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PROJETO TECENDO CIDADANIA: PROJETO DE APOIO AO ESTUDO DOS TEMAS TRANSVERSAIS Autores: Leonardo Cristovam de JESUS, aluno do IFC Campus Avançado Sombrio e bolsista do projeto. Ana Maria de MORAES, Pedagoga - Supervisora Pedagógica do IFC Campus Avançado Sombrio e Coordenadora do Projeto. Introdução O ensino integrado tem uma carga horária extensa e requer do aluno um período integral para o desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. Na maioria das vezes, os componentes curriculares, tanto da educação geral quanto da área técnica não estimulam os jovens a aprender a aprender e a falta de motivação resulta em fracasso escolar e apatia, já que a maioria dos alunos são adolescentes e precisam viver esta fase com intensidade, canalizando as energias em atividades motoras e artísticas que contribuirão para um desenvolvimento saudável. É nesta fase que eles compartilham valores, crenças e desenvolvem uma postura frente ao mundo que os cercam. Desta forma, devemos propiciar aos alunos algumas situações da realidade, para que os mesmos possam formar suas opiniões, discutindo-as no coletivo. O currículo integrado possibilita ao aluno o acesso ao conhecimento científico e tecnológico. Mas, em se tratando de alunos adolescentes, é imprescindível que a escola ofereça outros espaços para a aprendizagem, no intuito de valorizar as habilidades dos alunos, que contemple suas necessidades e colabore, sobremaneira, para uma educação integral, por meio da unidade corpo/mente. É oportunizar um espaço para “ (…) estabelecer uma “intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos”. (Freire, p. 30). Neste sentido, a escola deve partir do contexto em que a comunidade está inserida, discutindo seus problemas e contextualizando-os à luz dos conteúdos trabalhados, para que o aluno seja capaz de construir seu próprio conhecimento do mundo que o cerca, por meio de uma postura transdisciplinar. O que para Santos (2007), torna o aprender uma atividade prazerosa, “ à medida que resgata o sentido do conhecimento”. Sendo assim, as oficinas pretendem transformar as salas de aulas em espaços prazerosos, para que os alunos, segundo Carvalho (2009, p. 64), “se tornem cúmplices de uma aventura que é o aprender a aprender e o aprender a pensar”. No entanto, não podemos esquecer que estes são espaços pedagógicos, onde o processo de ensino e aprendizagem é desenvolvido de uma forma mais lúdica, por meio de oficinas que potencializem Zonas de desenvolvimento Potenciais. Antunes (2010, p.29) conceitua Zona de Desenvolvimento proximal como “Um espaço teórico gerado na própria interação entre educador e educando em função dos esquemas de conhecimento sobre a tarefa a ser realizada pertencentes a este último e os saberes, recursos e suportes de apoio utilizados pelo educador”. A aprendizagem é construída em contextos múltiplos, que permeiam os relacionamentos e os diálogos que permitirão a construção de novos significados. Para Arroyo (2004, p. 220- 221) “Os múltiplos contextos sociais e o uso dos instrumentos culturais e dos conhecimentos, vão abrindo novas possibilidades de sua apropriação (..) Dependendo do trato que o ordenamento escolar der a esta heterogeneidade de vivências estaremos abrindo ou bloqueando possibilidades de construção e apreensão do conhecimento”. Neste sentido, busca-se propiciar um espaço para o desenvolvimento integral dos alunos, por meio de atividades lúdicas e formativas, levando-os a se posicionarem criticamente sobre a realidade, estimulando os alunos a participar de atividades que envolvam os Temas Transversais, fomentando a importância de outros espaços de aprendizagem na escola, além da sala de aula e despertar no aluno o senso crítico, estético e criativo. Material e Métodos O projeto está sendo desenvolvido por meio de oficina, ocorrendo uma hora quinzenal aos alunos para o desenvolvimento destas atividades, enfocando temas essenciais à sua formação cidadã, como educação para o trânsito, valorização do idoso, ética e cidadania, meio ambiente, saúde, gênero, diversidade cultural, entre outros temas, para que o aluno possa apropriar-se da realidade por meio de uma atividade mais lúdica e prazerosa, valorizando a participação de todos. Neste sentido, buscar-se-á nos filmes, músicas, documentários, palestras, visitas, etc. um recorte sobre a realidade, possibilitando debates acerca da mesma, além de trabalhar as emoções e a sensibilidade, visando, ainda, a autoestima e inclusão do aluno e um olhar mais crítico sobre as questões ambientais, sociais, políticas e econômicas. Ao término do projeto, será feito um artigo científico, no intuito de mensurar os dados do mesmo, como o número de participantes nas oficinas, bem como a qualidade dos debates, através de entrevistas e questionários, propiciando a participação de todos os envolvidos com suas experiências e contribuições. Resultados e discussão Foram desenvolvidos até o momento as temáticas Educação para o Trânsito e Educação Ambiental, onde os alunos participaram ativamente, debatendo experiências do seu cotidiano, além de pesquisas sobre o tema, como mostra a figura a baixo. Percebe-se que o envolvimento dos alunos ocorre devido os conteúdos estarem relacionados à sua realidade, contribuindo para uma formação integral, onde a participação nos debates e apresentação das atividades permitiram aos mesmos se posicionarem enquanto protagonistas de suas aprendizagens, como por exemplo em uma atividade em que os alunos deveriam observar pontos positivos e negativos do trânsito local e os mesmos observaram os próprios colegas, atravessando a avenida em frente ao Campus, sem respeitarem a faixa de segurança. Ações como esta, evidenciam o amadurecimento dos alunos em relação ao desenvolvimento de uma postura crítico-reflexiva acerca dos temas trabalhados no projeto. Figura 1 - Educação para o Trânsito Apresentação de grupos sobre o tema educação para o trânsito. Uma outra atividade relacionada ao tema foi pesquisar nas mídias (jornais, internet) estatísticas sobre acidentes no trânsito, conforme nos mostra a Figura 1. Além de pesquisar as fontes, coube aos alunos a apresentação dos resultados, o que contribuiu, sobremaneira, para a desenvoltura destes. Conclusão As conclusões iniciais do Projeto demonstram o envolvimento e engajamento dos alunos nas atividades propostas, além do desenvolvimento crítico frente aos temas trabalhados. Percebe-se, ainda, a importância de um espaço que propicie o desenvolvimento por meio de atividades lúdicas e formativas fora da sala de aula. Espera-se que os resultados apontados até o presente momento permeiem todas as demais etapas do projeto. Referências ANTUNES, Celso. Vygotsky, quem diria?! Em minha sala de aula. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2010. ARROYO, Miguel G. Imagens Quebradas: Trajetórias e tempos de alunos e mestres. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2004. CANDAU, Vera Maria (Org.). A didática em questão. 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. CARVALHO, Rosita Edler. Removendo barreiras para a aprendizagem. 8ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 34ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. SANTOS, Ana Cristina Souza dos; SANTOS, Akiko. Educação transdisciplinar: Ampliando horizontes. Gráfico 1 - Presença no Encontro de Sensibilização do tema Educação para o Trânsito, 01/06/2016 Gráfico 2 - Presença no Encontro de Debate do tema Educação para o Trânsito, 15/06 Autores: Leonardo Cristovam de JESUS, aluno do IFC Introdução
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