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Atenção Farmacêutica 3

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Curso de 
Atenção Farmacêutica 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
MÓDULO III 
 
 
Seguimento Farmacoterapêutico 
 
Segundo Bisson (2007), o processo de seguimento farmacoterapêutico de 
um paciente é a principal atividade da atenção farmacêutica. Este processo é 
composto de três fases principais: anamnese farmacêutica, interpretação de dados e 
processo de orientação. 
O farmacêutico que deseja acompanhar os pacientes submetidos à 
farmacoterapia deverá possuir as habilidades e os conhecimentos necessários para 
sua execução. 
A principal ferramenta de trabalho do farmacêutico no seguimento 
farmacoterapêutico é a informação (de drogas, da patologia envolvida e 
especificidade do paciente). O seguimento de pacientes pode ser realizado tanto no 
âmbito ambulatorial como em hospitais, farmácias públicas e no domicílio do 
paciente (home care). 
Estima-se que mais de 30% dos pacientes não cumpram os tratamentos 
medicamentosos prescritos pelos médicos. 
O Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) requer um método de trabalho 
rigoroso por múltiplas razões. Apesar de ser uma atividade clínica e, portanto sujeita 
à decisão livre e responsável de um profissional, esta intervenção deve ser realizada 
com o máximo de informação possível; ou seja, desejar que algo tão pouco 
previsível, como a resposta do doente e o benefício de uma ação no próprio, ocorra 
com a maior probabilidade de êxito. Os profissionais de saúde necessitam de 
protocolos, de normas de atuação, consensos, etc., para sistematizar a parte do seu 
trabalho que pode realizar-se deste modo. 
 
 
 
 
 
74 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O SFT como qualquer outra atividade de saúde necessita de procedimentos 
de trabalho protocolados e validados através da experiência, para ser realizado com 
a máxima eficiência e permitir avaliar o processo e, sobretudo os resultados. 
Seguir um paciente significa acompanhá-lo; portanto, o trabalho de 
seguimento envolve documentação, consultas de retorno nos casos ambulatoriais e 
vínculo profissional farmacêutico-paciente, que somente se concretiza com 
confiança adquirida ao longo do tempo. 
Para o paciente internado, utiliza-se o prontuário médico, que contém os 
seguintes dados: 
- Dados do paciente; 
- Formulário de consentimento; 
- Prescrição médica; 
- Controles diversos (pressão arterial (PA), temperatura, ingestão hídrica, 
diurese, etc.); 
- Dados laboratoriais; 
- Procedimentos diagnósticos; 
- Consultas e interconsultas; 
- Registros do centro cirúrgico; 
- História clínica e exames físicos; 
- Registro da administração de medicamentos; 
- Diversos (por ex. registro da sala de emergência). 
Para o paciente da farmácia pública ou ambulatorial, o farmacêutico deverá 
buscar as informações necessárias por meio da anamnese farmacêutica realizada 
em uma consulta, objetivando traçar um histórico do uso de medicamentos. 
Após obter as informações necessárias, o farmacêutico interpretará os 
dados colhidos e partirá para o processo de orientação farmacêutica. 
O farmacêutico da farmácia de dispensação é o último e, no caso dos 
medicamentos de venda livre, o único integrante dos profissionais de saúde que está 
em contato com o paciente antes que este tome a decisão de consumir os 
medicamentos; daí sua responsabilidade ética e profissional. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O preenchimento da ficha farmacoterapêutica e o acompanhamento do 
paciente permitem relacionar os problemas deste com a administração dos 
medicamentos. É possível que um medicamento seja responsável pelo 
aparecimento de determinados sintomas ou patologias, ou ainda a causa de uma 
complicação da enfermidade. A análise do perfil farmacoterapêutico poderá permitir 
ao profissional adverti-lo. 
Ele também poderá coletar dados para documentar as reações adversas a 
medicamentos, que podem ser a causa da hospitalização de pacientes em 5% dos 
casos. Alguns autores afirmam que 27% das enfermidades não-cirúrgicas que levam 
às internações apresentam problemas com medicamentos: reações adversas, 
interações, utilização errada, tratamento inadequado, etc. Outros autores 
encontraram uma porcentagem maior (42%) de reações adversas nas internações 
de pacientes psiquiátricos. Estes resultados não são tão surpreendentes levando em 
conta a constatação de que pacientes hospitalizados utilizam, em média, seis 
medicamentos no mês anterior à sua internação. (Bisson, 2007). 
É possível ter o registro das reações adversas a medicamentos (RAM) 
anteriores, como ototoxicidade produzida por aminoglicosídeos, acidez ou ardor 
estomacal ocasionado por algum antiinflamatório não-esteroidal ou 
hipersensibilidade a algum medicamento. O conhecimento destas reações ajuda a 
preveni-las. 
A Ficha Farmacoterapêutica é o instrumento operacional que torna viável o 
acompanhamento da terapia medicamentosa de um paciente na farmácia, Nela 
devem estar registradas todas as informações necessárias sobre o paciente, o seu 
plano terapêutico, a meta terapêutica e a resposta do paciente à terapia em vários 
momentos ao longo do tratamento. O plano farmacêutico está, portanto, em 
constante avaliação pelo farmacêutico. 
A consulta farmacêutica deve ser realizada em local privativo, que pode ser 
chamado de consultório farmacêutico ou consultório de orientação farmacêutica. 
Este consultório deve oferecer algumas características básicas, como ambiente 
tranqüilo, mesas e cadeiras confortáveis para o paciente e acompanhante, 
microcomputador (com unidade de CD-ROM e acesso à internet) para arquivamento 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
de fichas farmacoterapêuticas dos pacientes e informações sobre drogas e 
patologias. 
Outra característica, segundo Bisson (2007), do consultório farmacêutico 
envolve a decoração singela, pois o excesso de adereços como quadros ou figuras, 
pode desviar a atenção do paciente no processo de orientação. No caso de executar 
o seguimento dos pacientes com base em fichas manuscritas, é importante dispor de 
arquivo com chave para garantir a confidencialidade das informações. 
Sempre que possível, as consultas devem ser previamente agendadas, 
principalmente nos casos de acompanhamento de patologias crônicas, como 
hipertensão e diabetes. 
A primeira etapa do processo de anamnese farmacêutica envolve a 
apresentação do farmacêutico e os motivos do acompanhamento, sempre se 
lembrando na primeira consulta de solicitar a autorização por escrito do paciente 
para evitar contratempos judiciais no futuro, como ocorre em outros países, como os 
Estados Unidos, onde é freqüente o paciente alegar constrangimento legal. 
O propósito da entrevista deve ser esclarecido mostrando ao paciente que 
esta consulta não tem o caráter de diagnóstico médico e sim de traçar um histórico 
do uso de medicamentos para garantir a segurança e o aumento de eficácia dos 
tratamentos farmacológicos. 
Determinadas condutas, como sempre se referir ao paciente como 
senhor/senhora e pelo nome, são fundamentais para estabelecer uma relação de 
cordialidadee educação, que culminará no estabelecimento de um elo de confiança 
com o paciente. 
Durante o processo de anamnese e orientação, a linguagem deve ser 
sempre clara e adaptada ao nível cultural e educacional do paciente. As questões 
em aberto devem ser esclarecidas e o paciente deve ter tempo de responder as 
questões e não ser interrompido, salvo se o assunto estiver sendo demasiadamente 
desviado do foco principal da consulta. 
O tom de voz deve ser ajustado conforme as necessidades do paciente. Por 
exemplo, um indivíduo idoso pode ter dificuldades auditivas, o que obrigará o 
 
