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Pensamento, Linguagem, Vontade, Psicomotricidade, Afetividade e Suas Alterações

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PSICOPATOLOGIA GERAL – Prof. Ueslei Solaterrar da Silva Carneiro 
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO E DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS 
Pensamento, Linguagem, Vontade/Psicomotricidade, Afetividade e Suas Alterações 
Exame Psíquico
1. Aspecto geral: cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, 
atitude global do paciente. 
2. Nível de consciência. 
3. Orientação. 
4. Atenção. 
5. S. Memória (fixação e evocação). 
6. Sensopercepção. 
7. Pensamento (curso, forma e conteúdo). 
8. Linguagem. 
9. Inteligência. 
10. Consciência do eu/Juízo de realidade. 
11. Vida afetiva (estado de humor basal, emoções e sentimentos 
predominantes). 
12. Humor. 
13. Volição. 
14. Psicomotricidade. 
15. Personalidade. 
16. Pragmatismo. 
17. Crítica em relação aos sintomas (consciência de morbidade) e 
desejo de ajuda. 
 
• Sumula Psicopatológica: 
“Lúcido. Vestido adequadamente e com boas condições de higiene pessoal. Orientado auto e alopsiquicamente. Cooperativo. Normovigil. 
Hipertenaz. Memórias retrógrada e anterógrada prejudicadas. Inteligência mantida. Sensopercepção alterada com alucinação auditivo-verbal. 
Pensamento sem alteração de forma, porém apresentando alteração de curso (fuga de idéias e descarrilamento) por ocasião da agudização 
do quadro e alteração de conteúdo (idéias deliróides de perseguição, grandeza e onipotência). Linguagem apresentando alguns 
neologismos. Consciência do eu alterada na fase aguda do quadro. Nexos afetivos mantidos. Hipertimia. Psicomotricidade alterada, 
apresentando tiques. Hiperbúlico. Pragmatismo parcialmente comprometido. Com consciência da doença atual”. 
 
Pensamento e Suas Alterações 
• Definições Básicas: 
➢ O pensamento deve ser delimitado em seus elementos constitutivos (o conceito, o juízo e o raciocínio) e as dimensões do processo 
de pensar (curso, forma e conteúdo); 
➢ Aristóteles chamava de elementos intelectivos essas três operações básicas que constituem o pensamento: 
1. CONCEITO: 
o É o elemento estrutural básico do pensamento, nele se exprimem os caracteres essenciais dos objetos e os fenômenos da natureza; 
o São formados a partir das representações; 
o Não apresentam elementos de sensorialidade, como as percepções; 
o Trata-se de elemento puramente cognitivo, intelectivo; 
o Fruto do processo de generalização. 
2. JUÍZO: 
o É o processo que conduz ao estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos. Tem, por função básica, formular 
uma relação unívoca entre um sujeito e um predicado; 
o Na dimensão linguística, o conceito se expressa geralmente por palavras e o juízo por frases. 
3. RACIOCÍNIO: 
o É a função que relaciona os juízos. É o processo de desenvolvimento do pensamento a partir da ligação de conceitos e formação de 
novos juízos. 
 
Processos de Pensar: 
1. Curso do Pensamento: é o modo como o pensamento flui, a sua velocidade e seu ritmo ao longo do tempo; 
2. Forma do Pensamento: é a sua estrutura básica, sua arquitetura, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo; 
3. Conteúdo do Pensamento: é aquilo que dá substância ao pensamento, os temas predominantes, o assunto em si. 
 
Alterações dos Conceitos: 
1. Desintegração dos Conceitos 
• Ocorre quando os conceitos sofrem um processo de perda de seu significado original; 
• Os conceitos se desfazem e uma mesma palavra passa a ter significados cada vez mais diversos (PAIM, 1986); 
• A ideia de determinado objeto e a palavra que normalmente a designa passam a não mais coincidir (DALGALARRONDO, 2008); 
• As palavras ganham um significado pessoal e idiossincrático. O sujeito passa a adquirir um dicionário próprio.; 
• Bastante comum na esquizofrenia e nas síndromes demenciais. 
 
