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Universidade Estácio de Sá - Campus: Sulacap
Teorias e Técnicas Psicoterápicas
Nome:Adriana Silva de Lima- 201903535611
Maria Júlia Mendes Mello-201802407332
 Sérgio coelho de Azevedo-201903144566
Jorge Luis Soares Nascimento da Gama-201903464447
Alan dos Santos do Carmo-201903537291
Marcos Gabriel de Carvalho dos Santos-201904006566
Estudo de casos
 
CASO 1
Carlos e Sandra procuraram ajuda porque Sandra, uma médica de 27 anos, pediu para Carlos sair de casa. Carlos, um economista da mesma idade, morava com Sandra em um apartamento muito confortável, cedido pelo pai de Sandra. Sandra alegou que além de vários problemas que vinham tendo, estava envolvida com um colega de trabalho e queria tempo para pensar. 
A família de Sandra tinha posses, e ela se ressentia pelo fato da mesada que ganhava dos seus pais ser essencial para manter a qualidade de vida do casal. Carlos aceitava uma vida simples e preferia abrir mão dessa ajuda a ter que aceitar um outro trabalho e ganhar mais. Além disso, Carlos achava que muitas das preocupações de Sandra eram fúteis. 
O que se viu na terapia foi que se casaram muito rápido, após somente nove meses de namoro, movidos por uma forte atração sexual e pelo desejo de Sandra de ter sua própria casa, o que na sua cultura familiar significava casamento. 
Um ano depois, quando buscaram a terapia, já estava claro para ambos que a separação era a melhor alternativa. (COPSTEIN, in: CORDIOLI cols. 2008, p. 250).
(A PARTIR DAQUI, FIQUEI EM DÚVIDA SE A TRANSCRIÇÃO QUE SEGUE FAZ PARTE DO CASO OU SIMPLESMENTE BUSCA MOSTRAR FATORES QUE PODEM IMPACTAR A VIDA DE UM CASAL, SE HOUVER CONSENSO QUE NÃO FAZ PARTE PODEMOS CORTAR).
 Outros aspectos importantes para a vida do casal: atração sexual, companheirismo, cuidar um do outro e dos filhos. 
No caso de filhos, a distribuição de funções e obrigações, além do surgimento do primeiro triângulo afetivo, como também a elaboração de uma nova identidade pela passagem do status de marido e mulher ao de pai e mãe (como você leu no caso de Bruno e Ana) são alguns dos ingredientes mais comuns na instalação de desentendimentos mútuos e a origem do casal disfuncional. 
Existem grandes possibilidades, em função dos cuidados ao bebê, que o casal deixe a relação romântica, marido-mulher, em segundo plano; fato que pode gerar problemas sérios, inclusive os de infidelidade, principalmente se o marido se sente abandonado, devido às questões de dificuldades afetivas próprias, ou mal resolvidas em sua história pessoal. 
Também as dificuldades emocionais surgidas pela questão profissional, ou da relação com o trabalho e as cobranças sociais e culturais acerca dos cuidados com o menor podem ser elementos para a desagregação do casal. Como também as relativas às vidas particulares de cada um, por exemplo, a ida à academia, as saídas do marido com seus amigos para jogar futebol ou vôlei, o famoso “dia das meninas” das esposas, os chopes com os colegas de trabalho, entre outras situações. 
Como se percebe, são inúmeras as razões pelas quais o casal pode desenvolver a partir desses conflitos e desajustes que tornam a vida muito difícil, e o afastamento muito provável entre eles.
Resposta:
No caso em tela, dadas as circunstâncias descritas, nos parece que a terapia de casal, seria a mais indicada, uma que tem por objetivo qualificar a relação com intervenções realizadas na vivência conjugal. Visando que, a proposta da terapia de casais consiste em promover a melhoria do relacionamento conjugal, com o objetivo de resolver conflitos existentes na relação do casal.
Antes de adentramos no papel do psicoterapeuta, é importante frisar que as questões de relacionamento de casais recebem muitas ofertas, seja por meio das mídias das TVS abertas ou pelas redes sociais, de soluções rápidas e fáceis, do tipo: “trago seu esposo em 10 dias,” retiros espirituais, muito dos quais concebidos e realizados por pessoas sem qualquer preparo, cujo objetivo é auferir ganhos num momento de fragilidade psicológica dos envolvidos. Essas técnicas e rituais sem comprovação científica, criam uma falsa impressão de sucesso num primeiro momento, por conta dos estímulos recebidos, mas que não se mantém na linha do tempo, pelo contrário, em muitos casos terminam em violência ou em condições de irreversibilidade, com a judicialização e grande desgaste emocional para os envolvidos. 