 
 
 
 
77 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
farmacêutico a elevar o tom. Se o paciente não estiver colaborando, dando 
respostas lacônicas, é importante procurar obter feedback dele. 
A consulta sempre deve ser dirigida dos tópicos gerais para os específicos, 
lembrando-se sempre de anotar as informações e orientações mais importantes e 
passá-las ao paciente ao final da entrevista, que deve ser encerrada com um 
agradecimento pela atenção e, se for o caso, marcação de uma nova consulta para 
continuação do processo de seguimento farmacoterapêutico. 
Segundo Bisson (2007), um assunto que vem sendo discutido em vários 
países diz respeito à cobrança de honorários por este processo de seguimento. Nos 
Estados Unidos, temos relatos de planos de reembolso efetuados por empresas de 
medicina de grupo para farmacêuticos que acompanham seus pacientes. Em países 
como o Brasil e outros da América Latina, as empresas e os pacientes não têm 
hábito de arcar com o custo do acompanhamento, porém esta realidade parece estar 
mudando com o rápido processo de globalização pelo qual o mundo está passando 
e a abertura dos mercados de saúde a empresas americanas acostumadas a 
trabalhar dentro dos princípios da Atenção Farmacêutica, fato que tem, reduzido os 
custos com a saúde. 
Entretanto, em países que não cobram pelo processo de seguimento 
farmacoterapêutico, os farmacêuticos conseguem ganhos indiretos, como fidelidade 
de seus clientes e conseqüente incremento de faturamento de suas farmácias. 
 
Seleção de Pacientes e Entrevista 
 
Antes de iniciar um programa de acompanhamento de pacientes, é 
importante definir aqueles que serão acompanhados e que devem ser selecionados 
com base no projeto de Atenção Farmacêutica estabelecido. 
Segundo Bisson (2007), normalmente, os farmacêuticos não têm tempo e 
oportunidade de entrevistar e fazer seguimento farmacoterapêutico de todos os 
pacientes que vêm à farmácia ou passam pelo ambulatório. É comum que o 
farmacêutico, em uma rápida observação dos medicamentos consumidos pelo 
paciente e em uma breve conversa, dimensione as necessidades de 
 
 
 
 
 
78 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
acompanhamento do mesmo. Isto permite realizar uma seleção inicial dos pacientes 
que possam exigir um acompanhamento mais minucioso. Para a seleção pode-se 
utilizar diferentes critérios, que incluem os pacientes que: 
- Apresentam sinais ou sintomas que sugerem problemas relacionados a 
medicamentos: reações adversas a medicamentos ou resposta terapêutica 
inadequada; 
- Recebem medicamentos com uma estreita margem entre a ação 
terapêutica e a tóxica e que podem exigir a monitoração da concentração no sangue 
(p. ex: fenobarbital); 
- Consomem diversos medicamentos (polifarmacoterapia) ou padecem de 
várias enfermidades; 
Na prática profissional, outros critérios de seleção podem ser considerados 
pelo farmacêutico, de acordo com a avaliação de cada caso e as necessidades do 
paciente, como segue: 
 
- Características do paciente: Pacientes idosos, portadores de 
insuficiência renal ou hepática e crianças são mais sensíveis a intervenções 
farmacológicas e, por isso, mais suscetíveis a complicações no plano e adesão 
terapêuticos. 
- Pacientes em uso continuado de medicamentos: Estes pacientes, 
geralmente portadores de enfermidades crônicas, necessitam de aconselhamento 
quanto ao uso de medicamentos e sua patologia, além de acompanhamento que 
avalie o plano terapêutico. 
 
Entrevista de Histórico de Uso de Medicamentos 
 
Para iniciar o processo de anamnese farmacêutica, as seguintes 
informações devem ser obtidas dos pacientes e anotadas nas chamadas fichas 
farmacoterapêuticas, que podem ser manuscritas ou digitadas. 
Para fins de organização, Bisson (2007) sugere que as perguntas devem ser 
formuladas em blocos de questões, iniciando-se sempre pelas informações 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
demográficas (idade, peso, altura, raça, residência, educação, ocupação), sociais 
(uso de tabaco, álcool ou drogas ilícitas) e dietéticas (restrição dietética, uso de 
suplementos alimentares, uso de estimulantes ou supressores do apetite) do 
paciente, obtendo também dados de histórico de patologias, bem como suas 
queixas e de seus familiares. Estas informações permitem ao farmacêutico verificar 
os riscos ao qual o paciente está suscetível, pois muitas vezes a profissão, o tipo de 
residência e o estilo de vida do paciente acabam por interferir no resultado da 
terapêutica, quase sempre negativamente. 
A seguir, são efetuadas questões relativas a medicamentos utilizados 
atualmente e prescritos por médicos e dentistas, aos prescritos no passado e aos 
sem prescrição, utilizados atualmente e no passado (nome, dosagem, esquema 
posológico, indicações, data início e, no caso do passado, data e razão de término 
da utilização da medicação, resultado da terapia). 
Após as questões sobre medicamentos, devem ser registrados os dados do 
histórico de alergias do paciente, que podem direcionar a seleção de drogas mais 
seguras para serem utilizadas por ele (nome e descrição do agente causador, 
dosagem, data, descrição da reação, modo de tratamento da alergia). 
 
