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LINGUA PORTUGUESA 
(NÍVEL MÉDIO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FA Concursos 
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1. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO 
 
1.1 Propósito comunicativo 
 
INTENÇÃO COMUNICATIVA: 
 
O objetivo maior da Literatura é o ato da comunicação, ou seja, a troca de 
informações, mensagens. Isto se dá através de uma conversa, leitura, mensagem 
visual ou escrita. Podemos definir como intenção comunicativa todo e qualquer 
ato ou pensamento que leve a uma comunicação. 
 
Para que haja uma comunicação são necessários os elementos básicos: emissor, 
receptor, canal e código, assim classificados: 
 
Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela escrita ou falada, ponto de 
partida da comunicação. 
 
Ex.: Escritor de um livro, falante de uma conversa, autor de uma redação. 
 
 
 
Receptor :Ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita ou falada. 
Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa. 
 
 
 
Canal: Modo pelo qual à mensagem é enviada. 
EX.: Livro, carta,e-mail, voz. 
 
Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou falada. 
EX.: Assunto de uma conversa,livro ou carta. 
 
 
 
FUNÇÃO COMUNICATIVA: 
 
Sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um modo para tal, a isso damos 
o nome de função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita 
ou falada. Existem as seguintes maneiras ou funções: 
 
 
 
 
FUNÇÃO EMOTIVA: 
 
Toda comunicação elaborada com uso opinativo, linguagem lírica. 
 
EX.: redações, poesias, biografias, tudo que envolve uma linguagem onde 
afloram opiniões ou sentimentos. 
 
 
FA Concursos 
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FUNÇÃO CONOTATIVA: 
 
Essa talvez a mais usada diariamente. Definida pela adaptação da mensagem pelo 
emissor ao receptor, receptores. 
 
EX.: Um médico dialogando com seu paciente e com outros médicos, mesmo que o 
assunto seja o mesmo, a maneira as palavras serão diferentes devido à capacidade 
do paciente em entender termos médicos; um advogado em júri ou falando com seu 
cliente; político em plenária e falando ao povo em comício. 
 
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: 
 
Função que estuda à gramática ou aspectos ligados a uma Língua. 
EX.: Gramática, dicionário, questões de interpretação textuais. 
 
FUNÇÃO FÁTICA: 
 
Função que apresenta uma comunicação. 
 
EX.: Introdução de uma redação, prefácio de uma obra literária, início de um 
diálogo. 
 
1.2. Tipos de texto 
 
As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as 
diferentes formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes 
intenções comunicativas. 
 
Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto: contar, 
descrever, argumentar, informar,… 
 
Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções 
frásicas, linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação 
com o leitor,… 
 
Podemos distinguir os seguintes tipos textuais: 
 
 Texto narrativo; 
 Texto descritivo; 
 Texto dissertativo (expositivo e argumentativo); 
 Texto explicativo (injuntivo e prescritivo). 
 
 de salientar que um único texto pode apresentar passagens de várias tipologias textuais. 
 
Texto narrativo 
 
 
FA Concursos 
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A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma 
sequência de ações reais ou imaginárias. A narração da história é construída à volta de 
elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. 
 
Exemplos de texto narrativo: 
 
 romances: 
 contos; 
 fábulas; 
 depoimentos; 
 relatos; 
 ... 
 
Saiba mais sobre textos narrativos em: Texto narrativo. 
 
Texto descritivo 
 
A principal finalidade de um texto descritivo é apresentar a descrição pormenorizada de 
algo ou alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. 
A descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais 
importantes ou também detalhes específicos. 
 
Os textos descritivos não são, habitualmente, textos autônomos. O que acontece mais 
frequentemente é a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos, 
havendo uma pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar. 
 
Exemplos de texto descritivo: 
 
 folhetos turísticos; 
 cardápios de restaurantes; 
 classificados; 
 ... 
 
Saiba mais sobre textos descritivos em: Texto descritivo. 
 
Texto dissertativo (expositivo e argumentativo) 
 
A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da 
exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. 
 
Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. Um texto dissertativo-
expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de 
convencer o leitor. Já o texto dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o 
leitor a concordar com a tese defendida. 
 
Exemplos de texto dissertativo-expositivo: 
 
FA Concursos 
https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/
https://www.normaculta.com.br/texto-descritivo/
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 enciclopédias; 
 resumos escolares; 
 jornais; 
 verbetes de dicionário; 
 ... 
 
Exemplos de texto dissertativo-argumentativo: 
 
 artigos de opinião; 
 abaixo-assinados; 
 manifestos; 
 sermões; 
 ... 
 
Saiba mais sobre textos dissertativos em: Texto dissertativo-expositivo e Texto 
dissertativo-argumentativo. 
 
Texto explicativo (injuntivo e prescritivo) 
 
A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um 
procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o 
a agir. 
 
Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos 
injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos 
explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma. 
 
Exemplos de texto explicativo injuntivo: 
 
 receitas culinárias; 
 manuais de instruções; 
 bula de remédio; 
 
Exemplos de texto explicativo prescritivo: 
 
 leis; 
 cláusulas contratuais; 
 edital de concursos públicos; 
 ... 
 
Saiba mais sobre textos explicativos em: Texto explicativo injuntivo e prescritivo. 
 
Tipos textuais e gêneros textuais 
 
Tipos textuais e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual. 
 
 
 
FA Concursos 
https://www.normaculta.com.br/texto-dissertativo-expositivo/
https://www.normaculta.com.br/texto-dissertativo-argumentativo/
https://www.normaculta.com.br/texto-dissertativo-argumentativo/
https://www.normaculta.com.br/texto-injuntivo-e-texto-prescritivo/
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Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura 
e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação. 
 
Os gêneros textuais concretizam esses aspectos gerais em situações cotidianas de 
comunicação. São textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um intenção 
comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao uso que se 
faz deles. 
 
Exemplos de gêneros textuais 
 
 romance; 
 conto; 
 crônica; 
 notícia; 
 carta; 
 receita; 
 manual de instruções; 
 regulamento; 
 relato de viagem; 
 verbete de dicionário; 
 artigo de opinião; 
 
1.3.Gêneros discursivos 
 
No que diz respeito à ao ensino de Língua Portuguesa, nos diversos níveis, a 
discussão sobre a possibilidade ou não de ensinar ou utilizar métodos que trabalhem 
tendo como base os Gêneros do Discurso, tem causado incômodo entre acadêmicos, 
intelectuais e outros envolvidos no processo ensino/aprendizagem. A reflexão sobre 
o tema tem sido constante, como podemos ver se nos dispusermos a analisar os 
anais de um dos congressos mais importantes do Brasil, realizado pela Associação 
Brasileira de Linguística (os anais podem ser acessados através da páginada 
entidade). A preocupação não é desnecessária, vez que após a publicação do 
Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa – PCN tem dado deixa para o 
ensino dos gêneros discursivos. 
 
Não se pode negar o avanço que o PCN trouxe ao propor o ensino de Língua 
Materna através do viés enunciativo-discursivo, mas de fato há certa característica 
de didatização ou escolarização dos gêneros do discurso, entretanto tal fato não se 
coaduna com a teoria e os ideais bakhtinianos, que são sua base teórica. 
 
Bakhtin e os Gêneros do Discurso: 
 
Considerado um dos maiores intelectuais, no que se refere a gêneros, Bakhtin 
defende que os gêneros discursivos resultam em formas-padrão “relativamente 
estáveis” de um determinado enunciado, estas formas seriam determinadas sócio-
historicamente. Assim, nossa comunicação, seja ela escrita ou falada, é feita através 
de gêneros do discurso, os quais cada sujeito teria infindáveis repertórios de gêneros, 
não sendo, na maioria dos casos, nem mesmo percebidos por seus “usuários”. Vale 
ressaltar, que os gêneros estão presentes tanto nas conversas formais, quanto nas 
informais, de acordo com Bakhtin, “quase da mesma forma que 
 
FA Concursos 
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nos e nós é dada a língua materna, a qual dominamos livremente até começarmos o 
estudo da gramática (200:282)”. 
 
