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DEFINIÇÃO Natação: ensino-aprendizagem. Princípios didáticos. Etapas e objetivos. Organização de turmas. PROPÓSITO Compreender o processo de ensino-aprendizagem da natação e uma série de recomendações baseadas em estudos sobre a aquisição de habilidades e o desenvolvimento dos indivíduos, bem como as técnicas de instrução e organização das turmas associadas à segurança, eficiência e motivação nesse campo da Educação Física. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as recomendações didáticas e as etapas da iniciação para a condução de aulas de natação MÓDULO 2 Identificar os principais objetivos e as sugestões para organização de turmas de iniciação à natação – de bebês a idosos INTRODUÇÃO Um profissional que atua na iniciação à natação deve estar atento a algumas recomendações e a alguns princípios didáticos importantes para que este processo seja eficiente e tenha como resultado uma aprendizagem prazerosa, despertando nos alunos o gosto pela prática. Neste tema, analisaremos itens importantes para o sucesso desse processo de ensino-aprendizagem. A partir desse campo de atuação, alguns questionamentos surgem, tais como: quais são as habilidades e competências que os alunos devem adquirir ao procurar por aulas de natação? Há diferenças quanto aos objetivos quando se ensina alguém a nadar? Quais são os princípios a seguir para estruturar turmas? Muitos autores recomendam passos ou etapas com objetivos específicos que ajudam na organização do processo de ensino da natação. Com a experiência, o professor pode escolher determinada linha de pensamento e segui-la rigorosamente ou, então, estabelecer seus próprios caminhos, mesclando as sugestões disponíveis. Aqui, também conheceremos as indicações de alguns autores a esse respeito. Nossa proposta é estudar as indicações da literatura quanto aos objetivos da iniciação e da aprendizagem dos nados para diferentes faixas etárias e os princípios a considerar na estruturação de turmas (classes) de natação. MÓDULO 1 Reconhecer as recomendações didáticas e as etapas da iniciação para a condução de aulas de natação RECOMENDAÇÕES DIDÁTICAS A didática é considerada uma área do conhecimento que tem como objeto de estudo o processo de ensino e os aspectos a ele relacionados (MARTINS, 2012). Sempre há técnicas e aspectos que podem ajudar no alcance de objetivos de um ensino, portanto, não podemos desconsiderá-los quando refletimos sobre a iniciação à natação. A função do professor é adequar as aulas a seu público, de modo que lhe proporcione estímulos de aprendizagem significativos. Vamos conhecer a seguir alguns princípios didáticos que devem ser considerados no ensino da natação: A META PRINCIPAL NÃO DEVE SER RESUMIDA AO DOMÍNIO DAS TÉCNICAS DOS NADOS Estatísticas atuais dos afogamentos no Brasil e no mundo apontam para a importância de se ambientar à água e se desenvolver estratégias de autopropulsão e autossustentação que possibilitem a sobrevivência em situações emergenciais. AUTOPROPULSÃO Capacidade que uma pessoa tem de se movimentar na água sem auxílio externo. AUTOSSUSTENTAÇÃO Capacidade que uma pessoa tem de se manter flutuando sem auxílio externo. Para desenvolver tais estratégias, deve-se fazer parte das aulas movimentos e atividades diversificados, sempre considerando que a natação é um fator importante no processo de desenvolvimento de crianças e jovens. PLANEJAR AS AULAS TORNA O PROCESSO MAIS ORGANIZADO Improvisar uma atividade em cima da hora é uma atitude arriscada. Por esse motivo, é necessário um planejamento prévio a fim de tornar o processo mais organizado. De acordo com Martins (2012), são elementos do planejamento: Objetivos a serem alcançados; Conteúdos que serão trabalhados; javascript:void(0) javascript:void(0) Métodos e técnicas para ensinar os conteúdos; Formas e critérios de verificação do progresso (avaliação). O professor de natação precisa conhecer sua turma, isto é, saber quem são seus alunos e seu nível de habilidades aquáticas para, então, definir as metas a atingir. HABILIDADES AQUÁTICAS Aquelas que englobam os conhecimentos e as capacidades de uma pessoa no meio aquático, como, por exemplo, conseguir flutuar, executar determinado nado e realizar a respiração aquática. Imersão completa Por exemplo, um aluno que tem trauma por ter se afogado ou passado por uma situação de perigo na água deverá, primeiro, ambientar-se, adaptando-se completamente e perdendo o medo do contato com a água. Enquanto isso, outro aluno pode estar em um nível mais adiantado, já sabendo realizar imersões completas e flutuar. Logo, suas atividades devem ser diferentes, visando ao domínio do corpo no meio aquático. javascript:void(0) javascript:void(0) IMERSÕES COMPLETAS Aquelas que são feitas mergulhando toda a cabeça dentro da água. FORMAS DE COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL Ao conversar com seus alunos, o professor deve estar atento à linguagem utilizada. Gírias e expressões da moda podem aproximá-lo de pessoas mais jovens, mas não são compreendidas e usadas por idosos. Portanto, tenha em mente que, embora alguns termos facilitem a comunicação com um público específico, quem os desconhece talvez não