 O Psicoterapeuta, profissional habilitado a trabalhar calcado na ciência, funciona como um intermediador entre o casal, fomentando um diálogo qualificado, que reverbere na visão de vida e de mundo, fatos que são prejudicados pelas tensões provocadas pelas fortes emoções envolvidas, que dificultam as mudanças de velhos padrões que não trazem benefícios para a relação.
As sessões de terapia, em regra, ocorrem uma vez por semana com duração de 50 minutos. Podendo ser aumentada para 2 sessões semanais num primeiro momento face ao nível de risco envolvido, sendo reduzida para 1 sessão no momento em que se perceba essa possibilidade. As questões trabalhadas na terapia seriam relacionadas ao próprio casal visando a “satisfação conjugal” que inclui diversas variáveis, por conta da individualidade de cada ser, ou seja, as experiências e vivências que seriam interligadas nessa relação. Sabemos que através de pesquisas as famílias de origem exercem influências nas escolhas de seus parceiros. Entendemos assim, que os indivíduos possuem certa tendência em repetir padrões vivenciados na infância.
DAQUI EM DIANTE PODEMOS TECER COMENTÁRIOS SOBRE O CASO CONCRETO. (livro da disciplina págs 144 em diante)
Tempo de relacionamento x conjugalidade (pág 149 e 155 caso Ana e Bruno) x reais interesses por trás do casamento x fator família x dinheiro x ambições divergentes x traição .
Em relação ao caso 1, podemos perceber que Sandra ainda possui laços de dependência financeira com os pais, e suas prioridades não eram as mesmas de Carlos, pois o mesmo dizia que Sandra se preocupava com coisas fúteis. O casal ainda não se conhecia o suficiente para arcar com um relacionamento matrimonial, onde não só a atração sexual é importante, mas sim todo contexto social existente na vida de cada um. Como por exemplo a vontade de Sandra de ter sua própria casa, que é entendido na família da mesma como casamento, ou então o fato de Carlos dar prioridade para coisas mais simples mas contando com a ajuda dos sogros, enquanto Sandra dá total prioridade aos poderes aquisitivos. Essa parte mostra bastante a diferença dos fatores socioeconômicos de cada um, os valores e crenças familiares e a importância que cada um dá para isso. Tais contextos são diferentes na vida de ambos, o que significa que em algum momento determinadas decisões que deveriam ser tomadas pelos dois seriam conflituosas.
Sandra não havia se tornado uma pessoa independente, apenas saiu da casa dos pais, mas não assumiu a vida adulta muito menos de casada. Carlos não tinha postura em relação a questões financeiras, percebe-se certa comodidade em receber a ajuda dos sogros para manter um padrão de vida.
Nessa relação é preciso trabalhar o objetivo de cada um, e procurar afinidades para que o casal possa dentro desse contexto estabelecer uma mutualidade de interesses com o objetivo de que essa relação possa ser favorável. Trabalhar questões da infância para que haja entendimento do motivo de seus comportamentos disfuncionais. A partir daí elaborando tais questões para que entendam o caminho melhor a ser seguido. 
O X da procura da terapia não deve ser a traição em si, mas o que levou a mesma a acontecer. Os desejos de cada um, as metas, anseios, para que estejam na mesma página. Lembrar também a importância de expressar seus sentimentos, opiniões para que não virem questões futuras e principalmente a importância do casal ter intimidades não só sexuais, mas sim de conhecer a intimidade de cada um.
Acreditamos que a abordagem sistêmica seria a melhor opção para o caso da Sandra e do Carlos, porque na teoria sistêmica, a família, ou o casal, é vista como uma totalidade, na qual analisaros seus membros individualmente, não é o suficiente para explicar o comportamento de todos os outros membros. Desta forma, quando se estuda questões familiares, é importante analisar a transgeracionalidade que se refere como o resgate dos conteúdos que acompanham a história familiar e se mantém ao longo das gerações. E com isso, eu acredito que se conecta com o fato da pensão que ela recebe de sua família e da qualidade de vida que ela deseja manter e que entra em conflito com a qualidade de vida simples que satisfaz Carlos. E na abordagem sistêmica, também se fala muito que é comum ao analisar os casais, encontrar padrões de comportamentos, crenças e valores que vêm sendo repetidos de geração em geração. 
