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FA Concursos 2 LINGUA PORTUGUESA (NÍVEL MÉDIO) FA Concursos 3 1. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO 1.1 Propósito comunicativo INTENÇÃO COMUNICATIVA: O objetivo maior da Literatura é o ato da comunicação, ou seja, a troca de informações, mensagens. Isto se dá através de uma conversa, leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos definir como intenção comunicativa todo e qualquer ato ou pensamento que leve a uma comunicação. Para que haja uma comunicação são necessários os elementos básicos: emissor, receptor, canal e código, assim classificados: Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela escrita ou falada, ponto de partida da comunicação. Ex.: Escritor de um livro, falante de uma conversa, autor de uma redação. Receptor :Ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita ou falada. Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa. Canal: Modo pelo qual à mensagem é enviada. EX.: Livro, carta,e-mail, voz. Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou falada. EX.: Assunto de uma conversa,livro ou carta. FUNÇÃO COMUNICATIVA: Sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um modo para tal, a isso damos o nome de função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou falada. Existem as seguintes maneiras ou funções: FUNÇÃO EMOTIVA: Toda comunicação elaborada com uso opinativo, linguagem lírica. EX.: redações, poesias, biografias, tudo que envolve uma linguagem onde afloram opiniões ou sentimentos. FA Concursos 4 FUNÇÃO CONOTATIVA: Essa talvez a mais usada diariamente. Definida pela adaptação da mensagem pelo emissor ao receptor, receptores. EX.: Um médico dialogando com seu paciente e com outros médicos, mesmo que o assunto seja o mesmo, a maneira as palavras serão diferentes devido à capacidade do paciente em entender termos médicos; um advogado em júri ou falando com seu cliente; político em plenária e falando ao povo em comício. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: Função que estuda à gramática ou aspectos ligados a uma Língua. EX.: Gramática, dicionário, questões de interpretação textuais. FUNÇÃO FÁTICA: Função que apresenta uma comunicação. EX.: Introdução de uma redação, prefácio de uma obra literária, início de um diálogo. 1.2. Tipos de texto As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as diferentes formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes intenções comunicativas. Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar,… Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções frásicas, linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação com o leitor,… Podemos distinguir os seguintes tipos textuais: Texto narrativo; Texto descritivo; Texto dissertativo (expositivo e argumentativo); Texto explicativo (injuntivo e prescritivo). de salientar que um único texto pode apresentar passagens de várias tipologias textuais. Texto narrativo FA Concursos 5 A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma sequência de ações reais ou imaginárias. A narração da história é construída à volta de elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Exemplos de texto narrativo: romances: contos; fábulas; depoimentos; relatos; ... Saiba mais sobre textos narrativos em: Texto narrativo. Texto descritivo A principal finalidade de um texto descritivo é apresentar a descrição pormenorizada de algo ou alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais importantes ou também detalhes específicos. Os textos descritivos não são, habitualmente, textos autônomos. O que acontece mais frequentemente é a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos, havendo uma pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar. Exemplos de texto descritivo: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; classificados; ... Saiba mais sobre textos descritivos em: Texto descritivo. Texto dissertativo (expositivo e argumentativo) A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. Um texto dissertativo- expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de convencer o leitor. Já o texto dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Exemplos de texto dissertativo-expositivo: FA Concursos https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/ https://www.normaculta.com.br/texto-descritivo/ 6 enciclopédias; resumos escolares; jornais; verbetes de dicionário; ... Exemplos de texto dissertativo-argumentativo: artigos de opinião; abaixo-assinados; manifestos; sermões; ... Saiba mais sobre textos dissertativos em: Texto dissertativo-expositivo e Texto dissertativo-argumentativo. Texto explicativo (injuntivo e prescritivo) A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir. Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma. Exemplos de texto explicativo injuntivo: receitas culinárias; manuais de instruções; bula de remédio; Exemplos de texto explicativo prescritivo: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos; ... Saiba mais sobre textos explicativos em: Texto explicativo injuntivo e prescritivo. Tipos textuais e gêneros textuais Tipos textuais e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual. FA Concursos https://www.normaculta.com.br/texto-dissertativo-expositivo/ https://www.normaculta.com.br/texto-dissertativo-argumentativo/ https://www.normaculta.com.br/texto-dissertativo-argumentativo/ https://www.normaculta.com.br/texto-injuntivo-e-texto-prescritivo/ 7 Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação. Os gêneros textuais concretizam esses aspectos gerais em situações cotidianas de comunicação. São textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao uso que se faz deles. Exemplos de gêneros textuais romance; conto; crônica; notícia; carta; receita; manual de instruções; regulamento; relato de viagem; verbete de dicionário; artigo de opinião; 1.3.Gêneros discursivos No que diz respeito à ao ensino de Língua Portuguesa, nos diversos níveis, a discussão sobre a possibilidade ou não de ensinar ou utilizar métodos que trabalhem tendo como base os Gêneros do Discurso, tem causado incômodo entre acadêmicos, intelectuais e outros envolvidos no processo ensino/aprendizagem. A reflexão sobre o tema tem sido constante, como podemos ver se nos dispusermos a analisar os anais de um dos congressos mais importantes do Brasil, realizado pela Associação Brasileira de Linguística (os anais podem ser acessados através da páginada entidade). A preocupação não é desnecessária, vez que após a publicação do Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa – PCN tem dado deixa para o ensino dos gêneros discursivos. Não se pode negar o avanço que o PCN trouxe ao propor o ensino de Língua Materna através do viés enunciativo-discursivo, mas de fato há certa característica de didatização ou escolarização dos gêneros do discurso, entretanto tal fato não se coaduna com a teoria e os ideais bakhtinianos, que são sua base teórica. Bakhtin e os Gêneros do Discurso: Considerado um dos maiores intelectuais, no que se refere a gêneros, Bakhtin defende que os gêneros discursivos resultam em formas-padrão “relativamente estáveis” de um determinado enunciado, estas formas seriam determinadas sócio- historicamente. Assim, nossa comunicação, seja ela escrita ou falada, é feita através de gêneros do discurso, os quais cada sujeito teria infindáveis repertórios de gêneros, não sendo, na maioria dos casos, nem mesmo percebidos por seus “usuários”. Vale ressaltar, que os gêneros estão presentes tanto nas conversas formais, quanto nas informais, de acordo com Bakhtin, “quase da mesma forma que FA Concursos 8 nos e nós é dada a língua materna, a qual dominamos livremente até começarmos o estudo da gramática (200:282)”. Os gêneros sofrem modificações de acordo e em consequência do momento histórico no qual estão inseridos, assim podemos compreender que cada situação social dá origem a um gênero com suas próprias peculiaridades. Se compreendermos que existem infinidades