goste desse tipo de abordagem mais informal. Vamos ver a seguir algumas recomendações: Chame as pessoas pelo nome. Principalmente, ao trabalharmos com idosos, devemos evitar chamá-los como cara, bicho, irmão ou irmã. Imagine um professor receber seu aluno de 70 anos na borda da piscina para a aula e cumprimentá- lo da seguinte maneira: “IRMÃO, QUE BOM TE VER! TUDO BEM, CARA?” Talvez esse senhor se sinta desconfortável com esse tipo de tratamento. É muito possível que indivíduos na terceira idade ou mesmo adultos mais formais no tratamento pessoal não gostem dessa abordagem. Na dúvida, o nome é sempre a maneira mais educada e gentil de se dirigir a alguém. Evite palavrões e termos técnicos. Os palavrões também são termos informais que não devem ser utilizados, independentemente da faixa etária. Além disso, é preciso tomar cuidado com o excesso de termos técnicos e acadêmicos, pois o aluno deve compreender claramente as instruções verbais. Por exemplo, orientá-lo a usar pés esticados ou pés de bailarina é de mais fácil entendimento do que flexão plantar. Flexões dorsal e plantar Cuidado com o uso de uma linguagem infantil. É importante estar atento para evitar a infantilização da linguagem com jovens, adultos e idosos. Esse tipo de linguagem é comum entre professores que também dão aulas para bebês e crianças de 2 a 3 anos. INFANTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM Uso das palavras no diminutivo – ação que vemos usualmente com bebês e crianças pequenas. “Bracinho”, “perninha”, “boquinha” são termos que devem ser evitados, especialmente, a partir do momento em que a criança domine fonemas e algumas palavras (aquisição da linguagem). javascript:void(0) ATENÇÃO Além de palavras, deve-se ter cuidado também com as atitudes durante a aula. As demonstrações realizadas dentro e fora da água pelo professor precisam ser consideradas: quanto mais bem executada uma demonstração, maiores as chances de uma boa prática por parte dos alunos! ATIVIDADES APLICADAS AOS ALUNOS Quando o professor define os conteúdos, deve pensar em como ensiná-los, ou seja, nas técnicas e nos métodos utilizados. Por exemplo, se o objetivo principal do planejamento em determinado mês é o domínio da respiração aquática, as atividades relacionadas a esse processo devem ser adequadas ao nível de habilidades aquáticas e de compreensão de seus alunos. RESPIRAÇÃO AQUÁTICA Aquela feita por meio da inspiração bucal (pela boca) e da expiração pela boca ou pelo nariz. javascript:void(0) DICA Realizar as tarefas antes de aplicá-las possibilita que o professor identifique sua complexidade. Os estímulos muito difíceis podem gerar sentimento de frustração, enquanto os muito fáceis são geralmente desmotivadores. Muitos livros e materiais oferecem sugestões de exercícios, inclusive, no ambiente virtual,sendo ótimos recursos para o planejamento das atividades. Contudo, lembre-se de que é necessário praticá-los para verificar se serão interessantes a seus alunos ou indicados para o estágio de aprendizagem em que eles se encontram. LIMITAÇÕES FÍSICAS OU PSICOLÓGICAS DEVEM SER RESPEITADAS Não é incomum que indivíduos que já vivenciaram situações críticas dentro da água queiram aprender a nadar. Muitas vezes, eles têm medo da imersão e demoram em progredir nas atividades. A natação também é bastante procurada por pessoas com deficiências e outras condições que inspiram cuidados na seleção de atividades. Como podemos perceber, é fundamental que um professor comprometido saiba adaptar os exercícios às características de cada aluno. Quando praticada por pessoas com deficiências, esta modalidade é chamada de natação adaptada. Há livros, artigos e cursos que ajudam o profissional a se preparar para atuar com esse público, auxiliando na organização de um processo de ensino de qualidade. O NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO MOTOR, SOCIOAFETIVO E COGNITIVO Temos na literatura científica muita informação sobre as etapas do desenvolvimento humano, incluindo suas habilidades e características gerais. Estudá-las é muito importante para adequar os objetivos e conteúdos a cada uma delas. Afinal, em média, esperam-se determinadas atitudes e certos comportamentos para cada idade, e selecionar atividades incompatíveis com a maturação do aluno comprometerá o processo de ensino-aprendizagem. MATURAÇÃO Processo de desenvolvimento de um indivíduo, do nascimento à vida adulta. Especialmente na infância e na adolescência, o professor deve estar atento à idade cronológica (ano de nascimento) e à idade biológica (maturação do indivíduo). Uma criança de 10 anos, por exemplo, pode estar mais avançada do que outras da mesma idade na realização de tarefas. Isso exige atividades mais complexas voltadas para esse aluno, a fim de não o desmotivar, além de proporcionar estímulos adequados a seu nível de desenvolvimento. SAIBA MAIS SOBRE ATIVIDADES PARA CRIANÇAS ATÉ 7 ANOS javascript:void(0) Para saber mais, assista ao vídeo a seguir: A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Jogos e brincadeiras são excelentes estratégias para uso na natação infantil, pois o imaginário e a fantasia fazem parte do mundo das crianças. IMAGINÁRIO Fantasioso, que existe apenas na imaginação, que