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Prévia do material em texto

2012
Meio AMbiente e SAúde
Prof.ª Daniela Viviani
Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Daniela Viviani
Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
370.357
V859m 
 Viviani, Daniela
 Meio ambiente e saúde / Daniela Viviani e Camila Almeida
 Pinheiro da Costa. Indaial : UNIASSELVI, 2012. 
 207. p.: il
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-538-3
 1. Meio ambiente; 2. Saúde.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Educação a Distância III. Título
 
III
ApreSentAção
Prezado acadêmico, bem-vindo a mais uma disciplina!
Durante esta jornada de estudos, na Unidade 1 você compreenderá os 
conceitos de Meio Ambiente e Saúde. Este estudo inicial, complementado com os 
fundamentos da ecologia, será muito importante para a tomada de consciência 
de nossa inserção no meio ambiente, bem como de nossa responsabilidade pela 
saúde ambiental, sua proteção e, consequentemente, nossa qualidade de vida. 
Neste contexto, vamos compreender as relações existentes entre meio ambiente 
e saúde, conhecendo as causas e consequências dos problemas ambientais a 
que temos assistido nos últimos tempos. A partir desta percepção, ficará claro 
que meio ambiente e saúde são temas indissociáveis. 
Na segunda unidade, você terá a possibilidade de estudar sobre 
a educação escolar, o papel da escola, os sujeitos que dela fazem parte 
e a importância dessa educação – a escolar – para o desenvolvimento e 
formação dos sujeitos, relacionando meio ambiente e saúde. Para tanto, serão 
apresentados a você os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a relação 
entre educação, saúde e meio ambiente.
A Unidade 3 trará para você a questão das práticas educativas 
retomando conceitos e discussões sobre a educação em saúde, a prevenção da 
saúde no contexto escolar, a educação para o meio ambiente e as metodologias 
de ensino – saúde e meio ambiente.
Bons estudos!
Prof.ª Daniela Viviani
Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
V
VI
VII
UNIDADE 1 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS............................1
TÓPICO 1 – SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ......................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 O CONCEITO DE SAÚDE ................................................................................................................3
2.1 HÁBITOS SAUDÁVEIS ................................................................................................................9
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................13
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................14
TÓPICO 2 – MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ..................................................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2 O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................................................16
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................21
TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA ............................................................................23
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................23
2 ECOLOGIA ..........................................................................................................................................24
3 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ..........................................................................................................25
4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DE UM ECOSSISTEMA ....................................................26
4.1 COMPONENTES BIÓTICOS .......................................................................................................27
4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS ....................................................................................................29
5 CADEIA, TEIA ALIMENTAR E FLUXO DE ENERGIA .............................................................29
6 RELAÇÕES ECOLÓGICAS ..............................................................................................................32
6.1 RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES ............................................33
6.2 RELAÇÕES HARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE .............................................35
6.3 RELAÇÕES DESARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES ........................................36
6.4 RELAÇÕES DESARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE .........................................38
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................41
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................43
TÓPICO 4 – RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE ...................................................45
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................45
2 MEIO AMBIENTE E SAÚDE ...........................................................................................................45
3 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................47
4 A CRISE AMBIENTAL.......................................................................................................................50
5 PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS ........................................................................................545.1 O AUMENTO DA POPULAÇÃO ...............................................................................................54
5.2 A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS .....................................................................56
5.3 A POLUIÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................58
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................70
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................80
SuMário
VIII
UNIDADE 2 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA .......................................81
TÓPICO 1 – O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE .......................83
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83
2 PARA QUE SERVE A ESCOLA? ......................................................................................................83
3 RELAÇÃO ESCOLA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE ....................................................................87
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................92
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................95
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................96
TÓPICO 2 – GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE
 E MEIO AMBIENTE ...................................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97
2 GUIA CURRICULAR E SAÚDE: OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .....97
3 GUIA CURRICULAR E MEIO AMBIENTE: OS PARÂMETROS
 CURRICULARES NACIONAIS ......................................................................................................104
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................110
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................117
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ...................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: DESAFIOS
 E QUALIDADE ...................................................................................................................................119
3 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR:
 CAMINHOS NA BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA DOS SUJEITOS ..............................121
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................129
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................133
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................134
UNIDADE 3 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS ................................135
TÓPICO 1 – PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE ...............................................................137
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137
2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE..................................................................................................................137
3 SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR: A PREVENÇÃO ..............................................................140
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................143
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................146
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................147
TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE ................................................................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEUS CONCEITOS ............................150
2.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ...............................................................................155
2.2 O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL .........................158
3 A EMERGÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................159
4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165
TÓPICO 3 – METODOLOGIAS DE ENSINO .................................................................................167
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167
IX
2 PRÁTICAS EDUCATIVAS: MEIO AMBIENTE E SAÚDE ........................................................167
2.1 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: SAÚDE ...................................................................................177
2.2 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: MEIO AMBIENTE ................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................200
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................201
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................203
X
1
UNIDADE 1
MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
CONCEITOS E PRINCÍPIOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender o conceito de saúde;
• compreender o conceito de meio ambiente;
• conhecer os fundamentos e conceitos básicos da ecologia;
• conhecer a amplitude da crise ambiental através dos problemas ambientais 
globais;
• reconhecer a relação entre meio ambiente e saúde como fator primordial 
para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis e a manutenção de 
um ambiente saudável.
Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. Você encontrará, ao 
final de cada um deles, atividades que irão contribuir para a compreensão 
dos conteúdos abordados.
TÓPICO 1 – SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
TÓPICO 2 – MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 
TÓPICO 4 – RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico vamos estudar o conceito da palavra saúde que, 
para muitos acadêmicos, talvez já esteja muito claro e óbvio.Será? Será mesmo 
que você tem consciência do que é ter saúde? Será que saúde é tão somente a 
ausência de doenças? Se estes questionamentos fizeram você parar para pensar e 
resgatar seus conhecimentos prévios sobre o assunto, estamos no caminho certo. 
 Ao longo de toda a disciplina buscaremos fazer estas reflexões que são 
fundamentais em todo processo de ensino e aprendizagem no qual buscamos 
constantemente rever nossos conceitos e aprimorar nossos conhecimentos.
2 O CONCEITO DE SAÚDE
Vamos iniciar este estudo analisando algumas imagens! Qual das duas 
crianças lhe parece estar com plena saúde?
FIGURA 1 – CRIANÇA BRINCANDO FIGURA 2 – CRIANÇA ACAMADA
FONTE: Disponível em: <http://veja.
abril.com.br/blog/saude-chegada/
files/2009/10/crianca-brincando.
jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011.
FONTE: Disponível em: 
<http://farm2.static.flickr.
com/1215/5167315649_a9379fd3ea.
jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
4
DICAS
Que tal mudar um pouco a metodologia de ensino? 
Acesse o site <http://www.canalkids.com.br/saude/index.htm>. Nele 
você encontrará informação de forma divertida e colorida. Se você já 
é professor e na sua escola houver um laboratório de informática, leve 
seus alunos até lá e, juntos, aprendam brincando. No próximo tópico 
voltaremos com esta dica para o assunto Meio Ambiente.
Muito provavelmente você optou pela Figura 1. Perceba que se consegue 
distinguir nas imagens uma criança saudável de uma criança aparentemente 
doente. De que maneira você fez isso? Quais critérios você elegeu para distinguir 
as imagens? A resposta para essas perguntas é muito simples. Desde muito cedo 
recebemos orientações sobre hábitos de vida saudável e sabemos quando estamos 
com saúde ou quando as coisas parecem não estar muito bem. Com isso acabamos 
não só estabelecendo critérios de escolha, como também vamos incorporando 
essas escolhas em nosso dia a dia, tornando-nos capazes de formular conceitos.
A ideia principal deste estudo é que, ao final dele, tenhamos a compreensão 
de que a palavra saúde não pode ser entendida de forma restrita como sendo 
somente a ausência de doença; precisamos compreendê-la de maneira mais ampla. 
Conceição (1994) relata que, em 7 de abril de 1948, a Organização Mundial de 
Sáude (OMS) conceituou saúde como sendo o completo bem-estar físico, mental 
e social e não apenas a ausência de doença, corroborando o que acabamos de ver. 
Esta conceituação ampla representa um avanço em relação aos conceitos vigentes 
nos séculos passados, justamente por ultrapassar os limites estreitos da área 
físico-somática e incluir os aspectos mental e social. Observe a figura a seguir!
FIGURA 3 – VIDA E SAÚDE
FONTE: Conceição (1994, p. 6)
M
EL
HO
R 
VI
VE
R
M
ELHOR SAÚDE
BEM ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL E
NÃO APENAS AUSÊNCIA DE DOENÇA
ESTADO DE SAÚDE INFRA-ÓTIMO
OU DE DOENÇA INCIPIENTE
ESTADO DE DOENÇA OU
LIMITAÇÃO DECLARADA
ESTADO DE
DOENÇA MUITO SÉRIA
OU
DE APROXIMAÇÃO
DA MORTE
ÓTIMO
VIVER
SAÚDE
ÓTIMA
NÃO VIVERMORTE
VIDAAMBIENTEHOMEMSAÚDE
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
5
Analisando a imagem anterior podemos perceber que o ser humano na 
interação homem-ambiente vive em uma luta constante executando suas ações à 
procura do ótimo-vital, seja relacionado à saúde ou à vida de uma maneira geral. 
Dessa forma, o ser humano procura uma forma de viver que, em sua essência, 
confunde-se com o conceito de saúde: bem-estar físico, mental e social e não 
apenas ausência de doença.
Pode-se dizer que o homem está com saúde quando, pelo intercâmbio 
com o ambiente, consegue manter sua individualidade biológica, 
diminuir agressões e resolver os conflitos que surgem. Isso, 
fundamentalmente, mostra o homem como ser ativo, que conquista 
seu estado de saúde. (CONCEIÇÃO, 1994, p. 5, grifo do autor).
Perceba a estreita ligação que há entre melhor-viver e melhor-saúde, 
conceitos apresentados pelo autor acima citado: as ações que visam à melhoria 
da sáude são, ao mesmo tempo, as ações que objetivam a melhoria das condições 
de vida. Observe:
QUADRO 1 – SAÚDE BIOLÓGICA, MENTAL E SOCIAL
ESTAR COM SAÚDE
Na área biológica:
Significa lutar para manter o equilíbrio físico diante das mutações 
ambientais, à procura do ótimo-viver. Assim, nos aspectos diários de vida 
sadia, vive-se uma ação dinâmica e contínua para a superação dos conflitos 
surgidos pelas agressões ambientais, inexistindo a ideia de conformismo e 
passividade ou de aceitar o indesejável e o maléfico sem combate.
Na área mental:
A procura do completo bem-estar é a expressão da luta do homem diante 
dos conflitos: sem medo, procurando resolvê-los constantemente, sabendo, 
de antemão, que a solução de um deles abre a perspectiva de aparecimento 
de outros conflitos ou da busca de novas soluções, isto é, um vir a ser 
permanente.
Na área social:
Representa, também, a luta do homem para a harmonização de suas 
necessidades mais íntimas e concretas com a estrutura social vigente, 
mantendo-a ou modificando-a, de acordo com suas aspirações, bem como 
de seu grupo social e comunidade.
FONTE: Adaptado de: Conceição (1994)
Caro acadêmico, neste ponto de nosso estudo podemos concluir que estar 
com saúde corresponde ao melhor estado de vitalidade física, mental e social, que 
surge não só de nossa atuação frente aos conflitos e à busca de soluções, como 
também de nossa interação harmônica com o meio ambiente.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
6
DICAS
Para aprofundar seus conhecimentos, observe nossa dica 
de leitura! Este livro, organizado por José Augusto Nigro Conceição, 
traz uma série de artigos relacionados ao tema Saúde Escolar: a criança, 
a vida e a escola. Para complementar o que acabamos de estudar, 
sugerimos a leitura na íntegra do primeiro artigo “Vida e Saúde”, de 
autoria do próprio organizador. Veja com seu professor se o polo de 
apoio presencial onde você estuda não tem este exemplar disponível 
para consulta. Boa leitura!
Com relação ao direito de ter uma vida plena em saúde, há 60 anos, no 
lançamento da Organização Mundial de Saúde, os governos mundiais declararam 
a saúde como direito humano fundamental, sem distinção de raça, religião, crença 
política, condição social ou econômica. Há trinta anos, em Alma Ata (Conferência 
Internacional sobre cuidados primários de saúde), os governos do mundo pediram 
saúde para todos até o ano 2000, principalmente através da expansão do acesso a 
instalações e serviços de saúde básica. Embora o mundo tenha de longe deixado de 
atingir esse alvo, podemos ainda chegar a ele, a custos muito baixos. 
Pensando nisso, dez passos básicos que podem levar à saúde para todos, 
nos próximos anos, de acordo com Sachs (2008).
SAÚDE BÁSICA PARA TODOS
Primeiro: países ricos deveriam investir 0,1% de seus produtos internos 
brutos para cuidados com saúde nos países de baixa renda. Com o PIB do 
mundo rico de U$ 35 trilhões, isso criaria um fundo de cerca de U$ 35 bilhões 
por ano – o bastante para U$ 35 per capita em serviços adicionais para cerca de 
um bilhão de pessoas.
Segundo: metade do acréscimo deveria ser canalizada para o Fundo 
Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária. O Fundo Global provou ser 
uma instituição altamente eficaz, com mínimo de burocracia e máximo impacto. 
Apoiou a distribuição de aproximadamente 30 milhões de redes antimalária, 
ajudou a colocar cerca de um milhão de africanos em tratamento antirretroviral 
e a curar mais de dois milhões de pessoas com tuberculose.
Terceiro: países de baixa renda deveriam destinar 15% de seus próprios 
orçamentos à saúde. Considere um país pobre onde a renda média anual é de 
U$ 300. O orçamento total nacional pode estar em torno de 15% do PIB, mais 
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
7
ou menos U$ 45 per capita. Quinze por cento desta soma destinada à saúde 
chegaria a U$ 6,75 por pessoa por ano. Não o bastante por si mesmos para 
fornecer cuidados de saúde adequados, mas que cumpririam a tarefacom os 
U$ 35 per capita de doações.
Quarto: o mundo deveria adotar um planejamento para o controle 
abrangente da malária, visando levar a mortalidade pela doença a próximo 
de zero em 2012, com amplo acesso a redes antimalária, borrifamento de lares, 
quando apropriado, e remédios eficazes quando a doença atacasse.
Quinto: os países ricos deveriam seguir em seu antigo e realizável 
compromisso de assegurar acesso a antirretrovirais para todas as pessoas 
infectadas pelo HIV até 2010.
Sexto: o mundo deveria preencher uma carência de financiamento de 
cerca de U$3 bilhões por ano para um controle amplo da tuberculose – outra 
área na qual há muito tempo se provou que as intervenções são eficazes, mas 
onde há falta crônica de fundos.
Sétimo: o mundo deveria garantir, com uns poucos bilhões de dólares 
por ano, o acesso dos mais pobres entre os pobres aos serviços de saúde sexuais 
e de reprodução, incluindo planejamento familiar, contracepção e cuidados 
obstétricos de emergência.
Oitavo: o Fundo Global poderia oferecer cerca de U$ 400 milhões por 
ano para o controle amplo de diversas doenças tropicais (principalmente as 
infecções por vermes), que ocorrem virtualmente nas mesmas regiões onde a 
malária é endêmica.
Nono: o Fundo Global poderia abrir um novo mecanismo de 
financiamento para incentivar o cuidado primário de saúde, incluindo – o 
mais importante – a construção de clínicas e a contratação e treinamento de 
enfermeiras e trabalhadores comunitários de saúde.
Décimo: ao usar recentes conquistas na medicina e na saúde pública os 
sistemas de saúde expandidos nos países mais pobres poderiam estar equipados 
para lidar com doenças não comunicadas e há muito negligenciadas, mas que 
podem ser tratadas a custo baixo, como hipertensão, catarata e depressão.
Jeffrey Sachs é diretor do Earth Institute da Universidade 
de Colúmbia (www.earth.columbia.edu).
FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/saude_basica_para_todos.html>. 
Acesso em: 24 jan. 2012.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
8
Segundo Sachs (2008), esses dez passos básicos que você acabou de ler 
poderiam salvar a vida de 10 milhões de crianças e adultos por ano, a um custo 
quase imperceptível para as nações mais ricas. Essas medidas ainda iriam reduzir, 
e não acelerar, o crescimento populacional em regiões empobrecidas, diminuindo 
as tensões econômicas e ambientais que populações crescentes estão impondo a 
elas. Para Rattner (2009),
[...] os impactos mais sérios na saúde humana são produzidos, 
indubitavelmente, pelas condições de vida, a desigualdade social e a 
consequente exclusão e marginalidade que atingem dezenas de milhões 
de brasileiros e centenas de milhões da população mundial. Talvez, 
por isso, um relatório recente divulgado pela OMS – Organização 
Mundial de Saúde – em agosto de 2008 e elaborado por um grupo 
de especialistas com ampla experiência em desenvolvimento e saúde, 
inicia com as palavras “Justiça social é um assunto de vida e morte”. O 
documento concentra-se na questão de desigualdade e sua relação com 
a saúde e conclama os governos a superar o fosso entre ricos e pobres, 
no período de uma geração. O fosso é configurado pelos extremos de 
mortalidade infantil e expectativa de vida entre os mais pobres da 
África, Ásia e América Latina quando comparados aos indicadores 
das classes média e alta, moradores nas áreas urbanas privilegiadas.
Segundo o mesmo autor, os problemas de saúde pública têm raízes 
sistêmicas e interdependentes que refutam e inviabilizam qualquer abordagem 
linear e cartesiana. Sendo assim, infere-se que qualquer reducionismo, tratando-
se de problemas sociais complexos, revela-se estéril e improdutivo. Para intervir 
nesse cenário desalentador, é preciso melhorar os indicadores da eficácia das 
políticas públicas de saúde, para informar e conscientizar a sociedade civil, 
organizada e motivada para sua plena participação nas decisões que afetam sua 
saúde e seu bem-estar.
A nossa legislação também conceitua e prevê o direito à saúde. De 
acordo com a Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes, em seu art. 2º, “a saúde é um direito fundamental do ser 
humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno 
exercício”. (BRASIL, 1990). Segundo a mesma lei, em seu art. 3º, a saúde tem 
como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, “[...] a alimentação, a 
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, 
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da 
população expressam a organização social e econômica do país” (grifos nossos).
Caro acadêmico, a relação entre meio ambiente e saúde será abordada 
especificamente no Tópico 4, desta unidade. Neste momento é hora de analisar 
o que podemos fazer para melhorar e/ou manter nossa saúde em dia através de 
hábitos de vida saudáveis. Mas que hábitos são esses? Vamos descobrir juntos!
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
9
2.1 HÁBITOS SAUDÁVEIS
Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é uma boa forma de manter sua 
saúde física e mental, melhorar a autoestima, amenizar os sintomas da depressão 
e da ansiedade, reduzir o risco de doenças e aumentar consideravelmente seu 
sistema imunológico.
UNI
Você sabia que seu corpo possui um sistema 
interno de defesa? O sistema imunológico é uma complexa 
barreira composta por milhões de células de diferentes tipos e 
com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do 
organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças.
Analisando a figura a seguir podemos notar que ela nos apresenta uma 
série de hábitos e atitudes para levar uma vida saudável.
FIGURA 4 – HÁBITOS SAUDÁVEIS
FONTE: Disponível em: <http://andrerodriguesbr.wordpress.com/2010/08/19/1041/>.
Acesso em: 24 abr. 2011.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
10
Exercício de observação e reflexão! Escreva quantos hábitos e/ou atitudes são 
apresentados na figura acima em busca de uma vida cheia de saúde. Quantos 
destes você realmente pratica em seu dia a dia? Reflita sobre sua postura, talvez 
esteja na hora de cuidar mais da sua saúde!
AUTOATIVIDADE
Compare as suas observações com as que vamos fazer juntos a partir de 
agora! Analisando a imagem anterior vamos destacar alguns hábitos de vida que 
são considerados saudáveis e/ou promotores de uma vida saudável:
• ingerir alimentos saudáveis, fontes de vitaminas e sais minerais (frutas, leite, 
verduras, sucos, entre outros);
• ingerir água diariamente;
• praticar atividades físicas;
• manter um controle do peso;
• estar de bem com a vida (sem estresse, sorrir, amar, brincar, dançar, entre outros 
aspectos).
E então? Suas primeiras observações estão em acordo com as que 
acabamos de ver juntos? Perceba que esses hábitos incorporam atividades físicas 
e mentais, ambas fundamentais para alcançar uma vida plena de saúde, conforme 
estudamos no início deste tópico. 
Caro acadêmico! A figura que veremos na sequência nos apresenta dez 
hábitos saudáveis que podemos perfeitamente incluir em nosso dia a dia! Observe 
com atenção e reflita sobre esses hábitos.
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
11
FIGURA 5 – DEZ PRINCIPAIS HÁBITOS SAUDÁVEIS
1 Alimente-se bem
Inclua na sua dieta uma 
porção de frutas, verduras 
e fibras como a linhaça 
ou aveia. Equilibre as 
quantidades de proteínas e 
carboidratos, assim como as 
gorduras e açúcares. Evite comer muita fritura 
e doces, além de pratos congelados com muito 
sódio. Inclua também vitaminas para o bom 
funcionamento do organismo.
6 Descanse quando 
necessário
Tenha algum tempo para 
descansar. Seu corpo 
necessita de um período 
de 6 a 8 horas para se 
recuperar das atividades 
diárias. Uma boa noite de sono repõe todas 
as energias. A falta de sono está vinculada ao 
prejuízo do corpo e da mente.
2 Mexa-seSe você ainda não tem 
o hábito de praticar 
exercícios regularmente, 
inclua caminhadas ainda 
que por alguns minutos 
por dia; qualquer 
exercício é melhor do que 
não fazer exercícios. Exercícios físicos ativam 
a circulação, revigoram o corpo e fornecem 
energia. Está provado que o sedentarismo é um 
vilão para o corpo e a mente.
3 Beba água
A ingestão de água 
deve ser dividida ao 
longo do dia e não em 
grandes volumes de 
uma vez só. A água é 
fundamental para o bom 
funcionamento de nosso 
organismo. A quantidade recomendada é 
de 1 litro e meio a dois litros. Evite bebidas 
açucaradas.
4 Evite o estresse
Hoje em dia o estresse é 
apontado como um dos 
grandes causadores de 
doenças. O estresse é uma 
alteração do organismo 
em resposta a estímulos 
internos ou externos. 
Faça exercícios de respiração, relaxamento e 
meditação.
8 Levante sua autoestima
Essa é especialmente para 
as mulheres. Cuide da 
saúde e do corpo, faça 
hidratação na pele, corpo 
e cabelo, vá ao salão de 
beleza, faça massagens, 
pinte as unhas, compre uma roupa nova… Não 
descuide de seu aspecto visual, ainda que você 
não esteja se sentindo bem. Sentir-se agradável 
com relação aos outros aumenta a produção de 
endorfinas, o hormônio responsável, em boa 
parte, para que as pessoas se sintam felizes.
7 Cuide da sua postura
Procure adotar uma 
posição adequada no 
escritório. As cadeiras 
incômodas podem 
fazer com que você 
termine em uma 
visita ao ortopedista. 
Disponibilize alguns momentos para esticar 
os músculos durante a sua jornada laboral. Os 
alongamentos ajudam a evitar dores nas costas, 
ombros, braços, pescoço e cabeça.
5 Divirta-se!
Ter amigos é muito 
saudável – uma boa 
conversa faz milagres 
para nossa saúde! Ouça 
música, dance e viaje 
mais. Mude a rotina e 
esqueça os problemas e 
o trabalho. Dê mais risadas. Está comprovado 
que o sorriso é uma excelente terapia contra o 
estresse e a ansiedade.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
12
10 Esqueça o cigarro e
o álcool
Tanto o cigarro quanto 
o álcool prejudicam o 
desempenho do corpo 
para quaisquer atividades. 
O consumo de qualquer 
droga pode levar a outra, 
e a droga mais relacionada ao tabagismo é o 
álcool. E quando o tabagismo está associado ao 
álcool, o consumo de cigarro tende a triplicar – o 
que pode precocemente causar doenças graves.
Como podemos perceber, nossa saúde está diretamente relacionada aos 
hábitos que adotamos ao longo da vida. Excluir hábitos que prejudicam de alguma 
forma nossa saúde e passar a adotar hábitos saudáveis é um bom exercício para 
conquistar plena saúde física e mental. Comece a se observar em seu dia a dia e 
faça uma lista de seus principais hábitos. Se você notar que poucos ou nenhum 
dos hábitos saudáveis que vimos juntos fazem parte da sua vida, está na hora de 
começar a pensar sobre isso e, acima de tudo, rever sua forma de levar a vida. 
Sempre é tempo de começar, mexa-se e lembre-se de que saúde envolve uma série 
de fatores e/ou condições que devem ser adotadas para o nosso bem-estar completo, 
incluindo o equilíbrio e a qualidade ambiental, conforme veremos a seguir.
FONTE: Disponível em: <http://belezaesaude.dae.com.br/habitos-saudaveis/>.
Acesso em: 6 jun. 2011.
9 Use protetor solar
 Os benefícios em longo 
prazo do uso de filtro 
solar estão provados 
e comprovados pela 
ciência. Usar filtro todos 
os dias evita câncer de 
pele e o envelhecimento 
precoce. Se a exposição ao sol é pouca basta 
usar o FPS 15, mas, se for alta, use ao menos o 
fator 30.
13
Neste tópico você estudou que:
• A palavra saúde não deve ser entendida de forma restrita como sendo somente 
a ausência de doença.
• Saúde envolve o bem-estar físico, mental e social de um indivíduo.
• A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção 
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes.
• A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as 
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
• A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, “[...] 
a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a 
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.
• Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica 
do país.
• Os impactos mais sérios na saúde humana são produzidos, indubitavelmente, 
pelas condições de vida, a desigualdade social e a consequente exclusão e 
marginalidade que atingem dezenas de milhões de brasileiros e centenas de 
milhões da população mundial.
• Os problemas de saúde pública têm raízes sistêmicas e interdependentes que 
refutam e inviabilizam qualquer abordagem linear e cartesiana.
• Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é uma boa forma de manter sua saúde 
física e mental, melhorar a autoestima, amenizar os sintomas da depressão e 
da ansiedade, reduzir o risco de doenças e aumentar consideravelmente seu 
sistema imunológico.
• Nossa saúde está diretamente relacionada aos hábitos que adotamos ao longo 
da vida.
• Saúde envolve uma série de fatores e/ou condições que devem ser adotadas 
para o nosso bem-estar completo, incluindo o equilíbrio ambiental.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 Em que sentido corpo e mente podem estar relacionados na manutenção de 
uma vida saudável/sadia?
 ___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2 Observe-se por um determinado período e anote seus hábitos de vida. Em 
seguida construa uma tabela e liste o que você considera hábitos saudáveis 
e os prejudiciais. Deixe uma coluna disponível para você acrescentar e se 
comprometer com uma mudança de atitude para cada hábito prejudicial de 
seu dia a dia. Veja um exemplo e, a partir dele, construa sua tabela.
AUTOATIVIDADE
Hábito saudável Hábito prejudicial Mudança de atitude
Caminhar 3 vezes por 
semana (1h).
Fumar 1 carteira de cigarros 
por dia.
Diminuir a quantidade de 
cigarros por dia até conseguir 
parar de fumar.
Beber bastante água ao 
longo do dia.
Ingestão de alimentos 
gordurosos.
Optar por alimentos 
preparados de forma mais 
saudável.
15
TÓPICO 2
MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico vamos estudar o que é o meio ambiente e 
de que forma estamos inseridos neste meio. Você terá oportunidade de perceber 
que a grande maioria dos problemas ambientais que temos presenciado está 
fundamentada na falta de conscientização/alfabetização ecológica durante a 
formação das gerações passadas e atuais.
NOTA
A alfabetização ecológica é o processo de aprendizagem 
dos princípios de organização dos ecossistemas que constituem a vida 
na Terra. Ensinar e aprender os princípios básicos da ecologia para nos 
tornarmos “ecologicamente alfabetizados”, conhecendo as diversas 
redes de interações, que constituem a teia da vida, são objetivos da 
alfabetização ecológica. Através dela é possível entender as múltiplas 
relações que se estabelecem entre todos os seres e o ambiente onde 
vivem, e como tais relações se configuram na teia que sustenta a vida 
no planeta. Acesse o site <http://www.alfabetizacaoecologica.com/> 
para saber mais sobre a obra Alfabetização Ecológica: um caminho 
para a sustentabilidade, da autora Ellen Regina Mayhé Nunes.
O ser humano foi produzindo, transformando e construindo o espaço 
geográfico sem se sentir parte integrante deste meio. Com isso, vivenciamos hoje 
destruição ambiental e uso irracional dos recursos naturais, ocasionando uma série 
de problemas socioambientais que afetam a comunidade global. Compreender o 
conceito de meio ambiente é criar condições para que os seres humanos se sintam 
moralmente responsáveis pelo seu comportamento em relação à natureza. Neste 
contexto,vamos resgatar alguns conhecimentos sobre o tema para nos sentirmos 
integrantes e integrados ao meio ambiente e diretamente responsáveis pela sua 
saúde e proteção.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
16
2 O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
Você lembra que no tópico anterior você observou duas imagens e escolheu 
a que lhe mostrava uma criança com saúde? Agora analise o meio ambiente! Qual 
dessas imagens o remete a um ambiente saudável e equilibrado?
FONTE: Disponível em: <http://www.
rogeriosilveira.jor.br/amigos/didiu/meio_
ambiente.jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011.
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.
com/_5dL9Zisqexk/SlOc5HnH9UI/
AAAAAAAAJsE/72-upLFGP5A/s400/lixo.JPG>. 
Acesso em: 24 abr. 2011.
Neste caso, da mesma forma você resgatou conceitos e aprendizados 
internalizados ao longo de sua vida e, certamente, optou pela Figura 6. Isso 
porque as questões ambientais são muito discutidas e veiculadas pelos meios 
de comunicação, tornando-se preocupação constante nas sociedades atuais e 
ajudando a formar conceitos a respeito de um ambiente saudável.
FIGURA 6 – MEIO AMBIENTE PRESERVADO FIGURA 7 – MEIO AMBIENTE POLUÍDO
DICAS
Lembra a dica no tópico anterior sobre o Canal kids/
Saúde? Pois é, agora é hora do Canal Kids/Meio Ambiente. Acesse 
o site <http://www.canalkids.com.br/meioambiente/index.htm>. 
Este é um ambiente virtual com muita informação para você e 
seus alunos, além de servir como uma fonte para enriquecer 
suas (futuras) aulas. Caro acadêmico, não se preocupe..., no último tópico, da Unidade 
3, voltaremos a falar sobre metodologias de ensino voltadas ao meio ambiente e saúde.
TÓPICO 2 | MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
17
Já que estamos falando em ambiente saudável, a Constituição Federal 
de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente saudável é também 
considerado como um direito constitucional fundamental. Observe-se o que diz 
o art. 225 (capítulo VI do Meio Ambiente): “Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo para presentes e futuras gerações”. 
Mas qual o conceito de meio ambiente propriamente dito? Algumas 
definições abrangem somente os componentes naturais, já outras, refletindo uma 
concepção mais atual, consideram o meio ambiente um sistema amplo no qual há 
a interação de fatores físicos, biológicos, econômicos e sociais.
Para Silva (2002, p. 20), meio ambiente “[...] é a interação do conjunto 
de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento 
equilibrado da vida em todas as suas formas”. 
De acordo com a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente (PNMA), em seu art. 3º, entende-se por meio ambiente “[...] o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Ou seja, ao pensarmos sobre meio ambiente devemos ter uma visão ampla que 
[...] envolva não só os elementos naturais do meio ambiente, mas 
também os elementos construídos e todos os aspectos sociais 
envolvidos na questão ambiental. Dentro dessa visão, o homem é um 
elemento a mais que, porém, tem extraordinária capacidade de atuar 
sobre o meio e modificá-lo – o que pode, às vezes, voltar-se contra ele 
próprio. (BRASIL, 2000, p. 73).
Portanto, ao pensarmos no termo ‘meio ambiente’ podemos relacioná-
lo ao espaço (físico e biológico) em que vivem os seres vivos e no qual se 
desenvolvem, estabelecem relações, transformam e são transformados, somado 
ao espaço sociocultural (no caso dos seres humanos).
Caro acadêmico, no dia 5 de junho comemoramos o Dia Mundial do Meio 
Ambiente. Esta data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 
1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. 
De acordo com o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 
2011), o Dia Mundial do Meio Ambiente cataliza a atenção e ação política de povos e 
países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental. 
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
18
Os principais objetivos das comemorações são:
1 mostrar o lado humano das questões ambientais; 
2 capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento 
sustentável; 
3 promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos 
mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais; 
4 advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um 
futuro mais seguro e mais próspero. 
Nós, educadores, precisamos cada vez mais mobilizar nossos educandos 
e toda a comunidade, seja ela escolar ou não, para datas como estas. Lembramos 
que meio ambiente, proteção e preservação ambiental, educação ambiental, 
alfabetização ecológica, entre outros, são temas que devem ser trabalhados de 
forma transdisciplinar, ou seja, com o grau máximo de relações entre as disciplinas, 
o que supõe uma integração global dos temas.
UNI
Para refletir! Observe as charges a seguir e reflita sobre as atuais condições 
ambientais. Ao longo de nosso estudo voltaremos a falar sobre meio ambiente, degradação 
ambiental e sustentabilidade!
FONTE: Disponível em: A <http://1.bp.blogspot.com/_bYpqQlgdj8A/Sn78Q855ODI/
AAAAAAAAAzI/W1xpu3zW6cA/s400/charge_meio_ambiente.jpg>; B <http://www.sedur.
ba.gov.br/imagens/charges/charge.meioambiente.02_05.06.07.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2011.
A B
TÓPICO 2 | MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
19
Caro acadêmico, no próximo tópico desta unidade, faremos uma breve, porém 
importante, passagem pelo meio ambiente, compreendendo seus componentes e 
as relações que ocorrem entre eles. Trata-se de uma passagem fundamental não só 
para nos familiarizar com alguns conceitos ecológicos, mas também para ter uma 
base teórica sobre essas relações. Este estudo nos conduzirá para a compreensão da 
íntima correlação que há entre o meio ambiente e nossa saúde. 
20
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• O ser humano foi produzindo, transformando e construindo o espaço geográfico 
sem se sentir parte integrante deste meio.
• Compreender o conceito de meio ambiente é criar condições para que os seres 
humanos se sintam moralmente responsáveis pelo seu comportamento em 
relação à natureza.
• As questões ambientais são muito discutidas e veiculadas pelos meios de 
comunicação, tornando-se preocupação constante nas sociedades atuais e 
ajudando a formar conceitos a respeito de um ambiente saudável.
• A Constituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente 
saudável é também considerado como um direito constitucional fundamental.
• O art. 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo VI do Meio Ambiente) afirma: 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo para presentes e futuras gerações”.
• Algumas definições para o termo meio ambiente abrangem somente os 
componentes naturais, já outras, refletindo uma concepção mais atual, o 
consideram um sistema amplo no qual há a interação de fatores físicos, 
biológicos, econômicos e sociais.
• A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA), em seu art. 3º, entende por meio ambiente “[...] o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
• Ao pensarmos no termo ‘meio ambiente’ podemos relacioná-lo ao espaço 
(físico e biológico) em que vivem os seres vivos e no qual se desenvolvem, 
estabelecem relações, transformam e são transformados, somado ao espaço 
sociocultural (no caso dos seres humanos).
21
1 Como você definiria o termo meio ambiente?
 __________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________
2 Analise as afirmativas e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas. Na 
sequência assinale a alternativa CORRETA:
( ) A Contituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente 
saudável é também considerado como um direito constitucional 
fundamental.
( ) As concepções mais antigas acerca do termo meio ambiente o consideram 
um sistema fechado no qual há a interação de fatores físicos, biológicos, 
econômicos e sociais.
( ) As questões ambientais há muito tempo deixaram de ser uma preocupação 
constante nas sociedades atuais.
( ) Segundo o art. 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo VI do 
Meio Ambiente), “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida [...]”.
a) ( ) V- V- F- F.
b) ( ) F- F- F- V.
c) ( ) V- F- F- V.
d) ( ) V- V- F- V.
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 3
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para compreender a relação que há entre meio ambiente e saúde, é 
fundamental que façamos um breve passeio pela ecologia para nos familiarizar 
com seus principais conceitos e fundamentos e nos conscientizar de que fazemos 
parte do meio ambiente. Aliás, você conhece a origem da palavra ecologia? 
Derivada de duas palavras gregas: óikos (casa) e logos (estudo), ecologia significa 
literalmente o “estudo da casa”. Preocupada em estudar as relações existentes 
entre os seres vivos e destes com o meio ambiente, a ecologia é uma área que 
está em pleno desenvolvimento e torna-se cada vez mais importante devido à 
interferência humana sobre os ecossistemas.
NOTA
Você sabe o que significa ecossistema? Ecossistema é uma unidade ecológica 
importante, pois equivale à somatória dos componentes bióticos (seres vivos) mais os 
componentes abióticos (fatores que atuam sobre os seres vivos, tais como luz, temperatura, 
tipo de solo, salinidade, variações de pressão da água e do ar, entre outros).
Pare um instante para analisar a região onde você mora. Que problemas 
ambientais são mais inquietantes? A coleta do lixo? A ausência de programas de 
reciclagem? Excesso de poluição? Você sabe a dimensão do desequilíbrio ecológico 
e os problemas de saúde que a ausência de um programa de coleta seletiva e 
reciclagem, por exemplo, podem trazer para o meio ambiente e a comunidade? 
Os desequilíbrios ecológicos, observados nos últimos tempos, podem ser 
amenizados à medida que passamos a conhecer a estrutura e o funcionamento 
dos ecossistemas e nos tornamos capazes de adotar procedimentos racionais de 
utilização dos recursos naturais.
24
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Portanto, neste tópico, você terá a oportunidade de conhecer os conceitos 
básicos da ecologia para, ao longo do estudo desta disciplina, avaliar a importância 
de perceber o alto grau de interdependência que existe entre os diversos 
componentes da biosfera. Entender a complexidade das relações ecológicas entre 
os seres vivos e destes com o meio é uma ferramenta fundamental para gerar 
mudança de atitude diante dos problemas ambientais que nos cercam. Manter 
um meio ambiente saudável e equilibrado significa ter saúde e qualidade de vida.
2 ECOLOGIA
O meio ambiente e a ecologia passaram a ser uma preocupação em todo 
o mundo, em meados do século XX. Porém, foi ainda no século XIX, por volta 
de 1869, que o biólogo alemão, Ernst Haeckel, propôs pela primeira vez o termo 
ecologia. Parafraseando Haeckel, podemos descrever ecologia como o estudo 
científico das interações entre organismos e deles com o ambiente. (TOWNSEND; 
BEGON; HARPER, 2006).
A importância de conhecer os fundamentos desta ciência consiste em 
entendermos que fazemos parte do meio ambiente. Somos seres participantes 
de todas essas interações, sejam elas com outros organismos ou, principalmente, 
com o meio físico. 
Atualmente, temos ouvido e lido muito sobre problemas ambientais e 
com certeza você deve ter se lembrado de vários, certo? No entanto, pouco se 
tem feito efetivamente para solucionar ou pelo menos amenizar tais problemas. 
Precisamos mudar nossas atitudes e entender que a preservação dos ecossistemas 
e dos recursos naturais está intimamente ligada à nossa sobrevivência. E a 
condição para tal se resume em educação, precisamos urgentemente de educação 
ambiental para todos.
ESTUDOS FU
TUROS
Caro acadêmico, na Unidade 3 voltaremos a falar sobre Educação Ambiental. 
Vamos em frente!
Segundo Fernandez (2004, p. 13), “Mais do que nunca, é preciso conhecer e 
entender para conservar. Mas para conservar é preciso também amar”. Sob esta ótica, 
vamos compreender que exercemos um papel importante sobre os ecossistemas, 
seja como agentes transformadores ou conservadores dos recursos naturais.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
25
3 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
A ecologia, assim como as demais ciências, subdivide seu objeto de estudo 
para, dessa forma, facilitar a compreensão das partes que compõem o todo. Para 
Odum e Barret (2007), talvez a melhor maneira de delimitar a ecologia moderna 
seja considerar o conceito de níveis de organização. 
Em cada nível, ocorrem interações com o ambiente físico, formando 
sistemas funcionais característicos. Podemos entender nível como um conjunto de 
entidades sejam elas moléculas, genes, células, tecidos, órgãos ou mesmo espécies 
agrupadas, de forma hierárquica com uma escala crescente de complexidade. 
Para Ricklefs (2003, p. 2), “Cada sistema ecológico menor é um subconjunto de 
um próximo maior, e assim os diferentes tipos de sistemas ecológicos formam 
uma hierarquia de tamanho”. Observe a figura a seguir e veja um exemplo de 
níveis de organização biológica.
FIGURA 8 – NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA
FONTE: Disponível em: <http://raphax.files.wordpress.com/2010/04/niveisdeorganizacao1.jpg>. 
Acesso em: 28 mar. 2011.
Neste tópico, vamos analisar os níveis de organização a partir dos que são 
considerados os principais objetos de estudo da ecologia: população, comunidade, 
ecossistema e biosfera (ODUM; BARRET, 2007), além de conceituar alguns termos 
importantes. Se você parar por alguns instantes para observar a natureza à sua 
volta, poderá perceber que os organismos não existem de forma isolada. Além 
de estabelecerem uma série de relações entre si, os indivíduos relacionam-se 
também com o meio em que vivem. 
26
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
O conjunto destes indivíduos da mesma espécie e que vivem em uma 
determinada área forma uma população. Esta população, por sua vez, também 
não se encontra totalmente isolada de outras, e um conjunto de populações forma 
uma comunidade. Essas comunidades interagem com fatores físicos, químicos e 
climáticos do meio onde vivem para formar os ecossistemas. Por fim, o conjunto 
de todos os ecossistemas forma a biosfera.
NOTA
Temos como definição de espécie um conjunto de indivíduos capazes de se 
reproduzir gerando descendentes férteis.
Ricklefs (2003) considera a biosfera o sistema ecológico final, no qual os 
ecossistemas estão todos interligados. Podemos concluir então que a biosfera, 
lugar onde encontramos vida no planeta, é o maior sistema biológico.
4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DE UM ECOSSISTEMA
Ao estudar a organização do mundo vivo, por meio dos níveis de organização, 
percebemos que a biosfera é formada pelo conjunto dos ecossistemas. O ecossistema 
é, portanto, uma unidade de estudo em ecologia em que se busca entender como esse 
sistema ecológico funciona e de que maneira se mantém em equilíbrio.
Um ecossistema pode apresentar dimensões muito variáveis. Podemos 
citar como exemplo de sistema ecológico a Floresta Amazônica ou uma lagoa. 
Independente do tamanho, fatores bióticos e abióticos são os componentes 
estruturais básicos de qualquer ecossistema e estão intimamente inter-
relacionados. Em todos eles ocorre troca de matéria e energia. Além disso, cada 
ecossistema faz intercâmbio de matéria e energia com ecossistemas vizinhos.Para Ricklefs (2003, p. 3):
A importância da troca de matéria entre os ecossistemas dentro da 
biosfera é acentuada pelas consequências globais das atividades 
humanas. Por exemplo, os rejeitos agrícolas e industriais se espalham 
para bem longe dos seus pontos de origem, afetando todas as regiões 
da Terra.
Na seção a seguir, veremos os componentes estruturais que compõem os 
ecossistemas.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
27
4.1 COMPONENTES BIÓTICOS
Os componentes bióticos em um ecossistema são formados por todos os 
seres vivos que ali se encontram. Podemos dividir esses componentes em dois 
grandes grupos, de acordo com o modo pelo qual se alimentam ou obtêm energia:
• autótrofos: são capazes de sintetizar seu próprio alimento e são representados 
pelos seres fotossintetizantes e quimiossintetizantes, sendo considerados os 
produtores dos ecossistemas;
• heterótrofos: não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos e são 
representados pelos consumidores e decompositores.
Assim, os componentes bióticos de um ecossistema em equilíbrio são: 
produtores, consumidores e decompositores. 
Os seres vivos precisam de energia para manter seu organismo em 
funcionamento e é por meio dos alimentos que conseguem essa energia. Os 
produtores (na maioria vegetais) são seres vivos que conseguem produzir seu 
próprio alimento a partir de compostos inorgânicos obtidos do meio ambiente. 
NOTA
Você já deve ter ouvido falar no processo da fotossíntese, certo? É por ele que as 
plantas sintetizam seu próprio alimento orgânico, a partir de compostos inorgânicos simples 
(gás carbônico, água e sais minerais) em presença de luz (fonte de energia). E de quebra, 
ainda absorvem o gás carbônico em excesso no ar.
Os consumidores, seres heterotróficos, não possuem essa capacidade de 
produzir seu próprio alimento. Assim, eles se alimentam de produtores ou então 
de outros consumidores. 
NOTA
Os consumidores podem ser:
- primários, quando se alimentam de produtores, como é o caso dos herbívoros;
- secundários, quando se alimentam de consumidores primários, como os carnívoros;
- terciários, quando se alimentam de consumidores secundários constituindo o terceiro nível 
trófico e assim sucessivamente (figura a seguir).
28
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Os decompositores, importantes componentes dos ecossistemas, são 
consumidores que se nutrem de animais e plantas mortos. Representados 
por organismos microscópicos (bactérias e fungos), sua função é a reciclagem 
da matéria orgânica através da decomposição. Por meio deste processo, esses 
recicladores da natureza restituem compostos inorgânicos ao meio ambiente, 
tornando-os novamente disponíveis para os produtores.
FIGURA 9 – COMPONENTES BIÓTICOS E NÍVEIS TRÓFICOS
FONTE: As autoras
Decompositores
Nível Trófico I
Nível Trófico III
Nível Trófico II
Nível Trófico IV
Consumidor
Terciário
(Carnívoro)
Consumidor
Secundário
(Carnívoro)
Consumidor
Primário
(Herbívoro)
Produtor
(Vegetal)
Os níveis tróficos representam os elos de uma cadeia alimentar. A 
classificação (I, II, III e assim por diante) está diretamente relacionada segundo a 
fonte de energia assimilada.
UNI
O termo trofismo ou trófico é de origem grega (trophe) e significa alimentação. 
Voltaremos a falar sobre níveis tróficos quando abordarmos cadeia alimentar e fluxo de energia.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
29
4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS
Os componentes abióticos são fatores químicos e/ou físicos que atuam 
diretamente sobre os seres vivos. Podemos citar como exemplos: água, 
temperatura, salinidade, luminosidade, tipo de solo, pH etc. Em resumo, são os 
fatores “sem vida” presentes no meio ambiente. Segundo Ricklefs (2003, p. 23):
Frequentemente falamos do vivo e do não vivo como opostos. Mas 
embora possamos facilmente distinguir entre esses dois grandes reinos 
do mundo natural, eles não existem isoladamente um do outro. A vida 
depende do mundo físico. Os seres vivos também afetam o mundo 
físico: solo, atmosfera, lagos e oceanos, e muitas rochas sedimentares 
devem suas propriedades em parte às atividades das plantas e animais.
Nesta interdependência que ocorre entre os componentes bióticos e 
abióticos, os seres vivos vivem em uma busca constante das condições adequadas à 
sua sobrevivência, sendo necessário, muitas vezes, tolerar extremos de temperatura, 
luminosidade e outros fatores físicos que influenciam seu crescimento, reprodução, 
características, além de sua distribuição por diferentes locais.
DICAS
Para aprofundar o conteúdo relacionado aos fatores 
abióticos, sugerimos a leitura do capítulo 2, do livro A Economia da 
Natureza. Este capítulo traz informações sobre o ambiente físico e 
explora os atributos do ambiente que trazem mais consequências para a 
vida. Veja a referência completa na seção de Referências.
5 CADEIA, TEIA ALIMENTAR E FLUXO DE ENERGIA
A energia e a matéria (necessárias para que um ser vivo realize suas 
atividades vitais) são basicamente obtidas através dos alimentos. Assim, a “[...] 
sequência das relações tróficas pela qual a energia passa través do ecossistema é 
chamada de cadeia alimentar”. (RICKLEFS, 2003, p. 118). O fluxo energético que 
ocorre em uma cadeia alimentar é sempre no sentido:
CONSUMIDOR DECOMPOSITORPRODUTOR
30
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Isso porque são os produtores os únicos capazes de produzir alimento, 
conforme vimos anteriormente. 
Você deve estar pensando: “... essas relações alimentares que ocorrem 
na natureza não são tão simples assim”. Seu pensamento está correto! Em um 
ecossistema, existem várias cadeias alimentares que se interconectam, formando 
uma verdadeira rede complexa de transferência de matéria e energia, a qual 
chamamos de teia alimentar (figura a seguir). Perceba que as relações tróficas que 
ocorrem na natureza formam verdadeiras teias alimentares; a cadeia alimentar, 
menos complexa, pode ser vista como uma parcialidade da teia alimentar, 
somente para fins didáticos.
NOTA
Lembre-se, níveis tróficos são os elos que compõem uma cadeia alimentar. 
Assim, se tomarmos como exemplo uma cadeia alimentar simples, composta por produtores, 
herbívoros e carnívoros, os produtores ocupam o primeiro nível trófico. Os herbívoros, que são 
os consumidores primários, formam o segundo nível trófico, e os carnívoros (consumidores 
secundários) formam o terceiro nível trófico. Se sentir necessidade, volte a observar a figura 
sobre o assunto.
FIGURA 10 – TEIA ALIMENTAR
FONTE: Disponível em: <http://adrianadae.blogspot.com/2009/11/teia-alimentar.html>.
Acesso em: 28 mar. 2011.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
31
A cada transferência que ocorre, ou a cada passagem de nível trófico, 
parte da energia perde-se sob a forma de calor e parte é utilizada pelo organismo 
na realização dos processos vitais. Assim, quanto menor a cadeia alimentar, ou 
quanto mais próximo o organismo estiver do início da cadeia, maior será a energia 
disponível à população. (ODUM, 1988). Seguindo este mesmo pensamento, 
podemos concluir que o fluxo de energia é decrescente (diminui a cada nível 
trófico) e unidirecional já que essa energia liberada não é reaproveitada. 
Veja na figura a seguir como Odum representou o fluxo de energia através 
de um diagrama, mostrando três níveis tróficos. Segundo Ricklefs (2003, p. 118):
Para cada nível trófico, este diagrama mostra uma caixa representando 
a biomassa (ou seu equivalente energético) de todos os organismos 
que compõem aquele nível trófico num determinado momento. Por 
exemplo, uma caixa poderia representar todas as plantas ou todos os 
herbívoros em um dado ecossistema. Sobrepostas a estas caixas estão as 
vias que representam o fluxo de energia através daquele nível trófico.
FIGURA 11 – MODELO UNIVERSAL DE E. P. ODUM DO FLUXO ECOLÓGICO DE ENERGIA 
FONTE: Ricklefs (2003, p. 119)
NOTA
Fique atento ao observar a figura anterior: (a) um único nível trófico; (b) 
representação de uma cadeia alimentar.
Através deste fluxograma, percebemosa maneira pela qual o fluxo de 
energia diminui a cada nível trófico sucessivo. Como vimos, a energia segue 
um caminho unidirecional, não podendo mais ser reutilizada pelos organismos. 
Porém, a matéria sempre é reaproveitada através dos ciclos biogeoquímicos, que 
possibilitam este caminho cíclico da matéria na natureza.
32
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Alguns dos principais ciclos podem ser considerados o da água, do 
carbono, do oxigênio e do nitrogênio. Não iremos adentrar no campo destes 
ciclos, porém segue uma dica do UNI para que a construção do seu conhecimento 
não fique limitada a estas páginas.
DICAS
Acesse o site <http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/
mrezende/arquivos/EDUC-AMB-Ciclos-Biogeoquimicos.pdf>. Neste endereço eletrônico, 
você encontrará um material de estudo intitulado “A importância da compreensão dos ciclos 
biogeoquímicos para o desenvolvimento sustentável”. O objetivo deste material é propiciar a 
você conhecimento básico a respeito dos ciclos biogeoquímicos.
6 RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Desde o início deste estudo temos ressaltado a importância de 
compreender as relações existentes entre os seres vivos e destes com o meio onde 
vivem. É fato que os organismos não vivem de maneira isolada nos ecossistemas, 
muito pelo contrário, estabelecem uma série de relações. Neste tópico, vamos 
conhecer importantes interações que podem ser observadas entre os seres vivos. 
Para Odum (1988, p. 233):
Uma população muitas vezes afeta o crescimento ou a taxa de 
mortalidade de outra população. Assim, os membros de uma população 
podem alimentar-se de membros de outra população, competir por 
alimento, excretar dejetos nocivos ou interferir de alguma outra forma 
com a outra população. Igualmente, as populações podem ajudar uma 
à outra, a interação sendo ou unidirecional ou recíproca.
Estas interações podem ser classificadas em harmônicas, quando não 
há prejuízo para nenhum dos indivíduos da associação ou, desarmônicas, em 
que pelo menos um indivíduo da associação sofre algum tipo de desvantagem. 
Além desta classificação, podemos perceber que essas relações podem ocorrer 
entre indivíduos da mesma espécie, sendo classificadas como intraespecíficas 
ou entre indivíduos de espécies diferentes, classificadas como interespecíficas. 
Acompanhe como essas relações estão esquematizadas na figura a seguir.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
33
FIGURA 12 – RELAÇÕES ECOLÓGICAS
RE
LA
Ç
Õ
ES
 E
C
O
LÓ
G
IC
A
S
Relações desarmônicas
(interações negativas)
Relações harmônicas
(interações positivas)
Canibalismo
Competição Intraespecífica
Amensalismo
Parasitismo
Predação
Competição interespecífica
Sociedades
Colônias
Comensalismo
Protocooperado
Inquilinismo
Mutualismo
Intraespecíficas
Intraespecíficas
Interespecíficas
Interespecíficas
FONTE: As autoras
Vejamos, de uma maneira simplificada, o que ocorre em cada uma dessas 
relações. (LOPES; ROSSO, 2005).
6.1 RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES
Existem diversas relações harmônicas entre espécies diferentes. Vejamos:
• Mutualismo: ambos os organismos se beneficiam e mantêm uma relação de 
dependência.
FIGURA 13 – LIQUENS (FUNGOS E ALGAS)
FONTE: Disponível em: <http://www.naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=32591&bl=1>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
34
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
• Inquilinismo: um indivíduo geralmente obtém proteção quando em associação 
com outro, sem lhe causar prejuízo.
FIGURA 14 – PLANTAS EPÍFITAS (BROMÉLIAS E ÁRVORES)
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
NOTA
Atenção para não confundir! As plantas epífitas, como as bromélias, não podem 
ser confundidas com as plantas parasitas, como o cipó-chumbo, que você verá adiante. No 
epifitismo (inquilinismo), que é uma relação harmônica, uma das espécies se fixa e/ou se 
abriga na outra sem lhe causar prejuízo.
• Protocooperação: assim como no mutualismo, nesta associação ambos os 
organismos se beneficiam, entretanto podem viver separadamente.
FIGURA 15 - PROTOCOOPERAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://elainebavarde.blogspot.com/2010/06/eu-faltei-na-aula-de-
biologia.html>. Acesso em: 3 abr. 2011.
Pássaro palito se alimenta dos restos de alimento e parasitas nos dentes do 
crocodilo africano enquanto este dorme, fazendo digestão de boca aberta.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
35
• Comensalismo: nesta associação, assim como no inquilinismo, apenas um 
organismo se beneficia, sem causar prejuízo ao outro. A diferença é que o 
comensalismo sempre ocorre em busca de alimento.
FIGURA 16 – COMENSALISMO
FONTE: Disponível em: <http://biologia-biologa.blogspot.com/p/ecologia.html>.
Acesso em: 3 abr. 2011.
O tubarão e a rêmora que se aproveita dos restos da presa atacada pelo tubarão.
6.2 RELAÇÕES HARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE
Existem também relações harmônicas dentro da mesma espécie. 
 