Os gêneros sofrem modificações de acordo e em consequência do momento 
histórico no qual estão inseridos, assim podemos compreender que cada situação 
social dá origem a um gênero com suas próprias peculiaridades. Se 
compreendermos que existem infinidades possibilidades de situações 
comunicativas, entenderemos que existem também inúmeras possibilidades de 
gêneros, logo seu número será ilimitado, como afirma Bakhtin, 
 
“a riqueza e a diversidade dos gêneros discursivos são ilimitadas, porque as 
possibilidades de atividade humana são também inesgotáveis e porque cada esfera 
de atividade contém um repertório inteiro de gêneros discursivos que se diferenciam 
e se ampliam na mesma proporção que cada esfera particular se desenvolve e se 
torna cada vez mais complexa (Bakhtin, 1986:60)”. 
 
Conforme o surgimento e transformação das mais diversas esferas sociais, diversos 
novos gêneros surgem e até mesmo se modificam em prol e em consequência das 
mesmas. O autor afirma, “Essas palavras dos outros trazem consigo a sua 
expressão, o seu tom valorativo que a assimilamos, reelaboramos, e reacentuamos 
(2003:295)”. Todorov também já afirmava algo parecido, antes de Bakhtin, como 
podemos ver na afirmação, 
 
“um novo gênero é sempre a transformação de um ou de vários gêneros antigos: 
por inversão, por deslocamento, por combinação. Um “texto” de hoje (também isso 
 um gênero num de seus sentidos) deve tanto à “poesia” quanto ao “romance” do 
século XIX, do mesmo modo que a “comédia lacrimejante” combinava elementos 
da comédia e da tragédia do século precedente. Nunca houve literatura sem gêneros, 
 um sistema em contínua transformação e a questão das origens não pode 
abandonar, historicamente, o terreno dos próprios gêneros: no tempo, nada há de 
“anterior” aos gêneros (1980: 46 – grifo nosso)”. 
 
Aqui vale lembrar, que a habilidade linguística de uso dos diversos gêneros está ligada 
ao domínio da língua. Portanto, quanto maior for o conhecimento e domínio linguístico 
do sujeito, maior será a facilidade de reconhecer e empregar os gêneros. 
 
Bakhtin (2003), afirma que é a vivência das mais diversas situações comunicativas que 
possibilita o contato com uma maior diversidade de gêneros, tal fato é um exercício para a 
competência linguística do sujeito produtor de enunciados. Kress (1985), também já 
afirmava algo parecido, quando dizia que, o discurso é constituído através de, 
 
“(...) jogos sistematicamente organizados de declarações que dão expressão aos 
significados e valores de uma instituição. Um discurso provê um jogo de possíveis 
declarações sobre uma determinada área... Nisso provê descrições, regras, permissões e 
proibições sociais e ações individuais”. 
 
Assim, é esta competência de cada interlocutor que determina o que ou não aceitável 
dentro de cada prática e esfera social, logo quanto mais experiência comunicativa o 
sujeito tiver, mais habilidade o mesmo irá possuir em reconhecer e diferenciar os 
gêneros discursivos, assim como o seu uso em de acordo com cada situação. 
 
FA Concursos 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Finalizando nossos questionamentos e levantamentos, chamamos a atenção ao 
trabalho realizado em sala de aula, utilizaremos a indagação de Street: 
 
“por que em meio a tantos gêneros e a tantas práticas de letramento apenas um deles 
 o gênero do discurso argumentativo de viés científico - veio a adquirir o estatuto 
de prestígio de que desfruta em nossa sociedade?”, (Apud MARTINS, 2007: 09). 
 
Quando se trata de utilizar e trabalhar gêneros do discurso em ambiente escola, a 
metalinguagem é, inicialmente, relacionada às tipologias discursivas, ou seja, 
reconhecer as características mais recorrentes ou típicas de cada tipo de gênero, 
considerando as marcas presentes em cada estilo. 
 
Salientamos que essas classificações são muito difíceis de reconhecer e categorizar, 
conduzindo a idealizações, principalmente no momento atual, em que vão se 
tornando cada vez mais correntes as diferentes hibridizações e transposições de 
características de dada modalidade textual para outro tipo de texto, assim como as 
diferentes assimilações de um gênero dentro de outro, como pode ser o caso do texto 
de propaganda que incorpora em seu interior uma cartinha pessoal ou um bilhete, 
sem que, nesse movimento, deixe de pertencer ao gênero propagandístico 
(MARTINS, 2007). 
 
Todavia, além de simples categorizações, é necessário refletir em conjunto com os 
alunos sobre as questões ideológicas e até mesmo de poder, que podem ser 
notoriamente percebidas (após análise, claro) nos diferentes tipos de gêneros, sendo 
esses fenômenos mais visíveis em certos textos – como propaganda, denúncia– 
porém não se resumindo a eles. Desta maneira o processo de ensino/aprendizagem 
passa a ser dinâmico e processual. 
 
Neste estudo elencamos diversos questionamentos e para compreendermos e de 
certa forma responde-los recorremos à teoria de Bakhtin, do que se trata sobre os 
gêneros do discurso e acreditamos que o trabalho com gêneros do discurso será 
possível sempre que se amplie o contexto do trabalho escolar, que para dar conta 
desse desafio necessita, no mínimo, não se resumir apenas à sala de aula, buscando 
outras motivações para uma prática de linguagem e de letramento mais efetiva e 
sujeita a flexibilizações. 
 
Considerando que os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados com o 
objetivo de, "criar condições, nas escolas, que permitam aos nossos jovens ter 
acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como 
necessários ao exercício da cidadania" (PCN, 1998: 5). 
 
Resta-nos saber se tal documento que “alega” ser resultado de um projeto moldado 
sob o viés teórico de Bakhtin considera o dialogismo da linguagem, o caráter social 
que tais atividades adquirem ao se considerar cada situação de aprendizagem como 
um enunciado, em uma cadeia enunciativa, onde o receptor não é um ser passivo. 
 
1.4 Mecanismos coesivos 
 
 
 
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A coesão textual é como uma corrente ou como as costuras de um tecido: se um elo 
se parte ou se uma costura sai do lugar, o texto fica mal construído. O que fazer, 
então, para estabelecer a coesão? Quais são os mecanismos gramaticais utilizados? 
 
 
Elementos coesivos são palavras ou expressões cuja função é estabelecer relações 
lógicas entre as partes do texto – como os conectivos – ou fazer referência a outros 
elementos presentes no texto – pronomes, advérbios, sinônimos. Vejamos um trecho 
de Aritmética da Emília, de Monteiro Lobato: 
 
Aquele célebre passeio dos netosde Dona Benta ao País da Gramática havia 
deixado o Visconde de Sabugosa pensativo. É que todos já tinham inventado 
viagens menos ele. Ora, ele era um sábio famoso e, portanto, estava na obrigação de 
também inventar uma viagem e das mais científicas. Em vista disso, pensou uma 
semana inteira, e por fim bateu na testa, exclamando numa risada verde de sabugo 
embolorado: 
 
– Heureca! Heureca! 
 
Emília, que vinha entrando do quintal, parou , espantada, e depois começou a berrar 
de alegria: 
 
– O Visconde achou! O Visconde achou! Corram todos! O Visconde achou! 
 
A gritaria foi tamanha que Dona Benta, Narizinho e Pedrinho acudiram em atropelo. 
 
 
-Que foi? Que aconteceu? 
 
– O Visconde achou! – repetia a boneca entusiasmada. – O danadinho achou!… 
 
– Mas achou que coisa, Emília? 
 
– Não sei. Achou. Só. Quando entrei na sala, encontrei-o batendo na testa e 
exclamando:”Heureca”. Heureca é uma palavra grega que quer dizer “achei!”. 
Logo, ele achou. 
 