não é real. Músicas são uma ferramenta bastante indicada na natação para bebês e crianças até 6 ou 7 anos. A fim de facilitar a compreensão da atividade e de tornar a aula mais divertida, professores adaptam as letras a melodias já conhecidas, com o intuito de estimular certas habilidades. EXEMPLO Por exemplo, a canção “Marcha, soldado” pode ter sua letra adaptada para movimentos de iniciação às pernadas. javascript:void(0) Atividades recreativas também podem ser aplicadas com adolescentes e adultos. Jogos como basquete adaptado, voleibol na água, polo aquático e brincadeiras de pique-pega são usados para o aquecimento por muitos professores, variando as aulas e proporcionando situações de integração social e relaxamento mental. Há uma ótima brincadeira na forma de estafeta. Quando aplicada a alunos que não sabem nadar, é possível adaptar o momento de deslocamento para caminhada na piscina, em vez de movimentos rudimentares do nado crawl. ESTAFETA Jogos de revezamento, em que todas as pessoas de cada equipe fazem o mesmo percurso, cumprindo as mesmas tarefas ou os mesmos objetivos. É possível usar diversos materiais para incrementar o jogo ou apenas os componentes das equipes. Podem ser aplicados em ambientes externos ou internos. Essas são algumas recomendações importantes que você deve conhecer para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem da natação de seus alunos. ETAPAS DA INICIAÇÃO À NATAÇÃO javascript:void(0) De acordo com Soares (2016), as sequências propostas pela literatura para a iniciação à natação não são isoladas, e podem existir momentos em que uma atividade auxilie na aquisição de objetivos de diferentes etapas ao mesmo tempo. Por isso, seguir rigidamente a ordem indicada não é obrigatório. “[...] DEVEMOS SEMPRE RESPEITAR O RITMO DE CADA ALUNO, ESTANDO ATENTOS AO MODO COMO ELE SE RELACIONA COM O MEIO, ÀS POSSIBILIDADES DIVERSAS DE MOVIMENTAÇÃO, À INTIMIDADE (OU REPULSA) QUE ELE TEM COM A ÁGUA, POIS OS PROCESSOS DE ENSINAR NÃO DEVEM SER RÍGIDOS, PADRONIZADOS, MECÂNICOS”. (SOARES, 2016, p. 47) Outros nomes importantes da área têm sugestões muito parecidas para o ensino da natação, apresentando como diferença principal a metodologia indicada para o alcance dos objetivos de cada etapa. Andries Junior, Wassal e Pereira (2002) destacam que o imaginário é a base para todo o processo do aprendizado infantil. A ideia dos autores é criar narrativas que relacionem animais a atividades para cada etapa. Por exemplo, o Tatu, no enredo por eles sugerido, aprendeu a flutuar acidentalmente, ao ser pego de surpresa por uma chuva quando estava cavando buracos. Também há uma pulga de nome Propulgão cuja história está relacionada à etapa de propulsão. Machado (2004) também indica atividades lúdicas em todas as etapas (cinco) que recomenda, a fim de facilitar o aprendizado, especialmente, por parte das crianças. Vamos conhecer essas etapas? ATIVIDADES LÚDICAS Jogos e brincadeiras considerados fundamentais na infância. A ideia é aprender brincando. javascript:void(0) ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO Os alunos devem conhecer o ambiente, iniciar o contato da face com a água, relaxar e se sentir à vontade. O autor destaca que a piscina deve ser rasa, de modo que a criança, em pé, seja capaz de tocar o fundo e ter a cabeça completamente descoberta pela água. FLUTUAÇÃO Trabalho com a autossustentação em variadas posições. Nesse caso, é necessário praticar o bloqueio respiratório ou apneia voluntária, a imersão completa da cabeça e abrir os olhos embaixo da água. BLOQUEIO RESPIRATÓRIO OU APNEIA VOLUNTÁRIA Mergulho que bloqueia a respiração. O aluno inspira pela boca antes de imergir. RESPIRAÇÃO Etapa significativa para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem, pois o aluno deve dominar a mecânica respiratória específica para nados futuros e para a sobrevivência em emergências. javascript:void(0) PROPULSÃO Momento em que são realizadas atividades variadas de deslocamento na piscina. São atos isolados primeiramente e, depois, combinados, a fim de proporcionar a base para a aprendizagem de pernadas e braçadas. MERGULHO ELEMENTAR Compreende saltos para entrar na água a partir da borda, primeiramente, em pé e, depois, a entrada a partir da cabeça, ensinada de acordo com uma progressão pedagógica. javascript:void(0) PROGRESSÃO PEDAGÓGICA Momento em que os exercícios devem ser aplicados seguindo ordem de complexidade crescente. Há algumas atividades que são interessantes para a iniciação à natação, como, por exemplo, as entradas na água a partir de um escorregador. Esta é uma ótima estratégia para ensinar brincando a entrada de cabeça na piscina. A proposta de Machado (2004) não limita faixa etária, mas a obra de Andries Junior, Wassal e Pereira (2002) tem aplicação com o público infantil. Santana et al. (2003) recomendam as duas etapas a seguir para o processo de ensino-aprendizagem da natação com alunos adultos, que também são adequadas à terceira idade: ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO APERFEIÇOAMENTO DA NATAÇÃO De acordo com Xavier Filho e Manoel (2002), a sequência do desenvolvimento motor deve ser a base para a escolha dos conteúdos e do momento em que são