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Direito Empresarial 2

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Sofia Campos 
 
Direito Empresarial 2 – Ano de 2022 
 
Teoria Geral dos Títulos de 
Crédito 
 Título de crédito é uma cártula (um documento 
físico), que tem como sua finalidade circular na 
sociedade. 
 É um instrumento físico para dar vasão a sua 
transmissibilidade. 
CARACTERÍSTICA DOS TC´S 
I. O título de crédito é escrito, e a sua 
interpretação é restritiva (literal - só vale o que 
está escrito); 
Os títulos de crédito são regulados pelo 
direito empresarial (os títulos são 
regulados pelo direito civil); 
A diferença do TC para o Título: 
Título de Crédito (TC) Título 
Todos são títulos 
extrajudiciais; 
Regidos pelo direito 
empresarial; 
Art. 784, III CPC. 
Nem todos os títulos são 
executivos 
extrajudiciais. 
 Ex.: Contrato (é 
necessário p/que seja 
válido, assinaturas de 
duas testemunhas); 
Regidos pelo direito 
civil; 
Art. 784, I CPC. 
 
III. O formalismo do TC: 
 
Lei 
Específica Lei Unif. De Genebra 
 
 
 
CC/2002 – Aplicação Residual 
Ex. Lei Específica: Lei do cheque, Lei da NP. 
IV. A executividade do título de crédito: 
Não é necessário que se reconheça a existência de 
um direito ou relação jurídica (processo de 
conhecimento), já se parte para cumprir a obrigação 
(processo de execução). 
V. Negociabilidade: 
É a prerrogativa da transmissão; 
É possível negociar os TC´s privados e públicos (como 
o RPV e Precatórios). 
Não se relaciona diretamente com o princípio da 
literalidade. 
OBSERVAÇÃO 
É necessário que os pagamentos de TC´s 
públicos estejam em leis orçamentárias. 
 
Noção de título de crédito desenvolvida Cesare 
Vivante (1910:136): “o documento de um 
crédito só adquire o caráter jurídico de um título 
de crédito, quando pela sua disciplina — que 
pode ser fixada pela lei ou pelo contrato — é 
necessário para transmitir ou exigir o direito 
literal e autônomo nele mencionado”. 
 
VI. Unilateralidade: 
O TC é unilateral; 
Em regra geral, dispensa o aceite. Ex.: Cheque. 
Em exceção a regra geral, há a exigência do aceite. 
Ex.: a Duplicata. 
VII. Confiança: É o vínculo que liga as partes 
(sacado, sacador e beneficiário/tomador). 
Sacado Quem paga o TC. 
Sacador Quem emite o TC. 
Beneficiário/Tomador Quem recebe o TC. 
 
 O último que estiver com o TC, pode pegar 
uma parte do dinheiro dos outros que estiveram 
com o TC anteriormente, mas claro expresso em 
lei. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TC´S QUANTO À 
TRANSMISSIBILIDADE 
A) Nominativo: é o primeiro beneficiário do título 
de crédito. 
É o que estava presente na relação jurídica que fez 
nascer o TC; 
Sofia Campos 
 
Exceto para TC com valor inferior a R$ 100.00 
reais ou igual. 
B) À ordem: é a transmissão via endosso. 
O endosso, em via de regra, está na parte de trás do 
documento (quando está assim, geralmente não é 
nessário se identificar). 
O Endosso quando está na parte da frente, é 
necessário se identificar. (Direito Empresarial) 
C) Ao portador: a transmissão do TC é feita de 
maneira tradicional. (Direito Civil) 
Entrega nas “mãos” da pessoa. 
D) Misto: O TC começa nominativo (estando no 
ramo do direito empresarial) e temina com o TC 
ao portador (tendo saído do ramo empresarial e 
entrado no ramo civil). 
Princípios do Título de Crédito 
Relembrando o conceito de Cesare Vivante 
também previsto no artigo 887 do Código Civil: “O 
título de crédito, documento necessário ao 
exercício do direito literal e autônomo nele contido, 
somente produz efeito quando preencha os 
requisitos da lei”. 
 Nesse conceito, é possível tirar três princípios, 
sendo eles: Cartularidade, Literalidade e 
Autonomia. 
a) Princípio da Cartularidade: O TC deve ser 
físico, por isso é chamado de cártula. 
Necessária a apresentação física do documento. Sem a 
apresentação do título não há como obrigar o devedor a 
cumprir a obrigação inscrita no título. 
O princípio da cartularidade enseja o exercício do 
direito cambiário (cartularidade), pois este (direito 
cambiário) materializa-se, incorpora-se no título 
(incorporação). 
Ex.: A duplicata. 
b) Princípio da Literalidade: Só vale o que está 
escrito no TC, o que está escrito por extenso no TC. 
Os TC´s tem os requisitos essenciais e os 
acessórios. 
Caso falte preenchimento de um item que não seja 
consideradi essencial, o TC não será prejudicado. 
Ex. 1: Data de vencimento (se faltar, considera-se 
pagamento à vista). 
Ex. 2: Valor escrito por extenso divergente do valor 
numérico, considera-se o valor escrito por extenso. 
Previsão da Lei Uniforme de Genebra: “deve ser escrito 
na letra ou numa folha ligada a esta — anexo” (LUG, 
art. 13) e “transmite todos os direitos emergentes da 
letra” (LUG, art. 14); “o aceite é escrito na própria letra” 
(LUG, art. 25); o aval é “escrito na própria letra ou numa 
folha anexa” (LUG, art. 30); o pagamento parcial deve 
ser mencionado no título (LUG, art. 39); o coobrigado 
que pagar a letra pode riscar o seu endosso os dos 
endossantes subsequentes (LUG, art. 50); “o aceite por 
intervenção será mencionado na letra” (LUG, art. 57). 
Exceções: título sem local – considera-se que deve ser 
cumprido no domicílio do devedor ; título sem data – 
considera-se que o pagamento foi feito à vista. 
Princípio da Autonomia: Divide-se em abstração 
ta inoponibililidade. 
No que diz respeito a abstração do TC, o TC é 
independente no NJ que o criou, desde que tenha 
circulado. 
OBSERVAÇÃO 
Se escrever atrás do TC que está vinculado ao NJ, 
este perde a abstração. 
TC que não circulou e contrato de locação, são 
exceções a abstração. 
 