 
 
 
Observe as palavras destacadas no texto. A que elas se referem? Em “Aquele 
passeio…”, o pronome demonstrativo faz alusão ao passeio que a turminha do sítio 
fizera ao País da Gramática; em “todos já tinham inventado…”, o pronome 
indefinido também faz referência aos personagens; em “menos ele”, o pronome 
pessoal substitui Visconde de Sabugosa, assim como acontece em “encontrei-o”; 
“Em vista disso” substitui todo o trecho em que o narrador conta a ideia do sabugo 
de milho. Tais informações são facilmente notadas pelo leitor e são resultados do 
uso de recursos de coesão textual. 
 
A coesão estabelece relações de sentido. Alguns autores citam alguns fatores de 
coesão e veremos alguns deles: a referência, a substituição e a conjunção. 
 
FA Concursos 
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Coesão referencial 
 
A referência pode ser pessoal, demonstrativa, comparativa. A pessoal é feita por 
meio de pronomes pessoais e possessivos (“Quando entrei na sala, encontrei-o 
batendo na testa”); a demonstrativa utiliza pronomes demonstrativos de advérbios 
de lugar (“Aquele célebre passeio dos netos”); e a comparativa é feita por meio de 
similaridades, como aparece em um outro trecho da obra:” A minha viagem é um 
pouco diferente das outras“. 
 
Substituição 
 
A substituição consiste na colocação de um termo em lugar de outro ou uma oração 
inteira. É um recurso que evita a repetição de um termo em particular. 
 
Conjunção 
 
A conjunção estabelece relações entre termos ou orações em um texto. As 
conjunções usadas como elementos coesivos são as aditivas, adversativas, causais e 
temporais: “Quando entrei na sala, encontrei-o batendo na testa.” 
 
1.5 Coerencia textual 
 
São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, 
estilística e genérica. Conhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação. 
 
Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de 
um bom texto. Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a 
inteligibilidade das ideias apresentadas em uma redação. Quando falta coerência, a 
construção de sentidos fica seriamente comprometida. 
 
 importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que 
colaboram para a construção da coerência global de um texto. São eles: 
 
 Coerência sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo 
de ordem dos elementos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando 
empregada, eliminamos estruturas ambíguas, bem como o uso inadequado dos 
conectivos. 
 Coerência semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um 
texto, é preciso, antes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque 
a semântica está relacionada com as relações de sentido entre as estruturas. Para 
detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma leitura cuidadosa, ancorada 
nos processos de analogia e inferência. 
 Coerência temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e 
relevantes para o tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos 
irrelevantes devem ser evitados, impedindo assim o comprometimento da 
coerência temática. 
 Coerência pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de 
fala. Os textos, orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, 
devem obedecer às condições para a sua realização. Se o locutor ordena algo a 
alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um pedido. Quando 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/redacao/oselementostextualidade.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/os-conectivos-como-elementos-coesao-uma-analise-minuciosa.html
12 
 
 
fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma 
afirmação ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo 
que foi indagado. Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado 
a incoerência pragmática. 
 Coerência estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua 
adequada, que deve ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a 
coerência estilística. A incoerência estilística não provoca prejuízos para a 
interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como o uso 
concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, 
principalmente nos textos não literários. 
 Coerência genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve 
estar de acordo com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, 
a prática social exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem 
como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem seja concisa e 
objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura com 
esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos 
encontrar um determinado gênero assumindo a forma de outro. 
 
 importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos 
literários, uma ruptura com os tipos de coerência descritos anteriormente pode 
acontecer. Nos demais textos, a coerência contribui para a construção de enunciados 
cuja significação seja aceitável, ajudando na compreensão do leitor ou do 
interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o 
conhecimento linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a 
informatividade, a intertextualidade e a intencionalidade. 
 
1.6 Progressão temática 
 
A progressão temática é um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar 
sequência a seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar 
apresentando informações novas sobre aquilo de que se fala, que é o tema. 
 
Um requisito para a construção do texto, conhecido por todos os falantes, é que ele 
tenha unidade temática (mantenha ‘o fio da meada’), e, ao mesmo tempo, apresente 
informações novas sobre o tema. Um texto sobre gripe, por exemplo, não pode 
mudar de tema aleatoriamente e passar a tratar de furacão ou telefone celular. Mas, 
para ser aceito como texto, precisa falar de diferentes aspectos da gripe: o que é, que 
riscos traz para o doente, quais são os meios de contágio, o que se deve fazer para 
evitá-la, qual é o tratamento, etc. Assim, do ponto de vista funcional, a organização 
e hierarquização das unidades semânticas do texto se concretizam por meio de dois 
eixos de informação, denominados tema (tópico) e rema (comentário). Considera-se 
como tema do enunciado o que se toma como base da comunicação, aquilo de que 
se fala, e como rema aquilo que se diz sobre o tema. De modo geral, o tema é uma 
informação dada, já apresentada ao ouvinte ou leitor, ou que pode ser facilmente 
inferida, depreendida por ele, a partir do contexto ou do próprio texto. O rema 
apresenta informação nova que é introduzida no texto. 
 
O texto progride pela articulação entre esses eixos de informação. É possível que 
mantenha um tema único e apresente sobre ele vários remas, várias informaçõesFA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/literatura/texto-literario-nao-literario-marcas-linguisticas.html
http://portugues.uol.com.br/literatura/texto-literario-nao-literario-marcas-linguisticas.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/ampliando-nocao-intertextualidade-.html
13 
 
 
novas. Mas é possível, também, que o tema ou tópico principal se desdobre em 
subtemas ou subtópicos, fazendo o texto avançar. 
 
Pode-se pensar a progressão temática no plano global do texto – qual é o tema geral, 
como ele se desdobra em partes ou parágrafos, de que aspecto trata cada um deles, 
introduzindo ou não novos subtemas. Mas pode-se também apreender a progressão 
temática no modo como os temas e remas se encadeiam em frases que se sucedem 
no texto. Por exemplo, quando o tema de uma frase passa a ser o rema da frase 
seguinte e o rema desta passa a ser o tema da seguinte, tem-se a progressão temática 
linear, como acontece no trecho: Coelho lembra Páscoa. Páscoa lembra chocolate 
(Páscoa, que faz parte do rema na primeira frase, passa a ser o tema da segunda). 
Quando um mesmo tema é mantido em frases sucessivas do texto, tem-se a 
progressão temática com tema constante, como na sequência: Os peixes-bois são os 
únicos mamíferos aquáticos herbívoros. Eles vivem em águas rasas nas regiões 
subtropicais e estão ameaçados de extinção. O tema dessa passagem é os peixes-
bois, que é retomado pelo pronome eles e por uma elipse na terceira oração: [eles, os 
peixes-bois] estão ameaçados de extinção. 
 
Essas formas de progressão aparecem, em geral, combinadas entre si e articuladas 
com os procedimentos de manutenção do tema do texto. A manutenção e a 
progressão do tema são requisitos indispensáveis para a coesão e para a coerência 
textual. Na prática pedagógica, devem ser trabalhados tanto em textos bem-
construídos, que servem de referência para o aluno, quanto em textos problemáticos 
em termos de progressão temática, situação em que devem ser apontadas 
alternativas para sua adequação. Essa prática contribui para o desenvolvimento da 
competência textual e comunicativa do aluno. 
 
1.7 Paragrafação 
 
A paragrafação, ação de criar parágrafos, é uma convenção da escrita, assim como 
a ortografia e a pontuação, por exemplo. Muitos podem se perguntar: se é uma 
convenção da escrita, por que pensar nisso na Educação Infantil e no Ciclo de 
Alfabetização, etapas em que boa parte dos alunos ainda não domina o sistema de 
escrita? Porque é possível ensinar às crianças noções sobre a organização e o 
funcionamento do texto escrito mesmo antes de elas se apropriarem do sistema 
alfabético-ortográfico. Isso significa que é possível ensinar noções de paragrafação 
a esses pequenos aprendizes. 
 