possibilidades de situações comunicativas, entenderemos que existem também inúmeras possibilidades de gêneros, logo seu número será ilimitado, como afirma Bakhtin, “a riqueza e a diversidade dos gêneros discursivos são ilimitadas, porque as possibilidades de atividade humana são também inesgotáveis e porque cada esfera de atividade contém um repertório inteiro de gêneros discursivos que se diferenciam e se ampliam na mesma proporção que cada esfera particular se desenvolve e se torna cada vez mais complexa (Bakhtin, 1986:60)”. Conforme o surgimento e transformação das mais diversas esferas sociais, diversos novos gêneros surgem e até mesmo se modificam em prol e em consequência das mesmas. O autor afirma, “Essas palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que a assimilamos, reelaboramos, e reacentuamos (2003:295)”. Todorov também já afirmava algo parecido, antes de Bakhtin, como podemos ver na afirmação, “um novo gênero é sempre a transformação de um ou de vários gêneros antigos: por inversão, por deslocamento, por combinação. Um “texto” de hoje (também isso um gênero num de seus sentidos) deve tanto à “poesia” quanto ao “romance” do século XIX, do mesmo modo que a “comédia lacrimejante” combinava elementos da comédia e da tragédia do século precedente. Nunca houve literatura sem gêneros, um sistema em contínua transformação e a questão das origens não pode abandonar, historicamente, o terreno dos próprios gêneros: no tempo, nada há de “anterior” aos gêneros (1980: 46 – grifo nosso)”. Aqui vale lembrar, que a habilidade linguística de uso dos diversos gêneros está ligada ao domínio da língua. Portanto, quanto maior for o conhecimento e domínio linguístico do sujeito, maior será a facilidade de reconhecer e empregar os gêneros. Bakhtin (2003), afirma que é a vivência das mais diversas situações comunicativas que possibilita o contato com uma maior diversidade de gêneros, tal fato é um exercício para a competência linguística do sujeito produtor de enunciados. Kress (1985), também já afirmava algo parecido, quando dizia que, o discurso é constituído através de, “(...) jogos sistematicamente organizados de declarações que dão expressão aos significados e valores de uma instituição. Um discurso provê um jogo de possíveis declarações sobre uma determinada área... Nisso provê descrições, regras, permissões e proibições sociais e ações individuais”. Assim, é esta competência de cada interlocutor que determina o que ou não aceitável dentro de cada prática e esfera social, logo quanto mais experiência comunicativa o sujeito tiver, mais habilidade o mesmo irá possuir em reconhecer e diferenciar os gêneros discursivos, assim como o seu uso em de acordo com cada situação. FA Concursos 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizando nossos questionamentos e levantamentos, chamamos a atenção ao trabalho realizado em sala de aula, utilizaremos a indagação de Street: “por que em meio a tantos gêneros e a tantas práticas de letramento apenas um deles o gênero do discurso argumentativo de viés científico - veio a adquirir o estatuto de prestígio de que desfruta em nossa sociedade?”, (Apud MARTINS, 2007: 09). Quando se trata de utilizar e trabalhar gêneros do discurso em ambiente escola, a metalinguagem é, inicialmente, relacionada às tipologias discursivas, ou seja, reconhecer as características mais recorrentes ou típicas de cada tipo de gênero, considerando as marcas presentes em cada estilo. Salientamos que essas classificações são muito difíceis de reconhecer e categorizar, conduzindo a idealizações, principalmente no momento atual, em que vão se tornando cada vez mais correntes as diferentes hibridizações e transposições de características de dada modalidade textual para outro tipo de texto, assim como as diferentes assimilações de um gênero dentro de outro, como pode ser o caso do texto de propaganda que incorpora em seu interior uma cartinha pessoal ou um bilhete, sem que, nesse movimento, deixe de pertencer ao gênero propagandístico (MARTINS, 2007). Todavia, além de simples categorizações, é necessário refletir em conjunto com os alunos sobre as questões ideológicas e até mesmo de poder, que podem ser notoriamente percebidas (após análise, claro) nos diferentes tipos de gêneros, sendo esses fenômenos mais visíveis em certos textos – como propaganda, denúncia– porém não se resumindo a eles. Desta maneira o processo de ensino/aprendizagem passa a ser dinâmico e processual. Neste estudo elencamos diversos questionamentos e para compreendermos e de certa forma responde-los recorremos à teoria de Bakhtin, do que se trata sobre os gêneros do discurso e acreditamos que o trabalho com gêneros do discurso será possível sempre que se amplie o contexto do trabalho escolar, que para dar conta desse desafio necessita, no mínimo, não se resumir apenas à sala de aula, buscando outras motivações para uma prática de linguagem e de letramento mais efetiva e sujeita a flexibilizações. Considerando que os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados com o objetivo de, "criar condições, nas escolas, que permitam aos nossos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania" (PCN, 1998: 5). Resta-nos saber se tal documento que “alega” ser resultado de um projeto moldado sob o viés teórico de Bakhtin considera o dialogismo da linguagem, o caráter social que tais atividades adquirem ao se considerar cada situação de aprendizagem como um enunciado, em uma cadeia enunciativa, onde o receptor não é um ser passivo. 1.4 Mecanismos coesivos FA Concursos 10 A coesão textual é como uma corrente ou como as costuras de um tecido: se um elo se parte ou se uma costura sai do lugar, o texto fica mal construído. O que fazer, então, para estabelecer a coesão? Quais são os mecanismos gramaticais utilizados? Elementos coesivos são palavras ou expressões cuja função é estabelecer relações lógicas entre as partes do texto – como os conectivos – ou fazer referência a outros elementos presentes no texto – pronomes, advérbios, sinônimos. Vejamos um trecho de Aritmética da Emília, de Monteiro Lobato: Aquele célebre passeio dos netosde Dona Benta ao País da Gramática havia deixado o Visconde de Sabugosa pensativo. É que todos já tinham inventado viagens menos ele. Ora, ele era um sábio famoso e, portanto, estava na obrigação de também inventar uma viagem e das mais científicas. Em vista disso, pensou uma semana inteira, e por fim bateu na testa, exclamando numa risada verde de sabugo embolorado: – Heureca! Heureca! Emília, que vinha entrando do quintal, parou , espantada, e depois começou a berrar de alegria: – O Visconde achou! O Visconde achou! Corram todos! O Visconde achou! A gritaria foi tamanha que Dona Benta, Narizinho e Pedrinho acudiram em atropelo. -Que foi? Que aconteceu? – O Visconde achou! – repetia a boneca entusiasmada. – O danadinho achou!… – Mas achou que coisa, Emília? – Não sei. Achou. Só. Quando entrei na sala, encontrei-o batendo na testa e exclamando:”Heureca”. Heureca é uma palavra grega que quer dizer “achei!”. Logo, ele achou. Observe as palavras destacadas no texto. A que elas se referem? Em “Aquele passeio…”, o pronome demonstrativo faz alusão ao passeio que a turminha do sítio fizera ao País da Gramática; em “todos já tinham inventado…”, o pronome indefinido também faz referência aos personagens; em “menos ele”, o pronome pessoal substitui Visconde de Sabugosa, assim como acontece em “encontrei-o”; “Em vista disso” substitui todo o trecho em que o narrador conta a ideia do sabugo de milho. Tais informações são facilmente notadas pelo leitor e são resultados do uso de recursos de coesão textual. A coesão estabelece relações de sentido. Alguns autores citam alguns fatores de coesão e veremos alguns deles: a referência, a substituição e a conjunção. FA Concursos 11 Coesão referencial A referência pode ser pessoal, demonstrativa, comparativa. A pessoal é feita por meio de pronomes pessoais e possessivos (“Quando entrei na sala, encontrei-o batendo na testa”); a demonstrativa utiliza pronomes demonstrativos de advérbios de lugar (“Aquele célebre passeio dos netos”); e a comparativa é feita por meio de similaridades, como aparece em um outro trecho da obra:” A minha viagem é um pouco diferente das outras“. Substituição A substituição consiste na colocação de um termo em lugar de outro ou uma oração inteira. É um recurso que evita a repetição de um termo em particular. Conjunção A conjunção estabelece relações entre termos ou orações em um texto. As conjunções usadas como elementos coesivos são as aditivas, adversativas, causais e temporais: “Quando entrei na sala, encontrei-o batendo na testa.” 