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Fenômenos de Transporte 02/2018 Prof. Lourival Mendes, Dr. Eng. Instituto de Engenharia Mecânica - IEM Sala 3.02 lourival.mendes@unifei.edu.br Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Aplicações e Definições Muitos problemas de mecânica de fluidos não envolvem movimentos. Eles tratam de distribuição de pressão em um fluido estático e seus efeitos sobre superfícies sólidas e sobre corpos flutuantes e submersos Quando a velocidade do fluido é nula, condição hidrostática, a variação de pressão deve-se apenas ao peso do fluido. Em um fluido em repouso, a tensão normal em qualquer plano por meio de um elemento de fluido em repouso é uma propriedade de ponto chamada de pressão P do fluido considerada positiva para compressão. A pressão é definida como força normal exercida por um fluido por unidade de área [Pa = N/m²]. Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Estática de Fluidos Considere um volume triangular de fluido, em equilíbrio, de espessura unitária na direção normal ao quadro Sendo p 1 , p 2 e p 3 as pressões nas três faces. As únicas forças atuando no elemento são as forças de pressão normal às faces e o peso do elemento. Em um fluido parado, as tensões viscosas tangenciais estão ausentes e a única força entre as superfícies adjacentes é normal à superfície. Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Estática de Fluidos Uma vez que não há aceleração é possível aplicar a segunda lei de Newton, temos que: Um balanço de forças na direção vertical nos fornece: Se considerarmos um elemento de fluido se reduzindo a um ponto, dz → 0, temos que p 1 = p 2 . p1ds sen(θ)− p3dz=0 Direção de X Sendo dz=ds sen(θ) → p1= p3 −( p1ds)cos(θ)+ p2dx−(1 /2)dx dz ρ g=0 Sendo cos(θ)ds=dx → p2− p1−(1 /2)ρ g dz=0 Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Estática de Fluidos Ou seja, em um ponto do fluido estático todas as pressões são iguais, tal que a força por unidade de área é independente da orientação angular da superfície sendo assim uma quantidade escalar. Podemos então concluir que a pressão no ponto em um fluido tem a mesma magnitude em todas as direções. Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Para determinar a distribuição espacial da pressão em um fluido estático considere um cubo infinitesimal de lados dx, dy e dz. Considere o campo gravitacional na direção de z. Um balanço de forças na direção x e y do Volume de Controle mostra que as pressões dos dois lados perpendiculares ao eixo x e y são iguais, tal que: ∂ p ∂ x = ∂ p ∂ y = 0 pdy dz−( p+∂ p∂ x dx )dy dz=0 p dx dz−( p+ ∂ p∂ y dy )dx dz=0 Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Um equilíbrio vertical requer que: Tal que Este fato mostra que a pressão em um fluido estático diminui com a altura. Integrando resulta em: Esta equação mostra que a pressão em um líquido decresce linearmente com a altura. Isso implica que o aumento de pressão na altura h abaixo da superfície livre do líquido é igual a ρgh, o qual é o peso da coluna de líquido de altura h e seção transversal uniforme. pdx dy−( p+ ∂ p∂ z dz )dx dy−ρ g dx dy dz=0 dp dz =−ρ g p=p0−ρg z Onde p= p0 em z=0 Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Notamos que o nível de pressão não é importante para avaliar a força total de pressão. Ao contrário, o que importa é a taxa de variação de pressão com a distância, o gradiente de pressão. 1º Termo – Força de pressão total por unidade de volume em um ponto 2º Termo – Força de campo por unidade de volume em um ponto. Esta equação se aplica a um fluido em repouso e/ou com velocidade constante sem forças viscosas, tendo a gravidade como única força de campo −∇⃗ p+ρ g⃗=0 Para um Fluido em Repouso Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Lei de Pascal: “Todos os pontos em um fluido em repouso (e conectado pelo mesmo fluido) estão na mesma pressão se eles estiverem na mesma profundidade”, por exemplo os pontos B e C. Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Para caso de líquidos podemos assumir que são aproximadamente incompressíveis, de modo que podemos desprezar suas variações de densidade tal que a equação fica: Onde g é o peso específico do fluido com dimensões de peso por unidade de volume e a grandeza p/g é um comprimento chamado de carga de pressão do fluido p2−p1=ρg(z2−z1)=g(z2−z1) z1−z2= p2 g − p1 g Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Os gases são compressíveis, sendo a densidade é aproximadamente proporcional à pressão. Assim, a massa específica deve ser considerada uma variável na equação de estática. Se a integração abranger grandes variações de pressão. Aplicando a lei dos gases ideais: A integral requer uma hipótese sobre a variação da temperatura ao longo da altura, T(z), tal que para uma atmosfera isotérmica, T = T 0 . dp dz =−ρg=− P RT g ∫ 1 2 dp p =ln ( P2P1 )=−gR ∫1 2 dz T P2=P1 exp (−g (z2−z1)RT 0 ) Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Equação Básica da Estática de Fluidos Para o caso da Terra, a temperatura decresce quase linearmente com o aumento de z até 11.000 [m] Onde T 0 = 15 ºC e B = 0,00650 K/m, o que resulta em Para altitudes menores que 200 [m] o erro é menor do que 1% para gases ao assumirmos atmosfera isotérmica. T=T 0−Bz p=pa (1−BzT o ) g RB Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Exemplo 