ϕ = Ângulo que define o fator de potência.
Desta forma, quanto mais P se aproxima do valor de S, menor será o ângulo ϕ. 
O valor do cos ϕ é denominado Fator de Potência e define o quanto da potência en-
tregue pela concessionária é utilizada pela máquina. Então, utilizam-se capacitores 
para compensar a potência resistiva, adicionando potência capacitiva ao sistema. 
A potência ativa, também conhecida como potência real ou útil, corresponde à 
potência dissipada em um ciclo, ou seja, corresponde à parcela da potência recebi-
da que se transforma em trabalho. 
cosP U I= ⋅ ⋅ ϕ
 A Potência Reativa é aquela necessária para magnetizar motores e geradores 
e carregar campos elétricos e magnéticos. A potência reativa não realiza trabalho, 
entretanto, caso o fator de potência esteja abaixo de 0,92, seu excedente é cobrado 
a título de multa, conforme resolução 414 da ANEEL. A potência reativa (repre-
sentada pela letra Q) corresponde à parcela da potência que não é convertida em 
trabalho útil. 
Seu valor é dado por:
Q U I sen= ⋅ ⋅ ϕ
15
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Potência Aparente é o resultado do produto da multiplicação entre a tensão e 
a corrente. Em circuitos não resistivos em corrente alternada esta potência não é 
real, pois não considera a defasagem que existe entre a corrente e a tensão. Recebe 
a notação S e é expressa em Volt Ampere (VA).
2 2
S U I
S Q P
= ⋅
= +
UFER ou FER: Corresponde à energia reativa excedente, diferença entre o 
fator de potência aferido e o mínimo para não cobrança de 0,92. Esta diferença é 
cobrada a título de multapor baixo fator de potência.
O triângulo de potências reflete a relação entre as potências aparente, ativa e reativa. 
• A potência ativa (P) é a potência em Watts (W);
• A potência reativa (Q) é a potência em VAR;
• A potência capacitiva (C) é a potência em VA Capacitivos;
• A potência aparente (S) é a potência total do sistema indicada em VA.
Triângulo de Potências
Potência reativa (Q)
Potência capacitiva (C)
Potência ativa, efetiva o real (P)
Potê
ncia
 apa
rent
e (S)
�
Figura 7
O valor da capacitância será definido pela formulação matemática que segue.
( )1
22
P tg tg
C
f V
⋅ ϕ − ϕ
=
⋅π⋅ ⋅
Onde:
• C = Capacitância [F];
• P = Potência Ativa (W); 
• ϕ1= Ângulo de defasagem antes da correção;
16
17
• ϕ2 = Ângulo de defasagem ideal;
• f = Frequência do sistema;
• U = Tensão do circuito.
Desta forma, os motores costumam apresentar em seus dados, os valores de 
fator de potência, dentre outros necessários para o projeto. No motor abaixo, veri-
fica-se o fp de 0,87 denominado por cos ϕ. 
Placa de Identificação de um motor da WEG: http://bit.ly/2DPNz4l 
Ex
pl
or
cos [ ] 47084,4( )
[ ] 54120
[ ] 26681,16
P U I W W
S U I VA VA
Q U I sen VAr VAr
= ⋅ ⋅ ϕ =
= ⋅ =
= ⋅ ⋅ ϕ =
Contudo, deve-se considerar a impedância da rede.
T L CZ Z Z= +
Nas placas de identificação de motores e transformadores encontram-se os va-
lores de tensão, corrente e fator de potência, o que permite encontrar o valor da 
contribuição deste motor na alteração do fator de potência da rede.
Para a correção do fator de potência, deve-se diminuir o valor da potência reativa, 
buscando o maior aproveitamento da potência total.
Para tanto, injeta-se potência capacitiva no sistema de forma a compensar a 
potência indutiva no sistema.