• Colônias: associação de indivíduos da mesma espécie unidos anatomicamente. 
FIGURA 17 – CORAIS
FONTE: Disponível em: <http://ciencias-jovem.blogspot.com/>. Acesso em: 3 abr. 2011.
36
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
• Sociedades: associação de indivíduos da mesma espécie, separados 
anatomicamente. Podemos citar como exemplos os insetos sociais como 
abelhas, formigas, cupins.
FIGURA 18 – ABELHAS
FONTE: Disponível em: <http://veganbrasil.com.br/artigos/mel-vegan/>. Acesso em: 3 abr. 2011.
6.3 RELAÇÕES DESARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES 
DIFERENTES
Vejamos agora as relações desarmônicas entre espécies diferentes.
• Competição interespecífica: nesta relação, duas ou mais populações de 
espécies diferentes apresentam nichos ecológicos semelhantes e disputam os 
mesmos recursos do meio quando ele não é suficiente para todos.
FIGURA 19 – COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA
FONTE: Disponível em: <http://100pipocas.blogspot.com/2008/11/2-competio-interespecfica.
html>. Acesso em: 3 abr. 2011.
Hienas e abutres (espécies diferentes) em disputa pelo mesmo alimento.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
37
• Predação: ocorre quando um indivíduo captura e mata outro de outra espécie 
para se alimentar.
FIGURA 20 – PREDAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
Mamífero carnívoro (predador) e mamífero herbívoro (presa).
• Parasitismo: o parasita vive dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro 
(indivíduo de outra espécie) do qual retira seu alimento. Podemos citar como 
exemplos o cipó-chumbo, carrapato, vírus, vermes em humanos.
FIGURA 21 – CACHORRO PARASITADO POR CARRAPATOS
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010/12/parasitismo.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
• Amensalismo: nesta relação, os indivíduos de uma população secretam 
substâncias que inibem o crescimento de indivíduos de outras espécies. Como 
exemplo podemos citar os fungos do gênero Penicillium notatum que secretam 
uma substância (penicilina) que impede o desenvolvimento de bactérias.
38
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
FIGURA 22 – FUNGO PENICILLIUM + BACTÉRIA STAPHYLOCOQUE
FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/bio_ecologia/
amensalismo.jpg>. Acesso em: 3 abr. 2011.
6.4 RELAÇÕES DESARMÔNICAS DENTRO DA MESMA 
ESPÉCIE
• Competição intraespecífica: assim como na competição interespecífica, nesta 
relação os indivíduos da mesma espécie competem por recursos naturais (alimento, 
luz, espaço) não disponíveis em quantidades suficientes no seu hábitat.
FIGURA 23 – COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA 
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
39
• Canibalismo: o indivíduo mata o outro da mesma espécie para se alimentar.
FIGURA 24 – CANIBALISMO EM INSETOS
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
NOTA
Algum termo lhe pareceu estranho neste tópico? Vamos esclarecerdois 
conceitos importantes da ecologia: 
- hábitat é o lugar específico onde uma determinada espécie pode ser encontrada; 
- nicho ecológico é o conjunto de atividades que um organismo desempenha no 
ecossistema, ou seja, seu papel no sistema ecológico: relações alimentares, como se 
reproduz, seus hábitos, estratégias de sobrevivência etc. (RICKLEFS, 2003).
DICAS
Leia A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 
Neste livro, Capra propicia uma síntese de descobertas científicas recentes como a teoria 
da complexidade, a teoria Gaia, a teoria do caos e outras explicações das propriedades 
de organismos, sistemas sociais e ecossistemas. Abandonando um pouco as análises 
metafísicas, Capra apresenta uma inspirada descrição dos processos biológicos, químicos, 
físicos e até sociais que regem a intrincada teia da vida. Com casos simples, exemplifica a 
complexa dinâmica envolvida nos processos de todos os seres vivos, inclusive o homem. 
(CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 6. ed. 
São Paulo: Cultrix, 2001).
40
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Neste tópico, resgatamos os principais conceitos da ecologia, partindo 
do início da utilização do termo até chegar às relações que ocorrem entre os 
organismos. Vimos que o mundo vivo se organiza através de níveis e que o 
ecossistema, unidade básica no estudo da ecologia, é constituído por componentes 
bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores químicos e físicos que atuam diretamente 
sobre os seres vivos).
Você também pode observar que as relações alimentares que ocorrem entre 
os organismos são bastante complexas, formando verdadeiras teias alimentares, e 
que enquanto o fluxo de matéria é cíclico na natureza, o de energia é decrescente 
e unidirecional.
Caro acadêmico, o estudo da ecologia não se esgota com as informações 
e conhecimentos tratados neste tópico. Temas como ciclos biogeoquímicos, 
transferência de matéria e energia, dinâmica das populações são alguns exemplos 
do que você vai encontrar no estudo aprofundado desta ciência. Se esta introdução 
ao estudo despertou seu interesse, busque mais conhecimento! Veja a bibliografia 
citada e leia mais sobre o assunto.
41
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• O termo ecologia foi proposto pela primeira vez por volta de 1869, pelo biólogo 
alemão Ernst Haeckel.
• Ecologia pode ser definida como o estudo científico das interações entre 
organismos e deles com o ambiente.
• Ecossistema é uma unidade ecológica importante, pois equivale à somatória 
dos componentes bióticos (seres vivos) mais os componentes abióticos 
(fatores que atuam sobre os seres vivos, tais como luz, temperatura, tipo de 
solo, salinidade, variações de pressão da água e do ar, entre outros).
• O conjunto destes indivíduos da mesma espécie e que vivem em uma 
determinada área forma uma população.
• Um conjunto de populações forma uma comunidade.
• Comunidades interagem com fatores físicos, químicos e climáticos do meio 
onde vivem para formar os ecossistemas.
• O conjunto de todos os ecossistemas forma a biosfera.
• Espécie é um conjunto de indivíduos capazes de se reproduzir gerando 
descendentes férteis.
• Autótrofos são seres capazes de sintetizar seu próprio alimento sendo 
considerados os produtores dos ecossistemas.
• Heterótrofos são seres que não são capazes de sintetizar seus próprios 
alimentos e são representados pelos consumidores e decompositores.
• O fluxo energético que ocorre em uma cadeia alimentar é sempre no sentido: 
produtor, consumidor, decompositor.
• Quanto menor a cadeia alimentar, ou quanto mais próximo o organismo estiver 
do início da cadeia, maior será a energia disponível à população.
• O fluxo de energia diminui a cada nível trófico, portanto o fluxo de energia é 
decrescente (diminui a cada nível trófico) e unidirecional.
• Relações ecológicas são harmônicas quando não há prejuízo para nenhum dos 
indivíduos da associação.
42
• Relações ecológicas são desarmônicas quando pelo menos um indivíduo da 
associação sofre algum tipo de desvantagem.
• As relações ecológicas que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie são 
classificadas como intraespecíficas.
• As relações ecológicas que ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes são 
classificadas como interespecíficas.
43
1 Construa duas cadeias alimentares: uma de que você participe como 
consumidor primário e outra como consumidor terciário. Responda em 
qual delas você obtém maior quantidade de energia e por que isso ocorre.
1ª cadeia (você como consumidor primário):
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2ª cadeia (você como consumidor terciário):
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2 Sobre as relações ecológicas que podem ser observadas entre os seres vivos 
e classificadas em harmônicas ou desarmônicas, associe os itens utilizando 
os códigos a seguir:
I- Comensalismo.
II- Mutualismo.
III- Parasitismo.
IV- Colônia.
V- Inquilinismo.
( ) A rêmora acompanha o tubarão de perto e fica presa a ele por uma ventosa. 
Ela aproveita os alimentos do tubarão e também a sua locomoção, mas não 
prejudica e nem beneficia o seu hospedeiro.
( ) Nas caravelas existe uma união estreita de indivíduos, cada um deles 
especializado em determinadas funções como digestão, reprodução e defesa.
( ) A alimentação predominante do cupim é a madeira, que lhe fornece grande 
quantidade de celulose. Entretanto, ele não possui capacidade de digeri-la. 
Quem se responsabiliza pela degradação da celulose é um protozoário que 
vive em seu intestino, de onde não precisa sair para procurar alimento.
( ) Os piolhos habitam o cabelo ou pelagem do hospedeiro, onde se alimentam 
de sangue, resíduos da epiderme ou de penas e secreções sebáceas.
( ) As orquídeas, vivendo sobre outras plantas, conseguem melhores condições 
luminosas, mas nada retiram dos tecidos internos destas plantas.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I- IV- II- III- V.
b) ( ) IV- I- III- V- II.
c) ( ) II- I- V- III- IV.
d) ( ) I- II- III- IV- V.
AUTOATIVIDADE
44
45
TÓPICO 4
RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para compreender a relação entre meio ambiente e saúde precisamos 
entender as causas e consequências dos problemas ambientais que temos 
presenciado nos últimos tempos. A partir desta percepção, ficará claro que meio 
ambiente e saúde são temas indissociáveis. 
Antes de iniciar nossos estudos, reflita sobre os seguintes questionamentos. 
Como devemos nos comportar para conseguir viver em harmonia e equilíbrio 
em prol de um mundo “sustentável”? Pensando no planeta como um organismo 
vivo, onde os diversos ecossistemas vivem e têm a necessidade de equilíbrio, 
como você percebe a atual crise ambiental? Que atitudes devem ser adotadas 
para alcançarmos um estágio em que as sociedades possam ser ditas sustentáveis 
e ambientalmente saudáveis? 
Assim, ao longo deste tópico, estudaremos as configurações da crise 
ambiental na atualidade e as razões que levaram ao confronto entre meio 
ambiente e desenvolvimento. Vamos conhecer a amplitude desta crise através 
dos problemas ambientais globais e, com isso, verificar a urgência de um contínuo 
processo de conscientização ecológica envolvendo todos os atores sociais. Ao 
término deste estudo, veremos que este processo deve ser globalizado, pois tem 
papel fundamental na tomada de ações e/ou medidas para amenizar os problemas 
ambientais já instalados, bem como promover uma transformação profunda no 
modo de pensar e agir da humanidade. 
2 MEIO AMBIENTE E SAÚDE
Como vimos nos tópicos anteriores, a saúde não se limitaao funcionamento 
adequado de nossos sistemas orgânicos. É imprescindível que haja também uma 
boa integração com o meio ambiente, o que significa manter relações de troca com 
os meios bióticos, abióticos e até mesmo com o meio social. Neste sentido, cuidar 
do meio ambiente e preservar os recursos naturais é cuidar de nossa saúde e de 
nosso bem-estar. Dessa forma, ao pensarmos na relação saúde e meio ambiente 
percebemos que é impossível desvincular os dois temas.
De acordo com a tradição médica de Hipócrates (século V a. C.), visto 
como o médico mais importante da Antiguidade e considerado o pai da medicina,
46
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
[...] os meios mais eficazes para prevenir as doenças era a moderação 
e um modo de vida saudável. Por conseguinte, a saúde seria o estado 
natural do homem. Quando a doença aparece, isso significa que a 
natureza “saiu dos trilhos” devido a um desequilíbrio corporal ou 
anímico. O caminho para a saúde do homem está na moderação, na 
harmonia e “na mente sã em corpo são”. (GAARDER, 1995, p. 68).
FIGURA 25 – HIPÓCRATES
FONTE: Disponível em: <http://www.ahistoria.com.br/wp-content/uploads/hipocrates.jpg>. 
Acesso em: 24 abr. 2011.
UNI
Caro acadêmico, o termo anímico refere-se à alma.
Hipócrates revolucionou teorias e conceitos. Em seu trabalho clássico 
denomi nado “Tratado dos Ares, Águas e Lugares”, Hipócrates, ao invés de 
atribuir uma origem divina às doenças, discute suas causas ambientais. Ele 
sugere que considerações tais como o clima de uma população, a água ou sua 
situação num lugar em que os ventos sejam favoráveis são elementos que podem 
ajudar o médico a avaliar a saúde geral de seus habitantes. Notavelmente, essas 
considerações já apontam para conceitos funda mentais em epidemiologia: o 
ambiente (representado por ar, água, lugar) e o hospedeiro (representado pela 
constituição individual). (LISBOA, 2008).
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
47
NOTA
Um pouco de filosofia: Hipócrates rejeitou a crença de seus contemporâneos 
de que as doenças eram causadas por deuses vingativos. Em vez disso, ele propôs que 
todas as doenças têm uma causa natural. “Encontre a causa”, disse, “e então você poderá 
curar a doença”. Ele afirmava que, com a observação dos sintomas de uma doença e de sua 
gravidade, o médico podia dar um prognóstico ao paciente, comparando seu progresso com 
o curso característico da mesma doença. Hipócrates inaugurou uma escola de medicina 
baseada em ideias racionais como essas. Para saber mais acesse, <http://www.ahistoria.com.
br/hipocrates/>.
Caro acadêmico, este pequeno resgate histórico da Antiguidade nos revela 
que desde muito tempo as questões relacionadas à saúde e meio ambiente já eram 
preocupações e objetos de estudo dos grandes filósofos e pesquisadores da época.
A partir de agora vamos estudar e compreender de que maneira a 
degradação ambiental pode afetar e vem afetando diretamente nossa saúde física, 
mental e social. Vamos em frente!
3 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Hoje em dia grande parte da população vive em área urbana. Qual a 
relação que este dado pode ter com a nossa saúde? Será que temos ideia dos 
problemas que a falta de cuidados com o meio ambiente pode causar para nossa 
saúde física, mental e social? Observe as imagens a seguir!
FIGURA 26 – DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
FONTE: Disponível em: <http://lucianeisaias.
files.wordpress.com/2007/11/lixo.jpg>. 
Acesso em: 30 abr. 2011.
FONTE: Disponível em: <http://www.dominiojovem.
com.br/wp-content/uploads/2011/04/poluicaao.
jpg>. Acesso em: 30 abr. 2011.
48
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
FONTE: Disponível em: <http://2.
bp.blogspot.com/_Gn4XS2KopQw/
TJJJTd0kw9I/AAAAAAAAAIY/pWkJJ-JovEk/
s1600/esgoto.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2011.
FONTE: Disponível em: <http://
euamoanatureza.files.wordpress.
com/2010/12/enchente-1.jpg>. Acesso em: 
30 abr. 2011.
Será possível ter uma boa saúde vivendo em ambientes como os 
representados nas imagens? Os habitantes destes ambientes estão expostos a uma 
série de fatores que podem afetar a sua saúde. A contaminação da água, falta 
de destino correto dos resíduos sólidos, poluição atmosférica, excesso de ruídos, 
falta de saneamento, inundações, entre outros, são prejuízos consequentes da 
vida moderna atrelada à falta de cuidado com o meio ambiente.
Vários relatórios foram publicados nos últimos anos pelo PNUMA – 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – para facilitar o balanço 
da saúde ambiental do planeta e orientar os debates sobre os rumos da política 
ambiental a ser adotada para evitar desastres e seus impactos sobre populações 
indefesas. Eles apontam os principais problemas:
• A concentração de gás carbônico na atmosfera é um dos fatores que provocam 
o efeito estufa. Apesar de amplamente documentado e reconhecido na 
Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, posteriormente 
reforçado pelo Protocolo de Kyoto, nenhuma ação concreta foi iniciada, 
devido à resistência dos EUA. O aumento do aquecimento global terrestre, 
em razão do aumento de consumo de combustíveis fósseis na produção 
de aço, cimento, energia termoelétrica e queimadas de biomassas, causou 
severos danos à camada de ozônio, com severos impactos na saúde das 
populações afetadas por câncer da pele. 
• A crescente escassez de água potável: com uma demanda crescente em 
consequência do aumento da população mundial, do desenvolvimento 
industrial e da agricultura irrigada, verifica-se uma oferta limitada de água 
potável distribuída de forma muito desigual. Relatórios do PNUMA estimam 
que 40% da população mundial sofrem de escassez de água, desde a década 
de 1990. A falta de acesso à água e de saneamento básico tem resultado em 
centenas de milhões de casos de doenças, provocando mais de cinco milhões 
de mortos a cada ano.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
49
• A degradação de solos por erosão, salinização e o avanço da agricultura 
irrigada em grande escala, os desmatamentos e a remoção da cobertura 
vegetal natural, o uso de máquinas pesadas, as monoculturas e o uso de 
sistemas de irrigação inadequados, além de regimes de propriedade arcaicos, 
contribuem para a escassez crescente de terras aráveis e, assim, a segurança 
alimentar da população mundial.
• A poluição de rios, lagos, zonas costeiras e baías tem causado degradação 
ambiental contínua por despejo de volumes crescentes de resíduos e dejetos 
industriais e orgânicos. O lançamento de esgotos não tratados aumentou 
dramaticamente nas últimas décadas, com impactos eutróficos severos sobre 
a fauna, a flora e os próprios seres humanos.
• Os desmatamentos contínuos: relatórios do PNUMA estimam uma perda 
de florestas somente na década de noventa de 94.000 km quadrados, ou 
seja, 15.000 km quadrados anualmente só no Brasil, descontadas as áreas 
reflorestadas. Uma das consequências do desmatamento é a perda da 
biodiversidade, particularmente nas áreas tropicais. Mudanças climáticas, 
extração predatória de recursos naturais e minerais, transformações no uso 
do solo estão dizimando a flora e a fauna em diversas regiões de mundo.
• O crescimento exponencial da população, acompanhado de novos padrões 
de produção e consumo, resulta em enormes quantidades de resíduos tóxicos 
poluentes com efeitos desastrosos na biodiversidade. Embora não existam 
dados precisos sobre espécies extintas nas últimas três décadas, o PNUMA 
estima que 24% (1.183) de espécies mamíferas e 12% (1.130) de aves estariam 
ameaçados de extinção.
• A situação se configura particularmente dramática nas áreas urbanas e 
metropolitanas nas quais vive quase metade da população mundial, a 
maioria em condições de alimentação, habitação, saneamento e acesso a 
facilidades de recreação e lazer cada vez mais precárias. A concentração 
ininterrupta de desempregados, miseráveis e excluídos nos espaços urbanos 
caracterizados por desigualdades extremas produz o fenômeno de anomia 
social – marginalidade, delinquência e narcotráfico que enfraquecema 
coesão social e ameaçam a própria governabilidade da sociedade. Um 
relatório das Nações Unidas estima que aproximadamente 800 milhões de 
habitantes urbanos vegetam abaixo da linha de pobreza e são extremamente 
vulneráveis a desastres naturais e mudanças ambientais. Essas mudanças 
são diretamente responsáveis pela saúde deteriorada e a baixa qualidade de 
vida, sendo a falta de saneamento básico e a poluição do ar responsáveis pela 
maior parte de doenças e mortes. 
FONTE: RATTNER, Henrique. Meio ambiente, saúde e desenvolvimento sustentável. Espaço 
Acadêmico, Maringá, n. 95, abr. 2009. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.
br/095/95rattner.htm>. Acesso em: 30 abr. 2011.
50
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Podemos perceber que o autor aponta alguns dos impactos causados na 
saúde humana, pela degradação do solo, ar e água, além dos efeitos desastrosos 
de condições de moradia inadequada e de falta de acesso a saneamento básico, 
sobretudo em regiões onde há maior concentração de pessoas. 
Caro acadêmico, nossa intenção com essa abordagem não é causar pânico 
em ninguém, tampouco provocar ou incentivar o êxodo urbano. Estamos aqui com o 
objetivo de chamar a sua atenção e promover uma conscientização para mitigar e/ou 
resolver os inúmeros problemas ambientais que estão instalados em nossa sociedade 
que, pouco a pouco, estão destruindo ou, pelo menos, comprometendo nossa saúde.
Precisamos despertar para a conscientização ecológica, seja ela urbana 
ou rural. Por isso, foi fundamental que você conhecesse um pouco sobre os 
fundamentos da ecologia, estudados no Tópico 3, desta unidade. 
Agora que você já percebeu a relação direta entre meio ambiente e saúde, 
é necessário que você tenha conhecimento dos problemas ambientais que temos 
enfrentado nos últimos tempos. A partir de agora vamos mergulhar na crise 
ambiental, conhecer suas origens, causas e consequências para o meio ambiente 
e nossa saúde.
4 A CRISE AMBIENTAL
Atualmente temos presenciado uma interferência acentuada do homem 
sobre os ecossistemas. As agressões ao meio ambiente vão desde contaminação 
dos recursos hídricos, poluição atmosférica excessiva, gerando mudanças 
climáticas, até destruição de extensas áreas de vegetação, por exemplo. A relação 
entre população, desenvolvimento e recursos naturais tem sido foco de estudos 
e preocupação social. Dessa forma, é evidente a emergência de um processo de 
conscientização e mudança de comportamento por parte da humanidade quando 
se trata de utilização dos recursos naturais.
A crise ambiental tem suas origens na ilusão de domínio do homem sobre 
a natureza e na valorização exacerbada do “ter” sobre o “ser”, o que caracterizou 
a relação do homem com o meio ambiente e com seus próprios semelhantes. O 
conhecimento adquirido pela humanidade ao longo dos tempos certamente trouxe 
importantes avanços científicos, tecnológicos e econômicos. Ao mesmo tempo, 
porém, aumentou os problemas socioambientais, resultantes do uso irracional e 
inconsequente dos recursos naturais. Para Santos e Machado (2004, p. 81):
Indubitavelmente a sociedade atual caracteriza-se pelo avanço técnico-
científico e informacional que lhe confere peculiaridades nunca 
antes imaginadas. É predominantemente urbana, da comunicação 
instantânea, das distâncias reduzidas, da robótica, da cibernética. Em 
contrapartida, é a sociedade do ter em detrimento do ser, da rapidez 
frenética, da competição acirrada, e, por que não dizer, marcada por 
profundas crises.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
51
A crise ambiental, foco inicial desta nossa conversa, repercute e se impõe 
de forma cada vez mais concreta perante a sociedade que, aos poucos, vem se 
conscientizando deste grave problema que põe em risco a sobrevivência de todas 
as espécies.
Franco (2005, p. 25) relata que “[...] o mundo desperta, repentinamente, 
assustado diante de alarmantes catástrofes naturais e de previsões ainda 
mais assustadoras. Toma consciência de que o desenvolvimento, a todo custo 
perseguido, apresenta efeitos colaterais distintos daqueles conhecidos”.
Assim, veiculados por todos os meios de comunicação, os problemas 
ambientais e as agressões ao meio ambiente tornaram-se cada vez mais 
frequentes e visíveis nas últimas décadas, o que pode ter contribuído para este 
aparente processo de conscientização da “questão ambiental”. Desmatamentos, 
queimadas, descarte de lixo (doméstico, hospitalar, industrial, entre outros), 
diariamente depositado em locais impróprios e sem qualquer tipo de tratamento, 
uso excessivo de agrotóxicos são alguns exemplos de como o homem vem se 
relacionando ao longo da história com o meio ambiente.
Você deve recordar o Tópico 3, no qual estudamos as relações ecológicas. 
Se fizéssemos uma analogia entre as relações que acontecem entre os organismos 
nos ecossistemas com a relação do homem e o meio ambiente, poderíamos dizer 
que o homem, ao longo de sua história, estabeleceu com o meio ambiente uma 
relação desarmônica de parasitismo na qual atua como parasita. Extrai dele o que 
deseja sem se preocupar com a saúde de seu hospedeiro, ou seja, do sistema que 
sustenta a sua vida. (ODUM; BARRET, 2007).
DICAS
Leia este livro: ele defende o resgate da humildade, 
do respeito e do diálogo com a natureza para a compreensão dos 
problemas ambientais que estamos vivenciando. Ao longo dos últimos 
300 anos, a natureza foi transformada em mero objeto de manipulação 
à disposição da razão humana. A visão das paisagens e dos lugares 
de modo mecânico e sem vida levaram a uma completa separação 
entre seres humanos e meio ambiente. Atento a esses problemas, o 
autor desenvolve nessa obra uma ética de parceria com a natureza em 
educação ambiental, uma simbiose na qual os elementos se combinam 
num regime de coparticipação e integração. GRUN, Mauro. Em busca 
da dimensão ética da educação ambiental. Campinas: Papirus, 2007.
52
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
A crise ambiental não surgiu de uma hora para outra, mas sim há muito 
tempo, e se agravou especialmente no período da Revolução Industrial, quando 
começaram de fato as agressões ao meio ambiente. Este quadro de degradação 
ambiental, que caracteriza a crise, nada mais é do que o conjunto de ações danosas 
que nós mesmos viemos cometendo ao longo de nossa existência. 
Indiscutivelmente, não se trata somente de uma crise ambiental, mas de 
uma crise da sociedade no ambiente, uma crise de valores, de percepção. Para 
Santos e Machado (2004), a sociedade do século XXI tem dois grandes desafios. O 
primeiro deles é conseguir produzir de forma sustentada, lembrando que existe 
o dever ético de garantir o abastecimento para as futuras gerações; neste caso, 
trata-se de investir em pesquisas e novas tecnologias, colocando-as a serviço da 
conservação, recuperação e preservação dos recursos naturais. O segundo desafio 
consiste em distribuir de forma equitativa a produção, tendo a necessidade de 
desenvolver mecanismos eficientes para acabar com a miséria de cerca de 20% da 
população mundial.
 Observe a comparação que Miller (apud BRAGA et al., 2002, p. 2) faz a 
respeito de nosso planeta:
Nosso planeta pode ser comparado a uma astronave, deslocando-se a 
cem mil quilômetros por hora pelo espaço sideral, sem possibilidade 
de parada para reabastecimento, mas dispondo de um eficiente 
sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria. 
Existem atualmente, na astronave, ar, água e comida suficientes para 
manter seus passageiros. Tendo em vista o progressivo aumento do 
número desses passageiros, em forma exponencial, e a ausência de 
portos para reabastecimento, podem-se vislumbrar, a médio e longo 
prazos, problemas sérios para a manutenção de sua população.
AUTOATIVIDADE
Qual a sua opinião em relação a esta comparação de Miller? Reflita sobre isso!
Esta analogia proposta por Miller parece bastante pertinente, tendo em 
vista os dados que temos a respeito do crescimento populacional, assunto queveremos logo adiante, e o aumento da população é apontado como um dos 
problemas ambientais globais.
Para Braga et al. (2002), os principais componentes da crise ambiental estão 
representados na figura a seguir. São eles: população, recursos naturais e poluição.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
53
FIGURA 27 – RELAÇÃO ENTRE OS PRINCIPAIS COMPONENTES DA CRISE AMBIENTAL
FONTE: Adaptado de Braga et al. (2002)
Recursos
naturais Poluição
População
Dessa forma, o nível da qualidade de vida que temos depende, diretamente, 
do equilíbrio entre os vértices da tríade que acabamos de observar. Um aumento 
na população, sem qualquer tipo de controle, por exemplo, certamente causará 
um desequilíbrio neste sistema. A demanda por recursos naturais será maior 
para suprir as necessidades vitais dessa população que, inevitavelmente, acabará 
gerando algum tipo de poluição.
DICAS
Escrito por Jean Dorst, esta obra, lançada em 1998, continua 
a ser uma leitura básica para os que querem compreender as causas da 
crise ambiental do século XX. Trata sobre o meio de vida e o modo em 
que a sociedade foi educada para o trabalho e para a superprodução, 
resquícios da Revolução Industrial, aflorando a preocupação com a 
preservação do meio ambiente e a discussão sobre a qualidade de vida, 
e os efeitos causados pelas políticas de industrialização e produção de 
bens adotados pelos países da Europa. DORST, J. Antes que a natureza 
morra. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
Como seres integrantes do meio ambiente que somos, temos o dever de 
utilizar todo o avanço tecnológico e científico que conquistamos ao longo das 
gerações e aproveitar a atual era da informação globalizada para criar formas 
efetivas de promover um meio ambiente equilibrado. Superar a crise ambiental 
implica não somente conciliar desenvolvimento econômico e social com a 
proteção do meio ambiente. É necessário, acima de tudo, mudança verdadeira 
no modo de pensar e agir da humanidade. Na sequência abordaremos de forma 
isolada alguns dos problemas ambientais que se apresentam em escala global.
54
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
5 PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS
Como vimos no item anterior, a crise ambiental tem suas origens no modo 
de vida que adotamos, valorizando o “ter” em detrimento do “ser”. Essa questão 
é muito bem relatada por Franco (2005, p. 27) quando afirma que:
O modo de vida e valores adotados encontram clara explicação diante 
da história da Civilização Ocidental, remontando a eras mais remotas, 
quando o homem via-se como parte da natureza, adotando outras 
formas de relacionamento com esta, considerando-a, em alguns casos, 
como sagrada e sua transição para uma concepção eminentemente 
antropocêntrica, onde o homem passa a entender-se como elemento 
externo a mais, para o qual tudo foi criado.
A partir desse momento, quando passamos a não nos enxergar mais como 
parte integrante da natureza, inicia-se um processo de degradação ambiental e 
cultural. Cabe dizermos que, embora essa percepção das origens da crise comece 
a ser compreendida pela humanidade, a crise ambiental que estamos vivendo 
normalmente é atribuída a fatores externos, como:
[...] excesso de emissões gasosas, poluição das águas e do solo por 
efluentes e por resíduos provenientes, dentre outros, do crescente 
processo de produção e de consumo, poluição do ar pela emissão 
excessiva de poluentes gasosos, [...] explosão demográfica e da 
necessidade de aumento de áreas urbanas e rurais – para plantio 
ou pecuária – bem como da crescente demanda de matéria-prima 
necessariamente extraída da natureza, acarretando, portanto, 
dizimação de grandes áreas de vegetação nativa e o desaparecimento 
de grande quantidade de animais e vegetais. (FRANCO, 2005, p. 27).
Conscientes do processo histórico que gerou a crise ambiental que hoje 
vivemos, vamos analisar alguns aspectos causais relevantes que contribuíram 
e vêm contribuindo para aumentar a crise. Os vértices do triângulo que você 
acabou de ver no tópico anterior, como causas da crise ambiental, serão tratados 
isoladamente agora, além, é claro, das “mudanças climáticas” que temos 
presenciado em todo planeta.
5.1 O AUMENTO DA POPULAÇÃO
No topo da tríade, como um dos componentes da crise ambiental, está 
a população. Como dissemos anteriormente, o crescimento populacional está 
diretamente relacionado ao aumento da demanda de recursos naturais e à geração 
de resíduos lançados no meio ambiente.
De acordo com dados da ONU (apud BRAGA et al., 2002, p. 2), “[...] a 
população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6 bilhões no ano 2000 e, 
atualmente, a taxa de crescimento está em aproximadamente 1,3 por cento ao ano”. 
Lembrando a analogia da astronave que vimos anteriormente, isso significa que a 
cada ano milhões de novos passageiros embarcam nela e, como você lembra, não há 
paradas para reabastecimento, o que torna esse aumento populacional preocupante.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
55
NOTA
Desastres ecológicos, extinções de espécies, perda irreparável da biodiversidade, 
surgimento de novas doenças, mudanças climáticas, poluição do ar, água e solo, escassez de 
alimentos, ecossistemas em desequilíbrio são fatores que levam à diminuição da qualidade 
de vida e podem, até mesmo, causar sérios prejuízos à nossa saúde.
Os fatores que acabamos de enumerar podem se agravar com o crescimento 
exponencial da população. Dados da ONU (apud SANTOS; MACHADO, 2004, 
p. 82) revelam que:
[...] a população mundial, em 2050, poderá atingir 10,9 bilhões de 
pessoas, ou seja, um aumento real de 78% sobre o número atual de 
habitantes. Além disso, o número de pessoas com mais de 60 anos 
deve triplicar nesse mesmo período, chegando a 25% da população 
mundial.
Este crescimento populacional é maior nos países menos desenvolvidos, 
os chamados países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Devido às altas 
taxas de crescimento nessas nações, a situação de desequilíbrio tende a se agravar 
ainda mais. (BRAGA et al., 2002).
Para calcular o aumento da população, observamos a diferença entre a taxa 
de natalidade e a taxa de mortalidade. Um fator muito importante relacionado ao 
aumento populacional observado ao longo dos últimos tempos é, justamente, a 
redução considerável das taxas de mortalidade. Para Braga et al. (2002, p. 3):
A partir da Revolução Industrial, a tecnologia proporcionou uma 
redução da taxa de mortalidade, responsável pelo aumento da taxa de 
crescimento populacional anual, apesar de a taxa de natalidade estar 
se reduzindo desde aquela época até os dias atuais. 
Se traçarmos uma linha ao longo da história das civilizações, perceberemos 
que as pressões exercidas sobre o meio ambiente se intensificaram, tornando-o 
cada vez mais frágil. Diante desses dados e dessa perspectiva de crescimento 
populacional, a situação pode se agravar ainda mais. Será que os recursos naturais 
disponíveis serão suficientes para garantir a sobrevivência dos “passageiros da 
astronave” que aumentam a cada ano? Se pensarmos em longo prazo, a redução da 
taxa de crescimento populacional é imprescindível para garantir a sobrevivência 
e restabelecer o equilíbrio necessário.
56
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
5.2 A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Vamos ver agora alguns aspectos relacionados à exploração dos recursos 
naturais. Ao longo de todo estudo, você leu muitas vezes esta expressão: “uso 
inadequado dos recursos naturais”, “preservação dos recursos naturais”, 
“disponibilidade dos recursos naturais”. Mas o que isto significa realmente? 
Braga et al. (2002, p. 4) definem recurso natural como “[...] qualquer insumo de 
que os organismos, populações e ecossistemas necessitam para sua manutenção. 
Portanto, recurso natural é algo útil”. Assim, o termo está diretamente relacionado 
a desenvolvimento e economia, como concebidos pelo sistema socioeconômico. 
Quando algo é chamado de recurso é porque pensamos na sua utilidade e não na 
sua importância intrínseca (como natureza,ser vivo, entre outros).
NOTA
Sendo assim, água, ar, minerais, biomassa, vento, combustíveis, entre outros, são 
exemplos de recursos naturais.
Analisando e/ou relembrando o processo evolutivo das relações entre 
sociedade e natureza e as rupturas que aconteceram nessas relações ao longo 
da história, compreendemos que, quando o homem deixou de ser nômade para 
tornar-se sedentário, ele aprendeu a cultivar a terra e passou a acumular uma 
quantidade cada vez maior de riquezas e de bens. Esta cultura do acúmulo de 
riqueza e de um consumo cada vez maior de bens e serviços hoje faz parte dos 
costumes de qualquer sociedade e economia no mundo.
Acompanhando o aumento da produção e o crescimento econômico, vieram 
os impactos negativos da humanidade sobre o meio ambiente. Se conseguirmos 
transpor nosso pensamento imediatista e projetarmos essa situação para algumas 
décadas à frente, estes impactos negativos podem levar a uma deterioração irreversível 
das reservas de recursos naturais, prejudicando desta forma o desempenho e a 
prosperidade das economias. Porém, isso não quer dizer que não possa existir 
“harmonia” entre os recursos naturais e o desenvolvimento econômico.
Recursos naturais e economia interagem de modo bastante evidente, 
uma vez que algo é recurso na medida em que sua exploração é 
economicamente viável. Exemplo dessa situação é o álcool, que 
antes da crise do petróleo de 1973 apresentava custos de produção 
extremamente elevados ante os custos de exploração de petróleo. 
Hoje, no Brasil, apesar da diminuição do Proálcool, o álcool ainda 
pode ser considerado um importante combustível para automóveis 
e um recurso natural estratégico e de alta significância, devido a 
sua possibilidade de renovação e consequente disponibilidade. Sua 
utilização efetiva depende de análises políticas e econômicas que 
poderão ser revistas sempre que necessário. (BRAGA et al., 2002, p. 5).
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
57
Segundo os mesmos autores, existe também um forte envolvimento entre 
recursos naturais e tecnologia, já que há a necessidade de existir um processo 
tecnológico para a utilização de um recurso. Observe um exemplo relatado por 
eles: o magnésio só passou a ser visto como um recurso natural quando, por 
meio dos avanços tecnológicos, descobriu-se sua utilidade na confecção de ligas 
metálicas para aviões. 
Assim, podemos dizer que atrás do conceito de recurso natural temos 
intrinsecamente relacionados o meio ambiente, a economia e a tecnologia. A 
questão ambiental reside no fato de que, nas últimas décadas, o uso irracional 
e inadequado desses recursos provocou uma série de problemas ambientais 
agravando a atual crise. Por isso, o nível de degradação dos recursos naturais e o 
nível de crescimento econômico de uma nação estão intimamente relacionados.
Os recursos naturais podem ser classificados em renováveis e não 
renováveis, como você pode observar na figura a seguir.
FIGURA 28 – CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
NÃO RENOVÁVEIS
Minerais energéticos
Combustíveis fósseis
Urânio
RENOVÁVEIS
Água
Vento
Biomassa
Depois de serem
utilizados, tornam-se
novamente disponíveis
graças aos ciclos
naturais
Uma vez utilizado
não pode ser
reaproveitado
RECURSOS NATURAIS
FONTE: Adaptado de Braga et al. (2002)
Um fato interessante de ressaltar nesse momento é que o uso inadequado 
desses recursos pode transformar um recurso renovável em não renovável, “[...] 
quando a taxa de utilização supera a máxima capacidade de sustentação do 
sistema”. (BRAGA et al., 2002, p. 5). É neste momento que a exploração destes 
recursos naturais torna-se um dos problemas ambientais globais tratados nesse 
tópico: quando o homem não respeita o tempo natural e necessário de renovação 
dos recursos na natureza. 
58
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
5.3 A POLUIÇÃO AMBIENTAL
A população, ao fazer uso dos recursos naturais, automaticamente gera 
algum tipo de poluente. Ao escutar ou ler o termo “poluição”, o que lhe vem 
à mente? Quais são as imagens que você produz ao pensar em um ambiente 
poluído? A poluição pode ser conceituada como alterações, de ordem antrópica, nas 
características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera. 
Essas alterações causam ou podem causar prejuízos à saúde, afetar a sobrevivência 
ou as atividades dos seres humanos e de outras espécies. (BRAGA et al., 2002).
Mas, como essa poluição é quantificada? A poluição está ligada à 
quantidade ou à concentração de um determinado poluente. Assim, são 
estabelecidos padrões e indicadores de qualidade do ar, água e solo para que seja 
possível o controle da poluição de acordo com a legislação ambiental.
FIGURA 29 – FONTES POLUIDORAS
FONTE: Adaptado de Braga et al. (2002).
EFEITOS
FONTES POLUIDORAS
Localizado
Difusas
Dispersas
Agrotóxicos aplicados na agricultura
e dispersos no ar, carregados pelas
chuvas para os rios ou para o lençol freático,
gases expelidos do escapamento de veículos
automotores
Pontuais
Localizados
Lançamento de esgoto doméstico
ou industrial
Efluentes gasosos industriais
Aterro sanitário de lixo urbano
GlobalRegional
Como podemos perceber, a partir da análise da figura anterior, os efeitos 
da poluição podem ser localizados, regionais ou globais. Os mais conhecidos 
e fáceis de serem percebidos são os de efeito local ou regional e normalmente 
ocorrem em lugares onde a concentração de pessoas é maior ou então áreas com 
grande atividade industrial.
Veremos agora alguns efeitos globais em virtude do excesso de poluição 
no ambiente.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
59
a) Chuvas ácidas
As chuvas ácidas são um dos maiores problemas ambientais da atualidade. 
Desde a Revolução Industrial, com o aumento da emissão de gases poluentes na 
atmosfera, este fenômeno vem aumentado devido à solubilização de alguns gases 
cuja hidrólise seja ácida.
Hidrólise é uma reação química de quebra de uma molécula por água. Observe 
a etimologia do termo: hidro = água, lise = separação; viu só como ficou mais fácil entender 
o significado? Compreender a etimologia da palavra hidrólise reforça a ideia de quebra das 
moléculas por ação da água.
ATENCAO
Vale lembrar que as chuvas normais possuem um pH levemente ácido, 
em torno de 5,6 unidades. Essa acidez é causada pela dissociação do CO2 em 
água, formando um ácido fraco, conhecido como ácido carbônico, mas também 
de outros gases. Assim, chuva ácida é toda chuva que possui um valor de pH 
abaixo de 4,5 unidades. (BENETTI, 2009).
Este fenômeno provoca o desequilíbrio nos ecossistemas. Um exemplo 
disso é o aumento do pH da água, modificado pelas chuvas ácidas. Esta alteração 
do meio aquático é nociva às mais diversas formas de vida, sendo que algumas 
espécies de peixe, por exemplo, não são tolerantes a esta diminuição do pH. 
Vegetais também sofrem as consequências da chuva ácida. Muitos microrganismos 
presentes no solo e responsáveis pela sua fertilidade são destruídos em virtude do 
aumento da acidez, além de trazer problemas econômicos e sociais. 
b) Destruição da camada de ozônio
A camada de ozônio é um escudo natural da Terra que nos protege dos 
efeitos nocivos dos raios solares, em especial os raios ultravioleta (UV). Situada 
entre 10 e 50 km de altitude, a camada de ozônio é uma região onde se concentra 
o ozônio molecular (O3). A redução acelerada desta área da atmosfera ficou 
conhecida como “buraco na camada de ozônio”.
O gás CFC (cloro, flúor e carbono) é o grande responsável pela degradação 
do ambiente em escala global e pela destruição da camada de ozônio. Ao atingir a 
faixa de concentração da camada de ozônio, as moléculas de CFC rompem-se sob 
a ação dos raios ultravioleta e liberam cloro, que reage com o ozônio, formando 
oxigênio comum. 
60
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
DICAS
Acesse o site <http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/> e assista a um vídeo 
mostrando como ocorre a destruição da camada de ozônio. Este vídeo é um dos que 
estão na listado tema Mudanças Climáticas. Navegue neste site e assista a outros vídeos 
relacionados às mudanças ambientais globais.
Ainda sobre a camada de ozônio:
O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida estabilizou-se desde 
2000, mas ainda demorará décadas para se regenerar e fechar, o que 
pode ocorrer a partir de 2065. Apesar da estabilização, ainda não há 
sinais de uma recuperação sobre o polo sul, embora o climatólogo 
americano David J. Hofmann, da Administração Nacional de Oceanos 
e Atmosfera dos EUA (NOAA), afirme que, caso continue a tendência 
atual, o buraco poderia começar a se fechar a partir do ano 2030. 
(FOLHA ONLINE, 2009).
Com o objetivo de amenizar este problema ambiental global, diversos 
países, inclusive o Brasil, assinaram o Protocolo de Montreal, em que todos se 
comprometeram a reduzir e deixar de produzir e consumir os CFCs, em um 
determinado prazo preestipulado. (COIMBRA; TIBÚRCIO, 2006). Este protocolo 
surgiu diante do aumento do buraco na camada de ozônio e suas consequências 
para a vida na Terra. Assim, a humanidade vai tentando, ao longo de sua 
existência, remediar os problemas ambientais que ela mesma cria.
c) Mudanças climáticas – aquecimento global
Para iniciar nosso diálogo, precisamos entender que o clima é um conjunto 
de condições meteorológicas (temperatura, umidade, chuvas, pressão e ventos) 
que mantém características comuns em uma determinada região. Além disso, as 
variações no clima fazem parte da dinâmica ambiental do planeta.
As causas reais das mudanças climáticas não são unanimidade perante 
a comunidade científica. Embora não haja unicidade entre os discursos, estudos 
apontam a ação antrópica, associada às variações cíclicas naturais, como um dos 
principais fatores relacionados às mudanças climáticas.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
61
NOTA
Antrópico é relativo ao ser humano ou à sua ação. Dessa forma, ação antrópica 
resulta da ação humana.
Segundo Souza e Camargo (2006), as mudanças climáticas já afetam o 
cotidiano de bilhões de pessoas de forma impossível de ser ignorada:
Pela primeira vez desde que começaram as medições, no século XIX, 
o termômetro chegou aos 40 graus em diversas regiões temperadas 
da Europa e dos Estados Unidos. A Somália foi castigada pelas 
enchentes mais devastadoras do último meio século. A calota gelada 
do Ártico ficou 60.400 quilômetros quadrados menor – ou seja, uma 
área equivalente a duas vezes o estado de Alagoas virou água e ajudou 
a elevar o nível dos oceanos. Na China, segundo o relatório, a pior 
temporada de ciclones em uma década resultou em 1.000 mortes 
e 10 bilhões de dólares em prejuízos. Na Austrália, o décimo ano 
seguido de seca impiedosa agravou o processo de desertificação do 
solo e desencadeou incêndios florestais com virulência nunca vista. 
Sabe-se que o relatório final da Organização Meteorológica Mundial, 
a ser divulgado em fevereiro, prevê o desaparecimento total do gelo 
no Ártico durante os meses de verão já a partir de 2040. Isso pode 
significar a extinção do urso-polar em seu hábitat. 
Se pensarmos que todas essas catástrofes são decorrência do aumento de 
apenas 1 grau na temperatura média do planeta nos últimos 100 anos, é no mínimo 
assustador imaginar as consequências do aumento previsto para o ano de 2100, que, 
segundo o relatório do Intergovernmental Panel on Global Climate, financiado pelas 
Nações Unidas, terá um acréscimo de até 5,8ºC. (KERR apud KRÜGER, 2001). 
Se analisarmos a história da vida de nosso planeta, realmente veremos que 
em 4,5 bilhões de anos ocorreram mudanças climáticas radicais, com períodos 
de estabilidade seguidos de glaciações. Assim, essas mudanças climáticas de 
causas geológicas são normais e cíclicas. Porém, não podemos esquecer que a 
composição química da atmosfera também influencia o clima e que, desde 
a Revolução Industrial, a emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelo 
aquecimento global, vem aumentando consideravelmente, como já vimos em 
outros momentos deste estudo. Veja o que diz Eerola (2003, p. 7):
62
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Os dados de medições meteorológicas de temperaturas existentes 
cobrem um período de apenas aproximadamente cem anos, ou 
seja, parte do período industrial. Porém, cem anos é um período 
completamente desprezível do ponto de vista geológico. Vivemos 
atualmente em um período posterior à glaciação que terminou somente 
há 10.000 anos. Estamos caminhando rumo a uma nova glaciação 
que ocorrerá daqui a 23.000 anos. Portanto, estamos em um período 
interglacial, quando as temperaturas podem oscilar ciclicamente entre 
mais altas e mais baixas. Esta alternância é completamente natural. 
Porém, levando-se em conta estas medições, existem dois fatos sobre 
as mudanças climáticas: a temperatura média e o teor de dióxido de 
carbono estão em ascensão mundialmente. [...] Ao não se conhecer 
outras fontes naturais de dióxido de carbono ativas ao mesmo tempo, 
a conclusão lógica a que os pesquisadores chegaram foi que estes 
aumentos devem ser provocados pelo homem. [...] Mesmo assim, 
existem evidências de que estes teores em ascensão não são devidos 
apenas à atividade antrópica. Existe uma correlação forte com algumas 
outras fontes de dióxido de carbono e o aumento de temperaturas 
globais, como oceanos e atividade vulcânica, por exemplo. 
 
