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LETRAMENTO 
E GÊNEROS 
TEXTUAIS
E-book 2
Cimara Apostólico
Neste E-book:
INTRODUÇÃO ����������������������������������������������4
GÊNEROS TEXTUAIS E DISCURSIVOS �� 6
Origem dos gêneros �������������������������������������������6
Polifonia, Dialogismo e Intertextualidade� ����������9
Polifonia� ����������������������������������������������������������10
Dialogismo� ������������������������������������������������������12
Intertextualidade� ��������������������������������������������14
Polifonia versus Intertextualidade ���20
Concepções de gêneros ������������������������ 23
Gêneros orais, escritos e letramento� ����������������37
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������43
Síntese ���������������������������������������������������������45
2
E-book 
2
Gêneros Textuais e Discursivos: 
por uma Prática de Letramento
E-book 
2
Objetivo(s) de aprendizagem:
• Compreender as implicações conceituais so-
bre Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade.
• Analisar as nuances entre polifonia e intertex-
tualidade, sabendo distingui-las.
• Ampliar seu campo de visão a partir do enten-
dimento da teoria dos gêneros.
• Discernir gêneros primários de secundários.
• Cotejar os autores que tratam sobre ação/ope-
ração da linguagem
• Entender sobre as questões interacionistas 
constitutivas dos gêneros.
3
INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, tratamos sobre Letramento e 
percebemos sua relação com as práticas sociais e de 
interação entre indivíduos. Falamos sobre a concep-
ção de texto e sua distinção entre as modalidades: 
fala e escrita. Explicamos um pouco sobre alfabeti-
zação e suas conexões com o letramento. 
Este tópico foi elaborado não somente como subsí-
dio ao entendimento das esferas e tipologias textuais, 
mas foi concebido para que você possa, por intermé-
dio de teorias sobre gênero, ampliar seu repertório 
e se constituir, compreendendo os encadeamentos 
que se formam sob as perspectivas do Letramento 
e Gêneros discursivos e textuais. 
Gêneros textuais fazem parte da atividade humana 
podem ser orais e escritos. As classificações primá-
rias e secundárias foram cotejadas e exemplificadas, 
tratando sobre níveis de complexidade e aspectos 
comunicativos e sociais.
Há um esboço inicial sobre a origem dos gêneros, 
buscando em Aristóteles e em Platão o fio da meada 
para entender o nascimento dos gêneros. Polifonia, 
dialogia e intertextualidade são elementos do discur-
so que facilitam a compreensão posterior. 
Arriscamos explanar brevemente sobre hibridização 
ou intertextualidade intergêneros e explicamos as 
concepções sobre gêneros que ajudarão você a co-
nhecer as implicações conceituais envolvidas nos 
4
gêneros textuais/discursivos: ora como imbricados, 
ora como distintos. O tratamento teórico dado pelos 
pesquisadores é fundamental, por isso, neste tópico, 
você observará diferentes olhares, diferentes pers-
pectivas; afinal, os pontos e contrapontos ajudam a 
compor o entendimento sobre o tema. 
Fato é que nosso cotidiano é permeado por esses 
gêneros que são como “meios” que utilizamos para 
nos comunicar. Isso ocorre por intermédio de narra-
tivas, relatos, exposições, argumentação, descrição, 
instrução e assim por diante.
Não é possível definir o número de gêneros textu-
ais que circulam em nossa cultura; são inúmeros, 
mas não infinitos. Essa indefinição se dá por causa 
da dinâmica social em que esse fenômeno ocorre, 
acompanhado por mudança das relações sociais, 
culturais, econômicas, tecnológicas etc. 
Caro estudante, direcione o olhar para a evidência de 
que os gêneros pertencem e integram o seu cotidia-
no e para enfrentar as facetas que se apresentam é 
necessário conhecer. Esse é o primeiro passo para 
se apropriar. Preparado(a)?
5
GÊNEROS TEXTUAIS 
E DISCURSIVOS
Origem dos gêneros
A história dos gêneros remonta à Antiguidade 
Clássica (greco-romana) e surge por meio do pen-
samento de Platão (aproximadamente 428-347 a.C.) 
e de Aristóteles (384 a 322 a.C.). Abrindo parênteses 
antes de continuar – as datas estão corretas –, a 
‘era antes de Cristo’ é contada ao contrário. Muito 
bem, Platão concebeu os gêneros como comédia 
e tragédia.
Angélica Soares explica que no livro 3 da República, 
Platão deixou: “a primeira referência, no pensamen-
to ocidental, aos gêneros literários: a comédia e a 
tragédia se constroem inteiramente por imitação, 
os ditirambos apenas pela exposição do poeta e 
a epopeia pela combinação dos dois processos”. 
(SOARES, 2007, p.9).
Vamos por partes: a imitação é a mimese, em que 
temos um texto base e os seguintes fazem alusão, 
referência a esse (ao longo deste tópico conhecere-
mos a mimese por diferentes denominações). Os 
ditirambos representam uma espécie de poesia coral 
grega, que, na época, expressava entusiasmo e/ou 
delírio e a epopeia são poemas cuja narrativa tem 
6
como objetivo descrever e exaltar os grandes feitos. 