Exames Laboratoriais e Diagnósticos 
 
Para o perfeito desenvolvimento do segmento farmacoterapêutico, conforme 
Bisson (2007) é necessário utilizar os conhecimentos da área de análises clínicas, 
que, sem dúvida, alguns são mais fáceis de serem utilizados por profissionais que se 
habilitaram nesta especialidade. 
São exames que, na maioria das vezes, permitem acompanhar a resposta 
ao tratamento farmacoterapêutico, auxiliando também na correção de dosagem e 
posologia e até na troca de medicações. Estes exames podem ser divididos para 
efeitos práticos em sistemas orgânicos, como: sistema cardiovascular, endócrino, 
gastrintestinal, hematológico, imunológico, neurológico, renal, respiratório; doenças 
infecciosas e acompanhamento nutricional. 
 
 
 
 
 
 
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Planejamento Farmacoterapêutico 
 
Após a fase de anamnese farmacêutica, começa a interpretação dos dados 
levantados, representada pelo planejamento farmacoterapêutico, que é o centro do 
processo de tomada de decisão. 
O planejamento eficaz facilita a seleção apropriada do medicamento correto 
e sua dosagem e posologia, estruturando a monitoração do paciente em relação à 
resposta da terapia. Este plano terapêutico consiste em identificação, priorização e 
seleção de alternativas terapêuticas para cada paciente. 
 
1. Identificação do Problema 
- Identificação de parâmetros objetivos (peso, altura, sinais vitais, 
parâmetros bioquímicos, hemograma, etc). 
- Identificação de parâmetros subjetivos (ansiedade, depressão, fadiga, 
insônia, dores gerais). 
- Agrupamento destes parâmetros 
- Avaliação e determinação dos problemas específicos do paciente. 
 
2. Priorizaçãodo problema 
- Identificação de problemas ativos 
- Identificação de problemas inativos 
- Classificação (ranking) dos problemas 
 
3. Seleção de regimes terapêuticos específicos 
- Listagem das opções terapêuticas 
- Eliminação de drogas incompatíveis com o perfil ou quadro do paciente. 
- Seleção de dosagens, via e duração da terapia. 
- Identificação de regimes terapêuticos alternativos. 
- Planejamentos da monitoração. 
- Monitoração e modificações necessárias dos protocolos. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Assim, para a realização do seguimento farmacoterapêutico é necessário 
que o farmacêutico elabore o plano de seguimento. 
O Plano de Seguimento é o programa de visitas acordado entre o doente e o 
farmacêutico para assegurar que os medicamentos que o doente toma são apenas 
aqueles nos quais necessitam e que continuam a ser os mais efetivos e seguros 
possíveis. 
Na elaboração do plano devem estar previstos os itens apresentados a 
seguir: 
 
1. Descrição dos objetivos terapêuticos 
A definição dos objetivos é essencial para o seguimento farmacoterapêutico 
e pode ser comparado ao destino de uma viagem. Se não se sabe para aonde se 
vai, como definir os melhores caminhos? 
 
2. Estabelecer parâmetros de monitoramento 
Ao estabelecer parâmetros de monitoramento é necessário que se responda 
as seguintes questões: “O que fazer?” “Quando fazer?” “Quem faz?” “Onde fazer?”. 
As respostas a essas questões fornecerão a forma de avaliar os objetivos 
terapêuticos. 
 
3. Estratégia de intervenção sobre medicamentos, prescritor, paciente. 
Deverá ser adotada baseando-se no perfil do paciente e no conteúdo da 
intervenção. 
 
4. Critérios de sucesso 
O sucesso será baseado no desaparecimento dos sintomas, melhora do 
quadro, ou no controle de uma patologia. Para cada situação o sucesso deverá ser 
avaliado, confrontando-se com os resultados esperados traçados pelos objetivos e 
medidos através dos parâmetros de monitoramento. 
 
 
 
 
 
 
 
5. Avaliação dos resultados 
É importante salientar que o resultado no seguimento farmacoterapêutico 
não é apenas ter a intervenção aceita. É preciso avaliar a realização deste ato 
farmacêutico sobre a situação do paciente. 
Neste caso, pode-se ter o problema de saúde resolvido ou não resolvido. 
Uma observação quanto aos critérios para considerar o problema de saúde resolvido 
é necessária de ser realizada, pois, muitas vezes, não temos como acabar com o 
problema (ex. câncer, AIDS, etc.), porém, pode-se considerar o controle da patologia 
ou uma melhora do quadro como problema resolvido. 
Assim, o planejamento terapêutico, em muitos países chamados de Consulta 
Farmacêutica, consiste na otimização dos regimes posológicos, de forma que se 
minimize a interação fármaco-fármaco e se otimize a ação do medicamento de 
acordo com o plano terapêutico. 
O planejamento terapêutico deverá será ser feito por escrito e entregue ao 
paciente assinado e carimbado pelo farmacêutico. Além de conter instruções sobre 
posologia, podem conter explicações didáticas sobre a indicação de todos os 
medicamentos, medidas alimentares que serão associadas ao tratamento e 
instruções no caso de problemas ou emergências. 
 
O Método Dáder (Machuca, Fernández-Llimós, Faus, 2003). 
 
 
 
Fonte: http://www.atencaofarmaceutica.ufpr.br/AF/images/Livro01.jpg 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) foi elaborado 
pelo “Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica de la Universidad de 
Granada”, no ano de 1999, e atualmente é utilizado em diversos países por 
centenas de farmacêuticos em milhares de doentes. 
O Método Dáder baseia-se na obtenção da história farmacoterapêutica do 
doente, isto é, nos problemas de saúde que este apresenta, nos medicamentos que 
utiliza e na avaliação do seu Estado de Situação numa determinada data, de forma a 
identificar e resolver os possíveis problemas relacionados com medicamentos (PRM) 
que o doente apresenta. Após esta identificação realizam-se as intervenções 
farmacêuticas necessárias para resolver os PRM e, posteriormente, avaliam-se os 
resultados obtidos. 
O Método Dáder de SFT tem um procedimento concreto em que se elabora 
um estado de situação objetivo do doente, e a partir do qual vão resultar as 
correspondentes intervenções farmacêuticas, em que cada farmacêutico, em 
conjunto com o doente e o seu médico, decide a ação a tomar em função dos seus 
conhecimentos e das condições particulares de cada caso. 
A Intervenção Farmacêutica (IF) define-se como a ação do farmacêutico que 
visa melhorar o resultado clínico dos medicamentos, mediante a alteração da 
utilização dos mesmos. Esta intervenção enquadra-se dentro de um plano de 
atuação acordado previamente com o doente. 
O procedimento do Seguimento Farmacoterapêutico contém as seguintes 
fases: 
1. Oferta do Serviço 
O momento mais adequado para oferecer o serviço, ocorre quando o 
farmacêutico suspeita que possam existir problemas relacionados com os 
medicamentos. Como exemplos apresentam-se os seguintes motivos de consulta: 
- Medição de um parâmetro fisiológico ou bioquímico na farmácia do qual 
resulte um valor desviado do normal. 
- Queixa do doente durante o ato de dispensação sobre algum 
medicamento prescrito. 
- Consulta sobre algum problema de saúde. 
 