Nos últimos tempos temos ouvido muito sobre o aumento da temperatura 
média mundial, aumento do efeito estufa e a expressão “aquecimento global”. 
Na certa, você já deve ter lido alguma manchete ou reportagem a respeito deste 
fenômeno. Este aumento da temperatura da atmosfera é causado pela excessiva 
emissão de gases poluentes, principalmente dióxido de carbono, que formam 
uma espécie da “capa” em torno da Terra. Esses gases absorvem parte da radiação 
solar; consequentemente, o calor fica retido, não sendo liberado para o espaço, 
ocasionando o chamado efeito estufa.
IMPORTANT
E
Não podemos esquecer que o efeito estufa é um fenômeno natural e vital 
para a manutenção da vida na Terra. Ele é responsável por temperaturas mais amenas e 
adequadas que permitem esta grande biodiversidade do nosso planeta. Sem ele, a Terra seria 
aproximadamente 33ºC mais fria!
NOTA
Os gases de estufa, assim chamados por serem os intensificadores deste 
fenômeno, são principalmente: dióxido de carbono (CO
2
), metano (CH
4
), óxido nitroso (N
2
O), 
CFCs (clorofluorcarbonetos).
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
63
Dessa forma, medidas de preservação dos ecossistemas e uso de 
energias que não poluam o meio ambiente devem fazer parte dos programas de 
desenvolvimento de todas as nações. 
Assim, Benetti (2009) relata algumas consequências do aquecimento global:
• derretimento das calotas polares, acarretando o aumento do nível dos oceanos, 
o que causará inundações em cidades litorâneas;
• alterações no regime das chuvas (menor pluviosidade em determinadas regiões 
e maior em outras);
• doenças que hoje são típicas de uma determinada região, como a malária e a 
febre amarela, poderão atingir regiões em que hoje não são encontradas;
• desertificação de áreas que hoje são campos ou florestas;
• extinção de espécies;
• grandes incêndios.
Torna-se evidente que, para não piorar ainda mais a situação, precisaríamos 
parar de lançar na atmosfera gases como dióxido de carbono, metano e óxido 
nitroso, resultantes da atividade humana. Cabe à intensificação do efeito estufa a 
maior responsabilidade pelo aumento da temperatura global. 
Nesta batalha pela redução da emissão de gases poluentes, temos de 
um lado países desenvolvidos e altamente industrializados, detentores de um 
grande poderio econômico, porém os maiores poluidores. Do outro lado, países 
em desenvolvimento que poluem em uma escala menor, mas sofrem igualmente 
as consequências da emissão excessiva de gases poluentes. Segundo Coimbra e 
Tibúrcio (2006, p. 163):
O Tratado de Quioto entrou em vigor em fevereiro de 2005, 
reconhecido por 55 países industrializados.Porém o maior poluidor 
do mundo, os Estados Unidos, ficou fora do tratado, alegando que 
teria consequências negativas em seu desempenho econômico caso 
diminuísse suas emissões em 7%.
Essa postura é uma prova de que, embora exista uma “frágil” consciência 
da humanidade sobre a crise ambiental instalada no planeta, indicando que 
iniciamos o processo de mudança de pensamento, ainda não mudamos nossa 
forma de agir. Precisamos consolidar a ideia de que o desenvolvimento econômico 
está altamente ligado às políticas de preservação do meio ambiente e a uma gestão 
planejada de nossos recursos naturais.
64
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
DICAS
Leia este livro: o autor aborda vários assuntos pertinentes ao 
nosso estudo, como por exemplo: ecologia, meio ambiente, poluição, 
chuva ácida, efeito estufa, buraco na camada de ozônio, poluição 
urbana, impactos sociais e culturais, entre outros. Veja a referência 
completa: BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. São 
Paulo: Moderna, 1999.
É inegável a contribuição do homem no aumento dos níveis de dióxido 
de carbono e outros gases poluentes na atmosfera. Sabemos que, ao longo da 
história, ocorreram muitas mudanças no meio ambiente, na paisagem e no clima. 
Em decorrência dessa evolução, a paisagem que vemos hoje não será a mesma do 
futuro, assim como o nível de desenvolvimento: uma economia baseada no uso 
de combustíveis fósseis e outros recursos não renováveis não será mais possível. 
É bastante arriscado continuar com nossos hábitos, sem preocupação com as 
consequências de nossas ações sobre o meio ambiente. 
Enquanto vivemos e “aguardamos” novas transformações ambientais 
globais, temos o dever de usar toda inteligência e tecnologia alcançadas ao longo 
de nossa evolução para atenuar nossa influência sobre essas mudanças climáticas. 
De que forma poderemos fazer isso? Aprendendo a reciclar, reduzindo o consumo 
de combustíveis fósseis, buscando fontes alternativas de energia, aproveitando 
recursos naturais renováveis como a energia eólica, respeitando o meio ambiente 
e promovendo educação ambiental para todos de forma interdisciplinar, como 
veremos no próximo tópico.
d) A perda da biodiversidade 
O grande desequilíbrio ecológico gerado pelo homem, através de suas 
ações, afeta não somente a si como a diversas outras formas de vida. A atual crise 
ambiental está diretamente relacionada também a uma crise da biodiversidade, 
uma vez que a harmonia entre os componentes bióticos e abióticos de um 
ecossistema é fundamental para permitir e manter a vida no nosso planeta e, 
consequentemente, nos manter em um ambiente saudável.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
65
NOTA
Os componentes bióticos e abióticos de um ecossistema foram estudados no 
Tópico 3 (Fundamentos da Ecologia). Se necessário, retorne a ele e relembre os conceitos.
Segundo Franco (2005, p. 21):
O grande desafio, atualmente enfrentado, reside exatamente em 
proteger a diversidade da vida, através de adequada interpretação dos 
instrumentos legais existentes calcados nos conhecimentos científicos 
disponíveis. Grande parte dessa diversidade concentra-se em áreas 
florestais, representando um dos principais focos de biodiversidade 
do planeta, tendo, portanto, sua proteção especial importância na 
busca de uma solução para a crise ambiental.
O termo biodiversidade pode ser entendido em vários níveis, desde 
gens até ecossistemas, assim como toda a diversidade biológica existente, ou 
seja, a diversidade da vida. Isso inclui todos os seres vivos, desde os organismos 
microscópicos mais simples até os mais complexos, como os seres humanos. 
Segundo o Decreto-Lei nº 2.519/98, o termo biodiversidade está conceituado em 
seu artigo 2º como: 
A variabilidade de organismos vivos de todas as origens, 
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e 
outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem 
parte; compreende ainda a diversidade dentro de espécies, entre 
espécies e de ecossistemas.
Para entender a importância e o tempo do homem na história evolutiva 
da biodiversidade, precisamos fazer uma rápida análise desde o surgimento 
da Terra há 4,5 bilhões de anos até os dias atuais. Aproximadamente um bilhão 
de anos após o surgimento da Terra foi que gradualmente se estabeleceram as 
condições ambientais favoráveis ao surgimento das primeiras células, como pode 
ser observado na figura a seguir.
66
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
FIGURA 30 – ERAS GEOLÓGICAS CONDENSADAS EM 24 HORAS
FONTE: Disponível em: <http://www.jornaljovem.com.br/edicao13/images/13_eras_
geologicas01_000.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2011.
Diante da análise desta figura e conforme estudamos no decorrer deste 
tópico, podemos perceber que a participação do homem na história (em tempo 
geológico) é praticamente insignificante em relação ao período e processo 
evolutivo da vida na Terra. Entretanto, não se pode dizer o mesmo em relação à sua 
participação na rápida perda da biodiversidade que presenciamos na atual crise.
Dentre os fatores que se encontram diretamente relacionados à crise da 
biodiversidade e que são causa direta de sua deterioração, podemos citar ações 
antrópicas como: poluição do solo, da água e da atmosfera, alterações climáticas, 
introdução de espécies exóticas, exploração de espécies vegetais e animais, 
devastação ou alteração de ambientes naturais, entre outros. (FRANCO, 2005).
Alguns problemas ambientais já estudados neste tópico como, por 
exemplo, chuva ácida e o aquecimento global, são consequências da ação 
humana danosa sobre o meio ambiente e responsáveis por parte da degradação 
da biodiversidade. A devastação e a fragmentação de florestas, por meio de 
desmatamentos e queimadas, também acarretam o desaparecimento de um 
grande número de espécies. Franco (2005, p. 38) ressalta que “A fragmentação 
dos hábitats constitui, juntamente com a destruição destes, uma das principais 
causas da perda da biodiversidade no planeta, por tornar inviável a perpetuação, 
condenando à extinção um incontável número de espécies animais e vegetais”. 
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
67
Outro fator de preocupação e responsável pela perda da diversidade 
biológica é a forma como o ser humano vem utilizando a água, importante recurso 
natural. Interferências nos ciclos hidrológicos e, principalmente, inúmeras formas 
de poluição desse recurso são ações que afetam não somente o ser humano, mas 
também todos os demais seres vivos, tendo em vista que a água é um elemento 
indispensável à sobrevivência de todas as espécies da biosfera.
Quando se diz que água é essencial à vida, é porque sem ela não existe 
respiração, reprodução, fotossíntese, quimiossíntese, hábitats e nichos 
ecológicos para a maioria das espécies existentes. A sua ausência ou 
contaminação implica forma de poluição cujas consequências não 
são outras senão degradar diretamente a própria vida. (FIORILLO; 
RODRIGUES apud FRANCO, 2005, p. 133).
Dessa forma, a perda contínua da biodiversidade é um forte indicador 
do desequilíbrio existente entre as necessidades humanas e a capacidade de 
suporte da natureza. Como vimos em outro momento deste tópico, o crescimento 
populacional e o uso irracional dos recursos naturais tornam evidentes os limites 
de sustentabilidade dos processos naturais.
 Diante da crise ambiental que estamos vivendo, temos a opção de seguir 
dois caminhos: continuar a utilização desenfreada dos recursos naturais para 
atender nossas necessidades imediatas acarretando danos talvez irreversíveis, 
ou implementar medidas alternativas para a conservação da biodiversidade e 
utilizá-la de forma sustentável. Isto pode ser alcançado através de um processo 
emergente de educação ambiental, como veremos mais adiante.
Uma possibilidade real de reversão da crise ambiental e consequente 
manutenção de nosso bem-estar biológico/físico, mental e social consiste em 
promover uma profunda transformação no pensar e no agir da humanidade,sendo a educação ambiental a força propulsora desta transformação. Quando 
percebermos que os recursos naturais são parte integrante da nossa vida, e não 
apenas algo que utilizamos como mercadoria para satisfazer necessidades muitas 
vezes imediatistas, talvez consigamos reduzir em muito os impactos negativos 
sobre o meio ambiente. 
DICAS
Leia este livro. Atual, oportuno e preocupante, o livro vai ao 
encontro do tema de 2010 da Organização Mundial da Saúde: urbanização 
e saúde. O Instituto Saúde e Sustentabilidade reuniu 37 professores, 
pesquisadores e profissionais renomados, de diversas especialidades, para 
debater e escrever sobre as questões ambientais urbanas e seus efeitos sobre 
a saúde. O cenário é a Região Metropolitana de São Paulo. Pela primeira vez 
na História, há mais pessoas vivendo em cidades do que em zonas rurais. 
O local onde as pessoas vivem afeta a saúde e as oportunidades que elas
68
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
têm para desfrutar uma vida plena, em todo o seu potencial. Há, porém, um aspecto da relação 
entre cidade e meio ambiente raramente abordado: a qualidade de vida e a saúde do homem 
urbano. O ser humano é o ponto esquecido da questão ambiental nas grandes metrópoles. O 
livro discute questões como habitação, saneamento, mobilidade urbana, ruído, poluição do 
ar, mudanças climáticas e congestionamentos, caracterizando-as como novos desafios para 
a saúde que vão muito além do próprio setor da saúde e exigem uma ação multidisciplinar e 
em várias esferas governamentais. A obra propõe um novo olhar sobre o assunto, colocando 
o homem e a saúde humana no centro do debate sobre o meio ambiente urbano. (SALDIVA, 
Paulo; VORMITTAG, Evangelina da M. Pacheco A. de Araújo (Orgs.). Meio ambiente e saúde: 
o desafio das metrópoles. São Paulo: Instituto Saúde e Sustentabilidade, 2010).
Caro acadêmico, ao final desta unidade você terá a oportunidade de fazer a leitura de um 
artigo dos mesmos organizadores desta obra. Boa leitura!
A espécie humana, pela primeira vez na história, pode ter o poder de 
contribuir de forma significativa às mudanças globais. Independentemente dos 
causadores reais das mudanças climáticas, as consequências da crise ambiental 
como aquecimento global, mudanças climáticas promovendo grandes períodos 
de estiagem ou chuva excessiva, aumento das doenças, o perigo iminente da 
falta de água potável, perda da biodiversidade, entre tantos outros, podem 
ser minimizadas. Para tanto, é necessária a mudança também globalizada de 
pensamento e atitude por parte da humanidade. Só assim será possível amenizar 
os problemas, para garantir a nossa sobrevivência e assegurar para as gerações 
futuras um ambiente saudável e equilibrado.
UNI
Para descontrair e refletir! Não é esse o equilíbrio ecológico que queremos 
e precisamos para garantir nossa saúde e das futuras gerações, em um meio ambiente 
igualmente saudável!
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_IWCKERmkudQ/SErMaeQjq4I/AAAAAAA
AA6k/83FbY2yXjYM/s1600/treta_charges_4.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2011.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
69
Para concluir nossa reflexão, reescrevemos algumas linhas extraídas da 
“Carta do Chefe Seattle”: “[...] Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos 
da Terra. O homem não teceu a teia da vida, ele é meramente um fio dela. O que 
quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo [...]”. Pense nisso e seja um ator social 
consciente de suas responsabilidades perante o coletivo e, mais do que isso, seja 
um agente promotor das mudanças necessárias para mantermos um ambiente 
saudável, livre de poluição e equilibrado. 
70
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
LEITURA COMPLEMENTAR
A SAÚDE PRECÁRIA DE UMA VELHA SENHORA
Aos 456 anos a cidade de São Paulo enfrenta problemas que, comparados aos de 
um organismo vivo, mostram condição próxima à falência múltipla de órgãos
por Paulo Saldiva e Evangelina Vormittag
O caso de São Paulo não é o único entre as metrópoles mundiais, ao menos 
em relação aos países em desenvolvimento. Mas é grave e não pode continuar 
ignorado, sob pena de custos crescentes pagos com o comprometimento da vida 
de seus moradores. Comparadas à situação de uma velha senhora submetida a 
uma série de exames para revelar a qualidade da saúde urbana, a cidade de São 
Paulo e toda sua região metropolitana são reprovadas em um conjunto de itens 
vitais que já afetam o presente e devem tornar-se críticos, se não irreversíveis, 
no futuro imediato. Com limitações preocupantes em relação a fontes de água 
potável, São Paulo e seu entorno têm reduzido tratamento de esgotos, poluição 
atmosférica sobrecarregada por transporte individual, impermeabilidade do 
solo e, entre outros comprometimentos, ilhas de calor que implicam chuvas 
destruidoras todo verão.
 
O mundo passa por uma crise ambiental com raízes localizadas 
basicamente no excesso de consumo dos recursos naturais. E é nas cidades que 
se manifesta a maior demanda pela oferta de alimentos, transporte, moradia, 
recursos hídricos, saneamento básico e energia. No Brasil, em 2000, 81,2% da 
população já vivia em áreas urbanas. A previsão para 2030 é que cerca de 60% 
das pessoas viverão em áreas urbanas do planeta. Os impactos da complexidade 
do metabolismo urbano produzem efeitos dramáticos sobre diversos aspectos da 
ARAQUEM ALCÂNTARA/SAMBAPHOTO/GETTY IMAGES
Crescimento desordenado de São Paulo fez com que mancha urbana invadisse 
áreas de proteção ambiental, com formação de ilhas de calor, entre outros 
desconfortos que afetam diariamente seus milhões de moradores.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
71
saúde e sustentabilidade, tanto local como regional e mesmo em escala global. A 
pressão da urbanização sobre o ambiente varia de acordo com o tipo das cidades.
Metrópoles como Londres, Paris e Nova Yorque, que tiveram crescimento 
gradual, puderam usufruir dos benefícios de um processo de planejamento 
dinâmico e da consolidação da infraestrutura, incluindo o sistema de transporte 
público. Em contrapartida, cidades que cresceram rapidamente, principalmente 
nos países em desenvolvimento, passaram da juventude para a decrepitude e 
deterioração sem tempo de amadurecer.
São Paulo é uma representante típica do segundo grupo, com 
crescimento veloz e desordenado, ligada a mais 38 cidades que formam sua 
região metropolitana, numa área de 7.944 km2. Esse processo desordenado, com 
frequência confundido com desenvolvimento, trouxe problemas ambientais de 
solução complexa e cara, que afetam negativamente a vida de 20 milhões de 
habitantes dessa megaconurbação.
Paciente do sexo feminino, com 456 anos, refere que se sentia compelida 
a ser uma das cidades que mais cresciam no mundo. Olhava com orgulho o 
brotamento de chaminés fumegantes e sentia prazer ao ver lhe percorrerem as 
veias minúsculos veículos motorizados e gente trabalhando incessantemente. 
Com o passar do tempo, e principalmente nos últimos 60 anos, relata ter perdido 
o controle da situação, engordado em excesso, excedendo seus limites geográficos 
com aparecimento de áreas de extrema pobreza (loteamentos periféricos e favelas). 
Isso faz com que despenda enormes quantidades de recursos, redesenhando seus 
limites e buscando soluções para problemas físicos e psíquicos que atingiram 
uma escala de difícil tratamento. Queixa-se de febre (aquecimento), calafrios e 
intensa sudorese (eventos extremos, chuvas, inundações, ventos fortes), falta de 
ar (poluição), entupimento de suas artérias, que não permitem fruição do trânsito 
e dificuldade para eliminar urina (filtração – tratamento de água).
A cidade pode ser entendida 
como um organismo vivo, onde os 
bairros seriam órgãos e os habitantes, 
células dessa estrutura. A analogia 
permite que, na análise da saúde 
desse organismo, seja possível 
imaginar a cidade de São Paulo 
como um corpo adoecido, afetando 
também seus habitantes. A descrição 
desse caso pode ser feita imaginando-
se a cidade como uma velha senhora 
queterá a sua história clínica relatada 
por seu médico.
Afetado pelo desequilíbrio ambiental, microclima 
da cidade favorece chuvas destruidoras como a 
que afetou o Ceagesp, centro de distribuição de 
alimentos de São Paulo, no final de 2009.
PAULO WHITAKER/REUTERS/LATINSTOCK
72
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Comportamento bipolar
Exame mais detalhado sugere que se trata de paciente bipolar. Em 
alguns momentos apresenta-se estressada, deprimida e com baixa autoestima. 
Em outros, eufórica. Apresenta enorme vazio no centro, principalmente à 
noite, associado a um sentimento de despopulação central. Confusa, reconhece 
dependência química de uma droga, o petróleo. Apática, demonstra dificuldade 
de planejamento, desesperança, desamparo e preocupação com o futuro.
A velha senhora alega ainda episódios agudos de asma e surtos 
de pneumonia. Já teve alguns episódios de dor precordial (dor no peito) e 
infarto. Alimenta-se compulsivamente, apresenta má digestão, sensação de 
empachamento, eructação e flatulência há anos. Vivencia constantemente 
episódios de evacuação, prejuízo do saneamento básico, grande lançamento de 
efluentes e esgoto nos rios e disposição de resíduos sem aproveitamento. Acredita 
que possa ser acometida por vermes pela facilidade com que este quadro acarreta 
a proliferação de vetores causadores de doenças infecciosas. Sente muita sede, 
apresenta fraqueza e incapacidade de aproveitar as fontes energéticas de que 
dispõe. Aponta ainda perdas e desperdício de água.
O exame físico demonstra ser uma paciente obesa, febril, com notável 
distribuição das células mais pobres na periferia. Apresenta-se extremamente 
dispneica, com falta de ar e notório escurecimento do ar expirado por fuligem. 
O ritmo dos batimentos cardíacos mostra diminuição (bradicardia). Apresenta 
edema generalizado (inchaço), coincidindo com chuvas (congestão arterial). Além 
disso, observam-se intensas áreas sem pilificação, alopecia (queda de cabelo) 
crescente, pois sua cobertura vegetal foi parcialmente destruída. A pele está seca, 
espessa e escura devido ao asfaltamento e à impermeabilização do solo. Constata-
se déficit de audição por excesso de ruídos.
Exames laboratoriais complementares foram realizados para auxiliar o 
diagnóstico da paciente. Dados epidemiológicos e científicos ilustram e elucidam 
o caso clínico dessa velha senhora.
Exames do ar mostram que as fontes móveis (veículos) passaram a ter, 
a partir da década de 80, maior participação na carga de poluentes emitidos na 
atmosfera que as fontes industriais e se tornaram a principal causa de poluição 
na região metropolitana e outros grandes centros urbanos do país. De acordo 
com estimativas da agência ambiental do estado de São Paulo – Cetesb –, 90% 
dos poluentes gasosos resultam da queima de combustíveis fósseis nos veículos 
automotivos (97% das emissões de CO – monóxido de carbono – e 96% de NO2 
– dióxido de nitrogênio). Há registros de que tenha a maior concentração de 
ozônio e material particulado do país. Essa poluição do ar provoca perto de 4 mil 
mortes prematuras/ano. Estima-se que os níveis atuais de poluição levem a uma 
redução da expectativa de vida do habitante em cerca de 1,5 ano, devido a três 
desfechos: câncer do pulmão e vias aéreas superiores; infarto agudo do miocárdio 
e arritmias; e bronquite crônica e asma. Viver em São Paulo corresponde a fumar 
quatro cigarros diariamente em decorrência das partículas em suspensão no ar.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
73
Poluição e Morte
O Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental (LPAE) da 
Universidade de São Paulo (USP) investiga o impacto dos poluentes na saúde 
dos habitantes da cidade e demonstrou, na década de 90, que um aumento em 
13% da mortalidade de pessoas acima de 65 anos esteve associado à elevação das 
concentrações de partículas inaláveis no ar. Crianças e idosos são os dois grupos 
etários mais suscetíveis aos efeitos da poluição, particularmente naqueles com 
doenças cardiovasculares e respiratórias preexistentes.
Se a poluição pode aumentar o número de mortes, antes disso provoca 
doenças. É o caso do estudo em controladores de tráfego da Companhia de 
Engenharia de Tráfego (CET), que demonstra alterações de pressão arterial e de 
marcadores inflamatórios sanguíneos em dias mais poluídos.
Pesquisa recente realizada nos Estados Unidos, analisando 66 mil 
mulheres no período pós-menopausa e sem história de doença cardiovascular, 
observou um crescimento de 24% no risco dessa enfermidade. E, quando ela se 
manifestava, um aumento de 76% no risco de morte quando as mulheres eram 
expostas a variações de níveis de poluição atmosférica. Pesquisadores do LPAE 
têm investigado outros efeitos nocivos da poluição atmosférica. O peso de bebês 
pode se reduzir quando as gestantes são expostas a níveis elevados de monóxido 
de carbono (CO) e partículas inaláveis no primeiro trimestre de gestação. Isso 
permite supor que a poluição afeta o desenvolvimento intrauterino das crianças. 
Nos primeiros 28 dias de vida, a mortalidade neonatal também é influenciada 
pelos poluentes. Curiosamente, há evidências de que nascem mais meninas que 
meninos em áreas mais poluídas da cidade.
A região metropolitana tem 
aproximadamente 20 milhões de 
habitantes e nela estão localizadas 
47 mil indústrias e 99 mil 
estabelecimentos comerciais. Sua frota 
de veículos cresce continuamente e se 
aproxima dos 9 milhões de unidades. 
Na última década, a população de 
São Paulo teve aumento de 12%, 
enquanto a frota automotiva cresceu 
pelo menos 65%. Assim, a relação 
entre automóveis/habitantes é de 
1:2, ou seja, um veículo para cada 
dois habitantes. Isso significa que o
número de sapatos e pneus é 
aproximadamente o mesmo.
Construção tardia e ainda insuficiente de linhas do 
metrô compromete o deslocamento por superfície 
com engarrafamentos de centenas de quilômetros 
de extensão.
CILETE SILVÉRIO/GOVERNO DO ESTADO DE SP
74
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
A elevação da frota de veículos indica que se favoreceu o transporte 
individual em detrimento do coletivo, mais eficiente em relação ao uso de energia 
e ocupação do solo. É uma contradição – tratar da redução de gases de efeito 
estufa e estimular a venda de veículos individuais por meio de incentivos fiscais, 
como o que ocorreu recentemente. A ausência de uma política urbana integrada 
aos transportes contribuiu para a intensificação da motorização e a piora da 
mobilidade urbana.
A cidade é conhecida por suas vias congestionadas e pelas médias diárias 
recordes de congestionamento, acima de 120 km no pico da tarde, devido à 
desproporção no número de veículos circulando por uma malha de 17 mil km. 
O número de viagens motorizadas pode chegar a cerca de 25 milhões por dia. A 
velocidade média dos automóveis e ônibus vem se reduzindo significativamente. 
Em 2005, os carros circulavam a uma velocidade média de 18,4 km/h, e os ônibus 
a 14,3 km/h, situação que se agravou com o aumento da frota. É aqui que se 
evidencia o maior paradoxo dessa opção tecnicista: são produzidos veículos de 
locomoção cada vez mais rápidos e ágeis, mas que se deslocam com a rapidez e 
a agilidade de uma charrete. Como na Idade Média, os moradores se restringem 
a circular no seu próprio vilarejo, aqui chamado de bairro, e, quando muito, em 
apenas uma região da cidade.
De maneira geral, o transporte individual consome 30 vezes mais 
combustível por passageiro em comparação com ônibus e 70 vezes mais energia 
quando comparado com o metrô. Segundo estimativas, uma linha de metrô 
poupa cerca de 3 milhões de barris de petróleo por ano. A ausência dele transfere 
para ônibus e automóveis, como alternativa modal no contexto de transporte, a 
maioria (90%) dos usuários, o que acarreta maior tempo de viagem e aumento 
dos níveis de concentração de partículas no ar, com consequente agravo das 
condições de saúde dos que vivem na cidade. Esse fato foi demonstrado por um 
estudo sobre os impactos das paralisações(greve) da operação do metrô (entre 
1986 e 2006). Observou-se um aumento de 50% dos níveis de concentração de 
PM10 (material particulado inferior a 10 micra), comparando-se com dias em 
condições meteorológicas similares. Os benefícios do metrô para a saúde pública, 
como contribuição desse sistema de transporte à redução da poluição atmosférica 
em São Paulo, foram avaliados em R$ 10,75 bilhões anuais.
Apesar das vendas recordes de carros, a maioria (68%) da frota que 
circula pelas ruas apresenta idade média superior a 6 anos, sendo 41% com mais 
de 10 anos. Veículos com até 5 anos de idade, que emitem menos poluentes, 
correspondem a apenas 32% do total. Entre os 2,7 milhões de unidades que 
emitem mais poluentes, devido ao desgaste natural e à manutenção inadequada, 
há caminhões e ônibus a diesel, ainda mais nocivos à qualidade do ar. As 
motocicletas, cada vez mais utilizadas, representam 12,1% da frota, mas poluem 
oito vezes mais que um automóvel e provocam milhares de acidentes, matando 
e incapacitando um enorme contingente, a cada ano. Dados de 2009 apontam 
média diária de 42 acidentes com motocicletas na cidade que são a principal 
causa de lesão na medula.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
75
Dois remédios bem-sucedidos trouxeram benefícios à saúde: os carros 
hoje chegam a poluir 95% menos que em 1986 e os caminhões reduziram seus 
níveis de poluição em 85% no mesmo período. Esses números são resultado do 
Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), 
que introduziu mudanças tecnológicas e impôs limites nas emissões de gases 
poluentes de veículos. A redução de 40% na concentração dos poluentes entre os 
anos 90 e os primeiros cinco anos da presente década foi suficiente para diminuir 
de 12 para 8 o número de mortes diárias atribuídas à poluição do ar na região 
metropolitana. O limite máximo de concentração de monóxido de carbono foi 
ultrapassado 65 vezes em 1997, mas apenas uma vez em 2005. Essa queda da 
poluição resultou na diminuição de aproximadamente 10 mil mortes e internações 
hospitalares por doenças respiratórias e cardiovasculares. Se o Proconve não 
funcionasse, a perda por mortes, somente na cidade, seria de US$ 600 milhões. O 
segundo remédio diz respeito à inspeção veicular, iniciativa que vem auxiliar na 
diminuição de poluentes e gases de efeito estufa (GEE). 
 
 Negligência custa caro
Em contraposição, a Resolução Conama nº 315/02, que impõe um limite do 
teor de enxofre no diesel distribuído no Brasil a 50 partes por milhão (ppm) para 
a tecnologia P-6 (novos motores), a partir de janeiro de 2009 não foi aplicada. A 
proporção hoje é de 500 ppm nas regiões metropolitanas e de 2 mil ppm no interior. 
Na Europa, essa concentração é de 10 ppm e, nos Estados Unidos, 15 ppm. No 
entanto, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP – foi 
leniente na sua ação regulatória, o que levou a Petrobras a não cumprir a legislação 
ambiental e manteve o alto teor de enxofre no diesel, substância cancerígena e 
responsável pela morte de 3 mil pessoas por ano na cidade de São Paulo.
Nesse caso, é preciso destacar que o Brasil é o único país que conta com 
uma frota veicular que utiliza etanol em larga escala. O álcool etílico nas suas 
formas anidro e hidratado corresponde a 51% do combustível consumido por 
veículos leves, sendo o restante fundamentalmente gasolina e gás natural. No 
transporte pesado predomina o uso do diesel. A exemplo de outras grandes 
cidades do mundo, a bicicleta também serve de meio de transporte, e a prefeitura 
de São Paulo vem apoiando a expansão de seu uso desde 2005 – há cerca de 200 
mil ciclistas na cidade. Nesse período foram implementados 20 km de ciclovias e 
bicicletários em dezenas de estações de trem e metrô, mas é necessário expandir 
rapidamente esse sistema para estimular seu crescimento e proporcionar 
segurança aos usuários.
A combinação de crescimento populacional, pobreza e degradação 
ambiental aumenta a vulnerabilidade às catástrofes climáticas. Nesse caso, é 
lamentável que a população com menor responsabilidade pela emissão de gases 
de efeito estufa seja a que mais sofrerá com suas consequências. Isso ocorre 
pela baixa capacidade de adaptação, moradia em zonas de risco, não acesso a 
moradias com infraestrutura básica de saneamento e pouco acesso à saúde – 
injustiça ambiental.
76
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Estresse térmico é uma das condições classicamente associadas a efeitos 
sobre a saúde – extremos de temperatura afetam preferencialmente crianças 
e idosos. Grande parte da mortalidade aumentada por ondas de calor está 
relacionada a doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e respiratórias. As 
áreas urbanas, nesse caso, são mais afetadas que as rurais por diversos fatores, 
que incluem a supressão da vegetação capaz de estabilizar os gradientes de 
temperatura, umidade e regime hídrico. Parte substancial do solo das cidades 
foi pavimentada, chegando ao ponto de cerca de 30% a 40% da área central das 
grandes cidades brasileiras ser ocupada pela malha viária. As consequências do 
asfaltamento e impermeabilização das superfícies que retêm o calor – fachadas 
de vidro, concreto e o asfalto negro –, a supressão da vegetação e as emissões 
de automóveis são responsáveis por alterações climáticas em menor escala, as 
chamadas ilhas urbanas de calor. Esses fenômenos se manifestam no coração dos 
grandes conglomerados urbanos e provocam mudanças de regime e intensidade 
das chuvas e inundações, além de dificultar a dispersão de poluentes. Em São 
Paulo, as variações térmicas diárias podem chegar a até 10ºC.
 
