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1 SUMÁRIO ☠ CONHECIMENTOS BÁSICOS: 1. Língua Portuguesa...................................................................................................Pág. 004 2. Informática ...............................................................................................................Pág. 114 3. Noções de Direito Administrativo ............................................................................Pág. 207 4. Noções de Direito Constitucional ............................................................................Pág. 303 5. Ética no Serviço Público …………………………………………………………………Pág. 345 6. Raciocínio Lógico ……………………………………………………………………...…Pág. 363 7. Regime Jurídico Único …………………………………………………………...……...Pág. 408 ☠ CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: 1. Direito Previdenciário ……………………………………………………………………Pág. 453 ☠ Língua Portuguesa – Marcelo Ribeiro ☠ Informática – Túlio Queiroz ☠ Noções de Direito Administrativo – Lucas Neto ☠ Noções de Direito Constitucional – Lucas Neto ☠ Ética no Serviço Público – Lucas Neto ☠ Raciocínio Lógico – Daniel Colares ☠ Regime Jurídico Único – Lucas Neto 3 PORTUGUÊS 4 ASSUNTO: COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO Procedimentos, etapas e competência leitora Guerreiro (a), Há etapas significativas que facilitam o processo de leitura. Inicialmente, pode parecer algo “mecânico”; mas a fluidez virá conforme a prática e, quando menos perceber, estará gabaritando questões que exigem competência leitora, elemento fundamental e divisor de águas em concurso público. Apresento- lhes um esquema favorável à metodologia adotada à sua aprovação: É preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto: 5 pág. 6 a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do 3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assunto, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura. a) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto. b) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos. 6 pág. 7 Embora os conceitos estejam bem claros, há erros comuns e determinantes em situações de prova. Vale salientar que as bancas usam estratégias a fim de confundir e dificultar o nível de alguns itens. Não se permita errar! Muitos candidatos preterem as questões de competência leitora às de gramática, mas acabam “remando contra a maré”. É importante ter em mente que a sua prova exigirá, em língua portuguesa, conhecimentos dos níveis ortográfico, fonético/fonológico, morfológico, sintático e SEMÂNTICO. Portanto, as relações de sentido também serão pontos fundamentais para a sua tão sonhada aprovação. Candidato que foge das questões de leitura, no período de preparação, geralmente são os mesmos que deslizam em tais situações: 7 pág. 8 DENOTAÇÃO Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e enunciados de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras. De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos assuntos, como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros. Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos, fatos, ações em seu sentido literal. Exemplos: • A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia. • A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu. • O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para a fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores. • Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais. CONOTAÇÃO Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado em situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e expressões, ressignificando-as. De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursivos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir mais expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes. Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa: Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís Vaz de Camões, séc. XVI) 8 pág. 9 TESE Afinal, o que é a TESE de um texto? Tese é um assunto, um tema, um objeto. É uma proposição que se apresenta para ser discutida e defendida por alguém, com base em determinadas hipóteses ou pressupostos. Do grego “thesis” que significa “proposição”. A expressão “em tese” significa “de modo geral”, “de acordo com o que se supõe”, “em princípio”, “em teoria”. Leia o texto abaixo: Unesco quer que escola ensine a mediar conflitos Adotado em países como Argentina, Espanha, França e Austrália, a mediação dos conflitos pode entrar na grade curricular das escolas como uma forma de reduzir a violência. A Unesco tem dialogado com o Ministério da Educação nesse sentido. No Rio de Janeiro, pelo menos 20 escolas públicas adotaram a ideia e mantêm projetos que ajudam as crianças a mediar conflitos por meio de conversa. O objetivo é atacar a cultura da hipermasculinidade que reforça a ideia de que a solução para os conflitosé feita por meio da força. [...] [...] "É preciso conscientizar os alunos de que existem formas não-violentas de resolução de conflitos", afirma o sociólogo Jorge Werthein, da Unesco. Para ele, a cultura de mediação propicia a prática do diálogo, a resolução de conflitos, diminui o sentimento de insegurança dos alunos, interfere nos níveis de violência e pode contribuir para a melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem, [...]" COLLUCCI, Cláudia. Folha de S. Paulo, 25 jul, 2005. p. C 4. Fragmento. (P090859ES_SUP) 1- A tese defendida pelo autor desse texto é que a mediação de conflitos: a) deve ser uma disciplina escolar das escolas públicas do Rio de Janeiro. b) melhora a aprendizagem nas escolas públicas. c) propicia a prática do diálogo e diminui a violência. d)reforça a ideia de que a resolução de desentendimentos ocorre pela força. Hoje em dia, o tipo de texto mais cobrado em vestibulares e concursos é o dissertativo argumentativo. Isso já não é novidade mais. Entretanto, mesmo que isso não seja algo novo, muitas pessoas encontram dificuldades em compreender os aspectos que constituem esse tipo de texto e, consequentemente, encontram dificuldades para desenvolver essa produção textual. Ao produzirmos um texto, o nosso foco principal deve ser a função social que ele tem, ou seja, devemos tentar entender as razões que nos levam a produzir determinado tipo de texto. No caso dos textos argumentativos, devemos ter em mente que a principal função é: defesa de posicionamento crítico. Logo, de forma resumida, ao construirmos um texto dissertativo-argumentativo, estamos apresentando a nossa opinião sobre determinado tema e desenvolvendo ideias que possam fundamentar o nosso ponto de vista. Você deve ter percebido que as palavras que mais apareceram no texto até agora foram: opinião, ponto de vista, posicionamento. E nós temos uma explicação bem simples para que isso tenha acontecido. Tendo em vista que a principal função social de um texto argumentativo é a defesa de nosso ponto de vista, podemos afirmar que a essência desse tipo de texto é a nossa opinião, também conhecida como tese. Tese, como já observamos anteriormente, é o que, comumente, chamamos de opinião, ponto de vista, posicionamento crítico. É ela a parte fundamental para a existência de um texto argumentativo. Talvez isso possa ter parecido muito radical, mas pense comigo: um texto argumentativo será um [bom] texto argumentativo se não apresentar uma tese? COESÃO TEXTUAL A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias dentro de um texto. Bem utilizada, a coesão permite a eficiência na transmissão da mensagem ao interlocutor e, por consequência, o entendimento. Dentro do texto, a coesão pode ser compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios, pronomes, o emprego de conectivos, sinônimos, dentre outros. 