2. Condensação dos Conceitos 
• Ocorre quando dois os mais conceitos são fundidos, o pacientes involuntariamente condensa duas ou maIs ideias em um único conceito, 
que se expressa em uma nova palavra; 
• Tanto a desintegração, quanto a condensação são entendidos como neologismos, ou seja, palavras completamente novas ou palavras 
conhecidas que adquirem novos significados. 
Alterações dos Juízos: 
• Ajuizar é uma atividade humana por excelência.; 
• A única espécie capaz de produzir juízos no sentido de julgamento das coisas a sua volta é a homo sapiens s.; 
• Logo, todo juízo implica um julgamento que, por um lado, é subjetivo/individual e, por outro, social, produzido historicamente. 
1. Juízo Deficiente ou prejudicado 
➢ É um tipo de juízo falso que se estabelece porque a elaboração dos juízos é prejudicada por deficiência intelectual e pobreza 
cognitiva; 
➢ Os conceitos são inconsistentes e o raciocínio pobre; 
➢ Os juízos são simplistas, concretos e sujeitos à influência do meio; 
➢ Por vezes, é difícil distinguir um juízo por deficiência de um delírio. Mas, os erros de juízo por deficiência não são persistentes e 
irredutíveis, mudam com facilidade e variam sua temática a todo momento. 
2. Juízo de Realidade ou Delírio 
➢ São as alterações de juízo mais importantes da psicopatologia; 
➢ Fundamental a distinção básica entre um erro simples não determinado por processo mórbido (transtornos mentais) e as diversas 
formas de juízos falsos determinados por transtornos mentais; 
➢ Os erros são passíveis de serem corrigidos pela experiência, pela prova da realidade. Partes dos erros de ajuizamentos se dão por 
situações de vivência afetivas intensas ou dolorosas, por exemplo; 
➢ Karl Jaspers (1979) diz que os erros são psicologicamente compreensíveis, pois admite-se que possa surgir e persistir em virtude de 
ignorância, fanatismo religioso ou político, enquanto o delírio tem como principal característica a incompreensibilidade. 
2.1 Ideias prevalentes ou sobrevaloradas (ideias errôneas por superestimação afetiva) 
o São ideias que, por conta da importância afetiva que tem para a pessoa, adquirem predominância enorme sobre os demais 
pensamentos, conservando-se obstinadamente em sua mente: “não consigo pensar em outra coisa”; 
o Diferem das ideias obsessivas porque são egossintônicas,. Mas, pode progredir para um delírio verdadeiro; 
o Podem se apresentar sem ser fator de sofrimento e patologia. Em outros casos, adquirem sentido claramente patológicos. Como por 
exemplo: anorexia nervosa (bulimia nervosa): “tenho uma forte sensação de que estou muito gorda.”; hipocondria: “estou convencido 
de que tenho câncer de estômago”, etc. 
2.2 Delírio 
o As ideias delirantes são juízos patologicamente falsos (JASPERS, 1979); 
o É um erro de ajuizar que tem origem na doença mental; 
o Cabe assinalar que o que faz uma crença ser delirante não é necessariamente a falsidade do conteúdo, mas sim a justificativa utilizada 
para sustentar a crença, o tipo de evidência que lhe assegura que as coisas são assim; 
o Karl Jaspers sinaliza 3 características que são importantes na identificação clínica do delírio: 
1) A pessoa apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza subjetiva praticamente absoluta; 
2) É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva, por provas explícitas e lógicas da realidade; 
3) Quase sempre, é um juízo falso, o seu conteúdo é impossível; 
4) Dalgalarrondo (2008) acrescenta mais uma: o delírio é uma produção associal, idiossincrática em relação ao grupo social da pessoa. 
▪ Dimensões do Delírio - Kendler e colaboradores (1983) e Appelbaum, Robbins e Roth (1999) sinalizam para as dimensões do delírio que 
indicam a avaliação da sua gravidade: 
1) Grau de convicção: mais marcante nas esquizofrenias e menos intensa nas psicoses reativas breves e nos quadros de humos com 
sintomas psicóticos; 
2) Extensão: maior extensão na esquizofrenia, depressão psicótica, transtornos delirantes e psicoses reativas breves, nessa ordem; 
3) Bizarrice ou implausibilidade: de acordo com os critérios adotados pela CID-10 e o DSM-V, os delírios bizarros, implausíveis no contexto 
sociocultural, tem valor diagnósticomais importante na identificação da esquizofrenia do que os delírios não-bizarros; 
▪ Delírio Primário ou Ideia delirante verdadeira - Para Jaspers (1979), o verdadeiro delírio é um fenômeno primário. Ou seja, ele é 
psicologicamente incompreensível, não tem raízes na experiências psicológica da pessoa. Logo, é impenetrável e não sofre influência da 
relação na entrevista, é algo novo, que se insere em determinado momento na vida da pessoa, há uma quebra na sua biografia, uma 
modificação da sua personalidade. 
▪ Delírio Secundário ou Ideias deliróides - Sua origem é fruto não de alterações primários do juízo do pensamento, mas sim de alterações 
em outras atividades psíquicas, como a afetividade, a consciência, o humor, etc., que acaba por levar a pessoa a produzir um juízo falso 
da realidade. Exemplo: o delírio de ruína e culpa num quadro de depressão grave; o delírio de grandeza de um paciente em estado 
maníaco. Eventualmente, os delírios podem ocorrer em mais de uma pessoa. São os chamados delírios compartilhados ou loucura a dois 
(folie à deux). 
▪ Estrutura dos Delírios: 
1) Simples (monotemáticos); 
2) Complexos (pluritemáticos); 
3) Não-sistematizados; 
4) Sistematizados (a inteligência a serviço do delírio). 
Em termos de curso podem ser agudos ou crônicos. 
 
▪ Surgimento e Evolução do delírio: estados pré-delirantes 
 Em geral, os delírios surgem após um período pré-delirante, denominado de humor delirante; 
 Esse estado é vivido com aflição e ansiedade intensas, sentimento de que algo terrível vai acontecer, grande perplexidade, sensação 
de fim do mundo, estranheza radical; 
 Essa fase cessa, após horas ou dias, após a pessoas configurar o delírio em si como se fosse uma revelação, algo súbito que toma 
conta dele e dá sentido a angústia anterior: “ah, então é isso, os vizinhos estão organizando um grande complô pra me matar.”. 
 Klaus Konrad (1992) propõe haver um processo sequencial no desenvolvimento do delírio, com períodos pré-delirantes, delirantes e 
de reorganização da personalidade e fases residuais: 
1) Trema: corresponde ao humor delirante descrito por Jaspers. Há tensão geral, clima ameaçador, indefinição e sensação de que não há 
como escapar; 
2) Apofania: a tensão acumulado se desenvolve em delírio e há a revelação do mesmo para o sujeito. A anástrofe é quando tudo se volta 
para ele, ele se sente de forma passiva no mundo, observado por todos 
3) Fase Apocalíptica: certa desorganização do sujeito após a primeira revelação do delírio. Vivências ameaçadoras de fim do mundo, perda 
de sensação de continuidade de sentido do mundo. Podem surgir sintomas como catatonia, excitação psicomotora e alteração na 
vivência do eu: “não mais eu”, “sinto que já morri.” 
4) Consolidação: depois do processo de desorganização inicial, há certa estabilização com a cristalização do delírio, certa elaboração 
intelectual em torno dele com a fixação de elementos de elementos a partir da personalidade do sujeito. 
5) Fase de Resíduo: geralmente é a fase final do processo psicótico-delirante. Há perda de impulso e da afetividade manifesta. A pessoa não 
pode se relacionar calorosamente com os outros, isolamento social. 
▪ Os tipos de delírios segundo seus conteúdos: 
 Delírios de perseguição (a perseguição é o tema mais frequente dos delírios): delírio persecutório e delírio de referência (de alusão 
ou de auto-referência); 
 Delírios e o mecanismo da projeção: delírio de grandeza; delírio de influência ou controle; delírio místico ou religioso; delírio erótico 
(erotomania); 
 Delírios de conteúdo depreciativo: delírio de ruína (niilista); delírio de culpa ou auto acusação, de negação dos órgãos, delírio 
hipocondríaco. 
 Não há um único modelo causal para os delírios. Há quatro grandes hipóteses: a psicodinâmica, a existencial, a cognitiva e a 
neuropsicológica 
 Delírios como temas mais inquietantes e instigantes da psicopatologia; 
 Para seguir estudando: Delírio- perspectiva e tratamento, do Leme Lopes (1982) e Delírio: história, clínica, metateoria, Berrios e 
Fuentenebro de Diego (1996). 
 