 
 
 
 
84 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- Consulta sobre algum medicamento. 
- Consulta sobre algum parâmetro bioquímico. 
Contudo, não se poderá afirmar que existe algum PRM até que seja 
efetuada a fase de avaliação do estado de situação e que se constate a existência 
do resultado clínico negativo revelado pelo PRM. 
De qualquer modo o farmacêutico poderá oferecer o serviço a qualquer 
doente, sempre que considere necessário. 
 
2. Primeira Entrevista 
Se o doente aceitar, programa-se uma visita na farmácia, em uma hora 
cômoda para ambos, que permita conversar durante um período de tempo suficiente 
(aproximadamente quinze minutos), sem interrupções, sobre os seus problemas de 
saúde e os seus medicamentos. Para esta visita, denominada Primeira Entrevista, o 
doente deve trazer: 
- Uma sacola com todos os medicamentos que tem em sua casa, com 
especial atenção para os que estão tomando no momento; 
- Todos os documentos referentes à sua saúde (relatórios médicos, análises 
clínicas) que tenha em casa, para que se possa obter informação objetiva relativa 
aos seus problemas de saúde. 
Se a data marcada para a visita demorar algum tempo, pode-se telefonar ao 
paciente para relembrá-lo. 
A Primeira Entrevista está estruturada em três partes claramente 
diferenciadas: 
 
o Fase de Preocupações e Problemas de Saúde 
 
O objetivo desta fase é conseguir que o doente relate os problemas de 
saúde que o preocupam mais. Para atingir este objetivo, começa-se com uma 
pergunta aberta, que permita ao doente expor estes problemas na sua própria 
linguagem. Pode-se começar desta forma: 
 
 
 
 
 
85 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
“Agora vamos falar, se concordar, dos aspectos que mais o preocupam 
sobre a sua saúde. Quero recordar-lhe que o que vamos comentar ficará entre nós e 
o restante da equipe da farmácia. Se em qualquer momento for necessária a 
comunicação com o seu médico, para melhorar qualquer aspectoda sua medicação, 
faremos um informativo e será o/a Sr. ou a Sra., se achar conveniente, que o levará 
à consulta. Se me permite, vou tomando notas das coisas que me vai dizer, para não 
me esquecer de nada. Queria agora que me dissesse o que é que mais o/a 
preocupa sobre a sua saúde.” 
 
Nesta fase é muito importante: 
- Escutar, prestando muita atenção, sem intervir nem emitir opiniões ainda 
que sejam solicitadas. Deve-se transmitir confiança, tentando entender o doente, 
mais do que julgá-lo. 
- Deixar o doente falar, sem o interromper, tornará esta fase mais eficaz. A 
entrevista só deve ser reconduzida se o doente se desviar do objetivo desta e 
divagar de modo excessivo. 
- Não esquecer que a postura corporal do farmacêutico é uma forma de 
linguagem não-verbal muito importante. Devem-se evitar inclinações do corpo para 
trás, que podem dar a sensação ao doente de desinteresse ou de superioridade. 
É muito importante identificar os problemas de saúde que mais preocupam o 
doente já que estes vão condicionar, em grande parte, a intervenção do 
farmacêutico. Ainda que exista solução médica para resolver esses problemas, o 
doente não deve evitar falar deles, se lhe causam grande preocupação, pois a forma 
como o faz, como os exprime e os interioriza na sua vida diária e a influência do seu 
meio, poderão ajudar o farmacêutico a delinear um plano de atuação para resolver 
os PRM. 
Pontos importantes nesta fase: 
- Nos primeiros doentes deve-se atuar com prudência, especialmente se 
não dominamos as técnicas de entrevista clínica, pois em caso de dúvida, é melhor 
aprender com a experiência, já que qualquer informação que o doente forneça pode 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
ajudar a conhecer melhor o seu ambiente social e a sua cultura, o que irá ser crucial 
no momento de resolver os problemas relacionados com a sua medicação. 
- Neste processo, o mais complicado é manter a capacidade de prestar 
atenção numa dupla vertente, ou seja, anotar dados e perceber atitudes e 
sensações, assim como escrever e simultaneamente comunicar-se com o doente. 
Ainda que tudo isto se consiga com a prática, se tivermos que escolher o mais 
importante é, sem dúvida, comunicar-se com o doente, estabelecer vínculos afetivos 
e transmitir-lhe, mediante uma comunicação não-verbal, a sensação de 
cumplicidade e objetivos comuns. 
 