9 pág. 10 Para ser melhor empregada, a coesão necessita de recursos, como palavras e expressões que têm como objetivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto. Esses recursos são chamados de elementos de coesão. Quando o texto é incoerente, prejudica o processo de comunicação. A coesão referencial e a coesão sequencial são chamadas de recursos coesivos por estabelecerem vínculos entre as palavras, orações e as partes de um texto. Coesão referencial A coesão referencial é responsável por criar um sistema de relações entre as palavras e expressões dentro de um texto, permitindo que o leitor identifique ostermos aos quais se referem. O termo que indica a entidade ou situação a que o falante se refere é chamado de referente. Exemplo: • Ana Elisabete gritou. Ela fica apavorada quando fica sozinha, apesar de ser uma menina calma e inteligente. Nesse exemplo, o termo referente é Ana Elisabete. Todas as vezes que o referenteprecisa ser retomado no texto, podemos utilizar outras palavras para que os leitores possam retornar e recuperar a ideia. É bastante frequente o uso de figuras de construção/sintaxe para a coesão referencial, como as anáforas, catáforas, elipses e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações). Coesão sequencial A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão textual. De maneira geral, as flexões de tempo e de modo dos verbos e as conjunções são os mecanismos responsáveis pela coesão sequencial nos textos. Os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para que as partes e as informações do texto possam ser articuladas e relacionadas. Além da progressão das partes do texto, os mecanismos de coesão sequencial contribuem para o desenvolvimento do recorte temático. Dessa forma, o autor do texto evita falta de coesão, garantindo boa articulação entre as ideias, informações e argumentos no interior do texto e, principalmente, a coerência textual. TIPOLOGIA TEXTUAL As tipologias textuais são os tipos de textos criados em determinados contextos e que vão depender da intenção e necessidade de comunicação das pessoas. A tipologia textual é dividida em cinco tipos de textos: 1. tipologia narrativa (narração): contar uma história incluindo tempo, espaço e personagens envolvidos. 2. tipologia descritiva (descrição): descrever uma pessoa, um objeto, um local, um acontecimento. 3. tipologia dissertativa (dissertação): defender uma ideia e expor uma opinião através de argumentações. 4. tipologia expositiva (exposição): apresentar um conceito, uma ideia, ou informar sobre algo. 5. tipologia injuntiva (injunção): ensinar ou instruir sobre algo com o objetivo de levar a uma ação. Tipologia narrativa (narração) A narração significa contar uma história, acontecimentos e ações de personagens dentro de um espaço e um tempo determinado. Através de um enredo (história) é relatado por um narrador os acontecimentos e ações de maneira linear ou não linear. 10 https://www.todamateria.com.br/narracao/ pág. 11 Assim, se o enredo seguir uma sequência cronológica, trata-se de um enredo linear. Do contrário, se existir uma mistura entre o passado, o presente e o futuro, estamos diante de um enredo não linear. Tipologia descritiva (descrição) A descrição representa o ato de descrever algo e que pode ser uma pessoa, um objeto, uma paisagem, um local. Quando utilizamos a tipologia descritiva, buscamos apresentar as principais características de algo, e isso pode ser feito de duas maneiras: descrição objetiva e descrição subjetiva. Na descrição objetiva não há um juízo de valor, uma opinião, ou mesmo impressões subjetivas sobre o que está sendo observado. A imparcialidade (visão neutra) é uma das principais características desse tipo de descrição. Ela busca apontar de maneira muito realista e verossímil os atributos de algo (alto, baixo, claro, escuro, longo, curto). Já na descrição subjetiva, a opinião, as apreciações e as emoções de quem está descrevendo aparece de forma muito nítida, que pode surgir pelo uso de muitos adjetivos. Nesse caso, o objetivo é valorizar a forma do texto com o intuito de influenciar os leitores através de um juízo de valor sobre o que está sendo observado. Tipologia dissertativa (dissertação) A dissertação é, de maneira geral, um tipo textual opinativo e argumentativo. Além disso, pode ser persuasivo, já que tem como intuito defender uma ideia ou um conceito sobre determinado assunto através de argumentações pautadas em dados, estatísticas e exemplos concretos. Os autores que fazem uso dessa tipologia textual, pretendem convencer seus leitores a partir de suas opiniões e juízos de valor fundamentados em pesquisas que realizaram ou em conhecimentos que possuem sobre o tema. Vale ressaltar que a opinião deve ser apresentada na terceira pessoa do plural (nós, eles) e não na primeira pessoa do singular (eu). Embora em sua maioria os textos dissertativos sejam argumentativos, há também outra subcategoria denominadade textos dissertativos-expositivos. Nesse caso, as ideias, conclusões e conceitos apresentados são expostos de maneira neutra e imparcial, sem que o autor se posicione mostrando sua opinião. Tipologia expositiva (exposição) A exposição é um tipo textual que apresenta informações sobre determinado assunto. Diferente dos textos argumentativos, que utiliza opiniões e juízos de valor para defender uma ideia, essa tipologia foca em reunir informações e apresentar de maneira coerente e imparcial, sem opiniões que convençam o leitor. Esse tipo textual pode ser produzido de duas maneiras: textualmente (através de um texto) ou oralmente (através da fala). Para entender melhor, vamos pensar no seminário da escola em que as duas modalidades da tipologia expositiva são utilizadas (escrita e oral). A apresentação projetada no PowerPoint é um texto expositivo escrito, e a explicação do tema pelos alunos é feita através da fala das pessoas, configurando um texto expositivo oral. 11 https://www.todamateria.com.br/descricao/ pág. 12 Tipologia injuntiva (injunção) A injunção é um tipo textual que pretende instruir ou ensinar alguém a fazer algo, por isso, apresenta uma sucessão de informações que podem estar organizadas em pequenos parágrafos ou numerada em passos. A ideia central é levar a uma ação por parte do receptor (ou leitor) que recebe a mensagem. Esses textos precisam ser claros e objetivos para não gerar dúvidas ou duplas interpretações em quem está lendo. Pense, por exemplo, no manual de instruções de um móvel. O objetivo é indicar um passo a passo de tudo o que deve ser feito, como deve ser feito e quais ferramentas serão necessárias para realizar essa tarefa. ORTOGRAFIA OFICIAL A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida. O Alfabeto O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja: Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras. Emprego das letras K, W e Y Utilizam-se nos seguintes casos: a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista. b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. a A (á) j J (jota) s S (esse) b B (bê) k K (cá) t T (tê) c C (cê) l L (ele) u U (u) d D (dê) m M (eme) v V (vê) e E (é) n N (ene) w W (dáblio) f F (efe) o O (ó) x X (xis) g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon) h H (agá) q Q (quê) z Z (zê) i I (i) r R (erre) 12 pág. 13 c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt. O Novo Acordo Ortográfico está em vigor, mas muitas dúvidas sobre as novas regras, como as do hífen, permanecem até hoje. Veja a seguir algumas das principais regras elencadas em tópicos: • HIPER e INTER exigem hífen diante de palavras iniciadas pelas consoantes H e R. Exemplos: Hiper-habilidade / inter-relação / super-homem. • ALÉM, AQUÉM, BEM, EX, SUPER, PÓS, PRÉ, PRÓ, RECÉM, SEM, SOTA, SOTO, VICE e VIZO sempre exigem hífen. Exemplos: Recém-formado / além-túmulo / super-homem / exnamorado / vice-diretor. • Os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE passaram a exigir hífen diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por vogal idêntica à do prefixo. Exemplos: Auto-hipnose / contrahegemonia / extra-atividade / proto-história / arqui-inimigo / sobre-humano / sobreaviso. • Os prefixos CIRCUM e PAN exigem hífen somente diante de palavras iniciadas pelas consoantes H, M, N ou por vogal idêntica à do prefixo. Diante de outras consoantes, o prefixo CIRCUM se aglutina. Exemplos: Circum-navegação / circumponto / Pan-hispânico / Panamericano • O prefixo SUB exige hífen somente diante de palavras iniciadas pelas consoantes B, H e R. Exemplos: Sub-reino / Subatômico / Sub-humano • O prefixo CO exige hífen somente diante de palavras iniciadas pela consoante H, exceto em casos de aglutinação. Exemplos: Cooperação / Correpresentante / Coerdeiro /Co-hiponimia • Os falsos prefixos AERO, AGRO, BIO, ELETRO, ENTRE, GEO, HIDRO, MACRO, MAX, MICRO, MINI, MULTI, 13 pág. 14 PLURI, RETRO etc. exigem hífen somente diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por vogal idêntica à do prefixo. Exemplos: Bio-óleo / entre-eixos / mini-horta. Mais algumas considerações e dúvidas importantes sobre a nova regra para o emprego do hífen: Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em vogal, diante de palavras iniciadas pelas consoantes R e S, duplica-se a consoante. Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em consoante diante de palavras iniciadas pelas consoantes R e S, não se duplica a consoante. Já os prefixos SUB, IN e MAL não dobram a consoante S. Exemplos: Contrarreforma / pseudossábio / subsecretário. Uso do X e CH Uma das dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa diz respeito à quantidade de exceções existentes em relação a determinadas regras. O uso do “x” e do “ch”, por exemplo, traz essa dificuldade para os candidatos. Mas podemos, de maneira geral, apontar as seguintes circunstâncias para o uso ou não uso dessas estruturas na ortografia oficial: • Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “me”. Exemplo: mexendo e mexicano. • Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “en”. Exemplo: enxergar e enxugar. • Costuma-se utilizar o “X” depois de ditongos. Exemplo: caixa, abaixar. 14 pág. 15 • Costuma-se utilizar o “X” em palavras de origem indígena e africana. Exemplo: orixá e abacaxi. Esses são os casos básicos onde você deverá usar o “x” no lugar do “ch”. Uso de S ou Z Outra pedra no sapato é a confusão que muitos de nós fazemos quando vamos utilizar as letras “s” e “z”. Aqui vão algumas regrinhas: • Utiliza-se o “s” nas palavras derivadas de outras que já apresentam “s” no radical. Exemplo: análise/analisar, casa/casinha/casarão. • Utiliza-se o “s” nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. • Exemplo: portuguesa, milanesa, burguesia. • Utiliza-se o “s” nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa”. Exemplo: gostoso, catarinense, populoso, amorosa. • Utiliza-se o “s” nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: catequese, glicose, poetisa. Uso de C, Ç, S ou SS Outro ponto um tanto confuso da Ortografia Oficial é essa parte de uso de c, ç, s ou ss. Para começar, veja o vídeo a seguir, do professor Sérgio Nogueira. Só 2 minutinhos: Aqui vai uma dica genial para quando você estiver no dilema de escrever “s” ou “ss”: nas palavras em que empregamos apenas um “s”, ele aparece entre uma vogal e uma consoante. Exemplo: diversão, ofensa. Quando estamos falando de dois “ss”, eles vêm entre duas vogais. Exemplo: processo, passivo. Uso de J e G Vamos a outro ponto bem difícil de definir todas as regras, mas que podemos facilitar um pouco: o uso de “j” e “g”. • Usa-se “j” nas palavras de origem árabe, indígena, africana ou exótica. Exemplo: jiboia e acarajé. • Usa-se “j” nos verbosterminados em “jar” ou “jear”. Exemplo: sujar e gorjear. • Usa-se “j” na terminação “aje”. Exemplo: laje, traje. O Novo Acordo Ortográfico Embora já esteja em vigor desde 2016, ainda tem muita gente sem saber direito o que significa e o que mudou com o mais recente Acordo Ortográfico, que mudou regras da nossa Ortografia Oficial. Veja aqui as regras de maneira objetiva e simples: Mudança no alfabeto • Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z • Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z Na prática, as letras “k”, “w” e “y” são usadas em várias situações, como na escrita de símbolos de unidades de medida (Ex.: km, kg) e de palavras e nomes estrangeiros (Ex.: show, William). 15 pág. 16 Uso do trema Não se usa mais o trema, exceto em nomes próprios estrangeiros ou derivados, como por exemplo: Müller, mülleriano, Hübner, hüberiano etc. • Antes: cinqüenta, freqüente • Depois: cinquenta, frequente Acentuação Perdem o acento os ditongos abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). • Antes: assembléia, jóia • Depois: assembleia, joia Perdem o acento o “i” e o “u” tônicos nas palavras paroxítonas, quando eles vierem depois de ditongo. • Antes: feiúra, Bocaiúva • Depois: feiura, Bocaiuva Perdem o acento as palavras terminadas em êem e ôo(s). • Antes: abençôo, lêem • Depois: abençoo, leem Perdem o acento diferencial as duplas: pára/para, péla(s)/ pela(s), pólo(s)/polo(s), pêlo(s)/pelo(s), pêra/pera. • Antes: Ele foi ao Pólo Norte. • Depois: Ele foi ao Polo Norte. Atenção: Permanece o acento diferencial: 1. Nas duplas: – pôde/pode Ex.: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. – pôr/por Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. 2. No plural dos verbos ter e vir, assim como das correspondentes formas compostas (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ex.: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Obs: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Ex.: Qual é a forma da fôrma do bolo? O circunflexo sai da palavra côa (do verbo coar). Perde o acento o u tônico das formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) nos grupos que e qui/gue e gui. • Antes: ele argúi • Depois: ele argui Hífen Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as letras r ou s, que serão duplicadas. • Antes: auto-retrato e anti-social • Depois: antissocial e autorretrato 16 pág. 17 • Atenção: Mantém-se o hífen quando os prefixos hiper, inter e super se ligam a elementos iniciados por r. Ex.: hiper-requisitado; inter-regional; super-resistente. Usa-se o hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento. • Antes: antiinflamatório • Depois: anti-inflamatório Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo elemento. • Antes: auto-escola • Depois: autoescola Atenção: Não se usa o hífen com o prefixo co, ainda que o segundo elemento comece pela vogal o. Ex.: coocupante, cooptar. Não se usa hífen em palavras compostas que, pelo uso, passaram a formar uma unidade. • Antes: manda-chuva • Depois: mandachuva ACENTUAÇÃO GRÁFICA Acento Prosódico e Acento Gráfico Todas as palavras de duas ou mais sílabas possuem uma sílaba tônica, sobre a qual recai o acento prosódico, isto é, o acento da fala. Veja: Dessas quatro palavras, note que apenas duas receberam o acento gráfico. Logo, conclui-se que: Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as palavras que possuem duas ou mais sílabas. Já o acento gráfico se caracteriza por marcar a sílaba tônica de algumaspalavras. É o acento da escrita. Na língua portuguesa, os acentos gráficos empregados são: Acento Agudo (´ ): utiliza-se sobre as letras a, i, u e sobre o e da sequência -em, indicando que essas letras representam as vogais das sílabas tônicas. Exemplos: Pará, ambíguo, saúde, vintém Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais tônicas com timbre aberto. Exemplos: pé, herói Acento Grave (`): indica as diversas possibilidades de crase da preposição "a" com artigos e pronomes. Exemplos: à, às, àquele es - per - te - za ca - pí - tu - lo tra - zer e - xis - ti - rá 17 pág. 18 Acento Circunflexo (^): indica que as letras e e o representam vogais tônicas, com timbre fechado. Pode surgir sobre a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente diante de m, n ou nh. Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo. Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas. PROPAROXÍTONAS Sílaba tônica: antepenúltima As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, patético, árvore. PAROXÍTONAS Sílaba tônica: penúltima Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: l fácil n pólen r cadáver ps bíceps x tórax us vírus i, is júri,lápis om,ons iândom,íons um,uns álbum,álbuns ã(s),ão(s) órfã,órfãs, órfão,órfãos ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei,túneis Observações: 1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam em "ens", não (hifens, jovens). 2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super). 