1.5 Coerencia textual São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica. Conhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação. Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto. Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias apresentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente comprometida. importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que colaboram para a construção da coerência global de um texto. São eles: Coerência sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos elementos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas ambíguas, bem como o uso inadequado dos conectivos. Coerência semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso, antes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência. Coerência temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência temática. Coerência pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos, orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um pedido. Quando FA Concursos http://portugues.uol.com.br/redacao/oselementostextualidade.html http://portugues.uol.com.br/redacao/os-conectivos-como-elementos-coesao-uma-analise-minuciosa.html 12 fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma afirmação ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado. Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática. Coerência estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente nos textos não literários. Coerência genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um determinado gênero assumindo a forma de outro. importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos literários, uma ruptura com os tipos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos demais textos, a coerência contribui para a construção de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na compreensão do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o conhecimento linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a informatividade, a intertextualidade e a intencionalidade. 1.6 Progressão temática A progressão temática é um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar sequência a seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar apresentando informações novas sobre aquilo de que se fala, que é o tema. Um requisito para a construção do texto, conhecido por todos os falantes, é que ele tenha unidade temática (mantenha ‘o fio da meada’), e, ao mesmo tempo, apresente informações novas sobre o tema. Um texto sobre gripe, por exemplo, não pode mudar de tema aleatoriamente e passar a tratar de furacão ou telefone celular. Mas, para ser aceito como texto, precisa falar de diferentes aspectos da gripe: o que é, que riscos traz para o doente, quais são os meios de contágio, o que se deve fazer para evitá-la, qual é o tratamento, etc. Assim, do ponto de vista funcional, a organização e hierarquização das unidades semânticas do texto se concretizam por meio de dois eixos de informação, denominados tema (tópico) e rema (comentário). Considera-se como tema do enunciado o que se toma como base da comunicação, aquilo de que se fala, e como rema aquilo que se diz sobre o tema. De modo geral, o tema é uma informação dada, já apresentada ao ouvinte ou leitor, ou que pode ser facilmente inferida, depreendida por ele, a partir do contexto ou do próprio texto. O rema apresenta informação nova que é introduzida no texto. O texto progride pela articulação entre esses eixos de informação. É possível que mantenha um tema único e apresente sobre ele vários remas, várias informaçõesFA Concursos http://portugues.uol.com.br/literatura/texto-literario-nao-literario-marcas-linguisticas.html http://portugues.uol.com.br/literatura/texto-literario-nao-literario-marcas-linguisticas.html http://portugues.uol.com.br/redacao/ampliando-nocao-intertextualidade-.html 13 novas. Mas é possível, também, que o tema ou tópico principal se desdobre em subtemas ou subtópicos, fazendo o texto avançar. Pode-se pensar a progressão temática no plano global do texto – qual é o tema geral, como ele se desdobra em partes ou parágrafos, de que aspecto trata cada um deles, introduzindo ou não novos subtemas. Mas pode-se também apreender a progressão temática no modo como os temas e remas se encadeiam em frases que se sucedem no texto. Por exemplo, quando o tema de uma frase passa a ser o rema da frase seguinte e o rema desta passa a ser o tema da seguinte, tem-se a progressão temática linear, como acontece no trecho: Coelho lembra Páscoa. Páscoa lembra chocolate (Páscoa, que faz parte do rema na primeira frase, passa a ser o tema da segunda). Quando um mesmo tema é mantido em frases sucessivas do texto, tem-se a progressão temática com tema constante, como na sequência: Os peixes-bois são os únicos mamíferos aquáticos herbívoros. Eles vivem em águas rasas nas regiões subtropicais e estão ameaçados de extinção. O tema dessa passagem é os peixes- bois, que é retomado pelo pronome eles e por uma elipse na terceira oração: [eles, os peixes-bois] estão ameaçados de extinção. Essas formas de progressão aparecem, em geral, combinadas entre si e articuladas com os procedimentos de manutenção do tema do texto. A manutenção e a progressão do tema são requisitos indispensáveis para a coesão e para a coerência textual. Na prática pedagógica, devem ser trabalhados tanto em textos bem- construídos, que servem de referência para o aluno, quanto em textos problemáticos em termos de progressão temática, situação em que devem ser apontadas alternativas para sua adequação. Essa prática contribui para o desenvolvimento da competência textual e comunicativa do aluno. 1.7 Paragrafação A paragrafação, ação de criar parágrafos, é uma convenção da escrita, assim como a ortografia e a pontuação, por exemplo. Muitos podem se perguntar: se é uma convenção da escrita, por que pensar nisso na Educação Infantil e no Ciclo de Alfabetização, etapas em que boa parte dos alunos ainda não domina o sistema de escrita? Porque é possível ensinar às crianças noções sobre a organização e o funcionamento do texto escrito mesmo antes de elas se apropriarem do sistema alfabético-ortográfico. Isso significa que é possível ensinar noções de paragrafação a esses pequenos aprendizes. A noção mais corrente de parágrafo é que ele se constitui num afastamento da palavra inicial da frase da margem esquerda do papel. Mas não é só essa marca gráfica que define um parágrafo. O parágrafo se desenvolve em torno de uma ideia central e apresenta diferentes modos de organização, definidos em função do gênero textual e do objetivo de quem o escreveu (contrastar, enumerar, explicar, destacar relações de causa-consequência, etc.) . desejável que, ao introduzir o trabalho com a paragrafação no Ciclo de Alfabetização, escolha-se um parágrafo-padrão, recorrente em textos informativos, como os que circulam em publicações voltadas para o público infantil (cadernos especiais de jornais, revistas, livros paradidáticos). O critério utilizado aqui para FA Concursos 14 definir parágrafo-padrão é a frequência com que um determinado tipo de parágrafo ocorre. Na condução do trabalho, é importante ficar atento para que os alunos não construam o pressuposto de que se deve criar um novo parágrafo, quando se muda de assunto. Em um texto informativo, o assunto é o mesmo, o que não significa que o texto vai repetir