A noção mais corrente de parágrafo é que ele se constitui num afastamento da 
palavra inicial da frase da margem esquerda do papel. Mas não é só essa marca 
gráfica que define um parágrafo. O parágrafo se desenvolve em torno de uma ideia 
central e apresenta diferentes modos de organização, definidos em função do gênero 
textual e do objetivo de quem o escreveu (contrastar, enumerar, explicar, destacar 
relações de causa-consequência, etc.) . 
 
 desejável que, ao introduzir o trabalho com a paragrafação no Ciclo de 
Alfabetização, escolha-se um parágrafo-padrão, recorrente em textos informativos, 
como os que circulam em publicações voltadas para o público infantil (cadernos 
especiais de jornais, revistas, livros paradidáticos). O critério utilizado aqui para 
 
 
 
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definir parágrafo-padrão é a frequência com que um determinado tipo de parágrafo 
ocorre. 
 
Na condução do trabalho, é importante ficar atento para que os alunos não 
construam o pressuposto de que se deve criar um novo parágrafo, quando se muda 
de assunto. Em um texto informativo, o assunto é o mesmo, o que não significa que 
o texto vai repetir uma mesma ideia em toda a sua extensão. Nesse ponto, pode-se 
concluir que a paragrafação está relacionada à progressão temática, que consiste em 
manter o assunto, mas variar o aspecto desse assunto que será abordado. Uma 
analogia pode ser a comparação com uma filmagem de uma festa de aniversário. A 
câmera aborda diferentes aspectos da festa – os convidados, a decoração, o 
aniversariante, o bolo –, tudo, porém, diz respeito à mesma festa. A filmagem de 
cada um desses aspectos corresponderia a um parágrafo, mas o assunto continua a 
ser a festa. 
 
Atividades com o objetivo de mostrar às crianças como funciona a paragrafação 
podem ser propostas tanto na leitura (o professor é o leitor) como na escrita (o 
professor é o escriba). Na leitura, pode-se, por exemplo, ler um texto informativo 
sobre um animal ‘curioso’, extraído de revista ou site adequado aos pequenos 
aprendizes, e pedir a eles que indiquem o aspecto do assunto abordado em cada 
parágrafo. Outra possibilidade, durante a leitura, é dizer aos alunos que o autor do 
texto se esqueceu de colocar os parágrafos e pedir a eles que o ajudem a indicá-los. 
Para isso, basta retirar os recuos que assinalam, graficamente, os parágrafos. Se o 
trabalho é no Ciclo de Alfabetização, é possível dar informações sobre o conteúdo 
de cada parágrafo. Por exemplo: o 1º parágrafo explica por que o animal tem aquele 
nome, o 2º parágrafo descreve as características do animal, o 3º parágrafo fala sobre 
os hábitos do animal e sobre o lugar onde vive, o 4º parágrafo fala sobre o que pode 
ser feito para preservar esse animal. Na produção escrita, pode-se, por exemplo, 
indicar o assunto sobre o qual os alunos escreverão e delimitar o tópico que deve ser 
tratado em cada parágrafo. Os alunos ditam o texto e o professor registra no quadro. 
Depois, o texto deve passar por uma revisão para que os alunos avaliem se cada 
parágrafo assumiu como tópico o que foi delimitado. 
 
1.8 Citação do discurso alheio 
 
Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de 
outrem, pode recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como a modalização em 
discurso segundo, o discurso direto, o discurso indireto e a ilha textual. 
 
 MODALIZAÇÃO EM DISCURSO SEGUNDO É o modo mais simples e mais 
direto para o enunciador mostrar que não é responsável por um determinado 
discurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio. Para tanto, o 
enunciador utiliza-se de determinadas marcas linguísticas, como as apresentadas em 
destaque nos exemplos abaixo. Ex.: Para a antropóloga americana Margaret Mead, a 
monogamia é o mais difícil dos arranjos maritais. Ex.: Uma dieta rica em vegetais, 
segundo dizem, reduz a chance de se ter vários tipos de câncer. Ex.: O que falta aos 
governos latino-americanos é profissionalismo e inteligência política, conforme 
Caetano Veloso. Ex.: A adolescência, de acordo com fontes bem informadas, 
começa cada vez mais cedo e termina cada vez mais tarde. 
 
 
 
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 DISCURSO DIRETO Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer 
responsabilidade, por isso, ele reproduz literalmente as falas citadas, ou seja, o 
discurso apresenta-se às vezes como a exata reprodução das palavras do enunciador 
citado. Ex.: “Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de 
comida do que alguém com menos fome”, afirma a fisiologista Sara Shammah 
Lagnado, da Universidade de São Paulo (USP). Marcas do discurso direto a) O 
discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos 
são denominados de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e 
podem ser colocados antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do 
discurso direto ou no final do discurso direto. Ex.: O professor esclarece: “Os jovens 
levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não completamente”. Ex.: – Farei uma 
farra daquelas – disse o candidato – quando eu passar no vestibular. Ex.: – Por que o 
senhor bebe? – perguntou a repórter. –Eu bebo porque é líquido. Se fosse sólido, eu 
comeria – respondeu malcriado o alcoólatra. b) A fala citada aparece nitidamente 
separada por elementos tipográficos como as aspas, travessões, dois-pontos e itálico. 
Ex.: A mulher perguntou ao marido: – Você bebeu? Ex.: A mulher perguntou ao 
marido: “Você bebeu?” Ex.: A mulher perguntou ao marido: Você bebeu? A opção 
pelo discurso direto geralmente está ligada ao gênero do discurso ou às estratégias 
do enunciador de cada texto. Ao escolher esse modo de citação, o enunciador, pode 
estar, particularmente, querendo:  criar imagem de autenticidade do que 
reproduziu, indicando que as palavras relatadas são realmente proferidas;  
distanciar-se: seja porque o enunciador quer explicitar, por intermédio do discurso 
direto, sua adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras 
prestigiosas, irretocáveis e as suas próprias palavras (citação de autoridade); seja 
porque não adere ao que é dito;  mostra-se objetivo;  caracterizar a fala relatada, 
imprimindo-lhe marcas de oralidade espontânea, de regionalismos ou até de 
cacoetes linguísticos (recurso muito utilizado em gêneros literários). 
 
 DISCURSO INDIRETO É o modo de citação do discurso alheio em que o 
enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduzir as falas citadas, uma vez 
que ele se utiliza de suas próprias palavras para reproduzir a fala do outro. Ex.: O 
carnavalesco disse que os traficantes não mandam no samba. Marcas do discurso 
indireto  da mesma forma do discurso direto, vem também introduzido por um 
verbo de dizer;  ao contrário do discurso direto, a fala citada é introduzida por meio 
de uma partícula introdutória: que ou se. A escolha do discurso indireto está também 
ligada ao gênero textual e às estratégias do enunciador em cada texto. A imprensa 
popular, por exemplo, prefere o discurso direto ao indireto. Para um público leitor 
popular, o jornalista privilegia a citação direta. É como se o leitor estivesse presente 
na situação. Para um leitor mais instruído, o jornalista constrói um enunciado que 
fale à inteligência desse público e atrás desse enunciado ele (o jornalista) se apaga. 
Por isso, nesse caso, haverá mais recorrência ao discurso indireto, às ilhas textuais e 
á modalização em discurso segundo. 
 
 ILHA TEXTUAL Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação. 
Considere os exemplos seguintes: Ex.: Vera disse aos prantos que tinha flagrado o 
marido “papando a empregada”. Ex.: O ladrão confessou que tinha roubado para 
“matá as fome dos bruguelo”. Ex.: Segundo o Presidente da República, “é 
necessário que cada posto de gasolina seje fiscalizado”. O enunciador de cada um 
dos grupos acima isolou em itálico e entre aspas um fragmento que, ao mesmo 
tempo, ele utiliza e menciona, emprega e cita. Apesar de o fragmento possuir a 
 
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estrutura do discurso indireto ou da modalização em discurso segundo, há neles 
algumas palavras que são atribuídas aos enunciadores citados. Aqui a ilha é indicada 
pelas aspas e pelo itálico. É o procedimento mais frequente na imprensa. Pode-se 
também encontrar somente as aspas ou somente o itálico. Nesse tipo de citação, as 
marcas tipográficas permitem verificar que essa parte do texto não é assumida pelo 
enunciador. 
 