Alterações do Raciocínio e do Estilo de Pensar 
1. Pensamento Mágico 
• O pensamento mágico segue os desígnios dos desejos, das fantasias e dos temores, conscientes ou inconscientes, adequando a realidade 
ao pensamento e não o contrário; 
• Pensamento comum entre as crianças: aspecto pueril; 
• Presente nos transtornos de personalidade esquizotípico, borderline, narcisista e histriônico. Nos quadros obsessivos-compulsivos, 
ocorrem com frequência pensamentos mágicos e rituais compulsivos dominados pelas leis da magia (lei da contiguidade-magia do 
contágio e lei da similaridade). Na esquizofrenia e na histeria também podem ser detectados pensamentos mágicos. 
2. Pensamento Dereístico 
• Próximo ao pensamento mágico no sentido de oposição à realidade externa e à lógica. Só se submete à realidade quando essa 
corresponde aos seus anseios. Identificação errônea dos próprios desejos, seus conjuntos de crenças com a realidade. 
• Pode ocorrer nos transtornos de personalidade (histriônico, narcisista, equizotipo, etc.), na esquizofrenia, na histeria e em crianças e 
adolescentes normais. 
3. Pensamento Concreto ou Concretismo 
• Não há distinção entre a dimensão abstrata e simbólica e dimensão concreta e imediata dos fatos; 
• O indivíduo não consegue entender ou utilizar metáforas. O pensamento é muito aderido ao nível sensorial da realidade. Faltam aspectos 
do desenvolvimento do pensamento como a ironia, o subentendido, o duplo sentido; 
• Comum em pessoas com deficiência mental, os quadros de demência, assim como os esquizofrênicos graves. 
4. Pensamento Inibido 
• Ocorre a diminuição do raciocínio, com a diminuição da velocidade e do número de conceitos, juízos e representações utilizadas no 
processo de pensar, tornando-se o pensamento lento, rarefeito, pouco produtivo à medida que o tempo flui; 
• Comum em quadros demenciais e depressivos graves. 
5. Pensamento Vago 
• As relações conceituais, a formação dos juízos e a concatenação destes em raciocínios são caracterizados pela imprecisão. O paciente 
expõe um pensamento ambíguo ou obscuro; 
• Não há propriamente o empobrecimento do pensamento, mas, antes, a falta de clareza e precisão no raciocínio; 
• Pode ser um sinal inicial da esquizofrenia ou de demência. Mas, também está presente nos transtornos de personalidade e neuroses 
graves. 
 
6. Pensamento Prolixo 
• O paciente não consegue chegar a qualquer conclusão sobre o tema de que está tratando, senão após muito esforço e tempo. A pessoa 
dá longas voltas ao redor do tema; 
• Há dificuldade em obter construção direta, clara e acabada, além de notável falta de capacidade de síntese. 
A tangencialidade e a circunstancialidade são tipos de pensamento prolixo. 
• A tangencialidade ocorre quando o paciente responde às perguntas oblíqua e irrelevante. As respostas sempre tangenciam o que foi 
perguntado nunca chegando ao ponto central, ao objetivo final. 
• A circunstancialidade descreve o raciocínio e a digressão do paciente como rodando em volta do tema, sem entrar nas questões centrais 
e decisivas. Entretanto, eventualmente, o paciente alcança o objetivo do seu raciocínio 
• Comum em pacientes com transtornos de personalidades associado à epilepsia com crises parciais-complexas ou patologias do logo 
temporal, em pacientes com lesão cerebral, no processo inicial de uma esquizofrenia e neuroses graves, incluindo os quadros obsessivo-
compulsivos. 
7. Pensamento Deficitário ou Oligofrênico 
• É um pensamento de estrutura pobre e rudimentar. Tende ao raciocínio concreto, não há uso de metáforas e abstrações. Não há falta, 
porém, de generalizações e uso de memória sempre ligada às necessidades mais imediatas do sujeito; 
• Pouco flexibilização na aplicação de regras e conceitos aprendidos; 
• Não há distinção pormenorizada dos conceitosde essencial e supérfluo; necessário ou acidental, causa e efeito, o todo e as partes, o real 
e o imaginário, concreto e simbólico, etc. 
8. Pensamento Demencial 
• Trata-se de pensamento pobre, porém tal empobrecimento é desigual, ao contrário do pensamento deficitário que é mais homogêneo; 
• Em certos pontos, o pensamento demencial pode revelar elaborações mais ou menos sofisticadas, embora de forma geral seja imperfeito, 
irregular, sem unidade e congruência; 
• Com a evolução da demência há o predomínio do pensamento concreto e desorganizado. A dificuldade de encontrar as palavras é muito 
comum no início das demências, as quais os sujeitos tentam disfarçar e utilizar termos mais genéricos. 
9. Pensamento Confusional - Verifica-se, devido à turvação da consciência, um pensamento incoerente, de curso tortuoso, que impede que 
a pessoa apreenda de forma clara os estímulos ambientais. Devido ao comprometimento da atenção, consciência e memória imediata, há 
dificuldade de estabelecer conexões entre cos conceitos e juízos, o que leva a pessoa a um estado de perplexidade e impotência. 
10. Pensamento Desagregado - Pensamento radicalmente incoerente, no qual os conceitos e juízos não se articulam de forma lógica. O 
pensamento produzido é uma mistura aleatória de palavras (salada de palavras), que nada comunica ao interlocutor. Comum nas formas 
graves da esquizofrenia. 
11. Pensamento Obsessivo - Predominam ideias ou representação que, apesar de ter um conteúdo absurdo para o indivíduo, se impõem à 
consciência de modo persistente e incontrolável. Isso determina uma luta constante entre as ideias obsessivas e o indivíduo que se 
esforça por bani-las, o que gera um estado de angústia constante. 
 