trabalhados. Independentemente da faixa etária, a adaptação ao meio aquático estaria relacionada ao desenvolvimento do controle postural. Adquirir essa habilidade também é importante tanto para aperfeiçoar a respiração aquática, graças ao domínio de movimentos corporais, quanto para facilitar a aquisição de habilidades locomotoras, com a combinação de nados. Além da adaptação ao meio, os autoresexplicam que as demais etapas constituintes do processo de ensino-aprendizagem da natação precisam se basear nos níveis de desenvolvimento apresentados no modelo semelhante ao que você pode ver a seguir: javascript:void(0) javascript:void(0) Como você observou ao longo desse módulo, há semelhanças e diferenças entre as propostas de alguns autores brasileiros para o ensino da natação. Cabe ao professor ler fontes diferentes, participar de cursos de atualização e experimentar os caminhos indicados para escolher sua metodologia de trabalho. Não é preciso se fixar a uma única metodologia ou seguir rigidamente as etapas indicadas. Deve-se considerar que nem todos os alunos aprendem no mesmo ritmo, por essa razão o processo de ensino não tem receitas prontas que se encaixem perfeitamente a todos os grupos com os quais se trabalha. Ter sensibilidade para perceber os caminhos que funcionam melhor e flexibilidade para alterar aqueles que não apresentam resultados satisfatórios é vital para que as aulas sejam produtivas; e os objetivos traçados, alcançados. DICA Vimos a importância do planejamento para o sucesso da arte de ensinar. Seguir algumas etapas a partir da identificação das fragilidades e potencialidades do aluno certamente facilita a condução e organização das aulas de natação. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Identificar os principais objetivos e as sugestões para organização de turmas de iniciação à natação – de bebês a idosos OBJETIVOS DA INICIAÇÃO À NATAÇÃO Como objetivo geral, a iniciação à natação visa à autossustentação e à autopropulsão, com o domínio da respiração aquática. Desse modo, o indivíduo aprimora sua aptidão física enquanto usa a água para fins recreativos ou mesmo se prepara para uma competição, caso se torne atleta de natação. Para que o aluno consiga flutuar, deslocar-se e respirar eficientemente dentro da água, objetivos específicos devem constar no planejamento da aula, tais como: O aluno deve se sentir confortável dentro da piscina, sem tensões musculares. O aluno não deve se incomodar com a água tocando seu rosto. O aluno deve ser capaz de bloquear a respiração. O aluno deve conseguir submergir com os olhos abertos. O aluno deve realizar imersões da face e da cabeça – primeiro, rapidamente; com o tempo, mais prolongadas. O aluno deve apresentar bom controle postural dentro da água. O aluno deve ser capaz de realizar rotações e inversões do corpo, como os rolamentos – conhecidos popularmente como “cambalhotas”. Langendorfer e Bruya (1995 apud BARBOSA, 2001) sugeriram um modelo progressivo para as habilidades motoras aquáticas. Os autores se basearam na proposta desenvolvimentista de Gallahue (1982), que elaborou o seguinte esquema representativo da aquisição de habilidades motoras de um indivíduo: A abordagem desenvolvimentista, como você verá adiante, leva em consideração a capacidade para aquisição de habilidades motoras, conforme o desenvolvimento do indivíduo, e as publicações a ela relacionadas são regularmente atualizadas. Após analisar as sugestões de Langendorfer e Bruya (1995 apud BARBOSA, 2001) e de outros autores, Barbosa (2001) resume os objetivos da “adaptação ao meio aquático” da seguinte maneira: Equilíbrio, com rotações (base para as viradas) e flutuação; Propulsão, com deslocamentos e saltos (de fora para dentro da piscina); Respiração, sempre com o movimento inspiratório realizado pela boca; Manipulações, seja de objetos comumente usados na natação, como as pranchas, seja de bolas para a posterior prática de jogos, como o polo aquático. Esses quatros objetivos proporcionam o desenvolvimento de habilidades motoras aquáticas básicas e possibilitam o indivíduo a adquirir e incorporar habilidades específicas relacionadas aos esportes aquáticos. O autor ressalta que todos os objetivos são importantes para a adaptação, não devendo haver ênfase em nenhum deles. Xavier Filho e Manoel (2002) tecem algumas recomendações para a definição de objetivos e a seleção de conteúdos na iniciação à natação, resumidas a seguir: A seleção de conteúdos deve se basear nas fases de desenvolvimento dos indivíduos, evitando enfatizar atividades destinadas somente à aprendizagem dos nados oficiais. Habilidades de estabilidade postural ou de equilíbrio na água são fundamentais para iniciantes de todas as idades. A metodologia adotada pode se inspirar na solução de problemas motores, permitindo que os alunos explorem possibilidades e tenham um pouco de liberdade para se movimentar na piscina. Saber nadar é uma das habilidades pertencentes ao domínio da competência aquática, pois muitas outras atividades são executadas dentro da água. Nas aulas, conteúdos diversos podem ser incluídos, relacionados a outros esportes aquáticos, como o polo aquático e o nado artístico (antigo nado sincronizado). Como você pôde verificar, a