Já o que diz respeito a inoponibiliade do TC, é que 
é impossível o devedor (sacado ou sacador) se 
esquivar da quitação do TC, utilizando a 
justificativa da invalidade/extinção do NJ que o 
originou. 
Por força da ABSTRAÇÃO as obrigações mantêm-se 
independentes umas das outras e, por decorrência da 
INOPONIBILIDADE das exceções pessoais, os 
devedores não podem alegar vícios e defeitos de suas 
relações jurídicas contra o portador de boa-fé que não 
participou do negócio jurídico do qual resultou a dívida 
que lhes é exigida. 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES TRAZIDAS PELA 
DOUTRINA 
a) Título de crédito propriamente dito: tem 
como objeto coisa fungível. 
Ex.: Dinheiro. 
b) Títulos de crédito que garantem a condição 
de sócio. 
Sofia Campos 
 
Ex.: Ações. 
c) Títulos de crédito que tem como objeto um 
direito real. 
Ex.: Posse de mercadorias (duplicata). 
d) Títulos de crédito que conferem uma 
prestação: o credor deverá praticar um ato 
referente a um pagamento de uma parcela. 
“Tem uma condição” 
OBSERVAÇÃO 
Os TC´s podem ser nacionais ou estrangeiros, 
públicos ou privados, à vista ou a prazo, 
individuais ou seriados. 
 
RELATIVAÇÃO DOS PRINCÍPIOS 
Recurso Especial 298.499/SP: “a nota promissória 
vinculada a contrato de locação perde a sua 
abstração”. No caso, as partes mantinham uma 
locação, tendo sido apurado que as notas 
promissórias foram emitidas como uma garantia 
suplementar para o pagamento dos locativos; 
assim, nas palavras do Ministro Ruy Rosado de 
Aguiar, relator do acórdão, “é certo que a nota 
promissória tem abstração, mas quando fica 
demonstrado, com prova convincente, que se trata 
de título vinculado a contrato de locação, a sua 
autonomia desaparece, para ficar a exigibilidade do 
crédito nele expresso dependente da existência de 
dívida oriunda daquela relação locatícia”. 
Recurso Especial 111.961/RS: “a nota promissória 
que contenha no verso expressa vinculação ao 
contrato subjacente perde a característica de 
abstração, podendo ao endossatário ser oposta a 
defesa que o devedor teria em razão do contrato”. 
Recurso Especial 14.012/RJ: “ainda que de boa-fé, 
o endossatário de notas promissórias, das quais 
conste expressa vinculação a contrato, fica sujeitoàs exceções de que disponha o emitente com base 
no ajuste subjacente. Os títulos, em hipóteses tais, 
perdem a natureza abstrata que lhe é peculiar, 
sendo oponível ao portador, mesmo nos casos em 
que tenha havido circulação por endosso”. 
Agravo Regimental no Recurso Especial 
275058/RS: “ausente a circulação do título de 
crédito, a nota promissória que não é sacada como 
promessa de pagamento, mas como garantia de 
contrato de abertura de crédito, a que foi vinculada, 
tem sua natureza cambial desnaturada, subtraída a 
sua autonomia”, isso considerando que “iliquidez 
do contrato de abertura de crédito é transmitida à 
nota promissória vinculada, contaminando-a, pois 
o objeto contratual é a disposição de certo 
numerário, dentro de um limite prefixado, sendo 
que essa indeterminação do quantum devido, 
comunica-se com a nota promissória por terem 
nascido da mesma obrigação jurídica”. 
Recurso Especial 256.449/SP: “a exigência da 
apresentação do original do título cambial em 
processo de execução se explica pela possibilidade 
de sua circulação. Afastada a probabilidade dessa 
ocorrência, uma vez que a execução é também do 
contrato de mútuo, – e a experiência demonstra a 
raridade da circulação de títulos dessa natureza, a 
que se alia a facilidade de ser afastado eventual 
segundo processo de cobrança – não há razão para 
se presumir a má-fé do credor, pressupondo-se que 
ele esteja a cobrar título do qual já se desfez. 
Inexistindo impugnação ou dúvida sobre a 
existência dos títulos e sua autenticidade, tem-se 
por suficiente a apresentação de cópia autenticada 
para a execução do débito.” 
Requisitos dos Títulos de Crédito 
Dividem-se em duas categorias: 
I) Comuns/básicos: 
São os requisitos retirados do CC/2002, art. 888 e 
889. (São os mesmos requisitos de validade nos 
negócios jurídicos) 
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que 
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, 
não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe 
deu origem. 
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da 
emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, 
e a assinatura do emitente. 
§ 1º É à vista o título de crédito que não contenha 
indicação de vencimento. 
§ 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, 
quando não indicado no título, o domicílio do 
emitente. 
§ 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres 
criados em computador ou meio técnico equivalente 
e que constem da escrituração do emitente, 
observados os requisitos mínimos previstos neste 
artigo. 
 
Cada título de crédito tem o seu objetivo; 
Sofia Campos 
 
Os requisitos dos TC são: sujeito capaz, sujeito 
lícito “possível”, objeto determinado ou 
determinável e forma prescrita ou não em lei. 
II) Específicos/especiais: 
Requisitos constantes na LUG e em leis específicas 
dos títulos de crédito em espécie. 
I. Sujeito Capaz 
Aptidão ativa: tem aptidão para ser credor. 
• Para ter essa aptidão, basta ter personalidade 
jurídica. 
Aptidão passiva: tem aptidão para ser devedor. 
• Para ter essa aptidão, basta ter capacidade civil 
plena. 
Cap. De direito + Cap. De exercício/gozo = Cap. Civil 
plena 
 
Segundo a LUG - A pessoa incapaz é havida como 
validamente obrigada se tiver aposto sua assinatura 
em território de um país em cuja legislação teria 
sido considerada capaz. 
A incapacidade do beneficiário não vicia o ato. 
Porém, sendo o título o resultado de um negócio 
com absolutamente incapaz, não concluído em face 
do defeito de capacidade, e não havendo qualquer 
prejuízo para aquele, pode a contraparte, que para 
o cumprimento de sua obrigação emitiu um título 
de crédito, pretender a declaração da sua 
invalidade. 
Quando se tem a representação: Art. 188 CC 
Capacidade legal: 
a) Genitores: é necessário que se prove a 
capacidade de assumir. 
b) Tutela: menores de 18 anos 
c) Curatela: maiores de 18 anos. 
Capacidade convencional: 
a) Surge através de procuração (pública): regidos 
pelo tabelião para um negócio jurídico específico. 
b) Mandato 
c) Tomada de decisão apoiada 
 Artigo 118 do Código Civil: o representante é 
obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em 
nome do representado, sua qualidade e a extensão 
de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, 
responder pelos atos que a estes excederem. 
Segundo o artigo 118 CC, o representante, legal ou 
convencional, lança sua própria assinatura no 
título. Assim, se age para além de seus poderes ou 
se age sem deixar claro que representa alguém, 
pode vir a suportar as consequências jurídicas e 
econômicas de seu ato. 
Em resumo: se o sacado é menor absolutamente 
incapaz, far-se-á a indicação do seu representante 
legal, mencionando-se na letra o fato (ex.: ao 
menor X, na pessoa do seu representante Y); se 
relativamente incapaz, seu aceite terá a assinatura 
também de seu assistente. Pode-se identificar o 
sacado através de seu encargo ou parentesco. 
 