 Aquecimento e clima
Em um estudo sobre as mudanças climáticas nas cidades e as interferências 
do aquecimento global, foram analisados e comparados dados de temperatura de 
superfície e umidade relativa da estação do Instituto de Astronomia, Geofísica 
e Ciências Atmosféricas da USP (IAG/USP) entre os anos de 1936 e 2005. Como 
resultados, verificou-se progressivo aumento das médias de temperatura de 
superfície (praticamente 0,038oC ao ano; em 70 anos, o acumulado foi de 2,66oC) 
e queda da umidade relativa na área urbana. Recordes nas séries históricas da 
cidade de São Paulo, em medições desde 1943, mostram que a temperatura 
máxima ocorrida na capital foi de 37,0oC em janeiro de 1999. Em 2009 chegou-se 
a 34,1oC, mas em março. Em geral, verificou-se que as temperaturas máximas 
vêm batendo recordes a partir dos anos 90. Já a menor temperatura registrada na 
série histórica foi - 2,1oC, em agosto de 1955. Para as mínimas, os recordes (frio) 
ficaram em geral no início da série. Isso mostra que as temperaturas mínimas 
estão ficando mais elevadas, ou seja, as noites estão mais quentes. Isso é um forte 
indicativo da mudança no padrão de clima da cidade.
Em relação às precipitações, a chuva mais intensa em 24 horas ocorreu 
em maio de 2005, com 140,4 mm. Esse dado chama atenção para o mês em 
que ocorreu, pois em maio as chuvas já diminuíram bastante e a atmosfera em 
geral está mais seca, caracterizando um evento extremo e inesperado quando se 
pensa em climatologia da região. Em 2009, houve também o segundo inverno 
mais chuvoso de que se tem registro. Nos meses de junho, julho e agosto, foram 
registrados 332,3 mm de chuva, enquanto o normal esperado seria 131,1mm. 
Pesquisando-se o regime de chuvas da capital, entre 1933 e 2005, detectou-se que 
as chuvas estão mais intensas e frequentes, talvez devido às ilhas de calor.
TÓPICO 4 | RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
77
BRASIL2/ISTOCKPHOTO
Superfície quase inteiramente impermeabilizada 
e adensamento de edifícios no centro da cidade 
respondem pelas ilhas de calor relacionadas aos 
temporais destruidores do verão.
Quanto à umidade mínima, 
em agosto de 2009 houve o recorde 
histórico de baixa umidade 
relativa do ar – 10%, o menor valor 
desde o início dos registros. Esse 
pode ser considerado um evento 
extremo na cidade. A alteração do 
ciclo hidrológico provocaeventos 
climáticos severos (inundações e 
falta de água potável), modificação 
do microclima (ilhas de calor) e 
perda de fontes de água, levando 
a doenças de transmissão hídrica e 
doenças respiratórias.
As inundações que se repetem com intensidade neste início de 2010 estão 
associadas a perdas de vidas e prejuízos materiais. Os impactos à saúde incluem 
afogamentos, doenças relacionadas à água contaminada (hepatite A, diarreia e 
leptospirose). Além da inundação, a chuva excessiva contamina reservatórios de 
água potável. Enxurradas podem tirar roedores de seus abrigos, criar locais para 
a reprodução de mosquitos e aumentar o crescimento de fungos nas casas.
Um exemplo clássico de como o desequilíbrio do ambiente pode influenciar 
o desenvolvimento de uma doença é a ocorrência recente da maior epidemia de 
dengue em 50 anos no Brasil. Apenas nos três primeiros meses de 2008, surgiram 
60 mil casos no Rio de Janeiro, um doente a cada três minutos. A rede de saúde 
pública entrou em colapso, recorrendo a hospitais de campanha das forças 
armadas. As condições geográficas e socioeconômicas da cidade facilitaram essa 
propagação. Com o aumento da temperatura, o mosquito sobe o morro e encontra 
condições precárias, como pessoas aglomeradas e más condições de saneamento, 
acúmulo de água e sujeira, que facilitam a reprodução/perpetuação.
Paulo Hilário Nascimento Saldiva é médico formado pela Faculdade de 
Medicina da USP, professor titular do Departamento de Patologia e pesquisador 
do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP. Coordenador do 
Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental do CNPq.
Evangelina da Motta Pacheco Alves de Araújo Vormittag, médica 
consultora na área de saúde e sustentabilidade, é especializada em patologia 
clínica e microbiologia, com doutorado em patologia pela Faculdade de Medicina 
da USP e especialização em gestão de sustentabilidade pela Fundação Getúlio 
Vargas. Diretora-presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade.
FONTE: SALDIVA, Paulo Hilário Nascimento; VORMITTAG, Evangelina da Motta P. A. de Araújo. 
A saúde precária de uma velha senhora. Scientific American Brasil, São Paulo, n. 95, abril 2010. 
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_saude_precaria_de_uma_velha_
senhora_imprimir.html>. Acesso em: 1 maio 2011.
78
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou que:
 
• Cuidar do meio ambiente e preservar os recursos naturais é cuidar de nossa 
saúde e nosso bem-estar.
• A contaminação da água, falta de destino correto dos resíduos sólidos, poluição 
atmosférica, excesso de ruídos, falta de saneamento, inundações, entre outros, 
são prejuízos consequentes da vida moderna atrelada à falta de cuidado com o 
meio ambiente.
• É evidente a emergência de um processo de conscientização e mudança de 
comportamento por parte da humanidade quando se trata de utilização dos 
recursos naturais.
• A crise ambiental tem suas origens na ilusão de domínio do homem sobre a 
natureza e na cultura exacerbada do “ter sobre o ser”, o que caracterizou a 
relação do homem com o meio ambiente e com seus próprios semelhantes.
• A crise ambiental não surgiu de uma hora para outra, mas sim há muito tempo, 
e se agravou especialmente no período da Revolução Industrial, quando 
começaram de fato as agressões ao meio ambiente.
• O crescimento populacional está diretamente relacionado ao aumento da 
demanda de recursos naturais e à geração de resíduos lançados no meio 
ambiente.
• Recursos naturais e economia interagem de modo bastante evidente, uma vez 
que algo é recurso na medida em que sua exploração é economicamente viável.
• Os recursos naturais podem ser classificados em renováveis e não renováveis.
• A poluição pode ser conceituada como alterações de ordem antrópica, nas 
características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou 
hidrosfera.
• Chuva ácida é toda chuva que possui um valor de pH abaixo de 4,5 unidades.
• A camada de ozônio é um escudo natural da Terra que nos protege dos efeitos 
nocivos dos raios solares, em especial os raios ultravioleta (UV).
• Estudos apontam a ação antrópica, associada às variações cíclicas naturais, 
como um dos principais fatores relacionados às mudanças climáticas.
79
• A composição química da atmosfera também influencia o clima e, desde a 
Revolução Industrial, a emissão de gases de efeito estufa, responsável pelo 
aquecimento global, vem aumentando consideravelmente.
• O efeito estufa é um fenômeno natural e vital para a manutenção da vida na 
Terra.
• A participação do homem na história (em tempo geológico) é praticamente 
insignificante em relação ao período e processo evolutivo da vida na Terra.
• A perda contínua da biodiversidade é um forte indicador do desequilíbrio 
existente entre as necessidades humanas e a capacidade de suporte da natureza.
• Fazemos parte do meio ambiente e a nossa saúde depende, além de 
outros fatores, de vivermos em um ambiente saudável, livre de poluição e 
ambientalmente equilibrado.
80
AUTOATIVIDADE
1 Atualmente temos presenciado uma interferência acentuada do homem 
sobre os ecossistemas. Um fator agravante desta crise e que deu início a um 
processo crescente de agressão ao meio ambiente foi:
a) ( ) A revolução tecnológica no século XX.
b) ( ) A explosão demográfica dos países subdesenvolvidos.
c) ( ) A Revolução Industrial no século XVIII.
d) ( ) A globalização.
2 Com relação à poluição em geral, relacione as colunas:
I- Camada de ozônio.
II- Chuvas ácidas.
III- Aquecimento global.
IV- Efeito estufa.
( ) Fenômeno natural e vital para a manutenção da vida na Terra; responsável 
por temperaturas mais amenas e adequadas que permitem a grande 
biodiversidade.
( ) Fenômeno que vem aumentando desde a Revolução Industrial, com 
o aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera e causando 
desequilíbrios nos ecossistemas como, por exemplo, o aumento do pH da 
água.
( ) O gás CFC (Cloro - Flúor - Carbono) é o grande responsável por este 
problema de degradação do ambiente em escala global.
( ) É causado pela excessiva emissão de gases poluentes na atmosfera, 
principalmente o CO2, intensificando um fenômeno natural.
a) ( ) III- I- II- IV.
b) ( ) IV- II- I- III. 
c) ( ) IV- III- II- I. 
d) ( ) III- II- I- IV.
3 Ao longo deste tópico estudamos, atrelada à crise ambiental, a relação entre 
meio ambiente e saúde. Dessa forma, como você descreveria esta relação? 
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
81
UNIDADE 2
MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
O PAPEL DA ESCOLA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• analisar os conteúdos e contribuições dos documentos de referência frente 
à saúde e meio ambiente;
• conhecer a temática da saúde e do meio ambiente e seu contexto no 
ambiente escolar;
• analisar os conceitos de meio ambiente, saúde, escola e a sua relação com 
a qualidade de vida.
Esta segunda unidade está dividida em três tópicos. No final de cada 
tópico, você encontrará atividades que possibilitarão o aprofundamento de 
conteúdos na área propiciando uma reflexão sobre a escola, educação escolar, 
meio ambiente, saúde e a relação intrínseca entre os mesmos.
TÓPICO 1 – O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
TÓPICO 2 – GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE
 E MEIO AMBIENTE
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
82
83
TÓPICO 1
O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Educação. Que tipo de educação? Ou melhor, quais os tipos de educação 
existentes? Educação da família, educação escolar..., enfim, não se trata sempre 
de educação? Sim! E o que difere uma da outra?
A educação escolar caracteriza-se, entre outras coisas,por “ensinar” 
conhecimentos sistematizados e construídos ao longo dos tempos para que os 
mesmos sejam aprendidos e apreendidos em local privilegiado: a escola.
Pois bem, ao longo da Unidade 2, teremos a possibilidade de dialogar 
sobre a educação escolar, o papel da escola, os sujeitos que dela fazem parte e a 
importância dessa educação – a escolar – para o desenvolvimento e formação dos 
sujeitos, relacionada ao meio ambiente e saúde.
Começando...
2 PARA QUE SERVE A ESCOLA?
A escola é local privilegiado para mediação e apropriação da educação 
escolar, propiciando desenvolvimento aos sujeitos que dela fazem parte. Ou seja:
A escola é, sem sombra de dúvida, o local ideal para se promover este 
processo. As disciplinas escolares são os recursos didáticos através 
dos quais os conhecimentos científicos de que a sociedade já dispõe 
são colocados ao alcance dos alunos. As aulas são o espaço ideal de 
trabalho com os conhecimentos e onde se desencadeiam experiências 
e vivências formadoras de consciências mais vigorosas porque 
alimentadas no saber. (PENTEADO, 2000, p. 16).
Desse modo, a escola caracteriza-se como espaço de ensino e, assim sendo, 
traz em seu escopo a ação organizada e intencional. Vale ressaltar, corroborando 
Basso e Chaves (2009, p. 13), que:
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
84
[...] Quando nos referimos à escola como espaço de ensino, queremos 
dar a ela a especificidade da sua função e distingui-la das demais 
instituições educativas. Mas ensinar não é exclusivo da escola. É 
também, principalmente, função da família e de outros grupos sociais. 
Além disso, o ensino ocorre, cada vez mais, dentro das empresas e 
corporações em geral. Isso porque a produção de conhecimento na 
nossa sociedade é muito dinâmica e não há formação que assegure o 
domínio de tantos conhecimentos. [...]
IMPORTANT
E
A educação permeia todos os contextos em que estamos inseridos – em casa, no 
trabalho, nas ruas. Porém, existe uma forma de educar que difere das demais que é chamada 
educação escolar. Esta tem um contexto próprio, com uma linguagem específica, objetos 
delimitados e instituições delegadas. Vale ressaltar, no entanto, que o contexto escolar está 
imerso em uma cultura de que também faz parte – a sociedade como um todo. Desse modo, 
a escola, a educação escolar e o mundo (a visão desse mundo) estão intrinsecamente ligados.
FONTE: As autoras
Continuando...
O conhecimento escolar possui especificidades, porém estas não devem 
conter o caráter único e estático do conhecer, do próprio conhecimento. A 
caracterização do conhecimento único, individualizado, sem trocas, diálogo, 
sentidos e significados vão contra a educação como um todo. A interação, o diálogo, 
as trocas, as discussões, a interlocução fazem parte constante da construção das 
visões de mundo, dos enunciados que estão à nossa volta e, por conseguinte, que 
fazem parte do sujeito como um todo. 
TÓPICO 1 | O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
85
Acredita-se, então, na Educação Emancipadora. Educação essa voltada 
na e para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e cidadãos. Educação escolar 
como ação transformadora em que professor e aluno, na interação estabelecida, 
aprendem juntos, tendo no entorno a indissociabilidade entre teoria e prática. 
(GADOTTI, 2004).
Possibilita-se, assim, desde cedo, o contato com a reflexão e a criticidade. 
Uma educação pautada na indissociabilidade entre teoria e prática pedagógica, 
como também nos constantes diálogos ao longo do processo educativo, do 
processo ensino-aprendizagem.
FIGURA 31 – EDUCAÇÃO EMANCIPADORA
PRÁXIS
AÇÃO TRANSFORMADORA
TEORIA
PEDAGÓGICA
PRÁTICA
AÇÃO DOCENTE
EDUCAÇÃO
DIÁLOGO
EDUCAÇÃO EMANCIPADORA
FONTE: As autoras
À medida que consideramos a importância das trocas, diálogos e 
discussões ao longo do processo educativo, é de suma importância que pensemos 
em práticas efetivas e reais que visem à reflexão, reflexividade e criticidade ao 
longo do processo. Assim, contribuiremos para a efetiva educação emancipadora, 
para a práxis – ação transformadora.
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
86
DICAS
Para estabelecer o diálogo e reflexões mais aprofundadas sobre a Educação 
Emancipadora leia a seguinte obra: GADOTTI, Moacir. Pedagogia da práxis. 4. ed. São Paulo: 
Cortez/Instituto Paulo Freire, 2004. A leitura vale a pena!
Vale ressaltar que a educação escolar sozinha não dá conta de promover 
mudanças na trajetória e história do planeta, porém tem papel significativo e 
fundamental para possíveis construções e possibilidades de cidadania. Uma vez 
que somos e fazemos parte de nossa história, podemos contribuir de modo que 
realmente façamos parte dessa mudança e construção de possibilidades. Esse 
envolvimento é fundamental. É preciso querer, gostar, estar aberto. Veja o que 
diz a respeito o nosso ilustre educador Paulo Freire (1997, p. 58-59): “[...] Gosto de 
ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo 
parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto 
na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade”. 
A importância, portanto, aqui colocada no que se refere ao contexto escolar, 
à escola, é de se educar pensando na formação de cidadãos, críticos, reflexivos e 
empreendedores preocupados e atentos às mudanças hoje e futuramente.
Apresentamos o fragmento de um texto para conhecimento e reflexão no 
que se refere à escola e sua função social. Você pode lê-lo na íntegra no endereço 
citado da fonte.
A EDUCAÇÃO E SUA FUNÇÃO SOCIAL
João Ferreira de Oliveira 
Karine Nunes de Moraes 
Ao discutirmos a função social da educação e da escola, estamos 
entendendo a educação no seu sentido ampliado, ou seja, enquanto prática 
social que se dá nas relações sociais que os homens estabelecem entre si, nas 
diversas instituições e movimentos sociais, sendo, portanto, constituinte e 
constitutiva dessas relações. [...]
Segundo Frigotto (1999), a escola é uma instituição social que, mediante 
sua prática no campo do conhecimento, dos valores, atitudes e, mesmo por sua 
desqualificação, articula determinados interesses e desarticula outros. Nessa 
contradição existente no seu interior, está a possibilidade da mudança, haja vista 
as lutas que aí são travadas. Portanto, pensar a função social da escola implica 
repensar o seu próprio papel, sua organização e os atores que a compõem.
TÓPICO 1 | O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
87
Para Petitat (1994), a escola contribui para a reprodução da ordem 
social. No entanto, ela também participa de sua transformação, às vezes 
intencionalmente. Outras vezes, as mudanças se dão, apesar da escola.
Nesse contexto, o dirigente escolar, o professor, os pais de alunos e a 
comunidade em geral precisam entender que a escola é um espaço contraditório 
e, portanto, se torna fundamental que ela construa seu Projeto Político-
Pedagógico. Cabe ressaltar, nessa direção, que qualquer ato pedagógico é um 
ato dotado de sentido e se vincula a determinadas concepções (autoritárias ou 
democráticas), que podem estar explícitas ou não. [...]
FONTE: Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4sala_politica_gestao_escolar/
pdf/saibamais_8.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2012.
3 RELAÇÃO ESCOLA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, 
inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me 
relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que 
ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. 
Não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente.
Paulo Freire
 
A educação escolar, direito assegurado por lei, tem papel fundamental 
no desenvolvimento dos indivíduos. Traz por princípio o auxílio e contribuição 
plenos para o crescimento cognitivo e afetivo dos sujeitos envolvidos de forma 
crítica, reflexiva, autônoma e consciente. De acordo com a Lei de Diretrizes e 
Bases da EducaçãoNacional, Lei no 9.394/96 (BRASIL, 1997),
[...] A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios 
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade 
o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 2o).
Desse modo, a escola é local privilegiado para mediação e apropriação 
da educação escolar, proporcionando desenvolvimento e crescimento plenos aos 
sujeitos que dela fazem parte. A mediação está pautada na necessidade de explicar 
a relação entre duas ou mais coisas, sobretudo se são de naturezas distintas, no 
sentido do auxílio direto à apropriação dos conhecimentos pelos indivíduos 
nela envolvidas; trata-se do processo em que quem aprende generaliza os dados 
apreendidos pelo sentido. No contexto escolar, essa mediação tem no professor 
a peça fundamental do processo, na medida em que é detentor do conhecimento 
potencial a ser ensinado à criança.
 
Porém, a defesa do direito à educação plena a todos os cidadãos, sendo a 
escola local privilegiado para tanto, não tem sido suficiente para que na prática 
esse direito se concretize. Corroborando Medina e Santos (2000, p. 18),
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
88
A educação deverá liberar-se da fragmentação imposta pelo paradigma 
positivista e sua racionalidade instrumental e econômica, bem como de 
seus estreitos pontos de vista; atualizar-se em relação ao conhecimento 
produzido pelos mais importantes cientistas, artistas e humanistas de 
nossa época e unir forças com outras instituições sociais visando à 
construção de um mundo mais humano e sustentável. [...]. 
As propostas pedagógicas precisam ser claras, planejadas, interdisciplinares 
e mediadas pelos sujeitos integrantes do contexto escolar – professores. Como 
um todo, o contexto escolar esboça diferentes olhares, falas, discursos, ritmos e 
conhecimentos. Por isso a riqueza e vida pertencente à escola, às vezes, é ofuscada 
pela fragmentação e homogeneização de conteúdos, do conhecer.
Nesse contexto, a questão concernente à saúde e ao meio ambiente devem 
vir ao encontro de propostas significativas, de modo que sua apropriação seja 
relevante e fundamental para a vida dos sujeitos envolvidos no processo educativo. 
Para tanto, saúde e meio ambiente, assim como diferentes temáticas, precisam 
ser contempladas nas suas características e particularidades, mas também na sua 
amplitude e interlocução que estabelece com o próprio meio. 
De acordo com Medina e Santos (2000, p. 12),
Pensar o ambiental, hoje, significa pensar de forma prospectiva e 
complexa, introduzir novas variáveis nas formas de conceber o mundo 
globalizado, a natureza, a sociedade, o conhecimento, especialmente 
as modalidades de relação entre os seres humanos, a fim de agir 
de forma solidária e fraterna, na procura de um novo modelo de 
desenvolvimento.
Do mesmo modo devemos contemplar a questão da saúde, uma vez que 
ambos – saúde e meio ambiente, são parte intrínseca ao ser humano. Isso porque 
sujeito e meio são interdependentes e, desse modo, se relacionam, interagem e 
interferem (positiva ou negativamente) um entre/no outro. Ou seja, somos parte 
do meio e vice-versa.
Ao contemplarmos essa relação é possível pensar e conceber o sujeito 
pleno, enquanto reflexivo, cidadão e parte integrante do meio de que faz parte. 
[...] Esta relação profunda com o meio, paradoxalmente, faz daquele 
que nele habita, vive, deseja, realiza, sofre, tornar-se o próprio meio, 
apropriando-se dele de maneira a não saber e não poder distinguir-se 
dele, sabendo-se/sentindo-se meio ao mesmo tempo que segue sendo 
singularidade humana. (CASCINO, 1999, p. 84).
 
