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Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME Infecções Virais e Doenças Autoimunes Revisão 2 PROP 1 Infecções Virais 1. HERPES VÍRUS SIMPLES (HSV) - Vírus DNA - Membro da família Herpesviridae - HSV-1 e HSV-2 HSV-1 HSV-2 Disseminação através da saliva infectada e lesões periorais ativas. Transmissão através do contato sexual. Faringe, região intra-oral, lábios, olhos e pele acima da cintura. Genitália e pele abaixo da cintura. - HSV-1 e HSV-2: São semelhantes. As lesões clínicas e alterações teciduais são idênticas. - Período de incubação: 3 a 9 dias. - Exposição inicial, indivíduo sem anticorpos: infecção primária, assintomática. - Vírus permanece em estado latente dentro dos gânglios. Gânglio trigêmeo. 1 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Transmissão ocorre facilmente durante período de liberação assintomática ou a partir de lesões ativas - Cerca de 90% de uma população terá herpes até os 60 anos. 1.1. HERPES VÍRUS SIMPLES - GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA PRIMÁRIA AGUDA - Padrão mais comum de infecção primária sintomática pelo HSV - 90% dos casos resultantes da infecção pelo HVS-1 - Comum em crianças (6 meses - 5 anos) ⟶ pico de 2 a 3 anos de idade. - Início abrupto - SINTOMAS: Linfadenopatia cervical anterior, calafrios, febre, náusea, lesões orais dolorosas. 2 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Vesículas puntiformes se rompem e formam diversas lesões pequenas e vermelhas - Lesões desenvolvem áreas centrais de ulceração, recobertas por fibrina amarela. - Ulcerações menores podem coalescer e formar úlceras maiores. - Gengiva aumentada, dolorosa e muito eritematosa - Acometimento do vermelhão do lábio e pele peri-oral - Resolução de 5 a 7 dias (casos leves) ou até 2 semanas (casos graves). 3 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 1.2. HERPES SIMPLES - FARINGOTONSILITE - Infecção primária do HSV em adultos - Mais comum com a infecção pelo HSV-1 - Sintomas: Dor de garganta, febre, mal-estar e cefaleia - Vesículas nas amígdalas e parede posterior da faringe, rompem e formam ulcerações. - Exsudato amarelo-acinzentado sobre as úlceras 1.3. HERPES VÍRUS SIMPLES - INFECÇÕES RECORRENTES - Podem ocorrer em áreas de superfície epitelial supridas pelo gânglio envolvido. - Vermelhão do lábio e pele adjacente aos lábios são os locais comuns de recidiva - Geralmente conhecida como herpes labial - Fatores desencadeadores de recidivas - 6 a 24h antes das lesões: dor, prurido, ardência, eritema e formigamento. 4 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Múltiplas pápulas pequenas e eritematosas geram vesículas preenchidas por líquido - Vesículas se rompem e formam crostas - Cicatrização de 7 a 10 dias - Rompimento de vesículas (liberação de líquido contendo vírus) mais lesões. 5 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Recidivas também podem afetar a mucosa intra-oral⟶ Gengiva e palato duro - Alterações sutis, sintomas menos intensos - Vesículas de 1 a 3 mm que rompem e formam máculas eritematosas - Epitélio afetado pode ser perdido e gerar ulceração central - Manifestações menos comuns: panarício herpético⟶ infecção nos dedos - Pode ocorrer após auto-inoculação em crianças com herpes orofacial - Comum em dentistas e médicos antes da utilização de luvas - Pode resultar em parestesia e cicatriz permanente. 6 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Recidiva em pacientes imunocomprometidos é significativa - HSV persiste e pode disseminar - Mucosa oral afetada em associação com o herpes labial - Áreas de epitélio necrótico acastanhadas e elevadas. - Principais efeitos do vírus são nas células epiteliais - Acantólise (células de Tzanck), núcleo claro e aumentado, degeneração balonizante - Formação de vesícula intra-epitelial. TRATAMENTO - HSV - Medicamentos antivirais - Gengivoestomatite Herpética: Tratamento também para alívio dos sintomas - Restringir contato com lesões ativas para prevenir disseminação - A administração sistêmica profilática de antivirais ajuda na prevenção de recidiva (pacientes imunocomprometidos). 2. VARICELA-ZOSTER - O vírus Varicela-Zoster também pertence à família Herpetoviridae - Catapora é infecção primária pelo VZV - PERÍODO DE LATÊNCIA e RECIDIVA possível como herpes-zoster 7 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Disseminação por gotículas de ar ou contato direto com lesões ativas. 