3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s). Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início Oxítonas Sílaba tônica: última Acentuam-se as oxítonas terminadas em: 18 pág. 19 a(s): sofá,sofás e(s): jacaré, vocês o(s): paletó, avós em, ens: ninguém, armazéns Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos. Monossílabos Tônicos Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase onde aparecem. Acentuam- se os monossílabos tônicos terminados em: a(s): lá, cá e(s): pé, mês o(s): só, pó, nós,pôs MONOSSÍLABOS ÁTONOS Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam. Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc. Observações: 1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções). 2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras. Exemplos: Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono) Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora. (átono). Saiba que: Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo alguma das terminações contidas nas regras. Exemplos: beijar + a = beijá-la dar + as = dá-las fez + o = fê-lo fazer + o = fazê-lo Acento de insistência 19 pág. 20 Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a simples necessidade de enfatizar uma ideia podem levar o falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas palavras com uma intensidade e duração além do normal. Exemplos: Está muuuuito frio hoje! Deve haver equilíbrio entre exportação e importação. REGRAS ESPECIAIS Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em evidência alguns detalhessonoros das palavras. Observe: Ditongos Abertos Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não êi), são acentuados. Veja: éi (s): anéis, fiéis, papéis éu (s): troféu, céus ói (s): herói, constrói, caubóis Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados. Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc. Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não por possuir ditongo aberto "ói"). Hiatos Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh". Exemplos: sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras: ju - iz ra - iz ru - im ca - ir Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba. Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por outras razões. Veja os exemplos abaixo: po-é-ti-co: proparoxítona 20 pág. 21 bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente. ja-ó: oxítona terminada em "o". VERBOS TER E VIR Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja: Ele tem Eles têm Ela vem Elas vêm Ele retém Eles retêm Ele intervém Eles intervêm Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo: ele detém - eles detêm ele advém - eles advêm. REGRAS ESPECIAIS Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja: Ele tem Eles têm Ela vem Elas vêm Ele retém Eles retêm Ele intervém Eles intervêm Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo: ele detém - eles detêm ele advém - eles advêm. MORFOLOGIA O Que É Morfologia? Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere à dez classes, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais. 21 pág. 22 SUBSTANTIVOS É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros e varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo). Quanto à formação, o substantivo pode ser: Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal. Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente). Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir. Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo, cujos radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp. Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser: Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa e rio. Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê. Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos: casa, fada e pessoa. Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis). Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura e amor. 22 pág. 23 ARTIGOS É a palavra que antecede os substantivos e varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza (artigo indefinido). São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural) São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural) NUMERAL É a palavra que indica a posição ou o número de elementos. Os numerais classificam-se em: Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e vinte. Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo, quarto e trigésimo. 23 pág. 24 Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio, metade e um terço. Coletivos – é a forma dos números que indica um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem). Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo e sêxtuplo. INTERJEIÇÃO É a palavra que exprime emoções e sentimentos. As interjeições podem ser classificadas em: Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido! Saudação – Alô!, Oi!, Tchau! Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro! Afugentamento – Fora!, Sai! Xô! Alegria – Eba!, Uhu! Viva! 24 pág. 25 Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui! Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus! Alívio – Arre!, Uf!, Ufa! Animação – Coragem!, Força!, Vamos! Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso! Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!, Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo! Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara! Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão! Dúvida – Hã?, Hum?, Ué! Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!, Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria! ADJETIVOS É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e grau. Quanto à formação, o adjetivo pode ser: Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel. Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever). Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos radicais são respetivamente: alt, estud e honest. 25 pág. 26 Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo- mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar. Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de origem e as Locuções Adjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo. Exemplos de Adjetivos Pátrios: brasileiro, carioca e sergipano. Exemplos de Locuções Adjetivas: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial). CONJUNÇÕES De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS 26 pág. 27 CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS PREPOSIÇÃO É apalavra que liga dois elementos da oração. As preposições classificam-se em: Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para. Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal. Exemplos: como, durante e exceto. Há também as Locuções Prepositivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de e junto de. ADVÉRBIO É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros. Os advérbios classificam-se em: Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”. Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão. Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora. Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre. Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco. 27 pág. 28 Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim. Dúvida – acaso, quiçá e talvez. CORRELAÇÃO VERBAL Correlação verbal é a uniformidade entre tempos e modos verbais num período composto por subordinação. Seu objetivo é evitar incoerências na estruturação de frases, como ocorre no exemplo a seguir: – Se eu fosse rico, compro uma casa. Perceba que o primeiro verbo está no pretérito imperfeito do subjuntivo – o que indica uma hipótese –, e o segundo está no presente do indicativo – o que indica certeza. Essa mistura entre hipótese e certeza numa mesma sentença acaba por fugir da lógica esperada na afirmativa. Portanto, a correlação de tempos e modos verbais trata dessa necessidade de uma lógica na semântica entre os verbos de uma oração. Lista de correlações verbais Vejamos, então, algumas possibilidades de articulação correta entre os tempos e modos verbais numa frase. 