Desse modo, a relação meio ambiente e sujeito estende-se à comunidade e 
ao contexto escolar da mesma. O trabalho pedagógico em sala de aula precisa ser 
contínuo e embasado em objetivos e conhecimentos preestabelecidos (planejados) de 
acordo com o contexto de que faz parte. A temática saúde e meio ambiente caminham 
ao longo do ano escolar, dos Projetos Pedagógicos (PP) e Projetos Político-Pedagógicos 
(PPP), e não de modo isolado ou como instrumentos pedagógicos isolados. 
TÓPICO 1 | O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
89
FIGURA 32 – O MEIO AMBIENTE NO CONTEXTO ESCOLAR
FONTE: Disponível em: <http://www.palhocense.com.br/polopoly_fs/1.410545.1297947351!/
image/1811656893.jpg>. Acesso em: 24 jan. 2012.
Ao contemplar o meio ambiente no contexto escolar, contemplamos uma 
educação ambiental significativa, concreta e permeada de sentido para os sujeitos 
a que se destina. Para tanto, todos os envolvidos no processo educativo são parte 
integrante e fundamental para que, na prática, se contemple a teoria e vice-versa.
[...] não se faz educação ambiental individualmente. Esta prática se 
faz na, com e para a comunidade, sendo necessário conhecimento 
da atualidade e noções de conteúdos específicos para a formação de 
uma postura crítica, além de uma consciência política e de cidadania, 
e principalmente de dependência entre os seres. [...] (MANZANO; 
DINIZ, 2004, p. 170).
DICAS
No livro “Educação ambiental: uma metodologia participativa de formação”, das 
autoras Medina e Santos, é possível conhecer o método PROPACC (Proposta de Participação-
Ação para a Construção de Conhecimento). A proposta em questão é baseada no trabalho 
com a educação ambiental e possibilidades para tanto. Vale a pena ler! Anote a referência: 
MEDINA, N. M.; SANTOS, E. da C. Educação ambiental: uma metodologia participativa de 
formação. Petrópolis: Vozes, 2000.
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
90
ESTUDOS FU
TUROS
Caro acadêmico, na próxima unidade, abordaremos com mais profundidade a 
questão da educação ambiental, especificamente no Tópico 2, intitulado Educação para o 
Meio Ambiente.
Do mesmo modo, a saúde escolar compreende o entendimento de meio 
e sujeitos entrosados e sabidos de sua relação para com o outro. Corroborando 
Conceição (1994, p. 11), “Saúde escolar corresponde ao conjunto de ações 
destinadas a promover, proteger e recuperar a saúde das coletividades integrantes 
do sistema educacional”. Para tanto, a escola e a comunidade escolar devem fazer 
parte das ações que promovam a saúde escolar, uma vez que são os personagens 
principais desse processo.
FIGURA 33 – SAÚDE ESCOLAR
FONTE: Disponível em: <http://areadeprojecto-8anos-a-b-eb23smeda.blogspot.com/2009/04/
projecto-saude-alimentacao-e-saude.html>. Acesso em: 24 jan. 2012.
De acordo com Stotz apud Burgos (2006, p. 189), 
[...] o professor é um elemento desencadeador de saúde e por representar, 
principalmente para os menores, uma referência, um exemplo a ser 
seguido. A convivência diária com os alunos possibilita ao professor o 
aprimoramento de capacidades imprescindíveis à educação em saúde, 
que são, entre outras, as que dizem respeito à construção de vínculos 
duradouros e ao conhecimento da realidade em que vive o aluno.
TÓPICO 1 | O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
91
Sendo assim, a escola, como ressaltado no início desse tópico, é local 
privilegiado para apreensão dos conhecimentos sistematicamente organizados. 
No contexto escolar a interação, a mediação entre os sujeitos envolvidos 
proporcionam o desenvolvimento e aprendizados significativos a quem faz parte.
FIGURA 34 – RELAÇÃO ESCOLA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE
FONTE: Disponível em: <radiomarcante.net/noticias/dia-mundial-da-saude>. Acesso em: 24 jan. 2012.
Em suma, a relação Escola, Meio Ambiente e Saúde é intrínseca, permeada 
por trocas, diálogos, discussões, construções e re-construções, baseada no ensinar 
e aprender, e pautada na preocupação constante com a formação de mediadores 
e ruptura de fragmentações.
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
92
LEITURA COMPLEMENTAR
CONCEPÇÕES DE SAÚDE E COTIDIANO ESCOLAR – 
O VIÉS DO SABER E DA PRÁTICA
Aparecida de Fátima Soane Lomônaco
[...]
CONCEPÇÕES DE SAÚDE E COTIDIANO ESCOLAR
As concepçõesde saúde que permeiam o ambiente escolar, advindas dos 
conceitos elaborados pelos educadores e profissionais que trabalham na escola, 
são possibilidades de se entender as ações ali desenvolvidas, em relação à saúde. 
Neste trabalho, o cuidar do corpo aparece como um pensamento hegemônico 
na escola, que fundamenta o ensino de saúde e as práticas ali desenvolvidas em 
relação à saúde. 
[...] 
Para a maior parte dos pesquisados, a saúde aparece ligada à limpeza, 
à adoção de hábitos saudáveis, ao asseio, à organização, ao como se cuidar, à 
higiene pessoal e à manutenção de uma escola limpa. 
[...]
A concepção higienista, que marcou a formação de muitas gerações de 
brasileiros, tanto nas concepções relacionadas à saúde como à educação, pode ser 
percebida ainda hoje na evidência de uma preocupação exacerbada com a higiene.
O cuidado com o corpo está diretamente ligado à manutenção de uma 
qualidade de vida. 
[...]
A valorização do corpo está também diretamente relacionada ao mundo 
do trabalho, para o qual a escola prepara o aluno. Este corpo é meio de produção, 
é valorizado socialmente: “corpo-meio, corpo ferramenta, corpo investido 
socialmente por seu possuidor através de sua inserção no mundo do trabalho”. 
(LIMA, 1985). Verifica-se, nas classes populares, que a saúde e a doença estão 
diretamente ligadas à questão do corpo, pois o mesmo acaba sendo uma ferramenta 
de trabalho e, em caso de uma interrupção da saúde, as consequências sociais 
são graves como a impossibilidade de trabalhar, o que gera a falta de condições 
financeiras para a aquisição de alimentos, por exemplo. 
TÓPICO 1 | O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE
93
Segundo Souza (1982), a valorização da saúde pelas classes de baixa renda 
está vinculada às consequências sociais da doença, pois esta significa a quebra do 
equilíbrio cotidiano, uma vez que afeta o seu principal bem, que é sua capacidade 
de trabalho, sendo o corpo valorizado sobremaneira por ser o instrumento para 
o mesmo. 
Essas concepções são constructos culturais, que estão além do espaço 
escolar e que por ele transitam sem necessariamente pertencerem a conteúdos 
específicos. A fragmentação do saber, também presente na educação em saúde, 
que ocorre desde os processos de formação, resulta em concepções também 
fragmentadas, como de saúde relacionada mais ao corpo.
Segundo Oliveira (1991), a formação de muitos educadores foi marcada 
pela influência tecnicista na educação, com a tendência pela compartimentação do 
currículo, pela fragmentação do saber, o que dificulta ao educador uma percepção 
mais abrangente, dinâmica, que possa articular os fenômenos da prática escolar.
A percepção de saúde, na visão dos educadores que ainda a compreendem 
numa perspectiva unilateral, desvinculada da realidade, dos problemas 
socioeconômicos, está centrada no biologismo, na visão de um corpo saudável, 
bem cuidado, o que poderia ser revertido com uma formação adequada, aliada a 
ações de atualização, de educação continuada com a promoção de debates sobre 
temas relativos à Educação em Saúde na escola.
[...]
Segundo Bagnato (1987), as influências dos familiares, da comunidade 
e do meio ambiente parecem afetar os hábitos e atitudes de saúde dos alunos, 
adequados ou não, o que reduziria as chances de serem incorporados e 
vivenciados novos conhecimentos da saúde. Se realmente queremos penetrar nas 
“entranhas” da escola para buscar subsídios para responder às várias questões 
sobre os saberes escolares, é preciso atribuir importância a outros segmentos 
profissionais que apoiam as ações educativas na escola, tanto os que atuam 
no setor pedagógico e administrativo, quanto os que cuidam da alimentação e 
higienização. Por isso, consideramos muito importante verificar as concepções de 
saúde das merendeiras e auxiliares de serviços gerais das duas escolas.
[...]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...]
Em busca de sinais, “vestígios”, que pudessem configurar as práticas e 
o ensino de saúde na escola, podemos destacar a influência das concepções da 
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
94
comunidade escolar acerca do processo saúde/doença nas atividades relacionadas 
à saúde, sejam elas referentes ao processo ensino-aprendizagem ou ao cotidiano 
escolar. Nas escolas pesquisadas, evidenciaram-se as concepções de saúde 
que priorizam o cuidado com o corpo, a manutenção de um ambiente limpo e 
organizado, advindas de raízes históricas e culturais, em que predominam o 
higienismo e a individualidade. 
Verificamos, com isso, que é necessário que se abram espaços de discussão 
na escola sobre as concepções de saúde. Mesmo encontrando concepções que 
ampliam o conceito de saúde/doença, dando ênfase aos aspectos sociais, políticos 
e econômicos, ainda é grande a relação saúde/biologismo. E muitas questões, 
consideradas na atualidade como importantes elementos para discussão da saúde 
na escola, embora fazendo parte de seu cotidiano ou do cotidiano dos alunos, não 
aparecem na pesquisa. 
[...]
Além da formação, uma das questões pertinentes ao ensino de saúde na 
escola diz respeito à educação continuada. A partir das questões emergentes em 
cada escola, em cada região, deveria ser realizado um programa de educação 
continuada para os educadores, dentro da realidade de cada unidade escolar, 
que pudesse contemplar a participação de vários profissionais da educação e da 
saúde e onde houvesse espaços abertos para discussão dos diferentes problemas 
encontrados e das possíveis soluções.
Um projeto de educação em saúde na escola para ser legitimado deve ter 
um significado social e humano. A saúde deve ser considerada como um meio, 
entre outros, de desenvolvimento do indivíduo como um todo, um recurso que irá 
contribuir com o sucesso escolar e a integração social. Por isso, a sua concretização 
e operacionalização deve acontecer de maneira integrada ao projeto político-
pedagógico da escola.
[...]
FONTE: LOMÔNACO, Aparecida de Fátima Soane. Concepções de saúde e cotidiano escolar – o 
viés do saber e da prática. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt06/t063.pdf>. 
Acesso em: 20 abr. 2011.
95
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• A educação escolar tem papel fundamental no desenvolvimento dos indivíduos 
– auxiliar e contribuir plenamente para o crescimento cognitivo e afetivo dos 
sujeitos envolvidos de forma crítica, reflexiva, autônoma e consciente.
• A escola é local privilegiado para mediação e apropriação da educação escolar, 
propiciando desenvolvimento aos sujeitos que dela fazem parte.
• Educação escolar = ação transformadora (professor e aluno, na interação 
estabelecida aprendem juntos, tendo no entorno a indissociabilidade entre 
teoria e prática).
• A escola serve para a construção e desenvolvimento dos sujeitos que, por sua 
vez, são parte integrante do meio, havendo relação intrínseca entre ambos.
• Saúde e meio ambiente, assim como diferentes temáticas, precisam ser 
contempladas nas suas características e particularidades, mas também na sua 
amplitude e interlocução que estabelecem com o próprio meio. 
• Sujeito e meio são interdependentes e, desse modo, se relacionam, interagem e 
interferem (positiva ou negativamente) um entre/no outro.
• Ao contemplar o meio ambiente no contexto escolar, contemplamos uma 
educação ambiental significativa, concreta e permeada de sentido para os 
sujeitos a que se destina.
• Segundo Conceição (1994, p. 11), “Saúde escolar corresponde ao conjunto de 
ações destinadas a promover, proteger e recuperar a saúde das coletividades 
integrantes do sistema educacional”.
96
AUTOATIVIDADE
1 Faça uma reflexão escrita sobre a temática “Educação Emancipadora: Escola, 
Professores e Alunos”.
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2 Disserte sobre seu entendimento da citação de Medina e Santos (2000, p. 12). 
Você concorda com os autores? Por quê?
Pensar o ambiental, hoje, significa pensar de forma prospectiva 
e complexa, introduzir novas variáveis nas formas de conceber 
o mundo globalizado, a natureza, a sociedade, o conhecimento, 
especialmente as modalidades de relação entre os seres humanos, 
a fim de agir de forma solidária e fraterna, na procura de um novo 
modelo de desenvolvimento.
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TÓPICO 2
GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE
E MEIO AMBIENTE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, o tópico que segue abordará documentos de referência 
que contribuem para o contexto escolar, uma vez que esboçam possibilidades 
significativas em relação à saúde e ao meio ambiente.
Para tanto, o tópico está estruturado em duas partes: na primeira 
veremos o Guia Curricular e Saúde: Os Parâmetros Curriculares Nacionais, 
que trará a apresentação deste documento de referência e consequente relação 
com a educação para a saúde; e na segunda parte veremos o Guia Curricular 
e Meio Ambiente: Os Parâmetros Curriculares Nacionais. Discutiremos as 
possibilidades do documento apresentadas frente às relações entre a escola, PCN 
e o meio ambiente. Bons estudos!
2 GUIA CURRICULAR E SAÚDE: OS PARÂMETROS 
CURRICULARES NACIONAIS
[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades 
para a produção ou a sua construção.
Paulo Freire
Ao pensar a educação escolar, diversos fatores estão envolvidos para 
que ela aconteça. No tópico anterior dialogamos sobre o assunto, as relações 
estabelecidas e sua importância na e para a temática referente ao meio ambiente e 
à saúde. Nesse contexto há os aspectos relacionados à questão curricular, dentre 
os quais não podemos deixar de destacar os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos de 
referência para a Educação Básica no Brasil. Constituem-se como propostas 
flexíveis e orientações ao contexto escolar e prática pedagógica do professor. Sua 
função é:
[...] orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema 
educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, 
subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, 
principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor 
contato com a produção pedagógica atual. (BRASIL, 1996, p. 13).
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
98
Estes documentos se baseiam em princípios e fundamentos que se 
delineiam ao longo do texto. Dentre seus princípios é possível destacar: 
proposta educacional visando à qualidade da formação do estudante; exercício 
da cidadania; aquisição e desenvolvimento de novas competências; e processo 
ensino-aprendizagem dinâmico, crítico, que busca a autonomia e integrado à 
visão de equipe (trocas e interações).
Ainda quanto a seus fundamentos, os PCN trazem a participação 
construtiva do aluno, assim como a intervenção do professor no processo 
ensino-aprendizagem. Nesse aspecto, a escola é vista como espaço de formação 
e informação, de construção coletiva e permanente, e local privilegiado para o 
conhecimento, para o conhecer, para a educação escolar. (BRASIL, 1996).
Dentre os volumes e edições dos PCN, o volume 9, especificamente, trata 
a questão do Meio Ambiente e Saúde. Sua intenção delineia-se por:
[...] tratar das questões relativas ao meio ambiente em que vivemos, 
considerando seus elementos físicos e biológicos e os modos de 
interação do homem e da natureza, por meio do trabalho, da ciência, 
da arte e da tecnologia. (BRASIL, 2000, p.15).
No que se refere à saúde, o documento a considera como “[...] estado de 
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. 
(BRASIL, 2000, p. 89). Ou seja, saúde no sentido de construção permanente do 
indivíduo e do meio, do sujeito e da coletividade, na busca constante de defesa à vida.
Para tanto, o documento corrobora que a educação escolar sozinha não dá 
conta de promover mudanças na trajetória e história do planeta, porém tem papel 
significativo e fundamental para possíveis construções e possibilidades de cidadania. 
Somos e fazemos parte de nossa história. Podemos contribuir de modo que realmente 
façamos parte dessa mudança e construção de possibilidades nesse sentido. 
A importância, portanto, aqui colocada, é de se educar pensando na 
formação de cidadãos, empreendedores preocupados e atentos à conservação de 
um ambiente saudável hoje e futuramente. E que estabeleçam ao longo de suas 
vidas relações intra e interpessoais com o ambiente – físico e social. (BRASIL, 2000).
Ao pensarmos a “saúde”, faz-se necessário perguntar: ensinar saúde ou 
educar para a saúde? De acordo com os PCN (BRASIL, 2000, p. 97):
No primeiro caso (ensinar saúde) o foco é colocado numa formação 
sobre saúde e na coincidência de conceitos que fundamentou a proposta 
clássica de inserção de programas de saúde no escopo da disciplina 
de Ciências Naturais. Entretanto, essa estratégia não se revelou 
suficiente para a garantia de abordagem dos conteúdos relativos aos 
procedimentos e atitudes necessários à promoção da saúde.
Desse modo, a efetiva educação para a saúde dar-se-á a partir do momento 
da busca de uma vida saudável. Nesse sentido, valores, atitudes e hábitos que 
promovam esse diálogo são de suma importância. Para tanto, a escola, a educação 
escolar tem papel fundamental.
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
99
A temática da saúde é tratada ao longo da Educação Básica – Ensino 
Fundamental (cabendo também para a Educação Infantil e o Ensino Médio) – 
baseada nos seguintes objetivos (BRASIL, 2000, p. 101):
• compreender que a saúde é um direito de todos e uma dimensão essencial 
do crescimento e desenvolvimento do ser humano;
• compreender que a condição de saúde é produzida nas relações com o meio 
físico, econômico e sociocultural, identificando fatores de risco à saúde 
pessoal e coletiva presentes no meio em que vivem;
• conhecer e utilizar formas de intervenção individual e coletiva sobre os 
fatores desfavoráveis à saúde, agindo com responsabilidade em relação à 
sua saúde e à saúde da comunidade;
• conhecer formas de acesso aos recursos da comunidade e as possibilidades 
de utilização dos serviços voltados para a promoção, proteção e recuperação 
da saúde;
• adotar hábitos de autocuidado, respeitando as possibilidades e limites do 
próprio corpo.
Concebendo os objetivos anteriormente descritos, os conteúdos sobre a 
saúde foram reunidos, ao longo dos PCN (BRASIL, 2000), em dois blocos gerais: 
“Autoconhecimento para o Autocuidado” e “Vida Coletiva”.
O bloco de conteúdos denominado autoconhecimento para o autocuidado 
tem como razão de ser o entendimento da saúde em sua dimensão pessoal, 
expressa no tempo e espaço de cada sujeito em prol do bem-estar físico, mental e 
social. Desse bloco fazem parte os seguintes conteúdos:
• identificação de necessidades e características pessoais, semelhanças e 
diferenças entreas pessoas, pelo estudo do crescimento e desenvolvimento 
humano nas diferentes fases da vida (concepção, crescimento intrauterino, 
nascimento/recém-nascido, criança, adolescente, adulto, idoso);
• identificação, no próprio corpo, da localização e da função simplificada dos 
principais órgãos e aparelhos, relacionando-os aos aspectos básicos das 
funções de relação (sensações e movimentos), nutrição (digestão, circulação, 
respiração e excreção) e reprodução;
• adoção de postura física adequada;
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
100
• identificação e expressão de sensações de dor ou desconforto (fome, sede, frio, 
prisão de ventre, febre, cansaço, diminuição da acuidade visual ou auditiva);
• valorização do exame de saúde periódico como fator de proteção à saúde;
• finalidades da alimentação (incluídas as necessidades corporais, 
socioculturais e emocionais) relacionadas ao processo orgânico de nutrição;
• identificação dos alimentos disponíveis na comunidade e de seu valor 
nutricional;
• valorização da alimentação adequada como fator essencial para o 
crescimento e desenvolvimento, assim como para a prevenção de doenças 
como desnutrição, anemias ou cáries;
• noções gerais de higiene dos alimentos relativas à produção, transporte, 
conservação, preparo e consumo;
• reconhecimento das doenças associadas à falta de higiene no trato com 
alimentos: intoxicações, verminoses, diarreias e desidratação; medidas 
simples de prevenção e tratamento;
• identificação das doenças associadas à ingestão de água imprópria para o 
consumo humano; procedimentos de tratamento doméstico da água;
• rejeição ao consumo de água não potável;
• medidas práticas de autocuidado para a higiene corporal: utilização 
adequada de sanitários, lavagem das mãos antes das refeições e após as 
eliminações, limpeza de cabelos e unhas, higiene bucal, uso de vestimentas e 
calçados apropriados, banho diário;
• valorização da prática cotidiana e progressivamente mais autônoma de 
hábitos de higiene corporal e favoráveis à saúde;
• responsabilidade pessoal na higiene corporal como fator de proteção à saúde 
individual e coletiva;
• respeito às potencialidades e limites do próprio corpo e do de terceiros.
FONTE: Brasil, 2000, p. 77-78.
No bloco de conteúdos vida coletiva há busca pela recuperação da 
cultura de saúde do aluno, estabelecendo, para tanto, a relação intrínseca entre o 
contexto do mesmo e o contexto escolar – educação escolar. Para tanto apresenta 
os seguintes conteúdos:
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
101
• conhecimento dos recursos disponíveis para a criança (atividades e serviços) 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, das possibilidades de 
uso que oferecem e das formas de acesso a eles;
• formas de participação em ações coletivas acessíveis à criança em sua 
comunidade;
• conhecimento do calendário vacinal e da sua própria situação vacinal;
• principais sinais e sintomas das doenças transmissíveis mais comuns na 
realidade do aluno, formas de contágio, prevenção e tratamento precoce 
para a proteção da saúde pessoal e de terceiros;
• agravos ocasionados pelo uso de drogas (fumo, álcool e entorpecentes);
• conhecimento das normas básicas de segurança no manejo de instrumentos, 
no trânsito e na prática de atividades físicas;
• medidas simples de primeiros socorros diante de: escoriações e contusões, 
convulsões, mordidas de animais, queimaduras, desmaios, picadas de 
insetos, torções e fraturas, afogamento, intoxicações, cãibras, febre, choque 
elétrico, sangramento nasal, diarreia e vômito, acidentes de trânsito;
• fatores ambientais mais significativos para a saúde presentes no dia a dia 
da criança: sistema de tratamento de água, formas de destino de dejetos 
humanos e animais, lixo e agrotóxicos;
• mapeamento das transformações necessárias no ambiente em que se vive;
• relações entre a preservação e recuperação ambientais e a melhoria da 
qualidade de vida e saúde;
• rejeição aos atos de destruição do equilíbrio e sanidade ambientais;
• participação ativa na conservação de ambiente limpo e saudável no domicílio, 
na escola e nos lugares públicos em geral;
• solidariedade diante dos problemas e necessidades de saúde dos demais, por 
meio de atitudes de ajuda e proteção a pessoas portadoras de deficiências e 
a doentes.
FONTE: Brasil, 2000, p. 80.
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
102
Para retomada dos conteúdos trabalhados no contexto escolar, faz-
se necessário trazermos a fala sobre a avaliação. Os PCN (2000) concebem a 
avaliação pensada para os diferentes sujeitos. Ou seja, os diferentes ritmos e a 
heterogeneidade dos sujeitos são fatores fundamentais ao avaliar o processo 
ensino-aprendizagem. Observação, registro e planejamento flexível são aspectos 
fundamentais à avaliação. Dentre os aspectos integrantes do processo avaliativo, 
é possível destacar alguns critérios estabelecidos pelos PCN (BRASIL, 2000, p. 
117-119), tais como:
• Expressar suas necessidades de atenção à saúde.
• Responsabilizar-se com crescente autonomia por sua higiene corporal, 
percebendo-a como um fator de bem-estar e como valor da convivência social.
• Conhecer e desenvolver hábitos alimentares favoráveis ao crescimento e ao 
desenvolvimento.
• Conhecer e evitar os principais riscos de acidentes no ambiente doméstico, 
na escola e em outros lugares públicos.
• Conhecer e utilizar medidas de primeiros socorros ao seu alcance.
• Reconhecer as doenças transmissíveis mais comuns em sua região.
• Relacionar-se produtivamente nas diferentes situações do convívio escolar.
• Conhecer os recursos de saúde disponíveis e necessários para a saúde da 
comunidade.
• Agir na perspectiva da saúde coletiva.
As orientações didáticas no que concerne à educação para a saúde são 
um roteiro de possibilidades em prol de práticas favoráveis ao desenvolvimento 
e aprendizado dos alunos. Há flexibilização dos itens abordados. Nesse sentido, 
devem somar-se as experiências e vivências dos envolvidos no processo ensino-
aprendizagem. Desse modo, os conteúdos aqui apresentados terão um significado 
real e efetivo a quem se destina – os alunos.
Os PCN – Meio Ambiente e Saúde – ainda ressaltam a importância de 
aspectos quanto à concretização dos objetivos propostos ao conteúdo curricular 
de educação para a saúde, quais sejam (BRASIL, 2000, p. 121-122):
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
103
• A organização do trabalho em torno de questões de saúde.
• É essencial o trabalho conjunto com a família e grupos de forte presença social.
• O desenvolvimento dos conteúdos deve levar em conta as particularidades 
da faixa de crescimento e desenvolvimento da classe.
• Os conteúdos apresentados são aplicáveis a diferentes realidades, mas a sua 
tradução em práticas concretas de saúde exige adequação e detalhamento 
para a realidade sanitária de cada local.
• Hábitos constroem-se cotidianamente e se alteram caso não voltem a ser 
objeto de avaliação e justificação.
• Descobrir e desenvolver soluções comprometidas com a promoção 
e a proteção da saúde pessoal e coletiva e, principalmente, aplicar os 
conhecimentos adquiridos.
A temática da saúde vem juntamente à temática meio ambiente para 
contribuir na formação de sujeitos críticos, reflexivos e cidadãos. De acordo com o 
documento de referência,
É preciso educar para a saúde levando em conta todos os aspectos 
envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia a 
dia da escola. Por esta razão, a educação para a saúde será tratada como 
tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo 
escolar. (BRASIL, 2000, p. 73).
IMPORTANT
E
A temática saúde pode ser conhecida mais profundamente na leitura da parte 
integrante dos PCN – Meio Ambiente e Saúde:
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Parâmetros Curriculares Nacionais – meio ambiente e saúde. 2. ed. Rio de Janeiro:DP&A, 
2000. p. 85-122. Disponível em: <http://portal.mec.goc.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf>. 
Acesso em: 24 jan. 2012.
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
104
3 GUIA CURRICULAR E MEIO AMBIENTE: OS PARÂMETROS 
CURRICULARES NACIONAIS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, em seu volume 9, abordam 
também a questão relativa ao meio ambiente, e é especificamente esse assunto 
que abordaremos nesse momento. Os PCN (2000) compreendem a estreita relação 
entre homem e meio como fundamental no discurso referente ao meio ambiente. 
Refletem sobre a questão ambiental não apenas por temas que norteiam a vida no 
planeta, mas também a melhoria do meio e consequente qualidade de vida aos 
sujeitos que dele fazem parte. 
DICAS
Segue uma sugestão de leitura, no intuito de reflexão referente à formação do 
sujeito cidadão e a educação ambiental: HIGUCHI, Maria Inês G.; AZEVEDO, Genoveva C. 
de. Educação como processo de construção da cidadania ambiental. Revista Brasileira de 
Educação Ambiental, Brasília, v. il., n. 0, p. 63-78, maio/ago. 2005. Boa leitura!
O meio ambiente está relacionado a espaço (físico e biológico) em que 
vivem os seres e no qual se desenvolvem, estabelecendo relações, transformando 
e sendo transformados, somado ao espaço sociocultural (no caso dos seres 
humanos). Desse modo, ao pensarmos no trabalho pedagógico, no contexto 
escolar, cuja temática envolve o meio ambiente, é fundamental partirmos do 
conhecimento de seus subsistemas. (BRASIL, 2000).
[...] O trabalho de educação ambiental deve ser desenvolvido a fim de 
ajudar os alunos a construírem uma consciência global das questões 
relativas ao meio para que possam assumir posições afinadas com os 
valores referentes à sua proteção e melhoria. Para isso é importante 
que possam atribuir significado àquilo que aprendem sobre a questão 
ambiental. [...] (BRASIL, 2000, p. 47-48). 
A temática ambiental é tratada ao longo da Educação Básica – Ensino 
Fundamental (cabendo também para Educação Infantil e Ensino Médio) baseada 
nos seguintes objetivos:
• conhecer e compreender, de modo integrado e sistêmico, as noções básicas 
relacionadas ao meio ambiente;
• adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a 
interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis;
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
105
• observar e analisar fatos e situações do ponto de vista ambiental, de modo 
crítico, reconhecendo a necessidade e as oportunidades de atuar de modo 
reativo e propositivo para garantir um meio ambiente saudável e a boa 
qualidade de vida;
• perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de 
causa-efeito que condicionam a vida no espaço (geográfico) e no tempo 
(histórico), utilizando essa percepção para posicionar-se criticamente diante 
das condições ambientais de seu meio;
• compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e 
manejo dos recursos naturais com o quais interagem, aplicando-os no dia a dia;
• perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural, adotando 
posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas de patrimônio natural, 
ético e cultural;
• identificar-se como parte integrante da natureza, percebendo os processos 
pessoais como elementos fundamentais para uma atuação criativa, responsável 
e respeitosa em relação ao meio ambiente. (BRASIL, 2000, p. 53-54).
Concebendo os objetivos anteriormente descritos, os conteúdos sobre o 
meio ambiente foram reunidos, ao longo dos PCN (2000), em três blocos gerais: os 
ciclos da natureza; sociedade e meio ambiente; e manejo e conservação ambiental.
O bloco de conteúdos denominado os ciclos da natureza tem como função 
deixar claro que os processos da natureza possuem diferentes movimentos e 
fluxos, não sendo estáticos. Desse bloco fazem parte os seguintes conteúdos:
• os ciclos da água, seus múltiplos usos e sua importância para a vida, para a 
história dos povos;
• os ciclos da matéria orgânica e sua importância para o saneamento;
• as teias e cadeias alimentares, sua importância e o risco de transmissão de 
substâncias tóxicas que possam estar presentes na água, no solo e no ar;
• o estabelecimento de relações e correlações entre elementos de um mesmo 
sistema;
• a observação de elementos que evidenciem ciclos e fluxos da natureza, no 
espaço e no tempo. (BRASIL, 2000, p. 60).
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
106
No bloco de conteúdos sociedade e meio ambiente se estabelece um 
diálogo sobre as interações entre os seres humanos e seu meio. Para tanto apresenta 
os seguintes conteúdos:
• a diversidade cultural e a diversidade ambiental;
• os limites da ação humana em termos quantitativos e qulitativos;
• as principais características do ambiente e/ou paisagem da região em que se 
vive; as relações pessoais e culturais dos alunos e de sua comunidade com os 
elementos dessa paisagem;
• as diferenças entre ambientes preservados e degradados, causas e 
consequências para a qualidade de vida das comunidades, desde o entorno 
imediato até de outros povos que habitam a região e o planeta, bem como 
das gerações futuras. (BRASIL, 2000, p. 61).
No bloco de conteúdos manejo e conservação ambiental são trazidos 
conteúdos no intuito de conhecer e saber como lidar e conservar os recursos 
naturais. Esses conteúdos são:
• o manejo e a conservação da água: noções sobre captação, tratamento e 
distribuição para o consumo; os hábitos de utilização da água em casa e na 
escola adequados às condições locais;
• a necessidade e formas de tratamento dos detritos humanos: coleta, destino 
e tratamento do esgoto; procedimentos possíveis adequados às condições 
locais (sistema de esgoto, fossa e outros);
• a necessidade e as formas de coleta e destino do lixo; reciclagem; os 
comportamentos responsáveis de “produção” e “destino” do lixo em casa, 
na escola e nos espaços de uso comum;
• as formas perceptíveis e imperceptíveis de poluição do ar, da água, do solo e 
poluição sonora; principais atividades locais que provocam poluição (indústrias, 
mineração, postos de gasolina, curtumes, matadouros, criações, atividades 
agropecuárias, em especial as de uso intensivo de adubos químicos etc.);
• noções de manejo e conservação do solo: erosão e suas causas nas áreas rurais 
e urbanas; necessidade e formas de uso de insumos agrícolas; cuidados com 
a saúde;
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
107
• noções sobre procedimentos adequados com plantas e animais; cuidados 
com a saúde;
• a necessidade e as principais formas de preservação, conservação, recuperação 
e reabilitação ambientais, de acordo com a realidade local;
• alguns processos simples de reciclagem e reaproveitamento de materiais;
• os cuidados necessários para o desenvolvimento das plantas e dos animais;
• os procedimentos corretos com dejetos humanos nos banheiros e em lugares 
onde não haja instalações sanitárias;
• as práticas que evitam desperdícios no uso cotidiano de recursos como água, 
energia e alimentos;
• a valorização de formas conservativas de extração, transformação e uso dos 
recursos naturais. (BRASIL, 2000, p. 62-63).
Nos três blocos temáticos já contemplados são trazidos, também, 
conteúdos comuns a todos. Veja a seguir:
• As formas de estar atento e crítico com relação ao consumismo.
• A valorização e a proteção das diferentes formas de vida.
• A valorização e o cultivo de atitudes de proteção e conservação dos ambientes 
e da diversidade biológica e sociocultural.
• O zelo pelos direitos próprios e alheios a um ambiente cuidado, limpo e 
saudável na escola, em casa e na comunidade.
• O cumprimento das responsabilidades de cidadão, com relação ao meio 
ambiente.
• O repúdio ao desperdício em suas diferentes formas.
• A apreciação dos aspectos estéticos da natureza, incluindo os produtos da 
cultura humana.
• A participação em atividades relacionadas à melhoria das condições 
ambientaisda escola e da comunidade local. (BRASIL, 2000, p. 63).
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
108
Dentre os aspectos integrantes do processo avaliativo é possível destacar 
alguns critérios estabelecidos pelos PCN, tais como:
• Observar as características do meio ambiente e identificar a existência de 
ciclos e fluxos na natureza.
• Identificar as intervenções com as quais a sociedade local vem realizando 
transformações no ambiente, na paisagem, nos espaços em que habita ou cultiva.
• Contribuir para a conservação e a manutenção do ambiente mais imediato 
em que vive.
• Identificar as substâncias de que são feitos os objetos ou materiais utilizados pelos 
alunos, bem como alguns dos processos de transformação por que passaram.
• Participar, pessoal e coletivamente, de atividades que envolvam tomadas de 
posição diante de situações relacionadas ao meio ambiente.
• Reconhecer alguns processos de construção de um ambiente, tanto urbano 
quanto rural, com a respectiva intervenção na paisagem, bem como sua 
importância para o homem.
• Perceber a relação entre a qualidade de vida e um ambiente saudável.
• Valorizar o uso adequado dos recursos disponíveis [...]. (BRASIL, 2000, p. 67-69).
Desse modo, o tema meio ambiente precisa focar sua essência e os sujeitos 
que dele fazem parte. Deverá trazer
[...] uma visão ampla que envolva não só os elementos naturais do 
meio ambiente, mas também os elementos construídos e todos os 
aspectos sociais envolvidos na questão ambiental. Dentro dessa visão, 
o homem é um elemento a mais que, porém, tem extraordinária 
capacidade de atuar sobre o meio e modificá-lo – o que pode, às vezes, 
voltar-se contra ele próprio. (BRASIL, 2000, p. 73).
Uma vez que entender e compreender o fato de que fazemos parte do meio e 
temos uma estreita relação nos faz responsáveis pelos avanços e prejuízos existentes 
no meio ambiente. Por essa razão, é válido ressaltar a importância de planejar de 
forma clara e significativa, elegendo prioridades no trabalho com o meio ambiente.
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
109
IMPORTANT
E
Vale ressaltar que os Parâmetros Curriculares Nacionais são documentos de 
referência e não obrigatoriedade ao contexto escolar. Seu uso necessita ser pensado como 
referência, sugestão e leitura para aprendizado e confecção de planejamentos significativos, 
baseados no contexto e cotidiano escolar a que se destinam.
Os textos oficiais são introduzidos em sua origem como “leituras 
obrigatórias à prática pedagógica do professor”. Na teoria, essa leitura deveria 
acontecer com base em trocas, discussões, debates, reflexões entre os envolvidos 
nesse processo e para os quais é destinada – os professores –, à medida que são 
documentos de “referência”. No entanto, na prática, os textos ficam a cargo de 
cada professor e não há espaço, no cotidiano, para diálogo entre os pares.
No que diz respeito aos Parâmetros Curriculares Nacionais, é necessário 
que se tenha o cuidado e o olhar crítico referente à história, constituição, 
elaboração e realidade. Lembremos que são documentos de referência e não 
saberes absolutos, únicos, no diálogo com o conhecimento.
Uma renovação de conteúdos não pode ser avaliada apenas pelas 
novas temáticas que inclui, mas pelos silêncios e esquecimentos que 
não inclui. Um deles pode ser silenciar aos docentes as críticas que 
vêm da academia, e, sobretudo dos movimentos sociais aos ideais e 
crenças na emancipação pelas letras, pelas ciências e pelas técnicas, 
pela própria escola. (ARROYO, 2008, p. 108).
Os PCN podem contribuir à prática pedagógica escolar, porém são apenas 
um dos recursos para tanto. Como ressaltado anteriormente, sua leitura por si só, 
sem interlocutores e inter-relações, perde os possíveis sentidos e significados. De 
acordo com Arroyo (2008, p. 108), “Os Parâmetros poderão ser engavetados, não 
porque não trazem elementos renovadores, mas pelas crenças ultrapassadas com 
que tentam legitimá-los para os docentes. [...]”.
Desse modo, as concepções, conteúdos e conhecimentos abordados 
pelos PCN são colocações e referências de um tempo e espaço. A leitura crítica e 
reflexiva do documento, assim como outras referências, é significativa à medida 
que dialogue com o contexto escolar em questão. Em suma, que haja interlocução 
real e efetiva com o meio, sujeitos e pares de que faz parte.
[...] entendemos por interlocução a capacidade de chegar ao outro, de 
abrir-se ao meio, de percorrer caminhos de compreensão e expressão, 
de promover processos e de facilitar aprendizagens abertas. Nessa 
etapa de caminhar e compartilhar juntos, a empatia desempenha um 
papel essencial porque favorece o colocar-se no lugar do outro, sentir 
com ele e vibrar com ele. (GUTIÉRREZ, 2002, p. 67).
O fragmento de texto que segue, contempla a questão da saúde escolar 
na chamada abordagem FRESH (Focusing Resources on Effective School Health). 
Assim como os PCN, que são documentos de referência e não padrões estáticos e 
obrigatórios, a abordagem em questão apresenta uma possibilidade para contribuir 
no planejamento em sala de aula. Boa leitura!
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
110
LEITURA COMPLEMENTAR
SAÚDE ESCOLAR
SCHOOLSANDHEALTH
Por que uma abordagem FRESH (Focusing Resources on Effective School 
Health – Concentrar Recursos numa Saúde Escolar Eficaz)?
Assegurar que as crianças são saudáveis e capazes de aprender é um 
componente essencial de um sistema de educação eficaz. A salubridade aumenta 
a frequência escolar e reduz o absentismo, trazendo para a escola mais crianças 
dos meios mais pobres e em maior desvantagem, muitas das quais são meninas. 
São estas crianças, que são na maior parte das vezes as menos saudáveis e mais 
malnutridas, as que tiram maior proveito educacional de uma saúde melhor.
Os programas de saúde escolar eficazes, desenvolvidos dentro de parcerias 
comunitárias, proporcionam uma das formas mais eficazes em termos de custos 
para atingir as crianças em idade escolar, os adolescentes e as comunidades em 
geral, e são um meio sustentável de promover práticas saudáveis.
O novo modelo FRESH é o ponto de partida para o desenvolvimento de 
um programa eficaz de saúde escolar, higiene e nutrição, num ambiente escolar 
mais amigável para as crianças e mais saudável.
Um programa eficaz de saúde escolar, higiene e nutrição, como é o caso 
do FRESH, oferece muitos benefícios:
- Responde a necessidades cada vez maiores
[...]
- Aumenta a eficácia de outros investimentos em desenvolvimento infantil
[...]
- Assegura um melhor aproveitamento escolar
[...]
- Melhora a equidade social
[...]
- É uma estratégia altamente eficaz em termos de custos
[...]
O modelo FRESH para intervenções no âmbito da saúde escolar inclui 
quatro domínios: políticas escolares relacionadas com a saúde, provisão de água 
e saneamento, saúde escolar baseada nas competências e serviços de saúde e 
nutrição nas escolas:
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
111
Objetivos Intervenções principais Beneficiários/Grupos-alvo Indicadores
Políticas escolares relacionadas com a saúde
Aumentar o número 
de escolas com 
instalações de 
água e saneamento 
adequadas
Políticas claras para 
assegurar a provisão 
de serviços de água e 
saneamento em todas as 
escolas
A população 
escolar
% das escolas 
com água limpa 
e com condições 
de saneamento 
adequadas
Aumentar o acesso às 
instalações sanitárias 
para professores, para 
os rapazes e para as 
raparigas
Políticas para a educação em 
higiene básica integradas 
no currículo, que conduzam 
à maior procura e 
correspondência da parte das 
crianças, de Associações de 
Pais e Professores (APPs) e 
das comunidades, no sentido 
de uma boa manutenção das 
instalações 
A população 
escolar
A comunidade
As raparigas 
adolescentes
% das escolas com 
boa manutenção das 
instalações sanitárias
Maior taxa bruta de 
escolarização das 
raparigas quando 
há casas debanho 
funcionais nas 
escolas
Aumentar a educação 
sobre vida familiar e 
o acesso a serviços de 
planejamento familiar
Política clara de inclusão da 
educação sobre vida familiar 
e do planeamento familiar 
no currículo do ensino 
secundário
Adolescentes
% de escolas com 
educação sobre vida 
familiar e serviços 
de aconselhamento 
sobre contracepção/
DSTs
Reduzir os abandonos 
escolares por motivo 
de gravidez
Políticas claras sobre a 
permissão para as raparigas 
continuarem na escola 
durante a gravidez e depois 
do parto
Foco no direito das mulheres 
à educação
Reduzir as diferenças de 
gênero e a discriminação
Raparigas 
adolescentes
Taxas de 
escolarização 
feminina mais 
elevadas
Menor número 
de abandonos 
por raparigas 
adolescentes
Reduzir o uso de 
tabaco e de outras 
substâncias
Políticas que proíbam de 
fumar e de usar outras 
substâncias nas escolas
A população 
escolar
% de escolas onde 
não se fuma
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
112
Objetivos Intervenções principais Beneficiários/Grupos-alvo Indicadores
Reduzir a 
discriminação contra 
pessoas com Aids e 
contra as suas famílias
Políticas para evitar a 
discriminação contra pessoas 
com Aids e contra as suas 
famílias
A população 
escolar
Redução do número 
de crianças com 
HIV/ Aids e o 
número de órfãos 
por causa desta 
doença (Aids) que 
abandonam a escola
Provisão de água limpa e de saneamento adequado às escolas
Aumentar o número 
de escolas com 
instalações de 
água e saneamento 
adequadas, bem 
mantidas e separadas 
para rapazes e para 
raparigas
Normas de construção 
das escolas que incluam 
boas condições de água e 
saneamento, com instalações 
sanitárias separadas para 
rapazes e para raparigas
A população 
escolar, 
especialmente 
as raparigas 
adolescentes
% de escolas com 
água limpa e com 
instalações sanitárias 
adequadas e bem 
mantidas
Reduzir a incidência 
de diarreia e de 
infecções intestinais 
nas crianças das 
escolas
Existência de água potável 
nas escolas
A população 
escolar e a 
comunidade
Redução do número 
de faltas e das taxas 
de repetição
Educação sobre saúde com base nas competências
Reduzir o número de 
gravidezes indesejadas 
e o abandono escolar
Educação sobre saúde 
baseada nas competências, 
incluindo educação sobre a 
vida familiar
Adolescentes
Taxas de 
escolarização 
feminina mais 
elevadas
Redução do número 
de raparigas que 
abandonam a 
escola por motivos 
de gravidez e 
discriminação
Reduzir 
comportamentos 
de risco e a falta de 
conhecimentos sobre 
a Aids
Inclusão da educação 
sobre saúde baseada nas 
competências, e da prevenção 
contra a Aids /DSTs no 
currículo escolar
Todas as 
crianças da 
escola
% de crianças com 
conhecimento sobre 
a prevenção da Aids 
/DSTs
TÓPICO 2 | GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE
113
Objetivos Intervenções principais Beneficiários/Grupos-alvo Indicadores
Reduzir a fome 
temporária e melhorar 
a nutrição
Educação sobre a nutrição 
com base nas competências
Todas as 
crianças da 
escola
% de crianças que 
comem antes de ir 
para a escola
Reduzir o abuso do 
tabaco e de outras 
substâncias
Educação sobre saúde com 
base nas competências
Todas as 
crianças da 
escola
% das crianças 
da escola que 
usaram produtos 
tabagísticos nos 
últimos trinta dias
Serviços de saúde e nutrição centrados na escola
Reduzir infecções 
parasitárias 
(lombrigas)
Desparasitação regular
Todas as 
crianças da 
escola
Reduzir as taxas 
de repetição e de 
abandono escolar
Reduzir as deficiências 
em micronutrientes e a 
anemia
Suplemento oral de ferro e de 
vitamina A
Todas as 
crianças da 
escola
Reduzir as taxas 
de repetição e de 
abandono escolar
[...]
Onde começar?
O modelo FRESH foi desenvolvido no âmbito de uma parceria entre a 
UNESCO, a UNICEF, a OMS e o Banco Mundial, e lançada no Fórum para a 
Educação Mundial, em abril de 2000. Este modelo é o ponto de partida para o 
desenvolvimento de um programa efetivo de saúde escolar, higiene e nutrição, 
numa escola mais amigável para as crianças e promotora da saúde. O objetivo é a 
focalização em intervenções que possam ser implementadas mesmo nas escolas 
com maiores dificuldades em termos dos recursos disponíveis. O modelo centra-
se em 4 (quatro) componentes principais, que deverão estar disponíveis em todas 
as escolas: 
1- Políticas escolares relacionadas com a saúde que, por exemplo, não excluam 
raparigas grávidas, que encorajem estilos de vida saudáveis incluindo não 
fumar, e que ajudem a manter o sistema educativo na frente de combate à Aids.
2- Provisão de água limpa e saneamento adequado para proporcionar um ambiente de 
aprendizagem saudável e que estimule comportamentos higiênicos, e permita 
privacidade no sentido de promover a participação das raparigas adolescentes 
na educação.
3- Educação sobre saúde, higiene e nutrição, com base nas competências existentes, que se 
centre no desenvolvimento dos conhecimentos, atitudes, valores e preparação 
para a vida, necessários ao estabelecimento de práticas de higiene duradouras, 
e à redução da vulnerabilidade à Aids por parte dos jovens e dos professores.
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA
114
4- Serviços de saúde e nutrição baseados nas escolas, que sejam simples, seguros e 
familiares, e que abordem problemas comuns e reconhecidos como importantes 
pelas comunidades, incluindo a disponibilização de aconselhamento para o 
combate à Aids.
A implementação deste modelo implica:
a) parcerias intersetoriais, especialmente entre os setores da saúde e da educação;
b) parcerias com as comunidades, especialmente APPs (Associações de Pais e 
Professores);
c) envolver ativamente as crianças das escolas.
O que deve ser feito e o que deve ser evitado em programas de saúde 
escolar centrados nas comunidades:
- Assegurar que há cooperação entre os setores saúde e educação, e que sejam 
feitos acordos por escrito, do tipo “acordos de protocolo”.
- Assegurar que as atividades de saúde escolar são aceitas e apoiadas por pais, 
APPs e alunos.
- Assegurar a concepção de um programa cujo alcance chegue às crianças mais 
pobres nas comunidades mais remotas.
- Utilizar uma estratégia de comunicação que assegure que as políticas de saúde 
são transparentes e inteiramente compreendidas por professores, pais e alunos.
- Assegurar que, antes de construir as latrinas, a comunidade as quer e tem 
capacidade para as manter.
- Assegurar que a educação sobre saúde se baseia na verdadeira compreensão 
daquilo que deve ser feito na prática, e não apenas em conhecimentos 
acadêmicos.
- Acompanhar e avaliar todas as atividades implementadas.
- Não sobrecarregar os professores – a primeira função deles é ensinar.
[...]
FONTE: Adaptado de: SCHOOLSANDHEALTH. Saúde Escolar. Disponível em: <www.schoolsandhealth.
org/.../School%20Health%20at%20a%20Glance-Portugese.doc>. Acesso em: 19 abr. 2011.
115
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos de referência 
para a Educação Básica no Brasil. Constituem-se como propostas flexíveis e 
orientações ao contexto escolar e à prática pedagógica do professor.
• A função dos PCN é 
[...] orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema 
educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, 
subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, 
principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor 
contato com a produção pedagógica atual. (BRASIL, 1996, p. 13).
• PCN – princípios: proposta educacional visando à qualidade da formação 
do estudante; exercício da cidadania; aquisição e desenvolvimento de novas 
competências; e processo ensino-aprendizagem dinâmico, crítico, que busca a 
autonomia e integrado à visão de equipe (trocas e interações).
• Saúde – PCN = considera saúde como “[...] estado de completo bem-estar físico, 
mental e social e não apenasa ausência de doença”. (BRASIL, 2000, p. 89).
• A efetiva educação para a saúde dar-se-á a partir do momento da busca de uma 
vida saudável. Nesse sentido, valores, atitudes e hábitos que promovam esse 
diálogo são de suma importância. Para tanto, para a escola, a educação escolar 
tem papel fundamental.
• Os conteúdos sobre saúde foram reunidos em dois blocos gerais: 
“Autoconhecimento para o autocuidado” e “Vida Coletiva”. (PCN, 2000).
• Os PCN (2000) compreendem a estreita relação entre homem e meio como 
fundamental no discurso referente ao meio ambiente. Refletem sobre a questão 
ambiental não apenas por temas que norteiam a vida no planeta, mas também 
a melhoria do meio e consequente qualidade de vida aos sujeitos que dele 
fazem parte. 
• Ao pensar no trabalho pedagógico, cuja temática envolve o meio ambiente, é 
fundamental partir do conhecimento de seus subsistemas. (BRASIL, 2000).
• Os conteúdos sobre o meio ambiente foram reunidos em três blocos gerais: 
os ciclos da natureza; sociedade e meio ambiente; e manejo e conservação 
ambiental. (PCN, 2000).
116
• As concepções, conteúdos e conhecimentos abordados pelos PCN são 
colocações e referências de um tempo e espaço. A leitura crítica e reflexiva 
do documento, assim como demais referências, é significativa à medida que 
dialogue com o contexto escolar em questão.
117
AUTOATIVIDADE
1 Baseado nos objetivos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, 
no que se refere à temática ambiental, elabore um Plano de Aula (um 
exemplo) de como trabalhar essa temática no contexto escolar. 
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__________________________________________________________________
2 Ao pensarmos a temática da saúde no contexto escolar, de acordo com os 
Parâmetros Curriculares Nacionais, responda ao questionamento: ensinar 
saúde ou educar para a saúde? Por quê?
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
118
119
TÓPICO 3
EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores da Unidade 2, abordamos a educação escolar, 
a temática do meio ambiente e a saúde nesse contexto. O Tópico 3 retoma o 
diálogo concernente ao contexto escolar: a educação escolar e os envolvidos nesse 
processo, assim como sua relação com saúde e qualidade de vida.
Para tanto, iniciamos com a gestão democrática da escola, assunto 
pertinente e fundamental para o entendimento da importância da relação entre 
os sujeitos envolvidos no processo educativo. Por fim, abordaremos a promoção 
e a prevenção da saúde no contexto escolar, embasadas na constante preocupação 
com o meio ambiente, em prol da qualidade de vida dos sujeitos.
2 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: 
DESAFIOS E QUALIDADE
A escola e seus atores sociais constituem a educação escolar como um 
todo. Na busca da qualidade e concretização de seus objetivos a educação escolar 
traz em seu escopo a chamada gestão da escola. A gestão está baseada na ideia 
de administrar, organizar, dirigir, decidir, enfim, trata-se de uma atividade para 
alcançar os objetivos propostos a priori.
Na construção da gestão da escola fazem parte elementos tais quais 
(FERREIRA, N., 2008): 
• Gestão democrática.
• Participação dos profissionais.
• Participação da comunidade escolar.
• Elaboração do Projeto Pedagógico da escola.
• Autonomia pedagógica.
• Autonomia administrativa.
120
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
IMPORTANT
E
VOCÊ SABIA? O Programa Gestão da Aprendizagem Escolar oferece formação 
continuada em língua portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do sexto 
ao nono ano) do Ensino Fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui 
carga horária de 300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos 
individuais) para cada área temática. O programa inclui discussões sobre questões prático-
teóricas e busca contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de 
aula. Para conhecer o programa na íntegra acesse o site: <http://portal.mec.gov.br/index.
php?option=com_content&view=article&id=12380&Itemid=642>.
A gestão democrática da educação, como bem afirma Ferreira (2008, p. 310):
[...] enquanto construção coletiva da organização da educação, 
da escola, das instituições, do ensino, da vida humana, faz-se na 
prática, quando se tomam decisões sobre todo o projeto político-
pedagógico, sobre as finalidades e objetivos do planejamento dos 
cursos, das disciplinas, dos planos de estudos, do elenco disciplinar 
e os respectivos conteúdos, sobre as atividades dos professores e dos 
alunos, necessárias para a sua consecução, sobre os ambientes de 
aprendizagem, recursos humanos, físicos e financeiros necessários, 
os tipos, modos e procedimentos de avaliação e o tempo para a sua 
realização. [...]
Nesse sentido, a gestão democrática se dá e acontece no contexto escolar. 
Para sua efetiva realização, faz-se necessário o envolvimento e participação de 
todos os sujeitos envolvidos no processo educativo. A gestão, desse modo, se 
tornará real e significativa. Desafio esse constante para a gestão democrática.
DICAS
Sugerimos as seguintes leituras:
FERREIRA, Nara S. C. Repensando e Ressignificando a Gestão Democrática da Educação 
na “Cultura Globalizada”. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22619.pdf>. 
Acesso em: 31 jul. 2010.
SCHULTZ, Rita. Gestão da Educação: Inovação e Mudança. Disponível em: <http://www.fclar.
unesp.br/publicacoes/revista/polit_gest/edi5_artigoritaschultz.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2010.
SOUZA, Célia; SANTANA, Yonara. Gestão Democrática. Disponível em: <http://www.nead.
unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/84.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2010.
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
121
Na disciplina Gestão Escolar a questão referente à gestão democrática é 
aprofundada. Continuando...
ATENCAO
3 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO 
ESCOLAR: CAMINHOS NA BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA 
DOS SUJEITOS
[...] É preciso aprender a ser coerente. De nada adianta o discurso 
competente se a ação pedagógica é impermeável à mudança.
Paulo Freire
O sujeito, desde seu nascimento, vê-se imerso em uma sociedade 
preexistente e da qual faz parte, decorrendo daí toda a sua formação. A sua 
existência constitui-se e é constituída por umavisão social, historicamente 
construída. Assim sendo, as relações que estabelece com o meio que o rodeia 
e as interações que realiza com os sujeitos pertencentes a essa realidade fazem 
parte de sua constituição, de seu processo de construção humana. Vale ressaltar 
que o ser humano não se constitui somente na relação com o social, “[...] nem 
somos só o que herdamos nem apenas o que adquirimos, mas a relação dinâmica, 
processual do que herdamos e do que adquirimos”. (FREIRE, 2003, p. 93).
Quando se apresenta a questão “somos e fazemos parte da nossa história” não 
se pode ignorar a marca cultural e histórica de identificação e, sim, partir desse 
conhecimento e ir à busca de mudanças significativas na realidade. Isso quer dizer 
que nossa identidade se constitui na relação que estabelecemos com o contexto 
cultural em que vivemos e de nossa própria imersão nesse contexto. Assim:
Uma coisa é ler e aprender os direitos e deveres defendidos em 
uma Constituição, outra coisa é descobrir com as pessoas como 
estão lidando com estes direitos e deveres na sua vida cotidiana e 
com que resultados. Descobrir com as pessoas significa entrar em 
relação com elas, desenvolver comportamentos em relação a elas 
com esta finalidade, isto é, ter uma experiência de participação social 
organizada especificamente para obtenção de determinado fim. 
(PENTEADO, 2000, p. 53, grifos da autora).
Desse modo, a mediação do processo ensino-aprendizagem deve acontecer 
na relação com as realidades de todos os envolvidos no processo de educar, na 
educação escolar. O professor tem o papel fundamental nesse sentido – o de 
mediador desse processo. E para ser mediador é necessário ter se apropriado 
dos conhecimentos necessários para tanto. Daí urge a necessidade de formações 
inicial e continuada de qualidade e permanentes.
122
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Vale ressaltar que existem experiências, embora esporádicas, de cursos 
de capacitação pautados na mediação para e do professor (veja-se a publicação: 
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia. 
Proposta Curricular de Santa Catarina: Estudos Temáticos. Florianópolis: IOESC, 
2005). A questão da formação do professor é um contínuo, a qual deve pautar-
se em propostas que visem à educação emancipadora e mediação constante ao 
longo de todo o processo.
IMPORTANT
E
No que se refere à formação continuada e permanente do professor, sugerimos 
a leitura: IMBERMÓN, Francisco. Formação permanente do professorado: novas tendências. 
Trad. Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2009. Boa leitura!
Pensar a educação para a transformação social envolve o entendimento 
dos chamados “quatro pilares da educação”, defendidos por Delors (2001). São 
eles:
FIGURA 35 – OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
FONTE: Adaptado de Delors (2001)
APRENDER
A
SER
APRENDER
A VIVER
JUNTOS
PILARES
DA
EDUCAÇÃO
APRENDER
A
FAZER
APRENDER
A
CONHECER
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
123
Aprender a conhecer significa o entendimento dos domínios dos 
instrumentos do conhecimento. Aprender a fazer compreende a questão prática 
do conhecimento, o fazer propriamente dito. Aprender a viver juntos estabelece o 
contato e a consciência do outro no meio, assim como a diversidade e semelhança 
existente nesse sentido. E aprender a ser corresponde ao desenvolvimento pleno 
do sujeito: “[...] a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa 
– espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade 
pessoal, espiritualidade [...]”. (DELORS, 2001, p. 99).
Esses aprendizados perpassam e fazem parte de toda a nossa vida. Assim 
ressaltamos a necessidade de educação ao longo de toda a vida. 
A educação ao longo de toda a vida não é um ideal longínquo, mas 
uma realidade que tende, cada vez mais, a inscrever-se nos fatos, no 
seio de uma paisagem educativa complexa, marcada por um conjunto 
de alterações que a tornam cada vez mais necessária. Para conseguir 
organizá-la é preciso deixar de considerar as diferentes formas de 
ensino e aprendizagem como independentes umas das outras e, de 
alguma maneira, sobrepostas ou concorrentes entre si, e procurar, 
pelo contrário, valorizar a complementaridade dos espaços e tempos 
da educação moderna. (DELORS, 2001, p. 104).
Compreender o caráter da educação ao longo de toda a vida requer o 
entendimento de alguns aspectos, tais como (DELORS, 2001):
• Exigência democrática – formação de sujeitos críticos, reflexivos e cidadãos.
• Educação pluridimensional – compreende sujeito no todo e em suas partes.
• Novos tempos, novos campos – ambiente educativo diversificado pautado nas 
mudanças dos meios e sujeitos envolvidos.
• Educação no coração da sociedade – intrínseca relação entre meio social e meio 
escolar.
• Sinergias educativas – relações saber e saber-fazer, saber-ser e saber-viver juntos.
Corroborar a questão da educação ao longo de toda vida de modo intrínseco 
entre os atores que dela fazem parte contribui para o entendimento da educação 
para a transformação social. Entender o papel de cada um e sua respectiva 
importância, nesse sentido, é de suma importância na busca pela educação que 
se quer de qualidade e significativa, pautada na formação de sujeitos críticos, 
reflexivos e cidadãos – palavras essas utilizadas nos seus sentidos próprios, e não 
banalizadas como, por vezes, podemos constatar.
124
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
DICAS
SACRISTÁN, J. G; GOMEZ, A. I. P. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. 
Porto Alegre: ARTMED, 1998.
Desse modo, educar para a saúde, educar para o meio ambiente é um 
contínuo ao longo da vida dos sujeitos. A promoção e a prevenção da saúde no 
contexto escolar contribuem sobremaneira para a construção e apropriação de 
conhecimentos, que o sujeito levará ao longo de sua vida, além de socializar este 
conhecimento entre os que o rodeiam.
De acordo com Burgos (2006, p. 32),
[...] a escola é o espaço mais adequado para intervenções preventivas 
e de promoção de saúde, para conscientização da necessidade de 
mudanças de hábitos sedentários, uso abusivo de alimentos que 
geram fatores de risco às doenças [...], bem como para cuidados com 
a higiene e saúde bucal. [...] as ações educativas somente terão eco se 
conjugadas em atuação multiprofissional de professores dos diversos 
componentes curriculares, equipe diretiva, pedagógica, psicológica, 
aliados aos profissionais e setores comunitários de saúde e a programas 
institucionais. [...]
 
Programas devem promover a prevenção tendo como atores do processo 
os sujeitos nele envolvidos. Sendo assim, a comunidade escolar como um todo é 
autora e coautora da promoção e prevenção da saúde, tendo como foco a educação 
para a saúde.
Burgos (2006, p. 32) ressalta ainda que
São fundamentais, nesse processo, ações políticas e operacionais 
de intervenção na realidade, a partir do conhecimento desta e da 
produção, sistematização, socialização do conhecimento na área da 
saúde, educação e desenvolvimento humano, que capacite pessoas 
tecnicamente competentes, política e eticamente responsáveis, 
contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade solidária, 
com desenvolvimento equilibrado e saudável de seus cidadãos. [...]
O meio ambiente, embasado também na concepção de construção para e 
pelo sujeito, deve delinear-se ao longo de todo processo educativo. Para tanto, a 
educação ambiental no contexto escolar, assim como diferentes temáticas, precisa 
ser contemplada nas suas características e particularidades, mas também na sua 
amplitude e interlocução que estabelece com o meio. 
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
125
Se pensamos e desejamos uma educação de qualidade, inclusive na 
questão ambiental, é preciso ter em mente que formamos sujeitos cidadãos, 
críticos e reflexivos. “A cidadania ambiental e a cultura de sustentabilidade serão 
necessariamente o resultado do fazer pedagógico que conjugue a aprendizagem 
a partir da vida cotidiana”.(GUTIÉRREZ, 2002, p. 59).
Conceber a saúde e o meio ambiente como intrínsecos e pertencentes aos 
sujeitos, que dela fazem parte, é fundamental para a promoção da qualidade de vida 
das pessoas. Contemplando essa questão, a escola contribuirá significativamente 
para a defesa e construção de conhecimentos que promovam a qualidade de vida 
plena e significativa para e por meio da educação para a saúde e o meio ambiente.
FIGURA 36 – PREVENÇÃO – MEIO AMBIENTE E SAÚDE
FONTE: Disponível em: <http://facesionline.wordpress.com/2009/04/01/preocupacao-com-o-
meio-ambiente-e-suas-reacoes/>. Acesso em: 24 jan. 2012.
Quando o sujeito se entende como parte integrante e fundamental na 
relação com o meio, e a sua influência na própria saúde, terá em si a qualidade de 
vida intrinsecamente ligada, uma vez que estará em equilíbrio e será entendedor 
de sua realidade e contexto. Contribuirá para a preservação e prevenção do meio 
em que vive e de sua saúde, assim como dos demais sujeitos pertencentes a esse 
meio, pois compreenderá sua fundamental participação para todos. Como bem 
nos foi relatado anteriormente por Freire (1997), “[...] somos e fazemos parte de 
nossa história”.
126
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
FIGURA 37 – MEIO AMBIENTE
FONTE: Disponível em: <http://pedagogoambiental.blogspot.com/2011/05/educacao-
ambiental-e-desenvolvimento.html>. Acesso em: 24 jan. 2012.
UNI
Caro acadêmico, a temática da educação ambiental será retomada na Unidade 3.
Conheça: o Programa Saúde na Escola (PSE) visa à integração e articulação 
permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de 
vida da população brasileira. Como consolidar essa atitude dentro das escolas? 
Essa é a questão que nos guiou para elaboração da metodologia das Agendas de 
Educação e Saúde, a serem executadas como projetos didáticos nas escolas.
 