uma mesma ideia em toda a sua extensão. Nesse ponto, pode-se concluir que a paragrafação está relacionada à progressão temática, que consiste em manter o assunto, mas variar o aspecto desse assunto que será abordado. Uma analogia pode ser a comparação com uma filmagem de uma festa de aniversário. A câmera aborda diferentes aspectos da festa – os convidados, a decoração, o aniversariante, o bolo –, tudo, porém, diz respeito à mesma festa. A filmagem de cada um desses aspectos corresponderia a um parágrafo, mas o assunto continua a ser a festa. Atividades com o objetivo de mostrar às crianças como funciona a paragrafação podem ser propostas tanto na leitura (o professor é o leitor) como na escrita (o professor é o escriba). Na leitura, pode-se, por exemplo, ler um texto informativo sobre um animal ‘curioso’, extraído de revista ou site adequado aos pequenos aprendizes, e pedir a eles que indiquem o aspecto do assunto abordado em cada parágrafo. Outra possibilidade, durante a leitura, é dizer aos alunos que o autor do texto se esqueceu de colocar os parágrafos e pedir a eles que o ajudem a indicá-los. Para isso, basta retirar os recuos que assinalam, graficamente, os parágrafos. Se o trabalho é no Ciclo de Alfabetização, é possível dar informações sobre o conteúdo de cada parágrafo. Por exemplo: o 1º parágrafo explica por que o animal tem aquele nome, o 2º parágrafo descreve as características do animal, o 3º parágrafo fala sobre os hábitos do animal e sobre o lugar onde vive, o 4º parágrafo fala sobre o que pode ser feito para preservar esse animal. Na produção escrita, pode-se, por exemplo, indicar o assunto sobre o qual os alunos escreverão e delimitar o tópico que deve ser tratado em cada parágrafo. Os alunos ditam o texto e o professor registra no quadro. Depois, o texto deve passar por uma revisão para que os alunos avaliem se cada parágrafo assumiu como tópico o que foi delimitado. 1.8 Citação do discurso alheio Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de outrem, pode recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como a modalização em discurso segundo, o discurso direto, o discurso indireto e a ilha textual. MODALIZAÇÃO EM DISCURSO SEGUNDO É o modo mais simples e mais direto para o enunciador mostrar que não é responsável por um determinado discurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio. Para tanto, o enunciador utiliza-se de determinadas marcas linguísticas, como as apresentadas em destaque nos exemplos abaixo. Ex.: Para a antropóloga americana Margaret Mead, a monogamia é o mais difícil dos arranjos maritais. Ex.: Uma dieta rica em vegetais, segundo dizem, reduz a chance de se ter vários tipos de câncer. Ex.: O que falta aos governos latino-americanos é profissionalismo e inteligência política, conforme Caetano Veloso. Ex.: A adolescência, de acordo com fontes bem informadas, começa cada vez mais cedo e termina cada vez mais tarde. FA Concursos 15 DISCURSO DIRETO Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer responsabilidade, por isso, ele reproduz literalmente as falas citadas, ou seja, o discurso apresenta-se às vezes como a exata reprodução das palavras do enunciador citado. Ex.: “Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que alguém com menos fome”, afirma a fisiologista Sara Shammah Lagnado, da Universidade de São Paulo (USP). Marcas do discurso direto a) O discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos são denominados de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser colocados antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou no final do discurso direto. Ex.: O professor esclarece: “Os jovens levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não completamente”. Ex.: – Farei uma farra daquelas – disse o candidato – quando eu passar no vestibular. Ex.: – Por que o senhor bebe? – perguntou a repórter. –Eu bebo porque é líquido. Se fosse sólido, eu comeria – respondeu malcriado o alcoólatra. b) A fala citada aparece nitidamente separada por elementos tipográficos como as aspas, travessões, dois-pontos e itálico. Ex.: A mulher perguntou ao marido: – Você bebeu? Ex.: A mulher perguntou ao marido: “Você bebeu?” Ex.: A mulher perguntou ao marido: Você bebeu? A opção pelo discurso direto geralmente está ligada ao gênero do discurso ou às estratégias do enunciador de cada texto. Ao escolher esse modo de citação, o enunciador, pode estar, particularmente, querendo: criar imagem de autenticidade do que reproduziu, indicando que as palavras relatadas são realmente proferidas; distanciar-se: seja porque o enunciador quer explicitar, por intermédio do discurso direto, sua adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras prestigiosas, irretocáveis e as suas próprias palavras (citação de autoridade); seja porque não adere ao que é dito; mostra-se objetivo; caracterizar a fala relatada, imprimindo-lhe marcas de oralidade espontânea, de regionalismos ou até de cacoetes linguísticos (recurso muito utilizado em gêneros literários). DISCURSO INDIRETO É o modo de citação do discurso alheio em que o enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduzir as falas citadas, uma vez que ele se utiliza de suas próprias palavras para reproduzir a fala do outro. Ex.: O carnavalesco disse que os traficantes não mandam no samba. Marcas do discurso indireto da mesma forma do discurso direto, vem também introduzido por um verbo de dizer; ao contrário do discurso direto, a fala citada é introduzida por meio de uma partícula introdutória: que ou se. A escolha do discurso indireto está também ligada ao gênero textual e às estratégias do enunciador em cada texto. A imprensa popular, por exemplo, prefere o discurso direto ao indireto. Para um público leitor popular, o jornalista privilegia a citação direta. É como se o leitor estivesse presente na situação. Para um leitor mais instruído, o jornalista constrói um enunciado que fale à inteligência desse público e atrás desse enunciado ele (o jornalista) se apaga. Por isso, nesse caso, haverá mais recorrência ao discurso indireto, às ilhas textuais e á modalização em discurso segundo. ILHA TEXTUAL Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação. Considere os exemplos seguintes: Ex.: Vera disse aos prantos que tinha flagrado o marido “papando a empregada”. Ex.: O ladrão confessou que tinha roubado para “matá as fome dos bruguelo”. Ex.: Segundo o Presidente da República, “é necessário que cada posto de gasolina seje fiscalizado”. O enunciador de cada um dos grupos acima isolou em itálico e entre aspas um fragmento que, ao mesmo tempo, ele utiliza e menciona, emprega e cita. Apesar de o fragmento possuir a FA Concursos 16 estrutura do discurso indireto ou da modalização em discurso segundo, há neles algumas palavras que são atribuídas aos enunciadores citados. Aqui a ilha é indicada pelas aspas e pelo itálico. É o procedimento mais frequente na imprensa. Pode-se também encontrar somente as aspas ou somente o itálico. Nesse tipo de citação, as marcas tipográficas permitem verificar que essa parte do texto não é assumida pelo enunciador. 