Essa é uma explicação genérica para que você con-
siga acompanhar o diálogo, mas ela não dá conta 
das ideias de Platão, considerando a larga escala 
temporal, ou seja, as descrições de determinadas 
palavras e conceitos vão se alterando, conforme a 
época em que são ditas.
Irene Machado esclarece que esses dois gêneros: 
comédia e tragédia situam-se em esferas de domí-
nios de obras representativas de juízo. E acrescenta 
“Ao gênero sério pertencia a epopeia e a tragédia: ao 
burlesco, a comédia e a sátira” (MACHADO, 2012, 
p.151).
Aristóteles se contrapôs à classificação hierárquica 
de Platão porque tinha uma preocupação voltada 
à ordem estética dos gêneros. Ele discute a mime-
se por diferentes perspectivas. Na obra “Poética”, 
classifica “os gêneros como obras da voz tomando 
como critério o modo de representação mimética. 
Poesia de primeira voz é representação da lírica; a 
poesia de segunda voz da épica, e poesia de terceira 
voz, do drama” (MACHADO, 2012, p.152), ou seja, 
ele dá ênfase às vozes presentes em cada uma das 
representações: lírica, épica e drama e passa a se 
preocupar com o conteúdo e a forma.
Pelo sentido etimológico das palavras, muitas vezes 
compreendemos sua conceituação e nas palavras: 
nascimento, origem, modalidade literária consegui-
mos inferir o sentido inicial de gênero”: 
7
[...] vem do latim (genus-eris), que significa 
tempo de nascimento, origem classe, espé-
cie geração. E o que se vem fazendo, através 
dos tempos, é filiar cada obra literária a uma 
classe ou espécie, ou ainda é mostrar como 
certo tempo de nascimento e certa origem ge-
ram uma nova modalidade literária. (SOARES, 
2007, p.8)
Vamos conversar sobre “voz” pela ótica de Bakhtin?
Figura 1: Mikhail Mikhailovich Bakhtin
8
Polifonia, Dialogismo e 
Intertextualidade� 
Mikhail Mikhailovich Bakhtin nasceu em 17 de no-
vembro de 1895, em Orel (Rússia), filósofo e pen-
sador, além de teórico de artes e cultura da Europa. 
Bakhtin “foi considerado um dos maiores estudiosos 
da linguagem humana, suas obras sobre diversos 
temas influenciaram uma infinidade de pensadores 
de diversas áreas crítica da religião, estruturalismo, 
semiótica e marxismo” (ARAÚJO, s/d, p.1). Para saber 
mais, consulte Infoescola, cujo link se encontra nas 
referências. Seus trabalhos até hoje são de grande 
relevância para compreendermos as implicações da 
língua e literatura. Bakhtin traz em sua obra alguns 
conceitos-chave como:
[...] signo ideológico, enunciado concreto/
enunciação, gêneros, polifonia, dialogismo, 
responsividade surgem não apenas da for-
mação filosófica e linguística, mas também 
da formação dos livros literários dos diversos 
membros do Círculo e da maneira como eles, 
a partir dessa tradição que vincula língua e li-
teratura, construíram os pilares da concepção 
bakhtiniana de linguagem. (BRAIT, 2010, p.20).
Depreendemos da citação que os conceitos-chave 
não surgem somente da formação filosófica e lin-
guística, mas pela intermediação dos membros do 
círculo (grupo de intelectuais revolucionários que 
9
estudaram sobre a linguagem). Nesse sentido, é quesão fundadas as teorias acerca da linguagem. E é 
sobre polifonia que começamos nosso diálogo. 
Polifonia�
Beth Brait (2010, p.20) explica que o conceito de po-
lifonia é bastante complexo, por essa razão é impor-
tante ler as obras de Dostoiévski para ampliar a com-
preensão sobre esse conceito. Fiódor Dostoiévski 
(1821-1881), escritor russo que exerceu grande 
influência na filosofia moderna; foi autor de livros 
como “Os irmãos Karamázov”, “Crime e Castigo”, “O 
Idiota”, dentre outros. Para conhecer mais visite o 
site e-biografia, anotado nas referências.
Conforme Koch, “o dialogismo é constitutivo da lin-
guagem: A palavra é o produto da relação recíproca 
entre falante e ouvinte, emissor e receptor” (KOCH, 
2011, p.64). É dialógico porque estabelece uma 
conversa entre quem fala e quem ouve. Ao que ela 
acrescenta: “Cada palavra expressa o ‘um’ em rela-
ção com o outro”. (KOCH, 2011, p.64). Palavras são 
elementos mediadores do um e do outro. “Eu me dou 
verbal a partir do ponto de vista da comunidade a 
que pertenço. O Eu se constrói constituindo o Eu do 
Outro e por ele é constituído”. (KOCH, 2011, p.64).
Pensemos juntos, estamos redigindo este material 
para alunos de Letras, certo? Você observou que 
foram mencionados Bakhtin, Koch, Fiorin, Machado, 
10
Soares e outros? Isso responde: ‘Eu me dou verbal’ 
[...] e o ‘Eu e o Outro’.