ANALFABETO 
• No CC, este assina o negócio jurídico com a 
digital, ou a assinatura a rogo (pessoa de 
confiança do analfabeto assina por ele); 
• No direito empresarial não se aplica essas 
regras. Será o representante que irá assinar no 
lugar do analfabeto. 
• É considerado relativamente incapaz no direito 
empresarial. 
• Se for devedor, o representante assina em seu 
nome no título de crédito. 
EMPRESA FALIDA 
• É necessário que se decrete a falência. 
• Por meio de uma decisão interlocutória (não 
necessita de trânsito em julgado para decretar 
falência). 
• Decretada a falência, o administrador judicial é 
quem terá a capacidade para responder pelos 
títulos de crédito. 
OBSERVAÇÃO: 
Casos em que não se aplica CC (capacidade 
cambiária passiva): analfabeto, não se obriga por si 
mesmo, pelo fato de não saber ler e escrever, mas 
pela atuação de um representante; falido, pessoa 
física ou jurídica cuja falência foi decretada e, com 
isso, perdeu a disponibilidade sobre seus bem 
(patrimônio). Esta pessoa (falida) não poderá mais 
se obrigar perante um título de crédito e eleger-se-
á um administrador judicial, que arrecadará os bens 
do credor para pagamento de dívidas. 
Sofia Campos 
 
II. Objeto lícito e possível 
O objeto tem que ser lícito e possível. 
O objeto deve guardar correspondência com a lei, 
na forma e no conteúdo. 
Os títulos de crédito são típicos. 
A emissão de um instrumento não típico não seria 
nula, mas se situaria no plano do Direito Contratual 
e não do Direito Cambiário, a transferência do 
crédito se faria por cessão, e não por endosso. 
Cada tipo de título de crédito corresponde um 
objeto juridicamente possível: o objeto da nota 
promissória, como exemplo, é uma obrigação de 
pagar quantia certa em dinheiro; não é lícito emitir 
uma nota promissória para afirmar a obrigação de 
entregar coisa certa, como ouro ou pedras 
preciosas. 
O objeto também deve ser lícito, respeitada a 
legislação genérica, ou seja, aquela que rege o 
conjunto dos comportamentos em sociedade. Não é 
válido, por exemplo, um conhecimento de depósito 
de folhas de maconha ou qualquer outro bem 
ilícito. 
O objeto deverá ser possível. Instrumentos que 
assinalem a constituição de obrigações impossíveis 
são desvalorizados pelo direito. Exemplos de 
objeto impossível: o título que expressasse crédito 
em moeda de sociedades há muito extintas, 
beneficiário personagem inexistente, como a um 
saci, ou um cheque emitido contra o Banco da Terra 
Encantada. 
“Comprovada a autenticidade da assinatura do 
emitente e tendo ele falecido antes da data de 
emissão do título, é materialmente impossível 
que essa data corresponda à realidade”. 
Recurso Especial 162.336/SP 
Artigo 104, II, CC: o objeto do ato jurídico deve ser 
determinado ou determinável; ou seja, deve existir 
a certeza e liquidez na obrigação, dando 
executabilidade ao crédito. 
• Não será válida a cártula em que estejaanotada a previsão de entregar reais, sem precisar 
quantos. 
OBSERVAÇÕES: 
É possível que um objeto lícito passa a ser ilícito. 
Ex.: esquema de pirâmide equiparado com market 
multimídia – uma fraude fiscal. 
Ocorrendo ilicitude, haverá prejuízo no TC mas, 
não necessariamente ao negócio jurídico. 
. Previsão nos artigos: 104, 122, 138, 814 e 815 do 
CC. 
III. Emissão lícita 
Não pode estar submetido a condições ilícitas (leis 
ou bons costumes) - artigo 122 do Código Civil. 
Não pode resultar de circunstâncias tipificadas 
como defeituosas (anuláveis): erro ou ignorância, 
dolo, coação, estado de perigo, lesão enorme 
(laesio enormis) ou lesão no contrato e fraude 
contra credores. 
Não é exigível a cártula que seja emitida para 
representar dívidas de jogo ou de aposta que, à luz 
do artigo 814 do Código Civil, não obrigam a 
pagamento, mesmo que se trate de empréstimo 
(mútuo) feito por terceiro, no ato de apostar ou 
jogar e para o jogo ou aposta, por força do artigo 
815. 
Mesmo na hipótese de jogo ou aposta, não se pode 
recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, 
salvo se foi ganha por dolo, ou se a parte é menor 
ou interdito. Tem-se, portanto, uma proteção 
jurídica contra o endividamento pelo jogo, 
Não é lícita a emissão de título de crédito quando 
seu objetivo for fraudar lei imperativa, aplicando-
se à hipótese o artigo 166, VI, do Código Civil. 
IV. Forma prescrita em lei 
Nos títulos de crédito, a forma não é um elemento 
literal, mas fundamental, diferenciando-os dos 
demais quirógrafos. 
A forma dos títulos de maior circulação, como 
cheques, duplicatas e notas promissórias, é 
conhecida por muitos que, assim, os aceitam com 
mais facilidade. A forma é, ela própria, fator de 
confiança para a circulação do crédito, atendendo 
aos interesses públicos envolvidos. 
Requisitos exigidos de todos os títulos de crédito: 
artigo 889 do Código Civil - data da emissão, a 
indicação precisa dos direitos que conferem e a 
assinatura do emitente. 
Sofia Campos 
 