literatura é bastante vasta; as concepções, relativamente, parecidas. O modelo tecnicista, voltado somente ao ensino dos nados oficiais, foi sendo substituído por uma javascript:void(0) pedagogia da natação mais abrangente, preocupada em respeitar as etapas de desenvolvimento e em proporcionar experiências diversificadas no processo de ensino-aprendizagem. MODELO TECNICISTA Predominante na Educação Física nos anos de 1970 e 1980, essa concepção tem algumas características marcantes, como o ensino apoiado na execução de movimentos precisos, pouca ou nenhuma ludicidade e a detecção de talentos esportivos. ORGANIZAÇÃO DE TURMAS NA NATAÇÃO – DE BEBÊS A IDOSOS Estas são algumas perguntas frequentes de professores que começam a trabalhar com o ensino da natação: Como vou dividir as turmas de natação? Que critérios posso adotar? É possível misturar crianças de diferentes faixas etárias? Deve haver alguma regra para organizar as turmas de jovens, adultos e idosos? Primeiramente, devemos ter em mente que as pessoas são diferentes em função de determinantes genéticos e ambientais. A individualidade biológica deve sempre ser considerada. Contudo, não podemos ministrar aulas para uma única pessoa, uma vez que, geralmente, as escolas e academias organizam classes ou turmas de natação. Portanto, cabe ao professor respeitar ao máximo as características físicas, socioafetivas e cognitivas dos alunos. O lançamento da obra de Tani et al. (1988) no Brasil foi muito importante para iniciar o entendimento dos profissionais de Educação Física sobre as diferentes fases do desenvolvimento, especialmente entre crianças e jovens. Seu objetivo era organizar os conteúdos da Educação Física escolar a partir da compreensão de como um indivíduo aprende, desenvolve e controla as ações motoras. De acordo com Tani (2008, p. 317), a abordagem desenvolvimentista pretende que os escolares consigam desenvolver suas potencialidades “respeitando-se suas características peculiares de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem”. Essa concepção extrapolou os muros da Educação Física escolar e influenciou muitos professores em diferentes práticas pedagógicas, especialmente, para crianças e jovens. Até então, o ensino da natação se resumia ao domínio dos nados oficiais sob uma perspectiva tecnicista, isto é, voltada ao aperfeiçoamento dos gestos, com pouca ou nenhuma consideração às fases do desenvolvimento. A ludicidade era inexistente, e as aulas se baseavam na repetição de movimentos para o aprimoramento da técnica de nado. Como muito bem destacado pela Fundação Vale (2013, p. 8): “[...] É IMPORTANTE LEMBRAR QUE OS JOVENS NÃO SÃO ADULTOS EM MINIATURA, UMA VEZ QUE ELES TÊM NECESSIDADES E CAPACIDADES MUITO ESPECÍFICAS”. Levando em consideração os processos de crescimento, desenvolvimento e maturação, como propõe a abordagem desenvolvimentista, deve-se respeitar o potencial para a aprendizagem de determinadas habilidades. Isso torna o ensinar a nadar uma experiência rica em estímulos diversificados e adequados às características gerais dos alunos. Temos na literatura muitas indicações sobrea capacidade de aquisição de habilidades em função da idade cronológica que podem ser usadas para a organização de turmas, especialmente, na infância. Com jovens, adultos e idosos, geralmente, consideramos o nível de habilidades aquáticas para determinar os objetivos e selecionar os conteúdos. DICA Você deve ter em mente que as indicações sobre o potencial para aquisição de habilidades estão baseadas na média da população. Além disso, a idade biológica não pode ser esquecida, pois há crianças e jovens com desempenho físico, cognitivo e socioafetivo superior ou inferior ao previsto na teoria. Com base nas diferenças determinadas pela genética e pelas experiências motoras, é importante respeitar o nível de desenvolvimento dos indivíduos para estruturar classes de natação, a fim de ajudá-los a evoluir plenamente de modo saudável. Compreendendo essa situação, você pode se perguntar: Como posso respeitar o nível de desenvolvimento dos alunos? Há alguma referência inicial? Na figura a seguir, podemos ver como progredimos na aquisição de habilidades, do nascimento à vida adulta: Fases e estágios do desenvolvimento motor O modelo proposto por Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) mostra a progressão com que os movimentos são realizados. Ele nos ajuda a refletir sobre a divisão das turmas, especialmente quando nos referimos a bebês e a crianças. Vamos estudar um pouco mais sobre essa faixa etária? NATAÇÃO PARA BEBÊS E NATAÇÃO INFANTIL Em primeiro lugar, é importante conhecer a classificação etária convencional, considerando as fases do desenvolvimento relacionadas às idades cronológicas, conforme mostra a tabela a seguir: Período Início Meio/Final Fases do desenvolvimento Bebês Nascimento a 1 mês (neonatal) 1 a 12 meses 12 a 24 meses Movimentos reflexos Aqueles que são involuntários e que predominam na fase intrauterina e nos primeiros meses de vida. Movimentos rudimentares Aqueles que são voluntários e surgem a partir do nascimento até os 2 anos de idade, à medida que o bebê evolui (processo maturacional). Infância Entre 2 e 3 anos 3 a 5 anos 6 a 10 anos Movimentos fundamentais Esta fase se inicia aos 2 anos e vai até os 7 anos de idade. Os movimentos são progressivamente melhorados. É considerada uma fase fundamental para a estimulação diversificada e, consequentemente, para a aquisição de um ótimo repertório de movimentos. Movimentos especializados Nesta etapa, que se inicia a partir dos 7 anos, os movimentos fundamentais são refinados e aperfeiçoados, compondo o repertório motor de um indivíduo para toda a vida. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Classificação etária convencional e fases do desenvolvimento de bebês e crianças. NATAÇÃO PARA BEBÊS Geralmente, são oferecidas turmas de natação para bebês a partir de 6 meses nos seguintes formatos: Individual – aula somente com o bebê e o professor; Com acompanhamento – aula para o bebê acompanhado de um responsável, preferencialmente, com vínculo afetivo sólido, com orientação do professor. A primeira recomendação é que as turmas sejam definidas para alunos entre 6 e 24 meses, uma vez que esse é o período limite em que uma criança é considerada bebê, segundo Gallahue, Ozmun e Goodway. Idealmente, os bebês seriam subdivididos em duas classes distintas, de acordo com os estágios em que se encontram, como mostra a tabela a seguir: Estágios Idade cronológica Justificativa Inibição dos reflexos Entre 6 meses e 1 ano Ainda há presença de movimentos reflexos e rudimentares, que são bastante grosseiros e descontrolados. Pré- controle De 1 a 2 anos A criança progride muito rapidamente nas habilidades de estabilização do corpo, manipulação de objetos e locomoção. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Subdivisão de classes de natação de acordo com a idade cronológica do bebê É fundamental estudar e entender as características físicas, cognitivas e socioafetivas dos bebês para proporcionar estímulos adequados a seu desenvolvimento. Ao ignorar as etapas e os estágios relacionados a essa faixa etária, é provável que sejam cometidos erros no processo de ensino- aprendizagem da natação. Vamos conhecer alguns objetivos e conteúdos indicados por autores para o ensino de bebês? SAIBA MAIS Damasceno (1994) indica atividades de adaptação ao meio aquático, de imersão com e sem ajuda, além de movimentos de pernas e braços ao mesmo tempo. Luz (1999) sugere atividades que visem ao equilíbrio (com e sem ajuda), ao controle respiratório, dentre outros objetivos. Raiol e Raiol (2011) ressaltam a importância de saltos, mergulhos e movimentos diversos que estimulem a coordenação motora, bem como a estruturação do esquema corporal e da percepção da criança. Importante apontar que esses autores consideram a natação para bebês até 3 anos. ATENÇÃO Uma observação importante é em relação à temperatura da piscina: bebês se movimentam pouco, logo, perdem calor muito rapidamente. Assim, indica-se que a temperatura da água esteja entre 30 °C e 32 °C. NATAÇÃO INFANTIL A infância compreende o período entre 2 e 10 anos, segundo Gallahue, Ozmun e Goodway. Além do desenvolvimento previsto para essa fase, as habilidades aquáticas também devem ser levadas em conta para a estruturação de turmas. Aliar o respeito às características do desenvolvimento ao comportamento motor aquático traz maior qualidade ao processo de ensino-aprendizagem da natação. Contudo, nem sempre a organização é feita dessa maneira. É muito comum a divisão apenas considerar a idade cronológica, pois questões comerciais costumam valer mais do que as indicações didáticas. Para uma escola de natação, ter duas turmas diferentes para crianças da mesma idade tem um custo maior do que colocá-las em uma única classe, mesmo que apresentem habilidades aquáticas bem diversas (algumas com pouca intimidade com o meio, e outras já completamente adaptadas). A partir de 2 anos, as crianças encontram-se na fase do movimento fundamental, que é subdividida em três estágios e se caracteriza por intensa exploração e experimentação de seu potencial de movimento. Movimentos fundamentais serão importantes ao longo da vida, pois estarão presentes no cotidiano, envolvendo as seguintes habilidades: HABILIDADES LOCOMOTORAS Como caminhar, correr e bater pernas. HABILIDADES MANIPULATIVAS Como segurar um objeto e arremessar. HABILIDADES DE ESTABILIZAÇÃO Como executar um rolamento e ficar em pé com uma perna só. Para que essa etapa seja extremamente produtiva, estabelecendo as bases para a combinação de movimentos no futuro, é importante que: Os estímulos sejam diversificados – variação das tarefas. A instrução do professor tenha qualidade. O ambiente seja favorável – como aquecimento da piscina e oferta de materiais. As crianças sejam incentivadas e possam praticar atividades múltiplas – incluindo aprender a nadar. De 2 a 3 anos, os movimentos ainda não são bem coordenados. Muitas vezes, há uso exagerado de partes do corpo na realização de uma tarefa, e a noção de espaço e tempo ainda não é satisfatória. Esse é o estágio inicial: nele ocorre, por exemplo, uma pernada parecida com o ato de pedalar, empurrando a água com bastante flexão dos joelhos. O estágio elementar emergente está compreendido entre 4 e 5 anos, quando observamos uma melhoria progressiva na execução de tarefas, mas ainda faltam coordenação e