 Imaginem o texto como uma teia de relações que 
são construídas pelo eu e pelo autor. O texto só tem 
existência a partir do momento em que o leitor come-
ça a ler. Se ninguém lê são apenas palavras, ideias 
assentadas. Agora vejam as relações ‘Eu / Eu do 
Outro’ x ‘Eu do Outro / Eu’, isto é, nessas relações 
constitui-se e é constituído. Nesse momento, você 
está sendo constituído por quem? É o seu ‘Eu” sendo 
constituído pelo “Eu do outro”. Esse eu do outro é o 
autor do material didático que está sendo constituído 
pelos autores, exemplo Koch. Que foi constituída por 
Bakhtin que foi constituído por Aristóteles e assim 
por diante – é uma teia em que, ao mesmo tempo, 
em que afetamos somos afetados. São os vários 
“Eus” que nos constituem e que constituímos – a 
ideia de polifonia.
Sabemos que foram escritos vários “Eus”, mas nesse 
caso não é possível colocar sinônimos, pois haverá 
prejuízo do sentido. 
 Pausa para uma ‘conversinha’? Está acompanhan-
do? Há um termo muito usado entre os acadêmi-
cos “escavar” a questão. Tudo pode ser escavado 
e aprofundado e é essencial buscar complexidade, 
mas, concordam que precisa uma maturidade inte-
lectual para avançar? Assim, paramos por aqui, mas 
deixamos uma caixa de diálogo para você pesquisar 
futuramente.
11
Fique atento
“Ducrot explica que há dois tipos de polifonia, 
quando, no mesmo enunciado, se tem mais de 
um locutor – correspondendo neste caso ao que 
denominei intertextualidade explícita (discurso 
relatado, citações, referências, argumentação 
por autoridade, etc.); quando, no mesmo enun-
ciado há mais de um enunciador, recobrindo, em 
parte, a intertextualidade implícita sendo, porém 
mais ampla: basta que se representem, no mes-
mo enunciado perspectivas diferentes, sem a ne-
cessidade de utilizar textos efetivamente existen-
tes.” (DUCROT apud KOCH, 2011, p.65)
Vamos discutir um pouco sobre dialogismo? 
Dialogismo�
Em todo discurso, temos o escritor/falante ou o lei-
tor/ouvinte, essas pessoas, para interagir, precisam 
compreender o que está sendo dito, mas esse pro-
cesso não é tão simples como aparenta, pois cada 
um de nós temos experiências diferentes – lembram 
da leitura de mundo? Significamos e ressignifica-
mos os discursos mediados por diferentes variáveis: 
culturais, sociais, políticas, econômicas e inclusive 
emocionais.
Feito esse preâmbulo, o mais importante é saber 
que só há comunicação se houver compreensão. 
12
Esse é o indicador de interação, de participação no 
diálogo – e isso implica em se posicionar em relação 
às várias questões que nos circundam.
Não necessariamente esse diálogo precisa ser es-
tabelecido por vias diretas: pessoa-pessoa. Neste 
momento, estamos dialogando por meio desse texto 
e “isso quer dizer que a leitura de uma obra é social, 
mas também singular”. (FIORIN, 2016, p. 8).
Figura 2: Social x Singular
Os termos ‘social x singular’ representam, nesse 
contexto, que, ao mesmo tempo em que esse ma-
terial sobre gêneros e letramentos é compartilhado, 
porque estabelecemos uma relação, um diálogo 
“uma vez que a compreensão não se dá sem que 
entremos numa situação de comunicação, e ainda 
com outros textos sobre a mesma questão” (FIORIN, 
2016, p.8); a leitura, que você está fazendo é sin-
gular, já que “como leitor, participa desse diálogo 
13
mobilizando aquilo que leu e dando a todo esse 
material uma resposta ativa [...]” (FIORIN, 2016, p.9).
Portanto, as relações dialógicas se estabelecem no 
contato do eu e do outro e do outro e do eu, assim, 
polifonia e dialogismo são conceitos indissociáveis. 
E o que é intertextualidade?
Vamos ver?
Intertextualidade� 
Essa comunicação com outros textos sobre a mesma 
questão são relações intertextuais. Para entender um 
pouco mais sobre esse conceito, vide quadro abaixo:
Fique atento
Intertextualidade “é introduzido como pertencen-
te ao universo bakhtiniano por Julia Kristeva, em 
sua apresentação de Bakhtin na França, publica-
da em 1967, na revista Critique. A semioticista diz 
que, para o filósofo russo, o discurso literário não 
é um ponto, um sentido fixo, mas um cruzamento 
de superfícies textuais, um diálogo de várias es-
crituras, um cruzamento de citações. Como ela 
vai chamar texto o que Bakhtin denomina enun-
ciado, ela acaba por designar intertextualidade 
a noção de dialogismo” (FIORIN, 2016, p.57). 
Importante observar que o termo intertextualida-
de não consta na obra de Bakthin, mas Kristeva 
faz referência ao universo em que ela se baseou.
14
Fiorin (2016) menciona Roland Barthes, que difundirá 
esse conceito passando a denominar qualquer rela-
ção dialógica como intertextualidade. Na perspectiva 
de Fiorin, esse entendimento é equivocado, já que 
Bakhtin traça “[...] distinção entre texto e enunciado” 
(FIORIN, 2016, p.57).
