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Direito Empresarial II – Títulos de Crédito Bruno Costa bfabricio_costa@yahoo.com.br Nota Promissória Requisitos Essenciais: a palavra “nota promissória” inserta no próprio texto do título. promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada. Época do pagamento indicação do lugar onde se deve efetuar o pagamento. Nome do beneficiário Indicação da data e do lugar onde a nota é passada. assinatura do emitente. Na NP serão aplicados os mesmos institutos da letra de câmbio, exceto aceite. Art. 77 da LUG – (endosso, aval, vencimento, pagamento, juros etc...) O subscritor da nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra (devedor principal). O aval em branco, na nota promissória, considera-se dado ao subscritor (art. 77 da LUG) Art. 78 da LUG – Existência de NP com vencimento a certo termo de vista Art. 78 - O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra. As notas promissórias pagáveis a certo termo de vista devem ser presentes ao visto dos subscritores nos prazos fixados no artigo 23. O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor. A recusa do subscritor a dar o seu visto é comprovada por um protesto (artigo 25), cuja data serve de início ao termo de vista. O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor. O portador da cambial tem o prazo de um ano (art.23 LUG) a contar da data da emissão da NP para apresentá-la ao visto do emitente. Dado o visto, começa a fluir o prazo mencionado no título para vencimento. Se o visto for negado pelo emitente, caberá protesto para fixação da data de vencimento. Não haverá vencimento antecipado pela recusa do visto. VINCULAÇÃO DA NOTA PROMISSÓRIA A CONTRATO A vinculação da nota promissória a um determinado contrato deve constar do próprio título. O título poderá circular, mas o terceiro ao recebê-lo por endosso terá conhecimento da relação contratual a qual o título está atrelado. Poderá, portanto, haver oposição de exceções ao beneficiário em razão da relação que deu origem à nota. A nota, em princípio, não perde a sua executividade. (Resp nº 259.819 – STJ) Nesse caso, os princípios da autonomia e abstração são relativizados. Se o contrato firmado retirar a liquidez da NP, ela perderá sua executividade. Nota promissória vinculada a contrato de mutuo não perde a sua executividade. NP vinculada a contrato de abertura de crédito perde sua liquidez e não pode ser executada. Ocorre a desnaturação da natureza cambial da nota, já que a nota é emitida como garantia de contrato e não como promessa de pagamento. Súmula nº 258 STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. Súmula nº 233 do STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. Súmula nº 247 do STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. Solução para os Bancos: Lei nº 10.931/2004 – Criação da Cédula de Crédito Bancário. Proibição da cláusula mandato: Súmula nº 60 do STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste. No caso de inadimplemento do contrato, o Banco ou empresa coligada emitia um título (NP) em seu próprio favor. DIREITO BANCÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO VINCULADA A CONTRATO DE CRÉDITO ROTATIVO. EXEQUIBILIDADE. LEI N. 10.931/2004. POSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO ACERCA DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS RELATIVOS AOS DEMONSTRATIVOS DA DÍVIDA. INCISOS I E II DO § 2º DO ART. 28 DA LEI REGENTE. 1. Para fins do art. 543-C do CPC: A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta-corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. O título de crédito deve vir acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o diploma legal, de maneira taxativa, a relação de exigências que o credor deverá cumprir, de modo a conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º, incisos I e II, da Lei n. 10.931/2004). 3. No caso concreto, recurso especial não provido. (REsp 1291575/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/08/2013, DJe 02/09/2013) AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.LEGITIMIDADE PASSIVA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULAS 5 E 7/STJ. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. CERTEZA, LIQUIDEZ E EXIGIBILIDADE. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A alteração do entendimento sedimentado na instância ordinária acerca da legitimidade ad causam só é possível, no caso dos autos, mediante o revolvimento dos elementos de fatos e provas e da interpretação de cláusulas contratuais, o que esbarra nos óbices das Súmulas 5 e 7 do STJ. 2. A jurisprudência deste Tribunal Superior, sedimentada no julgamento do Recurso Especial n. 1.291.575/PR, submetido ao rito do art. 543-C do CPC/73 (recurso repetitivo), dispõe no sentido de que a cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta-corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. Súmula 83/STJ. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 882.537/SC, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/08/2016, DJe 29/08/2016) AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. EMBARGOS DO DEVEDOR. EXIGIBILIDADE, CERTEZA E LIQUIDEZ DO DO TÍTULO COMPROVADAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7 DO STJ. DECISÃO MANTIDA. 1. A Lei n. 10.931/2004 não permite a utilização da Cédula de Crédito Bancário como mera roupagem do antigo contrato de abertura de crédito, como se a simples nomenclatura diversa lhe conferisse força executiva. Ao reverso, o novo título de crédito, para ostentar exequibilidade, deve vir acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o novo diploma legal uma série de exigências para conferir liquidez e exequibilidade à Cédula 2. No caso ora exame, o Tribunal de origem decidiu de acordo com o entendimento jurisprudencial desta Corte, firmado pela SEGUNDA SEÇÃO no julgamento do REsp 1291575/PR, julgado sob o rito do art. 543-C do CPC. 3. O acolhimento da pretensão recursal demandaria a alteração das premissas fático-probatórias estabelecidas pelo acórdão recorrido, com o revolvimento das provas carreadas aos autos, o que é vedado em sede de recurso especial, nos termos do enunciado da Súmula 7 do STJ. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 362.754/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 12/05/2014) Protesto: Lei nº 9.492/97 Protesto Extrajudicial ou Cambial – Modalidade especial tratada no direito cambiário. Definição – Protesto cambial – Art. 1º 9.492/97 - Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. O protesto é prova de que o credor se desonerou da obrigação de apresentar o título ao devedor para aceite ou para pagamento. O protesto cambial não cria direitos. O protesto é um simples meio de prova para o exercício do direito cambiário. Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas. O protesto atesta um fato relevante para a relação cambial: a falta de aceite do título a falta de devolução do títuloa falta de pagamento do título. > Protesto obrigatório (necessário ou conservatório) – deve ser feito pelo portador do título para não perder o direito de regresso, ou seja, o direito de ação contra os coobrigados não principais (sacador, endossantes e respectivos avalistas) >Protesto facultativo (ou probatório) – interessa apenas para provar a mora do sacado/aceitante (o protesto não é obrigatório em relação a este, porquanto ele pode ser acionado ainda que o título não tenha sido protestado). O protesto, em regra, ao contrário do que muitos pensam, só é indispensável se o credor deseja executar todos os devedores (inclusive devedores indiretos), como o endossante e seus avalistas. Daí porque costuma ser dito que o protesto garante o direito de regresso em face dos devedores indiretos do título. Em contrapartida, se a execução é dirigida contra o devedor principal do título, o protesto é desnecessário. Consequências mais importantes advindas do protesto extrajudicial: • Provar a falta ou recusa do aceite e a falta ou recusa total ou parcial do pagamento; • Demonstrar a falta de devolução ou de pagamento da duplicata, da triplicata ou letra de câmbio; • Demonstrar o descumprimento da obrigação nos documentos de dívida; • Provar a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida; • Interromper a prescrição; • Instruir pedido da falência com base em não- pagamento, sem relevante razão de direito, no vencimento, de obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos cuja soma ultrapasse o equivalente a quarenta salários-mínimos; • Fixar o termo legal da falência. Modalidades Protesto por falta de aceite – Art. 21 – Lei 9.492/97 Requisitos para o protesto por falta de aceite: a) Só se pode protestar por falta de aceite aquele título que admite o aceite. Ex: letra de câmbio e duplicata. Nota promissória e cheque, por não admitirem a figura do aceite, não podem ser protestados por falta de aceite. b) O protesto por falta de aceite deve ser realizado antes do vencimento do título. Depois do vencimento do título, o único protesto cabível é o Protesto por Falta de Pagamento. c) Decurso do prazo legal para o aceite. Só se pode protestar por falta de aceite depois que decorreu o prazo legal para o aceite. Protesto por falta de Devolução Artigo 21, §3º da Lei de Protesto: § 3º Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter os mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada a exigência de qualquer formalidade não prevista na lei que regula a emissão e circulação das duplicatas. Protesto por indicações: Procedimento criado principalmente para a duplicata. A Lei 5.474/68 (Lei de Duplicata) estabelece o seguinte procedimento: Após a emissão da duplicata, deverá ser realizada a remessa dela ao sacado (que é o devedor principal da duplicata) em 30 dias. Quando o sacado recebe a duplicata, ele é obrigado a dar o aceite. Ele terá que devolver essa duplicata, com o aceite (salvo exceções), no prazo de 10 dias. Se o sacado retém a duplicata, não devolvendo o título, pode ser feito o protesto por falta de devolução. Esse protesto por falta de devolução da duplicata é chamado de protesto por indicações. Isto porque a pessoa não tem mais a duplicata, pois ela foi retida. Assim, a pessoa indica as informações mais relevantes: valor, local de pagamento, fatura correspondente. Na letra de câmbio não é possível fazer o protesto por indicações diante da ausência de devolução. A lei fala que, no caso da letra de cambio, tem que emitir uma 2ª via. A ausência de aceite e pagamento também poderá ser provada por indicações – Protesto de duplicata virtual. A Cédula de Crédito Bancário - CCB também admite protesto por indicações – artigo 41, da Lei 10.931/04. Art. 41. A Cédula de Crédito Bancário poderá ser protestada por indicação, desde que o credor apresente declaração de posse da sua única via negociável, inclusive no caso de protesto parcial. Art. 44. Aplica-se às Cédulas de Crédito Bancário, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação cambial, dispensado o protesto para garantir o direito de cobrança contra endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores. Protesto por Falta de Pagamento. Letra de Câmbio: → artigo 44 do Decreto 57.663/66 (LUG) diz que o prazo de protesto é de 2 dias úteis seguintes ao vencimento do título. Fran Martins e Fábio Ulhoa Coelho entendem que é aplicável a regra do artigo 44. *Essa é a posição minoritária! POSIÇÃO MAJORITÁRIA: → Protesto por falta de pagamento deve ser realizado no 1º dia útil após o vencimento do título. Rubens Requião, Luiz Emydio, Dyrson Dória, Amador Paes de Almeida, Marlon Tomazette e outros autores entendem que o artigo 44 não foi recepcionado pelo Brasil, devendo prevalecer o artigo 28 do Decreto 2.044/1.908. Art. 28. A letra que houver de ser protestada por falta de aceite ou de pagamento deve ser entregue ao oficial competente, no primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento, e o respectivo protesto tirado dentro de três dias úteis. Parágrafo único. O protesto deve ser tirado do lugar indicado na letra para o aceite ou para o pagamento. Sacada ou aceita a letra para ser paga em outro domicílio que não o do sacado, naquele domicílio deve ser tirado o protesto. Artigo 8 do anexo II da LUG dispõe: A forma e os prazos do protesto, assim como a forma dos outros atos necessários ao exercício ou à conservação dos direitos em matéria de letras e notas promissórias, são regulados pelas leis do país em cujo território se deva fazer o protesto ou praticar os referidos atos. Nota Promissória O artigo 77 da LUG diz que as mesmas regras para a letra de câmbio se aplicam para a nota promissória. Logo, o prazo para a nota promissória é o mesmo para a letra de câmbio: 1º dia útil após o vencimento. Duplicata Artigo 13, §4º, da Lei 5.474/68 (Lei de Duplicata) → O prazo de protesto da duplicata por falta de pagamento é 30 dias contados do vencimento. Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento. § 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de trinta dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. CHEQUE Artigo 48, Lei 7.357/85 Art. 48. O protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte. Como o protesto do cheque é facultativo, geralmente só se faz o protesto dele para constranger legalmente o devedor. Isto ocorre porque a simples declaração que o cheque voltou por falta de fundos supre o protesto, por isso as pessoas não precisam fazer o protesto para ter direito contra os devedores de regresso. Logo: O protesto ou a declaração do sacado deverá ocorrer antes da expiração do prazo de apresentação. Prazo de apresentação: Art. 33 – Lei. 7.357/85 * 30 dias mesma praça. * 60 dias praça diferente. E se o cheque for apresentado no último dia? O protesto ou declaração do banco será feita no 1º dia útil seguinte. Protesto para Fins Falimentares Artigo 23, parágrafo único da Lei de Protesto fala do protesto para fins falimentares: Parágrafo único. Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou documentos de dívida de responsabilidade das pessoas sujeitas às conseqüências da legislação falimentar. Só se pode protestar documento de dívida para fins falimentares se aquele que é o devedor está sujeito a falência. Assim, só é possível protesto para fins falimentares de títuloou documento de dívida cujo devedor seja empresário ou sociedade empresária. Ou seja: para fundações; cooperativas; sociedades simples não haverá protesto para fins falimentares. Prazo do Protesto Prazo legal para fazer o protesto de título ou documento de dívida: O protesto necessário, como meio de prova, é pressuposto processual, mas para ele ser pressuposto processual, deverá ser realizado dentro do prazo legal. *Atenção: Não há necessidade de protesto do título para execução do devedor principal. Se o protesto for feito fora do prazo legal, não vai haver problemas quanto ao devedor principal, entretanto, não se poderá cobrar dos coobrigados. Cuidado com o entendimento do STJ sobre o protesto de título prescrito! Procedimento de realização do Protesto O apresentante faz o protocolo do título no Tabelionato de Protesto ou Cartório Distribuidor (se houver mais de um Tabelionato de Protesto). Depois que o título for protocolizado, se for Cartório Distribuidor, remeterá para o Tabelionato de Protesto. Chegando lá, o Tabelionato de Protesto analisa o título ou documento de dívida, conforme dispõe o artigo 9º da Lei de Protesto: Art. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao tabelião de protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade. Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo tabelião obstará o registro do protesto. O Tabelião só analisa a formalidade do título e do documento de dívida. O Tabelião não analisa conteúdo. Ele irá verificar se o título tem os requisitos legais de um cheque, da duplicata, da nota promissória, etc... Se o protesto for de sentença, o tabelião verificará se ela transitou em julgado e se tem assinatura do Juiz. A responsabilidade quanto ao conteúdo não é do Tabelião. O Tabelião de Protesto não tem que investigar se o título está prescrito ou não. Se for o caso de indenização por danos morais, a ação deverá ser promovida contra o apresentante e não contra o Tabelião. Isto é, se a dívida foi paga, por exemplo, o responsável será o apresentante. Protesto para fins falimentares: Súmula 361 do STJ: “A notificação do protesto, para requerimento da falência da empresa devedora, exige identificação da pessoa que a recebeu”. Não há transformação da notificação do protesto em notificação pessoal. Basta apenas a identificação da pessoa que recebeu a notificação. Artigo 14, §1º da Lei de Protesto: § 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio tabelião, ou por qualquer outro meio, desde que o recebimento fique assegurado e comprovado através de protocolo, aviso de recebimento (AR) ou documento equivalente. Os requisitos do protesto estão no art. 22, da Lei 9.492/97. Art. 22. O registro do protesto e seu instrumento deverão conter: I - data e número de protocolização; II - nome do apresentante e endereço; III - reprodução ou transcrição do documento ou das indicações feitas pelo apresentante e declarações nele inseridas; IV - certidão das intimações feitas e das respostas eventualmente oferecidas; V - indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles honradas; VI - a aquiescência do portador ao aceite por honra; VII - nome, número do documento de identificação do devedor e endereço; VIII - data e assinatura do Tabelião de Protesto, de seus substitutos ou de Escrevente autorizado. Após registrado, o Protesto só poderá ser cancelado. Cláusula sem protesto: A denominada cláusula sem protesto ou sem despesas no título está prevista no art. 46 da LUG. *Essa cláusula deve ser escrita, já que não se presume. Efeitos: -Torna a realização do protesto uma faculdade. -Credor poderá cobrar dos devedores indiretos sem depender do protesto. *Não impede a realização do protesto. Cláusula inserida pelo sacador: Efeitos em relação a todos os signatários do título Cláusula inserida por endossante ou avalista: Produção de efeitos somente em relação àquele que apôs a cláusula. CHEQUE: Previsão legal: A lei dos cheques é a Lei nº 7.357/85. Conceito: Cheque é uma ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão de provisão que o emitente possui junto ao sacado, proveniente essa de contrato de depósito bancário ou de abertura de crédito. Requisitos: Os requisitos do cheque são: Art . 1º O cheque contêm: I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente. No cheque os requisitos são essenciais, faltando um desses requisitos o título não vale como cheque. Contudo há dois requisitos tidos como supríveis: *Lugar do saque; *Lugar do pagamento. Se não for definido o lugar do saque, entende-se ter sido emitido no domicílio do emitente. Se não houver o lugar do pagamento, entende-se que é o local da agência bancária. Art . 