1) Correlação verbal quando a oração principal está no tempo presente: a) presente do indicativo + presente do indicativo: – Eu sei que você come muito durante as festas. b) presente do indicativo + futuro do presente do indicativo: 28 https://clubedoportugues.com.br/quais-sao-os-modos-verbais/ pág. 29 – Eu sei que você comerá muito durante as festas. c) presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo: – Espero que ele tenha trazido um presente para mim. d) presente do indicativo + presente do subjuntivo: – Espero que ele traga um presente para mim. 2) Correlação verbal quando a oração principal está no tempo pretérito: a) pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo: – Solicitei a minha mãe que fizesse um bolo. b) pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do indicativo: – Percebi que você ia colar na prova naquela hora. c) pretérito perfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito do indicativo: – Passou na prova final de tanto que estudara. d) pretérito perfeito do indicativo + futuro do pretérito do indicativo: – Disseram que seria uma apresentação rápida. e) pretérito imperfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo: – Queria que ele tivesse falado a verdade. f) pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo: – Se você estudasse, saberia as respostas. g) pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo: – Se ele tivesse feito a compra do mês, a esposa não teria ficado brava. 3) Quando a oração principal está no tempo futuro: a) futuro do pretérito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo: – Gostaria que namorasse aquela moça, meu filho. b) futuro do presente do indicativo + pretérito perfeito do indicativo: – Nós teremos aquilo que nos prometeram. c) futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: – Quando eu passar por lá, avisarei a você. CRASE Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave. Exemplo: Fomos à piscina à = a(preposição) + a(artigo) Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a. Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios: 29 pág. 30 I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase. Exemplo: Temos amor à arte. (Temos amor ao estudo) Respondi às perguntas. (Respondi aos questionário) II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase: Exemplo: Contarei uma estória a você. (Contarei uma estória para você.) Fui à Holanda (Fui para a Holanda) III. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase. Exemplo: Fui à França (voltei da França) Não existe crase a) Antes de verbo Exemplo: estamos a contemplar a lua. b) Antes de palavras masculinas Exemplo: Gosto muito de andar a pé. c) Antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona: Exemplo: Dirigiu-se à Sra. com aspereza. d) Antes de pronomes em geral: Exemplo: Não vou a qualquer parte. e) Em expressões formadas por palavras repetidas: Exemplo: Estamos frente a frente. f) Quando o "a" vem antes de uma palavra no plural: Exemplo: Não falo a pessoas estranhas. Crase facultativa 1. Antes de nome próprio feminino: Refiro-me à(a) aluna. 2. Antes de pronome possessivo feminino: Dirija-se à (a) sua fazenda. 3. Depois da preposição até: Dirija-se até à (a) porta. Casos particulares 1. Casa Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase. Exemplo: Regressaram a casa para almoçar Regressaram à casa de seus pais 2. Terra Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase. Exemplo: Regressaram a terra depois de muitos dias. Regressaram à terra natal. 3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo. Se o tempo que antecede um desses pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase. Ocorre também a crase a) Na indicação do número de horas: Exemplo: Chegamos às nove horas. b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta: Exemplo: jogou à Pelé. 30 pág. 31 c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento: Exemplo: Chegou à tarde (tempo). Falou à vontade (modo). d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de... Sintaxe da Oração 1. Sujeito e predicado Sujeito: termo com o qual o verbo concorda. Predicado: termo com uma afirmação sobre o su- jeito. Tipos de sujeito Conforme a Nomenclatura Gramatical Brasileira de fevereiro de 1959, só existem quatro tipos de sujeito. http://www.filologia.org.br/revista/ar- tigo/7(19)09.htm Sujeito Simples: um núcleo. Ex.: Aconteciam situações surpreendentes. Ex.: Todos precisam de amor. Ex.: Quem quer vencer? Ex.: O olhar dela me fascina. Ex.: O treze representa sorte. Ex.: Estamos sempre atentos aos avanços tecnológicos. (sujeito simples: nós) Obs.: O sujeito pode vir oculto (antigamente cha- mado de sujeito elíptico, implícito, deverbal, su- bentendido, inexpresso ou desinencial). Mesmo es- tando elíptico na oração, o sujeito precisa ser classificado. Sujeito Composto: dois ou mais núcleos. Ex.: No período de seca, fome e desidrata- ção assolam o nordestino. Sujeito Indeterminado: não aparece explícito na oração por não se saber ou não se querer identificá- lo. Entretanto ele existe. Ocorre com: 1. Verbo na 3ª pessoa do plural sem referente ex- presso Ex.: Dizem que as paredes têm ouvidos. (al- guém diz, mas não se sabe quem) 2. Verbo na 3ª pessoa do singular + se (índice de indeterminação do sujeito) Ex.: Precisa-se de carinho. (não se pode de- terminar quem precisa) Oração Sem Sujeito: verbosimpessoais (unipes- soais). Ocorre com: 1. Fenômeno da Natureza Ex.: Choveu em São Paulo e fez sol em Fortaleza. 2. Verbo “haver” no sentido de existir ou ocorrer Ex.: Houve um protesto na praça principal. Ex.: Há pessoas que merecem a felicidade. 3. Verbo “fazer” indicando tempo cronológico ou meteorológico Ex.: Faz meses que viajamos. Ex.: Faz calor no sertão. 4. Verbo “ser” nas indicações de horas, distâncias e datas Ex.: É uma hora. 5. Expressões chegar de, bastar de e passar de 31 http://www.filologia.org.br/revista/artigo/7(19)09.htm http://www.filologia.org.br/revista/artigo/7(19)09.htm pág. 32 2. Termos ligados ao verbo Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória. • Exemplo: Estudamos a matéria. Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória. • Exemplo: Precisamos de atenção. Adjunto adverbial: indica circunstância. (LU/ TEM/ MO/ CAU/ DU/ I/ N/ A) • Exemplo: Maria não esteve aqui ontem. Agente da voz passiva: age na voz passiva. • Exemplo: A rua foi destruída pela chuva. 3. Termos ligados ao nome Adjunto adnominal: qualifica ou quantifica o nome sem a mediação de verbo. Exercem essa fun- ção os artigos, os pronomes, os numerais e os adje- tivos. • Exemplo: As lindas flores de primavera enfeitam os campos. Predicativo: caracteriza o nome a que se refere por intermédio de um verbo, podendo ser do su- jeito ou do objeto. • Exemplo: O pai encontrou a filha apavorada. O pai encontrou a filha apavorado. Aposto: núcleo substantivo, que identifica outro nome. O aposto é uma equivalência entre substan- tivos. • Exemplo: O afeto, amigo dos felizes, cura. Obs.: O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere, podendo ser, ou não, desta- cado por sinais de pontuação como vírgula, dois- pontos ou travessão. Tipos de aposto • Aposto explicativo Usado para explicar ou esclarecer um termo da oração anterior. Sempre vem isolado na frase, po- dendo aparecer entre sinais de pontuação como vír- gulas, parênteses ou travessões. Exemplos: Rafael, aluno muito esforçado, ficou em melhor classificação. • Aposto enumerativo Enumera os elementos constituintes de um termo da oração. Exemplos: Nilo já visitou vários países: Argentina, México, Bolívia, Peru e Chile. • Aposto especificativo Especifica ou individualiza um termo de sentido genérico da oração. Normalmente é um nome pró- prio de pessoa ou lugar e não aparece entre vírgu- las. Exemplos: Moro na cidade de Fortaleza. • Aposto de oração (oracional) Trata-se de uma oração que resume termo(s) ante- rior(es). Exemplos: Marta tinha um único desejo: que os seus filhos fossem felizes. • Aposto recapitulativo ou resumidor Resume os termos anteriores em apenas uma pala- vra. Geralmente, é expresso por um pronome inde- finido. Exemplos: Comprei sapatos, cinto, e meias, tudo com desconto. • Aposto comparativo Usado para comparar um termo da oração com algo. Vem isolado por vírgulas. Exemplos: A seu ronco, harmonia de uma sinfo- nia clássica, ecoava pela casa inteira. • Aposto distributivo Distribui, separa, informações referentes aos ter- mos da oração. 