2.1. VARICELA-ZOSTER - CATAPORA - Maioria dos casos entre 5 a 9 anos de idade - Maioria dos casos é sintomática - PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Cerca de 15 dias - SINTOMAS: Mal-estar, faringite, rinite, intenso exantema pruriginoso. Erupções em face, tronco e extremidades. - Eritema⇒ Vesícula⇒ Pústula⇒ Crosta endurecida - Indivíduos SÃO infectantes ATÉ fase de crosta. 8 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Estágio vesicular é a manifestação mais clássica da doença - Vesícula circunda por zona de eritema ⟶ “gota de orvalho numa pétala de rosa” - As manifestações orais e periorais são comuns. - LESÕES ORAIS podem preceder lesões cutâneas - LESÕES ORAIS (ÁREAS AFETADAS): Vermelhão do lábio, palato e mucosa jugal. - LESÕES ORAIS aparecem como vesículas branco-opacas que se rompem e formam ulcerações (1-3 mm) - Prevalência, número e gravidade de lesões orais depende da infecção extra-oral. - Características histológicas similares ao HSV TRATAMENTO - VZV - Medicamentos antivirais - Tratamento para alívio do prurido - Vacina: O vírus VZV vivo atenuado. Indicada para crianças de 12 meses a 12 anos ou adultos que não tiveram varicela. - O VZV é transportado por nervos sensitivos e tem latência no gânglio espinhal dorsal. 9 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 2.2. VARICELA-ZOSTER ⟶ HERPES-ZOSTER (COBREIRO) - Herpes-zoster clinicamente evidente: reativação do VZV. (Catapora primeiro e no período de reativação do vírus aparece na forma de Varicela-Zoster) - Envolvimento da distribuição do nervo sensitivo afetado - Fica no gânglio dorsal. O cobreiro só acontece em um lado, onde o nervo inerva. - Ocorre em 10 a 20% dos portadores de VZV - Prevalência aumenta com a idade - Apenas UMA recidiva é esperada - FATORES DESENCADEANTES: Envelhecimento, câncer, imunossupressão. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Fase prodrômica, Fase aguda e Fase crônica ● FASE PRODRÔMICA - Ganglionite ativa⇒ necrose neural⇒ neuralgia grave (DOR) - Queimação, formigamento, coceira, incômodo pontiagudo (vírus movimentando no nervo) - Dor acomete área inervada pelo nervo sensitivo afetado - Um (mais comum) ou mais dermátomos acometidos - Dermátomos torácicos acometidos ⅔ dos casos - Dor precede erupções cutâneas (1 a 4 dias) 10 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME ● FASE AGUDA - Vesículas com base eritematosa na pele envolvida - 3 a 4 dias⇒ pústulas e úlceras - 7 a 10 dias⇒ formação de crostas - Lesões seguem o trajeto do nervo afetado e não ultrapassam a linha média - Regressão de 2 a 3 semanas, pode deixar cicatriz. - LESÕES ORAIS ocorrem com envolvimento do trigêmeo. - LESÕES ORAIS: Vesículas branco-opacas (1-4mm), que rompem e formam úlceras rasas. - Menos comum: necrose óssea com perda de dentes. - Pode acontecer envolvimento ocular, com morbidade significante - Paralisiafacial (síndrome de Ramsay Hunt) = lesões cutâneas do canal auditivo externo e envolvimento ipsilateral da face. 11 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME ● FASE CRÔNICA - 15% dos pacientes - Dor (neuralgia pós herpética) que persiste por meses após fase aguda - Incomum abaixo dos 50 anos - SINTOMAS: Queimação pulsátil contínua com prurido ou lancinante - Pode haver vermelhidão por leve toque da região - Geralmente regressão em 1 ano. - Características similares ao HSV TRATAMENTO - HERPES-ZOSTER - Medicamentos antivirais - Tratamento para alívio dos sintomas - Diversas medicações para alívio da dor, especialmente a neuralgia pós-herpética - Vacina: O vírus VZV vivo atenuado. Indicada para adultos com mais de 60 anos de idade. 