 O PSE tem como objetivo contribuir para a formação integral dos 
estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, 
com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o 
pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino. 
O público beneficiário do PSE são os estudantes da Educação Básica, 
gestores e profissionais de educação e saúde, comunidade escolar e, 
de forma mais amplificada, estudantes da Rede Federal de Educação 
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
127
Profissional e Tecnológica e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). 
As atividades de educação e saúde do PSE ocorrerão nos territórios definidos 
segundo a área de abrangência da Estratégia Saúde da Família (Ministério da 
Saúde), tornando possível o exercício de criação de núcleos e ligações entre 
os equipamentos públicos da saúde e da educação (escolas, centros de saúde, 
áreas de lazer como praças e ginásios esportivos etc.).
No PSE a criação dos territórios locais é elaborada a partir das 
estratégias firmadas entre a escola, a partir de seu projeto político-pedagógico 
e a unidade básica de saúde. O planejamento destas ações do PSE considera: o 
contexto escolar e social, o diagnóstico local em saúde do escolar e a capacidade 
operativa em saúde do escolar.
A escola é a área institucional privilegiada deste encontro da educação e 
da saúde: espaço para a convivência social e para o estabelecimento de relações 
favoráveis à promoção da saúde pelo viés de uma Educação Integral.
Para o alcance dos objetivos e sucesso do PSE, é de fundamental importância 
compreender a Educação Integral como um conceito que compreende a proteção, 
a atenção e o pleno desenvolvimento da comunidade escolar. Na esfera da saúde, 
as práticas das equipes de Saúde da Família incluem prevenção, promoção, 
recuperação e manutenção da saúde dos indivíduos e coletivos humanos.
Para alcançar estes propósitos o PSE foi constituído por cinco 
componentes:
a) avaliação das condições de saúde das crianças, adolescentes e jovens que 
estão na escola pública;
b) promoção da saúde e de atividades de prevenção;
c) educação permanente e capacitação dos profissionais da educação e da saúde 
e de jovens;
d) monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes;
e) monitoramento e avaliação do programa. Mais do que uma estratégia de 
integração das políticas setoriais, o PSE se propõe a ser um novo desenho da 
política de educação e saúde já que:
1) trata a saúde e educação integrais como parte de uma formação ampla para 
a cidadania e o usufruto pleno dos direitos humanos;
2) permite a progressiva ampliação das ações executadas pelos sistemas 
de saúde e educação com vistas à atenção integral à saúde de crianças e 
adolescentes; e
128
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
3) promove a articulação de saberes, a participação de estudantes, pais, 
comunidade escolar e sociedade em geral na construção e controle social da 
política pública.
FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id
=14578%3Aprograma-saude-nas-escolas&catid=194%3Asecad-educacao-continuada&Itemid=817>. 
Acesso em: 24 jan. 2012.
DICAS
Para conhecer mais sobre os programas de saúde nas escolas, acesse o site do 
Ministério da Educação e Cultura (MEC), no endereço anterior.
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
129
LEITURA COMPLEMENTAR
MEIO AMBIENTE E SAÚDE. COMPETÊNCIAS. INTERSETORIALIDADE.
Lenir Santos
[...]
O direito à saúde
A saúde pública começou a ganhar destaque político a partir do momento 
em que as grandes epidemias marcaram indelevelmente os países, fazendo nascer 
o conceito de perigo social e exigindo controle sobre as pessoas e práticas de 
higiene, com o intuito de evitar as grandes epidemias e a devastação de aldeias, 
cidades e regiões.
A peste negra devastou a Europa em 1348, matando um terço de sua 
população e assustando os sobreviventes que acreditavam ser as próximas 
vítimas, tal o medo e a facilidade do contágio.
Essa consciência do coletivo – doença como risco social, contagiosa, que 
poderia ser disseminada indistintamente, independentemente de classe social – levou 
as autoridades a se preocuparem com a política de saúde. A participação do Estado 
na saúde decorre exatamente da consciência do perigo social e da necessidade de 
intervenção coletiva. Entretanto, os cuidados com a saúde, como política de governo, 
é fato que só será adotado como prática, a partir do século passado.
No Brasil, em 1923, foi editado o Decreto nº 16.300 aprovando o 
Regulamento do Departamento Nacional de Saúde Pública. Em 1937, o Ministério 
da Educação e Saúde (Lei nº 378, de 13/01/37) foi reestruturado, criando-se o 
Conselho Nacional de Saúde. As atribuições do Conselho Nacional de Saúde 
deveriam ser objeto de lei específica. Em 1954, mediante o Decreto nº 35.347, de 
8 de abril, foi aprovado o regimento do Conselho Nacional de Saúde. É desse 
mesmo ano a Lei nº 2.312, de 3 de setembro, que dispôs sobre normas gerais de 
defesa e proteção da saúde. A regulamentação da lei ocorreu em 1961, Decreto nº 
49.974-A, de 21 de setembro, com a denominação de Código Nacional de Saúde.
Nessa época, as atividades relativas à saúde pública, principalmente o 
poder de polícia sanitária, estavam sob a responsabilidade do Estado. Vários 
serviços públicos, como os serviços destinados à investigação e os Serviços do 
Distrito Federal, tratavam da saúde. Os serviços de água e esgoto; as atividades 
sanitárias como fiscalização de mercados, matadouros, leite; as doenças contagiosas; 
a higiene do trabalho; gêneros alimentícios e engenharia sanitária, dentre outros, 
eram incumbência da saúde, no âmbito do Ministério da Educação e Saúde.
A consciência ecológica não existia nessa época, ainda que remonte à época 
de Hipócrates o conceito de que os fatores ambientais e o estilo de vida influenciavam 
a gênese das enfermidades. Havia, isso sim, uma preocupação com a proteção 
coletiva e o desenvolvimento de uma cultura sanitária, mediante a divulgação 
130
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
de conhecimentos de higiene individuale de saúde pública. O perigo social deu 
origem à polícia sanitária, ante a necessidade de intervir prevenindo e coibindo 
práticas que pudessem causar danos coletivos à saúde. O receio de contaminações 
e a necessidade de profilaxia exigiam que o Estado adotasse políticas de saúde.
As obras de caridade, as santas casas de misericórdia, cuidavam da saúde 
curativa de cunho individual, tanto que o Estado garantia subvenção às entidades 
privadas que assumiam essas atividades como obra assistencial e caritativa (Lei 
nº 1.493, de 13/12/51).
A ampliação da assistência curativa surgiu com os institutos previdenciários 
– IAPs –, que mantinham, dentre os seus benefícios, serviços médicos e hospitalares 
para trabalhadores filiados aos institutos previdenciários. Com a unificação desses 
institutos em um único instituto nacional de previdência social, com financiamento 
tripartite – trabalhador, empregador e Estado –, surgiu, em 1969, o Sistema Nacional 
de Saúde (Lei nº 6.229, de 17/7/1969) e em 1977 foi instituído o Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social – SINPAS (Lei nº 6.439, de 1/9/77).
A saúde pública continuava sendo marcadamente de responsabilidade 
federal, cabendo ao Estado manter centros de saúde e, ao município, responder 
pelo pronto socorro local. Somente os trabalhadores tinham acesso aos serviços 
curativos mantidos pelo INAMPS.
Vários foram os programas – no âmbito da Reforma Sanitária pretendida 
por especialistas e defensores de uma saúde pública descentralizada e 
universalizada – que buscaram romper com esse sistema de saúde centralizado, 
envolvendo estados e municípios, devendo ser destacadas as AIS (Ações 
Integradas de Saúde) e o SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde.
Constituição de 1988
Com a Constituição de 1988, o direito à saúde foi elevado à categoria de 
direito subjetivo público, num reconhecimento de que o sujeito é detentor do direito 
e de que o Estado é o seu devedor, além, é obvio, de uma responsabilidade própria 
do sujeito que também deve cuidar de sua própria saúde e contribuir para a saúde 
coletiva. Hoje, compete ao Estado garantir a saúde do cidadão e da coletividade.
Um novo sistema de saúde pública nacional foi criado, o Sistema Único de 
Saúde, com responsabilidades públicas e uma definição de saúde não como um 
fenômeno puramente biológico, mas resultante de condições socioeconômicas e 
ambientais, devendo a doença ser considerada, conforme Giovanni Berlinguer, 
também como um sinal estatisticamente relevante e precocemente calculável, 
de alterações do equilíbrio homem ambiente, induzidas pelas transformações 
produtivas, territoriais, demográficas e culturais, incontroláveis nas suas 
consequências, além de sofrimento individual e de desvio de uma normalidade 
biológica ou social.
Diante do conceito trazido pela Constituição de 1988 de que “[...] saúde 
é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
131
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”, abandonou-se um sistema que apenas considerava a saúde pública 
como dever do Estado no sentido de coibir ou evitar a propagação de doenças 
que colocavam em risco a saúde da coletividade (prevenção da transmissão 
da malária, da hanseníese, da tuberculose e cuidados que competiam à polícia 
sanitária), e assumiu-se que o dever do Estado de garantir a saúde consiste na 
formulação e execução de políticas econômicas e sociais, além da prestação de 
serviços públicos de recuperação e prevenção. A visão epidemiológica da questão 
saúde doença que privilegia o estudo de fatores sociais, ambientais, econômicos, 
educacionais que podem gerar a enfermidade passou a integrar o direito à saúde.
Esse novo conceito de saúde passou a levar em conta as suas determinantes 
e condicionantes como alimentação, moradia, saneamento, meio ambiente, renda, 
trabalho, educação, transporte, e impôs aos órgãos que compõem o Sistema Único 
de Saúde o dever de identificar esses fatores e formular uma política de saúde 
destinada a promover, nos campos econômico e social, política condizente com a 
elevação das condições de vida da população.
Assim, não se pode mais considerar a saúde de forma isolada das condições 
que cercam o indivíduo e a coletividade. Falar, hoje, em saúde sem levar em conta 
o modo como o homem se relaciona com o seu meio social e ambiental é voltar 
à época em que a doença era um fenômeno meramente biológico, desprovido de 
qualquer outra interferência que não fosse tão somente o homem e seu corpo.
Corroborando essa tese, transcrevemos aqui o relato de Giovanni Berlinguer 
sobre o sistema de saúde nacional da Inglaterra, que é universal e igualitário. 
Descreve o autor que, numa pesquisa feita naquele país, ficou demonstrado que 
a mortalidade infantil em seu conjunto regrediu consideravelmente; entretanto, 
essa regressão não se alterou, durante vinte e cinco anos, entre as cinco classes 
da população. A explicação, afirma o autor, deve estar no fato de que são as “[...] 
condições de trabalho, de ambiente e de higiene, que eliminam ou reduzem 
a eficácia da extensão e da profundidade das atividades sanitárias” e essas 
condições não se alteraram no decorrer dos vinte e cinco anos.
Mesmo que o sistema de saúde tenha atuação preventiva e curativa 
absolutamente iguais, as pessoas que vivem em condições mais precárias 
fatalmente serão mais acometidas de doenças e outros agravos, ainda que o 
sistema de saúde lhes ofereça um excelente serviço de recuperação.
Daí dizer-se que, sem redução das desigualdades sociais, sem a erradicação 
da pobreza e a melhoria das condições de vida, o setor saúde será o estuário 
de todas as mazelas das políticas sociais e econômicas. E sem essa garantia de 
melhoria dos fatores condicionantes e determinantes não se estará garantido o 
direito à saúde, em sua abrangência constitucional.
Assim, o direito à saúde, de acordo com a definição do art. 196 da CF, 
pressupõe: a) o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde para 
a sua promoção, proteção e recuperação, e b) a adoção de políticas sociais e 
132
UNIDADE 2 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos. A saúde 
hoje é considerada um direito fundamental do ser humano. E como direito 
fundamental e como elo do direito à vida, o direito à saúde deve ser garantido 
pelo Estado, em todas as suas nuances.
[...]
Intersetorialidade: saúde e meio ambiente
Na saúde e no meio ambiente o bem jurídico tutelado é a vida. A vida em 
sua plenitude, sob todas as suas formas. Nesses campos, é quase impossível tratar 
de um assunto sem inter-relacioná-lo com o outro, tal é a interdependência da 
saúde e do meio ambiente. Muitas vezes, quando se pretende invocar a proteção 
de um direito, como o de respirar um ar sadio, invocaremos o direito ao meio 
ambiente e o direito à saúde. Solange Teles da Silva advoga que o direito de 
respirar um ar sadio encontra fundamento em dois preceitos constitucionais, o 
art. 225, caput, e o art. 196, uma vez que todos os estudos comprovam os efeitos 
nefastos que a poluição atmosférica causa à saúde humana.
Em decorrência dos estudos comprovadores dos danos causados à saúde 
humana pelos poluentes do ar é que se confere aos entes federativos competência 
administrativa para a prática de atos de preservação da qualidade do ar. E o campo de 
atuação administrativa, neste caso, como em muitos outros, haverá de interpenetrar a 
saúde e o meio ambiente, podendo, ainda, exigir o concurso de outros setores.
Paulo de Bessa Antunes, ao tratar do impacto regional de atividades 
poluidoras, afirma que “[...] as alterações desfavoráveis à saúde são óbvias por si 
próprias. Todo o projeto que implique repercussão sobre a saúde coletiva de uma 
determinada comunidade deve ser tido como impactante”. Muitasvezes, como 
no presente caso, a proteção ao meio ambiente engloba a proteção à saúde. Aqui 
ambos os direitos devem ser invocados, uma vez que a poluição afeta a saúde e 
o meio ambiente.
Em matéria de meio ambiente, tanto quanto de saúde, as conexões com 
outras áreas são inúmeras. Não há como estancar as influências dos mais diversos 
setores e, muitas vezes, as próprias atuações. Como muitos órgãos administrativos 
têm competências similares, não é difícil imaginar que, vez ou outra, poderá 
ocorrer invasão de competências. Mas esse perigo real não pode inibir a atuação 
de outros setores com competências para proteger a qualidade de vida, sob pena 
de se criar um superministério do ambiente e lacunas na execução de ações e 
serviços ambientais.
[...]
FONTE: SANTOS, Lenir. Meio ambiente e saúde. Disponível em: <www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/
Lenir.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2011.
133
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• A escola e seus atores sociais constituem a educação escolar como um todo. Na 
busca da qualidade e concretização de seus objetivos a educação escolar traz 
em seu escopo a chamada gestão da escola. 
• Na construção da gestão da escola fazem parte elementos tais quais: gestão 
democrática, participação dos profissionais, participação da comunidade 
escolar, elaboração do Projeto Pedagógico da escola, autonomia pedagógica e 
autonomia administrativa.
• Nossa identidade se constitui na relação que estabelecemos com o contexto 
cultural em que vivemos e de nossa própria imersão nesse contexto.
• A mediação do processo ensino-aprendizagem deve acontecer na relação com 
as realidades de todos os envolvidos no processo de educar, na educação 
escolar. O professor tem o papel fundamental nesse sentido – o de mediador 
desse processo. E para ser mediador é necessário ter se apropriado dos 
conhecimentos necessários para tanto.
• Educar para a saúde, educar para o meio ambiente é um contínuo ao longo da 
vida dos sujeitos.
• A promoção e a prevenção da saúde no contexto escolar contribuem 
sobremaneira para a construção e apropriação de conhecimentos que o sujeito 
levará ao longo de sua vida, além de socializar este conhecimento entre os que 
o rodeiam.
• A comunidade escolar como um todo é autora e coautora da promoção e 
prevenção da saúde, tendo como foco a educação para a saúde.
• A educação ambiental no contexto escolar, assim como diferentes temáticas, 
precisa ser contemplada nas suas características e particularidades, mas 
também na sua amplitude e interlocução que estabelece com o meio. 
• Conceber a saúde e o meio ambiente como intrínsecos e pertencentes aos 
sujeitos que dela fazem parte é fundamental para a promoção da qualidade de 
vida das pessoas.
• Pensar a educação para a transformação social envolve o entendimento dos 
chamados “quatro pilares da educação”: aprender a conhecer, aprender a 
fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.
134
1 Freire (1997) afirma que “[...] somos e fazemos parte de nossa história”. 
Disserte sobre a relação entre este fragmento e a questão da qualidade de 
vida, saúde e meio ambiente.
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AUTOATIVIDADE
135
UNIDADE 3
MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
PRÁTICAS EDUCATIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• analisar a contribuição do contexto escolar na promoção da saúde e 
qualidade de vida das pessoas;
• identificar a educação como elemento transformador rumo a uma 
consciência ambiental coletiva;
• compreender o surgimento da educação ambiental como resposta à 
preocupação da sociedade com o futuro;
• analisar as tendências da educação ambiental, no que tange principalmente 
à sustentabilidade como uma nova perspectiva para conduzir as relações 
sociedade-natureza;
• conhecer e implementar práticas pedagógicas que contemplem a temática 
meio ambiente e saúde.
Esta terceira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico, 
você encontrará atividades que possibilitarão o aprofundamento de conteúdos 
no que se refere à saúde e ao meio ambiente, assim como metodologias de 
ensino significativas que contribuam nesse sentido.
TÓPICO 1 – PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
TÓPICO 3 – METODOLOGIAS DE ENSINO
136
137
TÓPICO 1
PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, na Unidade 2 de nosso Caderno de Estudos dialogamos 
sobre o papel da escola no que se refere ao meio ambiente e saúde. Abordamos, 
para tanto, a escola e sua relação com o meio ambiente e saúde, guia curricular 
concernente ao meio ambiente e saúde – enfocando os Parâmetros Curriculares 
Nacionais e a relação entre educação, saúde e qualidade de vida.
Na Unidade 3 veremos as práticas educativas (retomando conceitos e 
discussões referentes à educação em saúde), a prevenção da saúde no contexto 
escolar, a educação para o meio ambiente e as metodologias de ensino – saúde e 
meio ambiente. Neste tópico, abordaremos a educação em saúde em consonância 
com a prevenção da mesma e a contribuição do contexto escolar nesse sentido.
Bons estudos!
2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Para continuar nosso diálogo sobre a saúde e a escola, vamos retomar 
alguns conceitos, quais sejam: a) o conceito de saúde, e b) a educação e a saúde:
a) O conceito de saúde é referenciado como o estado completo de 
bem-estar físico, mental, social e não apenas como ausência de 
doença, como define a Organização Mundial de Saúde (OMS). Nele, 
encontramos indicadores socioculturais em nível socioeconômico, 
educativo, cultural, entre outros, bem como indicadores psicossociais, 
tais como as concepções de saúde, expectativas em nível de saúde, 
avaliação das expectativas, grau de satisfação com a vida, entre outros. 
[...] (BURGOS, 2006, p. 36, grifo nosso).
b) A educação e a saúde perfeitas constituem muito mais aspiração 
permanente do ser humano do que um estado possível de ser alcançado, 
já que o homem vive em constante tensão e busca da realização de 
seus ideais de educação e de saúde. Não se pode esquecer, entretanto, 
que a educação e a saúde constituem muito mais um processo em 
construção do que resultado pronto e acabado, muito mais caminho 
do que chegada. (CONCEIÇÃO, 1994, p. 23).
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
138
Nesse contexto, a educação em saúde preconiza o desenvolvimento 
integral do ser humano, seja em seu aspecto físico, social, psicológico, cultural, 
histórico, enfim, seudesenvolvimento no todo, respeitadas as partes, ou melhor, 
os diferentes contextos em que os sujeitos estão envolvidos.
Ao conceber esse entendimento inicial, preconizamos o entendimento 
do ser humano e sua saúde, respeitada a sua totalidade e suas particularidades. 
Se pensarmos a educação em saúde no contexto escolar, ela deve contemplar a 
particularidade tanto do contexto da própria escola, sua comunidade e os sujeitos 
nela envolvidos.
Contemplar a saúde no contexto escolar envolve pensarmos as atividades 
necessárias para que ela se efetive na prática pedagógica em sala de aula. Tais 
atividades dividem-se “[...] em três setores que compreendem o ensino da saúde, 
o saneamento do ambiente físico e emocional da escola e, finalmente, a assistência 
à saúde”. (CONCEIÇÃO, 1994, p. 27).
De acordo com Conceição (1994):
• Primeira atividade – ensino da saúde:
Diz respeito à educação para a saúde e consiste na transmissão de 
conhecimentos e informações, mas principalmente no desenvolvimento de 
hábitos, atitudes, habilidades e comportamentos que ajudem na promoção, 
proteção, conservação, recuperação e reabilitação da saúde.
•	 Segunda atividade – saneamento do ambiente físico e emocional da escola:
Refere-se às ações sobre o ambiente escolar. É considerada necessária por 
sua influência sobre as condições de saúde, embora haja críticas a um certo caráter 
autoritário e ideológico da “higienização” e “normalização”.
•	 Terceira atividade – assistência à saúde:
Consiste nos programas de assistência médico-odontológica no interior 
da escola. Sem medicalização da escola nem pedagogização da medicina e 
independentemente da solução encontrada para esta questão administrativa, o 
fundamental é que os profissionais da educação e da saúde unam seus esforços 
para a criação de modelos de serviços de saúde escolar de forma criativa e crítica, 
sem substituição da família e sem medicalização do fracasso escolar.
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
139
FIGURA 38 – SAÚDE ESCOLAR
SAÚDE ESCOLAR
ASSISTÊNCIA
À SAÚDE
SANEAMENTO DO
AMBIENTE FÍSICO
E EMOCIONAL DA
ESCOLA
ENSINO DA
SAÚDE
FONTE: Conceição, 1994.
Essas atividades se inter-relacionam no contexto escolar ao pensarmos 
na educação em saúde, em que teoria e prática pedagógica são indissociáveis. 
Novamente, nos remetemos à importância dos envolvidos no processo educativo, 
do contexto escolar e da comunidade escolar como um todo.
DICAS
Sugerimos a leitura do seguinte livro:
PERES, Heloise Ciqueto; PRADO, Claúdia; LEITE, Maria Madalena 
Januário. Educação em saúde – desafios para uma prática 
inovadora. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2010.
Sinopse: A obra tem por objetivo convidar os leitores a refletir 
sobre o significado da educação em saúde e do papel do 
educador. Dividido em duas partes, o livro procura abordar a 
ação educativa no contexto contemporâneo e as concepções 
pedagógicas que são consideradas a base para a educação na 
área. Trata, também, da questão da aprendizagem significativa e o 
processo educacional. A leitura é recomendada para profissionais, 
pesquisadores e professores que buscam perspectivas para a 
educação em saúde.
O entendimento dessas inter-relações é fundamental para que a temática 
da saúde seja efetiva e significativa na educação escolar. Os diferentes contextos 
envolvidos para tanto nos fazem transitar por diversos conceitos, como, por 
exemplo, a questão relativa ao estilo de vida dos sujeitos.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
140
Featherstone diz que o estilo de vida não mais se constrói com base 
nas relações sociais, mas na dinâmica do cotidiano, onde as coerências 
e a unidade priorizam a exploração de experiências transitórias com 
efeitos diversos. A autora também comenta que a mídia, além de ser 
meio para mudanças nos estilos de vida e lazer, passou a ser expressão 
dos principais gostos culturais desta época, que influenciaram modos 
e comportamentos sociais. (PINTO, 2002, p. 26).
UNI
Vale ressaltar: estilo de vida é um conjunto de padrões de comportamento que 
definem a maneira comum de viver de um indivíduo num grupo. De acordo com a OMS (1985), 
os estilos de vida estão ligados aos valores, às motivações, às oportunidades e a questões 
específicas ligadas a aspectos culturais, sociais e econômicos. [...] (BURGOS, 2006, p. 36).
Educar para a saúde envolve o entendimento da realidade social 
pertencente ao grupo social que faz parte do contexto escolar. O envolvimento 
efetivo de todos nesse processo tornará possíveis práticas pedagógicas efetivas 
na escola e a apreensão dos conhecimentos pelos educandos e pela comunidade 
escolar como um todo.
3 SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR: A PREVENÇÃO
Saúde significa um completo estado de bem-estar físico, mental, social e 
não apenas a ausência de doença. Esse estado completo é um processo, o qual é 
construído ao longo da vida dos seres humanos. Quando falamos de prevenção 
em saúde, concebemo-la (a saúde) como ponto de partida para as intervenções e 
ações pedagógicas a fim de promover efetivamente a saúde como um todo.
[...] A escola é o espaço mais adequado para intervenções preventivas 
e de promoção da saúde, para conscientização da necessidade de 
mudança de hábitos sedentários e uso abusivo de alimentos que geram 
fatores e risco para doenças cardiovasculares e crônico-degenerativas, 
bem como para cuidados com a higiene e saúde bucal, que podem 
estar relacionados a doenças sistêmicas. As ações educativas somente 
terão eco se conjugadas em atuação multiprofissional de professores 
dos diversos componentes curriculares, equipe diretiva, pedagógica, 
psicológica, aliados aos profissionais e setores comunitários de saúde 
e programas institucionais, [...] (BURGOS, 2006, p. 32).
Ainda de acordo com Burgos (2006, p. 27),
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
141
A prevenção deveria estar entre as mais altas prioridades de saúde 
pública e, certamente, nessa perspectiva, deve-se incluir o estímulo a 
modos ou estilos de vida mais saudáveis, em todos os grupos etários, 
destacando-se crianças e adolescentes. As comunidades, os governos, 
a mídia, as indústrias de alimentos, as escolas e as instituições sociais 
precisam trabalhar de forma conjunta, para modificar o meio ambiente 
e promover a conscientização pública, repensando os estímulos, os 
esclarecimentos e contribuição dos mesmos para a adoção de modos 
de vida diferenciados e voltados à qualificação da vida humana e das 
comunidades sociais. (BURGOS, 2006, p. 27).
FIGURA 39 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE
FONTE: Disponível em: <mortugabaunicef.blogspot.com>. Acesso em: 24 jan. 2012. 
A prevenção deve ser preocupação constante da sociedade na saúde e 
bem-estar dos sujeitos que dela fazem parte. A escola, o contexto escolar, nesse 
sentido contribui significativamente. Para tanto,
[...] São fundamentais, nesse processo, ações políticas e operacionais 
de intervenção na realidade, a partir do conhecimento desta e da 
produção, sistematização, socialização do conhecimento na área da 
saúde, educação e desenvolvimento humano, que capacite pessoas 
tecnicamente competentes, política e eticamente responsáveis, 
contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade solidária, 
com desenvolvimento equilibrado e saudável de seus cidadãos. [...] 
(BURGOS, 2006, p. 32).
As possibilidades de a prática pedagógica contribuir nesse sentido serão 
apresentadas no Tópico 3, da respectiva unidade, quando abordaremos a questão 
das metodologias de ensino, por meio de práticas educativas: saúde e meio ambiente.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
142
DICAS
Leia o seguinte texto de:
MARQUES, Maria de Fátima Cardoso; SHERLOCK, Maria do Socorro Mendonça; FEIJÃO, 
Alexsandra Rodrigues. Educação em saúde no contexto escolar. Disponível em: <http://
www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/congreso/VIIIcongreso/pdfs/180.pdf>. Acesso em: 
18 jul. 2011.
Resumo: 
A educação em saúde para as crianças nas escolas pode contribuir para ações de promoçãode saúde na comunidade. Este estudo tem como objetivo apresentar o perfil das condições 
de saúde de crianças em duas escolas governamentais da cidade de Fortaleza, Ceará, e de 
conhecer o conceito de educação em saúde dos professores. Dividiu-se a coleta de dados 
em duas fases: 1) oficina com 25 professores do Ensino Fundamental de duas escolas 
públicas de Fortaleza, objetivando conhecer quais seus conceitos de educação em saúde 
e, posteriormente, compará-los ao conceito da Organização Mundial da Saúde – OMS; 2) 
levantamento, através de exames físicos, dos principais agravos à saúde de 127 escolares. Os 
resultados mostraram as seguintes situações: crianças com problemas de saúde (parasitoses 
e déficits de higiene pessoal) e professores que possuem um conceito de saúde puramente 
prescritivo e limitado. Este fato demonstra a carência da interdisciplinaridade e do elo professor/
enfermeiro no enfrentamento dos problemas de saúde na escola. Isto suscitou uma reflexão 
sobre a importância do trabalho do enfermeiro com professores e alunos, fazendo com que 
eles possam fazer melhores escolhas a respeito de sua saúde e da saúde da comunidade.
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
143
LEITURA COMPLEMENTAR
A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR
Secretaria de Políticas de Saúde/MS
Texto de difusão técnico-científica do Ministério da Saúde
FONTE: Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
A adoção do conceito de promoção da saúde como elemento redirecionador 
das políticas do Ministério da Saúde impõe a necessidade de sistematizar, 
em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde, propostas 
intersetoriais que provoquem ou reforcem o desenvolvimento de ações com os 
mais diferentes setores.
O setor educacional, dada sua capilaridade e abrangência, é um aliado 
importante para a concretização de ações de promoção da saúde voltadas para 
o fortalecimento das capacidades dos indivíduos, para a tomada de decisões 
favoráveis à sua saúde e à comunidade, para a criação de ambientes saudáveis 
e para a consolidação de uma política intersetorial voltada para a qualidade de 
vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a construção de uma 
nova cultura da saúde.
É importante implementar estratégias integradas de aproximação com 
o sistema educacional, suas unidades de ensino e suas representações políticas, 
sem deixar de considerar como essencial a formação e qualificação docentes, na 
expectativa de que essas estratégias fomentem a adoção de hábitos de vida mais 
saudáveis e promovam mudanças individuais e organizacionais necessárias.
O Ministério da Saúde compreende que o período escolar é fundamental 
para se trabalhar saúde na perspectiva de sua promoção, desenvolvendo ações 
para a prevenção de doenças e para o fortalecimento dos fatores de proteção. 
Crianças, jovens e adultos que se encontram nas escolas vivem momentos em 
que os hábitos e as atitudes estão sendo criados e, dependendo da idade ou da 
abordagem, estão sendo revistos.
Por outro lado, reconhece que, além de a escola ter uma função pedagógica 
específica, tem uma função social e política voltada para a transformação da 
sociedade, relacionada ao exercício da cidadania e ao acesso às oportunidades de 
desenvolvimento e de aprendizagem, razões que justificam ações voltadas para 
a comunidade escolar para dar concretude às propostas de promoção da saúde.
[...]
A assinatura de Portaria Interministerial 766/GM, de 17 de maio de 
2001, para elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação – temas 
transversais Saúde e Orientação Sexual –, estabelece o pacto entre o Ministério da 
Saúde e o Ministério da Educação, passo importante na implementação de uma 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
144
ação integrada que terá, de início, o alcance de 2.779 municípios que já aderiram 
ao Programa Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação. 
[...]
A elaboração coletiva dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação 
Saúde é um marco e a concretização de que se possa pensar a educação e a saúde 
sob uma ótica mais integradora. Elaborar os parâmetros e participar na formação 
continuada dos professores é construir uma nova cultura, em que a educação e a 
saúde tenham sentidos e significados mais integrais e que resultem em projetos 
de vidas mais saudáveis.
Os processos educativos têm como eixos a construção de vidas mais 
saudáveis e a criação de ambientes favoráveis à saúde, o que significa entender 
a educação como processo que trata o conhecimento como algo que é construído 
e apropriado e não como algo a ser transmitido. Conhecimento, por sua vez, é 
fruto da interação e cooperação entre sujeitos que são diferentes, que trazem 
experiências, interesses, desejos, motivações, valores e crenças que são únicas, 
singulares, mas que são, ao mesmo tempo, plurais, e, por isso, diversas. Um 
conhecimento que é incompleto e histórico.
No entanto, a educação e a saúde, como campos de conhecimentos e 
de práticas, têm sido consideradas a partir de suas especificidades, em que a 
educação está associada à escola e aos processos de aprendizagem, e a saúde é 
identificada com os serviços de saúde e processos de adoecimento.
Vista de forma ampliada, a relação entre saúde e educação pode estabelecer 
a intersecção para a integração dos saberes acumulados por tais campos, uma vez 
que os processos educativos e os de saúde e doença incluem tanto conscientização 
e autonomia quanto a necessidade de ações coletivas e de fomento à participação.
Na concepção de saúde individual, seria necessário refletir sobre a saúde 
dos professores, seja individual ou coletivamente. O estresse diário dos docentes, o 
esforço repetitivo que o cotidiano exige, o enfrentamento de situações dramáticas 
não fazem parte do cotidiano escolar. Uma escola promotora de saúde inclui essa 
ideia de saúde, de estar saudável incluindo o bem-estar docente.
Para se promover saúde não é suficiente informar. É necessária uma relação 
dialogal, uma comunicação emancipadora, em que os sujeitos sejam envolvidos 
na ação educativa, formativa e criativa, levando em conta a reconstrução do saber 
da escola e a formação continuada dos docentes. Promover saúde implica e requer 
ter paz, educação, alimentação, renda, ecossistema saudável, recursos sustentáveis, 
justiça e equidade e desenvolver ações de promoção da saúde. No contexto escolar, 
tem a ver com respeito às possibilidades e aos limites do corpo, do intelecto e das 
emoções, da participação social e do estabelecimento de alianças.
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
145
A saúde e os temas transversais apontados pelos Parâmetros Curriculares 
Nacionais – a pluralidade cultural, a ética, a orientação sexual, a cidadania, o meio 
ambiente, o trabalho e o consumo – lidam com as condições concretas de sujeitos e 
comunidades sendo complementares e interdependentes. No cotidiano escolar, esses 
temas emergem em situações concretas de violência, de preconceito, nas tomadas de 
decisões, nas interações e na organização dos rituais e das festas, nos impasses entre 
pessoas e grupos, nos conteúdos dos textos e materiais de estudo e de trabalho.
O trabalho escolar lida com os valores, as crenças, os mitos e as representações 
que se têm sobre a própria relação do saber-fazer-ser educador e educando.
Organizar e estimular situações de aprendizagem nas quais a saúde possa 
ser compreendida como direito de cidadania e um pressuposto ético, valorizando 
as ações voltadas para sua promoção, é inerente à escola.
São múltiplas as faces do estar saudável ou estar doente, e, reconhecida 
essa complexidade, o professor lidará com as questões de saúde e de doença de 
maneira diferenciada.
Promover saúde é tocar nas diferentes dimensões humanas, é considerar 
a afetividade, a amorosidade e a capacidade criadora e a busca da felicidade 
como igualmente relevantes e como indissociáveis das demais dimensões. Por 
isso, a promoção da saúde é vivencial e écolada ao sentido de viver e aos saberes 
acumulados pela ciência e pelas tradições culturais locais e universais.
Criar momentos de debates sobre fatores desfavoráveis à saúde presentes 
nas realidades dos alunos e da comunidade escolar, mobilizando projetos, 
ações, com relação à saúde individual e coletiva, considerando a saúde sob seus 
diferentes aspectos, é possível quando se favorece o desencadear do desejo de 
conhecer e utilizar os recursos da própria localidade voltados para a promoção da 
saúde e para a atenção à doença. Uma rede de apoio, nas mais diferentes formas e 
instâncias, é fundamental para a promoção.
São os conselhos de saúde, de direitos da mulher, de cidadania, de defesa 
da criança e do adolescente, tutelares, associações de moradores, de pescadores, 
de domésticas, de professores, grêmios estudantis, movimentos ligados a partidos 
políticos ou às igrejas e tantos outros.
Mobilizar recursos significa envolver essas redes ou setores governamentais 
e não governamentais em ações institucionais no campo da saúde. Tanto para o 
educando quanto para o educador, o exercício de troca, de diálogo, de embates, 
de compartilhamento de saberes e fazeres, da crítica da realidade possibilitará a 
construção da autonomia, da solidariedade e da cooperação cidadã e se manifestará 
na redefinição dos eixos temáticos para as diferentes áreas e na eleição das abordagens 
e dos conteúdos. Essa mobilização de recursos, que, em um primeiro momento, tem 
o local como ponto de partida, vai sendo alargada e alcançando dimensões mais 
amplas e incorporando outras redes do município, do estado, da região, do país, do 
continente, tomando, na perspectiva mais global, uma dimensão planetária.
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n4/11775.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2012. 
146
Neste tópico você estudou que:
• O conceito de saúde é referenciado como o estado completo de bem-estar 
físico, mental, social e não apenas como ausência de doença.
• A educação e a saúde constituem muito mais um processo em construção do 
que resultado pronto e acabado, muito mais caminho do que chegada.
• A educação em saúde no contexto escolar deve contemplar a particularidade 
do contexto da própria escola, sua comunidade e os sujeitos nela envolvidos.
• Contemplar a saúde no contexto escolar envolve pensarmos as atividades 
necessárias para que ela se efetive na prática pedagógica em sala de aula, quais 
sejam: o ensino da saúde; o saneamento do ambiente físico e emocional da 
escola; e a assistência à saúde.
• Primeira atividade – ensino da saúde: educação para a saúde.
• Segunda atividade – saneamento do ambiente físico e emocional da escola: 
ações sobre o ambiente escolar. É considerada necessária por sua influência 
sobre as condições de saúde.
• Terceira atividade – assistência à saúde: programas de assistência médico-
odontológica no interior da escola. 
• Educar para saúde envolve o entendimento da realidade social do grupo social 
que faz parte do contexto escolar.
• Quando falamos de prevenção em saúde, concebemo-la (a saúde) como 
ponto de partida para as intervenções e ações pedagógicas a fim de promover 
efetivamente a saúde como um todo.
• Prevenção deve ser preocupação constante da sociedade para a saúde e bem-
estar dos sujeitos que dela fazem parte.
RESUMO DO TÓPICO 1
147
1 Considerando os estudos realizados até o momento em relação à saúde, 
escreva um projeto de pesquisa, que contenha os seguintes elementos:
1 TEMA E PROBLEMA
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
5 CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
AUTOATIVIDADE
148
149
TÓPICO 2
EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Você deve se lembrar dos problemas ambientais apresentados na Unidade 
1 deste Caderno de Estudos. Muito bem! Atente para o fato de que a maioria desses 
problemas poderia ter sido evitada se a educação ambiental (EA) e a consequente 
conscientização ecológica fizessem parte da formação das gerações passadas. 
O conhecimento do contexto histórico e cultural da visão homem-natureza 
torna-se importante, pois nos permite compreender as evoluções empíricas e 
posteriormente científicas da representatividade da natureza. 
Como sabemos, o homem foi produzindo, transformando e construindo 
o espaço geográfico. Os interesses e as necessidades dos seres humanos não 
foram sempre os mesmos em todos os lugares e em todos os tempos. Conforme 
as sociedades foram se modificando, criando novas e mais complexas formas de 
sobrevivência, novos espaços foram construídos, muitos deles relacionados com 
os tipos de paisagens e o pensamento de cada época. 
Lamentavelmente, a ausência da EA no contexto histórico-cultural da 
humanidade nos coloca em uma exponencial crise ambiental. Hoje temos a opção 
de seguir dois caminhos: podemos continuar a utilização desenfreada dos recursos 
naturais para atender nossas necessidades imediatas acarretando danos talvez 
irreversíveis, ou podemos implementar medidas alternativas para a conservação 
da biodiversidade e utilizá-la de forma sustentável, o que pode ser alcançado 
através de um processo emergente de EA em todos os níveis e modalidades de 
processos educativos.
Portanto, neste tópico você terá oportunidade de conhecer um pouco da 
história da EA no âmbito mundial e no Brasil. Por meio deste conhecimento será 
possível desenvolver habilidades e competências para atuar de forma crítica e 
efetiva diante dos problemas ambientais, identificando a educação como elemento 
transformador para uma consciência ambiental coletiva.
Vamos então ao estudo sobre a educação para o meio ambiente!
150
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
2 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
SEUS CONCEITOS
UNI
Você sabe o que significa Educação Ambiental (EA)? Embora existam várias 
definições para o termo, vamos construir nosso conceito baseado no ponto de vista de 
alguns autores e nas discussões que ocorreram em eventos sobre o meio ambiente. Mas, 
antes disso, acompanhe um pouco sobre o surgimento da educação ambiental.
A educação ambiental (EA), seja ela formal, não formal ou informal, é 
uma forma de educação que procura atingir se não toda, mas grande parte da 
população, por meio de um processo pedagógico participativo e permanente. 
Neste contexto, a EA busca não somente conscientizar as pessoas sobre os 
problemas ambientais, mas também fazer com que elas entendam a sua origem e 
evolução. Assim, os problemas ambientais e, por consequência a EA, não podem 
ser tratados de forma isolada e local, é necessário que conheçamos os caminhos 
trilhados pela EA no Brasil e no mundo. 
O ponto inicial de interesse pela EA foi a Conferência de Estocolmo (1972) 
– Conferência de Organização das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano –, 
em que se percebeu que se deve educar o cidadão para a solução dos problemas 
ambientais. Segundo Dias (1993, p. 22), “A conferência de Estocolmo, ao 
reconhecer a importância da EA em trazer assuntos ambientais para o público em 
geral, recomendou o treinamento de professores e o desenvolvimento de novos 
recursos instrucionais e métodos”. Assim, nascia não só o interesse pela área 
como também a expressão “educação ambiental”, tão amplamente difundida nos 
dias de hoje.
A partir de Estocolmo, pode ser evidenciado um aumento considerável 
nos programas ambientais em diversos países, assim como o debate em torno da 
EA que ganhou status de assunto oficial e estratégico na pauta dos governos e dos 
organismos internacionais. (TREVISOL, 2003).
Caro acadêmico, após essa breve contextualização, vamos acompanhar, em 
ordem cronológica, alguns conceitos e eventos importantes acerca do tema EA.
TÓPICO 2 | EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
151
 Em 1975, no Seminário Internacional sobre EA, que aconteceu em 
Belgrado, promovido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para 
a Educação, a Ciência e a Cultura), foi produzido um documento, A Carta de 
Belgrado, que define o desenvolvimento de uma população mundial consciente 
com o meioambiente e com os problemas ambientais, como meta da EA. Uma 
população que disponha de conhecimento, habilidade, criatividade, atitude e 
compromisso na busca por soluções para os problemas ambientais. Um trabalho 
que deve acontecer coletivamente. 
Em 1977, na Conferência Intergovernamental sobre Educação para o 
Ambiente, realizada em Tbilisi (Geórgia), a EA foi definida como um processo 
de reconhecimento de valores e conceitos, objetivando o desenvolvimento 
das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender 
e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios 
biofísicos. A EA ficou entendida como uma prática de tomadas de decisões e ética 
que conduzem a uma qualidade de vida melhor para todos.
IMPORTANT
E
Lembre-se de que o ponto inicial de interesse pela EA foi a Conferência de 
Estocolmo (1972) – Conferência de Organização das Nações Unidas sobre o Ambiente 
Humano. Entretanto, a Conferência de Tbilisi é considerada um dos principais eventos sobre 
a EA do planeta. Ela foi o ponto de partida para precisar a natureza da EA, definindo seus 
objetivos e suas características, bem como as estratégias pertinentes ao plano nacional e 
internacional da EA.
No capítulo 36 da Agenda 21, programa de ação firmado na conferência 
Rio-92, a EA é definida como o processo que tem como meta o desenvolvimento 
de uma população consciente e preocupada com o meio ambiente e com os 
problemas que lhe são associados. 
UNI
A Agenda 21 convoca os governos a adotar estratégias nacionais para o 
desenvolvimento sustentável. Ela prevê ações que deverão ser implementadas tanto pelos 
governos como pela sociedade civil, abarcando todas as esferas: federal, estadual e local. É 
constituída por 40 capítulos.
152
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
Também na Rio-92 iniciou o processo de criação da Carta da Terra, 
documento em permanente construção. Vale a pena você conhecer um trecho 
deste documento.
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa 
época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida 
que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro 
enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para 
seguir adiante, devemos reconhecer que no meio de uma magnífica 
diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana 
e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar 
forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito 
pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica 
e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo 
que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade de 
uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as 
futuras gerações. (CARTA DA TERRA, 2012).
UNI
Leia o texto da Carta da Terra na íntegra acessando o site <http://www.mma.
gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.doc>. Boa leitura!
Voltando aos conceitos, de acordo com o art. 1º, da Lei n° 9.795, de 27 de 
abril de 1999, entende-se por EA:
[...] os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem 
de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade.
Ainda de acordo com a mesma lei, a EA é um componente essencial e 
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, 
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não 
formal.
Os princípios básicos e os objetivos fundamentais da EA estão descritos 
nos artigos 4º e 5º respectivamente, da mencionada lei. Veja o que eles dizem:
TÓPICO 2 | EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
153
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EA:
I- o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II- a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a 
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob 
o enfoque da sustentabilidade;
III- o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, 
multi e transdisciplinaridade;
IV- a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V- a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI- a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII- a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, 
nacionais e globais;
VIII- o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e 
cultural.
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA EA:
I- o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas 
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, 
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II- a garantia de democratização das informações ambientais;
III- o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a 
problemática ambiental e social;
IV- o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, 
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da 
qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
 V- o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis micro e 
macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente 
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, 
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI- o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII- o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade 
como fundamentos para o futuro da humanidade.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9795.htm>. Acesso em: 24 fev. 2012.
DICAS
Para conhecer na íntegra a Lei n° 9.795/99, regulamentada pelo Decreto nº 
4.281/02, acesse o site <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9795.htm>.
154
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) é o órgão consultivo 
e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), instituído 
pela Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, 
regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90. Define a EA como um processo de 
formação e informação orientado para o desenvolvimento da consciência crítica 
sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das 
comunidades na preservação do equilíbrio ambiental. 
 