Ao longo do curso, você vai observar que o aspecto 
semântico é bastante debatido entre os teóricos. É 
importante que você anote essas peculiaridades, 
que parecem detalhes, mas que são significativas 
do ponto de vista conceitual e linguístico. Não se 
trata de definir uma palavra, a compreensão que de-
vemos ter é mais ampla: trata-se de conceitos que, 
pela sutileza, podem conduzir os pensadores mais 
experientes a equívocos. 
Fiorin embasa as relações de diálogo, partindo do 
pressuposto de que “se há uma distinção entre dis-
curso e texto, poderíamos dizer que há relações 
dialógicas entre enunciados e entre textos”. Nessa 
direção, para ele há uma distinção entre intertextu-
alidade e interdiscursividade; “quando um texto não 
mostra, no seu fio, o discurso do outro, não há inter-
textualidade, mas há interdiscursividade” (FIORIN, 
2016, p. 58). 
Vamos comparar dois trechos para melhor entendi-
mento de intertextualidade: 
15
No trecho do poema “Canção do Exílio”, de 
Gonçalves Dias, temos: “Nosso céu tem mais 
estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.” 
No hino nacional, 2ª estrofe da parte II:
“Do que a terra, mais garrida. Teus risonhos, 
lindos campos têm mais flores 
Nossos bosques têm mais vida 
Nossa vida no teu seio mais amores”
Podemos perceber nesses trechos que um texto 
mostra no seu fio o discurso do outro, fazendo-nos 
concluir que há intertextualidade. É importante 
mencionar também que há outras distinções e 
concepções para Fiorin (2016), como intratextu-
alidade; conceito cujo tratamento se dá no âm-
bito da materialidade e da existência autônoma, 
como nos casos de paródia e estilização, porém, 
independentemente dessas distinções, tanto um 
como o outro representam a relação entre textos, 
o dialogismo, pois: 
16
A orientação dialógicaé naturalmente um fe-
nômeno próprio a todo discurso, trata-se da 
orientação natural de qualquer discurso vivo. 
Em todos os seus caminhos até o objeto, em 
todas as direções, o discurso se encontra com 
o discurso de outrem e não pode deixar de 
participar, com ele, de uma interação viva e 
tensa. (BAKTHIN, 1988:88 apud FIORIN, 2016, 
p.21).
Nessa relação dialógica entre textos, Koch e Elias 
(2012, p.114) elucidam que os gêneros podem assu-
mir a forma de outro gênero, com base na finalidade 
da comunicação. A esse fenômeno dá-se o nome de 
hibridização ou intertextualidade intergêneros. Veja 
o exemplo abaixo:
17
Figura 3: Criação Fam Online
A primeira observação é a de que se trata do gênero 
“história em quadrinho”, mas observe a proposta: 
alertar os consumidores sobre o risco do cigarro. 
E preste atenção ao uso de verbos. Modo impera-
tivo: fume, faça, liberte-se; E por último veja que há 
18
um anunciante. Quando você observa todos esses 
elementos juntos, sabe que se trata de um anúncio 
publicitário, mas o estranhamento se dá porque é 
apresentado em uma estrutura que se parece com a 
história em quadrinhos. Esse é o entendimento sobre 
intertextualidade intergêneros. Usa-se gêneros com 
funções diferentes para criar um efeito comunicacio-
nal que chame a atenção e enriqueça a campanha. 
19
POLIFONIA VERSUS 
INTERTEXTUALIDADE 
Koch chama a atenção para o fato de que, “em ou-
tras palavras, não há intertextualidade sem polifonia, 
mas o contrário não é verdadeiro”. Você se lembra 
do que é discurso indireto livre? A fala do narrador 
invade a da personagem. “O discurso indireto livre” 
constitui também um caso interessante de polifonia. 
Nele, mesclam-se as vozes de dois enunciadores na 
narrativa, personagem (E1) e narrador (E2). Daí de-
riva a ambiguidade desse tipo de discurso, isto, é a 
dificuldade de distinguir o ponto de vista (perspectiva 
de onde se fala). (KOCH, 2011, p 73).
Podcast 1 
Na intertextualidade, observamos que a “alteridade 
é necessariamente atestada pela presença de um 
intertexto” (KOCH, 2011, p. 74). Lembra-se dos dois 
textos exaltando a terra? Eles estabelecem um diálo-
go. Alteridade, linhas gerais, significa o que é distinto, 
é o Outro. Emmanuel Lévinas foi um filósofo lituano 
que estudou a complexidade do termo “alteridade”.
Saiba mais
No artigo “A concepção de alteridade em Lévinas: 
Caminhos para uma Formação mais Humana no 
Mundo Contemporâneo”, os autores Costa e Ca-
20
https://famonline.instructure.com/files/43017/download?download_frd=1
etano discutem o conceito de “Alteridade e suas 
implicações para a formação humana no mundo 
contemporâneo a partir da obra Humanismo do 
outro homem de Emmanuel Lévinas. A filosofia 
levinasiana é marcada por duas fases: na primei-
ra sua preocupação é com a tradução e obser-
vação da fenomenologia; logo após amadurece 
seus conceitos trazendo para tradição filosófica 
uma nova forma de pensar a filosofia a partir 
da ética da Alteridade, como filosofia primeira”. 