32 pág. 33 Exemplos: O professor e o aluno moravam longe, aquele na área metropolitana e este em uma cidade vizinha. Rita e Kely são minhas alunas. Esta gosta de Lite- ratura, aquela, de Matemática. Complemento nominal: completa o nome a que se liga por meio de preposição obrigatória. • Exemplo: todos temos necessidade de cari- nho. ANALISANDO... Cara de macaco Livro de ouro Obediente aos pais Relativamente aos estudos Construção do prédio Construção do engenheiro. 4. Vocativo: Termo isolado por vírgula, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Admite a anteposiçãoo da interjeição ó. • Exemplo: Turma, façam os exercícios. PONTUAÇÃO I • Temos essenciais da oração O sujeito e o predicado constituem a estrutura bá- sica das orações, por isso a ligação que mantêm en- tre si não pode ser interrompida por uma vírgula, independentemente, de o sujeito ser extenso ou es- tar posposto ao verbo. Ex.: Várias tentativas de se estabelecer uma nova política entre os setores produtivo e financeiro re- sultaram em fracasso. A intercalação de termos entre o sujeito e o predi- cado deve ser marcada por vírgula Ex.: Os ministros, ontem à noite, encaminharam um pedido coletivo de demissão. Usa-se vírgula para separar os núcleos de um su- jeito composto: Ex.: Pedaços de madeira, restos de tijolos, montí- culos de areia, amontoados de pequenas pedras compunham o cenário da obra abandonada. Atenção... Moviam-se incessantemente as pessoas, e os ani- mais, e os seus reflexos e sombras. Nem você, nem ela, nem o próprio dono desta es- pelunca me farão mudar de ideia. PREDICATIVO DESLOCADO Aborrecido, o homem velho afastou-se devagar. O homem velho, aborrecido, afastou-se devagar. OMISSÃO DO VERBO No chão, vários objetos quebrados. ADJUNTO ADNOMINAL COMPLEMENT O NOMINAL SUBST. CONCRETO SUBST. ABSTRATO ADJETIVO ADVÉRBIO SUBST. ABSTRATO 33 pág. 34 • Termos integrantes da oração Não se separa verbo de complemento por vírgula, ainda que os complementos estejam antepostos ao termo que completam. Tenho confiança no trabalho do professor. (com- plemento nominal) Preciso de sua atenção urgentemente. (comple- mento verbal) Lemos as inesquecíveis obras de Alencar. (comple- mento verbal) Obs.: Com objetos diretos e indiretos pleonásticos, a presença dela é imprescindível. Os livros, devolva-os assim que possível. (objeto direto pleonástico) Aos meus pais, obedeço-lhes sempre. (objeto indireto pleonástico) Agente da passiva– a vírgula não o separa da locu- ção verbal que o antecede. A resposta foi contestada por todos. Termos intercalados, entre um verbo e um nome, devem ser sempre entre vírgulas. Observem, caros alunos, que o material foi distri- buído. • Termos acessórios da oração Adjuntos adnominais são separados por vírgulas quando oracionais. Ex.: O aluno, que estuda, aprende. Adjuntos adverbiais, não estando ao final da ora- ção, devem ser separados por vírgulas. Se forem de pequena extensão a vírgula será facultativa. Ex.: Na manhã de ontem, fomos à praia. Fomos à praia na manhã de ontem. Atenção... . Isolamento de palavras explicativas ou retificati- vas Termos como isto é, ou melhor, ou seja, por exem- plo, a saber e sem dúvida serão sempre separados por vírgula. Ex.: Aquele envelope, isto é, aquele documento, fi- cou no banco do carro. . Isolamento do nome de um lugar que vem antes de data. Ex.: Fortaleza, 20 de novembro de 2017. Sintaxe do Período 1. Coordenação Os períodos compostos por coordenação são formados por orações sintática e semanticamente independentes. COORDENADAS ASSINDÉTICAS – orações que se ligam sem conjunção, sendo separadas por vírgulas: Estudo, aprendo, passo! COORDENADAS SINDÉTICAS (AD/AD/AL/COM/EX) – separam-se por vírgulas, exceto as aditivas com sujeitos iguais. Aditiva: Raphael pratica esportes e faz longas caminhadas. Adversativa: Raphael pratica esportes, mas não faz longas caminhadas. Alternativa: Raphael ora pratica esportes, ora faz longas caminhadas. Conclusiva: Raphael pratica esportes, logo faz longas caminhadas. 34 pág. 35 Explicativa: Raphael teve uma distensão muscular, porque está mancando. FIQUE ATENTO! * Aditivas separadas por vírgulas: . Sujeitos diferentes: Os alunos estavam preparados, e o professor continuava a motivá-los. . Repetição do “e” (polissíndeto): E brinca, e deita, e dorme. .“E” com valor adversativo(= mas): Ela é rica, e não paga as dívidas. Principais conjunções coordenadas: a) aditivas: e, nem, mas também, mas ainda b) adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto c) alternativas: ou, ora... ora, ou... ou,já... já, quer... quer. d) explicativas: pois (quando anteposta ao verbo), porque, que e) conclusivas: pois (quando posposta ao verbo), logo, portanto, então ANALISANDO... Estuda que estuda e não cansa. Estudou, pois aprendeu. Estudou; aprendeu, pois. Estude que você aprende. 2. Subordinação ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (S/P/O/O/C/A) . INTRODUZIDAS PELAS CONJUNÇÕES INTEGRANTES (QUE/ SE) . = ISTO . RECEBEM O NOME DA FUNÇÃO SINTÁTICA QUE EXERCEM EM RELAÇÃO À ORAÇÃO PRINCIPAL - Subjetiva – funciona como sujeito - Predicativa – funciona como predicativo - Objetiva direta – funciona como objeto direto - Objetiva indireta – funciona como objeto indireto - Completiva nominal – funciona como complemento nominal - Apositiva ANALISANDO... É bom que vocês sorriam. O bom é que vocês sorriam. Espero que vocês sorriam. Necessito de que vocês sorriam. Tenho necessidade de que vocês sorriam. Tenho um desejo: que vocês sorriam. Criamos o que precisamos. Deus disse: faça-se a luz. Deus disse isso: faça-se a luz. Urge que a vida seja plena. Diz-se que o futuro será próspero. Acontece que estamos aprendendo. Espera-se que tudo seja alegria. ADJETIVAS (R/EX) . INTRODUZIDAS POR PRONOMES RELATIVOS . FUNCIONAM SINTATICAMENTE COMO ADJUNTOS ADNOMINAIS. - R estritiva = não é pontuada - Explicativa = é pontuada São pronomes relativos: • Variáveis O qual, a qual, os quais, as quais Cujo, cuja, cujos, cujas Quanto, quanta, quantos, quantas • Invariáveis: 35 pág. 36 Que (quando equivale a o qual e flexões) Quem (quando equivale a o qual e flexões) Onde (quando equivale a no qual e flexões) ANALISANDO... Walmir, que é nosso professor, está explicando as orações. A orações que exercem função adjetiva são classificadas como adjuntos adnominais. Sou o que sou. ADVERBIAIS (CAU/CON/CON/CON/COM/FI/TEM/PRO/ CONFOR) . INTRODUZIDAS POR CONJUNÇÕES ADVERBIAIS . SÃO CLASSIFICADAS CONFORME A CIRCUNSTÂNCIA QUE REPRESENTAM . EXERCEM A FUNÇÃO SINTÁTICA DE ADJUNTO ADVERBIAL - Causal - Final - Concessiva - Temporal - Condicional - Proporcional - Consecutiva - Conformativa - Comparativa Principais conjunções subordinadas adverbiais: a) proporcionais: à proporção que, à medida que, na medida em que... b) finais: a fim de que, para que, para, que... c) temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que... d) concessivas: embora, se bem que, ainda que, mesmo que, conquanto... e) conformativas: como, conforme, segundo... f) comparativas: como, que, do que... g) consecutivas: que (precedida de tão, tal, tanto), de modo que, de maneira que... h) condicionais: se, caso, contanto que... i) causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como... ANALISANDO... Ele passou porque estudou muito. * Ele estava machucado, porque estava claudicando. * Não corra, que você cai. Estudei tanto que passei em primeiro lugar. Maria é mais atrevida que a prima. Mesmo estando apressado, fez uma boa prova. Compareceu ao local, entretanto não fez a prova. Caso a prova seja adiada, haverá mais tempo para estudo. Quanto mais compreendo a estrutura gramatical, mais me encanto com o português. Fizemos os exercícios conforme o professor orientou. Mal entrou na sala, foi procurar uma cadeira na frente. Fomos à aula extra para que as dúvidas fossem esclarecidas. Analisadas para você... 1. Quando a encontrei sorrindo, beijei-lhe o rosto, deixando-a surpresa. Or. subord. Adverbial temp./ O.P. /Or. Subord. Adverbial consecutiva 2. A necessidade de que ela aprove minha decisão era perceptível. O.P./ Or. subord. Substantiva completiva nominal 3. Apresentaram-me a foto à qual Marina aludiu: que Simone está grávida. O.P./Or. subord. Adjetiva/ Or. subord. Subst. apositiva 4. Fiz o que me pediram: resolver os exercícios cujos gabaritos não estavam ao final do livro. Oração principal: “Fiz o” . (“o” é pronome demonstrativo). No período acima, podemos substituir “o” por “aquilo”. Oração subordinada adjetiva restritiva: “que me pediram. Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo: “resolver os exercícios” Oração subordinada adjetiva restritiva: “cujos gabaritos não estavam ao final do livro”. 36 pág. 37 3. Orações Reduzidas: não são introduzidas por conjunção e verbos em suas formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Ao começar a prova, o candidato deve guardar o material. Quando começar a prova, o candidato deve guardar o material. Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo. Ouvimos um candidato reclamando na porta. Ouvimos um candidato que reclamava na porta. Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio. Comprada a casa, a família livrou-se do aluguel. Assim que comprou a casa, a família se livrou do aluguel. Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio. Lembre-se de que, dependendo do contexto, as orações reduzidas podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento. Pontuação das orações reduzidas: As orações subordinadas reduzidas seguem as mesmas regras de pontuação das desenvolvidas. PONTUAÇÃO O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega- se nos seguintes casos: - Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si. Por Exemplo: O rio está poluído; os peixes estão mortos. - Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula. Por Exemplo: O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo;nove, contra. - Para separar itens de uma enumeração. Por Exemplo: No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos; balões; pipoca. - Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula. Por Exemplo: Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã. - Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração. Por Exemplo: Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns. 37 pág. 39 Observe o uso dos dois-pontos nos enunciados abaixo: (1) Olhou para mim e disse: - Queira entrar, por favor! (2) A Revolução Francesa defendia três ideais: liberdade, igualdade e fraternidade. (3) Abriu mão do que mais gostava: estar em sala de aula. Como é possível notar, em cada um dos casos acima, o uso dos dois-pontos possui justificativas diferentes, não é mesmo? Em (1), tal pontuação é utilizada antes da fala de alguém; em (2), a razão do uso está no fato de que os dois-pontos iniciam uma enumeração (os três ideais da Revolução Francesa); e, por último, em (3), observa-se o uso para introduzir uma explicação de algo que foi mencionado anteriormente no enunciado. Assim, podemos conceituar que os dois-pontos são utilizados para: anteceder uma citação ou fala de alguém: 38 https://www.portugues.com.br/gramatica/pontuacao.html pág. 40 TRAVESSÃO O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado: - No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos. Por Exemplo: – O que é isso, mãe? – É o seu presente de aniversário, minha filha. - Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas. Por Exemplo: "E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis) - Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto. Por Exemplo: "Junto do leito meus poetas dormem Exemplo: Sobre o ato de ensinar, Paulo Freiredisse: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” iniciar uma enumeração: Exemplo: Mamãe foi ao supermercado e comprou: dois pacotes de arroz, um quilo de feijão e dois quilos de frango a passarinho. Introduzir um esclarecimento ou explicação a respeito de algo já mencionado anteriormente: Exemplo: Ela conquistou tudo o que desejava: sua realização pessoal. Introduzir um exemplo, uma observação, uma nota ou informação importante: Exemplo: Observação: o ponto de interrogação pode indicar surpresa. 39 pág. 41 – O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron – Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo) - Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos. Por Exemplo: "Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia) ASPAS As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas: - Antes e depois de citações ou transcrições textuais. Por Exemplo: Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada." - Para representar nomes de livros ou legendas. Por Exemplo: Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI. Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo: Ontem assisti ao filme Central do Brasil. - Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia. Exemplos: O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja) Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram"rapidamente. Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova! - Para realçar uma palavra ou expressão. Exemplos: Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não". Quem foi o "inteligente" que fez isso? 40 pág. 42 Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples. Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis) O PODER DA VÍRGULA Por meio da pontuação, indica-se, na escrita, as várias possibilidades de entonação da fala. Ela ajuda também a expressão de pensamentos, de emoções, de sentidos e assim torna mais precisa a compreensão de um texto. Dentre os sinais de pontuação, a vírgula é a que mais requer atenção. Existem situações em que o uso desse sinal é obrigatório levando em conta a estrutura da frase; em outras, se o deslocarmos, o sentido da frase será totalmente alterado. Em que casos a vírgula é obrigatória e em que casos é proibida? A estrutura da frase em Língua Portuguesa é formada por pares indissociáveis: sujeito + verbo; verbo + complemento. A primeira regra de ouro do uso da vírgula é: não se separam esses elementos com vírgula. Veja o exemplo: O professor devolveu as provas corrigidas O professor = sujeito devolveu = verbo as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu" Quando algo "se intromete" nessa estrutura, a vírgula será usada: O professor, durante a aula, devolveu, em silêncio, as provas corrigidas. 41 pág. 43 O professor = sujeito durante a aula = adjunto adverbial de tempo devolveu = verbo em silêncio = adjunto adverbial as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu" Quando usar a vírgula: 1) Separar o aposto (termo explicativo): Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos. 2) Isolar vocativo (termo que chama a atenção): Marcos, estamos a sua espera! Estamos, Marcos, a sua espera! Estamos a sua espera, Marcos! 3) Isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo, lugar, modo, companhia, entre outras (adjuntos adverbiais invertidos ou intercalados na oração): Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados. Durante muitos anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante! 4) Antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo: Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas. Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade. 5) Isolar termos explicativos tais como isto é, a saber, por exemplo, digo, a meu ver, ou melhor, as quais servem para retificar, continuar ou concluir o que se está dizendo: O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes. Voltaremos a nos falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta. 6) Separar termos coordenados (uma lista, por exemplo): Amor, fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade. Durante a juventude viveu no Brasil, na França, na Itália. Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar. Quando NÃO usar a vírgula: 1) Para separar sujeito e predicado: O tapete persa (sujeito, ser de quem se diz alguma coisa) nos serviu de cama durante muitos anos (predicado, tudo o que se diz do sujeito). 