1.9 Informações implicitas Em um texto articulam-se informações de duas naturezas: explícitas e implícitas, sendo ambas fundamentais no processamento dos sentidos. Estes são determinados não apenas pelas informações explicitadas na sua linearidade, mas por aquelas que constituem o conhecimento de mundo dos interlocutores e que não foram citadas no texto. Em outras palavras, podemos dizer que o implícito em um texto é tudo o que está presente nesse texto pela sua ausência – os subentendidos; é tudo o que não está dito, mas que também está significando. Tomemos o enunciado a seguir: Amiga 1: Será que daria pra você trazer o meu CD amanhã? Amiga 2: Vai ter manifestação na Av. Paulista...! Amiga 1: Nossa! Amanhã? Então a gente se vê na quarta, tá bom? Amiga 2: Que pena, eu ia passar pra te pegar e a gente ir junto... Apesar da aparente incoerência entre o que uma amiga diz para a outra, todos conseguimos compreender que: a Amiga 1 parece ter emprestado um CD para a Amiga 2; a Amiga 2 não vai levar o CD porque vai à manifestação (inferência autorizada na linha (4); a Amiga 1 não vai à manifestação (inferência possível na linha 3 e autorizada na (4); a Amiga 1 sabia que a 2 iria à manifestação, pois se surpreendeu apenas com a data; a Amiga 1 ficou sabendo da data apenas com a Amiga 2; a Amiga 2 irá de carro e daria uma carona para a Amiga 1; a Amiga 2 pensava que a Amiga 1 iria à manifestação (decepcionou-se quando ela disse que não iria); FA Concursos 17 as amigas vão ficar pelo menos um dia sem se ver; a manifestação pode ser na cidade de São Paulo, considerando o nome da avenida, e por esse ser um local típico para a realização de manifestações. Concluindo, todos fomos capazes de constituir informações implícitas: considerando eventuais pressupostos - inferência realizada em a), pois se a Amiga 1 pede a devolução do CD, então só pode tê-lo emprestado para a colega; a partir das pistas oferecidas no próprio texto - como em b), c), d), e), f) e g); e a partir do conhecimento de mundo - como no item i). As informações implícitas, portanto, constituem o sentido de um texto. No processo de leitura, tais informações só podem ser recuperadas por meio da inferenciação, ou seja, através da identificação de sentidos possibilitados por deduções e conclusões que articulam as marcas linguísticas do texto com as características da situação de comunicação e com os diversos tipos de conhecimentos prévios do leitor. Alguns autores costumam classificar as inferências como locais ou globais. As locais seriam realizadas quando acontece uma lacuna de compreensão, provocada, por exemplo, pela presença de uma palavra cujo significado é desconhecido. Nesse caso, o leitor retoma o texto e procura pistas que permitam descobrir os sentidos. Já as globais são resultantes dos pressupostos e dos subentendidos, e são realizadas recuperando-se as marcas linguísticas do texto, a significação já elaborada, e articulando essas informações com os conhecimentos de mundo. No processo de ensino, esses procedimentos indicados devem ser objeto de estudo e exercitação – por exemplo, em uma atividade de leitura colaborativa, modalidade relevante em práticas desenvolvidas na escolarização inicial e, especialmente, no processo de alfabetização. 1.10 Liguagem denotativa e conotativa A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. Isso porque ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas as formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de maneira oral (fala), seja na forma escrita, recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma língua, os quais atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo, que é o sentido literal da palavra, expressão ou enunciado, e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra, expressão ou enunciado. Vejamos mais detalhadamente cada um deles: DENOTAÇÃO Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e enunciados de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras. FA Concursos 18 De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos assuntos,como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros. Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos, fatos, ações em seu sentido literal. Exemplos: A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia. A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu. O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para a fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores. Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais. CONOTAÇÃO Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado em situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e expressões, ressignificando-as. De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursivos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir mais expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes. Exemplo: Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa: Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; FA Concursos 19 um contentamento descontente; dor que desatina sem doer. um não querer mais que bem querer; um andar solitário entre a gente; nunca contentar-se de contente; um cuidar que se ganha em se perder. querer estar preso por vontade; servir a quem vence, o vencedor; ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís Vaz de Camões, séc. XVI) CONHECIMENTO LINGUÍSTICO 2.1 Variação líguistica A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade na qual se manifesta. FA Concursos 20 As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao status. O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem esse patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da música “Samba do Arnesto”, de Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode ocorrer: Samba do Arnesto O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás Nós fumos não encontremos ninguém Nós voltermos com uma baita de uma reiva Da outra vez nós num vai mais Nós não semos tatu! No outro dia encontremo com o Arnesto Que pediu desculpas mais nós não aceitemos Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa Mas você devia ter ponhado um recado na porta Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância, Assinado em cruz porque não sei escrever. Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve sofrer grandes alterações, devendo ser preservado. Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever como falamos? Um novo idioma seria inventado, aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico determinado pelas regras cairia por terra. Contudo, o que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, pois ele transportou para a modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral. As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão inseridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, enquanto outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também que a língua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova disso é que você não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você conversa com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo? FA Concursos http://www.youtube.com/watch?v=plOezZ6936Y 21 A adequação é um tipo de variação linguística que consiste em adequar a língua às diferentes situações comunicacionais A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão rebuscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente perderíamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudicada. Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos específicos: os médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exercendo o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais. O mesmo acontece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc. Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a outra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favorecidas. 2.2 Classes de palavras A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e conjunção. Atualmente, são reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome. Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram epelas que ainda vão ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra. FA Concursos 22 Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras: SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc. Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc. ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-os. Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas. ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos substantivos. Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc. PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a pessoa do discurso. Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc. VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical. Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc. ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os. Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc. NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem. Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc. PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas. Exemplo: em, de, para, por, etc. CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou subordinação. Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc. FA Concursos 23 INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito. Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh! 2.3 Convenções da norma padrão Muitos professores de Português dizem que a Norma Culta é a maneira correta de falar e escrever. Esse conjunto de regras seguiria padrões linguísticos tidos corretos e utilizado pelos falantes com alto nível de escolaridade. Mas antes de dizer se isso está correto ou não, precisamos definir o que é Norma e por quais motivos ela pode ser chamada de Culta. Haveria uma Norma Não Culta? Por que Norma Culta? Há quem considera a fala e a escrita de pessoas mais escolarizadas como ideais. Ideal no sentido de ser o correto, isso é um erro crasso! O que é Norma? Norma é algo acordado como uma regra, um regulamento, ou lei. Podemos dizer que essa ou aquela prática é a forma normal de se fazer alguma coisa. Não há juízo de valor nisso. Não podemos considerar que algo normal seja necessariamente bom, apenas quer dizer que isso ocorre naturalmente num determinado grupo. Pensando em linguística, chama-se Norma o conjunto de regras que determinam o uso de uma língua. Há duas normas, basicamente: a padrão e a não padrão. Essas duas normas não têm relação com a escolaridade do usuário. Um falante culto pode perfeitamente utilizar a norma não padrão e um falante não culto pode ter domínio da norma-padrão. O que é ser Culto? Para podermos classificar um falante como culto, devemos atentar para alguns fatores: Nível de escolaridade, Local de nascimento e que reside, Renda, etc. Não há um só critério a ser atendido. Tomar apenas um desses critérios é o mesmo que dizer que um Tiranossauro Rex é um pássaro por botar ovos. O Projeto NURC-RJ (Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro) é referência nacional para estudos da variante culta da língua portuguesa e está disponível on-line. Esse projeto conta com entrevistas gravadas entre os anos de 1970 e 1990, totalizando 350 horas, com informantes que atendem aos seguintes critérios: Nível superior completo; Nascidos no Rio de Janeiro e filhos de pais preferencialmente cariocas. O Projeto NURC tem núcleos em cinco capitais: Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O que é Norma-padrão? FA Concursos 24 exatamente o que se espera da variante da língua portuguesa tanto defendida por gramáticos e alguns linguistas. Tratar a norma-padrão como culta é, na verdade, uma utopia, já que falantes cultos não necessariamente dominam essa norma culta. O que é ensinado nas escolas é a norma-padrão. Um médico formado numa universidade de renome pode dizer perfeitamente “us mininu”, mas para se fazer entender em todos os países lusófonos, ele deve escrever “os meninos”. Falar “us mininu” e escrever “os meninos” torna a pessoa menos culta? A primeira forma só será dita ou escrita em contextos muito específicos, assim como a segunda forma, que será utilizada em situações que exigem o uso padronizado da língua portuguesa. Deve-se ensinar Norma Culta ou Norma padrão? Sim! Deve-se ensinar norma-padrão nas escolas, do mesmo modo que deve ser ensinado Biologia, Matemática, Geografia, etc. Mas como isso é feito? Atualmente, espera-se que o professor de português passe cinco folhas de regras gramaticais, três folhas de exceções para cada regra, mais 15 folhas de exercícios contendo frases do século XIX. Quando um professor apresenta outras forma de utilizar a língua, muitos pais e outros profissionais da educação condenam essa atitude. Não há renovação de conceitos e teorias sobre a linguagem nas escola. Muito do que é estudado na faculdade fica restrito ao universo acadêmico. Muito pouca coisa chega à sala de aula. A seguir, trago a análise do professor Mario Perini sobre o ensino de gramática nas escolas. “Não é assim que se estuda biologia. Você faz experiências para validar a teoria. Assim, pode descobrir que um postulado está errado. Quando se trata da gramática, ao contrário, aquilo é verdade, e ponto final. Quem está errado é o mundo”, entrevista publicada no site da UFMG. Nunca mais diga Norma Culta ao se referir à Norma-padrão. 2.4 Período simples e composto O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, pode ser simples ou composto. Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta. Exemplos: Já acordamos. Hoje está tão quente! Preciso disto. Período Composto - apresenta duas ou mais orações. Exemplos: Conversamos quando eu voltar. É sua obrigação explicar o que aconteceu. Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias. O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado. Classificação do Período Composto Conforme a sua formação, o período composto é classificado em: FA Concursos https://www.ufmg.br/online/arquivos/015374.shtml 25 Período Composto por Coordenação - quando as orações são independentes entre si, ou seja, cada uma delas têm sentido completo. Exemplos: Levantou e começou a trabalhar. Assaltou a loja e correu pela porta dos fundos. Período Composto por Subordinação - quando as orações relacionam-se entre si. Exemplos: Espero terminar os enfeites até que os convidados comecem a chegar. Fiz a receita mesmo sem saber quais ingredientes levava. Período Misto - quando há a presençade orações coordenadas e subordinadas. Exemplos: Levantei, embora ainda estivesse cheio de sono. Enquanto ele falar, nós vamos escutar. Orações Coordenadas As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas, respectivamente, conforme são utilizadas ou não conjunções. Exemplos: Ora fala, ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso da conjunção “ora...ora”). As aulas começaram, os deveres começaram e a preguiça deu lugar à determinação. (orações coordenadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres começaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à determinação”.) As orações coordenadas sindéticas podem ser: Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: Gosta de praia, mas também gosta de campo. Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Exemplo: Gostava do curso, contudo não havia vaga na sua cidade. Alternativas: quando as orações expressam alternativa. Exemplo: Vai ele ou vou eu. Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Exemplo: Estão de acordo, então vamos. Explicativas: quando as orações expressam explicação. Exemplo: Fizemos o trabalho hoje porque tivemos tempo. Orações Subordinadas As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais, conforme a sua função. Exemplos: Substantivas: quando as orações têm função de substantivo. Exemplo: Espero que vocês consigam. Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo. Exemplo: Os concorrente que dormem mais têm um desempenho melhor. Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio. Exemplo: À medida que crescem, aumentam as preocupações. Leia também Sintaxe e Períodos Compostos e Frase, Oração e Período. Exercícios 1. (UNIRIO) No período “Ah, arrulhou de repente a pomba, quando distinguiu, indignada, o pombo que chegava (...)”, as duas orações subordinadas são respectivamente: a) adjetiva e adverbial temporal b) substantiva predicativa e adjetiva c) adverbial temporal e adverbial temporal FA Concursos https://www.todamateria.com.br/periodo-composto-por-coordenacao/ https://www.todamateria.com.br/periodo-composto-por-subordinacao/ https://www.todamateria.com.br/oracoes-coordenadas/ https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas/ https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-substantivas/ https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-adjetivas/ https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-adverbiais/ https://www.todamateria.com.br/sintaxe-e-periodos-compostos/ https://www.todamateria.com.br/frase-oracao-e-periodo/ 26 adverbial temporal e adverbial consecutiva adverbial temporal e adjetiva VER RESPOSTA Alternativa e: adverbial temporal e adjetiva. (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar, nunca esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula está mal colocada, pois separa: a) o sujeito e o objeto direto b) o sujeito e o predicado c) a oração principal e a oração subordinada d) o sujeito e o seu adjunto adnominal e) o predicado e o objeto direto VER RESPOSTA Alternativa b: o sujeito e o predicado (FUVEST) No período: “Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a finados.”, a segunda oração é: a) subordinada adverbial causal b) subordinada adverbial consecutiva c) subordinada adverbial concessiva d) subordinada adverbial comparativa e) subordinada adverbial subjetiva VER RESPOSTA Alternativa b: subordinada adverbial consecutiva 2.5 Pontuação Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita edesempenham a função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limitesde estruturas sintáticas nos textos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido. Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nossos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enunciados. Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita: Ponto ( . ) Indicar o final de uma frase declarativa: Gosto de sorvete de goiaba. Separar períodos: FA Concursos http://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html http://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html http://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/prosodia-discurso.html http://portugues.uol.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html http://portugues.uol.com.br/redacao/textos-sem-coesao.html http://portugues.uol.com.br/redacao/tipos-coerencia.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html 27 Fica mais um tempo. Ainda é cedo. Abreviar palavras: Av. (Avenida) V. Ex.ª (Vossa Excelência) p. (página) Dr. (doutor) Dois-pontos ( : ) a) Iniciar fala de personagens: O aluno respondeu: – Parta agora! Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores. Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos. Anote o número do protocolo: 4254654258. Antes de citação direta: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” Reticências ( ... ) Indicar dúvidas ou hesitação: Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais. Interromper uma frase incompleta sintaticamente: Quem sabe se tentar mais tarde... Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar) Suprimir palavras em uma transcrição: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) FA Concursos http://portugues.uol.com.br/gramatica/abreviaturas-siglas.html http://portugues.uol.com.br/redacao/narracao.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/o-aposto-suas-diferentes-classificacoes.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/periodo-composto-por-subordinacao-.html 28 Parênteses ( ) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o travessão: Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922). "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha) Ponto de Exclamação ( ! ) Após vocativo Ana, boa tarde! Final de frases imperativas: Cale-se! Após interjeição: Ufa! Que alívio! Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: Que pena! Ponto de Interrogação ( ? ) Em perguntas diretas: Quantos anos você tem? Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: Não brinca, é sério?! Vírgula ( , ) De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma fraseou oração, não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos: FA Concursos http://portugues.uol.com.br/gramatica/vocativo-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/interjeicoes.html http://portugues.uol.com.br/redacao/funcoes-linguagem-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/sintaxe.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/termos-constituintes-oracao---sujeito-predicado.html 29 Sujeito de Predicado; Objeto de Verbo; Adjunto adnominal de nome; Complemento nominal de nome; Predicativo do objeto do objeto; Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). Casos em que devemos utilizar a vírgula: A vírgula no interior da oração Utilizada com o objetivo de separar o vocativo: Ana, traga os relatórios. O tempo, meus amigos, é o que nos confortará. Utilizada com o objetivo de separar apostos: Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem. Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula. Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Quando chegar do trabalho, procurarei por você. Os políticos, muitas vezes, são mentirosos. Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração: Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários. Traga picolé de uva, groselha, morango, coco. Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas: Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo. Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas: Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas. Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado: A ele, nada mais abala. Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas: FA Concursos http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-sujeito.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/termos-constituintes-oracao---sujeito-predicado.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/objeto-direto-interno.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/as-classificacoes-dos-verbos.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/predicativo-adjunto-adnominal.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/complemento-nominal.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/predicativo-objeto.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/oracoes-subordinadas-desenvolvidas-reduzidas.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/subordinada-substantiva-subjetiva-x-substantiva-objetiva-direta.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/vocativo-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/o-aposto-suas-diferentes-classificacoes.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/adjunto-adverbial-adjunto-adnominal-pontos-que-os-divergem.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/objeto-direto-pleonastico.html 30 Goiânia, 01 de novembro de 2016. Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos: É pau, é pedra, é o fim do caminho. Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo: Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar) Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre. 2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia (polissíndeto): E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval. Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo): Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância. A vírgula entre orações A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações: Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000. Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado. Estudei muito, mas não consegui ser aprovada. Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar) Para separar as orações intercaladas: FA Concursos http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-sujeito.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html http://portugues.uol.com.br/redacao/figuras-construcao-ou-sintaxe.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/analisando-as-oracoesubordinadas-adjetivas.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/as-oracoes-subordinadas-adverbiais-nao-as-decore-analise-as.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/oracoes-subordinadas-desenvolvidas-reduzidas.