o Medicamentos que o doente utiliza 
O objetivo que se pretende atingir nesta fase é obter informação sobre o 
grau de conhecimento que o doente possui acerca dos medicamentos que utiliza e 
do grau de cumprimento da terapêutica. Esta fase também deve começar, dentro do 
possível, por uma pergunta aberta, que permita ao doente expressar-se livremente, 
o que aumentará a sua confiança. Pode-se iniciar com uma frase indicativa, como a 
que se segue: 
“Bem, agora vamos falar sobre os medicamentos que traz e me conte se 
está utilizando, como os utiliza, para quê, se está melhor ou se nota algo de 
estranho...”. 
Pretende-se realizar dez perguntas para cada medicamento que o doente 
toma, tendo cada uma delas um objetivo definido: 
- Está tomando? Se o toma o medicamento atualmente. 
- Quem o receitou? Quem foi que prescreveu ou o aconselhou a tomar o 
medicamento. 
- Para quê? Para que o paciente acha que está tomando o medicamento. 
- Está melhor? Se o paciente acha o medicamento efetivo. 
- Desde quando? Há quanto tempo que o paciente toma o medicamento. É 
útil para estabelecer relações causais entre problemas e medicamentos. 
- Quanto? Posologia do medicamento. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- Como? Modo de tomar o medicamento ao longo do dia (com ou sem 
alimentos, há alguma hora determinada...) 
- Até quando? Durante quanto tempo deve tomar o medicamento. 
- Alguma dificuldade na utilização? Aspecto relacionado com a forma 
farmacêutica (dificuldade em engolir, mau sabor, medo da injeção...). 
- Algum problema? Se o paciente relaciona a administração do 
medicamento a algum efeito indesejável. 
Ao final, o farmacêutico anotará, se o doente conhece e cumpre 
adequadamente o tratamento com cada medicamento. 
Pontos importantes dessa fase: 
- Há uma dupla finalidade para o fato de o doente trazer todos os 
medicamentos à entrevista (incluindo os que não tomam e os outros que têm em 
casa). Por um lado, podemos averiguar se algum medicamento que o doente tenha 
tomado, em tempos, causou algum problema, quer seja uma falta de segurança ou 
de efetividade. Esta informação poderá ser útil no futuro. Por outro lado, reduzir o 
armazenamento de medicamentos em casa que não devem existir, tais como 
antibióticos pelo fato de necessitarem de prescrição médica ou outros medicamentos 
que possam estar fora do prazo de validade. Com este procedimento, o farmacêutico 
poderá encontrar resposta à dúvida inicial que levou o doente à primeira visita. 
- De modo geral recomendam-se registrar o mais rápido possível todas as 
informações, para ter bem presente todos os aspectos que o doente transmitiu. Se 
verificarmos que existe alguma informação que nos esquecemos de registrar, 
poderemos obtê-la, quer nas visitas seguintes, quer através de um telefonema. É 
conveniente anotar toda a informação que falta, podendo-se ou não esperar até o 
final da fase de estudo, para comprovar se há mais algum dado que seja necessário 
obter. 
- É importante guardar o papel original onde os dados da Primeira 
Entrevista foram anotados, pois pode conter informação que, inicialmente, parece 
irrelevante e mais tarde se torne importante, ou, inclusive, informação sem 
significado aparente, como a ordem de prioridades das preocupações do doente, e 
 
 
 
 
 
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que pode revelar informação sobre aspectos da sua personalidade e cultura, que 
poderão ser úteis a qualquer momento. 
 
 
o Fase de Revisão 
Neste momento pode dizer-se ao doente que a entrevista já terminou e que 
se vai fazer uma revisão para verificar se toda a informação obtida está correta. 
Esta fase tem os seguintes objetivos: 
- Aprofundar alguns aspectos já mencionados na primeira fase da entrevista 
e sobre os quais faltam completarem alguma informação, uma vez que na primeira 
parte era mais importante estabelecer uma relação afetiva, evitando as interrupções. 
- Descobrir novos medicamentos e novos problemas de saúde não 
mencionados antes, provavelmente porque não preocupavam tanto o paciente. 
- Dar a entender ao doente que se ouviu tudo com interesse. 
A fase de revisão faz-se seguindo uma ordem que começa na cabeça e 
termina nos pés. 
o Cabelo 
o Cabeça 
o Ouvidos, Olhos, Nariz, Garganta 
o Boca (úlceras, secura) 
o Pescoço 
o Mãos (dedos, unhas) 
o Braços e Músculos 
o Coração 
o Pulmão 
o Aparelho Digestivo 
o Rim (urina) 
o Fígado 
o Órgãos genitais 
o Pernas 
o Pés 
 
 
 
 
 
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o Músculo esquelético (gota, dores nas costas, tendinite) 
o Pele (secura, erupções) 
o Psicológico (depressão, epilepsia) 
 
Esta fase é realizada com perguntas fechadas, uma vez que se pretende 
melhorar a informação obtida. 
Pode começar-se com frases deste tipo: 
“Usa algum medicamento para a cabeça, algum xampu especial...?” 
Quando se chega a alguma parte onde é preciso aprofundar a informação 
que foi mencionada numa fase anterior, pode-se utilizar uma frase como a seguinte: 
“Disse que lhe dói à cabeça com freqüência. Como é essa dor de cabeça? 
Passa ao fim de quantotempo?” 
Também se anotam outros dados, tais como: 
 
 Parâmetros Fisiológicos que podem não estar controlados, como o 
colesterol, ácido úrico, pressão arterial, etc., e que não foram mencionados 
anteriormente. Se o paciente segue alguma dieta especial ou toma algum complexo 
vitamínico que possa não considerar como medicamento, vacinas... 
 Hábitos de vida do doente, como o consumo de tabaco, álcool, outras 
drogas, chá e outras bebidas e exercício físico. 
Na Primeira Entrevista, toda a informação veiculada pelo doente deve ser 
documentada e registrada. Para tal, utiliza-se o modelo da História 
Farmacoterapêutica do Paciente. Contudo, não se recomenda utilizar este modelo 
para realizar a Primeira Entrevista, uma vez que dificulta a comunicação com o 
doente, cuja maneira de se expressar dificilmente se cingirá ao modelo desenhado. 
Desta forma, o farmacêutico desviaria a sua atenção do essencial da entrevista para 
se focar no preenchimento do formulário, uma vez que teria de procurar 
persistentemente onde anotar cada dado revelado. 
O mais aconselhável é escrever todos os dados num papel branco, durante 
a entrevista, e logo que possível transcrevê-los para o Formulário da História 
 
 
 
 
 
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Farmacoterapêutica. Este procedimento pode servir para o Farmacêutico fazer a sua 
auto-avaliação, no que respeita à forma de realização da entrevista. 
O Formulário da História Farmacoterapêutica preenche-se uma só vez, 
depois da Primeira Entrevista, e serve de pasta para todos os documentos que se 
vão arquivando sobre o doente. 
Finaliza-se a entrevista com o registro dos dados demográficos do doente, 
morada e telefone, data de nascimento, nome dos médicos que o assistem, etc. 
Toda esta informação registra-se na História Farmacoterapêutica normalizada do 
doente. Neste momento termina verdadeiramente a Primeira Entrevista com o 
doente e é conveniente transmitir-lhe uma mensagem sincera e de esperança: 
“A entrevista já terminou. Se concordar lhe telefonarei daqui a alguns dias, 
quando tiver estudado o seu caso. Estou certo que vai valer a pena trabalharmos 
juntos”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Estado de Situação 
 