Outro ponto importante também é que na abordagem sistêmica, quando se fala em fundamentos teóricos de uma terapia de casal, um ponto importante é o que eles chamam de contrato de casamento. Dito isso, eles falam que é muito importante que as pessoas tenham em mente os seus objetivos de vida e, se tiver um parceiro, que analise se é possível realizar seus sonhos, e alcançar seus objetivos ao lado desta pessoa. Além disso, também é importante que o casal pense sobre esses aspectos antes de se casar ou de morar junto e que ambos os cônjuges tenham consciência do que cada um está disposto a fazer pela relação. Analisando isso, eu relaciono bastante com a pauta levantada no caso sobre, não só a ideia de eles terem uma divergência de ideias para a qualidade de vida que eles gostariam de viver, mas também no tempo que eles tiveram para conversar sobre os seus desejos e objetivos de vida e se conseguiriam alcançá-los em matrimônio. Dito que, um casamento é um passo muito importante para ser tomado na vida de um casal e não dá para sustentar a relação de matrimônio apenas com a “forte atração sexual e o desejo da Sandra de ter sua casa própria”.
Eu disse um pouco sobre a transgeracionalidade que é citada no desenvolvimento do vínculo, mas nessa mesma pauta antes de falar sobre a transgeracionalidade eles falam que ao passar o tempo de casal, tem algumas áreas que tendem a ter conflitos, em que se concentram as queixas a regulação da intimidade do casal. Contudo, a que a necessidade do casal de conseguir manter uma intimidade na área sexual, uma vez que o sexo é um dos principais motivos de queixa entre os casais. E relacionando com o caso de Sandra e Carlinhos, eu não estou citando a intimidade focando na área sexual e sim relacionando nessa parte da intimidade do casal ao todo pelo fato de ela está se relacionando com um colega de trabalho e, ao mesmo tempo, está se sentindo confusa pedindo um tempo para pensar. 
Olhando o caso e pensando na função do terapeuta em uma abordagem sistêmica e relacionando com o caso da Sandra e Carlinhos, um pensador chamado Maurizio Andolfi vai dizer que o terapeuta ele deve olhar os comportamentos “incorretos” do casal como um “acordo subjacente” que eu já observo que seja o contrato do matrimônio do casal baseado na atração sexual e a vontade dela de ter a sua casa própria, “uma solidariedade genuína e testada ao longo do tempo” como a pensão e o apartamento muito confortável que o pai de Sandra cedeu aos dois que no início foi bom, mas depois acabou incomodando a Sandra o fato de que se ressentia de isso ser essencial para manter a qualidade de vida do casal. Afinal de contas, o Andolfi fala que isso se manifesta de modo incongruente, ou seja, no caso dela se manifestou também com o fato de a Sandra querer se desvincular disso mas manter a sua qualidade de vida e o Carlos dizer que uma vida simples já bastaria para ele mesmo ele tendo que ceder a pensão e também frisar que as preocupações de Sandra, em grande parte eram fúteis. (ANDOLFI, 1995, p.112). 
Além disso, esses pontos precisam ser desvendados pelo terapeuta, assim como em que deve ajudar o casal a visualizar a tensão do colapso do casal deve ser deslocada e fazer com que o casal observe que os problemas não estão no outro, mas nas relações que eles tiveram até a relação do casal, até mesmo nas relações com as famílias de origem. 
Ele diz também que é possível os problemas do casal podem ter influência dos padrões relacionais das suas famílias, é importante que o terapeuta busque encontrar, as repetições que vem sendo passadas ao longo das gerações, que seria a ideia da transgeracionalidade. A partir disso, esses valores que são passados pelas famílias de origem, podem ajudar um indivíduo ao longo da sua vida tal como também podem dificultar o desenvolvimento de relações familiares saudáveis, isso sempre vai depender dos modelos que foram passados.
Fonte: Livro Didático Teoria e Técnicas Psicoterápicas.
Terapia de Casal: uma visão sistêmica da Marina Vieira de Araujo

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