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/oracoes-intercaladas-ou-interferentes.html 31 "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” Para separar as orações substantivas antepostas à principal: Quando sai o resultado, ainda não sei. Ponto e vírgula ( ; ) a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas: I- O que dizer; II- A quem dizer; III- Como dizer; IV- Por que dizer; V- Quais objetivos pretendo alcançar com este texto? Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) Travessão ( — ) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto: A mãe perguntou ao filho: — Já lavou o rosto e escovou os dentes? Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: — Filho, você já fez a sua lição de casa? — Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto. Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários: Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília. FA Concursos http://portugues.uol.com.br/gramatica/subordinada-substantiva-subjetiva-x-substantiva-objetiva-direta.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/a-virgula-entre-as-oracoes-coordenadas-.html http://portugues.uol.com.br/redacao/tiposdiscurso.html http://portugues.uol.com.br/redacao/oselementosconstitutivoscomunicacao.html 32 Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria. Aspas ( “ ” ) As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades: Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressõespopulares: A aula do professor foi “irada”. Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente. Indicar uma citação direta: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) FIQUE ATENTO! Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla ("). VEJA AGORA ALGUMAS OBSERVAÇÕES RELEVANTES: Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem. Observe: Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango. Não gosto nem desgosto. Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás. Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a finalidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório. Observe: Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele. 2.6 Relações semanticas entre palavras A Semântica é a área da Linguística que estuda o significado das palavras, das frases, das expressões, etc., em um contexto específico. Assim, algumas vezes, os significados podem receber diferentes interpretações por estarem em situações comunicativas FA Concursos http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html http://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-frases-.html 33 também diferentes. Essa relação entre os diferentes significados de uma palavra é chamada de relação de sentido. A relação de sentido pode ser classificada em: sinonímia, antonímia, hiperonímia e hiponímia. Vamos analisar cada uma delas a seguir. Sinonímia – relação que ocorre quando diferentes palavras e expressões possuem um sentido semelhante, ou seja, são sinônimas. Exemplos: sinal – sinaleira – semáforo – farol pele branca – pele alva colóquio – diálogo casa – moradia – lar – abrigo Antonímia – relação que ocorre quando diferentes palavras e expressões possuem sentidos opostos, ou seja, são antônimas. Exemplos: leal – desleal bonito – feio limpo – sujo claro – escuro rico – pobre alto – baixo aberto – fechado largo – estreito Sinônimos Veja uma lista de algumas palavras e seus sinônimos e antônimos: significativo, grave, sério, considerável, respeitável, interessante, relevante, Importante marcante, notável, superior, valoroso, solene, meritório, elogiável, momentoso, ponderoso, vultoso, indispensável, imprescindível, essencial, fundamental, básico, crucial, primordial, principal, elementar, necessário, preciso, determinante, útil, FA Concursos http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/a-importancia-dos-sinonimos-na-producao-textual.htm 34 conveniente, pertinente, oportuno, proveitoso. imposição, obrigação, inevitabilidade, indispensabilidade, imprescindibilidade, Necessidade primordialidade, conveniência, utilidade, dever, urgência, premência, precisão, instância, emergência, exigência, aperto, ânsia, vontade, desejo, mister, apuro. propósito, fim, finalidade, objeto, alvo, meta, destino, intenção, intuito, intento, Objetivo tenção, escopo, fito, mira, desígnio, querer, sonho, imparcial, isento, neutro, justo, apartidário, desapaixonado, reto, equânime, neutral. método, procedimento, técnica, maneira, metodologia, modo, meio, recurso, norma, Processo sistema, processamento, ordem, regime, desenvolvimento, andamento, evolução, progresso, crescimento, marcha, movimento. percepção, lucidez, compreensão, cognição, discernimento, entendimento, Conhecimento apreensão, razão, clareza, informação, informe, notícia, aprendizagens, alicerces, rudimentos, fundamentos, noções, base. investigar, pesquisar, averiguar, explorar, sondar, indagar, inquirir, verificar, ler, ver, observar, examinar, considerar, estudar, ponderar, refletir, pensar, pesar, criticar, Analisar comentar, julgar, apreciar, avaliar, aferir, dissecar, decompor, esmiuçar, esquadrinhar, minuciar. portanto, assim, assim sendo, por conseguinte, isto posto, como resultado, de modo Consequentemente consequente, em consequência. Antônimos único, especial, singular, individual, peculiar, particular, exclusivo, específico, próprio, característico, típico, representativo, privativo, limitado, reduzido, restrito, restringido, Genérico diminuto, pequeno, estreito, preciso, definido, exato, rigoroso, minucioso, detalhado, justo, perfeito, certo, pontual. diminuir, reduzir, encolher, encurtar, apequenar, minguar, minorar, comprimir, apertar, acanhar, apoucar, estreitar, restringir, limitar, cercear, retrair, baixar, abaixar, atalhar, resumir Ampliar sintetizar, condensar, abreviar, sumariar, compendiar, recapitular, epilogar, decrescer, involuir, definhar, piorar, agravar, acabar, terminar. diferente, desigual, díspar, diverso, distinto, dissemelhante, dessemelhante, discrepante, Análogo diferenciado, divergente, discordante, desconforme, contrário, oposto, irregular, variado, vário, mudado, alterado. desincentivar, desestimular, desencorajar, desanimar, desmotivar, desalentar, desentusiasmar desacelerar, esmorecer, enfraquecer, amainar, afracar, amortecer, esfriar, arrefecer, Incentivar desassanhar, impedir, impossibilitar, frustrar, dificultar, atrapalhar, embaraçar, estorvar, empatar, evitar, reprimir, conter, tolher, restringir. breviloquente, ineloquente, infacundo, lacônico, sucinto, conciso, curto, breve, abreviado, Prolixo resumido, sumário, sintético, preciso, compendioso, telegráfico, pouco, escasso, parco, FA Concursos 35 exíguo, moderado, controlado, comedido, agradável, divertido, interessante, engraçado, recreativo, prazeroso, aprazível, deleitável. Hiperonímia e Hiponímia- Hiperonímia é relação que ocorre quando uma palavra possui um sentido que engloba um conjunto de outras palavras com sentido mais específico. Essas palavras que possuem um sentido mais estrito são seus hiponômios. Hiperonômio Hiponômio Insetos borboletas, mosca, mosquito Esporte natação, futebol, voleibol Mamíferos vaca, cachorro, gato Veículos carro, avião, caminhão, motocicleta Flor rosa, margarida, azaleia, dália Sentimento amor, ódio, tristeza, alegria, felicidade FA Concursos http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/hiperonimia-hiponimia.htm 36 LEGISLAÇÃO DO SUS FA Concursos 37 1. Políticas de saúde no Brasil As políticas públicas de saúde no Brasil têm sofrido modificações ao longo dos anos, e tais mudanças historicamente têm sido pelo menos aparentemente para adequarem-se aos contextos políticos, econômicos e sociais. Somente com a chegada da família real, em 1808, é que algumas normas sanitárias foram impostas para os portos, numa tentativa de impedir a entrada de doenças contagiosas que pudessem colocar em risco a integridade da saúde da realeza. Em 1822, com a Independência do Brasil, algumas políticas débeis de saúde foram implantadas, tais políticas eram referentes ao controle dos portos e atribuía às províncias quaisquer decisões sobre tais questões. Somente com a Proclamação da República,
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