organização espaço- temporal. Os padrões de movimentos, como uma tentativa de executar pernadas, por exemplo, são exagerados ou restritos. Finalmente, o último degrau dos movimentos fundamentais, denominado estágio proficiente, está situado entre 6 e 7 anos. As crianças apresentam um bom controle motor, com movimentos eficientes e coordenados, e, quando são adequadamente estimuladas, conseguem melhorar a precisão, a rapidez, a quantidade e a qualidade nas tarefas. Entre 7 e 10 anos, ascrianças entram na fase dos movimentos especializados, no estágio de transição. Os movimentos especializados são a combinação de padrões fundamentais. Assim, quando um aluno realiza braçadas e pernadas (habilidades de locomoção) e, ao chegar na borda, executa um rolamento (habilidades de estabilização) para nadar sem intervalos, demonstra que foi bem estimulado na fase anterior. Combinação de habilidades de manipulação (segurar uma prancha) e de locomoção (pernadas) Apesar de ser um momento muito rico no refinamento das habilidades para fins recreativos ou esportivos, deve-se evitar a especialização precoce, repetindo sempre as mesmas tarefas de um único esporte. A criança precisa explorar seu potencial de movimento, envolvendo-se em atividades físicas diversas. A partir da leitura das fases e dos estágios do desenvolvimento na infância, podemos pensar em uma divisão de turmas respeitando o comportamento motor característico: Turmas para crianças de 2 a 3 anos; Turmas para crianças de 4 a 5 anos; Turmas para crianças de 6 a 7 anos. E as habilidades aquáticas? Como estruturar as turmas por idade e comportamento motor aquático? Como os movimentos são pouco coordenados e relativamente grosseiros entre 2 e 3 anos, é importante considerar este um momento interessante para a completa adaptação ao meio aquático, realizando: Imersões; Flutuações diversas; Giros e rolamentos; Movimentos isolados de braços e pernas; Bloqueio respiratório; Atividades respiratórias específicas; Saltos e mergulhos. De 4 a 5 anos, provavelmente, haverá duas situações: Crianças que procuram a natação sem intimidade com o meio aquático. Aquelas que já praticam o nado ou são estimuladas pelos familiares em atividades recreativas, já adaptadas ao meio. Para essas crianças, classes de domínio do corpo na água são mais interessantes, e as estratégias devem almejar o refinamento progressivo dos movimentos, cada vez mais coordenados e bem sequenciados. Ao entrarem na etapa dos movimentos especializados, as crianças entre 7 e 10 anos iniciarão a aprendizagem dos nados e movimentos específicos do esporte, como as viradas. Dessa maneira, teríamos na infância, especialmente, a partir dos 3 anos, três diferentes níveis de habilidades aquáticas: adaptação, domínio e aprendizagem. VOCÊ SABIA Algumas escolas de natação usam a cor da touca ou nomes de animais marinhos para diferenciar o nível das turmas e, consequentemente, os objetivos e as estratégias a serem planejados. NATAÇÃO PARA JOVENS, ADULTOS E IDOSOS Entre 10 e 20 anos, os indivíduos encontram-se no início ou no final da fase da adolescência – etapa na qual muitas transformações físicas, cognitivas e socioafetivas afetam a performance nas mais variadas atividades. A partir de 11 anos, a criança começa a escolher os tipos de exercícios nos quais percebe ter maior facilidade na dinâmica e na execução dos gestos. A Fundação Vale (2013) indica que, entre 10 e 12 anos, os alunos apresentam atributos que possibilitam a iniciação esportiva. Esse é o momento ideal, segundo a literatura especializada, para inseri-los no processo de treinamento por professores que visam à formação de equipes. Quanto ao desenvolvimento e à aquisição de habilidades, jovens e adultos que não se tornam atletas continuam na etapa dos movimentos especializados, os quais serão aplicados ao longo da vida, em atividades recreativas ou Atividades da Vida Diária (AVDs), especialmente, a partir de 14 anos. Para a organização de turmas, é interessante que haja horários específicos, separando jovens de adultos e idosos, pois os interesses e as formas de interação social são diferentes entre esses grupos. Uma divisão baseada nas características do desenvolvimento pode ser a oferta de turmas mistas para indivíduos de 11 a 13 anos e de 14 a 17-18 anos. Também pode haver classes para adultos e jovens no final da adolescência (18 a 20 anos). Tanto jovens, quanto adultos e idosos que não são adaptados ao meio aquático devem passar pelas etapas e pelos objetivos da iniciação à natação, favorecendo: O domínio do corpo na água; A coordenação motora; A consciência corporal para os movimentos específicos; A compreensão dos fatores físicos – flutuação, calor específico, pressão hidrostática, refração e tensão superficial (estímulos cognitivos). A partir do momento em que estão aptos à aprendizagem dos nados, geralmente, iniciamos pelo crawl e costas, em função da similaridade de seus movimentos (alternados) e por serem parecidos com os executados diariamente, como a caminhada. Pode haver preferência pelo início do domínio dos nados a partir do nado de peito, que se acredita ter sido bastante praticado, com a cabeça fora da água, desde a Antiguidade. Geralmente, jovens, adultos e idosos são