1.9 Informações implicitas 
 
 
 
 
Em um texto articulam-se informações de duas naturezas: explícitas e implícitas, sendo 
ambas fundamentais no processamento dos sentidos. Estes são determinados não apenas 
pelas informações explicitadas na sua linearidade, mas por aquelas que constituem o 
conhecimento de mundo dos interlocutores e que não foram citadas no texto. 
 
Em outras palavras, podemos dizer que o implícito em um texto é tudo o que está 
presente nesse texto pela sua ausência – os subentendidos; é tudo o que não está dito, 
mas que também está significando. 
 
Tomemos o enunciado a seguir: 
 
 Amiga 1: Será que daria pra você trazer o meu CD amanhã? 
 
 Amiga 2: Vai ter manifestação na Av. Paulista...! 
 
 Amiga 1: Nossa! Amanhã? Então a gente se vê na quarta, tá bom? 
 
 Amiga 2: Que pena, eu ia passar pra te pegar e a gente ir junto... 
 
Apesar da aparente incoerência entre o que uma amiga diz para a outra, todos 
conseguimos compreender que: 
 
 a Amiga 1 parece ter emprestado um CD para a Amiga 2; 
 
 a Amiga 2 não vai levar o CD porque vai à manifestação (inferência autorizada na 
linha (4); 
 
 a Amiga 1 não vai à manifestação (inferência possível na linha 3 e autorizada na 
(4); 
 
 a Amiga 1 sabia que a 2 iria à manifestação, pois se surpreendeu apenas com a 
data; 
 
 a Amiga 1 ficou sabendo da data apenas com a Amiga 2; 
 
 a Amiga 2 irá de carro e daria uma carona para a Amiga 1; 
 
 a Amiga 2 pensava que a Amiga 1 iria à manifestação (decepcionou-se quando ela 
disse que não iria); 
 
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 as amigas vão ficar pelo menos um dia sem se ver; 
 
 a manifestação pode ser na cidade de São Paulo, considerando o nome da avenida, e 
por esse ser um local típico para a realização de manifestações. 
 
Concluindo, todos fomos capazes de constituir informações implícitas: considerando 
eventuais pressupostos - inferência realizada em a), pois se a Amiga 1 pede a devolução 
do CD, então só pode tê-lo emprestado para a colega; a partir das pistas oferecidas no 
próprio texto - como em b), c), d), e), f) e g); e a partir do conhecimento de mundo - 
como no item i). 
 
As informações implícitas, portanto, constituem o sentido de um texto. No processo de 
leitura, tais informações só podem ser recuperadas por meio da inferenciação, ou seja, 
através da identificação de sentidos possibilitados por deduções e conclusões que 
articulam as marcas linguísticas do texto com as características da situação de 
comunicação e com os diversos tipos de conhecimentos prévios do leitor. 
 
Alguns autores costumam classificar as inferências como locais ou globais. As 
locais seriam realizadas quando acontece uma lacuna de compreensão, provocada, por 
exemplo, pela presença de uma palavra cujo significado é desconhecido. Nesse caso, o 
leitor retoma o texto e procura pistas que permitam descobrir os sentidos. Já as globais 
são resultantes dos pressupostos e dos subentendidos, e são realizadas recuperando-se as 
marcas linguísticas do texto, a significação já elaborada, e articulando essas 
informações com os conhecimentos de mundo. 
 
No processo de ensino, esses procedimentos indicados devem ser objeto de estudo e 
exercitação – por exemplo, em uma atividade de leitura colaborativa, modalidade 
relevante em práticas desenvolvidas na escolarização inicial e, especialmente, no 
processo de alfabetização. 
 
1.10 Liguagem denotativa e conotativa 
 
A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. 
Isso porque ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação 
entre todas as formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar 
verbalmente, seja de maneira oral (fala), seja na forma escrita, recorremos às palavras, 
expressões e enunciados de uma língua, os quais atuam em dois planos de sentido 
distintos: o denotativo, que é o sentido literal da palavra, expressão ou enunciado, e o 
conotativo, que é o sentido figurado da palavra, expressão ou enunciado. 
 
Vejamos mais detalhadamente cada um deles: 
 
DENOTAÇÃO 
 
Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada 
em seu sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, 
expressões e enunciados de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o 
sentido real, dicionarizado das palavras. 
 
 
 
 
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De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham 
função referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a 
respeito de diversos assuntos,como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, 
resenha, artigo científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de 
remédios, entre outros. Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas 
para fazer referência a conceitos, fatos, ações em seu sentido literal. 
 
Exemplos: 
 
A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia. 
 
A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do 
Céu. 
 
O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins 
quanto para a fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores. 
 
Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de 
relações sociais. 
 
CONOTAÇÃO 
 
Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada 
em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados 
ganham um novo significado em situações e contextos particulares de uso. O sentido 
conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e expressões, 
ressignificando-as. 
 
De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros 
discursivos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, 
são nos textos secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e 
publicitários, que a linguagem conotativa aparece com maior expressividade. A 
utilização da linguagem conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários 
ocorre para que se possa atribuir mais expressividade às palavras, enunciados e 
expressões, causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes. 
 
Exemplo: 
 
Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e 
observe a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando 
linguagem conotativa: 
 
Amor é fogo que arde sem se ver 
 
 
 
 
Amor é fogo que arde sem se ver; 
 
É ferida que dói, e não se sente; 
 
 
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 um contentamento descontente; 
 
 dor que desatina sem doer. 
 
 
 
 
 um não querer mais que bem querer; 
 
 um andar solitário entre a gente; 
 
 nunca contentar-se de contente; 
 
 um cuidar que se ganha em se perder. 
 
 
 
 
 querer estar preso por vontade; 
 
 servir a quem vence, o vencedor; 
 
 ter com quem nos mata, lealdade. 
 
 
 
 
Mas como causar pode seu favor 
 
Nos corações humanos amizade, 
 
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
 
 
 
 
(Luís Vaz de Camões, séc. XVI) 
 
 
 
 
 CONHECIMENTO LINGUÍSTICO 
2.1 Variação líguistica 
 
A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser 
compreendida por intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, 
com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus 
falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa ganha 
diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente 
do português falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, mas as variações 
podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade na qual se 
manifesta. 
 
 
 
 
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As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, 
então é compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas 
necessidades comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como 
variações, e não como erros. Quando tratamos as variações como erro, incorremos no 
preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao status. O português 
falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode 
ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças 
enriquecem esse patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da 
música “Samba do Arnesto”, de Adoniran Barbosa, e observe como a variação 
linguística pode ocorrer: 
 
Samba do Arnesto 
 
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás 
Nós fumos não encontremos ninguém 
Nós voltermos com uma baita de uma reiva 
Da outra vez nós num vai mais 
Nós não semos tatu! 
No outro dia encontremo com o Arnesto 
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos 
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa 
Mas você devia ter ponhado um recado na porta 
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá 
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância, 
Assinado em cruz porque não sei escrever. 
 
Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa 
 
Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É 
importante ressaltar que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e 
convencionalizada na gramática, não deve sofrer grandes alterações, devendo ser 
preservado. Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever como falamos? Um novo 
idioma seria inventado, aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico 
determinado pelas regras cairia por terra. Contudo, o que o compositor Adoniran 
Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, pois ele transportou para a 
modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral. 
 
As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na 
qual estão inseridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à 
educação formal, enquanto outros não tiveram muito contato com a norma culta da 
língua. Podemos observar também que a língua varia de acordo com suas situações de 
uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de maneira diferente, de acordo 
com a necessidade de adequação linguística. Prova disso é que você não vai se 
comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você conversa 
com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
FA Concursos 
http://www.youtube.com/watch?v=plOezZ6936Y
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A adequação é um tipo de variação linguística que consiste em adequar a língua às 
diferentes situações comunicacionais 
 
A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem 
divertido sobre a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos 
utilizar uma linguagem tão rebuscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras 
situações de nosso cotidiano? Certamente perderíamos a espontaneidade da fala, sem 
contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudicada. Podemos elencar também 
nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos específicos: os 
médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão 
exercendo o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações 
verbais. O mesmo acontece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros 
etc. 
 
Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio 
social no Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, 
corroborando com a ideia da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos 
determinada manifestação linguística superior a outra, sobretudo superior às 
manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favorecidas. 
 
2.2 Classes de palavras 
 
A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava 
oito partes do discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e 
conjunção. Atualmente, são reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos 
gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, 
artigo, numeral e pronome. 
 
Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de 
palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada 
pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas 
mudanças que já ocorreram epelas que ainda vão ocorrer. Classificar uma palavra não é 
fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão incluídas dentro de 
uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da 
gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia 
= estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as 
relações entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que 
podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra. 
 
 
 
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Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das 
classes gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe 
de palavras: 
 
SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente 
seres, como também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos 
ou políticos, etc. 
 
Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc. 
 
ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os 
substantivos, antecedendo-os. 
 
Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas. 
 
ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar 
características aos substantivos. 
 
Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc. 
 
PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que 
determina a pessoa do discurso. 
 
Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc. 
 
VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe 
gramatical. 
 
Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc. 
 
ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, 
modificando-os. 
 
Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc. 
 
NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem. 
 
Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc. 
 
PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre 
elas. 
 
Exemplo: em, de, para, por, etc. 
 
CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de 
coordenação ou subordinação. 
 
Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc. 
 
 
 
 
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INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois 
algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir 
as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito. 
 
Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh! 
 
2.3 Convenções da norma padrão 
 
Muitos professores de Português dizem que a Norma Culta é a maneira correta de falar 
e escrever. Esse conjunto de regras seguiria padrões linguísticos tidos corretos e 
utilizado pelos falantes com alto nível de escolaridade. Mas antes de dizer se isso está 
correto ou não, precisamos definir o que é Norma e por quais motivos ela pode ser 
chamada de Culta. Haveria uma Norma Não Culta? 
 
Por que Norma Culta? 
 
Há quem considera a fala e a escrita de pessoas mais escolarizadas como ideais. Ideal 
no sentido de ser o correto, isso é um erro crasso! 
 
O que é Norma? 
 
Norma é algo acordado como uma regra, um regulamento, ou lei. Podemos dizer que 
essa ou aquela prática é a forma normal de se fazer alguma coisa. Não há juízo de valor 
nisso. Não podemos considerar que algo normal seja necessariamente bom, apenas quer 
dizer que isso ocorre naturalmente num determinado grupo. 
 
Pensando em linguística, chama-se Norma o conjunto de regras que determinam o uso 
de uma língua. Há duas normas, basicamente: a padrão e a não padrão. Essas duas 
normas não têm relação com a escolaridade do usuário. Um falante culto pode 
perfeitamente utilizar a norma não padrão e um falante não culto pode ter domínio da 
norma-padrão. 
 
O que é ser Culto? 
 
Para podermos classificar um falante como culto, devemos atentar para alguns fatores: 
Nível de escolaridade, Local de nascimento e que reside, Renda, etc. Não há um só 
critério a ser atendido. Tomar apenas um desses critérios é o mesmo que dizer que um 
Tiranossauro Rex é um pássaro por botar ovos. 
 
O Projeto NURC-RJ (Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro) é 
referência nacional para estudos da variante culta da língua portuguesa e está disponível 
on-line. Esse projeto conta com entrevistas gravadas entre os anos de 1970 e 1990, 
totalizando 350 horas, com informantes que atendem aos seguintes critérios: Nível 
superior completo; Nascidos no Rio de Janeiro e filhos de pais preferencialmente 
cariocas. O Projeto NURC tem núcleos em cinco capitais: Porto Alegre, Recife, Rio de 
Janeiro, Salvador e São Paulo. 
 
O que é Norma-padrão? 
 
 
 
 
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 exatamente o que se espera da variante da língua portuguesa tanto defendida por 
gramáticos e alguns linguistas. Tratar a norma-padrão como culta é, na verdade, uma 
utopia, já que falantes cultos não necessariamente dominam essa norma culta. O que é 
ensinado nas escolas é a norma-padrão. 
 
Um médico formado numa universidade de renome pode dizer perfeitamente “us 
mininu”, mas para se fazer entender em todos os países lusófonos, ele deve escrever “os 
meninos”. Falar “us mininu” e escrever “os meninos” torna a pessoa menos culta? A 
primeira forma só será dita ou escrita em contextos muito específicos, assim como a 
segunda forma, que será utilizada em situações que exigem o uso padronizado da língua 
portuguesa. 
 
Deve-se ensinar Norma Culta ou Norma padrão? 
 
Sim! Deve-se ensinar norma-padrão nas escolas, do mesmo modo que deve ser ensinado 
Biologia, Matemática, Geografia, etc. Mas como isso é feito? Atualmente, espera-se que 
o professor de português passe cinco folhas de regras gramaticais, três folhas de 
exceções para cada regra, mais 15 folhas de exercícios contendo frases do século XIX. 
Quando um professor apresenta outras forma de utilizar a língua, muitos pais e outros 
profissionais da educação condenam essa atitude. 
 
Não há renovação de conceitos e teorias sobre a linguagem nas escola. Muito do que é 
estudado na faculdade fica restrito ao universo acadêmico. Muito pouca coisa chega à 
sala de aula. A seguir, trago a análise do professor Mario Perini sobre o ensino de 
gramática nas escolas. 
 
“Não é assim que se estuda biologia. Você faz experiências para validar a teoria. Assim, 
pode descobrir que um postulado está errado. Quando se trata da gramática, ao 
contrário, aquilo é verdade, e ponto final. Quem está errado é o mundo”, entrevista 
publicada no site da UFMG. 
 
Nunca mais diga Norma Culta ao se referir à Norma-padrão. 
 
2.4 Período simples e composto 
 
O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, 
pode ser simples ou composto. 
Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta. 
Exemplos: 
 Já acordamos. 
 Hoje está tão quente! 
 Preciso disto. 
Período Composto - apresenta duas ou mais orações. 
Exemplos: 
 Conversamos quando eu voltar. 
 É sua obrigação explicar o que aconteceu. 
 Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias. 
O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado. 
Classificação do Período Composto 
Conforme a sua formação, o período composto é classificado em: 
 
FA Concursos 
https://www.ufmg.br/online/arquivos/015374.shtml
25 
 
 
Período Composto por Coordenação - quando as orações são independentes entre si, ou 
seja, cada uma delas têm sentido completo. 
Exemplos: 
Levantou e começou a trabalhar. 
Assaltou a loja e correu pela porta dos fundos. 
Período Composto por Subordinação - quando as orações relacionam-se entre si. 
Exemplos: 
Espero terminar os enfeites até que os convidados comecem a chegar. 
Fiz a receita mesmo sem saber quais ingredientes levava. 
Período Misto - quando há a presençade orações coordenadas e subordinadas. 
Exemplos: 
Levantei, embora ainda estivesse cheio de sono. 
Enquanto ele falar, nós vamos escutar. 
Orações Coordenadas 
As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas, 
respectivamente, conforme são utilizadas ou não conjunções. 
Exemplos: 
Ora fala, ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso da conjunção 
“ora...ora”). 
As aulas começaram, os deveres começaram e a preguiça deu lugar à 
determinação. (orações coordenadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres 
começaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à determinação”.) 
As orações coordenadas sindéticas podem ser: 
 Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: Gosta de praia, mas 
também gosta de campo. 
 Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Exemplo: Gostava do 
curso, contudo não havia vaga na sua cidade. 
 Alternativas: quando as orações expressam alternativa. Exemplo: Vai ele ou vou eu. 
 Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Exemplo: Estão de 
acordo, então vamos. 
 Explicativas: quando as orações expressam explicação. Exemplo: Fizemos o trabalho 
hoje porque tivemos tempo. 
Orações Subordinadas 
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais, conforme a 
sua função. 
Exemplos: 
 Substantivas: quando as orações têm função de substantivo. Exemplo: Espero que 
vocês consigam. 
 Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo. Exemplo: Os concorrente que 
dormem mais têm um desempenho melhor. 
 Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio. Exemplo: À medida que 
crescem, aumentam as preocupações. 
Leia também Sintaxe e Períodos Compostos e Frase, Oração e Período. 
Exercícios 
1. (UNIRIO) No período “Ah, arrulhou de repente a pomba, quando distinguiu, 
indignada, o pombo que chegava (...)”, as duas orações subordinadas são 
respectivamente: 
a) adjetiva e adverbial temporal 
b) substantiva predicativa e adjetiva 
c) adverbial temporal e adverbial temporal 
 
FA Concursos 
https://www.todamateria.com.br/periodo-composto-por-coordenacao/
https://www.todamateria.com.br/periodo-composto-por-subordinacao/
https://www.todamateria.com.br/oracoes-coordenadas/
https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas/
https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-substantivas/
https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-adjetivas/
https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-adverbiais/
https://www.todamateria.com.br/sintaxe-e-periodos-compostos/
https://www.todamateria.com.br/frase-oracao-e-periodo/
26 
 
 
 adverbial temporal e adverbial consecutiva 
 adverbial temporal e adjetiva 
VER RESPOSTA 
Alternativa e: adverbial temporal e adjetiva. 
 