2) Entre verbo e complemento: O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do verbo). O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do verbo). 42 https://novaescola.org.br/conteudo/202/dempre-devo-usar-virgula-antes-da-palavra-mas pág. 44 Estando a oração em ordem direta (seus termos se sucedem na seguinte progressão: sujeito → verbo → complementos do verbo (objetos) → adjunto adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o uso da vírgula é, de modo geral, desnecessário. Assim: 1. Não se usa vírgula: Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si: a) entre sujeito e predicado. Todos os alunos da sala foram advertidos. Sujeito predicado b) entre o verbo e seus objetos. O trabalho custou sacrifício aos realizadores. V.T.D.I. O.D. O.I. Entre nome e complemento nominal; 2. Usa-se a vírgula: ⇒ Para marcar intercalação: a) do adjunto adverbial O café,em razão dasua abundância, vem caindo de preço. b) da conjunção: Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. c) das expressões explicativas ou corretivas: Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,isto é,não querem abrir mão dos lucros altos. ⇒ Para marcar inversão: 43 pág. 45 a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. ⇒ Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração): Era um garoto de15 anos, alto, magro. A ventania levouárvores, e telhados, e pontes, e animais. ⇒ Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. ⇒ Usa-se a vírgula para isolar: - o aposto: São Paulo,considerada a metrópole brasileira,possui um trânsitocaótico. - o vocativo: Ora,Thiago,não diga bobagem. Emprego dos sinais de pontuação a) Vírgula Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):para separar os elementos mencionados numa relação: Exemplos: • A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias. • O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros. 44 https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/diferenca-entre-aposto-explicativo-predicativo.htmhttps://brasilescola.uol.com.br/gramatica/aposto-vocativo.htm pág. 46 Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada. Exemplo: • Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas. b) para isolar o vocativo: Exemplos: • Cristina, desligue já esse telefone! • Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete. c) para isolar o aposto: Exemplos: • Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador. • Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino. d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor,aliás, além disso etc.): Exemplos: • Gastamos R$ 20.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos. • Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá. e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: Exemplos: • Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. • Ontem à noite, fomos todos jantar fora. f) para isolar elementos repetidos: Exemplos: • O palácio, o palácio está destruído. • Estão todos cansados, cansados de dar dó! OB SER VAÇ Ã O 45 pág. 47 g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: Exemplos: • São Paulo, 22 de maio de 1995. • Roma, 13 de dezembro de 2005. h) para isolar os adjuntos adverbiais: Exemplos: • A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. • Os candidatos serão atendidos, das sete às onze horas, pelo próprio gerente. i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e: Exemplos: • Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança. • Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. • Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente. j) para indicar a elipse de um elemento da oração: Exemplos: • Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal. • Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente. k) para separar o paralelismo de provérbios: Exemplos: • Ladrão de tostão, ladrão de milhão. • Ouvir cantar o galo, sem saber onde. l) após a saudação em correspondência (social e comercial): Exemplos: • Com muito amor, • Respeitosamente, 46 pág. 48 m) para isolar as orações adjetivas explicativas: Exemplos: • Marina, que é uma pessoa maravilhosa, levou todas as crianças para passear. • Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos. n) para isolar orações intercaladas: Exemplos: • Não lhe posso garantir nada, respondi secamente. • O filme, disse ele, é fantástico. Ponto 1. Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um período simples ou composto. Nesse caso, ele recebe o nome de ponto-final. Exemplo: • Desejo-lhe uma feliz viagem. • A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor. 2. O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas. Exemplos: • fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia. Ponto e vírgula Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o ponto-final e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para: a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula: Exemplo: • Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas. b) separar vários itens de uma enumeração: 47 pág. 49 Exemplo: • Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: • I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; • II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; • III – pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de • ensino; • IV – gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; • (Constituição da República Federativa do Brasil) Dois-pontos Os dois-pontos são empregados para: a) uma enumeração: Exemplo: • Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível. (Machado de Assis) b) uma citação: Exemplo: • Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: – Afinal, o que houve? c) um esclarecimento: Exemplo: • Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila. Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de observações, notas ou exemplos. Exemplos: • Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc. • Nota: a preposição per, considerada arcaica, somente é usada na expressão de per si (= cada um por sua vez, isoladamente). 48 pág. 50 • Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplo: descriminar/discriminar. A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula: Exemplos: • Querida amiga: • Prezados senhores, Ponto de interrogação O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta. Exemplos: • – O senhor não precisa de mim? • – Não, obrigado. A que horas janta-se? Ponto de exclamação 1. O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro,indignação etc. Exemplos: • – Viva o meu príncipe! • – Que bom que você veio! 2. O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: Exemplos: • Oh! • Valha-me Deus! Reticências As reticências são empregadas para: a) assinalar interrupção do pensamento: Exemplo: • – Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá... (Júlio Dinis) OB SER VAÇ Ã O 49 pág. 51 b) indicar trechos que foram suprimidos de um texto: Exemplos: • O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de signos (...). Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência dos signos. (Mattoso Camara Jr.) c) marcar aumento de emoção: Exemplo: • As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi- te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te”. (Camilo Castelo Branco) Aspas As aspas são empregadas: a) antes e depois de citações textuais: Exemplo: • Roulet afirma que “o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana”. b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares: Exemplos: • O “lobby” para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Veja) • Na semana passada, o senador republicano Charles Grassley apresentou um projeto de lei que pretende “deletar” para sempre dos monitores de crianças e adolescentes as cenas consideradas obscenas. (Veja) • Preso no “xilindró”, o prefeito perdeu o apoio da população. • Com a chegada da polícia, os três suspeitos “puxaram o carro” rapidamente. c) para realçar uma palavra ou expressão: 50 pág.
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