Para Gonçalves (1990), a EA não deve ser entendida como um tipo especial 
de educação. Refere-se a um longo e contínuo processo de aprendizagem, com o 
qual todos os indivíduos e instituições (escola, família, e comunidade) devem estar 
envolvidos. Este processo de aprendizagem precisa ser crítico, criativo e político com 
preocupação de transmitir conhecimentos a partir da discussão e avaliação feitas 
pelo aluno, da sua realidade individual e social, na comunidade em que vive. Ainda 
de acordo com Gonçalves (1990), a EA é um processo de aprendizagem que visa 
esclarecer conceitos e fomentar valores éticos, com o intuito de desenvolver atitudes 
racionais, responsáveis e solidárias entre os seres humanos e o meio ambiente. 
A EA pode ser definida, de acordo com Guimarães (1995), como uma 
ação interdisciplinar, conduzida para a resolução de problemas locais. Ainda de 
acordo com o mesmo autor (1995, p. 28), 
[...] a EA é participativa, comunitária, criativa e valoriza a ação. É uma 
educação crítica da realidade vivenciada, formadora da cidadania. É 
transformadora de valores e atitudes através da construção de novos 
hábitos e conhecimentos, criadora de uma nova ética, sensibilizadora 
e conscientizadora para as relações integradas ser humano/sociedade/
natureza objetivando o equilíbrio local e global, como forma de obtenção 
da melhoria da qualidade de todos os níveis de vida.
Como você pôde perceber, muitas são as definiçõesde EA. Podemos dizer 
ainda que há diferentes abordagens da questão ambiental na educação. Para 
Brügger (1994, p. 32), por exemplo, “[...] por trás dessas abordagens ou tendências, 
existem diferentes pressupostos filosóficos e práticas pedagógicas [...]” no que 
tange às questões ambientais. Contudo, não resta dúvida da importância da 
EA. Para isso é fundamental a participação da comunidade no que concerne à 
construção de valores sociais (moral, ética, dignidade, respeito, solidariedade), 
capazes de transformar o comportamento humano em relação ao ambiente 
em que vive. A disseminação de conhecimentos e experiências, o engajamento 
das comunidades em atividades práticas podem ser um meio de construir ou 
reconstruir a cidadania, principalmente no âmbito ambiental. 
A partir deste conceito podemos perceber que MEIO AMBIENTE – 
EDUCAÇÃO – SOCIEDADE estão intimamente conectados para o estabelecimento 
de um processo concreto de EA. A consolidação e a institucionalização da Política 
Nacional de EA surgem em virtude da crise ambiental. Portanto, é necessário 
que nós, atores sociais, tenhamos conhecimento das leis que regem as políticas 
públicas voltadas à promoção da EA.
TÓPICO 2 | EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
155
Podemos concluir que a EA pode ser considerada uma ação política no 
intuito de promover uma transformação social através da reflexão crítica sobre 
os problemas ambientais; uma ação mobilizadora de conhecimentos técnico-
científicos que envolvam várias disciplinas, como uma forma de compreender as 
relações socionaturais; uma maneira de privilegiar as diferenças étnico-culturais 
dos povos, bem como seus conhecimentos sobre o meio onde estão inseridos; 
possibilitar uma consciência ética e participativa dos indivíduos no que concerne 
à preservação e conservação do meio ambiente.
De acordo com Guimarães (1995), a EA tem o importante papel de fomentar 
a percepção da necessária integração do ser humano com o meio ambiente. 
Uma relação harmoniosa, consciente do equilíbrio dinâmico na natureza, 
possibilitando, por meio de novos caminhos, valores e atitudes, a inserção 
do educando e do educador como cidadãos no processo de transformação do 
atual quadro ambiental no nosso planeta. A EA é um meio de conscientizar os 
indivíduos dos problemas ambientais, buscando a sua participação ativa
2.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
A EA foi formalmente instituída no Brasil em 31 de agosto de 1981, quando foi 
criada a Lei nº 6.938 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). 
Através dela, estabeleceu-se a inclusão da EA em todos os níveis de ensino, incluindo 
a educação da comunidade, com o objetivo de capacitá-la para a participação ativa 
na defesa do meio ambiente. É um marco histórico na institucionalização de defesa 
da qualidade ambiental no Brasil. “[...] no contexto legal essa foi uma das primeiras 
citações inseridas nos princípios de uma lei federal que versa sobre a importância da 
EA como componente fundamental para promoção da educação e conscientização 
ambiental no Brasil”. (FERREIRA, A., 2008, p. 10).
Até então, muito pouco se havia feito no Brasil sobre EA. Poucas tentativas 
de produção e edição de materiais e cursos oferecidos para alguns profissionais 
como capacitação. Reforçando a ideia de implementação da EA como política 
pública, o termo foi citado na Constituição brasileira de 1988 (capítulo VI, do 
Meio Ambiente, art. 225, parágrafo 1º, inciso VI). Segundo ela, cabe ao poder 
público “[...] promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. 
Outras medidas foram tomadas nos anos seguintes como, por exemplo, a 
criação de órgãos públicos diretamente ligados ao meio ambiente. Elas também 
contribuíram para a difusão e o aprimoramento da EA. Veja alguns exemplos:
• A Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, cria o Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e dá outras 
providências.
156
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
 • A Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente 
e dá outras providências. Segundo o art. 5º desta lei, serão consideradas 
prioritárias as aplicações de recursos financeiros em projetos em diferentes 
áreas, incluindo a EA.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2009) criado em 1992, surge com 
a missão de promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a 
proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, 
a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável 
na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma transversal e 
compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de governo 
e sociedade. No âmbito do MMA é criada a Diretoria de Educação Ambiental. E, 
em julho desse mesmo ano, o IBAMA instituiu os Núcleos de Educação Ambiental 
em todas as suas superintendências estaduais, visando operacionalizar as ações 
educativas do processo de gestão ambiental na esfera estadual.
Conforme você deve recordar, a segunda conferência sobre o meio ambiente 
aconteceu no Brasil, em 1992, na cidade do Rio de Janeiro e ficou conhecida como a 
Eco-92 ou Rio-92. Um dos resultados desta conferência foi a elaboração do Tratado 
de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global. Vejamos alguns dos princípios da EA definidos neste Tratado: 
A educação é um direito de todos; somos todos aprendizes e 
educadores; a EA deve ter como base o pensamento crítico e inovador, 
em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não formal e 
informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade; 
a EA é individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos com 
consciência local e planetária, que respeitem a autodeterminação dos 
povos e a soberania das nações; A EA não é neutra, mas ideológica. É 
um ato político, baseado em valores para a transformação social; a EA 
deve envolver uma perspectiva holística, enfocando a relação entre o 
ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar; A EA 
deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos 
humanos, valendo-se de estratégias democráticas e interação entre as 
culturas. (TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2012).
A partir disso, o país se obrigou a tomar atitudes mais concretas com 
relação ao tema e em 1994 foi criado o Programa Nacional de Educação Ambiental 
– ProNEA, uma iniciativa do Ministério da Educação e Cultura – MEC – com 
outros ministérios, como o do Meio Ambiente – MMA. “O ProNEA previu três 
componentes: (a) capacitação de gestores e educadores, (b) desenvolvimento 
de ações educativas, e (c) desenvolvimento de instrumentos e metodologias, 
contemplando sete linhas de ação” (BRASIL, 2005, p. 25):
• Educação ambiental por meio do ensino formal.
• Educação no processo de gestão ambiental.
• Campanhas de educação ambiental para usuários de recursos naturais.
TÓPICO 2 | EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
157
• Cooperação com meios de comunicação e comunicadores sociais.
• Articulação e integração comunitária.
• Articulação intra e interinstitucional.
• Rede de centros especializados em educação ambiental em todos os estados.
 Este Programa Nacional de Educação Ambiental foi fundamental para que 
em 27 de abril de 1999 fosse criada a Lei n° 9.795, que dispõe sobre a EA e institui 
a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e dá outras providências, 
conforme visto anteriormente. 
Portanto, foi a partir dos anos 1990 que a EA ganhou força no Brasil. Nesta 
década começaram a ocorrer os primeiros encontros nacionais sobre EA: como 
exemplo os fóruns de EA (I, II e III) e muitos outros encontros regionais e locais 
espalhados pelo país.
Em 2007 foi elaborada a Lei nº 11.516, de 28 de agosto, que cria o Instituto 
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tendo como principal 
finalidade fomentare executar programas de pesquisa, proteção, preservação 
e conservação da biodiversidade e de educação ambiental nas Unidades de 
Conservação da Natureza, previstas na Lei Federal nº 9.985/00. Esta última lei 
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o 
qual tem como um de seus objetivos favorecer condições e promover a educação 
e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo 
ecológico (capítulo II, art. 4º, inciso XII).
DICAS
Acesse o site <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./
educacao/index.php3&conteudo=./educacao/hist_br.html>. Neste endereço você vai 
encontrar a história da EA no Brasil desde o século XIX, com a criação do Jardim Botânico 
no Rio de Janeiro em 1808, até a Consulta Pública do ProNEA, o Programa Nacional de 
Educação Ambiental, que reuniu contribuições de mais de 800 educadores ambientais do 
país em setembro de 2004.
Como você pode perceber muitos foram os mecanismos criados com 
o intuito de proteção e preservação do meio ambiente. Em vários momentos 
relatamos a obrigatoriedade da inclusão de programas de EA em todos os 
níveis de ensino, previstos em leis. A partir de agora vamos analisar algumas 
contribuições diretamente ligadas ao Ministério da Educação. Vamos em frente! 
158
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
2.2 O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E A 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
No tópico anterior, abordamos a implementação e institucionalização da 
EA no Brasil por meio das principais leis, apresentadas em sequência cronológica. 
Neste tópico vamos analisar a participação do MEC no processo de implementação 
da EA como política pública.
Para Guimarães (2000, p. 19) “A palavra ambiental, da expressão educação 
ambiental (EA), apenas objetiva e qualifica um processo amplo que é o processo 
educacional”. Assim, quando se instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente 
em 1981 (Lei nº 6.938), e posteriormente a Política Nacional de EA em 1999 (Lei 
n° 9.795), ambas dispondo sobre a inclusão da EA em todos os níveis de ensino, 
iniciou-se um processo de construção de estratégias para a implantação da EA no 
ensino formal e na formação dos professores. 
Ainda no ano de 1985, através do Parecer nº 819/85, o MEC apresentou a 
necessidade de inclusão de conteúdos ecológicos, no ensino de 1º e 2º graus, para 
possibilitar a formação da consciência ecológica do futuro cidadão. (FLORIANO, 
2006). Porém, conforme já mencionado, foi na década de 1990 que ocorreram os 
principais programas e projetos voltados à consolidação da EA. 
Em 14 de maio de 1991, o MEC determinou, por meio da Portaria nº 678/91, 
que todos os níveis de ensino deveriam abordar conceitos relativos à EA e foi 
enfatizada a necessidade de investir na capacitação de professores. E, pensando 
na Conferência da ONU sobre Ambiente e Desenvolvimento que aconteceria 
no ano seguinte no Brasil, instituiu, através da Portaria nº 2.421/91, em caráter 
permanente, um Grupo de Trabalho de EA (GT-EA). Este grupo tinha como 
objetivo definir com as secretarias estaduais de educação as metas e estratégias 
para a implantação da EA no país e elaborar a proposta de atuação do MEC na 
área da educação formal e não formal. (FLORIANO, 2006).
Passada a Rio-92, o GT-EA, criado em 1991, transforma-se em Coordenação 
de EA (CEA). Esta coordenação foi instituída pela Portaria nº 773/93 do MEC, 
concretizando as recomendações aprovadas na RIO-92. (FLORIANO, 2006).
Dando sequência aos principais fatos relacionados à participação do MEC 
na consolidação da EA, chegamos à publicação dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental em 1997. Segundo esta publicação, 
um dos objetivos do Ensino Fundamental é que, ao concluí-lo, o aluno seja capaz 
de “[...] perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, 
identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente 
para a melhoria do meio ambiente”. (BRASIL, 2000). 
Assim, a EA é trazida na condição de tema transversal e vem sendo incluída 
nos currículos a partir desta perspectiva. A EA deve ser trabalhada de modo que auxilie 
TÓPICO 2 | EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
159
os estudantes a construir uma consciência ecológica globalizada, para que estes atores 
sociais contribuam de forma efetiva e crítica nas questões relativas à proteção do meio 
ambiente e à busca da melhoria na qualidade de vida. (BRASIL, 2000). 
Podemos perceber que o uso indiscriminado dos recursos naturais, 
a prepotência e a arrogância com que o homem lidou e vem lidando com o 
meio ambiente fazem da EA uma estratégia de caráter emergente. As leis que 
estipulam multas e outras formas de punição para quem pratica algum tipo de 
crime ambiental não foram suficientes para desacelerar o processo de destruição. 
Assim, podemos considerar que, aliado a isso, é necessário o processo educativo, 
por meio da EA, para formar pessoas conscientes de seus direitos e deveres 
perante o coletivo. Portanto, chegamos ao momento de conhecer a emergência de 
programas de EA.
3 A EMERGÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Diante dos fatos apresentados e da crise ambiental abordada na Unidade 
1, quando falamos na emergência da Educação Ambiental (EA), estamos dando a 
esse processo de educação o grande desafio de transformar cidadãos passivos e 
alheios à situação em grandes defensores do meio ambiente. A mudança no modo 
de pensar e agir, fundamentais para reverter a desarmonia entre homem e meio 
ambiente, será, em grande parte, conseguida através de um processo efetivo de EA. 
Vendo a EA como uma das possíveis estratégias para o enfrentamento da crise 
social e cultural que estamos vivendo, Sorrentino et al. (2005, p. 287) relatam que:
A urgente transformação social de que trata a educação ambiental 
visa à superação das injustiças ambientais, da desigualdade social, 
da apropriação capitalista e funcionalista da natureza e da própria 
humanidade. [...] A educação ambiental, em específico, ao educar para 
a cidadania, pode construir a possibilidade da ação política, no sentido 
de contribuir para formar uma coletividade que é responsável pelo 
mundo que habita.
Essa emergência da conscientização “ecológica”, onde sociedade e natureza 
não sejam mais vistas como dissociáveis e, sim, como partes intrinsecamente 
relacionadas do todo, e da responsabilidade de cada indivíduo perante o coletivo 
são condições importantes a serem alcançadas através da EA.
Dada a complexidade dos problemas socioambientais, a EA se apresenta 
como um grande desafio, o que implica utilizar novas estratégias de ação e novos 
padrões de conduta baseados em uma nova relação ética, com enfoque ambiental. 
(BENETTI, 2009).
Seja a EA desenvolvida no âmbito dos currículos escolares, ou de maneira 
não formal através de ações de natureza educativa que visem à capacitação dos 
indivíduos, tornando-os aptos a agir em defesa da qualidade ambiental, temos a 
EA como uma arma importante a ser utilizada contra a crise ambiental. 
160
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
DICAS
Sugerimos que você faça a leitura da “Carta do Chefe Seattle”. Em 1854, “o 
grande chefe branco” (o presidente) em Washington fez uma oferta por uma extensa área 
de território indígena e prometeu uma “reserva” para os índios. A resposta do chefe Seattle, 
reproduzida na íntegra neste endereço, tem sido considerada uma das declarações mais 
belas e profundas já feitas sobre o meio ambiente. Acesse: <http://boasaude.uol.com.br/lib/
ShowDoc.cfm?LibDocID=3981&ReturnCatID=1773>.
Podemos perceber que uma possibilidade real de reversão da crise 
ambiental consiste em promover uma profunda transformação no pensar e no 
agir da humanidade, sendo a EA a força propulsora desta transformação. Quando 
percebermos que os recursos naturais são parte integrante da nossa vida e não 
apenas algo que utilizamos como mercadoria para satisfazer nossas necessidades, 
muitas vezes imediatistas, talvez consigamos reduzir em muitonossos impactos 
negativos sobre o meio ambiente. 
A espécie humana, pela primeira vez na história, pode ter o poder de 
contribuir de forma significativa para mudanças globais. Independentemente dos 
causadores reais das mudanças climáticas, as consequências da crise ambiental 
(aquecimento global, mudanças climáticas com grandes períodos de estiagem ou 
chuva excessiva, aumento das doenças, perigo iminente da falta de água potável, 
perda da biodiversidade...) podem ser minimizadas. Para tanto, é necessária a 
mudança também globalizada de pensamento e atitude por parte da humanidade. 
Só assim será possível amenizar os problemas, para garantir a nossa sobrevivência 
e assegurar que as gerações futuras tenham um ambiente saudável.
Para concluir nossa reflexão, reescrevemos algumas linhas extraídas da 
“Carta do Chefe Seattle”: “[...] Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos 
da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que 
quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo [...]”. Pense nisso e seja um ator social 
consciente de suas responsabilidades com o coletivo.
4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Segundo Paula (2007), sustentabilidade significa atender as necessidades 
do presente sem comprometer as possibilidades de as futuras gerações atenderem 
as suas próprias necessidades. Esta é uma das definições de sustentabilidade. 
Para ser sustentável, qualquer empreendimento humano deve ser ecologicamente 
correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. 
Contudo, esses conceitos, infelizmente, ainda estão longe da prática cotidiana 
das pessoas e instituições. 
TÓPICO 2 | EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
161
Diante da problemática ambiental, podemos dizer que um dos princípios 
da EA é proporcionar a toda a sociedade a consciência de adotar comportamentos 
e atitudes ambientalmente adequados, possibilitando o desenvolvimento de 
estratégias que estejam voltadas para a construção de uma sociedade sustentável, 
ou seja, estabelecer padrões que proporcionem uma melhor qualidade de vida. 
O Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e 
Responsabilidade Global, assinado pelas ONGs em reunião paralela à Rio-92, 
sem dúvida foi muito importante na valorização da educação ambiental. Neste 
tratado, de acordo com Guimarães (1995, p. 28), 
[...] a EA para uma sustentabilidade equitativa é um processo de 
aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas 
de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a 
transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela 
estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente 
equilibradas, que conservam entre si relações de interdependência e 
diversidade. Isso requer responsabilidade individual e coletiva em 
níveis local, nacional e planetária.
A reflexão sobre as práticas sociais, em relação à degradação dos 
ecossistemas, envolve uma articulação necessária da EA. Não há dúvida da 
importância da EA como instrumento da adoção de práticas que visem à 
sustentabilidade ambiental e social. 
UNI
Levando em conta o estilo de vida da sociedade atual, com valores e atitudes 
consumistas, é possível que ocorra a sustentabilidade ambiental? Reflita sobre isso.
Queremos chamar a atenção sobre o nosso papel no que tange à efetivação 
de uma EA eficaz e vital. Devemos nos questionar se nossas atitudes diárias 
contribuem para que tenhamos um planeta saudável. O que você tem feito para 
preservar e conservar os recursos naturais? Vamos deixar este questionamento 
para você pensar sobre isso e refletir sobre suas atitudes diárias!
162
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS
DICAS
Sugerimos a leitura da obra Educação Ambiental: 
Princípios e Práticas, de Genebaldo Freire Dias. Esta obra abarca 
informações básicas conceituais sobre a EA, faz um histórico de 
suas atividades pelo mundo, sugere mais de cem atividades para 
sua prática, bem como fornece subsídios para a ampliação dos 
conhecimentos sobre EA. Expõe as diferentes formas legais de ação 
individual e comunitária que possibilitam o exercício da cidadania, 
visando a uma melhor qualidade de vida.
Dessa forma podemos concluir que a EA é um dos setores mais importantes 
do processo educacional, entendido no seu conjunto. Para Ab’Saber (2005), 
atualmente existe poluição ambiental ocasionada pelo crescimento econômico, 
através do desenfreado consumismo da população das nações desenvolvidas, 
assim como existe poluição provocada pela pobreza, em função da dificuldade 
dos setores menos privilegiados em encontrar espaços e meios para viver e 
sobreviver. Então, no contexto atual, a EA envolve diversos conhecimentos. 
Há uma ampla necessidade de conhecer bem e de modo integrado os fatos da 
natureza, na tentativa de evitar o fracasso das relações entre o ser humano e a 
natureza. Ainda de acordo com o mesmo autor, teríamos que oferecer uma EA 
mais adequada, melhor para todos, sem discriminações. Deveríamos pensar em 
todos os componentes da pirâmide social, desde o topo até a base.
Assim, o papel da EA, além de proporcionar a conservação e a 
preservação do meio ambiente, é praticar a integração saudável do ser humano 
a este meio, promover a sustentabilidade de maneira eficaz e urgente, levando 
em conta a gravidade da atual crise ambiental. O papel da EA é fazer a interação 
socioambiental de forma não apenas na tentativa de salvar o planeta, mas de 
conscientização dos valores éticos. 
163
Neste tópico você estudou que:
• A educação ambiental (EA), seja ela formal, não formal ou informal, é uma 
forma de educação que procura atingir se não toda, mas grande parte da 
população, por meio de um processo pedagógico participativo e permanente.
• Os problemas ambientais e, por consequência, a EA não podem ser tratados de 
forma isolada e local.
• O ponto inicial de interesse pela EA foi a Conferência de Estocolmo (1972) – 
Conferência de Organização das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano.
• A Conferência de Tbilisi é considerada um dos principais eventos sobre a 
EA do planeta, definindo seus objetivos e suas características, bem como as 
estratégias pertinentes ao plano nacional e internacional da EA.
• A Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, dispõe sobre a Educação Ambiental, 
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências: a 
EA é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo 
estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do 
processo educativo, em caráter formal e não formal.
• A EA não deve ser entendida como um tipo especial de educação. Refere-se a 
um longo e contínuo processo de aprendizagem, com o qual todos os indivíduos 
e instituições (escola, família e comunidade) devem estar envolvidos.
• A EA é participativa, comunitária, criativa e valoriza a ação. É uma educação crítica 
da realidade vivenciada, formadora da cidadania. É transformadora de valores 
e atitudes através da construção de novos hábitos e conhecimentos, criadora de 
uma nova ética, sensibilizadora e conscientizadora para as relações integradas ser 
humano/sociedade/natureza objetivando o equilíbrio local e global, como forma 
de obtenção da melhoria da qualidade de todos os níveis de vida.
• MEIO AMBIENTE – EDUCAÇÃO – SOCIEDADE estão intimamente 
conectados para o estabelecimento de um processo concreto de EA.
• A EA foi formalmente instituída no Brasil em 31 de agosto de 1981, quando foi 
criada a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA).
RESUMO DO TÓPICO 2
164
• Constituição brasileira de 1988 (capítulo VI, do Meio Ambiente, art. 225, 
parágrafo 1º, inciso VI): cabe ao poder público “[...] promover a educação 
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente”. 
• A segunda conferência sobre o meio ambiente aconteceu no Brasil, em 1992, na 
cidade do Rio de Janeiro e ficou conhecida como aEco-92 ou Rio-92.
• MEC: publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino 
Fundamental, em 1997. 
• PCN: um dos objetivos do Ensino Fundamental é que, ao concluí-lo, o aluno seja 
capaz de “[...] perceber-se integrante, dependente e agente transformador do 
ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo 
ativamente para a melhoria do meio ambiente”.
• Sustentabilidade significa atender as necessidades do presente sem 
comprometer as possibilidades de as futuras gerações atenderem as suas 
próprias necessidades.
• Diante da problemática ambiental, um dos princípios da EA é proporcionar 
a toda a sociedade a consciência de adotar comportamentos e atitudes 
ambientalmente adequadas, possibilitando o desenvolvimento de estratégias 
que estejam voltadas para a construção de uma sociedade sustentável, ou seja, 
estabelecer padrões que proporcionem melhor qualidade de vida.
165
AUTOATIVIDADE
1 Como você definiria a educação ambiental? 
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2 Na sua opinião, qual foi o evento e/ou lei mais importante para a consolidação 
da EA como política pública? Justifique sua resposta.
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3 Que tal fazer uma atividade que nos leve a uma reflexão sobre nossos hábitos 
e atitudes? Propomos que liste suas atitudes e/ou hábitos que contribuem 
para a preservação e conservação do meio ambiente, assim como ações que 
não estão contribuindo. Depois, tente elaborar outra lista com o que você 
poderá fazer para contribuir com a qualidade de vida socioambiental. 
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
166
167
TÓPICO 3
METODOLOGIAS DE ENSINO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico você terá contato com as metodologias de 
ensino que lhe darão subsídios teóricos e, principalmente, práticos para suas 
aulas no que tange ao tema meio ambiente e saúde. 
Num primeiro momento você estudará o tema de maneira geral, e buscaremos 
manter nosso diálogo sobre o método, a práxis pedagógica, as metodologias e as 
práticas educativas em relação à educação em saúde e ao meio ambiente.
Na sequência de nosso estudo, você será convidado a conhecer diferentes 
estratégias de ensino e aprendizagem através de exemplos práticos que podem 
servir de guia para a elaboração de novos projetos.
Estamos chegando ao fim de nossa viagem e, neste momento, você já tem 
bastante bagagem adquirida ao longo do percurso e das paradas nas diferentes 
estações do conhecimento. Chegamos à estação “metodologias de ensino” e, a partir 
de agora, partiremos rumo ao último percurso desta viagem. Prepare sua mente para 
mais uma jornada de conhecimento. Vamos lá! 
2 PRÁTICAS EDUCATIVAS: MEIO AMBIENTE E SAÚDE
[...] Sou professor pela boniteza de minha própria prática, boniteza 
que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo 
por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem 
as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já 
não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas 
não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim 
mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar.
 
Paulo Freire
Na Unidade 2 de nosso Caderno de Estudos iniciamos o diálogo no que se 
refere à educação dos sujeitos, enquanto prática social, especificamente ressaltando 
a questão da educação escolar. Como já foi dito, a educação escolar difere dos 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
168
demais modos de educação por contemplar os conhecimentos sistematizados, 
pertencentes ao processo de conhecer significativo. Corroborando Demo (2005, 
p. 7), “O contato pedagógico escolar somente acontece quando mediado pelo 
questionamento reconstrutivo. Caso contrário, não se distingue de qualquer 
outro tipo de contato”.
Sendo assim, a escola, o contexto escolar tem papel fundamental para 
apreensão, construção e reconstrução dos conhecimentos sistematizados. Se 
assim não for, vira treinamento e esse não é o objetivo da educação escolar. 
Para tanto, o papel do professor é fundamental, uma vez que ele é o 
mediador do processo ensino-aprendizagem. Sendo mediador, significa que se 
apropriou do conhecimento em questão, para que possa dialogar com o mesmo 
e estabelecer relações. Isso porque a atividade docente é a prática pedagógica, é 
ação. Em suma, “[...] a atividade docente é práxis”. (PIMENTA, 2002, p. 83).
Práxis significa ação. Ação essa em que “[...] educador e educando aprendem 
juntos numa relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa 
teoria, num processo de constante aperfeiçoamento”. (GADOTTI, 2001, p. 253).
 
Relação essa – teoria e prática – indissociável e intrínseca uma à outra. Nesse 
sentido a teoria é envolta pela Pedagogia (conhecer e estabelecer finalidades) e a 
prática pela educação em si (atividade prática, ação = práxis). (PIMENTA, 2001). 
Para que essa relação se efetive no contexto escolar, o diálogo entre os envolvidos 
no processo educativo é fundamental, dentre eles, educador e educando.
Diálogo e relação essa em prol da formação de sujeitos críticos, reflexivos 
e cidadãos, que significa “[...] Desenvolver, desde cedo, a capacidade de pensar 
crítica e autonomamente, desenvolver a capacidade de cada um tomar suas 
decisões é papel fundamental da educação para a cidadania”. (GADOTTI, 2004, 
p. 30, grifo nosso).
Educar para a cidadania contempla competências. Competências envoltas 
pela questão do ensinar, quais sejam:
• O PROFESSOR QUE DESPERTA.
• O PROFESSOR QUE DIALOGA E PROBLEMATIZA.
• O PROFESSOR QUE CONSCIENTIZA.
• O PROFESSOR QUE INSTIGA O PENSAMENTO.
• O PROFESSOR QUE INSTIGA A TOMADA DE DECISÕES.
• O PROFESSOR QUE SE COMUNICA.
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
169
O tópico em questão preconiza as metodologias de ensino. O diálogo que 
estabelecemos anteriormente contribui para o entendimento do que seguirá a 
partir desse momento. Dialogaremos com a questão do método, das metodologias 
possíveis e as práticas educativas no que concerne especificamente à educação em 
saúde e ao meio ambiente.
Partindo do começo... O que é método? Método é o caminho para atingir 
um objeivo. E método de ensino? É o conjunto de ações, passos, condições externas 
e procedimentos que o educador utiliza para alcançar seus objetivos no processo 
educativo. Os métodos de ensino expressam a relação entre conteúdo e método.
O método de ensino, pois, implica ver o objeto de estudo nas suas 
propriedades e nas suas relações com outros objetos e fenômenos e sob 
vários ângulos, especialmente na sua implicação com a prática social, 
uma vez que a apropriação de conhecimentos tem a sua razão de ser 
na ligação com necessidades da vida humana e com a transformação 
da realidade social. (LIBÂNEO, 1994, p. 151). 
 