Alterações do Processo de Pensar 
1) Curso do Pensamento - Principais alterações são: aceleração, lentificação, o bloqueio e o roubo do pensamento. 
• Aceleração - O pensamento flui de forma muito acelerada, uma ideia se sucedendo à outra rapidamente. Comum nos quadros de mania, 
nos estados de ansiedade, nas psicoses tóxicas (sobretudo por anfetamina e cacaína), na depressão ansiosa e, menos frequentemente, na 
esquizofrenia. 
• Lentificação - O pensamento progride lentamente. Há latência entre as perguntas formuladas e as respostas. Comum nas depressões 
graves, em alguns casos de rebaixamento do nível de consciência, em certas intoxicações (por substâncias sedativas) e em determinados 
quadros psico-orgânicos. 
• Bloqueio ou Interceptação do Pensamento - Verifica-se o bloqueio quando o paciente, ao relatar algo, no meio de uma entrevista, brusca 
e repentinamente, interrompe o fluxo do pensamento sem qualquer motivo aparente. Ele relata que, sem saber porquê, o pensamento 
para, é bloqueado. Trata-se de alteração quase que exclusiva da esquizofrenia. 
• Roubo do Pensamento - É uma vivência, frequentemente associado ao bloqueio do pensamento, na qual o indivíduo tem a nítida 
sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente por uma força estranha, uma máquina, uma antena, etc. É um tipo de 
vivência de influência. Também é bem típico da esquizofrenia. 
2) Forma do Pensamento - As principais Alterações são: fuga de ideias, dissociação e incoerência do pensamento, afrouxamento das 
associações, descarrilhamento e desagregação do pensamento. 
• Fuga de Ideias - Alteração da estrutura do pensamento secundária à acentuada aceleração do pensamento, na qual uma ideia se segue a 
outra de forma extremamente rápida, perturbando-se as associações lógicas entre os juízos e os conceitos. Há progressivo afastamento 
da ideia central ou principal com influência da presença de estímulos externos contingentes (as pessoas presentes, os móveis, ruídos na 
sala etc.) e assonância (amor, cor, flor....cidade, idade, realidade, etc.). Comum nos quadros maníacos. 
• Dissociação do Pensamento - É a designação cunhada por Bleuler (1985) para a desorganização do pensamento encontrada em certas 
formas de esquizofrenia. Os pensamentos passam a não seguir uma sequencia lógica e organizada e os juízos não se articulam de forma 
coerente uns aos outros. Com o agravamento do quadro o pensamento pode ficar totalmente incompreensível. 
• Afrouxamento das Associações - Embora haja concatenação entre as ideias, nota-se afrouxamento dos nexos associativos. As associações 
parecem mais livres, não tão bem articuladas. Comum nas fases inicias da esquizofrenia e em transtornos de personalidade, sobretudo na 
esquizotípica. 
• Descarrilhamento do Pensamento - O pensamento passa a extraviar-se do seu curso normal, toma atalhos. Desvios, pensamentos 
supérfluos, retornando aqui e acolá ao seu curso original. Geralmente associado a marcante distraibilidade. Comum nas esquizofrenias e, 
eventualmente, nos quadros maníacos. 
• Desagregação do Pensamento - Há profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do pensamento. Sobram 
apenas pedaços do pensamento, conceitos ou ideias fragmentadas sem qual linha que as conduzam num raciocínio lógico e coerente. 
Comum nas formas avançadas de esquizofrenia e nos quadros demenciais. Na esquizofrenia a desestruturação do pensamento segue a 
seguinte ordem de gravidade: o afrouxamento das associações, o descarrilhamento e, finalmente, a desagregação. 
3) Conteúdo 
• Embora muitos autores classifiquem o delírio como uma alteração de conteúdo do pensamento, isso não está correto. O conteúdo do 
pensamento é aquilo que preenche a estrutura do pensamento, é o tema do pensamento. Logo, não podemos falar em alterações 
patológicas do conteúdo do pensamento em si. (DALGALARRONDO, 2008). 
• Ex.: paciente com delírio de cunho persecutório e um político com pensamento persecutório. O que muda é o juízo da realidade, a 
atribuição de realidade absoluta a vivência persecutória faz do pensamento uma alteração patológica. 
• A observação clínica indica que os principais conteúdos que preenchem os sintomas patológicos são: 
• Persecutórios, depreciativos, religiosos, sexuais, de poder-riqueza-prestígio-grandeza, de ruína ou culpa, conteúdos hipocondríacos. • 
Uma série de hipóteses antropológicas, culturais e psicológicas para a prevalência desses temas de acordo com a nossa própria 
constituição enquanto espécie e ser de linguagem, ser social. 
 
 
A Linguagem e Suas Alterações 
• Definições Básicas 
➢ A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma atividade especificamente humana, talvez a mais característica de nossas 
atividades mentais; 
➢ Trabalho de Ferdinand de Saussure (1916): distinção entre língua (fonética, semântica e sintaxe) e palavra; 
➢ Trabalho do linguista estadunidense Noam Chomsky (2005): é geneticamente admissível que sejamos geneticamente programados 
para falar. Acredita que existam certas unidades fonológicas, sintáticas e semânticas universais; 
➢ Certa polêmica quanto à independência da linguagem com relação ao pensamento e inteligência. Evidências atuais apontam para 
uma independência tanto cognitiva como neurofuncional (Ex.: estudos de Piaget, 1973, sobre o período sensório motor e a síndrome 
de Williams). 
 