Figura 8 – Controlador de fator de potência trifásico ABB; e Banco de Capacitores
17
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Rendimento de um Motor 
em Corrente Alternada 
O rendimento de um motor em corrente alternada se assemelha a um motor em cor-
rente contínua, mas com algumas exceções. Deve-se levar em consideração o fator de 
potência, pois o rendimento está intimamente ligado à potência ativa. Assim, para um 
motor trifásico, com a potência mecânica apresentada em cavalos (cv), o rendimento será:
736 ( )% 100%
3 cos
P cvn
V I
⋅
= ⋅
⋅ ⋅ ⋅ ϕ
Conexão dos Motores 
Trifásicos à Rede Elétrica
Os motores trifásicos, sendo conectados à rede trifásica de energia, podem ser 
configurados em diversas formas, dependendo do número de conexões possíveis. 
Basicamente, têm-se:
Estrela Triângulo
3
L F
L
F
I I
VV
=
=
3
L F
L
F
V V
II
=
=
Estrela
Triângulo
VL
VL
VF IF
VF
IL
IL
IF
Estrela
Triângulo
VL
VL
VF IF
VF
IL
IL
IF
Figura 9
Pela norma, a tensão de entrada do trifásico pode variar em 10%. Os valores de 
alimentação mais comuns são 220, 380, 440, 660 e 760V.
Motores trifásicos podem ser constituídos por 1 ou 2 grupos de enrolamentos 
trifásicos. No primeiro caso, como são 3 enrolamentos, cada qual com um início e 
um fim, haverá 6 terminais disponíveis (motor de 6 pontas); no outro caso, um dos 
grupos pode ou não estar conectado internamente, configurando motores de 9 ou 
12 pontas.
18
19
Os Motores de 6 Pontas são fabricados para operar com 2 tensões relacionadas 
por 3, usualmente 220-380 V ou 380-660 V. Na tensão mais baixa serão ligados 
em triângulo e na mais alta em estrela.
Figura 10 – Placa de identifi cação de motor elétrico WEG
Fonte: Divulgação/WEG
Os Motores de 9 Pontas podem ser ligados em tensões relacionadas por 2, como 
220-440 V ou 230-460 V. Na tensão mais baixa, os enrolamentos são ligados em 
paralelo (em Y ou ∆, dependendo do tipo do motor) e na tensão mais alta são co-
nectados em série.
Figura 11 – Placa de identifi cação de Motor Elétrico CE
Fonte: Divulgação/CE
19
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Nos Motores de 12 Pontas, havendo 12 terminais disponíveis, é possível a li-
gação em 4 tensões diferentes, usualmente 220- 380-440-760 V. A configuração 
dos enrolamentos é, respectivamente, paralelo, Y paralelo, série e Y série, como 
mostra a Figura a seguir.
 
Figura 12 – Placa de identificação de motor elétrico WEG
Fonte: Divulgação/WEG
Assim, segue um resumo das ligações dos motores trifásicos.
 
Figura 13 – Fechamentos em motores trifásicos
Fonte: Divulgação
20
21
Assim, dependendo do fechamento ou ligação do motor trifásico, têm-se corren-
tes e tensões de entrada distintos. Desta forma, pode-se concluir que a impedância 
oferecida pelos enrolamentos do motor será diferente em cada configuração, já que 
devem respeitar a lei de Ohm.
. . .
. . .
. . .
.
.
.
A B B C C A
AB
C
A B B C C A
BC
A
A B B C C A
AC
B
AB AC
A
AB BC AC
AB BC
B
AB BC AC
BC AC
C
AB BC AC
Z Z Z Z Z ZZ
Z
Z Z Z Z Z ZZ
Z
Z Z Z Z Z ZZ
Z
Z ZZ
Z Z Z
Z ZZ
Z Z Z
Z ZZ
Z Z Z
+ +
=
+ +
=
+ +
=
=
+ +
=
+ +
=
+ +
A A
CB CB
Z Z AC
Z BC
Z B
Z A
Z C
AB
Figura 14 – Equivalência estrela-triângulo
Enrolamentos em Motores 
de Corrente Alternada 
Para se compreender como estão dispostos os enrolamentos dos motores em 
corrente alternada, deve-se diferenciar os motores monofásicos e bifásicos dos tri-
fásicos. Isto ocorre pela própria forma como estão dispostas as ondas senoidais em 
relação às fases.