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a seguir: I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente. Quem participa do cheque? O sacador (emitente) é o correntista, que dá uma ordem de pagamento ao sacado (banco), para que seja pago o tomador/beneficiário (credor). Aceite: O cheque não admite aceite. Devedor principal: O devedor principal será o sacador/emitente. Cheque pré-datado ou pós-datado: O art. 32 da lei de cheque determina que o cheque é uma ordem de pagamento à vista e tudo aquilo disposto em contrário será considerada não escrita: Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. Se o cheque não tiver sido preenchido, o credor de boa- fé pode preencher o título, nos termos da súmula 387 do STF: Súmula 387: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. Contudo, ao se apresentar antecipadamente o título, o credor rompe com a boa-fé objetiva, sendo, pois, objeto de dano moral: Súmula nº 370 STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. IMPORTANTE: trata-se de caso de dano moral in re ipsa (presumido) Atenção: Se ocorrer o endosso, não se aplica a súmula 370 ao terceiro de boa-fé que apresenta antecipadamente o título, tendo em vista que ele desconhecia o negócio pretérito. (REsp 1.169.414/RJ e REsp 884.346/SC). Modalidades: *Cheque Administrativo - Art. 9º, III, da Lei do Cheque. *Cheque Visado – Art. 7º, da Lei do Cheque. *Cheque Cruzado - Art. 44 da Lei do Cheque. Endosso: A lei de cheques ao falar da transmissão aponta que o endosso tem o mesmo efeito que na letra de câmbio. Logo há a transferência da titularidade do crédito do endossante para o endossatário e também torna o endossante codevedor do título. A lei de cheque não admite endosso parcial e do sacado, sendo esse considerado nulo. (art. 17,§1º) Já o endosso sem data presume ter sido dado antes do prazo de apresentação e do protesto. Limite de endosso: Até pouco tempohavia uma alínea de devolução de cheque (motivo 36), porque o título continha mais de um endosso. A Lei nº 9.311/96, em seu art. 17 impediu a transmissão por mais de uma vez, haja vista o recolhimento da CPMF. Contudo, com o fim da CMPF não há mais limite de endossos para o cheque. Aval: O art. 29 da Lei de Cheques admite o aval do cheque, que pode ser total ou parcial: Art. 29: O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título. FORMAS DE IMPEDIR O PAGAMENTO DO CHEQUE Revogação ou Contraordem – art. 35 da Lei do Cheque Objetiva impedir a liquidação do cheque pelo banco sacado. A ordem de pagamento manifestada no cheque não é irretratável e poderá ser revogada. Trata-se de ato exclusivo do emitente e somente pode ser manifestada após o fim do prazo de apresentação do título. O emitente deverá apresentar as razões motivadoras do ato, não cabendo ao Banco discutir essas razões. Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei. Oposição ou sustação – art. 36 da Lei do Cheque. Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. § 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra- ordem se excluem reciprocamente. § 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente. *Ato de emitente ou portador legitimado. Pode ser manifestada mesmo antes do término do prazo de apresentação. O apresentante deverá apresentar relevante razão de direito. Não cabe ao banco julgar a relevância ou veracidade da razão invocada para a sustação. A Circular nº 3.535/2011 do Banco Central do Brasil exige apresentação de Boletim de Ocorrência no caso de furto ou roubo. (Motivos 20 e 28) PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DO CHEQUE – Art. 33 da Lei do Cheque Não é o prazo prescricional do cheque. *30 dias – mesma praça. *60 dias – praças diversas. A cobrança judicial poderá ser por ação direta ou por ação de regresso. A não apresentação do cheque no prazo de apresentação acarreta a perda do direito de regresso contra os endossantes e seus avalistas. Todavia, continua podendo cobrar do emitente e seus avalistas. Exceção: Se o emitente provar que tinha fundos durante o prazo de apresentação e deixou de tê- los por motivos alheios à sua vontade, o portador perderá direito à execução. Art. 47 - § 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável. A apresentação no prazo de pagamento deve ser comprovada para que permaneça o direito de regresso contrato endossantes e seus avalistas. Quando se tratar de cheque a comprovação pode ser feita alternativamente: *protesto; *declaração do sacado, escrita