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DISCIPLINA : EMBRIOLOGIA PROF. VANEIR INOCÊNCIO BEZERRA PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS A placenta é um órgão fetomaterno que separa o feto do endométrio – camada interna do útero. É o local onde ocorrem as trocas gasosas e de nutrientes entre mãe e feto. Ela e o cordão umbilical funcionam como um sistema de transporte dessas substâncias: nutrientes e oxigênio passam pela placenta da mãe para o feto, enquanto que o dióxido de carbono e excretas passam do feto para a mãe. A placenta, suas membranas fetais e o cordão umbilical são estruturas temporárias que serão expelidas/retiradas após o parto. A placenta possui três funções principais: Metabolismo placentário: a placenta é responsável, principalmente na fase inicial da gravidez, pela síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos, utilizados como fontes de energia e nutrientes para o embrião/feto. Transporte de substâncias (transferência placentária): ocorre nos sentidos feto-materno e materno-fetal, por meio de um dos quatro mecanismos: difusão simples (transporte passivo), difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose. As substâncias transportadas são gases (troca gasosa de oxigênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono por difusão simples), substâncias nutritivas (como água, glicose, aminoácidos e vitaminas), hormônios, eletrólitos, anticorpos maternos, produtos de excreção, agentes infecciosos, drogas/fármacos e seus metabólitos. Secreção endócrina: hormônios proteicos sintetizados na placenta são o hCG, somatotropina coriônica humana (ou lactogênio placentário humano), tireotropina coriônica humana e corticotropina coriônica humana. A glicoproteína hCG é detectada por um exame de sangue denominado beta hCG utilizado para o diagnóstico de gravidez já após o sexto dia de gestação, uma vez que este hormônio começa a ser sintetizado pelo sincíciotrofoblasto durante a nidação. O hCG tem como função manter a funcionalidade do corpo lúteo dentro do ovário, sintetizando ininterruptamente a produção de progesterona, impedindo a retomada do ciclo menstrual. Com a formação da placenta, esta assume a síntese de hCG e também da progesterona e estrogênio. A placenta é constituída por: Uma porção fetal, originária do saco coriônico – córion viloso (frondoso); Uma porção materna, derivada do endométrio – decídua basal. A decídua refere-se à camada funcional do endométrio de uma mulher grávida (endométrio gravídico) que se separa do restante do útero ao nascimento. Ainda durante o desenvolvimento da placenta e com o crescimento do concepto, observamos que o saco amniótico cresce mais rápido do que o saco coriônico, resultando na fusão entre o âmnio e o córion formando a membrana amniocoriônica (Fig. 3 –B), que posteriormente irá se fusionar com a decídua capsular. A decídua capsular, por sua vez, faz protuberâncias na cavidade uterina e torna-se bastante atenuada, aproximando-se da decídua parietal no lado oposto, e se fusionando com esta, o que acarreta a obliteração da cavidade uterina. A falta de circulação na decídua capsular entre a 22ª e a 24ª semanas do desenvolvimento, leva à sua degeneração e desaparecimento, fazendo com que a membrana amniocoriônica se fusione com a decídua parietal (Fig. 3-B). É a membrana amniocoriônica que se rompe no trabalho de parto e leva à expulsão do líquido amniótico através do colo e da vagina em direção ao exterior. A ruptura precoce desta membrana é o evento mais comum que ao parto prematuro. MEMBRANA PLACENTÁRIA A membrana placentária é uma estrutura responsável em separar o sangue materno do fetal. É composta, até a 20ª semana (Fig.5 –B), pelo sincíciotrofoblasto e endotélio dos capilares fetais. Após a 20ª semana (Fig. 5 –C), a membrana placentária passa a ser formada por três camadas, tornando-se atenuada e fina. A membrana placentária age como barreira somente quando a molécula é de tamanho, configuração e carga específicos. Alguns metabólitos, toxinas e hormônios, embora presentes na circulação materna, não atravessam a membrana placentária em quantidades suficientes para afetarem o embrião/feto. No entanto, a maioria das drogas e outras substâncias presentes no plasma materno ultrapassa a