Alterações da Linguagem 
1) Alterações da linguagem secundárias a lesão neuronal identificável - Ocorrem, geralmente, associadas a acidentes vasculares cerebrais, 
tumores cerebrais, malformações arterio-venosas, etc. Na maioria dos casos, lesões no hemisfério esquerdo, nas regiões ditas áreas 
cerebrais da linguagem (frontal póstero-inferior, temporal póstero superior, etc.). 
1. Afasia - Perda linguagem falada e escrita por incapacidade de compreender e utilizar símbolos verbais. É sempre a perda da 
habilidade linguística que foi previamente adquirida ao longo do desenvolvimento cognitivo; 
• Tal lesão se deve, em regra, por lesão neuronal do SNC. É um distúrbio orgânico da linguagem, na ausência de incapacidade motora 
(órgão fonador) para produzi-la. Também é importante que não haja perda global e grave da cognição como um todo.• Os tipos mais comuns: Broca, Wernicke ou global. 
1.1 Afasia de expressão ou de Broca 
➢ Afasia não-fluente onde a pessoa, apesar de órgão fonador preservado, não consegue falar ou fala com dificuldades, de forma 
monótona, com pronunciamentos curtos, com latência de resposta e sem contorno melódico. Entretanto, a compreensão da 
linguagem está relativamente preservada; 
➢ Ocorre, na maior parte das vezes, por lesões no giro frontais póstero-inferiores esquerdo (área de Broca). Acompanha-se, 
geralmente, de hemiparesia direita, mais acentuada nos braços. 
1.2 Afasia de compreensão ou de Wernicke - Consiste na afasia fluente, em que o indivíduo continua podendo falar, mas a sua fala é muito 
defeituosa, às vezes incompreensível. O paciente não consegue compreender a linguagem (falada e escrita) e tem dificuldades na 
repetição. Geralmente, não há hemiparesias associadas. Ocorre por lesões das áreas temporais esquerdas póstero-superiores (área de 
Wernicke). 
1.3 Afasia global - Afasia grave, não-fluente, acompanhada de hemiparesia direita. Deve-se a lesões amplas na região perisilviana esquerda. 
2. Parafasias - Formas mais discreta de déficits de linguagem onde a pessoa deforma determinada palavra como denominar “ibro” de 
livro, etc. Comum no início de síndromes demenciais. 
3. Agrafia - Perda, por lesão orgânica, da linguagem escrita sem que haja qualquer déficit motor ou perda cognitiva global. Ocorre em 
forma pura (agrafia pura, por lesão da segunda circunvolução frontal) e em forma associada às afasias. 
4. Alexia - Perda da capacidade previamente adquirida para a leitura. Ocorre de forma pura ou isolada. A dislexia é uma disfunção leve 
de leitura. 
5. Disartria - É a incapacidade de articular corretamente as palavras devido a alterações neuronais referentes ao aparelho fonador. A 
fala é embriagada, pastosa, com dificuldade de articulação das consoantes, etc..Ocorrem em diversas patologias neuropsiquiátricas e 
neurológicas, como na paralisia geral progressiva associada à neurossífilis, no complexo cognitivo-motor da AIDS e nas paralisias 
bulbares e pseudobulbares 
6. Disfonia e disfenia - Disfonia, de acordo com Sá Junior (1988), é a alteração da fala produzida pela mudança na sonoridade das 
palavras. Já a afonia é uma forma acentuada de disfonia, na qual a pessoa não consegue emitir qualquer som ou palavra. Causada 
por uma disfunção do aparelho fonador ou de um defeito da respiração durante a fala. A disfenia é alteração da linguagem falada 
sem qualquer lesão ou disfunção orgânica, determinada por conflitos e fatores psicogênicos. A gagueira é um tipo frequente de 
disfenia. 
7. Dislalia - É a alteração da linguagem falada que resulta na deformação, omissão ou substituição de fonemas, não havendo alterações 
identificáveis nos movimentos dos músculos que participam da articulação e da emissão das palavras. Na dislalia orgânica observa-se 
defeitos da língua, dos lábios, da abóbada palatina ou outro elemento do aparelho fonador. Já na dislalia funcional, não há alteração 
orgânica alguma e se deve a fatores emocionais. 
2) Alterações da linguagem associadas a transtornos psiquiátricos primários 
1. Logorréia - Caracterizada pela produção aumentada e acelerada da linguagem (taquifasia) verbal, um fluxo incessante de palavras e 
frases, frequentemente associado ao taquipsiquismo geral, podendo haver perda da lógica do discurso. 
2. Pressão de Fala - A a atividade linquística do paciente maníaco na qual este sente a pressão incoercível para falar sem parar: 
“querem que eu fale menos, mas não consigo mesmo, tem uma coisa aqui dentro que não me deixa parar de falar.”. 
3. Loquacidade - É o aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo lógico do discurso. 
4. Bradifasia - Alteração da linguagem oposta a taquifasia. A pessoa passa a falar muito lentamente, as palavras seguem-se umas às 
outras de forma lenta e difícil. Em geral, está associada a quadros depressivos, estados demenciais e esquizofrenia crônica ou com 
sintomas negativos. 
5. Mutismo - De modo muito geral, o mutismo pode ser definido como a ausência de resposta verbal oral por parte do doente. O 
paciente não responde a entrevista (embora, aparentemente, pudesse fazê-lo), sem qualquer resposta verbal. Observado nos vários 
tipos de estupor, em quadros esquizofrênicos, principalmente catatônicos, e em depressões graves. Em crianças, comum o mutismo 
eletivo ou seletivo: forma psicogênica de mutismo ocasionado por conflitos interpessoais, dificuldade de relacionamento familiar, 
timidez severa, etc. Mutismo acinético ou coma vigil: são termos usados em neurologia para descrever a variedade de estados nos 
quais há completa ausência de responsividade das pessoas com manutenção dos olhos abertos. Incluem estados de coma com 
movimentos oculares preservados, em lesões mesencefálicas ou situações nas quais há preservação do tronco cerebral e funções 
diencefálicas após lesão cerebral maciça (estado vegetativo). 
6. Perseveração e Estereotipia verbal - Há repetição automática de palavras ou trechos de frases, de modo estereotipado, mecânico e 
sem sentido. Indica lesão orgânica, particularmente das áreas cerebrais pré-frontais. É a repetição da última ou das últimas palavras 
que o entrevistador, ou alguém próximo, falou ou dirigiu ao paciente. Um fenômeno quase que automático e involuntário, realizado 
sem planejamento ou controle. Ex: qual seu nome? O paciente fala: “nome, nome, nome.” Encontrada, principalmente, na 
esquizofrenia catatônica e nos quadros psico-orgânicos. 
7. Palilalia - É a repetição automática e estereotipada pelo paciente da últimas ou últimas palavras que ele próprio emitiu em seu 
discurso. Ocorre de forma involuntária; 
8. Logoclonia - Semelhante a palilalia, sendo que aqui a repetição automática e involuntária é das últimas sílabas que o paciente 
pronunciou. Tanto a palilaria como a logoclonia indicam desestruturação do controle voluntário complexo da linguagem e sua 
substituição por mecanismos mais automáticos e estereotipados. Ocorrem, principalmente, nos quadros demenciais, em especial as 
demências de Pick e de Alzheimer. 
9. Glossolalia - Produção de uma fala gutural, pouco compreensível, um verdadeiro conglomerados ininteligível de sons ou letras, se for 
escrito. Comum “falar em línguas” nos cultos neopentecostais, no sonambulismo ou na esquizofrenia. 
10. Para-respostas - Alteração do pensamento e do comportamento verbal mais amplo. Ao ser questionado sobre determinado assunto 
o paciente “responde” algo com a inflexão verbal de uma resposta, mas o conteúdo não faz sentido. Ocorrem nos diversos tipos de 
psicoses, com mais frequência na esquizofrenia. Importante diferenciar uma para-resposta verdadeira de uma atitude de birra, ironia 
ou hostilidade do paciente com relação ao entrevistador. 
• Síndrome de Tourette: comum a coprolalia (palavras obscenas, xingamentos ou relativas a excrementos) e os tiques verbais (sons 
guturais, abruptos e espasmódicos); 
• A verbigeração e a mussitação: formas de automatismo verbal encontradas na esquizofrenia, em particular, catatônica e crônico 
deficitária. 
 