e datada, com indicação do dia de apresentação (carimbo de devolução do cheque). Atenção: Não precisa de protesto para cobrar de coobrigados, já que basta o carimbo do banco atestando que o cheque não tinha provisão de fundos, suprindo, assim, a necessidade de protesto. Se o cheque, por falta de fundos, voltar por duas vezes, não podem mais ser emitidos cheques e o nome do emitente vai para o rol dos emitentes de cheques sem fundos. Atenção à súmula nº 572, do STJ: O Banco do Brasil, na condição de gestor do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), não tem a responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco legitimidade passiva para as ações de reparação de danos fundadas na ausência de prévia comunicação. Prescrição: 6 meses contados da expiração do prazo de apresentação do título. (art. 59) Ex: se for cheque da mesma praça, a ação cambial prescreve em 30 dias + 6 meses. Sendo o cheque de outra praça em 60 dias + 6 meses. Ação de Locupletamento (enriquecimento sem causa): prescreve em 2 anos a contar do momento em que se deu o término do prazo prescricional da ação executiva. Ação de regresso entre coobrigados no cheque prescreve em 6 meses contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado. Cobrança por ação monitória: O cheque é um título executivo extrajudicial. Contudo, ocorrida a prescrição é possível ajuizar a ação monitória, nos termos da súmula 299 do STJ: Súmula nº 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. Atenção: Sendo o aval uma relação tipicamente cambial não cabe a monitória contra o avalista. (REsp 1022068/SP) Para o STJ é desnecessário demonstrar a causa da emissão do cheque na ação monitória, entretanto, poderão ser opostas exceções pessoais. (Súmula 531 – STJ) Atenção ao prazo: Súmula 503 – STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. DUPLICATA Lei nº. 5.474/68. Existe o sacador ou emitente (é quem emite a duplicata - vendedor) e o sacado (comprador), que paga para o beneficiário, que é o próprio vendedor. *Sacado/Comprador *Sacador/Emitente/Vendedor Fatura: é o documento descritivo da compra e venda mercantil ou da prestação de serviços. A extração da fatura é obrigatória em todo contrato de compra e venda mercantil a prazo, considerando como tal aquele em que o prazo de pagamento seja superior a 30 dias contados da data da entrega ou despacho das mercadorias. Se o prazo de pagamento for inferior a 30 dias, a extração da fatura será facultativa. Duplicata: É o título de crédito formal, causal, à ordem, extraído por vendedor ou prestador de serviço, que visa documentar o saque fundado sob crédito decorrente de compra e venda mercantil ou prestação de serviços e que tem como seu pressuposto a extração da fatura. Trata-se, portanto, de uma ordem de pagamento e de um título causal. A duplicata é título de modelo vinculado. O CMN – Conselho Monetário Nacional fixa os padrões de emissão da duplicata. Não são admitidas duplicatas ao portador ou com cláusula não à ordem. Requisitos Essenciais: a- denominação duplicata. b- data da sua emissão. c- o número da ordem. d- o número da fatura. e- vencimento. *Somente poderá ser a vista ou então com data certa. f- nome e domicílio do comprador e vendedor: g- importância a pagar em algarismos e por extenso. h- praça do pagamento. *Em regra, é o lugar de domicílio do comprador. i- cláusula à ordem * duplicata pode circular por meio de endosso. j-declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial. l- assinatura do emitente: Padronização da duplicata – Resolução 102 de 22/11/1968 do BCB. A duplicata é título causal que só pode ser emitida em duas situações: • Compra e venda mercantil • Contrato de prestação de serviços Duplicata mercantil: Contrato de compra e venda mercantil. Somente poderá ser emitida pelo “empresário”. Requisitos para caracterização da duplicata mercantil: *Emissão por empresário *Contrato de compra e venda entre sacado e sacador. * Entrega das mercadorias descritas na fatura e NF, ficando com o vendedor o comprovante de entrega. Os dados referentes às duplicatas deverão constar no Livro de Registro de Duplicatas, cuja escrituração é obrigatória pelo empresário, Eireli ou Sociedade Empresária - Art. 19, Lei 5.474/68. Duplicata de prestação de serviços: Também poderá ser emitida por um empresário,Eireli ou Soc. Empresária, desde que seja prestador de serviços. Nessa hipótese estão incluídas as sociedades simples, fundações e profissionais liberais (art. 20 e 22 da Lei nº 5.474/68) A natureza da prestação de serviços deverá ser discriminada na fatura. Requisitos Essenciais: Art. 2º, §1º - 5.474/68 *vencimento: Somente à vista ou então com data certa. *declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial. Como a duplicata é um título causal, ela faz com que o sacado seja devedor principal com o protesto e com a comprovação da entrega de mercadorias ou serviços. Triplicata: Art . 