(COSTA, J. X. S; CAETANO, R. F., 2014, p.195)
A intertextualidade ocorre também em situações de 
comunicação oral, trata-se de “textos anteriormente 
produzidos – provérbios, frases feitas, expressões 
estereotipadas ou formulaicas, de autoria anônima, 
mas que fazem parte de um repertório partilhado 
por uma comunidade de fala” (KOCH, 2011, p.75). 
Exemplo: “Vamos ler este texto agora, afinal nunca 
deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”. Aqui 
é inserido, nesta frase, um trecho de um provérbio. 
Vamos analisar um exemplo ligado a estereótipo 
em relação a mulheres: No trânsito: “Só podia ser 
mulher – vai pilotar o fogão”. A nossa fala cotidiana 
é marcada por vários momentos em que fazemos 
menção a outros textos, sejam eles provérbios, tre-
chos de músicas, pensamento de teóricos, discurso 
do senso comum, etc.
Pelo que discutimos, é possível depreender que, na 
intertextualidade, há a ocorrência do fenômeno “po-
lifonia” e nas palavras de Koch: “[...] todo caso de 
21
intertextualidade é um caso de polifonia, não sendo, 
porém, verdadeira e recíproca: há casos de polifonia 
que não podem ser vistos como manifestações de in-
tertextualidade”. Em outras palavras, não há polifonia 
sem intertextualidade, mas o contrário não é verda-
deiro. Enfim, polifonia, dialogismo e intertextualidade 
são conceitos fundamentais para compreensão dos 
textos, os quais são formados pelas várias vozes do 
discurso e que ajudarão a entender as implicações 
dos gêneros textuais.
Pudemos compreender essa teia de saberes pela 
lupa de Bakhtin, Brait, Koch, Fiorin, Machado e Soares, 
e todos sabemos que a língua é viva e em seu uso 
real se estabelece por meio de relações dialógicas, 
polifônicas e intertextuais. 
Na sequência, trataremos sobre gêneros e os aspec-
tos discursivos-interacionistas.
22
CONCEPÇÕES DE 
GÊNEROS
Os gêneros tradicionalmente eram situados no do-
mínio da literatura. Então, falávamos sobre conto, 
crônica, fábula. As análises desses gêneros eram 
feitas com base em sua estrutura composicional e 
pareciam não ter uma relação direta com a experi-
ência social dos falantes.
Por meio das pesquisas e constructos teóricos de 
Bakthin, passou-se a compreender os enredamentos 
dos gêneros. “Tradicionalmente utilizada no domí-
nio da retórica e da literatura, essa noção encon-
trou, provavelmente pela primeira vez, uma exten-
são considerável na obra de Bakhtin (1953-1979), à 
qual se referem inúmeros autores contemporâneos” 
(SCHNEWLY, 2004, p.25).
A compreensão sobre gêneros, além do domínio re-
tórico e literário (SCHNEWLY, 2004, p.25), encontra 
eco na obra de Bakhtin que tratará a respeito de cada 
esfera de troca social, dos elementos como conteú-
do temático, estilo, composição e a necessidade da 
temática, dos participantes, das intenções comunica-
tivas e da esfera de atuação para seleção do gênero. 
Schnewly (2004) aclara o conceito de gênero como 
instrumento, traçando três elementos centrais nessa 
definição: 
23
1� Gênero escolhido por determinado número de 
parâmetros: finalidade, destinatários, conteúdo, ou 
seja, “há uma elaboração de uma base de orientação 
para uma ação discursiva” (SCHNEWLY, 2004, p.26). 
Essa definição mostra que a escolha de gênero não 
é e não pode ser aleatória: é preciso levar em con-
sideração esses aspectos para que haja uma ação 
discursiva. 
2� A esfera de troca, a qual definirá as possibilida-
des de gêneros em função do lugar social em que a 
esfera se situa. 
3� A flexibilidade dos gêneros que “mesmo sendo 
‘mutáveis e flexíveis, [...] definem o que é dizível e 
(inversamente: o que deve ser dito define a escolha 
de um gênero). (SCHNEWLY, 2004, p.26)
Então, o gênero define o que deve ser dito? E o que 
deve ser dito define a escolha do gênero? Parece 
confuso? Recorramos à Bakhtin para responder: “Se 
não existissem os gêneros do discurso e se não os 
dominássemos; se tivéssemos de criá-los pela pri-
meira vez no processo da fala; se tivéssemos de 
construir cada um de nossos enunciados, a comu-
nicação verbal seria quase impossível” (BAKTHIN, 
1979, p.29 apud SCHNEWLY, 2004, p.27). De fato, 
seria quase impossível, já que gêneros e fala estão 
intrinsecamente relacionados.
Agora que já avançamos um pouco mais, vamos 
conversar sobre gêneros e desenvolvimento da lin-
guagem. Schnewly (2004) estabelece distinção en-
tre gêneros primários e secundários com base em 
24
circunstância de comunicação verbal espontânea x 
cultural.
Cotejando o autor, em relação a essas definições, 
primário x secundário, Medeiros e Tomasi afirmam.