Analisando a onda senoidal do sistema monofásico (FN), pode-se perceber a 
posição da onda única em relação ao neutro (0).
21
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Figura 15 – Onda senoidal exemplo, onde têm-se a fase em vermelho e o neutro em amarelo
Fonte: Acervo do conteudista
Da mesma forma, no sistema bifásico (FF) haverá duas ondas senoidais, defasa-
das em 180 graus cada uma.
 
Figura 16 – Onda senoidal exemplo, onde têm-se duas fases. Uma em vermelho 
e outra em azul. Percebe-se a defasagem de 180 graus entre as ondas
Fonte: Acervo do conteudista
Neste caso, na força magnética resultante, tanto no sistema monofásico quan-
to no bifásico, ocorrerá a anulação entre as forças, pois o sistema irá defasar em 
180 graus. Então, será necessária uma terceira força proporcionada por um novo 
enrolamento ou um torque maior para iniciar o campo magnético girante, propor-
cionando o movimento giratório. Após estabelecida cerca de 80% da velocidade 
nominal, o sistema de partida do motor se desconecta e o motor segue com a 
defasagem de 180 graus, mas contando com a inércia do rotor quando as forças 
magnéticas se anularem. 
F1
F2
Figura 17 – Forças concorrentes em motor bifásico ou monofásico simplificado
22
23
Por outro lado, nos motores trifásicos, a alimentação é efetuada por 3 fases que 
irão criar um ângulo de 120 graus entre elas.
Figura 18 – Sistema trifásico (FFF ou FFFN) onde as correntes defasam em 120 graus
Fonte: Acervo do conteudista
Assim, nos motores trifásicos, o campo girante se torna perfeito, e o rotor nunca 
está à mercê de sua própria inércia. 
F1
F2F3
Figura 19 – Forças concorrentes em motor bifásico ou monofásico simplifi cado
Os motores trifásicos, em sua construção, imitam a beleza da natureza, que se 
vale do ângulo de 120 graus para criar estruturas bastante rígidas e fortes. 
Figura 20 – Favos de Mel
Fonte: Getty Images
23
UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Circuito Equivalente
 
Ia
E f
Ra jXS
Va
Figura 21 – Imagem, circuito equivalente da máquina elétrica operando como motor por fase
Os motores em corrente alternada possuirão impedância formada pela reatância 
e pela resistência. Desta forma, pensando na armadura, tem-se o seguinte:
[ ]
[ ]
as a s
a a as
Z R jX
V Fem I Z V
= + Ω
= ⋅ ⋅
24
25
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Motor de Indução - Como funcionam
Funcionamento do Motor de Indução trifásico.
https://youtu.be/tinXAu5N_2c
Como um motor de indução funciona?
https://youtu.be/AQqyGNOP_3o
 Leitura
Escorregamento de motor. O que é e como calcular?
http://bit.ly/2Q2gB7O
Guia de especificação de motores da WEGhttp://bit.ly/2Q4inFs
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UNIDADE Motores Elétricos em Corrente Alternada
Referências
COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. 3. ed. São Paulo: Makron, 1993.
CREDER, H. Instalações elétricas. 14. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
EDMINISTER, J. A. Circuitos elétricos. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1985.
FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas - Com introdução àeletrônica de potência. 
6. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2008.
JEWETT, J.; SERWAY, R. Física para cientistas e engenheiros - Eletricidade e 
magnetismo. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
NETO, J. B. Teoria eletromagnética – Parte Clássica. São Paulo: Ed. Livraria da 
Física, 2013.
NASAR, S. A. Máquinas elétricas. São Paulo: Makron, 1984.
SIMONE, G. A. Máquinas de corrente contínua: teoria e exercícios. São Paulo: 
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SIMONE, G. A. Máquinas de indução trifásicas. São Paulo: Érica, 2000.
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