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela. Trata-se de cópia da idêntica da duplicata, sendo diferente somente em relação ao nome. Os dados para emissão da triplicata deverão ser extraídos da escrituração do vendedor. ***Atenção! O endossatário não poderá extrair a triplicata. Forma de remessa e aceite: A expedição da duplicata é facultativa. Se ela for expedida será obrigatória sua remessa ao sacado para aceite. O emitente/sacador deverá providenciar a apresentação ao sacado no prazo de 30 dias da emissão. Não sendo à vista, a duplicata deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante no prazo de 10 dias contada da sua apresentação, devidamente assinada ou então acompanhada de declaração por escrito, contendo as razões da falta do aceite. A recusa do aceite somente poderá se dar por ato motivado (escrito): ART. 8º *avaria ou não recebimento das mercadorias; *vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados. *Divergência nos prazos ou nos preços ajustados Na duplicata de prestação de serviços, a recusa poderá ocorrer pelas seguintes razões: Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por motivo de: I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados; II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados; III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. Com a recusa do aceite, o título não poderá ser executado. A duplicata com vencimento à vista é apresentada para pagamento e não para aceite. Em função do seu caráter obrigatório, o aceite da duplicata mercantil pode ser discriminado em três categorias: *aceite ordinário – aquele em que o sacado lança sua assinatura no título; *aceite por comunicação – aquele em que o sacado retém o título e expressa o aceite em carta/comunicado apartado; *aceite por presunção – caracteriza aceite presumido quando o sacado/comprador recebe a mercadoria, não reclama e o título é protestado, sem que haja obstáculo – art. 15 da Lei das Duplicatas. O endosso na duplicata é semelhante à LC e NP. Nesse caso, o primeiro endossante será sempre o sacador. Sempre será permitido o endosso, já que a cláusula à ordem é requisito de caracterização da duplicata. A duplicata poderá ser endossada mesmo sem a existência do aceite, cabendo ao endossatário apresentá-la ao sacado. AVAL O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao comprador. Art. 12 da Lei de Duplicatas. **Art. 12, parágrafo único: O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o prestado anteriormente àquela ocorrência. Demais aspectos do aval > aplicação subsidiária da Lei Uniforme de Genebra. A lei não tratou sobre o aval antecipado, sendo passível a discussão sobre a aplicação do art. 32 da LUG ou o princípio da autonomia. PAGAMENTO: É lícito ao comprador resgatar (pagar) a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento. Art . 9º - 5.474/68 Se o comprador efetuar o pagamento antes da entrega da mercadoria, não poderá reclamar nos termos dos arts. 8 e 21 da Lei 5.474. Ele, nesse caso, assumirá o risco. Comprovação do pagamento: quitação no verso do título ou em folha separada com referência expressa à duplicata. Também constitui prova de pagamento a liquidação de cheque, no qual conste, no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata nele caracterizada. Poderá haver pagamento parcial e o portador não poderá recusá-lo. Poderá, entretanto, protestar por falta parcial de pagamento. É permitida a dedução de créditos em favor do devedor: Art . 10. No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço, enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados, desde que devidamente autorizados. ATENÇÃO***: O prazo de vencimento da duplicata poderá ser reformado ou prorrogado, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com poderes especiais. Art . 