12 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 3. MONONUCLEOSE INFECCIOSA (DOENÇA DO BEIJO) - Doença sintomática resultante da exposição a o Epstein-Barr (EBV) - Infecção normalmente ocorre pelo contato íntimo - EBV permanece no hospedeiro por toda a vida - Exposição ao vírus em crianças normalmente assintomática - Infecções sintomáticas - adultos jovens - SINTOMAS em adultos jovens: Febre, linfadenopatia, faringite, tonsilite. - Também pode ocorrer hepatoesplenomegalia. - Fadiga prodrômica, mal-estar até 15 dias antes da febre - Aumento de volume das amígdalas com exsudato- difuso na superfície - Petéquias transitórias no palato duro e/ou mole. - Regressão dentro de 4 a 6 semanas TRATAMENTO - MONONUCLEOSE INFECCIOSA - Antipiréticos, AINES - Antivirais não tem tanto efeito nas manifestações clínicas da doença 13 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 4. HERPAGINA - Coxsackievírus A, acomete principalmente crianças de 1 a 4 anos. - Maioria dos casos leve ou subclínica - SINTOMAS: Dor de garganta, disfagia, febre, tosse, vômitos, diarréia, cefaléia - LESÕES ORAIS na forma de vesículas que rompem e formam ulcerações em palato mole - Os sintomas regridem em poucos dias. 5. DOENÇA DOS PÉS, MÃOS E BOCA - Coxsackievírus A, acomete principalmente crianças de 1 a 4 anos - SINTOMAS: Erupções cutâneas e lesões orais associadas a sintomas semelhantes à gripe (dor de garganta, disfagia, febre) e tosse, cefaléia, vômito e diarreia - Lesões orais precedem as lesões cutâneas - Manchas vermelhas e vesículas dolorosas em orofaringe, boca e pele - Bolhas nas mãos, pele e pés 14 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 6. SARAMPO - Infecção causada pelo Paramixovírus do grupo Morbilivírus - Prevalência depende do grau de utilização da vacina - Transmissão por aerossóis - Manchas de Koplik: Máculas pequenas branco-azuladas na mucosa oral - O sarampo grave, no início da infância, pode afetar a odontogênese e resultar em hipoplasia do esmalte e defeitos nos dentes permanentes em desenvolvimento. - Complicações mais comuns em crianças de baixa idade: otite média, pneumonia, bronquite e diarréia - Também pode ocorrer encefalite com dano cerebral 15 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - A doença pode ser prevenida por vacinação (tríplice viral) - Vacina: vírus vivo atenuado - Normalmente a vacina é administrada no primeiro ano de vida 7. PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) - DNA vírus com mais de 200 tipos descritos - Responsável por diversas lesões orais e faciais - Transmissão por contato sexual - DST mais comum - Tipos de baixo risco oncogênico e alto risco oncogênico 7.1. PAPILOMA ESCAMOSO (HPV) - Proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado, que resulta numa massa papilar verrucosa, com aspecto de couve-flor. 16 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 7.2. VERRUGA VULGAR (VERRUGA COMUM) - Hiperplasia benigna focal do epitélio escamoso estratificado que pode se espalhar para outras partes da pele e mucosas por auto-inoculação. Raro na mucosa oral. 7.3. CONDILOMA ACUMINADO (VERRUGA VENÉREA) - DST que consiste na proliferação do epitélio escamoso estratificado da genitália, região perianal, boca e laringe. Múltiplas pápulas de aspecto corrugado. 7.4. HIPERPLASIA EPITELIAL FOCAL - Proliferação do epitélio escamoso oral, múltiplas pápulas planas ou arredondadas, normalmente agrupadas e com coloração da mucosa normal. 17 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 7.5. CARCINOMA ESCAMOCELULAR ORAL - Neoplasia epitelial de caráter invasivo e agressivo que corresponde a mais de 95% dos casos de câncer de boca. 7.6. CARCINOMA VERRUCOSO - Variações de baixo grau do carcinoma de células escamosas. Placa espessa, difusa, com projeções superficiais papilares ou verruciformes. ● Vacina contra o HPV - Meninas e mulheres de 9 a 45 anos - Meninos de 9 a 26 anos - Pessoas que vivem com HIV - Pessoa transplantada de 9 a 26 anos Doenças Autoimunes 1. PÊNFIGO VULGAR - Doença muco-dermatológica - Manifestação bucal normalmente é a primeira da doença. - Doença bolhosa (bolha intraepitelial) - Não tem caráter hereditário e etiologia é desconhecida 18 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Auto-anticorpos ⟶ fenda dentro do epitélio ⟶ bolha intra-epitelial - Adultos, 50 anos - As lesões bucais são as primeiras a surgirem e últimas a desaparecerem - Erosões e ulcerações irregulares distribuídas pela mucosa bucal (Raro identificação de bolhas e/ou vesículas - ruptura precoce do teto fino e friável) ● Sinal de Nikolsky positivo 19 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Tecido perilesional - Separação intra-epitelial - Células basais (“fileira de pedras de sepulturas”) - Acantólise - Células soltas e arredondadas (células de Tzanck) - IF (detecção de anticorpos) TRATAMENTO- PÊNFIGO VULGAR - Tratamento com corticóides sistêmicos e outros imunossupressores - Efeitos colaterais associados ao uso prolongado de corticoides - Mensuração dos anticorpos para acompanhamento - Não tratamento leva a óbito por infecções e desequilíbrios eletrolíticos. 