O Estado de Situação (ES) de um paciente define-se como a relação entre 
os seus problemas de saúde e os medicamentos que toma, numa data determinada. 
Representa a “fotografia” do doente em relação a estes aspectos. 
O primeiro ES resulta da obtenção dos dados da Primeira Entrevista e, 
portanto as datas coincidem. 
A parte superior do documento é a que se denomina propriamente 
“Fotografia do Paciente”. Dela constam os aspectos e características próprias do 
paciente que individualizam o Estado de Situação como a idade, o sexo, as alergias 
a medicamentos e o Índice de Massa Corporal (IMC), que podem influenciar a sua 
avaliação. Se houver algum outro aspecto a realçar pode utilizar-se do espaço 
“Observações” situado na zona inferior do documento. 
O corpo central do documento é o Estado de Situação propriamente dito, no 
qual se apresentam os problemas de saúde face aos medicamentos que os tratam, 
de forma que, por exemplo, para um doente com diagnóstico de hipertensão, os 
medicamentos que o tratam situam-se na mesma linha à direita. 
O corpo central do documento tem quatro zonas, da esquerda para a direita: 
- Problemas de Saúde 
o Problema de saúde 
o Data do início 
o Grau de controle do PS (Problema de Saúde): escreve-se “S” (de SIM) 
se o problema está controlado e “N” (de NÃO) se não está. Se existe alguma 
unidade de medida quantitativa para refletir o controle do PS, pode anotar-se esse 
valor. Se necessitar de efetuar mais registros, como é o caso dos valores de 
hipertensão arterial ou de glicemia pode-se utilizar o quadro “Parâmetros” que 
aparece na zona inferior do ES. 
o A preocupação que o problema causa ao doente (Pouco, Regular, 
Bastante) 
 
 
 
 
 
 
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- Medicamentos 
o Data de início 
o Medicamentos que tratam os PS. Recomenda-se registrá-los como 
princípios ativos, em vez do nome das especialidades farmacêuticas. 
o Posologia 
o Grau de conhecimento e cumprimento (Bem, Regular ou Mal) 
 
- Avaliação 
Utiliza-se para anotar as suspeitas de Problemas Relacionados com os 
Medicamentos (PRM) que possam existir. É constituída pelas seguintes colunas: 
o N (Necessidade), E (Efetividade) e S (Segurança) onde se anota 
S(Sim) ou N(Não). 
o Coluna para anotar o PRM suspeito. 
 
- Intervenção Farmacêutica 
 
Anotam-se as datas das intervenções, segundo o Plano de Atuação previsto, 
para assim as ordenar por prioridades. 
É conveniente colocar os problemas de saúde que possam estar 
relacionados entre si, o mais perto possível uns dos outros (em linhas adjacentes), já 
que pode existir uma relação entre eles e também irá ajudar a perceber possíveis 
estratégias terapêuticas delineadas pelo médico. 
A partir deste momento, o Estado de Situação do paciente é o documento 
mais importante para estudar a sua evolução. É um documento absolutamente 
dinâmico, que vai evoluindo de acordo com as alterações da saúde do paciente. 
Pode dizer-se que, a partir daqui, o paciente é uma sucessão de Estados de 
Situação. O aparecimento e desaparecimento de problemas de saúde e 
medicamentos poderão dar lugar a um Estado de Situação muito diferente. Como 
tal, mediante cada variação, é conveniente realizar outra fase de estudo, embora a 
maior parte da informação possa já ter sido recolhida previamente. 
 
 
 
 
 
 
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4. Fase de Estudo 
O objetivo da Fase de Estudo é obter informação necessária acerca dos 
problemas de saúde e medicamentos evidenciados no Estado de Situação, para 
avaliação posterior. 
Devem-se analisar as duas partes diferenciadas do Estado de Situação: 
- Os Problemas de Saúde 
Para analisar os problemas de saúde relacionados é importante ter em conta 
que: 
- É conveniente começar por estudar os problemas de saúde do doente, 
especialmente os que estão diagnosticados pelo médico. 
- O farmacêutico é um profissional que conhece os medicamentos, mas não 
as doenças, e como tal, ao estudá-las em certos aspectos, entenderá o porquê e a 
finalidade de cadamedicamento, assim como a sua utilidade e as suas limitações no 
controle do problema. 
Para o farmacêutico, os aspectos mais interessantes de cada doença serão 
basicamente: 
- Sinais e sintomas a controlar ou parâmetros de controle normalizados que 
podem imediatamente fomentar uma suspeita relativamente a uma falta de 
efetividade do tratamento. 
- Mecanismos fisiológicos de aparecimento da doença, para assim entender 
como atuam os medicamentos que intervêm e prever o que poderá ocorrer com 
outros que o doente administre ou, inclusive, relacioná-los com outros problemas de 
saúde que possam surgir devido aos medicamentos. 
- Causas e conseqüências do problema de saúde do paciente, para assim 
entender como realizar prevenção e educação para a saúde e por outro lado, 
conhecer quais são os seus riscos. 
Em suma, entendendo os problemas de saúde do doente melhora-se o 
conhecimento da evolução do mesmo. Ao examinar a origem do problema de saúde 
e as suas conseqüências, estabelecendo relações com outros, melhorar-se-á a 
intervenção de forma a resolver os possíveis problemas relacionados com os 
medicamentos que o doente possa apresentar. 
 
 
 
 
 
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- Os Medicamentos 
 
Para a análise dos medicamentos é importante ter em conta que: 
- É necessário realizar um estudo eficaz dos medicamentos que o doente 
utiliza para que a intervenção tenha as maiores garantias de utilidade para a sua 
saúde. 
- O estudo dos medicamentos deve ser realizado partindo das 
características gerais do seu grupo terapêutico e analisando, posteriormente, as 
particularidades do princípio ativo. Este aspecto é importante quando se trata de 
medicamentos novos de um grupo, já que podem apresentar os mesmos problemas 
que os fármacos anteriores, embora, devido ao tempo escasso de utilização, não 
estejam ainda descritos na literatura. 
Quanto aos medicamentos, os aspectos mais importantes que devem ser 
levados em consideração são os seguintes: 
o Indicações autorizadas - representam o uso aprovado do medicamento 
e explicam o porquê do seu aparecimento no Estado de Situação. Ajudam a 
interpretar a forma como o médico aborda o tratamento da doença. Também podem 
explicar os efeitos obtidos, desejados ou não, no paciente. 
o Ação farmacológica e mecanismo de ação - indica a forma como o 
medicamento combate a doença. Permite ao farmacêutico perceber o que ocorre 
quando um medicamento é efetivo, e o que deveria ocorrer e não ocorre quando 
este é inefetivo. Também pode explicar a forma como se manifesta uma possível 
insegurança do medicamento, o que pode ser a chave para ajudar o farmacêutico a 
encontrar a melhor intervenção possível, procurando sempre o benefício do paciente 
tanto a curto como em longo prazo. Também pode explicar em forma de reação 
química, o balanço entre a efetividade desejada e a insegurança previsível evitável, 
ou justificar uma intervenção em que se preserva o medicamento porque a 
insegurança manifestada é explicável pelo seu mecanismo de ação habitual. 
Conhecendo o mecanismo de ação do medicamento, entendem-se os efeitos deste 
no organismo, tanto os desejados como os indesejados. 
 