Elementos indispensáveis e cuja ausência implicará 
a desnaturação do título de crédito, retirando-o do 
regime cambiário, passando a reger-se pelo regime 
ordinário das obrigações civis; é o que disciplina o 
artigo 888 do Código Civil, quando prevê que a 
omissão de qualquer requisito legal, que tire ao 
escrito sua validade como título de crédito, não 
implica a invalidade do negócio jurídico que lhe 
deu origem. 
O ato de emissão (criação e colocação do título em 
circulação) não é solene, não se revestindo de 
forma especial. Basta que a pessoa, no exercício de 
sua capacidade civil, complete o modelo legal: 
preencha o papel que atenda aos requisitos, 
assinando-o. Também não há qualquer requisito 
formal para a colocação do título no mercado. 
Relaciona-se com o princípio da literalidade, é 
necessário que se tenha um instrumento escrito. 
V. Data da emissão 
O título deve trazer sua data de emissão, requisito 
que é essencial de acordo com o artigo 889 do 
Código Civil. A data de emissão é essencial para 
definir o regime aplicável ao título, diante da 
possibilidade de conflito de normas no tempo, bem 
como para permitir o cálculo do prazo 
prescricional. Se a cártula é emitida sem tal 
informação, o portador deverá preenchê-la antes de 
apresentar a cártula e exigir o seu pagamento. 
Escrito por extenso a data de emissão – para evitar 
conflito de leis no tempo e servir como base p/o 
vencimento da obrigação. Ex.: vencimento – 60 
dias de vista (da data de emissão). 
• Não havendo data de vencimento, considera-
se o pagamento à vista com base na data de 
emissão. 
• É um requisito acessório a data de 
vencimento. 
IMPORTANTE 
Na ausência de local da emissão e cumprimento, 
torna a obrigação quesível, sendo assim cumprida no 
domicílio do devedor do TC. 
O local é um requisito acessório do TC. 
 
VI. Data de vencimento 
A data de vencimento do título não é um elemento 
essencial para a validade do título de crédito, 
compreendendo-se como sendo a vista a cártula 
que não contenha indicação de vencimento (artigo 
889, § 1o , do Código Civil). 
Mesmo antes do vencimento, o credor também 
poderá requerer a insolvência do devedor, 
preservando assim seu direito ao tratamento 
isonômico com os demais credores do insolvente, 
cujas dívidas vencidas, ou não, estejam sendo 
pagas em seu prejuízo, destacando-se que a 
decretação da insolvência provoca o vencimento 
antecipado do crédito. 
VII. Precisão dos direitos conferidos 
São os deveres que são assumidos pelo devedor 
indicado no instrumento e que poderão ser exigidos 
por aquele que esteja na sua posse legítima. 
Tem relação com o princípio da literalidade. 
Emitente está obrigado à declaração clara e precisa 
da obrigação representada pela cártula, como o 
tomador, ao receber a cártula, está obrigado a tomar 
ciência de seu conteúdo, assumindo os ônus do 
recebimento. 
O que está na cártula vincula não só as partes, mas 
também terceiros que venham a participar da 
cadeia sucessória do título. As vinculações 
negociais a que se queira submeter a cártula, 
rompendo a independência do título para atrelá-lo 
a contrato, devem estar claras no papel, como agora 
aceita a jurisprudência. 
Há cláusulas que são consideradas ilícitas e cujo 
registro, se feito, deverá ser considerado como 
inexistente. Assim, consideram-se não escritas no 
título as constantes no artigo 890, CC, são elas: 
cláusula de juros, a proibitiva de endosso, excludente 
de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, 
que dispense a observância de termos e formalidade 
prescritas e além dos limites fixados em lei, exclua 
ou restrinja direitos e obrigações. 
 
• Despesas com a quitação do título: o artigo 325 
do Código Civil presume a cargo do devedor as 
despesas com o pagamento e a quitação. Se 
ocorrer aumento das despesas por fato do 
credor, suportará este a despesa acrescida. 
• Exceções: o artigo 890, CC é regra geral que 
admite que normas de lei específica apliquem 
regramentos particulares. Assim, por exemplo, 
é expressamente aceita a cláusula de juros nas 
cédulas de crédito; na mesma toada, há títulos 
que comportam a chamada cláusula não à 
Sofia Campos 
 
ordem, que lhe impedem a circulação por meio 
de endosso. 
VIII. Assinatura 
O artigo 889 do CC, diz que a assinatura do emissor 
é requisito essencial do título de crédito. 
Não se admite que a cártula seja assinada a rogo do 
emitente, pois isso não preenche a finalidade legal. 
Dessa forma, se o analfabeto quer emitir um título, 
deverá recorrer a procurador constituído por 
instrumento público. 
Assinatura feira por mandatário - não se vincula à 
obrigação, desde que (1) aja nos limites dos poderes 
que lhe foram confiados, (2) sem desrespeitar os 
interesses do mandante, (3) exibindo o instrumento 
de procuração e (4) deixando clara sua condição de 
mero representante, inclusive no título. 
Não é permitido ao representante emitir a cártula, em 
nome do representado, em seu próprio benefício, o 
que caracteriza conflito de interesses, a teor dos 
artigos 117 e 119 do Código Civil. 
 
ASSINATURA FALSA 
Equipara-se à ausência de assinatura. 
O STJ em face do Recurso Especial 234.809/RJ, 
considerou que, havendo falsificação da assinatura, 
“o devedor pode promover, depois de iniciada a 
execução e mesmo não lhe tendo opostos 
embargos, ação para a declaração da falsidade da 
assinatura que lhe é atribuída no título executivo. 
IX. Local 
Duas são as referências físicas possíveis no título 
de crédito: (1) o local de emissão e (2) o local onde 
deverá ser feito o pagamento, sendo perfeitamente 
lícito, mesmo quando não há prazo para o 
vencimento, estipular-se que o pagamento se fará a 
vista do título que, no entanto, deverá ser 
apresentado em lugar indicado na cártula. 
Aplica-se em tais casos a regra do artigo 134 do 
Código Civil: “osnegócios jurídicos entre vivos, 
sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a 
execução tiver de ser feita em lugar diverso ou 
depender de tempo”. 
No plano da teoria geral dos títulos de crédito, 
disposta no Código Civil, o local de emissão e o 
local de pagamento são informações facultativas na 
cártula. É o que se apura do artigo 889, § 2o , que 
afirma considerar-se lugar de emissão e de 
pagamento, quando não indicado no título, o 
domicílio do emitente. 
• Agravo Regimental no Agravo 
1.286.221/MG, entendeu que, ausente o local de 
emissão da nota promissória, a nota será 
considerada passada no lugar do pagamento e, 
simultaneamente, no lugar do domicílio do 
subscrito (artigo 76 da Lei Uniforme de Genebra). 
• No plano da teoria geral dos títulos de 
crédito, disposta no Código Civil, o local de 
emissão e o local de pagamento são informações 
facultativas na cártula. É o que se apura do artigo 
889, § 2º, que afirma considerar-se lugar de 
emissão e de pagamento, quando não indicado no 
título, o domicílio do emitente. 
• Agravo Regimental no Agravo 
1.286.221/MG, entendeu que, ausente o local de 
emissão da nota promissória, a nota será 
considerada passada no lugar do pagamento e, 
simultaneamente, no lugar do domicílio do 
subscrito (artigo 76 da Lei Uniforme de Genebra). 
X. Moeda estrangeira 
São nulas as convenções de pagamento em ouro ou 
em moeda estrangeira, bem como para compensar 
a diferença entre o valor desta e o da moeda 
nacional, excetuados os casos previstos na 
legislação especial (artigo 318 do Código Civil). 
O artigo 41 da LUG (Decreto 57.663/66) prevê a 
emissão de letras de câmbio que estipulam 
pagamento em moeda que não tenha curso legal no 
lugar do pagamento; porém, o artigo 7º do anexo II 
da convenção, outorga aos países signatários a 
faculdade de sustar, se o julgar necessário, em 
circunstâncias excepcionais relacionadas com a 
taxa de câmbio da moeda nacional, os efeitos da 
cláusula prevista no artigo 41 relativa ao 
pagamento efetivo em moeda estrangeira. A 
mesma regra aplica-se no que respeita à emissão no 
território nacional de letras em moedas 
estrangeiras. 
A legislação especial é o Decreto-lei 857/69, que, em 
seu artigo 1º, repete a previsão de nulidade de pleno 
direito dos contratos, títulos e quaisquer documentos, 
bem como as obrigações que, exequíveis no Brasil, 
estipulem pagamento em ouro, em moeda 
estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou 
recusem, em seus efeitos, o curso legal da moeda 
nacional. É essa a norma que entre nós concretiza a 
Sofia Campos 
 