2. PENFIGÓIDE CICATRICIAL ou BENIGNO DAS MEMBRANAS MUCOSAS - Grupo de doenças bolhosas muco-cutâneas crônicas, de origem auto-imune. (Bolha abaixo do epitélio) - Auto-anticorpos contra componentes da membrana basal - Mais comum que o pênfigo vulgar - Adultos, sexo feminino, 50-60 anos de idade - Lesões bucais (maioria) e acometimento de outras mucosas 20 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Vesículas e/ou bolhas são detectáveis clinicamente - Ulcerações e áreas desnudas de mucosa - Padrão difuso ou localizado (gengivite descamativa) - Envolvimento ocular - Formação de cicatriz resulta em aderências (simbléfaros) - Entrópio, triquíase - O Entrópio é uma condição onde as margens palpebrais apresentam-se invertidas, em direção ao globo ocular. O atrito dos cílios e também da pele sobre a córnea e conjuntiva provoca sintomas irritativos e lacrimejamento, podendo chegar a quadros graves de úlceras perfuradas, inclusive com perda do globo ocular.Triquíase é o alinhamento incorreto dos cílios, que roçam o globo ocular sendo que pessoa não é portadora de entrópio. (inflamação das bordas palpebrais) ou de lesão ou dano à pálpebra ou conjuntiva. 21 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME ● Sinal de Nikolsky positivo 3. ERITEMA MULTIFORME - Condição muco-cutânea bolhosa e ulcerativa - Relação com infecçõesprévias e/ou medicamentos - Adultos jovens, 20 a 30 anos - Erosões e ulcerações irregulares, crostas hemorrágicas no lábio - Anéis eritematosos circulares e concêntricos (lesões em alvo ou olho de boi) 22 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Vesículas subepiteliais ou intra-epiteliais - Necrose dos ceratinócitos basais - Histopatológico não é específico 3.1. ERITEMA MULTIFORME MAIOR ou SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON - Uma das formas mais graves do EM - Desencadeada principalmente por medicamentos - Acometimento da mucosa ocular e genital, além de boca e pele TRATAMENTO - ERITEMA MULTIFORME - Retirar medicamento que possa estar relacionado 4. ERITEMA MIGRATÓRIO ou LÍNGUA GEOGRÁFICA - Condição benigna comum. Associada ao estresse. - Afeta principalmente a língua - Predileção pelo sexo feminino - Etiologia desconhecida - ⅔ anteriores da língua, áreas de eritema 23 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Ponta e bordas laterais da língua são mais afetadas - Atrofia das papilas filiformes - Bordas sinuosas branco-amareladas e elevadas - Lesões assintomáticas (ou ardência/sensibilidade) - Hiperparaceratose, espongiose, acantose, alongamento das cristas epiteliais - Coleções de neutrófilos dentro do epitélio - Características histológicas semelhantes à psoríase = mucosite psoriasiforme TRATAMENTO - ERITEMA MIGRATÓRIO ou LÍNGUA GEOGRÁFICA - Tratamento geralmente não é necessário - Corticóide tópico em raros casos, quando ardência for acentuada 5. LÍQUEN PLANO - Doença mucocutânea comum - Frequente acometimento da mucosa bucal - Predileção por mulheres de meia-idade 24 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Lesões de pele: Pápulas poligonais, púrpuras e pruriginosas - Estrias de Wickham: rede de finas linhas brancas entrelaçadas. - Lesões bucais: reticular e erosiva 5.1. LÍQUEN PLANO RETICULAR - Forma mais comum - Geralmente assintomática - Predileção pela mucosa jugal posterior, bilateralmente - Padrão característico = Estrias de Wickham - Dorso da língua: placas ceratóticas e atrofia de papilas 25 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME 5.2. LÍQUEN PLANO EROSIVO - Forma menos comum - Lesões sintomáticas - Áreas eritematosas, atróficas, com ulceração central - Periferia das lesões = finas estrias brancas irradiadas 26 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Padrão gengivite descamativa = atrofia e ulceração na mucosa gengival LÍQUEN PLANO - Cristas epiteliais pontiagudas ou em forma de “dentes de serra” - Destruição da camada de células basais do epitélio (degeneração hidrópica) - Intenso infiltrado inflamatório semelhante a uma faixa subjacente ao epitélio - Ceratinócitos em degeneração = corpos de Civatte 27 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Líquen plano reticular geralmente NÃO requer nenhum tipo de tratamento - Em casos de infecção secundária (candidíase), terapia antifúngica - Líquen plano erosivo = tratamento com corticoides tópico e/ou sistêmico - Potencial de transformação maligna? 