Enquanto os gêneros primários têm relação 
direta com a situação em que são produzidos 
e funcionam em situações espontâneas de 
comunicação cotidiana; os secundários são 
resultado de circunstância de troca cultural 
e pertencem a situações culturais mais com-
plexas, que tendem a explorar e a recuperar 
discursos primários e exigem, para seu do-
mínio, aprendizagem (MEDEIROS; TOMASI, 
2017, p.3).
Os gêneros primários têm baixacomplexidade, já que 
permeiam nosso cotidiano, vêm das conversas que 
temos com nossos familiares, amigos, vizinhos, co-
legas de trabalho, são os bilhetes, as mensagens de 
WhatsApp, etc. Os secundários são mais complexos 
e estruturados; são e-mails comerciais, artigos, rela-
tórios científicos, trabalhos acadêmicos, romances, 
contos, crônicas, fábulas etc. 
Os gêneros textuais existem em função dos aspec-
tos sociais e das esferas sociais de atividade. Esses 
usos não são isolados, dependem da compreensão 
do outro para que haja interação. Medeiros & Tomasi 
explicam que “A abordagem bakhtiniana, também 
conhecida como abordagem sociodialógica ou so-
25
ciodiscursiva, entendem a constituição e o funcio-
namento em sua relação com a situação social de 
interação e a esfera social de atividade” (MEDEIROS; 
TOMASI, 2017, p. 2). Ao considerarmos que os gê-
neros integram a nossa sociedade, seria, no mínimo 
estranho ter que ensinar e aprender sobre eles. Mas 
sabemos que não é bem assim.
Além de Bakhtin, outros teóricos se debruçaram na 
pesquisa sobre interacionismo presente nos gêneros 
e, dentre eles, Medeiros menciona Bronckart, que 
tratava dos gêneros com uma abordagem socioco-
municativa da linguagem:
O interacionismo sociodiscursivo vê a con-
duta humana como produto de socialização. 
Nossos resultados seriam o resultado da apro-
priação de propriedades da atividade social 
mediada pela linguagem: as ações humanas 
têm significado numa interação quando há 
apropriação dos gêneros. O falante só inte-
rage se domina o gênero. O interacionismo 
sociodiscursivo considera que é por meio da 
linguagem que o homem transforma o meio. 
(MEDEIROS, 2017, p.27)
Os gêneros se situam em um ambiente sociocomuni-
cativo mediados pela linguagem, mas, para que isso 
ocorra, o falante precisa dominar o gênero. Sem esse 
domínio, o indivíduo tem uma apropriação parcial. Daí 
compreender a essencialidade dessa pesquisa e es-
tudo, já que gênero alcança o status da nossa própria 
26
inserção no mundo social, pois é pela linguagem que 
o homem transforma o meio e é por intermédio dela 
que se dá o uso do gênero. Vamos pensar em uma 
metáfora para você compreender melhor?
Imagine que você é um gênero textual. Como gêne-
ro, você vai transitar pelos espaços sociais. Hoje à 
noite, você vai a um jantar de confraternização em 
um buffet muito chique, no qual estarão os direto-
res da empresa em que trabalha e, olha a surpresa: 
você foi escolhido(a) para fazer a abertura da festa. 
Primeiramente, vamos pensar no vestuário. Sendo 
você mulher: Vai de chinelo? Moletom? Camiseta? 
Claro que não, você fará os ajustes – usará um con-
junto social ou um vestido tubinho preto com alguns 
acessórios um pouco mais chamativos por ser noi-
te. Fará uma maquiagem marcante, sem exageros. 
Usará salto fino, etc. No momento da abertura, você 
vai dizer: Gente, vamos aproveitar a festa. Beleza? No 
dia seguinte você será demitido(a). Para que isso não 
ocorra, será necessário fazer os ajustes; usar uma 
linguagem mais formal e um discurso mais detalha-
do, mencionando, por exemplo, os índices de venda, 
avanços do ano, etc., dependerá do contexto. 
Vamos associar com um gênero que precisaria ter 
todo esse requinte acima? Uma dissertação de mes-
trado: ela se revestirá com a melhor roupa, produ-
zindo capítulos com uma consistente base teórica, 
utilizará os acessórios como as normas ABNT para 
que tudo fique perfeito, além disso, utilizará palavras 
opulentas, rebuscadas e eloquentes.
27
Voltando à exemplificação do vestuário; no outro dia, 
você acorda cedo e vai à praia. Usará o vestido tubi-
nho? Não! Vai preferir um vestido soltinho de algodão 
ou malha e, por baixo, o maiô ou biquíni. Chegando ao 
‘quiosque da caipirinha’, você utilizará uma linguagem 
formal e fará um longo discurso? Lembre-se: você 
ainda nem bebeu. Você vai simplesmente usar uma 
linguagem mais informal e concisa.
Novamente, vamos associar com um gênero que 
terá essas características, uma receita, pode ser de 
caipirinha. Qual vocabulário e estrutura? Será utiliza-
do um nível menos formal e precisará ter precisão e 
concisão, caso contrário o preparo ficará inadequado.
Assim são os gêneros, eles trafegam pelos diferentes 
espaços e, cada vez que vão a um lugar novo, preci-
sam se ajustar tanto na forma como no conteúdo. 