exceção permitida no próprio tratado internacional (a 
chamada Lei Uniforme de Genebra). 
 
O artigo 2º do Decreto-lei 857/69 excepciona 
algumas situações, nas quais a emissão de títulos 
em moeda estrangeira seria lícita, quais sejam: 
(1) contratos e títulos referentes a importação 
ou exportação de mercadorias; 
(2) contratos de financiamento ou de prestação 
de garantias relativos às operações de exportação 
de bens e serviços vendidos a crédito para o 
exterior; 
(3) contratos de compra e venda de câmbio em 
geral; 
(4) empréstimos e quaisquer outras obrigações 
cujo credor ou devedor seja pessoa residente e 
domiciliada no exterior, excetuados os contratos de 
locação de imóveis situados no território nacional; 
e 
(5) contratos que tenham por objeto a cessão, 
transferência, delegação, assunção ou modificação 
das obrigações referidas no item anterior, ainda que 
ambas as partes contratantes sejam pessoas 
residentes ou domiciliadas no país. Dessa forma, 
encaixando-se numa das hipóteses listadas, poderá 
haver emissão de título que contenha obrigação de 
pagar quantia em moeda estrangeira, sendo nulas as 
cártulas emitidas nas situações que desbordem tais 
limite. 
(6) A Quarta Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, julgando o Agravo Regimental no Agravo 
de Instrumento 612.405/MG, afirmou que “é 
legítimo o valor do título expresso em moeda 
estrangeira, desde que o pagamento efetive-se 
mediante a conversão em moeda nacional”. 
XI. Erros e rasuras 
Os erros, desde que não causem dúvida sobre o 
conteúdo da ordem e sobre o atendimento aos 
requisitos legais, não invalida o título. 
Em nada altera a obrigação, por exemplo, erros na 
grafia por extenso do valor, desde que não paire 
dúvida sobre o quantum sacado; são indiferentes, 
portanto, equívocos como déis, sinco, otosentos, 
tresentos entre outros. O mesmo se diga em relação 
ao beneficiário, desde que, uma vez mais, o 
equívoco não conduza a dúvidas sobre o 
beneficiário. 
Se a rasura se concretiza em elemento acidental, 
que em nada altera a constituição e definição dos 
aspectos da declaração de crédito, deve-se 
simplesmente desconhecê-la. 
Rasuras no texto, mas que apenas apontem para 
correções ortográficas, sem qualquer possibilidade 
de adulteração, também devem ser perdoadas; é o 
caso daquele que escreveu secenta e, depois, 
esforçou-se para colocar dois “s” no lugar do “c”. 
Invalidam o título de crédito toda e qualquer rasura 
que seja lançada em elemento essencial, colocando 
para o intérprete a possibilidade de efetiva 
adulteração da declaração constitutiva da 
obrigação. Não se devem admitir rasuras nos 
números nem nas letras com que se grafam valores, 
datas, beneficiários etc., desde que o defeito 
permita questionar se outro não teria sido o 
enunciado emitido. 
Quando não houver norma específica a respeito, 
devem-se aceitar ressalvas feitas de próprio punho 
e/ou devidamente assinadas, desde que revelem 
inequivocamente o reconhecimento do erro e/ou 
rasura e a intenção, do obrigado, de corrigi-lo. 
EM RESUMO, OS REQUISITOS DO TÍTULO 
DE CRÉDITO SÃO: 
A) Denominação 
B) Assinatura do emitente 
C) Identificação do devedor 
D) Especificação do direito que confere 
E) Data de vencimento (na ausência é título à 
vista) 
F) Data de emissão 
G) Local de emissão e pagamento. 
Esses requisitos não precisam estar todos 
presentes no momento da emissão, mas devem 
estar completos antes da cobrança ou protesto. 
Transmissão do Título de Crédito 
É necessário que se pergunte: 
• Responsabilidade sobre o pagamento do título? 
• Reflexos sobre o Direito Empresarial ou civil? 
Pode ser por.... 
SUCESSÃO DE DIREITOS 
Sofia Campos 
 