Vontade, Psicomotricidade e Suas Alterações 
• Definição Básica - A vontade, ou volição, é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas instintiva, 
afetiva e intelectiva (que envolve avaliar, julgar, analisar, decidir), bem como com o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas 
éticas socioculturais do indivíduo; 
• Ato volitivo: é traduzido pelas expressões típicas do “eu quero” ou do “eu não quero”, que caracterizariam a vontade humana sensu 
stricto. Distinguem-se também os motivos, ou razões intelectuais que influem sobre o ato volitivo, dos móveis, ou influências afetivas 
atrativas ou repulsivas que pressionam a decisão volitiva para um lado ou para outro (Nobre de Melo, 1979); 
• Processo volitivo em 04 etapas, em geral, cronologicamente seguidas.1) Fase de intenção ou propósito: na qual se esboçam as tendências básicas do indivíduo, suas inclinações e interesses. Nesse momento, 
impulsos, desejos e temores inconscientes exercem influência decisiva sobre o ato volitivo, muitas vezes imperceptíveis para o próprio 
indivíduo. 
2) Fase de deliberação: diz respeito à ponderação consciente, levando-se em conta tanto os motivos como os móveis implicados no ato 
volitivo. O indivíduo faz uma análise básica do que seria positivo ou negativo, favorável ou desfavorável, benéfico ou maléfico em sua 
decisão. É um momento de apreciação, consideração dos vários aspectos e das implicações de determinada decisão. 
3) Fase de decisão propriamente dita: é o momento culminante do processo volitivo, instante que demarca o começo da ação, no qual os 
móveis e os motivos vencidos dão lugar aos vencedores. 
4) Fase de execução: constitui a etapa final do processo volitivo, na qual os atos psicomotores simples e complexos, decorrentes da decisão, 
são postos em funcionamento, a fim de realizar e consumar aquilo que mentalmente foi decidido e aprovado pelo indivíduo. 
• O ato de vontade pautado por essas quatro fases, em que ponderação, análise e reflexão precedem a execução motora, é denominado 
ação voluntária. O debate sobre o quanto o ser humano é dirigido por sua vontade, por seu livre-arbítrio, e o quanto seus atos na vida são 
dependentes de determinismos vários (genéticos, anatômicos e fisiológicos, históricos, econômicos, sociais ou culturais) tem uma longa 
tradição no Ocidente. 
• Comportamento moral, agressividade e funcionamento cerebral: Nos últimos anos, vários pesquisadores têm identificado estruturas 
cerebrais relacionadas a processos psicológicos envolvidos em julgamentos e comportamentos morais, que são, em certo sentido, 
dependentes das funções volitivas; 
• Lesões nos lobos pré-frontais produzem as síndromes frontais, relacionadas à volição e à ação do indivíduo sobre o meio ambiente, suas 
relações sociais e contextos socioculturais. 
 
Alterações da Vontade 
• Hipobilia/Abulia: diminuição ou até abolição da volição. O indivíduo refere que “não tem vontade para nada”, sente-se muito 
desanimado, sem forças, sem energia. Geralmente, a hipobulia/abulia encontra-se associada à apatia, à fadiga fácil e à dificuldade de 
decisão, tão típicas dos pacientes com depressão grave. 
• A abulia não se confunde com a ataraxia, que é um estado de indiferença volitiva e afetiva desejado e buscado ativamente pelo indivíduo. 
Trata-se do estado de imperturbabilidade almejado por místicos, ascetas e filósofos da chamada escola estoica. VONTADE, 
 
Atos Impulsivos e Atos Compulsivos 
• Atos impulsivos: curto circuito do ato voluntário, abole abruptamente as fases de deliberação e decisão. A impulsividade é definida como 
uma predisposição para agir e reagir de forma rápida, não planejada, respondendo a estímulos externos ou internos com pouca ou 
nenhuma preocupação sobre as possíveis consequências negativas para si e/ou para os outros. 
➢ Os impulsos patológicos são tipos de atos impulsivos nos quais predominam as ações psicomotoras automáticas, sem reflexão, 
ponderação ou decisões prévias, de tipo instantâneo e explosivo. 
➢ Os atos impulsivos apresentam as seguintes características: 
1) São realizados sem fase prévia de deliberação e decisão; 
2) São realizados, de modo geral, de forma egossintônica, ou seja, o indivíduo não percebe tal ato como inadequado, não tenta evitá-lo ou 
adiá-lo. O ato impulsivo frequentemente não é contrário aos valores morais e, sobretudo, aos desejos de quem o pratica; 
3) São geralmente associados a impulsos patológicos, de natureza inconsciente, ou à incapacidade de tolerância à frustração e à necessária 
adaptação à realidade objetiva. Da mesma forma, o indivíduo dominado pelo ato impulsivo tende a desconsiderar os desejos e as 
necessidades das outras pessoas. 
• Atos compulsivos (ou compulsão): Os atos e os rituais compulsivos apresentam as seguintes características: 
1) Há a vivência frequente de desconforto subjetivo por parte do indivíduo que realiza o ato compulsivo; 
2) São egodistônicos, isto é, experienciados como indesejáveis, contrários aos valores morais e anseios do paciente. 
3) Há a tentativa de resistir (ou pelo menos adiar) à realização do ato compulsivo; há luta entre a compulsão e a vontade do indivíduo (no 
ato impulsivo não há essa luta); 
4) Há a sensação de alívio ao realizar o ato compulsivo, alívio que logo é substituído pelo retorno do desconforto subjetivo e pela urgência 
em realiza-lo novamente; 
5) Os atos ocorrem frequentemente associados a ideias obsessivas muito desagradáveis, representando, muitas vezes, tentativas de 
neutralizar tais pensamentos. O indivíduo tem um pensamento obsessivo desagradável, como a ideia de que é impuro ou está 
contaminado; sente, então, a necessidade de lavar-se compulsivamente, e isso alivia de forma transitória os pensamentos de ser 
contaminado. Logo após o alívio, os pensamentos obsessivos retornam à consciência do paciente, e ele se sente novamente forçado a 
realizar o ato compulsivo neutralizador. 
➢ Os atos e os rituais compulsivos apresentam as seguintes características: Ex.: Automutilação; Frangofilia; Piromania; o impulso, o 
comportamento e o ato suicidas; Impulsos e compulsões relacionados à ingestão de substâncias ou alimentos (bulimia, dipsomania, 
potomania); Atos e compulsões relacionados ao desejo e ao comportamento sexuais (pedofilia, exibicionismo, voyeurismos, 
fetichismo , sadismo, masoquismo, zoofilia, ninfomania, etc.; jogo patológico, cleptomania, etc. 
 
Outras Alterações da Vontade 
• Negativismo: Na forma ativa, ou seja, no negativismo ativo, o paciente faz o oposto ao solicitado; na forma passiva, ou negativismo 
passivo, simplesmente nada faz quando solicitado pelo ambiente. Ex.: O mutismo, a recusa automática a falar, é frequentemente uma 
forma de negativismo verbal e a sitiofobia é a recusa sistemática de alimentos, geralmente revelando negativismo profundo. O termo 
também é utilizado para designar a recusa de alimentos associada a quadros delirantes persecutórios (delírio de envenenamento) ou 
depressões graves. 
 
Psicomotricidade e Suas Alterações 
• Definição Básica - O ato motor é o componente final do ato volitivo. Logo, as alterações da psicomotricidade frequentemente são 
expressão final de alterações da volição. 
 