Também é importante observar o contexto, os enun-
ciados, os falantes, os receptores e assim por diante.
Em relação à ação de linguagem, ela é entendida 
por Medeiros como “um conjunto de operações de 
linguagem cujo resultado é o texto. [...] As operações 
não são lineares, sucedendo uma ordem rígida uma à 
outra, mas estão em interação”. (MEDEIROS, 2017, p. 
27). E, para o autor, as operações envolvem algumas 
condições:
28
Figura 4: Condições das operações de linguagens
O texto, os gêneros, assim como na metáfora do ves-
tuário, devem ser situados, considerando todos esses 
aspectos que não se limitam meramente ao conteú-
do, produtor e destinatário; não se pode compreender 
o espaço e tempo sem considerar que somos seres 
29
sócio-históricos. Para melhor entendimento, leia o 
recorte do poema As três graças, de Drummond:
Um doutor em estética do corpo, ao visitar o 
Museu do Prado, em Madri, achou que as Três 
Graças, de Rubens, sofriam de celulite, mais 
acentuada na Graça do centro. Procurou o 
diretor do museu e sugeriu-lhe que o quadro 
fosse submetido a um tratamento especial, de 
modo a ajustar os nus femininos aos cânones 
de beleza e higidez que hoje cultuamos. O dire-
tor ouviu-o polidamente e responder que nada 
havia a fazer, pois as obras-primas do passado 
são intocáveis, salvo quando acidente ou aten-
tado tornam imperativa a restauração. Além 
do mais, pode ser que no século XVII o que 
hoje chamamos de celulite fosse uma graça 
suplementar [...]. (ANDRADE, 2012, p.56).
O doutor em estética analisa a obra com o olhar atual, 
desconsiderando os moldes da época. No Barroco, 
época em que Peter Paul Rubens retratou ‘as três gra-
ças’, o padrão era o sobrepeso; a robustez indicava 
saúde e aptidão para maternidade. Fechando a ideia 
de espaço e tempo; todas as vezes em que você for 
ler um gênero textual, é preciso se perguntar onde 
e em qual época ele foi escrito, caso contrário, não 
fará nenhum sentido.
Em relação a lugar social: interação e circulação, 
por exemplo, um artigo de opinião em um jornal re-
nomado deve considerar o público-alvo, o nível de 
30
instrução dos leitores, assim como os papéis sociais 
tanto do emissor como do receptor. Mesmo sendo 
gênero artigo de opinião, o papel social do autor é 
o de jornalista e o receptor é o de leitor crítico, que 
não sucumbe passivamente à opinião do outro, mas 
a coteja, compara com os demais, contrapõe antes 
de formar a própria. 
O efeito que o destinador objetiva produzir no desti-
natário são as intenções. A propaganda é um bom 
exemplo de gêneros focados em efeitos. Muitas ve-
zes, no discurso o implícito – aquilo que está suben-
tendido, mas não é claramente exposto – tem uma 
função impactante na linguagem.
Vamos analisar as ideias acima, agora sob a ótica de 
Bakhtin? Muito bem, ele explica sobre os conteúdos; 
a estrutura; as configurações específicas. Quanto 
ao primeiro, ele afirma que os conteúdos se tornam 
“dizíveis pelo gênero (conversa, carta, palestra, entre-
vista, resumo, notícia...) e não por frases ou orações.” 
Nessa direção, somente tem status de conteúdo as 
frases ou orações quando inseridas dentro de um 
contexto maior de gênero como no caso, a palestra, 
entrevista, conversa, etc. Em relação à estrutura, ela 
é classificada como narrativa, argumentativa, etc. 
O último item, as configurações e linguagem são o 
estilo:
[...] os traços da posição enunciativa do lo-
cutor e os conjuntos de sequências textuais 
e de tipos discursivos que constituem a es-
trutura genérica (por exemplo, construir um 
31
texto instrucional – ensinar a jogar xadrez – é 
diferente de construir um texto argumentativo– defender o jogo de xadrez como atividade 
importante para o desenvolvimento mental. 
(COSTA, 2014, p. 21)
Nessa referência, o texto instrucional cujo objetivo, 
no exemplo dado, é explicar as etapas para que a 
pessoa consiga aprender a jogar xadrez tem uma 
intenção diferente do texto argumentativo cujo foco, 
seguindo essa mesma base, seria o de apontar por 
meio de argumentos a importância de se aprender a 
jogar, portanto, os objetivos do texto ajudam a definir 
o estilo. 
Além dessas abordagens, ele também trata sobre 
o domínio discursivo, estabelecendo distinção de 
diversidade discursiva, gênero e dimensão textual – 
elementos que retomaremos oportunamente.
São tratados aspectos do lugar social da interação 
(sociedade, instituição, esfera cultural, tempo histó-
rico) lugares sociais dos interlocutores ou enuncia-
dores (relações hierárquicas, relações interpessoais, 
relações de poder e dominação, etc.) e finalidades 
da interação (intenção comunicativa do enunciado).
Em síntese, os dois autores estabelecem pontos 
em comum cuja estrutura se ampara nos aspectos 
discursivos do gênero, afinal, a linguagem é uma 
atividade que demanda interações: 
32
Bronckart, como já explicado, adota o interacionismo 
sociodiscursivo de Bakhtin. “Os textos seriam produ-
to da atividade humana e estariam articulados aos 
interesses e condições de funcionamento das mais 
diversas formações sociais” (MEDEIROS, 2017, p.27).