11. A expressão reforma pode ser entendida como alteração do valor. A reforma ou prorrogação, para manter a coobrigação dos demais intervenientes por endosso ou aval, requer a anuência expressa destes. Parágrafo Único do art. 11. Duplicata simulada (sem lastro ou fria) Emitida sem operação de compra e venda mercantil ou prestação de serviços. Art. 172 do Código Penal - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Protesto da Duplicata: Finalidade: Provar a apresentação do título ao sacado e o descumprimento de obrigação creditícia, com base na falta de aceite, devolução ou pagamento da duplicata. Protesto também terá, nessa modalidade, importância para cobrança dos coobrigados. A duplicata poderá ser protestada: *por falta de aceite *por falta de devolução *por falta de pagamento Por falta de aceite: Decorre da recusa imotivada. Não será permitida a ocorrência do aceite limitativo, já que a duplicata como título causal está vinculada à fatura ou Nota fiscal da relação. A eventual recusa parcial do aceite será considerada total. O protesto por falta de aceite serve para permitir a cobrança dos devedores indiretos da duplicata. Nessa hipótese, exige-se que o protesto seja acompanhado de prova da entrega da mercadoria ou da prestação de serviços. (aceite presumido) Essa modalidade de protesto deverá ocorrer até a véspera do vencimento da duplicata. Sendo realizado o protesto por falta de aceite, haverá demonstração formal que o sacado não assumiu a obrigação de pagar o título e, provavelmente, não vai pagar no vencimento. Solução: Vencimento antecipado da dívida (recusa de aceite) e possibilidade de cobrança dos devedores indiretos. Por falta de pagamento: Obviamente deverá ser feito após o vencimento, inadimplida a obrigação. Na duplicata o protesto deve ser realizado na praça de pagamento constante do título. (art. 13, §3º) Para garantir o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas, o protesto deve ser feito até 30 dias após o vencimento do título. O protesto poderá ser realizado após esse prazo, contudo, perderá o efeito de garantir o direito de cobrança em relação aos coobrigados. O protesto por falta de pagamento terá também como efeito a interrupção da prescrição (art. 202 CC) e a configuração da impontualidade injustificada de um devedor empresário, na hipótese de falência, embora a Lei 11.101/2005 fale de protesto especial para fins de falência. Atenção: O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de devolução, não impede que haja protesto por falta de pagamento. Por falta de devolução: Essa modalidade também deverá ocorrer antes do vencimento. Remessa da duplicata deverá ocorrer em 30 dias da emissão. A devolução pelo sacado deve ser em 10 dias do recebimento. Caso não haja devolução, será possível protestar por essemotivo. Por indicações: Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. O protesto da duplicata pode ser solicitado sem que o sacador a tenha em mãos. Se a duplicata foi remetida para aceite e não foi devolvida, poderá haver o protesto mediante simples indicações dos dados do título ao Cartório de Protestos. As informações serão retiradas do livro de emissão de duplicatas – obrigatório para os empresários que emitem tais títulos. Execução da duplicata: Art. 15 – 5.474/68. A ação cambial que busca o recebimento de uma duplicata será exercida por meio da ação de execução por título extrajudicial. Seguirá as mesmas regras já estudadas: Documentos que deverão instruir a petição inicial: 1) Duplicata aceita, protestada ou não. Somente será possível quando o aceite for ordinário ou por comunicação. 2) Duplicata não aceita (triplicata) + protesto (poderá ser por indicação) + documento de comprovação da entrega da mercadoria ou da prestação de serviços - recusa justificada (SE TIVER RECUSA JUSTIFICADA NÃO PODE EXECUTAR) Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil ,quando se tratar: l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente: a) haja sido protestada; b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei. *Atenção: A execução dos devedores indiretos dependerá do protesto tempestivo. Prescrição: A execução da duplicata prescreve em 3 anos, contados da data do vencimento do título, se dirigido contra o sacado e seus avalistas. 1 ano contra o endossante e seus avalistas, contado da data do protesto. Também prescreve em 1 ano o exercício do direito de regresso (devedor que pagou o título), contado da data do pagamento. Possibilidade da propositura de ações pelo rito ordinário: Art 16 - Aplica-se o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil à ação do credor contra o devedor, por duplicata ou triplicata que não preencha os requisitos do art. 15, incisos l e II, e §§ 1º e 2º, bem como à ação para ilidir as razões invocadas pelo devedor para o não aceite do título, nos casos previstos no art. 8º. Foro Competente: Art 17 - O foro competente para a cobrança judicial da duplicata ou da triplicata é o da praça de pagamento constante do título, ou outro de domicílio do comprador e, no caso de ação regressiva, a dos sacadores, dos endossantes e respectivos avalistas. Referências: Wille Duarte Costa Fran Martins Fábio Ulhoa Gustavo Rocha Marlon Tomazete Amador Paes André L. S. Cruz Ramos Marcelo Bertoldi
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