subdivididos em classes de acordo com seu comportamento motor aquático, ou seja, suas habilidades específicas de natação. É bastante comum vermos turmas de aprendizagem divididas da seguinte maneira: Nível I – nados crawl e costas; Nível II – nados de peito e borboleta, com aperfeiçoamento do crawl e costas; Nível III – aperfeiçoamento dos nados e das técnicas a eles relacionadas, podendo direcionar para competições de máster (fato relativamente comum). Independentemente da divisão adotada por uma escola ou academia de natação, o professor precisa oferecer confiança e instruções claras, de preferência, explicando (comando verbal) e demonstrando (comando não verbal) as atividades. Conversar frequentemente com os alunos, tornando-os sujeitos ativos de sua aprendizagem, também ajuda na estruturação do planejamento e a mantê-los motivados. TURMAS DE ADAPTAÇÃO Com atividades similares àquelas que você estudou na natação infantil. ADULTOS ADAPTADOS Com metas relacionadas ao aperfeiçoamento das habilidades aquáticas. A sequência dos nados por eles sugeridas é crawl, costas, peito e borboleta. ADULTOS QUE JÁ SABEM NADAR Como ex-atletas e os alunos que adquiriram e refinaram habilidades dos quatro nados (potenciais candidatos à participação em torneios e eventos da categoria máster). Quanto aos idosos, é importante sempre considerar as características do processo de envelhecimento quando se ministra aulas para essa faixa etária, respeitando-os e tentando ao máximo atender suas demandas físicas, socioafetivas e cognitivas. Turmas de adaptação, de aprendizagem e de aperfeiçoamento também são geralmente oferecidas nas escolas de natação para esse grupo etário. ATENÇÃO Você deve ter em mente que a natação para idosos vai além de ensinar a nadar, pois as atividades devem proporcionar, entre outros benefícios, o aprimoramento da aptidão física, auxiliando na promoção da saúde e na manutenção da autonomia. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de ensino-aprendizagem na natação deve ser organizado seguindo princípios didáticos, como o planejamento de aulas e o respeito ao nível de desenvolvimento geral dos alunos. As recomendações didáticas organizarão adequadamente as aulas, gerando resultados positivos e significativos de aprendizagem em um ambiente prazeroso para os alunos. Muitas atividades são indicadas para atender aos objetivos de mais de uma etapa. Dessa maneira, não são componentes isolados do processo de ensino-aprendizagem, e sim recomendações que ajudam no planejamento das aulas. Finalmente, analisamos fatos importantes para a estruturação de turmas na natação, considerando tanto a faixa etária quanto o nível de habilidades aquáticas. De bebês a idosos, é importante que esses dois fatores sejam respeitados para o alcance dos objetivos, que incluem desde a adaptação ao ambiente aquático ao aperfeiçoamento dos nados. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ANDRIES JUNIOR, O.; WASSAL, R. C.; PEREIRA, M. D. Natação animal: aprendendo a nadar com os animais. São Paulo: Manole, 2002. BARBOSA, T. As habilidades motoras aquáticas básicas. Efdeportes – Revista digital, v. 6, n. 33, mar. 2001.CORRÊA, C. R. F.; MASSAUD, M. G. Natação para adultos. Rio de Janeiro: Sprint, 2008. DAMASCENO, L. G. Natação para bebês: dos conceitos fundamentais à prática sistematizada. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. FUNDAÇÃO VALE. Crescimento, desenvolvimento e maturação. Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013. GALLAHUE, D. L. Understanding motor development in children. Boston: John Wiley & Sons, 1982. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. LUZ, C. R. da. Hidroginástica. In: SILVA, C. I.; COUTO, A. C. P. (org.). Manual do treinador de natação. Belo Horizonte: Edições FAM, 1999. MACHADO, D. C. Metodologia da natação. São Paulo: EPU, 2004. MARTINS, P. L. O. Didática. Curitiba: Editora Intersaberes, 2012. RAIOL, P. A. F. S.; RAIOL, R. A. As aulas de natação para bebês: capacidades motoras e princípios do treinamento.Educação Física em Revista, 5 (3), set-dez 2011. SANTANA, V. H. et al. Nadar com segurança: prevenção de afogamentos, técnicas de sobrevivência, adaptação ao meio líquido e resgate e salvamento aquático. Barueri: Manole, 2003. SOARES, J. S. Teoria e prática da natação. Rio de Janeiro: SESES, 2016. TANI, G. Abordagem desenvolvimentista: 20 anos depois. Revista da Educação Física/UEM, v. 19, n. 3, p. 313-331, 2008. TANI, G. et al. Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. XAVIER FILHO, E.; MANOEL, E. J. Desenvolvimento do comportamento motor aquático: implicações para a pedagogia da natação.Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 2, p. 85-94, abr. 2002. EXPLORE+ Pesquise na internet e acesse a página da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). Leia: Método de Dessalga de Jerked Beef Como Procedimento Para Garantir Inocuidade, de Ana Carolina Barbosa Duarte et. al., publicado em janeiro de 2019 na revista Pensar Saúde. Guia de Recrutamento e Seleção de Pessoal, publicado pelo Abrapp em maio de 2015. CONTEUDISTA Juliana de Souza Soares CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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