 (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar, nunca 
esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula está mal 
colocada, pois separa: 
a) o sujeito e o objeto direto 
b) o sujeito e o predicado 
c) a oração principal e a oração subordinada 
d) o sujeito e o seu adjunto adnominal 
e) o predicado e o objeto direto 
VER RESPOSTA 
Alternativa b: o sujeito e o predicado 
 
 (FUVEST) No período: “Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma 
freguesia distante, dobrando a finados.”, a segunda oração é: 
a) subordinada adverbial causal 
b) subordinada adverbial consecutiva 
c) subordinada adverbial concessiva 
d) subordinada adverbial comparativa 
e) subordinada adverbial subjetiva 
VER RESPOSTA 
Alternativa b: subordinada adverbial consecutiva 
 
2.5 Pontuação 
 
Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua 
escrita edesempenham a função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de 
limitesde estruturas sintáticas nos textos escritos. Assim, os sinais de 
 
pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na fala para 
 
darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de 
sentido. 
 
Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também 
com nossos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, 
porém, são os sinais de pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos 
textos, bem como os efeitos de sentidos dos enunciados. 
 
Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de 
escrita: 
 
Ponto ( . ) 
 
 Indicar o final de uma frase declarativa: 
 
 Gosto de sorvete de goiaba. 
 
 Separar períodos: 
 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/prosodia-discurso.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/textos-sem-coesao.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/tipos-coerencia.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html
27 
 
 
 Fica mais um tempo. Ainda é cedo. 
 
 Abreviar palavras: 
 
 Av. (Avenida) 
 V. Ex.ª (Vossa Excelência) 
 p. (página) 
 Dr. (doutor) 
 
Dois-pontos ( : ) 
 
a) Iniciar fala de personagens: 
 
 O aluno respondeu: 
 
– Parta agora! 
 
 Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que 
explicam e/ou resumem ideias anteriores. 
 
 Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais 
idosos. 
 
 Anote o número do protocolo: 4254654258. 
 
 Antes de citação direta: 
 
 Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é 
chama, mas que seja infinito enquanto dure.” 
 
Reticências ( ... ) 
 
 Indicar dúvidas ou hesitação: 
 
 Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais. 
 
 Interromper uma frase incompleta sintaticamente: 
 
 Quem sabe se tentar mais tarde... 
 
 Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a 
reflexão: 
 
 “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes 
cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar) 
 
 Suprimir palavras em uma transcrição: 
 
 “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo 
Fagner) 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/abreviaturas-siglas.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/narracao.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/o-aposto-suas-diferentes-classificacoes.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/periodo-composto-por-subordinacao-.html
28 
 
 
Parênteses ( ) 
 
 Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem 
substituir a vírgula ou o travessão: 
 
 Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922). 
 "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), 
acordara depois duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas 
no Nordeste- Graça Aranha) 
 
Ponto de Exclamação ( ! ) 
 
 Após vocativo 
 
 Ana, boa tarde! 
 
 Final de frases imperativas: 
 
 Cale-se! 
 
 Após interjeição: 
 
 Ufa! Que alívio! 
 
 Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: 
 
 Que pena! 
 
Ponto de Interrogação ( ? ) 
 
 Em perguntas diretas: 
 
 Quantos anos você tem? 
 
 Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: 
 
 Não brinca, é sério?! 
 
Vírgula ( , ) 
 
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de 
funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de 
nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma fraseou 
oração, não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há uma relação 
sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos 
explicar primeiro os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os 
seguintes termos: 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/vocativo-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/interjeicoes.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/funcoes-linguagem-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/sintaxe.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/termos-constituintes-oracao---sujeito-predicado.html
29 
 
 
 Sujeito de Predicado; 
 
 Objeto de Verbo; 
 
 Adjunto adnominal de nome; 
 
 Complemento nominal de nome; 
 
 Predicativo do objeto do objeto; 
 
 Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem 
apareça na ordem inversa). 
 
Casos em que devemos utilizar a vírgula: 
 
A vírgula no interior da oração 
 
 Utilizada com o objetivo de separar o vocativo: 
 
 Ana, traga os relatórios. 
 O tempo, meus amigos, é o que nos confortará. 
 
 Utilizada com o objetivo de separar apostos: 
 
 Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem. 
 Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula. 
 
 Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: 
 
 Quando chegar do trabalho, procurarei por você. 
 Os políticos, muitas vezes, são mentirosos. 
 
 Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração: 
 
 Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários. 
 Traga picolé de uva, groselha, morango, coco. 
 
 Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas: 
 
 Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo. 
 
 Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas: 
 
 Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas. 
 
 Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado: 
 
 A ele, nada mais abala. 
 
 Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas: 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-sujeito.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/termos-constituintes-oracao---sujeito-predicado.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/objeto-direto-interno.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/as-classificacoes-dos-verbos.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/predicativo-adjunto-adnominal.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/complemento-nominal.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/predicativo-objeto.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/oracoes-subordinadas-desenvolvidas-reduzidas.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/subordinada-substantiva-subjetiva-x-substantiva-objetiva-direta.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/vocativo-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/o-aposto-suas-diferentes-classificacoes.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/adjunto-adverbial-adjunto-adnominal-pontos-que-os-divergem.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/objeto-direto-pleonastico.html
30 
 
 
 Goiânia, 01 de novembro de 2016. 
 
 Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos: 
 
 É pau, é pedra, é o fim do caminho. 
 
 Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo: 
 
 Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar) 
 
 
 
 
 Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: 
 
 Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre. 
 
2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de 
enfatizaralguma ideia (polissíndeto): 
 
 E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval. 
 
 Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam 
sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo): 
 
 Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância. 
 
A vírgula entre orações 
 
A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações: 
 
 Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: 
 
 Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 
2000. 
 
 Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das 
orações iniciadas pela conjunção “e”: 
 
 Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao 
supermercado. 
 Estudei muito, mas não consegui ser aprovada. 
 
 Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), 
principalmente se estiverem antepostas à oração principal: 
 
 "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o 
corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar) 
 
 Para separar as orações intercaladas: 
 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-sujeito.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/figuras-construcao-ou-sintaxe.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/analisando-as-oracoesubordinadas-adjetivas.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/as-oracoes-subordinadas-adverbiais-nao-as-decore-analise-as.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/oracoes-subordinadas-desenvolvidas-reduzidas.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/oracoes-intercaladas-ou-interferentes.html
31 
 
 
 "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” 
 
 Para separar as orações substantivas antepostas à principal: 
 
 Quando sai o resultado, ainda não sei. 
 
Ponto e vírgula ( ; ) 
 
a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: 
 
 Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes 
perguntas: 
 
I- O que dizer; 
 
II- A quem dizer; 
 
III- Como dizer; 
 
IV- Por que dizer; 
 
V- Quais objetivos pretendo alcançar com este texto? 
 
 Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou 
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: 
 
 “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era 
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a 
bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora 
asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de 
Inhomerim - Visconde de Taunay) 
 
Travessão ( — ) 
 
 Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto: 
A mãe perguntou ao filho: 
 
 — Já lavou o rosto e escovou os dentes? 
 
 Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: 
 
 — Filho, você já fez a sua lição de casa? 
 — Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto. 
 
 Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários: 
 
 Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília. 
 
 
 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/subordinada-substantiva-subjetiva-x-substantiva-objetiva-direta.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/tiposdiscurso.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/oselementosconstitutivoscomunicacao.html
32 
 
 
 Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases 
explicativas: 
 
 Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria. 
 
Aspas ( “ ” ) 
 
As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades: 
 
 Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, 
palavrões, neologismos, arcaísmos e expressõespopulares: 
 
 A aula do professor foi “irada”. 
 Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente. 
 
 Indicar uma citação direta: 
 
 “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue 
na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) 
 
FIQUE ATENTO! 
 
Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença 
destacada por aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla 
("). 
 
VEJA AGORA ALGUMAS OBSERVAÇÕES RELEVANTES: 
 
Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem. 
 
Observe: 
 
 Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango. 
 Não gosto nem desgosto. 
 Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás. 
 
Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, 
com a finalidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório. 
 
Observe: 
 
 Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele. 
 
 
 
 
2.6 Relações semanticas entre palavras 
 
A Semântica é a área da Linguística que estuda o significado das palavras, das frases, 
das expressões, etc., em um contexto específico. Assim, algumas vezes, os significados 
podem receber diferentes interpretações por estarem em situações comunicativas 
 
FA Concursos 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html
http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html
33 
 
 
também diferentes. Essa relação entre os diferentes significados de uma palavra 
é chamada de relação de sentido. 
 
A relação de sentido pode ser classificada em: sinonímia, antonímia, hiperonímia 
e hiponímia. Vamos analisar cada uma delas a seguir. 
 
 Sinonímia – relação que ocorre quando diferentes palavras e expressões 
possuem um sentido semelhante, ou seja, são sinônimas. 
 
Exemplos: 
 
sinal – sinaleira – semáforo – farol 
 
pele branca – pele alva 
 
colóquio – diálogo 
 
casa – moradia – lar – abrigo 
 
 Antonímia – relação que ocorre quando diferentes palavras e 
expressões possuem sentidos opostos, ou seja, são antônimas. 
 
Exemplos: 
 
leal – desleal 
 
bonito – feio 
 
limpo – sujo 
 
claro – escuro 
 
rico – pobre 
 
alto – baixo 
 
aberto – fechado 
 
largo – estreito 
 
 
 
 
Sinônimos 
 
Veja uma lista de algumas palavras e seus sinônimos e antônimos: 
 
significativo, grave, sério, considerável, respeitável, interessante, relevante, 
Importante marcante, notável, superior, valoroso, solene, meritório, elogiável, momentoso, ponderoso, 
vultoso, indispensável, imprescindível, essencial, fundamental, básico, 
crucial, primordial, principal, elementar, necessário, preciso, determinante, útil, 
 
FA Concursos 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/a-importancia-dos-sinonimos-na-producao-textual.htm
 34 
 
 conveniente, pertinente, oportuno, proveitoso. 
 
 
 imposição, obrigação, inevitabilidade, indispensabilidade, imprescindibilidade, 
 Necessidade primordialidade, conveniência, utilidade, dever, urgência, premência, precisão, 
 instância, emergência, exigência, aperto, ânsia, vontade, desejo, mister, apuro. 
 
 
 propósito, fim, finalidade, objeto, alvo, meta, destino, intenção, intuito, intento, 
 Objetivo tenção, escopo, fito, mira, desígnio, querer, sonho, imparcial, isento, neutro, justo, 
 apartidário, desapaixonado, reto, equânime, neutral. 
 
 
 método, procedimento, técnica, maneira, metodologia, modo, meio, recurso, norma, 
 Processo sistema, processamento, ordem, regime, desenvolvimento, andamento, evolução, 
 progresso, crescimento, marcha, movimento. 
 
 
 percepção, lucidez, compreensão, cognição, discernimento, entendimento, 
 Conhecimento apreensão, razão, clareza, informação, informe, notícia, aprendizagens, alicerces, 
 rudimentos, fundamentos, noções, base. 
 
 investigar, pesquisar, averiguar, explorar, sondar, indagar, inquirir, verificar, ler, ver, 
 
 observar, examinar, considerar, estudar, ponderar, refletir, pensar, pesar, criticar, 
Analisar 
 
 comentar, julgar, apreciar, avaliar, aferir, dissecar, decompor, esmiuçar, 
 esquadrinhar, minuciar. 
 
 portanto, assim, assim sendo, por conseguinte, isto posto, como resultado, de modo 
Consequentemente 
 
 
consequente, em consequência. 
 
 
 
 
 
 
 
Antônimos 
 
 
 
 
 
 único, especial, singular, individual, peculiar, particular, exclusivo, específico, próprio, 
 característico, típico, representativo, privativo, limitado, reduzido, restrito, restringido, 
Genérico 
 
 diminuto, pequeno, estreito, preciso, definido, exato, rigoroso, minucioso, detalhado, justo, 
 perfeito, certo, pontual. 
 
 
 diminuir, reduzir, encolher, encurtar, apequenar, minguar, minorar, comprimir, apertar, 
 acanhar, apoucar, estreitar, restringir, limitar, cercear, retrair, baixar, abaixar, atalhar, resumir 
Ampliar 
 
 sintetizar, condensar, abreviar, sumariar, compendiar, recapitular, epilogar, decrescer, 
 involuir, definhar, piorar, agravar, acabar, terminar. 
 
 
 diferente, desigual, díspar, diverso, distinto, dissemelhante, dessemelhante, discrepante, 
 Análogo diferenciado, divergente, discordante, desconforme, contrário, oposto, irregular, variado, 
 vário, mudado, alterado. 
 
 desincentivar, desestimular, desencorajar, desanimar, desmotivar, desalentar, desentusiasmar 
 desacelerar, esmorecer, enfraquecer, amainar, afracar, amortecer, esfriar, arrefecer, 
Incentivar 
 
 desassanhar, impedir, impossibilitar, frustrar, dificultar, atrapalhar, embaraçar, estorvar, 
 empatar, evitar, reprimir, conter, tolher, restringir. 
 
 
 breviloquente, ineloquente, infacundo, lacônico, sucinto, conciso, curto, breve, abreviado, 
Prolixo 
 
 
resumido, sumário, sintético, preciso, compendioso, telegráfico, pouco, escasso, parco, 
 
 FA Concursos 
35 
 
 
exíguo, moderado, controlado, comedido, agradável, divertido, interessante, 
engraçado, recreativo, prazeroso, aprazível, deleitável. 
 
 
 
 
 Hiperonímia e Hiponímia- Hiperonímia é relação que ocorre quando uma 
palavra possui um sentido que engloba um conjunto de outras palavras com 
sentido mais específico. Essas palavras que possuem um sentido mais estrito são 
seus hiponômios. 
 
 
 Hiperonômio Hiponômio 
 
 Insetos borboletas, mosca, mosquito 
 
 
 Esporte natação, futebol, voleibol 
 
 Mamíferos vaca, cachorro, gato 
 
 Veículos carro, avião, caminhão, motocicleta 
 
 Flor rosa, margarida, azaleia, dália 
 
 Sentimento amor, ódio, tristeza, alegria, felicidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FA Concursos 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/hiperonimia-hiponimia.htm
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO DO SUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FA Concursos 
37 
 
 
 
 
 
 
1. Políticas de saúde no Brasil 
 
As políticas públicas de saúde no Brasil têm sofrido modificações ao longo dos anos, e 
tais mudanças historicamente têm sido pelo menos aparentemente para adequarem-se 
aos contextos políticos, econômicos e sociais. Somente com a chegada da família real, 
em 1808, é que algumas normas sanitárias foram impostas para os portos, numa 
tentativa de impedir a entrada de doenças contagiosas que pudessem colocar em risco a 
integridade da saúde da realeza. Em 1822, com a Independência do Brasil, algumas 
políticas débeis de saúde foram implantadas, tais políticas eram referentes ao controle 
dos portos e atribuía às províncias quaisquer decisões sobre tais questões. 
 
Somente com a Proclamação da República,

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