2.3 White 6º ed. O uso clássico de um manômetro ocorre quando os dois ramos do tubo em U são de mesmo comprimento, e a medida envolve a diferença de pressão entre os dois pontos na horizontal. A aplicação típica é a medida da diferença de pressão por meio de um medidor de vazão. Deduza a fórmula para a diferença e pressão em termos dos parâmetros do sistema. Resposta: Pa−Pb=(ρ2−ρ1 ) gh Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Paradoxo da Hidrostática Os três recipientes abaixo preenchidos com água possuem a mesma área de base e a mesma altura, mas possuem diferentes formatos e diferentes volumes. Qual valor o dinamômetro deve marcar para cada um? Fonte: Fontana, F., Di Capua, D., Role of hydrostatic paradoxes towards the formation of the scientific thought of students at academic level, European Journal of Physics, 2005. Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Forças Hidrostáticas Sobre Superfícies Planas Submersas O projeto de estruturas de contenção requer o cálculo das forças hidrostáticas sobre várias superfícies sólidas adjacentes ao fluido. Essas forças se relacionam com o peso do fluido agindo sobre a superfície. No sentido de determinar completamente a força resultante atuando em uma superfície submersa devemos especificar: 1) A magnitude da força 2) A direção da força 3) A linha de ação da força Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Forças Hidrostáticas Sobre Superfícies Planas Submersas A Figura apresenta uma superfície plana submersa em um líquido formando um ângulo arbitrário θ com a superfície horizontallivre. A superfície submersa tem um centro de gravidade localizado em x cg e y cg . A superfície livre está na pressão atmosférica (pressão manométrica zero) Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Forças Hidrostáticas Sobre Superfícies Planas Submersas Assim a magnitude da força resultante em um lado da placa fica: Onde p CG é a pressão atuante no centro de gravidade de A. Esta equação é válida independente da pressão atmosférica, formato da placa e ângulo de inclinação da superfície. Ou seja, a magnitude da força sobre um dos lados de qualquer superfície plana submersa em um fluido homogêneo é igual ao produto da pressão no centroide da placa pela área da placa. F R=( pa+g hCG)A=pCG A Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Forças Hidrostáticas Sobre Superfícies Planas Submersas Devemos lembrar que apesar da força ser calculada a partir da pressão no centroide da placa este não é o local no qual a força atua. Ao invés disto a força resultante atua na região abaixo do centroide na direção da região de alta pressão. Devemos então determinar a localização de atuação da força resultante. Esta localização é conhecida como centro de pressão (x CP , y CP ). Dessa forma precisamos somar os momentos das forças elementares pdA ao redor do centroide e igualar com o momento da força resultante. Tal que: I xx – Momento de Inércia I xy – Produto de Inércia yCP= −g sen(θ)I xx pCG A xCP= −g sen(θ) I xy pCG A Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Forças Hidrostáticas Sobre Superfícies Planas Submersas Sabemos que a pressão atua normal à superfície e que as forças hidrostáticas atuam na placa plana, de qualquer formato, formando um volume cuja base é área plana e a altura varia linearmente com a pressão formando um prisma de pressão cujo volume é igual à magnitude da força hidrostática resultante e a linha de ação desta força passa através do centroide do prisma homogêneo. A projeção do centroide na placa é o centro de pressão. Este conceito reduz o problema em encontrar volume e as duas coordenadas do centroide do prisma de pressão. Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Exemplo 2.7 White 6º ed. Um tanque tem um painel em forma de triângulo retângulo próximo ao fundo como na figura. Omitindo p a encontre a força hidrostática e o CP sobre o painel Respostas: F R = 2540 kN y CP = -0,444 m x CP = +0,111 m Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Exercício 2.62 White 6º ed. A comporta AB na Figura tem 4,5 m de comprimento e 2,4 m de largura e está articulada em B com um limitador em A. A água está a 20ºC. A comporta é construída com aço de 2,5 cm de espessura e densidade d = 7,85. Calcule o nível h da água para o qual a comporta começará a cair. Dados: Contrapeso = 44.500 N ρ H2O = 998 kg/m³. g = 9,81 m/s². Resposta: h = 3,23 m Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Estática de Fluidos Exercício Um aquário com 80 cm de altura e seção transversal de 2 x 0,6 m que está parcialmente cheio com água deve ser transportado na carroceria de um caminhão. O caminhão acelera de 0 a 90 km/h em 10 s. Para que a água não derrame durante a aceleração, determine o peso inicial que a água do tanque pode ter, em kN. Qual é o lado que deve ser alinhado com a direção do movimento para transportar a maior quantidade de água possível? Resposta: Caminhão deve ser orientado para que seu lado menor fique paralelo à direção do movimento. P = 8,5 kN Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Conceitos Fundamentais Sugestão de Exercícios F. White – Mecânica de Fluidos, 6°Ed. Cap2 – 2.11, 2.13, 2.17, 2.20, 2.54, 2.56, 2.73, 2.142, 2.145. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23
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