 
 
 
 
 
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o Posologia. 
o Intervalo de utilização – vem definido na literatura como aquele onde 
se produz a efetividade do medicamento, ou seja, o intervalo entre a dose mínima 
efetiva e a dose máxima segura habitual. A “janela terapêutica” é o intervalo de 
utilização aplicado ao paciente individual, e que por vezes é muito distinta da 
margem habitual de utilização do medicamento. Cipolle enunciou que são os 
pacientes e não os medicamentos que têm doses. Desta forma, uma determinada 
quantidade de medicamento, dentro do seu intervalo habitual de uso, pode 
ultrapassar a dose máxima segura em determinados pacientes e em outro ser 
efetiva ou mesmo nunca chegar a sê-lo. Os intervalos de utilização descritos na 
literatura devem apenas servir como orientação, sendo mais importante conhecer o 
que se passa com o paciente. Assim, há que ter em conta os indícios reais de 
efetividade e segurança que este apresente. 
o Farmacocinética (Tmax, meia-vida de eliminação...): fornece 
informação que permite reconhecer quando se deve medir parâmetros clínicos de 
efetividade e segurança e avaliar a possibilidade de interações ou interferências 
analíticas, além de sinergismos de ação e duração do efeito dos medicamentos. 
o Interações - é importante conhecê-las e poder explicá-las através do 
mecanismo de ação dos medicamentos, para assim entender como aparecem e se 
manifestam, se têm significado clínico e, inclusive, se devem ser pesquisadas, uma 
vez que podem resultar de sinergismos de ação. 
o Interferências analíticas - determinam a importância clínica de cada 
caso, indicando se o valor é biológico, pois surge como conseqüência do mecanismo 
de ação, ou patológico, o que poderá ter relação com a evolução da doença. Um 
caso típico é a elevação dos valores das transaminases induzido pelas estatinas. É 
lógico que um medicamento (estatina) que atua na síntese do colesterol a nível 
hepático possa elevar as enzimas que indicam que o fígado está funcional. Uma 
elevação discreta das transaminases pode indicar que o medicamento está atuando 
e em conjunto com o valor de colesterol comprovará a sua efetividade e não um 
problema de segurança. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
o Precauções. 
o Contra-indicações - são situações nas quais não se deve usar o 
medicamento. Deve-se analisar no contexto do mecanismo de ação do medicamento 
ou de alguma situação de risco, concluindo-se que o risco de utilização do 
medicamento supera o benefício do mesmo. Em todo o caso, é necessário 
diferenciar claramente as contra-indicações dos efeitos secundários e de outros 
problemas de insegurança. 
o Problemas de segurança - englobam todos os efeitos não desejados 
do medicamento. É importante diferenciar se o efeito é conseqüência do mecanismo 
de ação do medicamento, ou se, ao contrário, não se encontra relação causa-efeito, 
para aumentar as possibilidades de atuação sobre eles. Permitem estabelecer 
relação entre os problemas de saúde: os que se tratam com medicamentos e os que 
aparecem como conseqüência da utilização dos mesmos. Com freqüência, 
aparecem problemas de segurança que podem ser imputáveis a vários 
medicamentos que o doente toma. É interessante ter este aspecto em conta: mesmo 
que se pense logicamente que se deveria imputá-lo apenas a um medicamento 
concreto, por vezes não é o que se passa na realidade, e há que prever todas as 
possibilidades. 
 
Conhecer os problemas de saúde e os medicamentos em profundidade 
ajudará a resolver muitas dúvidas, embora nunca se possa assegurar nada até que 
o PRM desapareça como conseqüência da intervenção efetuada. 
Metodologicamente é aconselhável realizar um estudo horizontal, ou seja, 
não estudar, por um lado, todos os problemas de saúde e, por outro, todos os 
medicamentos, mas sim, estudar cada problema de saúde com os medicamentos 
que o tratam e assim sucessivamente. Desta forma, com as características que 
adiante se destacam, estabelecem relações entre eles e com outros problemas de 
saúde relacionados. 
Também é útil, em primeiro lugar, relacionar os problemas de saúde 
diagnosticados, para posteriormente anotar os restantes. 
 
 
 
 
 
 
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4. Fase de AvaliaçãoO objetivo desta fase é estabelecer as suspeitas de PRM que o doente 
possa apresentar. 
Nesta fase é conveniente ter em conta que: 
- É primordial ter uma visão de conjunto, efetuando uma revisão externa 
sucinta do Estado de Situação do doente, para assim poder interiorizar de que tipo 
de doente se trata e estabelecer prioridades no balanço efetividade/segurança, ou 
seja, na altura de estabelecer um plano de atuação, o farmacêutico deve ter a 
capacidade de escolher, num determinado momento, qual das características deve 
prevalecer sobre a outra. 
- É importante anotar tudo o que se pensa que esteja relacionado. É 
evidente que nem tudo o que foi anotado é efetuado, mas é aconselhável ter em 
conta todos os aspectos para depois delinear a melhor seqüência de intervenções 
no plano de atuação. Uma vez efetuada a visão de conjunto, começa-se a trabalhar 
cada linha do Estado de Situação, que corresponde a uma estratégia 
farmacoterapêutica para um determinado problema de saúde, com perguntas que 
contestam as três propriedades fundamentais da farmacoterapia: necessidade, 
efetividade e segurança. 
o O doente necessita do(s) medicamentos(s)? 
o O(s) medicamento(s) é/são efetivo(s)? 
o O medicamento é seguro? 
No caso de estratégias terapêuticas, tanto as perguntas sobre necessidade 
quanto as relacionadas à efetividade devem ser efetuadas, cada uma delas, para o 
conjunto de medicamentos e não isoladamente. Se, por um lado, não se questiona a 
necessidade de um medicamento que se relacione e está autorizado para tratar um 
determinado problema de saúde, por outro lado, uma falta de efetividade não poderá 
relacionar-se com um medicamento concreto, mas sim com toda a estratégia 
terapêutica conjunta. No entanto, no caso dos problemas de segurança, que são 
próprios de cada medicamento, a pergunta deve efetuar-se isoladamente para cada 
um deles. 
 