Com a transferência do título são transferidos todos 
os direitos que lhe são inerentes (art. 893, CC). 
➢ Ocorre porque parte dos princípios: 
Cartularidade e Literalidade. 
Na transferência do título só se transmite o crédito, 
no contorno que se afere da cártula e da lei, 
inclusive no que diz respeito aos deveres do credor, 
não havendo falar em deveres advindos do negócio 
fundamental. 
➢ Tem haver com princípio d Autonomia 
(abstração e inoponibilidade). 
Quem detém o título pode destruí-lo. 
ANALOGIA A COISA IMÓVEL 
Artigo 83, III, do Código Civil; 
O título de crédito não deve ser tomado apenas 
como instrumento que prova e representa uma 
obrigação, mas igualmente como uma coisa móvel 
e corpórea; 
A cártula é a materialização do crédito nela inscrita, 
crédito que circula fisicamente a partir da 
transmissão do papel. 
POSSIBILIDADE DE TRANSFERIR O TÍTULO 
POR USUFRUTO 
Usufruto: direito real sobre coisa alheia - Artigo 
1.225, IV. 
É possível a transmissão do TC por uso fruto, pois 
este irá gerar frutos futuramente. Ex.: juros legais. 
Se transfere a posse, não a propriedade. 
Art. 1.395, CC. 
POSSIBILIDADE DE TRANSFERIR O TÍTULO 
POR DAÇÃO EM PAGAMENTO 
A paga não se faz em dinheiro, mas por prestação 
diversa da que seria devida ao credor, aceitada por 
esse. Essa aceitação é uma faculdade, e não uma 
obrigação, do credor (artigo 356 do Código Civil). 
➢ É quando muda o objeto do cumprimento 
da obrigação (“pagamento”). 
A dação de título de crédito em pagamento 
completa-se com a entrega da cártula (artigo 358). 
CESSÃO DE DIREITOS 
A dação do TC em pagamentocompleta-se com a 
entrega da cártula (art. 358, CC) 
➢ Volta para o ramo do direito civil. 
➢ Cessio in solutum: quando entrega o título 
extingue a obrigação. 
➢ Cessio solvendi causa: só extingue a 
obrigação quando o TC for pago. 
TÍTULO AO PORTADOR 
 É o título que está sem o nome do beneficiário. 
➢ Art. 907, CC diz que é possível que uma lei 
específica não autorize a transmissão do título 
sem indicar o beneficiário. 
➢ Previsão nos arts. 891, 904 e 905 do CC. 
➢ Se transfere com a tradição. 
TÍTULO À ORDEM (ENDOSSO): 
Traz a indicação do beneficiário do crédito, mas 
permite que o pagamento se faça a outrem, à ordem 
do beneficiário nomeado no documento. 
Para endossar o título, basta que o credor assine a 
cártula na parte da frente (anverso) ou na parte de 
trás (verso). Se o faz no verso (na parte de trás), 
basta assinar, não precisando colocar qualquer 
declaração. Se o faz na frente, deve declarar. 
Se aperfeiçoa com o nome do endossante ao 
endossatário. 
Requisito essencial: assinatura do endossante (Se 
não, não se tem endosso se tem tradição. 
IMPORTANTE 
A Lei Uniforme de Genebra permite que o endosso 
seja lançado em folha ligada ao título (artigos 13 e 
77); mas é norma específica e, por força do artigo 903 
do Código Civil, aplicável apenas à letra de câmbio e 
à nota promissória. Para os outros títulos, o endosso 
deve ser lançado pelo próprio endossante no verso ou 
no anverso do título (artigo 910). 
 
Os elementos são: 
A) O título não apenas afirma a obrigação certa de 
um devedor certo, mas também traz a indicação de 
um beneficiário (um credor) certo; 
B) Faculta-se ao credor nomeado na cártula ordenar 
que o pagamento se faça a outrem, seja indicando 
essa outra pessoa, seja não a indicando. Permitindo 
que o credor endosse a cártula. 
OBSERVAÇÃO 1: 
Quando há múltiplos beneficiários, o endosso poderá 
ser assinado por qualquer um deles. 
OBSERVAÇÃO 2: NOMECLATURA 
Sofia Campos 
 
Quando há múltiplos devedores em um processo, se 
tem litisconsórcio no polo passivo. 
Quando há múltiplos credores em um processo, se 
tem litisconsórcio no polo ativo. 
 
➢ É possível cancelar o endosso. Pode cancelar, 
como: apagando-o, rasurando-o, 
sobrescrevendo “cancelado” ou “sem valor”. 
Art. 903, § 3º, CC (Considera-se não escrito o 
endosso cancelado). 
Endosso em série: Considera-se legítimo 
possuidor o portador do título à ordem com série 
regular e ininterrupta de endossos, ainda que o 
último seja em branco. 
Aquele que paga o título está obrigado a verificar a 
regularidade da série de endossos, mas não a 
autenticidade das assinaturas. 
Responsabilidade pelo crédito endossado: 
Regra geral prevista pelo artigo 914 CC não é 
aplicável a todos os casos - O endossante não 
responde pelo cumprimento da prestação constante 
do título (artigo 914 do Código Civil). 
Classificação do endosso: 
Endosso nulo Não produz efeitos (endosso 
parcial). 
Legislador não aceita (LUG, art. 
12, § 2º - A e Lei do Cheque, art. 
18). 
Endosso 
Impróprio 
Não ocorre a transferência da 
propriedade (endosso mandato e 
endosso caução). 
Lei do cheque, art. 25. 
Endosso com 
efeito de 
cessão 
O título circula pelas regras do 
Direito Civil (endosso em título 
não à ordem e endosso póstumo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Endosso 
próprio 
Ocorre a transferência da 
propriedade do título. 
Divide-se em: 
a) Endosso em branco - o 
beneficiário pelo endosso não é 
identificado. (Transforma o 
título ao portador. Pode-se 
transformar em endosso em 
preto, inserido o nome ou de 
terceiro no verso.) 
b) Endosso em preto - indica o 
beneficiário que receberá o 
título de crédito. (Assim, este 
que o recebeu poderá, a seu 
critério, realizar novas 
transferências (em branco ou 
em preto), seguindo sempre as 
mesmas regras, pois poderá 
transferi-lo sem indicar o novo 
beneficiário.) 
c) Endosso sem garantia - o 
endossante transmite o título, 
mas não garante o pagamento. 
d) Endosso condicional - a 
cláusula condicional é inválida. 
(Legislação brasileira não 
aceita). 
 
ESCLARECENDO.... 
Endosso mandato: o título é entregue a outra 
pessoa para cobrança (bancária, por exemplo). 
 
 
Endosso caução: o título é entregue a um credor 
para garantia de dívida (penhor, por exemplo). 
 
 
➢ Ocorre quando o endossante transmite o título 
como forma de garantia de uma dívida. 
Portanto, endossatário manterá a cártula sem 
assumir a sua titularidade, devolvendo-a ao 
endossante quando da quitação da dívida 
contraída. 
➢ Caso não haja o pagamento da dívida a tempo e 
valores combinados, o endossatário poderá 
Sofia Campos 
 
executar a garantia, passando, somente agora, a 
ter a titularidade plena daquele crédito. 
Endosso com efeito de cessão: o título circula 
pelas regras do direito civil. Existem duas 
modalidades: 
➢ Endosso em título não à ordem. 
➢ Endosso póstumo ou tardio. 
 
 
AVAL 
É a garantia de pagamento de título de crédito. 
Forma: assinatura na frente (anteverso) do título 
de crédito. Pode ser praticado no verso, mas o ato 
deve ser identificado para não ser confundido com 
o aval. 
Exceção: assinatura no verso identificada e duas 
assinaturas em sequência. 
 