membrana placentária, atingindo o plasma fetal. Com o avanço da gestação, a membrana placentária torna-se progressivamente mais fina de modo que o sangue presente em diversos capilares fetais torna-se extremamente próximo ao sangue materno no espaço interviloso (Fig. 6). ANEXOS CORDÃO UMBILICAL : Sua ligação à placenta geralmente fica no centro da superfície fetal da mesma, mas nada impede que essa aderência ocorra em qualquer ponto. Possui duas artérias e uma veia cercados por um tecido conjuntivo mucoide (Fig. 4). Um cordão umbilical normal tem de 1 a 2 cm de diâmetro e 30 a 90 cm de comprimento (sendo a média de 55 cm). Cordões muito longos ou muito curtos são anormais: os muito longos podem sofrer prolapso e/ou enrolar-se em torno do feto podendo causar hipóxia fetal; os muito curtos podem causar separação prematura da placenta da parede do útero durante o parto. ÂMNIO E LÍQUIDO AMNIÓTICO : O âmnio forma o saco membranoso, cheio de fluido, que envolve o embrião e depois o feto (Fig. 2 e 3). Este fluido é o líquido amniótico, que desempenha papel fundamental no crescimento e desenvolvimento do embrião, é secretado inicialmente em pouca quantidade pelas células amnióticas. A maior parte desse fluido provém do fluido tecidual materno e do liquido intersticial por difusão através da membrana amniocoriônica a partir da decídua parietal. O líquido amniótico é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos digestivo e respiratório. Trata-se de uma solução aquosa na qual material não dissolvido se encontra suspenso . Metade dos constituintes orgânicos é proteína, e a outra metade envolve carboidratos, enzimas, gorduras, hormônios e pigmentos. Há acréscimo de excretas fetais (urina e mecônio [fezes fetais]) à medida que a gravidez avança. O líquido amniótico tem várias funções: atua como uma barreira contra infecções; permite o desenvolvimento normal dos pulmões fetais e o crescimento externo simétrico do embrião; impede a aderência do âmnio ao feto; acolchoa o feto contra lesões; auxilia no controle e manutenção da temperatura corporal do embrião; participa da manutenção da homeostasia dos fluidos e eletrólitos; permite uma movimentação livre do feto. VESÍCULA UMBILICAL – SACO VITELINO : A vesícula umbilical sofre atrofia a partir da 10ª semana e raramente persiste durante toda a gravidez (Fig 2 –B e Fig. 3 –A e B). E apesar da não existência do vitelo, sua presença é essencial por várias razões: desempenha papel na transferência de nutrientes para o embrião na 2ª e 3ª semanas, período no qual a circulação uteroplacentária é estabelecida; durante a 4ª semana, seu endoderma é incorporado pelo embrião para formação do intestino primitivo, e epitélios da traquéia, brônquios, pulmões e canal alimentar; o mesoderma extraembrionário que cobre a parede do saco vitelino é o local onde ocorre a formação inicial de sangue até a atividade hematopoiética começar no fígado; é no revestimento endodérmico da parede do saco vitelino onde as células germinativas primordiais aparecem para mais tarde migrarem para as gônadas em desenvolvimento. ALANTÓIDE : Na terceira semana, o alantoide se assemelha a um divertículo a partir da parede caudal da vesícula umbilical que se estende ao pedículo de conexão. Apesar de não ter função em embriões humanos, o alantoide é importante para a formação sanguínea inicial que ocorre em suas paredes, seus vasos sanguíneos persistem como as artérias e veias umbilicais, e sua porção intraembrionária passa do umbigo para a bexiga, formando mais tarde o úraco. Após o nascimento, o úraco torna-se um cordão fibroso, o ligamentoumbilical mediano, que se estende do ápice da bexiga ao umbigo. ESTUDO DIRIGIDO : 1) Faça um resumo sobre a placenta, suas funções e processo de formação; 2) O que é hCG? Qual sua importância ? ; 3) CARACTERIZE : a) Sinciciotrofoblástico; b) Córion; c) Membrana amniocoriônica; 4) Defina membrana placentária e comente como são realizadas as trocas gasosas e nutrientes do feto. 5) Caracterize e indique a importância de : a) Cordão umbilcal; b) Líquido aminiótico; c) Saco Vitelino; d) Alantóide; DISCIPLINA : EMBRIOLOGIA PROF. VANEIR INOCÊNCIO BEZERRA PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS
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