 
 
 
 
 
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5. Fase de Intervenção 
O objetivo desta fase é elaborar um plano de atuação de acordo com o 
paciente e desencadear as intervenções necessárias para resolver os PRM que este 
possa estar sofrendo. 
No início do processo de intervenção é muito importante levar em 
consideração: 
- Quais problemas preocupam mais o doente e quais são as prioridades que 
se colocam ao profissional de saúde. 
- É necessário conciliar as preocupações do paciente, que é quem sofre 
com os problemas e possui uma visão mais pessoal da situação, com a do 
farmacêutico, que é quem detectou os possíveis problemas e possui uma visão mais 
objetiva. 
- Tentar resolver primeiro aqueles problemas que preocupam mais o 
paciente. 
No caso de ambas as estratégias serem inicialmente contraditórias, deve-se 
“negociar” com o paciente o caminho mais adequado a seguir de forma a oferecer-
lhe uma estratégia mais lógica de resolução. 
Por isso, é essencial esclarecer o paciente relatando os possíveis desvios 
encontrados e expor a opinião profissional mostrando uma estratégia coerente de 
resolução dos PRM, para chegar a acordos lógicos sobre o caminho a seguir. 
Devem-se levar em consideração diversos aspectos que, dependendo das 
circunstâncias particulares, terão menor ou maior importância. Todas estas opções 
podem ser válidas ou não segundo a situação, e, portanto a escolha de uma delas 
dependerá da situação concreta: 
o Casos em que a efetividade prevaleça sobre a segurança. 
o Prevalência da segurança face à efetividade. 
o Efetividade em longo prazo. 
o Segurança em longo prazo. 
o Começar pelo mais fácil para ganhar confiança. 
o Começar pelo mais rápido para ganhar tempo. 
o Eliminar circunstâncias graves, mas pouco prováveis. 
 
 
 
 
 
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o Executar soluções fáceis pouco arriscadas. 
o Estratégias conservadoras assegurando o terreno conquistado. 
o Estratégias arriscadas pela urgência. 
o Começar por aquelas que não necessitam da intervenção do médico. 
o Começar por aquelas que vão derivar para especialistas. 
Em todo o caso, acertar à primeira na solução do problema não deve ser 
prioritário. Às vezes é melhor avançar pouco a pouco resolvendo primeiramente 
situações de maior gravidade. Por isso, a estratégia a seguir deve ser acordada, 
conhecida e assumida pelo paciente, que entenderá este processo como o caminho 
necessário a percorrer para resolver os seus problemas. Nesta fase, a comunicação 
é crucial e cada um dos implicados deve entender perfeitamente o objetivo da 
mesma em cada momento. 
Pode então começar a preencher-se a folha de Intervenção Farmacêutica. 
A intervenção pode ser de duas formas: 
- Farmacêutico – Paciente: se o PRM se deve a causas derivadas do uso do 
medicamento por parte do paciente. 
- Farmacêutico – paciente-médico: se a estratégia delineada pelo médico 
não atinge os efeitos esperados, ou se trata de um problema de saúde que 
necessite diagnóstico médico. 
A intervenção Farmacêutico–Paciente realizar-se-á de uma forma verbal ou 
escrita, conforme decisão do farmacêutico, com o intuito de obter o maior êxito 
possível. Contudo, a intervenção Farmacêutico–Paciente-Médico realizar-se-á com 
uma comunicação escrita, que deve conter os seguintes itens: 
a. Apresentação do Doente: referindo todos os dados do doente 
(problemas de saúde e medicamentos) imprescindíveis para abordar o problema. 
b. Motivo da Comunicação: causa pela qual se remete ao médico. 
Devem-se referir dados dos problemas de saúde que possuem parâmetros 
quantitativos, sinais e sintomas que o doente apresente, sem utilizar palavras que 
levem a pensar que o farmacêutico possa fazer diagnóstico ou prognóstico de algum 
problema de saúde. 
 
 
 
 
 
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c. Juízo Farmacêutico: relação possível do problema com os 
medicamentos, uma vez estudados todos eles. 
d. Despedida: realçando o papel de decisão do médico e a importância da 
intervenção, bem como oferecendo colaboração para o seu êxito. 
Uma vez combinada a intervenção com o paciente elabora-se a informação 
escrita que será apresentada e entregue, com uma cópia para ele e outra para levar 
à consulta médica. 
 
6. Resultado da Intervenção 
O objetivo desta fase é determinar o resultado da Intervenção Farmacêutica 
para a resolução do problema de saúde estabelecido. Não se pode afirmar que 
existe um PRM, até o problema de saúde desaparecer ou ficar controlado após a 
intervenção. 
O resultado da Intervenção dará lugar a um novo Estado de Situação do 
Paciente. 
Os resultados das intervenções podem ser: 
- Intervenção aceita, problema de saúde resolvido. 
- Intervenção aceita, problema de saúde não resolvido. 
- Intervenção não aceita, problema de saúde resolvido. 
- Intervenção não aceita, problema de saúde não resolvido. 
Considera-se uma intervenção aceita, quando o paciente (no caso de 
intervenções entre Farmacêutico-Paciente) ou o médico (no caso de intervenções 
Farmacêutico-Paciente-Médico) modificam o uso do medicamento para tratar o 
problema em conseqüência da intervenção efetuada pelo farmacêutico. 
O problema de saúde está resolvido quando, em conseqüência da 
intervenção do farmacêutico, desaparece o motivo da mesma. 
Uma vez obtido o resultado da intervenção pode-se acabar de completar a 
folha de intervenção 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Novo Estado de Situação 
O objetivo desta fase é recolher as alterações existentes desde a 
intervenção, relativasaos problemas de saúde e medicamentos. 
Para esta fase é importante considerar o seguinte: 
- No caso do médico ter optado por seguir a mesma estratégia, o Estado de 
Situação aparentemente não muda, embora se tenha que controlar a medicação 
para verificar novamente se é necessário uma nova intervenção. 
- A partir daqui, com as alterações que existem, iniciar-se-á uma nova fase 
de estudo. 
 
8. Entrevistas sucessivas 
Os objetivos desta fase são: 
- Continuar resolvendo os PRM pendentes segundo o plano de atuação 
acordado. 
- Cumprir o plano de seguimento para prevenir o aparecimento de novos 
PRM. 
- Obter informação para poder documentar os novos Estados de Situação e 
melhorar a fase de estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-------------FIM DO MÓDULO III------------- 
	Seleção de Pacientes e Entrevista 
	Exames Laboratoriais e Diagnósticos 
	Planejamento Farmacoterapêutico 
	 
	O Método Dáder (Machuca, Fernández-Llimós, Faus, 2003). 
	 
	“Usa algum medicamento para a cabeça, algum xampu especial...?”

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