 
É independente do negócio jurídico que originou o 
TC. 
 Divide-se em: completo/total e parcial. 
➢ Total/completo: o avalista garante o 
adimplemento de todo o TC. 
➢ Parcial: o avalista garante parte da 
obrigação (não segue o CC, mas o D. 
Empresarial). 
Classificação do Aval: 
a) Completo - o avalista garante o adimplemento de 
todo o TC. 
b) Parcial - o avalista garante parte da obrigação. 
c) Aval em branco -Identifica-se apenas o avalista. 
Exceção: na letra de câmbio, o aval em branco é 
dado ao sacador do título (LUG, art. 31). 
d) Aval em preto – Identifica-se o avalista e o 
avalizado. 
 
PLURALIDADE DE AVAIS 
Seus tipos: 
a) Aval simultâneo – 2 ou mais pessoas 
garantindo o pagamento da mesma pessoa. 
Esses avalistas tem como adimplir partes 
iguais da obrigação. Ex.: Lucas tem seus 
avalistas como, João e Pedro (Pedro e João 
só tem, entre eles – avalistas – cobrar 50% 
da obrigação). 
b) Aval Sucessivo – é quando se tem o avalista 
do avalista. 
Tem um avalista para garantir o outro 
avalista. 
Na relação entre avalista do avalista, pode-
se cobrar, um do outro, 100%. 
 
OBSERVAÇÃO: 
É possível que se tenha aval parcial em 
branco, e ou aval parcial em preto. 
DIFERENÇA DE AVAL E ENDOSSO 
AVAL ENDOSSO 
É apenas uma garantia, 
não necessitando ser 
firmado pelo detentor do 
título (situação que no 
endosso é obrigatório), 
É um meio de 
transferência de direitos 
dentro de um título, 
mediante a assinatura de 
um detentor legitimado 
no verso ou no anverso 
Sofia Campos 
 
não transferindo a 
propriedade. 
do título, garantindo o 
endossatário salvo 
cláusula em contrário. 
 
DIFERENÇA ENTRE AVAL E FIANÇA 
 
Inadimplemento dos Títulos de 
Crédito 
Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova 
a inadimplência e o descumprimento de obrigação 
originada em títulos e outros documentos de dívida. 
Art. 202, III, CC. 
CARACTERÍSTICAS DO PROTESTO 
É um ato público extrajudicial; 
É um ato solene, formal; 
É no próprio título. 
OBRIGATORIEDADE DO PROTESTO 
A lei obriga protestar em pedido de falência e no 
caso de duplicata sem aceite. (Exceções à regra) 
O ato de protestar torna o título autônomo. 
Em regra geral, é um protesto facultativo. 
TIPOS DE PROTESTO 
a) Protesto facultativo: Interrupção da prescrição: 
artigo 202 CC. 
 
É o protesto em que o credor não necessita da 
prática deste ato para exigir em juízo a obrigação 
constante no título cambial, ou seja, o credor 
somente executaria o ato de protesto com a simples 
finalidade de comprovar a impontualidade ou mora 
do devedor. 
Posicionamento do STF: 
 
Na ação de execução direita: contra o devedor 
principal e seusrespectivos avalistas. 
 
b) Protesto obrigatório: é realizado para que o 
portador garanta seu direito de regresso contra o 
sacador e seus coobrigados. A lei Uniforme prevê 
protesto necessário nos artigos 25, 44, 53, 56, 60, 
68 para que o portador conserve direito regressivo 
contra o sacador/endossante e seus avalistas. 
Na ação de execução indireta (ação de regresso): 
contra os demais coobrigados do título. 
Na ação de execução indireta: caso da duplicata 
(Lei n. 5.474/1968). 
 
Pedido de falência: caso da lei n. 11.101/2015. 
 
Duplicata sem aceite: caso da lei n. 5.474/68 
 
LUGAR DO PROTESTO 
Sofia Campos 
 
Em regra, o título deve ser levado a protesto no 
lugar do pagamento designado no título. 
Letra de câmbio e nota promissória (Decreto n. 
2.044/1908): 
 
Duplicata – lei n. 5.474/68 
 
Cheque – lei n. 9.492/97 
 
Protesto por edital – lei n. 9.492/97 
 
PRAZO PARA O PROTESTO 
 
Assim que o título de crédito vencer, quem o estiver 
portando, tem um dia para protestar no cartório de 
protesto. 
Feito o protesto, o cartório tem 3 dias para realizar 
o procedimento do protesto. 
Intimação: Lei nº 9.492/97 
 
Consequências: Lei nº 9. 492/97 
 
PRAZO PARA O PROTESTO POR FALTA DE 
ACEITE 
 
 
 
PRAZO PARA PROTESTO POR FALTA DE 
PAGAMENTO 
 
CREDOR COM A PERDA DE PRAZO PARA 
PROTESTO 
 
FINALIDADE DO PROTESTO OBRIGATÓRIO 
• Conservação do direito de regresso; 
• Pedido de falência; 
• Execução de duplicata sem aceite. 
FINALIDADE DO PROTESTO FACULTATIVO 
Interrupção da prescrição. 
Sofia Campos 
 