Alterações da Psicomotricidade 
1. Agitação Psicomotora 
• É a alteração mais comum. Implica aceleração de toda a atividade motora do indivíduo. Em geral, secundária a taquipsiquismo acentuado; 
• É comum está associado a hostilidade e agressividade; 
• É um sinal psicopatológico muito frequente e relativamente inespecífico, sendo visto todos os dias nos serviços de urgência e emergência. 
Entretanto, está associado a quadros maníacos, episódios esquizofrênicos agudos, quadros psico-orgânicos agudos (intoxicação, 
síndromes de abstinência, traumas cranioencefálicos, encefalopatias metabólicas, etc.), quadros paranoides em deficientes mentais e em 
indivíduos com síndromes demenciais. 
2. Lentificação Psicomotora - Reflete a lentificação de toda a atividade psíquica (bradipsiquismo). Toda a movimentação voluntária torna-se 
lenta, difícil, pesada, podendo haver período de latência entre uma solicitação ambiental e a resposta motora do paciente. Podendo 
chegar a Inibição Psicomotora: estado no qual há ausência de respostas motoras adequadas, sem que haja paralisias ou déficit motor 
primário. 
3. Estupor - É a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o indivíduo globalmente, na vigência de um nível de consciência 
aparentemente preservado e de capacidade sensório-motora para reagir ao ambiente. Envolve toda a atividade voluntária, incluindo a 
comunicação verbal, não-verbal, mímica, olhar, gesticulação e marcha. Distingue-se, quanto ao tônus muscular, o subtipo hipertônico, 
com rigidezmuscular (é a forma mais frequente) e o hipotônico ou flácido (mais raro e associado a quadros psico-orgânicos). 
4. Catalepsia - Acentuado exagero do tônus postural, com grande redução da mobilidade dos vários segmentos corporais e com hipertonia 
muscular global. 
5. Flexibilidade Cerácea - A pessoa, ou parte de seu corpo (braço, perna, cabeça) é colocado em determinada posição e permanece na 
mesma posição, como se fosse um boneco de cera. Tanto a catalepsia, quanto a flexibilidade cerácea são comuns na esquizofrenia 
catatônica. 
6. Cataplexia - Perda abrupta do tônus muscular, geralmente acompanhada de queda ao chão. Presente na narcolepsia (crises recorrentes 
do sono tipo REM no indivíduo desperto). 
7. Estereotipias Motoras - São repetições automáticas e uniformes de determinado ato motor complexo, indicando geralmente marcante 
perda do controle voluntário sobre a esfera motora. Observam-se estereotipias motoras na esquizofrenia, sobretudo nas formas crônicas 
e catatônicas, assim como na deficiência mental. 
8. Maneirismo - É um tipo de estereotipia motora caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos, geralmente complexos, que buscam 
certo objetivo, mesmo que esdrúxulo. Trata-se de alteração do comportamento expressivo (mímica, gesto, linguagem), em que a 
harmonia normal do conjunto de gestos do indivíduo é substituída por posturas e movimentos estranhos, exagerados, afetados ou 
bizarros. Comum nas esquizofrenias (principalmente catatônica), histeria grave e na deficiência mental. 
9. Conversão 
• Há o surgimento abrupto de sintomas físicos (paralisias, anestesias, parestesias, cegueira, etc.) de origem psicogênica; 
• A conversão motora ocorre geralmente em situação estressante, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal significativo; 
• A psicanálise entende se tratar da representação de um conflito psíquico; 
• Comum nos quadros de histeria e personalidade histriônica. 
10. Alterações da Marcha 
• Abasia ou astasia, atualmente chamado de disbasia histérica: paciente apresenta total ou parcial incapacidade de levantar-se e andar, 
apesar de não apresentar qualquer paralisia ou ataxia de origem orgânica; 
• O padrão de marcha do paciente psiquiátrico de ser comparado, a título de diagnóstico diferencial, com os principais padrões de marchas 
alteradas das doenças neurológicas; 
• Quando alguns pacientes psiquiátricos estão em uso de neurolépticos tradicionais, sobretudo os pacientes psicóticos, podem apresentar 
distonias de tronco ou membros, revelando marcha bizarra pelo componente distônico de sua postura. 
11. Hiperventilação Psicogênica - A respiração acelera, fica quase imperceptível e é marcada por suspiros não-obstrutivos. Ocorre associada à 
ansiedade ou à situação estressante. Comum em pacientes com síndrome do pânico, histéricos e quadros ansiosos. 
➢ Apragmatismo ou Hipopragmatismo - É a dificuldade ou incapacidade de realizar condutas volitivas e psicomotoras minimamente 
complexas, como cuidar da higiene pessoal, limpar o quarto, a casa, enfim, se envolver com atividades produtivas para si e para os 
outros. Resulta de alterações das esferas afetivas e volitivas geralmente associado a apatia, hipobulia e desorganização psíquica. 
➢ Diagnóstico diferencial das alterações psicomotoras próprias dos transtornos mentais: deve-se considerar dois grandes grupos de 
alterações motoras: 
1) as decorrentes do uso de psicofármacos e as resultantes (sobretudo os neurolépticos da primeira geração- haldol, clorpromazina, 
flufenazina, etc., utilizados no tratamento da psicose e que produz uma série de alterações no tônus muscular, na postura e na 
movimentação voluntária) 
2) de doenças neurológicas. Ex.: Acatisia, distonia tardia, discinesia tardia, etc. 
 
Afetividade e Suas Alterações 
• Definição Básica: A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas. Sem afetividade, a vida 
mental torna-se vazia, sem sabor. “Afetividade” é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o 
humor, as emoções e os sentimentos. Embora seja controversa a ordenação das experiências da vida afetiva, na tradição psicopatológica 
distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas: 
1) Humor ou estado de ânimo (o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e difuso) 
2) Emoções (reações afetivas momentâneas, agudas/experiências psíquicas e somáticas) 
3) Sentimentos (o estados e configurações afetivas estáveis/Mais mental do que somático) 
4) Afetos (qualidade e o tônus emocional que acompanham uma ideia 
5) Paixões (estado afetivo extremamente intenso/direção da atenção e interesse em uma só direção) 
 
Afetividade e Suas Alterações 
• Resposta ou reação afetiva: 
➢ Sintonização afetiva - capacidade de ser influenciado afetivamente por estímulos externos; ele entristece-se com ocorrências 
dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma piada, entra em sintonia com o ambiente. 
➢ Irradiação afetiva - a capacidade de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo; faz com que os outros 
entrem em sintonia com ele 
➢ Rigidez afetiva - o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou impossibilidade e de sintonização como de irradiação afetiva; não produz 
reações afetivas nos outros nem reage afetivamente 
 
Aspectos Cerebrais e Neuropsicológicos das Emoções 
• Teorias de James-Lange e Papez-MacLean e Gray 
➢ Teoria de James-Lange: a base das emoções se encontra na periferia do corpo: sistema nervoso autônomo periférico. O homem vê o 
tigre, tem taquicardia e depois o medo. Relato de pacientes com lesão medular: “raiva fria ou mental”, com menos intensidade; 
➢ Teoria de Papez MacLean: o sistema límbico e as emoções - O sistema límbico compreenderia estruturas corticais e subcorticais. Para 
Mac-Lean (1990), o sistema límbico seria o sistema central na integração das emoções. 
 