6. ESTOMATITE/ ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE - Uma das patologias mais comuns da mucosa oral - Etiologia desconhecida - Destruição da mucosa = reação imunológica mediada por células T - Outros fatores: trauma, alterações hormonais. - Diversos estímulos antigênicos podem ser o fator inicial da destruição imunomediada - Possui 3 variantes clínicas: ● Menor (aftas de Mikulicz): mais comuns ● Maior (doença de Sutton ou periadenite mucosa necrosante recorrente) ● Herpetiforme - Principal sintoma: dor 28 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Mais comum em crianças e adultos jovens - Mais frequente na mucosa oral não queratinizada. 6.1. ESTOMATITE/ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE MENOR - Duração da lesão é mais curta e existem menos recidivas - Ulceração com halo eritematoso, pseudomembrana no centro da lesão - 3-10mm de diâmetro, curam em 7 a 14 dias sem deixar cicatriz - Podem estar presentes de 1 a 5 lesões - Dor desproporcional ao tamanho da lesão 6.2. ESTOMATITE/ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE MAIOR - Maiores e com maior tempo de duração - Ulcerações mais profundas, de 1 a 3cm de diâmetro e bem dolorosas - Curam em 2 a 6 semanas e podem deixar cicatriz 6.3. ESTOMATITE/ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE HERPETIFORME - Maior número de lesões e maior frequência de recidiva - Lesões individuais pequenas (1-3mm de diâmetro), podendo chegar a 100 lesões 29 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Pequeno tamanho e grande número = semelhança à infecção primária pelo HSV - Lesões individuais podem coalescer em ulcerações maiores - Cicatrizam em 7 a 10 dias DIAGNÓSTICO CLÍNICO - E/UAR - Exclusão de outras doenças que produzem ulcerações - Avaliar desencadeantes TRATAMENTO - E/UAR - Tratamento com corticóides tópicos e/ou sistêmicos (casos mais graves) 7. ESTOMATITE ULCERATIVA CRÔNICA - Auto-anticorpos contra proteína nuclear semelhante a p63 e apresenta função no crescimento e diferenciação epitelial - Semelhança clínica com o líquen plano erosivo - Afeta mulheres adultas, 6ª década de vida - Úlceras circundadas por áreas de eritema e camadas de ceratose 30 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME - Características histopatológicas semelhantes ao líquen plano - Epitélio mais atrófico - Infiltrado inflamatório com muitos plasmócitos TRATAMENTO - ESTOMATITE ULCERATIVA CRÔNICA - Não respondem à terapia com corticóides tópicos e/ou sistêmicos - Tratamento com drogas anti-maláricas 8. SÍNDROME DE SJOGREN - Doença autoimune crônica sistêmica - Envolve principalmente as glândulas salivares e lacrimais - Síndrome sicca: xeroftalmia e xerostomia - Predileção por mulheres de meia idade - Intensidade da xerostomia varia a cada paciente - Saliva pode ficar espumosa, perda do reservatório habitual no soalho de boca - Dificuldade de deglutição, alterações no paladar, dificuldade de usar prótese - Língua fissurada e com atrofia de papilas - Predisposição a cáries e infecções oportunistas - Pode causar mucosite 31 Luana Guedes Diniz Odontologia - UNIME TRATAMENTO - SÍNDROME DE SJOGREN - Tratamento para alívio dos sintomas - Lágrima artificial/colírio - Saliva artificial - Aplicação de flúor 9. LÚPUS ERITEMATOSO - Exemplo clássico de condição mediada imunologicamente ● Lúpus eritematoso sistêmico ● Lúpus eritematoso cutâneo crônico ● Lúpus eritematoso cutâneo subagudo: manifestações clínicas intermediárias 9.1. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO - Estágio inicial inespecífico, com períodos de inatividade da doença - Predileção pelo sexo feminino, 3ª década de vida - SINTOMAS: Febre, perda de peso, fadiga, artrite - Exantema característico em padrão de borboleta sobre a região malar e nasal - Envolvimento renal e cardíaco - LESÕES BUCAIS: Graus variáveis de ulceração, dor, eritema e hiperceratose 32
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