CANCELAMENTO DO PROTESTO 
O protesto poderá ser cancelado mediante 
apresentação do documento protestado (artigo 26 
da Lei no 9.492/97); essa apresentação faz 
pressupor a satisfação do crédito em face do 
princípio da cartularidade. Se for impossível 
apresentar o documento (por exemplo, porque se 
extraviou), pode-se apresentar uma declaração de 
anuência do credor. 
SUSTAÇÃO DO PROTESTO 
A sustação do protesto é uma medida cautelar 
inominada, preparatória, na qual se caracteriza 
principalmente pelo periculum in mora e o fumus 
boni iuris. É cabível “nos casos especialíssimos em 
que a irregularidade estivesse flagrantemente 
demonstrada”. No que se refere à caução (caução 
real ou fidejussória), o juiz pode ou não exigi-la, 
dependendo de cada situação concreta. 
A sustação do protesto pode ser concedida inaudita 
altera pars, de forma a evitar um dano maior à parte 
prejudicada. Contudo, observa-se que a sustação do 
protesto deve ser processada antes da efetivação do 
protesto, e, quanto à ação principal, deve ser 
ajuizada no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de 
revogação da liminar. Parizatto, citando as lições 
de Pedro Vieira Mota, aponta que: “Sem o remédio 
da sustação do protesto, todos ficariam sob ameaça 
de protesto, execução e penhora inesperados e 
fatais, por dívidas que não assumiram, serviços e 
mercadorias que não receberam, e duplicatas que 
não assinaram”. 
Cheque 
É uma ordem de pagamento 
Apresentação do cheque é um requisito essencial 
para eventual execução cambial. 
Tem relação triangular: Sacado – sacador – 
beneficiário 
Sua apresentação se dá de duas formas: 
1. Em 30 dias (da data de emissão) se for da mesma 
praça (Cidade). 
2. Em 60 dias (idem) se for de praça diferente. 
OBSERVAÇÃO: Não havendo fundos, tem o 
carimbo que informa a insuficiência do título de 
crédito. 
Com o carimbo do banco, pode-se fazer o protesto. 
Querendo, após a apresentação, o beneficiário 
ainda poderá protestar (cobrando, neste caso, 
somente o endossante). 
Cobrando somente o devedor principal, será pelo 
Direito Civil. 
Se o título não for apresentado, não tem como 
executá-lo. 
PRESCRIÇÃO DA CÁRTULA 
Seis (06) meses da data da emissão. A cada 06 
meses tem a troca da cártula/folha. 
Se o título estiver prescrito, não se executa o título. 
Não se executa nem pelo direito civil quanto o 
direito empresarial. 
PRESCRIÇÃO CAMBIAL 
Seis (06) meses a partir do vencimento do título. 
TIPOS DE CHEQUE 
Seus tipos: 
a) cruzado – não é permitido a troca por espécie, é 
necessário o depósito. 
b) visado – vai atestar a existência do título 
c) administrativo – o sacado e o sacador serão a 
mesma pessoa. Ex.: raspadinha, megasena. 
d) Irregular – é exequível, mas falta o requisito 
secundário, o fundo. 
e) Pós – datado – conhecido também como pré 
datado, cheque preenchido com data posterior 
àquela em que efetivamente foi emitido, com o 
objetivo de que sua apresentação e compensação se 
dêem em data posterior à data em que foi utilizado 
como pagamento. 
REQUISITOS DO CHEQUE 
A) Denominação “Cheque” inserta no título. 
B) Promessa pura, simples e incondicionada de 
pagar determinada quantia. 
C) Identificação da instituição financeira que deve 
pagar (sacado) 
D) Lugar de pagamento 
E) Data e lugar de pagamento 
Sofia Campos 
 
F) Assinatura do emitente (que está devidamente 
identificado no título) 
Duplicata 
É uma ordem de pagamento 
É um título causal, tem um fato gerador (relação 
mercantil – compra e venda mercantil ou prestação 
de serviço). 
Quem emite duplicatas deve ter um Livro de 
Registros de Duplicatas (Lei nº 5.474/68, art. 19) 
Envolve três sujeitos: 
Sacado, que é o comprador (devedor); 
Sacador, que é o vendedor (credor); 
Beneficiário, podendo ser sacador ou pessoa 
indicada por ele. 
É necessário que se tenha uma fatura para que se 
tenha a duplicata. (Requisito Essencial) 
O aceite é obrigatório, podendo ser: 
a) Expresso – assinado. 
b) Presumido – a parte não assina, mas recebe 
a mercadoria ou aceita o serviço prestado 
(gera um recibo, em substituição da 
duplicata). 
c) Comunicação – comunica o aceite de forma 
escrita, fora da duplicata. 
d) Protesto. 
POSSIBILIDADE DE RECUSA OU ACEITE 
Quando houver avaria, perda de quantidade e ou 
quantidade de produto diferente do adquirido e 
valores diferentes. 
PRESCRIÇÃO CAMBIAL 
3 anos para o devedor principal e o seu avalista. 
1 ano para cobrar o endossante. 
1 ano para cobrar endossante de endossante. 
REQUISITOS DA DUPLICATA 
A) Denominação “duplicata” inserta no título. 
B) Data da emissão 
C) Nº de ordem 
D) Nº da fatura que foi extraída 
E) data de vencimento (na ausência é a à vista) 
F) Valor 
G) Praça de pagamento 
H) Cláusula À ordem 
I) Declaração de reconhecimento da sua exatidão e 
da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo 
comprador como aceite cambial. 
J) Assinatura do emitente 
Nota Promissória 
É uma promessa de pagamento. 
É uma relação com dois sujeitos: Sacador e 
Beneficiário. 
Não existe o aceite neste título. 
MODALIDADES DE VENCIMENTO 
1- Data certa/fixa 
2 – Termo certo da data (a contar da data da 
emissão) 
3 – Termo certo da vista (a contar da data do aceite) 
PRESCRIÇÃO CAMBIAL 
3 anos para o devedor principal e o seu avalista. 
1 ano para cobrar o endossante. 
1 ano para cobrar endossante de endossante. 
REQUISITOS DA NOTA PROMISSÓRIA 
A) Denominação “Nota Promissória” inserta no 
título. 
B) Promessa pura, simples e incondicionada de 
pagar determinada quantia. 
C) Data de vencimento (na ausência é a à vista) 
D) Lugar de pagamento (na ausência e no local do 
saque) 
E) Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem 
deve ser paga (é vedada a emissão de nota 
promissória ao portador) 
F) Data e lugar de emissão 
G) Praça de pagamento 
H) Assinatura do sacador. 
Sofia Campos 
 
Letra de Câmbio 
É uma ordem de pagamento. 
Título à ordem, criado por saque, emitido em favor 
de alguém, transferível por endosso, que se 
completa pelo aceite e se garante por aval. 
O aceite não é obrigatório. 
• Comprometimento puro, simples e 
irretratável do sacado de pagar o valor 
constante do título ao beneficiário. 
• Aceite obrigatório é uma exceção, quando 
for a modalidade de vencimento de Termo 
Certo de Vista. 
• 
É uma relação de três sujeitos: Sacado, sacadore 
Beneficiário. 
OBSERVAÇÃO: 
O sacado, neste caso, é o emitente do título. 
 
PRESCRIÇÃO CAMBIAL 
3 anos para o devedor principal e o seu avalista. 
1 ano para cobrar o endossante. 
1 ano para cobrar endossante de endossante. 
 MODALIDADES DE VENCIMENTO 
1- Data certa/fixa 
2 – Termo certo da data (a contar da data da 
emissão) 
3 – Termo certo da vista (a contar da data do aceite) 
4 – À vista (12 meses para pagar) 
REQUISITOS DA LETRA DE CÂMBIO 
A) Denominação “Letra de Câmbio” inserta no 
título. 
B) Mandado puro e simples de pagamento de 
determinada quantia. 
C) Nome do sacado 
D) Data de vencimento (na ausência, título à vista) 
E) Lugar de pagamento (na ausência é o domicílio 
do sacado) 
F) Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem 
deve ser pago. 
G) Data e lugar de emissão 
H) Assinatura do sacador.

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