Método de ensino não é apenas um conjunto de procedimentos 
(procedimento faz parte dométodo). A escolha referente aos métodos de ensino 
pauta-se na unidade entre objetivos-conteúdos-métodos. E, para tanto, não há um 
único método de ensino, o qual dependerá dos conteúdos, das situações didáticas 
específicas, das características socioculturais e do desenvolvimento dos educandos.
Os métodos de ensino apresentam três modalidades básicas (VILARINHO, 
1985, p. 52):
• Métodos de ensino individualizado: a ênfase está na necessidade de se atender 
as diferenças individuais, como, por exemplo: ritmo de trabalho, interesses, 
necessidades, aptidões etc., predominando o estudo e a pesquisa. 
• Métodos de ensino socializado: o objetivo principal é o trabalho de grupo, 
com vistas à interação social e mental proveniente dessa modalidade de tarefa. 
A preocupação máxima é a integração do educando ao meio social e a troca de 
experiências significativas em níveis cognitivos e afetivos. 
• Métodos de ensino socioindividualizado: procura equilibrar a ação grupal e 
o esforço individual, no sentido de promover a relação do ensino ao educando 
e ao meio social.
A escolha do método de ensino deve pautar-se em pontos chaves, tais como:
- A necessidade de que o aluno tenha participação ativa no processo ensino-
aprendizagem.
- Cada atividade tem um potencial pedagógico diferente e limitações específicas.
- Não se pode oferecer uma receita didática, mas apenas conceitos e tipologias.
- Critérios de escolha a ser considerados, conforme a figura a seguir:
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
170
FIGURA 40 – ESCOLHA DE ATIVIDADES DIDÁTICAS
FONTE: Piletti, 2006.
OBJETIVOS
EDUCACIONAIS
FACILIDADES
FÍSICAS
TEMPO
DISPONÍVEL
ETAPA NO
PROCESSO
DE ENSINO
EXPERIÊNCIA
DIDÁTICA
DO
PROFESSOR
ACEITAÇÃO E
EXPERIÊNCIA DOS
ALUNOS
CONTRIBUIÇÕES E
LIMITAÇÕES DAS
ATIVIDADES DE
ENSINO
ESTRUTURA DO
ASSUNTO E TIPO
DE APRENDIZAGEM
ENVOLVIDO
Nesse contexto participam também os chamados recursos de ensino – 
componentes do ambiente de aprendizagem (estimulação para o aluno). Eles 
podem ser classificados em:
• Recursos visuais (projeções, cartazes, gravuras).
• Recursos auditivos (rádio, gravações).
• Recursos audiovisuais (cinema, televisão).
• Recursos humanos (professor, alunos, comunidade escolar como um todo).
• Recursos materiais: 
a) Ambiente: natural (água, folha, pedra etc.); escolar (quadro, giz, cartazes etc.).
b) Comunidade: bibliotecas, indústrias, lojas, repartições públicas etc.
Tanto a escolha do método de ensino, quanto do recurso de ensino dar-se-
ão no processo de construir, planejar e, para tanto, o planejamento do professor é 
de suma importância. Para o feitio do planejamento, questionamentos básicos se 
fazem necessários:
• O que pretendo alcançar?
• Em quanto tempo pretendo alcançar?
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
171
• Como posso alcançar isso que pretendo?
• O que fazer e como fazer?
• Quais os recursos necessários?
• O que e como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi 
alcançado? 
Apresentamos a seguir possibilidades de metodologias e técnicas para 
contribuição significativa no processo ensino-aprendizagem:
QUADRO 2 – MÉTODOS DE ENSINO
Modalidades Básicas Técnicas Aplicações
Individualizando
Estou dirigindo
Estimular método de estudo e 
pensamento reflexivo. Levar 
à autonomia intelectual. 
Atender a recuperação de 
estudos.
Ensino por fichas Revisão e enriquecimento de conteúdos.
Instrução programada
Apresentação de informações 
em pequenas etapas e 
sequência lógica.
Permite que o aluno caminhe 
no seu ritmo próprio.
Ensino por módulos
Ou Caderno Exploratório
Leva o estudante à 
responsabilidade no 
desempenho das tarefas 
propostas.
Propõe ao aluno os objetivos 
a serem atingidos e variadas 
atividades para alcançar esses 
objetivos.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
172
Modalidades Básicas Técnicas Aplicações
Individualizando
Técnica de Entrevista
Visa à obtenção de informações 
específicas.
Oportuniza o desenvolvimento 
de diversas habilidades;
comunicação, interpretação e 
registo.
Técnica de solução de 
problemas
Aplicar o pensamento 
reflexivo. Descobrir soluções 
alternativas para determinado 
problema.
Utilizar criativamente sua 
capacidade.
Estudo de Caso
Desenvolver o pensamento 
reflexivo.
Apresentar situações da 
vida em que ele deva tomar 
decisões.
Propiciar situações de vida 
em que analisando dados 
desenvolva a capacidade de 
discernimento.
Socializado
Discussão em pequenos
grupos
Estudo de casos
Troca de ideias e opiniões face 
a face.
Resolução de informações.
Tomada de decisões.
Discussão 66 ou Phillips 66
Revisão de assuntos.
Estímulo à ação.
Troca de ideias e conclusão.
Painel
Definir pontos de acordo e 
desacordo.
Debate, consenso e atitudes 
diferentes (assuntos 
polêmicos)
Painel integrado
Troca de informações.
Integração total (das partes 
num todo).
Novas oportunidades de 
relacionamento.
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
173
Grupo de cochicho Máximo de participação individual.
Troca de informações.
Funciona como meio de incentivação.
Facilita a reflexão.
Discussão dirigida Solução conjunta de problemas.
Participação de todos os envolvidos no 
processo.
Brainstorming Criatividade (ideias originais).
Participação total e livre.
Seminário Estudo aprofundado de um tema.
Coleta de informações e experiências.
Pesquisa, conhecimento global do tema.
Reflexão crítica.
Simpósio Divisão de um assunto em partes para estudo. 
Apresentação de ideias de modo fidedigno. 
O grupão faz a conferência do que foi 
apresentado.
GVGO ou Grupo na Berlinda Verbalização. Objetividade na discussão de 
ideias. Capacidade de análise e síntese.
Entrevista Troca de informações. Apresentação de fatos, 
opinões e pronunciamentos importantes.
Diálogo Intercomunicação direta. Exploração em 
detalhe, de diferentes pontos de vista.
Palestra Exposição menos fomal de ideias relevantes. 
Sistematização do conteúdo. Comunicação 
direta com o grande grupo.
Dramatização Representação de situações da vida real. 
Melhor rendimento e compreensão dos 
elementos.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
174
Júri Simulado
Analisar e avaliar um fato 
propostocom objetividade e 
realismo.
Criticar construtivamente 
uma situação determinada.
Dinamizar o grupo para 
estudar profundamente um 
tema real.
Painel ou Mesa-Redonda
Auxiliar o grupo a enfrentar 
um assunto controvertido.
Reproduzir, frente a um 
grande grupo, o método 
de discussão dos pequenos 
grupos.
Reunir um grupo de pessoas 
para juntas buscarem soluções 
para um dado problema.
Fórum
Debater um tema ou 
problema determinado.
Obter de maneira informal 
ideias, opinões de todos os 
integrantes de um grupo.
Propiciar um rápido 
levantamento de opiniões.
Sócio-Individualizado
Métodos de Projetos
Realiza algo de concreto.
Incentiva a resolução de 
problemas sugeridos pelos 
alunos. Exige trabalho 
em grupo e atividades 
individuais.
Método de Problemas
Desenvolve o pensamento 
reflexivo. Desenvolve o 
pensamento científico.
Unidades de Experiências
Aplicação do conceitos 
teóricos na prática.
Permite ao aluno uma análise
critica e a reconstrução da 
experiência social.
Pesquisa como prática 
educativa
Desenvolve o gosto pelo 
estudo científico. Leva o aluno 
a distinguir a pesquisa pura 
da aplicada. Utiliza-se de 
diversas técnicas de coleta de 
dados. Utiliza-se do método 
científico.
FONTE: As autoras
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
175
Ao dialogar sobre os métodos de ensino não podemos deixar de destacar 
o método de projeto. O projeto contempla questões como:
• Vivência e experiência.
• Pensamento criativo.
• Capacidade de observação.
• Cooperação.
• Oportunidade de comprovação das ideias.
• Iniciativa.
• Autoconfiança.
• Senso de responsabilidade.
O processo de construção dos projetos não é espontaneísta, mas sim 
planejado, pensado e mediado pelos professores, na relação e troca direta com os 
alunos. Os projetos contemplam a seguinte estrutura:
• TEMA E PROBLEMA
• JUSTIFICATIVA
• OBJETIVOS
• METODOLOGIA• CRONOGRAMA
• REFERÊNCIAS
Refletindo... Leia o fragmento de texto a seguir:
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
176
TEXTO DE PAULO FREIRE
Tinha chovido muito toda noite. Havia enormes poças de água nas partes 
mais baixas do terreno. Em certos lugares, a terra, de tão molhada, tinha virado 
lama. Às vezes, mais do que escorregar, os pés se atolavam na lama até acima 
dos tornozelos. Era difícil de andar. Pedro e Antônio estavam a transportar, 
numa camioneta, cestos cheios de cacau, para o sítio onde deveriam secar.
Em certa altura perceberam que a camioneta não atravessaria o atoleiro 
que tinham pela frente. Pararam, desceram da camioneta, olharam o atoleiro, 
que era um problema para eles. Atravessaram a pé uns dois metros de lama, 
defendidos pelas suas botas de cano longo. Sentiram a espessura do lamaçal. 
Pensaram. Discutiram como resolver o problema. Depois, com a ajuda de 
algumas pedras e de galhos secos de árvores, deram ao terreno a consistência 
mínima para que as rodas da camioneta passassem sem atolar. Pedro e Antônio 
estudaram. Procuraram compreender o problema que tinham de resolver e, 
em seguida, encontraram uma resposta precisa. Pedro e Antônio estudaram 
enquanto trabalhavam. Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa diante 
de um problema.
FONTE: Freire apud Piletti (2006, p. 60-61).
Planejar é estudar: analisar, discutir, decidir e agir! Para tanto, a confecção 
do plano de aula é fundamental. Retomando as questões da didática, o plano de 
aula contempla as seguintes partes:
- UNIDADE DIDÁTICA
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- CONTEÚDOS
- NÚMERO DE AULAS
- METODOLOGIA
- RECURSOS
- AVALIAÇÃO
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
177
FIGURA 41 – PLANO DE AULA
FONTE: As autoras.
Compreendendo, a partir dos diálogos anteriormente estabelecidos – 
ensino, teoria, prática, educador, educando, metodologias de ensino, projetos, 
plano de ensino – apresentaremos possibilidades de atividades pedagógicas, 
de ações pedagógicas no que se refere à educação em saúde e meio ambiente. 
Não se trata aqui de apresentar receitas prontas e acabadas para a temática em 
questão, mas, sim, elucidar práticas pedagógicas significativas nesse sentido. Os 
exemplos aqui apresentados contribuirão para novas ideias e possibilidades para 
o contexto escolar.
2.1 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: SAÚDE
Os exemplos compilados a seguir referem-se aos projetos pedagógicos 
desenvolvidos por professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nos 
anos de 2005 a 2007. Eles estão contemplados em: FERNANDES, Adelaide et al. 
Práticas pedagógicas de educação em saúde. Rio do Sul: Nova Era, 2008, p. 60-
106. Vamos a eles!
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
178
A SAÚDE DO MEU CENTRO EDUCACIONAL
Instituição: Centro Educacional Prefeito Matheus Alves Conceição
Objetivo: o módulo I nos coloca a importância da saúde bucal dentro 
da unidade, o educar para saúde é o mais importante no controle de doenças 
dentárias. Diante disso, nosso trabalho deverá ser diferenciado na construção 
de um ambiente saudável para o convívio, a aprendizagem e o trabalho. 
Conteúdo: estamos atentos à proteção, à contaminação, cuidado com 
os dentes, sono e repouso são prioridades em nossas unidades. Dentro de cada 
proposta podemos trabalhar a multidisciplinaridade.
Estratégia: porta-escovas, desenhos, teatro, vídeos, colagens, jogos, 
entre outros são métodos que podem ser usados dentro de sala de aula.
HIGIENE E SAÚDE BUCAL
Instituição: Centro Educacional Ubrich Hübsch
A saúde é definida como um estado de bem-estar físico, mental e social. 
Em odontologia, a saúde oral caracteriza-se por grande parte de seus esforços 
para evitar doenças como a cárie dentária, que é a mais frequente encontrada 
em nossas crianças. As experiências de fazer com as crianças os procedimentos 
possíveis de execução no ambiente escolar como escovação, revelação de placa 
bacteriana, por exemplo, podem ter significados importantes na aprendizagem 
da criança, pois é vendo o outro fazer e praticando que a criança aprende. Sendo 
assim, o Centro Educacional Ulrich Hübsch vem, através desse projeto contínuo, 
conscientizar as nossas crianças e suas famílias sobre a importância e a necessidade 
de bons hábitos de higiene bucal e corporal para se ter saúde, evitando problemas 
maiores no futuro. Uma grande razão para nos preocuparmos com os nossos 
dentes é a sua relação com a saúde de nosso corpo como um todo. Em outras 
palavras, “dente bem cuidado” também pode ser sinônimo de saúde, assim 
como dentes em mau estado podem provocar ou agravar uma série de doenças 
em certos órgãos do nosso corpo, como, por exemplo: coração, olhos, ouvidos etc. 
Isto ocorre porque nossos dentes estão ligados ao restante do nosso organismo 
pela corrente sanguínea. Também devemos lembrar que os dentes não vivem 
isoladamente na boca, mas estão ligados diretamente a outros órgãos formando 
uma família. As metodologias utilizadas foram: textos, pesquisas, visita ao 
gabinete odontológico, cartazes, maquetes, entrevistas, gráficos, textos coletivos 
sobre o que as crianças mais gostaram no projeto. A avaliação e a reflexão constante 
de todos os segmentos que constituem o processo ensino-aprendizagem são 
uma forma de superar as dificuldades, retomando, reavaliando, reorganizando 
e reeducando os envolvidos com a construção do conhecimento, esse processo 
se dá através da interação e mediação. Avaliar passa a ser um processo contínuo, 
observando a capacidade de construção do conhecimento do educando.
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
179
CONHECENDO-ME ATRAVÉS DO CORPO
Instituição: Centro de Educação Infantil Navegantes
O presente projeto tem como finalidade incentivar a importância do 
conhecimento, da comunicação e da expressão do corpo, na personalidade da 
criança. A partir do momento que nos conhecemos, dominamos, sentimos, 
aceitamos e respeitamos, temos condições de perceber o mundo que nos cerca 
com mais clareza. A criança desde cedo vive experiências passando a perceber-
se a si própria e aos outros. E nesse tipo de experiência na Educação Infantil 
constrói-se a identidade e autonomia da criança, adquirindo o conhecimento e 
desenvolvimento em diferentes situações na vida. Sua construção é gradativa 
e se dá por meio de interações sociais estabelecidas pela criança. No universo 
inicial da criança, alargam-se possibilidades ao conviver com outras crianças e 
com adultos de origens e hábitos culturais diversos, ao aprender várias e novas 
brincadeiras envolvendo-se com seu corpo e com o corpo de seus colegas. 
A imagem, “o espelho [é] um importante instrumento para a construção da 
identidade”. Por meio das brincadeiras a criança conhece e reconhece o seu 
corpo. Nesta faixa etária de 3 a 4 anos a criança aprimora sua imagem corporal, 
diferenciando o “eu” do outro e construindo sua identidade. Este projeto procura 
potencializar a criança a descobrir e conhecer o seu próprio corpo, dando 
importância a cada parte dele, sendo também tema para estudar outras áreas 
do conhecimento, em interdisciplinaridade. “Toda atividade que utiliza o corpo 
da criança, dando importância como instrumento de ensino, seja manipulando 
objetos, ou realidades de experiências, desenvolve as áreas sensório-perceptivo-
motoras indispensáveis à aprendizagem. Pode-se dizer que o dado mais concreto, 
real e permanente é que a criança possui o seu próprio corpo, e é nele que ficam 
registradas todas as experiências, as sensações e os sentimentos. O corpo é o 
ponto de referência para qualquer aprendizado”. (FISCHER, Juliane).
ALIMENTAÇÃO, VIDA E SAÚDE
Instituição: Centro Educacional Roberto Machado
O presente trabalho tem como finalidade educar para a saúde, buscando 
meios que levam os alunos a criar bons hábitos de alimentação, cultivando 
aspectos saudáveis no seu dia a dia. Diante desta proposta, em primeiro lugar 
deixaremos os alunos manifestar suas opiniões sobre o assunto, a partir das 
quais daremos continuidade ao trabalho. Sabendo-se que ensinar e aprendernão podem se resumir ao simples fato de o professor transmitir conhecimento 
e o aluno ser mero receptor, os educandos serão agentes participativos na 
elaboração deste projeto. As situações do cotidiano dos alunos são tomadas 
como ponto de partida para as posteriores discussões dos conteúdos, tendo como 
referência o conhecimento prévio dos alunos, tanto nas suas vivências pessoais 
dentro como fora da escola. Para isso partiremos para pesquisas, elaboração 
de conceitos, cartazes, jogos, livretos, informativos, entrevistas, filmes, 
visitas, sempre voltados ao tema abordado, enfatizando a importância que a 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
180
alimentação exerce na vida humana, tornando-se essencial e indispensável para 
o desenvolvimento saudável do corpo e da mente. As atividades relacionadas 
à temática, além de serem trabalhadas em diferentes níveis de dificuldades, 
visto que o trabalho será realizado por alunos de diferentes faixas etárias, será 
socializado entre as turmas do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental, com o 
objetivo de ampliar o conhecimento dos educandos. Conclui-se, portanto, que 
é necessário educar para promover atitudes positivas na formação de hábitos 
e posturas alimentares que, consequentemente, refletirão nas atitudes dos 
alunos, da família e da sociedade. A educação é o melhor alimento.
BRINCANDO E APRENDENDO JUNTAMENTE COM A
ALIMENTAÇÃO E A SAÚDE
Instituição: Centro Educacional Dr. Romão Trauczynski
Brincando e aprendendo juntamente com a alimentação e a saúde bucal 
no dia a dia das crianças deve ser um novo método de ensino trabalhado em 
conjunto com a escola e a família. Assim se dá um novo rumo ao cotidiano que 
atualmente se resume em brincar e frequentar um centro educacional, pois é 
inerente à idade que seja assim. Quando brinca, a criança está adentrando o 
mundo dos adultos e, consequentemente, imitando-os. Desta forma as crianças 
estão preparando-se para o futuro, buscando significados para os atos dos 
adultos. Para a criança o ato de brincar é mais que um simples passatempo, 
é através das experiências vivenciadas no ato de brincar que ela situa-se e 
adentra um mundo novo, um mundo de significado por vezes um tanto 
obscuro. Quando vemos uma criança repetir inúmeras vezes uma determinada 
brincadeira, precisamos entender que para ela é a maneira mais eficaz de 
encontrar o significado almejado e necessário para seu desenvolvimento. 
Durante o desenvolvimento psicomotor, as crianças desenvolvem suas 
habilidades, motoras, psíquicas; é através de brincadeiras carregadas de 
significados que ocorrem as sinapses (conexões nervosas entre os neurônios) 
que servirão de base na vida adulta. A escola, ciente desse fato, e nós, na 
qualidade de educadores, devemos ter sensibilidade ao detectar as brincadeiras 
que podem ser utilizadas para: a) ensinar conceitos e criar o hábito de uma boa 
alimentação e saúde bucal; b) interiorizar uma nova consciência nas crianças 
e consequentemente nas famílias e na sociedade como um todo; c) construir 
conhecimentos através de jogos e brincadeiras; d) criar o hábito e manter a 
disciplina de escovação diária. Percebemos atualmente em nossa sociedade 
muitas doenças que ocorrem devido a hábitos errados na alimentação, que sem 
sombra de dúvidas foram aprendidos e interiorizados em tenra idade. Esta 
constatação nos obriga a repensar nossas atitudes em sala de aula e buscar 
fontes alternativas de construir os conceitos e o saber, visando a uma melhora 
na qualidade de vida de nossos futuros cidadãos (atualmente nossos pequenos 
alunos). Muitos destes atos e hábitos são apreendidos em nossas famílias, por 
meio de imitação e da observação das pessoas mais velhas de nossa casa. O 
ambiente familiar, quando equilibrado e bem estruturado, propicia momentos 
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
181
de lazer e agradável espaço para a aprendizagem. Até há pouco tempo 
acreditava-se que nossos mestres e educadores, ou seja, nossos professores, 
eram responsáveis pela educação de nossos filhos; mas está comprovado 
que tanto a escola como a família possuem vital importância no processo de 
apreensão e transmissão do conhecimento. No ambiente escolar podemos 
produzir de modo formal e sistematizado uma parte do ambiente familiar e 
assim ensinar conceitos e bons hábitos alimentares e de saúde bucal. O ato de 
brincar e aprender caminha juntamente com a alimentação e a saúde bucal. [...] 
as estratégias utilizadas pelo professor neste projeto foram várias brincadeiras, 
utilizando jogos, tais como: boliche, jogo da memória, amarelinha, dominó 
amigo dos dentes. [...]
A IMPORTÂNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO
Instituição: Escola de Educação Básica Professor Frederico Navarro Lins
A alimentação é usualmente tema de interesse das pessoas, porém, na 
prática, percebe-se que poucas apresentam comportamento alimentar sadio, 
quer seja por falta de conhecimento, quer seja por influência social e cultural dos 
meios de comunicação. O consumo exagerado de determinados alimentos em 
detrimento de outros mais necessários à saúde tem gerado níveis preocupantes 
de desnutrição e de casos de obesidade na infância. Também é importante 
ressaltar que uma boa alimentação é indispensável para a boa formação dos 
dentes, ou seja, alimentação saudável desde a infância significa qualidade de 
vida. “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
meramente, ausência de doença.” (OMS).
 Objetivos: reconhecer a importância de uma alimentação equilibrada 
para a manutenção da saúde; levar os alunos a perceberem os próprios hábitos 
alimentares e modificar alguns; saber que a alimentação aliada à prática 
de esportes é fator essencial de vida saudável e corpo sadio; oportunizar aos 
alunos o contato com a horta escolar; propor atividades que possam viabilizar 
o plantio, a colheita, o preparo e o consumo de alimentos; compreender o que 
vem a ser saúde e que esse estado é condicionado por vários fatores de ordem 
física, mental e social; saber que os alimentos precisam ser transformados pelo 
corpo em nutrientes, com os quais são obtidos os materiais e a energia que uma 
pessoa necessita; saber que uma boa digestão envolve uma boa mastigação; 
reconhecer os dentes molares, incisivos e caninos e saber para que servem os 
dentes; reconhecer que a saúde dos dentes está associada a hábitos de higiene 
(escovação) e que dessa forma é possível prevenir a formação de cáries; 
reconhecer a responsabilidade de cada um na aquisição de hábitos saudáveis 
de vida; formular questões e propor soluções para problemas reais; pesquisar 
sobre frutas nativas e outras; conhecer vida e obra de Tarsila do Amaral e 
Jorcely S. Mendonça.
Conteúdos: alimentos para ter saúde e crescer; por que você precisa 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
182
comer?; alimentar-se bem; dieta balanceada; pirâmide alimentar; o que é 
obesidade; o que é educação alimentar; o paladar e os alimentos; o sistema 
digestório; mastigação e dentes; para que servem os dentes; cuidados com 
o corpo; diversidade étnica; alimentação também é cultura; alimentos e 
nutrientes; vitaminas e suas funções; higiene alimentar e seus benefícios; 
doenças transmitidas por alimentos; alimentos obtidos de plantas, de animais 
e alimentos minerais; os vários usos das plantas, as diversidades; como 
trabalhar em uma horta; educação fiscal.
Estratégias: confecções de livros e cartazes; pesquisa com familiares e 
entrevista com colegas sobre preferência alimentar; gráficos sobre frutas e verduras 
preferidas; criação de um painel de pinturas feitas com frutas nativas pintadas; 
releitura da obra “Natureza Morta” – 1923 – de Tarsila do Amaral; releitura da 
obra “Natureza Morta” de Jorcely S. Mendonça com papietagem, desenho 
e pintura; releitura da obra “Feira” de Tarsila do Amaral, usando modelagem 
com massinha sobre papelão (alto relevo); criação, pelos alunos, de um arranjo 
com frutas; acrósticos; paródias; teatro; pesquisas; confecçãoe distribuição de 
panfletos; trabalhos na horta escolar; colheita, preparo e degustação de alimentos; 
vídeo “Como cuidar bem dos dentes”; música; adivinhações; produção de 
textos; confecção de uma boneca para trabalhar todo o corpo com relatórios da 
higiene pessoal; conversa com pais sobre a escovação; visita mensal do dentista 
e da assistente para orientações, diagnósticos, revelação de placas e escovação; 
palestra com nutricionista; coletânea de quadrinhas sobre as frutas.
Avaliação: a avaliação foi feita pelos professores e alunos em todas as 
etapas das atividades desenvolvidas de maneira investigativa e diagnóstica, 
respeitando a maneira de como o aluno constrói seu conhecimento, tendo o 
erro como ponto de reflexão na busca de soluções e alternativas para que haja 
a construção do conhecimento.
A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE NA SAÚDE DA CRIANÇA
Instituição: Centro de Educação Infantil Prefeito Danilo Lourival Schmidt
O presente projeto tem como finalidade despertar o interesse para a 
importância dos hábitos de higiene, bem como ter consciência que determinadas 
atitudes e procedimentos básicos de higiene são de suma importância para a 
manutenção da saúde e prevenção de doenças. Considerando as especificidades 
afetivas, sociais e cognitivas de cada criança, a qualidade das experiências 
oferecidas pode contribuir para o desenvolvimento de cada uma, pois primar 
pela saúde integral da criança é uma constante preocupação dos profissionais que 
atuam na Educação Infantil. Por isso possibilitamos a ampliação desses cuidados, 
contribuindo para que a criança adquira hábitos de cuidado com o próprio 
corpo, de descanso, higiene mental, alimentação, entre outros, valorizando assim 
a saúde social e coletiva. Sabemos que o cuidar e o educar são indissociáveis 
e através de ações contínuas contribuímos para a formação da personalidade 
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
183
da criança, do autocuidado, autonomia, auxiliando no desenvolvimento da 
qualidade de vida de cada um. Proporcionamos um ambiente de cuidados que 
considere as necessidades das diferentes faixas etárias e das famílias, integrando 
o conhecimento entre pais e escola, sistematizando uma comunicação regular. 
A participação das famílias é essencial para o sucesso dos projetos propostos 
pela unidade. A criança transforma o meio em que vive e se modifica nessa 
transformação através de suas particularidades. Partindo desse pressuposto e 
respeitando o jeito próprio de cada criança, iniciamos um trabalho de investigação 
para o autocuidado e o autoconhecimento onde o lúdico se fez presente em todas 
as atividades. Foram realizadas atividades com as crianças em frente ao espelho 
para identificarem as partes do seu corpo, identificarem os colegas e perceberem 
as diferenças e semelhanças entre eles. Também realizaram movimentos com 
a língua e identificação dentária, pois o espelho é um importante instrumento 
para a construção da identidade. Fizemos um faz de conta com jornal, onde se 
reproduziu o hábito do banho diário e como ele deve ser realizado nas diversas 
partes do corpo para prevenir algumas doenças que são causadas pela falta do 
banho. Confeccionamos o mural da higiene com os produtos necessários para 
a higiene diária, mural da escovação, para identificação dos produtos nela 
utilizados, mural da alimentação, pois a alimentação faz parte do processo 
educativo e é uma parte importante do desenvolvimento infantil. É ela que 
fornece os nutrientes necessários para um crescimento saudável, e é importante 
que a criança perceba a necessidade de ingerir uma diversidade de alimentos 
(o colorido). Houve contação de histórias para o desenvolvimento da atenção, 
concentração e imaginação. Ensinamos cantigas sobre alimentação e escovação, 
que a criança acompanha com os movimentos do corpo, tais como: palmas, 
danças e sons. É a partir dessa relação entre o gesto e o som que a criança, 
ouvindo, cantando, imitando, dançando, constrói seu conhecimento sobre a 
música. A música contribui para o enriquecimento da linguagem da criança 
e favorece a socialização, o desenvolvimento de seu senso de ritmo e o uso do 
corpo de maneira expressiva. Escovação e alimentação que fazem parte da rotina 
diária têm grande importância para que adquira esses hábitos. Banho em bonecas 
serve para estímulo do hábito diário e percepção da temperatura através do tato. 
Recorte e colagem sobre o corpo humano estimulam a criatividade da criança 
para iniciar as suas produções. Conversas diárias para facilitar a memorização 
da importância dos hábitos. Garrafas coloridas para percepção de cores e 
formas e teatro de bonecos que envolveram o Centro de Educação Infantil todo, 
trabalhando através do diálogo como deve ser feita a escovação, os cuidados 
para uma alimentação adequada e a importância do hábito da escovação. No 
decorrer deste projeto o desenvolvimento das atividades propostas possibilitou 
uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de higiene, 
mas também percebemos que as ações educativas preventivas não têm um fim 
em si: são um processo lento e contínuo, e não basta à criança se interessar pelo 
conteúdo no momento proposto. Esse interesse deve ser incentivado para que 
perdure por toda sua vida.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE: PESQUISANDO A
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
184
MEMÓRIA DO AMBIENTE
 Muitas vezes os temas ambientais foram tratados de forma muito 
geral, como se existissem fora do tempo e do espaço, sem história. Ideias soltas 
e descontextualizadas como: “devemos amar a natureza”, “as plantas são 
importantes” ou “o verde é bom”, não dizem nada a ninguém, não instigam a 
pensar. Uma das melhores maneiras de evitar que a EA fique pairando nas 
ideias gerais é enraizá-la na concretude do tempo histórico e no espaço social. 
Assim, que tal propor uma pesquisa que vise recuperar a história natural e 
social do lugar onde atua o educador e onde vivem os educandos? Isso pode 
ser feito de vários modos, tais como:
• escutando histórias dos mais velhos sobre como era o lugar no passado;
• pesquisando na história escrita as transformações sociais e ambientais ali 
ocorridas desde as primeiras ocupações da região;
• consultando antigos documentos e jornais em busca de opiniões e disputas 
que envolveram diferentes visões da natureza e do uso dos bens ambientais;
• investigando os modos de vida que conviveram ali em tempos passados 
(em harmonia ou em conflito) e deixaram alguma marca na paisagem e nos 
costumes do lugar.
EXPLORANDO OS MOVIMENTOS DO MEU CORPO
Instituição: Centro Educacional Daniel Maschio
OBJETIVO GERAL: Vivenciar uma proposta metodológica que 
possibilite a aprendizagem do bebê, através de estímulos e observações, assim 
ajudando a formar a sua personalidade e desenvolvendo seus sentidos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Oportunizar um ambiente prazeroso, 
significativo e estimulador; propiciar situações prazerosas com o bebê; procurar 
desenvolver a capacidade de expressar seu pensamento e suas emoções; 
desenvolver a coordenação dos grandes e pequenos músculos; interagir com 
os outros bebês e com os adultos; desenvolver o autoconceito; fazer com que 
se sinta aceito e compreendido; descobrir e construir o conhecimento da 
realidade física e social que o cerca; propiciar possibilidades para o bebê sentir, 
perceber, conhecer e organizar as sensações do seu corpo em relação ao mundo 
que o cerca; despertar a curiosidade; promover passeio de modo que o bebê 
aprenda coisas novas; massagens, o toque estimula o bebê a expressar seus 
sentimentos, prazer, raiva, riso ou choro; apresentar atividades lúdicas, contar 
histórias infantis proporcionadas através de livros emborrachados; introduzir 
a música na vida dos bebês, ajudando-os no desenvolvimento de sua mente; 
estimular várias aptidões como: motricidade, coordenação, linguagem etc.
JUSTIFICATIVA: Desde o momento do nascimento o bebê está 
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
185
aprendendo. Nessafase, predominam os movimentos, são as emoções o canal 
privilegiado de interação do bebê com o adulto e com as outras crianças. O 
diálogo afetivo que se estabelece com o adulto é caracterizado pelo toque 
corporal, pelas modulações da voz, por expressões cada vez mais cheias de 
sentido. O bebê imita e também tem suas próprias reações (balança o corpo, bate 
palmas, vira ou levanta a cabeça etc.). Sendo assim o bebê realiza importantes 
conquistas (sustentação do próprio corpo, virar-se, rodar, sentar etc.). Ao 
observar um bebê, pode-se concluir que é grande o tempo que ele dedica à 
exploração do próprio corpo. Aquisições como a locomoção representam 
importantes conquistas, consolidando-se como instrumento de ação sobre o 
mundo, aprimorando-se conforme as oportunidades que se oferecem ao bebê 
de explorar o espaço, manipular objetos, realizar atividades diversificadas 
e desafiadoras. Corpo e motricidade são o meio de expressão da criança no 
período fundamental do desenvolvimento que vai do nascimento aos três 
anos. Nos bebês a possibilidade de sentar, engatinhar, ficar em pé evidencia 
os diferentes momentos da aprendizagem e seu desenvolvimento interno, que 
determina o quando e o quanto o bebê é capaz de fazer. Quer-se com esse 
projeto proporcionar instrumentos para que o bebê amplie suas ações, 
operando estímulos em quantidade e qualidade, de forma simples e natural, 
fazendo com que o bebê se desenvolva e modifique sua atuação, sua forma 
de ver e sentir o mundo. Então temos o dever de ensinar o bebê enquanto ele 
brinca, descrevendo sempre o que está acontecendo.
METODOLOGIA: Oferecer revistas e papéis; acompanhar o bebê através 
de fichas conforme o estágio no qual se encontra; música com gestos utilizando a 
fala; oferecer o contato com tinta guache; verbalizar todas as ações efetuadas com 
o bebê; brincar ao ar livre; contar histórias com gestos expressivos; possibilitar ao 
bebê o contato com a terra, areia, barro, pedra, madeira etc.; passeios diversos; 
exploração de diversos tipos de materiais com texturas diversificadas; imitação, 
jogo de expressão facial; oferecer brinquedos variados e bem coloridos; massagear 
o corpo do bebê; trabalhos com sucatas (garrafas coloridas).
FONTE: Adaptado de: FERNANDES, Adelaide et al. Práticas pedagógicas de educação em saúde. 
Rio do Sul: Nova Era, 2008, p. 60-106.
2.2 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: MEIO AMBIENTE
[...] É preciso aprender a ser coerente. De nada adianta o discurso 
competente se a ação pedagógica é impermeável à mudança. 
Paulo Freire
Caro acadêmico, você acompanhou os vários exemplos de atividades 
pedagógicas que podem ser realizadas com a temática saúde. A partir de agora 
vamos conhecer algumas estratégias que podem ajudar você na hora de trabalhar 
com seus alunos a temática meio ambiente.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
186
Uma maneira de trabalhar esta e outras temáticas é por meio de projetos, 
os quais proporcionam, se bem orientados pelo professor, uma participação ativa 
do aluno ao invés do ensino tradicionalista centrado no professor. Para tanto, o 
professor deve criar uma atmosfera de trabalho na escola a fim de estimular o aluno 
a fazer experiências, procurar respostas para suas necessidades e inquietações, 
ajudando e sendo ajudado por seus colegas e buscando no professor alguém que 
organize o trabalho. (NOVA ESCOLA, 2008).
A seguir observe a sequência, proposta por Hernández e Ventura (1998, 
p. 82), de síntese da atuação do professorado e dos alunos no projeto de trabalho:
FIGURA 42 – SÍNTESE DE ATUAÇÃO NO PROJETO DE TRABALHO
20. Estabelecer uma nova sequência.
19. Conhecero próprio processo e em
Relação ao grupo.
18. Análise do processo
individual de cada aluno:
Que aprendeste? Como
trabalhaste?
17. Contraste entre a avaliação e a
auto-avaliação.
15. Favorece, recolhe e interpreta
as contribuições dos alunos.
Avaliação. 16. Auto-Avaliação.
13. Facilita meios de reflexão, recursos,
materiais, informação pontual.
Papel de facilitador.
14. Trabalho Individual: ordenação,
reflexão sobre a informação.
10. Planeja o trabalho (individual, 
em pequeno grupo,
turma).
12. Realiza o tratamento 
da informação a partir das 
atividades.
11. Apresenta atividades.
9. Preestabelecer atividades.
8. Compartilham propostas, buscam
um consenso organizativo.
5. Pré-sequencializa os possíveis
conteúdos a trabalhar em função
da interpretação das respostas dos alunos.
6. Realiza propostas de sequenciação e 
ordenação de conteúdos.
7. Busca fontes de 
informação; elabora um 
índice.
3. Seleciona os conceitos, procedimentos
que prevê que possam
ser tratados no Projeto.
4. Realiza a avaliação inicial: O que 
sabemos ou queremos saber sobre o 
tema?
1. Estabelece os objetivos
educativos e de aprendizagem. 2. Estabelece a possibilidade do tema.
POR PARTE DO PROFESSORADO POR PARTE DOS ALUNOS
FONTE: Hernández; Ventura (1998, p. 82).
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
187
Como você pode ver, os projetos de trabalho têm como função contribuir 
para a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares, no que 
se refere:
[...] 1) o tratamento de informação, e 2) a relação entre os diferentes 
conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem 
aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação 
a informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em 
conhecimento próprio. (HERNÁNDEZ; VENTURA, 1998, p. 62, grifos 
dos autores).
 
Essas estratégias contribuem muito na apropriação dos conhecimentos de 
modo significativo e envolto por sentidos principalmente para os alunos, uma 
vez que estes participam ativamente das atividades e se percebem inseridos no 
processo ensino-aprendizagem. 
UNI
Caro acadêmico, no que se refere às teorias sobre projetos de trabalho, Fernando 
Hernández é um pesquisador, conhecedor e autor de muitas obras. Portanto, fica a sugestão 
de leitura das obras do autor para aprofundamento na temática.
FONTE: Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/pensadores-da-educacao/
fernando-hernnndez.shtml>. Acesso em: 24 jan. 2012.
Observe alguns exemplos de temas que podem ser desenvolvidos com 
seus alunos por meio de projetos:
• Utilizando a água das chuvas
• Reaproveitando materiais: aprendendo a reciclar
• Tratamento do lixo: coleta seletiva
• Conscientização ecológica: economizando água 
• Conscientização ecológica: economizando energia
• Reciclar: quando o lixo vira brinquedo
• Biodiversidade: conhecer para preservar
• Energia eólica: a energia do vento
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
188
• Educação ambiental na escola: educar para a vida
• Alimentos orgânicos e o meio ambiente
• Alimentação saudável: horta escolar
• Poluição ambiental: tem lixo fora da lixeira
UNI
Você consegue perceber a riqueza de trabalhos que podem ser desenvolvidos 
com seus alunos?
Caro acadêmico, trabalhar com projetos nem sempre é o caminho mais 
fácil. Muitas vezes o professor prefere abrir o livro didático, pedir que seus alunos 
façam a leitura e no final respondam ao questionário. Mas será que é para esse 
tipo de práxis pedagógica que você está se preparando? Certamente não! 
Nossos alunos estão cada vez mais “antenados” nas novidades e isso deve 
ser usado a seu favor em sala de aula. Não se feche para as novas tecnologias 
da informação, não tenha medo de propor um projeto sobre EA que envolva 
não só sua turma, como toda a comunidade escolar. Invente, (re)crie, construa 
com seus alunos as possibilidades de aprendizado e permita que eles participem 
ativamente de todas as etapas dessa construção.
Como vimos ao longo de nosso estudo, a escola tem um papel importante 
na formação dos cidadãos e é, em grande parte, responsável pela educação desses 
indivíduos. Assim, para que ocorra um processo concreto de educação para o meio 
ambiente é fundamental que, concomitante ao desenvolvimento do conhecimento, 
sejamos capazes de desenvolveratitudes e habilidades necessárias não só à 
preservação dos recursos, como também à melhoria da qualidade ambiental. 
Trabalhar com projetos na educação, como já dissemos, pode gerar muito trabalho, 
porém, se for bem realizado, trará muito conhecimento e transformações tanto para 
você, professor e mediador desta atividade, como para o aluno.
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
189
DICAS
Leia este livro. Edson Travassos descortina, através desse 
texto, concepções e práticas vigentes em EA nas escolas. Busca 
a efetivação da EA nas escolas de forma que ela não se resuma a 
atividades esporádicas ou festivas, mas que contribua para a formação 
da cidadania: é leitura obrigatória para todos os professores. Alerta o 
autor sobre a importância de uma visão interdisciplinar da educação 
ambiental, não se restringindo esse compromisso às disciplinas de 
ciências biológicas e muito menos permanecendo essa prática restrita 
às salas de aula. TRAVASSOS, E. G. A prática da educação ambiental 
nas escolas. Porto Alegre: Mediação, 2004.
Após esta breve contextualização sobre os projetos de trabalho, chegou 
o momento de aprender através de exemplos. Observe alguns modelos de 
atividades pedagógicas e/ou projetos que podem ser desenvolvidos por você e 
seus alunos, adaptados à realidade da sua comunidade escolar.
Exemplo 1
MEIO AMBIENTE FÍSICO E SEUS ELEMENTOS
Instituição: Centro de Educação Infantil Tia Bea
A questão ambiental vem sendo considerada cada vez mais importante 
pela população. O contato com a natureza é de fundamental importância 
para a criança e o professor, oferecendo oportunidades diversas para que ela 
possa descobrir sua riqueza e beleza. Para isso é preciso promover o contato 
dos alunos com a natureza e enfatizar a importância da preservação do meio 
ambiente direcionando o enfoque na horta escolar, direcionando os elementos 
do meio físico. Fazer passeios por parques e locais de área verde, manter contato 
com pequenos animais, pesquisar em livros a diversidade da fauna e da flora, 
principalmente brasileiras, são algumas das formas de se promover o interesse 
e a valorização da natureza pela criança. Devemos oportunizar à criança dos 
quatro aos seis anos vivenciar experiências envolvendo a horta, plantando e 
mexendo na terra, manifestando opiniões, hipóteses e ideias. Utilizar formas 
de registros das observações: desenhos, pinturas, teatro, dramatizações, cantos 
etc. A escola deve resgatar não somente as tradições, mas o seu significado para 
a população local. Deve-se pesquisar sobre as diversas plantas a ser plantadas 
e presenciar o crescimento, a colheita e, por final, degustar os alimentos com 
todos os colegas que participaram do projeto. Devemos sensibilizar a criança 
em relação aos problemas ambientais, mostrando que o futuro está em suas 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
190
mãos, no ar que respiramos, na água que bebemos, onde e como vivemos. Cada 
ser vivo, seja animal ou vegetal, depende de seus recursos: ar, água e solo para 
sobreviver. A avaliação será feita através de um portfólio e de um processo de 
aprendizagem e sobre as condições oferecidas, para que ela possa ocorrer. Não 
se dá somente no momento final do trabalho, é tarefa permanente, instrumento 
indispensável à constituição da prática pedagógica, comprometida com o 
desenvolvimento da criança.
FONTE: FERNANDES, Adelaide et al. Práticas pedagógicas de educação em saúde. Rio do Sul: 
Nova Era, 2008.
Exemplo 2
Projeto de Educação Ambiental Parque Cinturão Verde de Cianorte
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao 
seu processo de socialização. O que nela se faz, se diz e se valoriza representa 
um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos 
ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da 
vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada 
do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para 
que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua 
consequência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos 
e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades 
e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando 
para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do 
currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará 
o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, 
integral do mundo em que vive. Para isso a EA deve ser abordada de forma 
sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença 
da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas 
disciplinas e das atividades escolares.
A fundamentação teórico-prática dos projetos ocorrerá por intermédio 
do estudo de temas geradores que englobam palestras, oficinas e saídas a 
campo. Esse processo oferece subsídios aos professores para atuarem de 
maneira a englobar toda a comunidade escolar e do bairro na coleta de dados 
para resgatar a história da área para, enfim, conhecer seu meio e levantar os 
problemas ambientais.
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
191
Os conteúdos trabalhados serão necessários para o entendimento 
dos problemas e, a partir da coleta de dados, para a elaboração de pequenos 
projetos de intervenção.
Considerando a EA um processo contínuo e cíclico, o método utilizado 
pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os 
cursos de capacitação de professores conjuga os princípios gerais básicos da 
EA. (SMITH apud SATO, 1995).
Compreensão
Cidadania
Competência
Responsabilidade
Sensibilização
Princípios gerais da educação ambiental:
• sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o 
pensamento sistêmico;
• compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem 
os sistemas naturais;
• responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal 
protagonista;
• competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;
• cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova 
ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.
A educação ambiental, como componente essencial no processo de 
formação e educação permanente, com uma abordagem direcionada para a 
resolução de problemas, contribui para o envolvimento ativo do público, torna 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
192
o sistema educativo mais relevante e mais realista e estabelece uma maior 
interdependência entre estes sistemas e o ambiente natural e social, com o 
objetivo de um crescente bem-estar das comunidades humanas.
Se existem inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se 
deve em parte ao fato de as pessoas não serem sensibilizadas para a compreensão 
do frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos recursos naturais. 
Elas não estão e não foram preparadas para delimitar e resolver de um modo 
eficaz os problemas concretos do seu ambiente imediato, isto porque a educação 
para o ambiente, como abordagem didática ou pedagógica, apenas aparece nos 
anos 80. A partir desta data os alunos têm a possibilidade de tomar consciência 
das situações que acarretam problemas no seu ambiente próximo ou para a 
biosfera em geral, refletindo sobre as suas causas, e determinar os meios ou as 
ações apropriadas na tentativa de resolvê-los.
As finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas 
pela UNESCO, logo após a Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes:
Formar uma população mundial consciente e preocupada com o 
ambiente e com os problemas a ele relacionados, uma população que tenha 
conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de 
empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamentepara resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam.
PROPOSTAS DE TRABALHO:
• levantamento do perfil ambiental das escolas (se possui área verde, horta, 
separação de lixo etc.);
• levantamento dos projetos que estão sendo desenvolvidos nas escolas;
• acompanhamento de projetos específicos nas escolas que serão desenvolvidos 
pelos professores (horta comunitária, reciclagem de lixo, bacia hidrográfica 
como unidade de estudo, trilhas ecológicas, plantio de árvores, recuperação 
de nascentes etc.);
• mobilização de toda a comunidade escolar para o desenvolvimento de 
atividades durante a Semana do Meio Ambiente, com finalidade de 
conscientizar a população sobre as questões ambientais;
• realização de campanhas educativas utilizando os meios de comunicação 
disponíveis, imprensa falada e escrita, TV Cinturão Verde, distribuição de 
panfletos, fôlder, cartazes, a fim de informar e incentivar a população em 
relação à problemática ambiental;
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
193
• promover a integração entre as organizações que trabalham nas diversas 
dimensões da cidadania, com o objetivo de ampliar o conhecimento e efetivar 
a implementação dos direitos de cidadania no cotidiano da população.
Com o intuito de levar às escolas e à comunidade o conhecimento 
necessário para a construção da cidadania, serão envolvidos diferentes 
órgãos que asseguram os direitos e deveres de cada indivíduo na sociedade. 
Entre esses órgãos podemos citar a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a 
Vigilância Sanitária, IAP etc. Serão trabalhados temas relacionados à melhoria 
da qualidade de vida da população, por exemplo:
• lixo (redução, reutilização e reciclagem);
• lixo hospitalar (destinação);
• água (consumo, desperdício, poluição);
• florestas (por que preservá-las?);
• fogo (prevenção, efeitos negativos ao meio ambiente);
• agrotóxicos (riscos para a saúde, danos ambientais);
• caça ilegal;
• respeito aos animais silvestres e domésticos;
• drogas;
• DSTs – doenças sexualmente transmissíveis;
• segurança no trânsito;
• respeito ao próximo;
• noções de saúde (higiene, prevenção de doenças);
• cidadania (direitos do cidadão) etc.
Ao implementar um projeto de educação para o ambiente, estaremos 
facilitando aos alunos e à população uma compreensão fundamental 
dos problemas existentes, da presença humana no ambiente, da sua 
responsabilidade e do seu papel crítico como cidadãos de um país e de um 
planeta. Desenvolveremos, assim, competências e valores que conduzirão 
a repensar e avaliar de outra maneira as suas atitudes diárias e as suas 
consequências no meio ambiente em que vivem.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
194
Como o aluno irá aprender a propósito do ambiente, os conteúdos 
programáticos tornar-se-ão uma das formas de tomada de consciência, 
tornando-se mais agradáveis e de maior interesse para o aluno.
Através de parcerias firmadas entre a APROMAC (Associação de 
Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte); Prefeitura de Cianorte; Secretaria 
Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente (SEMMAM); 
Divisão do Meio Ambiente; Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMMA) 
e Ministério Público serão desenvolvidas ações e atividades diferenciadas 
conforme a realidade de cada local/região.
Através de atividades e ações programadas, objetivamos promover a 
sensibilização da população cianortense sobre a importância e a necessidade 
da preservação e da conservação do Parque Cinturão Verde, visto que esta 
área é de fundamental importância socioambiental para o município de 
Cianorte. Ainda a população abrangida pelo projeto receberá conhecimentos 
de cidadania, saúde, higiene e segurança.
Para o acompanhamento e avaliação das atividades será redigido 
relatório mensal, em que serão descritas todas as tarefas desenvolvidas sendo 
apresentado ao COMMA e a APROMAC, ficando disponível a todos para 
consulta.
ANEXO 01
QUESTIONÁRIO – LEVANTAMENTO DO PERFIL AMBIENTAL DA ESCOLA
01- Nome da escola
02- Nome do diretor(a)
03- Tel.:
04- Quantos professores atuam na escola?
05- Quantos alunos estão matriculados?
06- Quantos residem na zona rural?
07- A escola desenvolve projetos na área ambiental?
( ) Sim
( ) Não
08- Quais são os projetos que estão sendo desenvolvidos atualmente?
09- Quantos professores estão envolvidos no desenvolvimento dos projetos?
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
195
10- Como é a participação e o envolvimento dos alunos nos projetos?
11- Quais são as principais dificuldades encontradas pelos professores que 
desenvolvem projetos?
12- Os professores são incentivados e motivados para desenvolver pequenos 
projetos ou atividades ambientais com seus alunos?
13- A escola possui área arborizada, horta, ou outros espaços que poderão ser 
utilizados para trabalhar educação ambiental?
14- Na escola existe o processo de separação do lixo produzido pela comunidade 
escolar?
15- O que é feito com o lixo separado?
16- Os professores realizam atividades com os alunos fora da escola? Quais são 
os principais locais utilizados pelos professores?
17- A escola realiza visitas a campo, para trabalhar a realidade local sobre as 
questões ambientais?
18- Dos locais abaixo relacionados, assinale quais já foram visitados pelos 
alunos sob orientação dos professores.
( ) Trilha da Peroba
( ) Trilha do Fantasminha
( ) Pista de caminhada
( ) Bosque da Igreja Matriz
( ) Parque do Cinturão Verde Módulo Mandhuy
( ) Nascentes
( ) Rios (nome do rio)
( ) Captação de água da SANEPAR – Rio Bolívar
( ) Sistema de tratamento e abastecimento de água da SANEPAR – Centro
( ) Estação de Tratamento de Esgoto – ETE
( ) Aterro Sanitário
( ) Biblioteca Municipal
Outros locais não citados:
FONTE: Disponível em: <http://www.apromac.org.br/ea005.htm>. Acesso em: 24 jan. 2012.
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
196
Exemplo 3
PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
 
TEMA: Gerenciamento de resíduos sólidos em nossa escola.
JUSTIFICATIVA: Cuidar do meio ambiente é responsabilidade de todos e a 
escola é um local favorável ao processo holístico na educação ambiental. 
Sabendo que as escolas são grandes geradoras de resíduos sólidos, é importante 
que trabalhemos no sentido de envolver nossos alunos e educadores para que 
essa situação seja modificada, formando novos hábitos.
OBJETIVOS GERAIS
- Alertar sobre o problema da grande produção de lixo pelos seres humanos 
e estudar conceitos importantes como: Coleta Seletiva, Reciclagem do Lixo, 
Lixo e outros que se fizerem necessários.
- Possibilitar aos alunos e educadores aquisições de conhecimentos, 
desenvolvendo habilidades de: resolver problemas, mudanças na prática de 
valores e atitudes ambientalmente adequadas no nosso cotidiano. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- possibilitar a todos conhecimentos, sentido de valores, interesse ativo e 
atitudes necessárias para respeitar, proteger e melhorar o meio ambiente; 
- conscientizar alunos e educadores da nossa escola sobre a importância da 
mudança de hábitos, para melhorar as condições ambientais;
- levantar com os/as alunos/as problemas ambientais existentes na escola e 
possíveis soluções;
- reduzir o consumo de água, energia, alimentos, materiais em geral (folha, 
toner, materiais usados na secretaria). 
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Estratégias de ações: 
- Essa campanha será desenvolvida a partir do processo holístico de educação 
ambiental, no qual serão criadas equipes multiplicadoras do 1º e 2º ciclo.
- Teatro sobre o lixo.
- Vídeos.
- Equipe de alerta sobre o assunto.
- Simulação da Coleta Seletiva.
- Estudos teóricos sobre: ar, água, solo, energia.
- Excursões: aterro sanitário e parque ecológico.
Resultados esperados:
- proporcionar mudança de postura tanto na escola quanto na comunidade; 
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
197
- construção de valores para toda a vida;
- melhora na qualidade de vida dos alunos e educadores; 
- avaliação do projeto com os educadores e alunos.
FONTE: Disponível em: <http://partilhandosugestoesescolares.blogspot.com/2010/02/projeto-educacao-ambiental-na-escola.html>. Acesso em: 25 jul. 2011.
DICAS
Muitas sugestões de atividades pedagógicas relacionadas à educação ambiental 
você pode encontrar na obra de Isabel Cristina de Moura Carvalho, intitulada Educação 
Ambiental: a formação do sujeito ecológico.
DICAS
Caro acadêmico, os dois exemplos que 
você verá a seguir estão no site da revista Educação 
Ambiental em Ação. Se você estiver muito cansado(a), 
antes de continuar a leitura de seu Caderno de Estudos, 
faça uma pequena pausa, mude um pouco a metodologia e conheça o site <http://www.
revistaea.org/>. Navegue pela revista e aproveite para ler muitos outros artigos relacionados 
ao tema. Vamos nos encontrar na sequência para fazer o fechamento do tópico!
Exemplo 4
ABORDAGEM DO TEMA TRANSVERSAL MEIO AMBIENTE, EM 
UMA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL, ATRAVÉS DE JOGOS 
EDUCATIVOS
RESUMO
A educação ambiental (EA) atua na mudança de comportamentos e atitudes 
em relação à problemática ambiental. Os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN) incluem a EA como tema a ser inserido transversalmente nas diversas 
áreas do conhecimento. A partir da implantação de jogos educacionais este 
tema pode ser trabalhado de forma inovadora. A elaboração de instrumentos 
pedagógicos criativos, como jogos educativos, pode facilitar o processo ensino-
aprendizagem. Tal recurso didático propicia o desenvolvimento de habilidades 
que favorecem o processo educativo. O estudo analisou a abordagem do 
UNIDADE 3 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
198
tema meio ambiente em uma escola do Ensino Fundamental e elaborou um 
material didático para ser utilizado como instrumento facilitador em sala de 
aula. Os dados obtidos revelaram a carência de ferramentas inovadoras no 
desenvolvimento da EA. O jogo “Ideias Verdes” foi elaborado a fim de auxiliar 
na inserção da EA pelos educadores e fornecer aos alunos uma proposta lúdica 
no aprendizado. 
Palavras-chave: educação ambiental, temas transversais, jogos didáticos.
FONTE: SILVA, Monalisa Rodrigues Oliveira da; CASTRO, Carla Soraia Soares de. Disponível em: 
<http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1034&class=21>. Acesso em: 24 jan. 2012.
Exemplo 5
AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES DA VILA DA BARCA EM BELÉM/PA: UMA PROPOSTA DE 
CONSCIENTIZAÇÃO
RESUMO 
Este artigo tem como objetivo relatar ações já realizadas e reavaliar o percurso 
em desenvolvimento do projeto de extensão universitária “Educação 
Ambiental em Ação: práticas pedagógicas, cidadania e lazer para crianças e 
adolescentes da comunidade da Vila da Barca”. As ações foram elaboradas a 
fim de sensibilizar o público alvo para a mudança de postura diante do meio 
ambiente em que vivem. Para atender a este objetivo, o projeto entende que 
antes é preciso compreender como os envolvidos na pesquisa percebem o meio 
no qual estão inseridos, “Vila da Barca”, e atuar no potencial das crianças e 
adolescentes participantes. De forma sistemática e dinâmica, se destacam neste 
artigo quatro atividades já realizadas com o grupo e que estimulam a reflexão, 
possibilidades e questionamentos. O método avaliativo incluiu pesquisa 
por observação participativa. Para os registros das informações durante as 
atividades foram elaboradas atas, relatórios individuais e análise interpretativa 
dos trabalhos das crianças. Os resultados obtidos oferecem sugestões para 
novas ações a serem desenvolvidas no projeto e demonstram que as atividades 
possibilitaram questionamentos e provocaram a revelação de sentimentos 
sobre esta comunidade por parte dos integrantes. Proporcionaram também a 
abertura de um espaço de confiança e respeito ao olhar e à fala da criança e do 
adolescente sobre a comunidade da Vila da Barca, ultrapassando a assimilação 
passiva e a reprodução automática. 
Palavras-chave: educação ambiental, sensibilização, Vila da Barca.
FONTE: LUCAS, Flávia Cristina Araújo; COSTA, Danilo Gomes da; GERMANO, Carolina 
Mesquita; VEIGA, Andréa Aquino de Andrade. Disponível em: <http://www.revistaea.org/artigo.
php?idartigo=1035&class=21>. 
TÓPICO 3 | METODOLOGIAS DE ENSINO
199
Você já deve ter percebido que as questões relativas ao meio ambiente, 
seja a crise ambiental ou a educação ambiental, são partes integrantes do contexto 
escolar. Neste sentido, ao longo de todo nosso percurso, procuramos interagir 
com conhecimentos práticos e teóricos, no intuito de conceber a educação escolar 
como um processo heterogêneo, múltiplo, crítico, reflexivo, pautado nos sujeitos 
que dela fazem parte e visando à formação de sujeitos cidadãos. 
Isso será possível à medida que cada professor, cada profissional que atua 
na educação escolar agir de modo consciente, crítico, comprometido e mediador. 
Deve também constituir-se no constante aprender a aprender e na infinita 
capacidade de admirar-se com que está ao nosso redor, com o meio ambiente do 
qual somos parte integrante. Esperamos que você tenha gostado de nossa viagem 
e que os conhecimentos construídos aqui sirvam de ponte para novas descobertas, 
novas leituras, novos aprendizados.
200
Neste tópico você estudou que:
• A educação escolar difere dos demais modos de educação por contemplar 
os conhecimentos sistematizados, pertencentes ao processo de conhecer 
significativo.
• O papel do professor é fundamental, uma vez que é o mediador do processo 
ensino-aprendizagem.
• Método é o caminho para atingir um objetivo. 
• Método de ensino é o conjunto de ações, passos, condições externas e 
procedimentos que o educador utiliza para alcançar seus objetivos no processo 
educativo. 
• Os métodos de ensino expressam a relação entre conteúdo e método.
• Os métodos de ensino apresentam três modalidades básicas: métodos de 
ensino individualizado; métodos de ensino socializado; métodos de ensino 
socioindividualizado.
• Métodos de ensino individualizado: a ênfase está na necessidade de se atender 
as diferenças individuais, como, por exemplo: ritmo de trabalho, interesses, 
necessidades, aptidões etc., predominando o estudo e a pesquisa. 
• Métodos de ensino socializado: o objetivo principal é o trabalho de grupo, 
com vistas à interação social e mental proveniente dessa modalidade de tarefa. 
A preocupação máxima é a troca de experiências significativas em níveis 
cognitivos e afetivos e a integração do educando ao meio social. 
• Métodos de ensino socioindividualizado: procura equilibrar a ação grupal e 
o esforço individual, no sentido de promover a relação do ensino ao educando 
e ao meio social.
• Os projetos de trabalho, realizados no contexto escolar, proporcionam, se bem 
orientados pelo professor, uma participação ativa do aluno, ao invés do ensino 
tradicionalista centrado no professor.
• A escola tem um papel importante na formação dos cidadãos e é, em grande 
parte, responsável pela educação desses indivíduos.
RESUMO DO TÓPICO 3
201
AUTOATIVIDADE
1 Ao longo de todo nosso estudo você teve oportunidade de conhecer vários 
exemplos de atividades pedagógicas relacionadas ao tema meio ambiente 
e saúde, eixo principal de nosso diálogo. Agora é com você, construa um 
plano de ensino para cada uma das temáticas a seguir:
a) Alimentação e saúde.
b) Meio ambiente e qualidade de vida.
202
203
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