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Anestesia • É uma técnica de bloqueio de transmissão e condução de impulsos nervosos por introdução de anestésico local no espaço peridural • O espaço peridural é um espaço virtual, com pressão negativa, localizado entre a dura-máter e o ligamento amarelo, que contém gordura, vasos sanguíneos e linfáticos e raízes espinhais • O anestésico se aloja através dos forames intervertebrais laterais, onde emergem as raízes nervosas FISIOLOGIA DA ANESTESIA • A dispersão do anestésico se dá no sentido cranial, caudal e transversal e depende do volume da solução, espaço puncionado, velocidade de injeção, posição do paciente pós-punção e densidade do anestésico • Outros fatores que influenciam nessa dispersão são: idade (quanto mais idoso, menor a dispersão), gravidez (a dispersão é maior), concentração do anestésico, choque, caquexia e desidratação (diminui a dispersão) • A ação é anestésico é igual à da raquianestesia, porém, mais lenta INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES Indicações • Pacientes de alto risco • Cardiopatas • Pneumopatas • Distúrbios metabólicos • Em pacientes que a raquianestesia ou a anestesia geral é contraindicada • Indicada nas anestesias obstétricas e terapêuticas (dores crônicas, lombociatalgias e vasculopatias de membros inferiores) Contraindicações • Hemorragia grave ou choque • Anormalidades da coagulação • Uso de anticoagulantes • Laminectomia prévia • Infecção no local da punção peridural ANESTÉSICOS UTILIZADOS • Lidocaína: tem início de efeito rápido e duração de 1-2h. Sua associação com adrenalina faz o efeito ser mais prolongado. É administrada em fracos de 20ml. Não pode ser usada em analgesia de parto, pois atravessa a barreira placentária e gera alterações neurocomportamentais no recém-nascido • Bupivacaína: tem menor difusão placentária. Tem início de ação mais lento e duração de 3-5h. É o anestésico de escolha para a obstetrícia TÉCNICA DA ANESTESIA • Primeiramente deve-se fazer a venóclise, que é a punção de veia de grande calibre para hidratação do paciente • Em seguida, é feito o registro dos sinais vitais • Deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral ou sentado, realizar a antissepsia e assepsia e usar o botão intradérmico com anestésico local • A agulha utilizada é a Tuoty (calibre 12 ou 16) • Para localizar o espaço peridural, pode-se utilizar a técnica de Gutierrez, em que a gota pendente na outra ponta da agulha é aspirada quando o espaço peridural é atingido. Ou pode ser usada a técnica de Dagliotti, em que se tenta injetar o ar durante a punção e, no momento em que a pressão é perdida, entende-se que se chegou no espaço peridural VANTAGENS E DESVANTAGENS Vantagens • A peridural produz uma área de anestesia mais definida • Possui maior tempo de ação • Menor efeitos cardiovasculares, respiratórios e gastrointestinais • Minimização de sequelas neurológicas (cefaleia, meningite e aracnoidite) Desvantagens • A técnica de aplicação da peridural é mais delicada • O relaxamento muscular é incompleto • Perigo potencial de perfuração • Injeção de maior volume e massa (risco de toxemia) • Perigo de lesão vascular COMPLICAÇÕES • Bloqueio subaracnoideo total • Hipotensão • Hipertensão • Convulsões • Quebra do cateter • Formação de hematoma • Sequelas neurológicas (são raras, mas pode haver parestesias persistentes ou distúrbios paralíticos por traumatismo de agulha/cateter ou por ação tóxica sobre fibras)