Aspectos Psicodinâmicos das Emoções e da Vida Afetiva 
• Concepções de Freud 
➢ Angústia: afeto básico que emerge do conflito entre o indivíduo, seus impulsos, desejos e necessidades, e as exigências de 
comportamento civilizado, restrições que a cultura impõe ao indivíduo. 1ª teorização: Libido não descarregada que fica presa no 
aparelho psíquico; 2ª teorização: um sinal de perigo, enviado pelo Eu, no sentido de evitar o surgimento de algo muito mais 
ameaçador ao indivíduo; 
➢ Depressão ou melancolia: elaboração inconsciente de perdas reais ou simbólicas. Quando se perde um objeto significativo (pessoa 
próxima, um ideal, status, emprego, etc.), o sujeito, para não perdê-lo totalmente, identifica-se com ele e a introjeta ao próprio Eu. 
Se o objeto é muito amado, mas também inconscientemente muito odiado (ambivalente) pelo sujeito, o rancor inconsciente que 
guardava por tal objeto tende a ser vertido sobre o próprio Eu. Surgem as auto-acusações, os sentimentos de culpa e de fracasso, a 
autopunição, o descuido consigo próprio, etc. 
 
Alterações Patológicas da Afetividade 
• Distimia (psicopatologia) - alteração básica do humor (tanto inibição como exaltação). (x transtorno distimia = transtorno depressivo leve 
e crônico); 
• Hipotimia => Depressão; 
• Hipertimia (distimia hipertímica, expansiva ou eufórica) = exaltação patológica do humor, Elação e expansão do eu =sensação de grandeza 
e poder => Mania; 
• Disforia = distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada (irritadiça, agressividade); 
• Puerilidade= aspecto infantil, simplório, regredido; 
• Moria= alegria pueril, ingênua que ocorre em pacientes com lesões dos lobos frontais, com deficiência mental e quadros demenciais; 
• Estado de êxtase= experiência de beatitude, sensação de dissolução do Eu no todo, compartilhamento íntimo do estado afetivo interior 
com o mundo externo (experiência místicas-religiosas, experiência cultural); 
• Irritabilidade Patológica= hiper-reatividade desagradável,hostil e, eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do mundo 
exterior (possível quadro de natureza organiza); 
• Catatimia (Bleuler, 1942) = importante influência da vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os sentimentos e as paixões sobre as 
demais funções psíquicas. Atenção é captada, dirigida, desviada ou concentrada e função do valor afetivo de determinado estímulo; a 
memória é altamente detalhada ou muito pobre, a sensopercepção pode se alterar em função de estados afetivos intensos, etc. 
No espectro depressivo, vale avaliar ideias de morte, ideias suicidas, planos, atos e tentativas de suicídio. 
 
Alterações das Emoções e dos Sentimentos 
• Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva 
• Anedonia - incapacidade total ou parcial de sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida: prazer sexual, atividades 
sociais e familiares etc. “Agora não vejo mais graça em nada…” A apatia (incapacidade de sentir afetos) e a anedonia (incapacidade de 
sentir prazer) são muito próximos. 
• Hipomodulação do afeto: Incapacidade de modular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial 
• Inadequação do afeto ou paratimia - reação incongruente a situações existenciais ou a determinados conteúdos ideativos 
• Pobreza dos sentimentos e distanciamento afetivo - empobrecimento das alternâncias e variações sutis na esfera afetiva. 
• Embotamento afetivo e devastação afetiva - Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é subjetiva, o 
embotamento afetivo é observável (mímica, postura e atitude) 
• Sentimento da falta de sentimento - incapacidade de sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo paciente. Queixa de 
sentir-se intimamente morto ou em vazio afetivo. Ao contrário da apatia, o “não-sentir” é vivenciado com muito sofrimento. (Quadros 
depressivos graves). 
• Indiferença afetiva - ou “bela indiferença”. Frieza afetiva incompreensível diante dos seus sintomas (p. ex., paralisia psicogênica das 
pernas, somatizações). Não é uma indiferença profunda, mais aparente e teatral que real (daí bela). A bela indiferença da histeria 
contrapõe-se à triste indiferença do paciente depressivo e à pálida indiferença do paciente esquizofrênico crônico. 
• Labilidade afetiva e incontinência afetiva - mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos e emoções. O indivíduo oscila de forma 
abrupta e inesperada de um estado afetivo para outro. O paciente está falando de algo ameno e começa a chorar convulsivamente, 
passando, a sorrir de forma tranqüila. Na incontinência afetiva, o indivíduo não consegue conter de forma alguma suas reações afetivas. 
Ambas são consideradas formas de hiperestesia emocional, indicando exagero e inadequação da reatividade afetiva. 
• Ambivalência afetiva (Bleuler) - sentimentos opostos em relação a um mesmo objeto ou estímulo, de forma simultânea. O indivíduo 
sente, ao mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho por alguém. Esquizofrenia. 
• Neotimia - sentimentos e experiências afetivas inteiramente em estado psicótico. Afetos muito estranhos e bizarros para a própria pessoa 
que os experimenta. Esquizofrenia. (às vezes antecede a revelação delirante). 
• Medo, ansiedade, angústia 
➢ Fobias - medos desproporcionais e incompatíveis com o perigo real oferecido pelos desencadeantes, objetos ou situações fobígenas. 
O contato com as situações fobígenas desencadeia, crise de ansiedade. Fobia simples (pequenos animais- cachorro, etc.). Fobia social 
(contato e interação social), agorafobia (espaços amplos e aglomerações), claustrofobia (espaços fechados); 
➢ Pânico - reação de medo intenso, pavor, relacionada ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Se 
manifesta quase sempre como crises de pânico (crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas por medo intenso de morrer 
ou de perder o controle e de acentuada descarga autonômica - taquicardia, sudorese, tremores, parestesias - como formigamentos 
dos lábios ou dedos, desconforto respiratório etc.). Início abrupto de uma sensação de grande perigo e desejo de fugir ou escapar da 
situação. 
 
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