O interacionismo constitutivo dos gêneros situa-se 
nas várias esferas de circulação. Como dito, Bakhtin 
apresenta gêneros como necessidade de expressão 
e comunicação entre as pessoas em suas atividades 
e “apesar de os gêneros do discurso estarem sujeitos 
a serem padronizados, justamente para identificar um 
determinado grupo social, eles podem ser transfor-
mados ou até dar lugar a novos gêneros, conforme 
o tempo ou o contexto” (HALMENSCHLAGER, 2015, 
p. 64). 
A autora menciona como exemplo o discurso pe-
dagógico da década de 50 e década de 80. Ao que 
aproveitamos para lembrar a criança de várias legis-
lações, decretos, estatutos, exatamente pela razão de 
as concepções sobre as questões sofrerem alteração 
ao longo do tempo. A autora acrescenta que “a partir 
dessas ideias, chega-se então, aos gêneros textuais 
que podem se repetir nos mais diversos gêneros 
de discurso”. (HALMENSCHLAGER, 2015, p. 64). 
Importante aclarar nossa discussão, apresentando 
a que gêneros textuais Bakhtin denominou gêneros 
discursivos. Consideramos que agora começa a fa-
zer mais sentido para você porque tratamos sobre 
a abordagem do discurso primeiro. Discurso e texto 
se imbricam em uma relação mútua. 
33
Koche explica que os gêneros textuais, na concepção 
de Bronckart (1999), constituem ações de linguagem 
que requerem do produtor uma série de decisões. 
A primeira é a escolha que deve ser feita a partir 
do rol de gêneros existentes, ou seja, ele optará por 
aquele que lhe parecer mais adequado ao contexto 
e a intenção comunicativa; a segunda decisão é a 
aplicação na qual o produto poderá acrescentar ao 
gênero escolhido ou recriá-lo. (KOCHE, 2014, p.12).
Na ação da linguagem, toda manifestação verbal 
ocorrerá por intermédio de algum gênero; é importan-
te observar que verbal significa oral e escrita. Vamos 
entender um pouco mais sobre isso no quadro abai-
xo, antes de seguirmos nosso diálogo.
Fique atento
Linguagem verbal é uso da escrita ou 
da fala como meio de comunicação. 
Linguagem não-verbal é o uso de imagens, figu-
ras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, pos-
tura corporal, pintura, música, mímica, escultura e 
gestos como meio de comunicação. A linguagem 
não-verbal pode ser até percebida nos animais, 
quando um cachorro balança a cauda, quer dizer 
que está feliz ou coloca a cauda entre as pernas, 
medo, tristeza.
INFOESCOLA. Disponível em: https://www.infoes-
cola.com/comunicacao/linguagem-verbal-e-nao-
-verbal. Acesso em: 13 jan.2019.
34
https://www.infoescola.com/artes/mimica/
https://www.infoescola.com/comunicacao/linguagem-verbal-e-nao-verbal/
https://www.infoescola.com/comunicacao/linguagem-verbal-e-nao-verbal/
https://www.infoescola.com/comunicacao/linguagem-verbal-e-nao-verbal/
Podcast 2 
Os gêneros textuais, os quais podem ser repetidos 
nos mais diferentes gêneros do discurso, ocorrem no 
âmbito do verbal, por essa razão Marcuschi explica:
É impossível não se comunicar verbalmente 
por algum gênero, assim como é impossível 
não se comunicar verbalmente por um texto. 
Isso porque toda a manifestação verbal se 
dá sempre por meio de textos realizados em 
algum gênero textual. Daí a centralidade da 
noção de gênero textual no trato sociointerati-
vo da produção linguística. Em consequência, 
estamos submetidos a tal variedade de gêne-
ros textuais, a ponto de sua identificação pa-
recer difusa e aberta, sendo eles inúmeros, tal 
como lembra Bakhtin (1979), mas não infinitos 
(MARCUSCHI, 2008, p.154 apud MEDEIROS, 
2017, p. 29).
Os gêneros são inúmeros, mas não infinitos. Em 
uma perspectiva pragmática, os falantes dispõem 
das formas da língua que são a seleção vocabular, 
a estrutura das sentenças, os aspectos gramaticais 
e das formas dos enunciados que são a estrutura 
composicional. Esses elementos serão aprofunda-
dos oportunamente, mas vejamos a citação para 
continuarmos a compor o entendimento:
35
https://famonline.instructure.com/files/43018/download?download_frd=1
O falante disporia, então, além das formas 
da língua (= recursos linguísticos, lexicais, 
fraseológicos, gramaticais...), das formas 
dos enunciados (=construção/estruturação 
composicional de gênero: narração, relato, 
argumentação, explicação na comunicação 
discursiva do conteúdo cujos sentidos deter-
minam as escolhas que o sujeito concretiza 
a partir do conhecimento empírico que tem 
dos gêneros à sua disposição (por exemplo, 
conversa, carta, palestra, entrevista, resumo, 
notícia...). (COSTA, 2014, p.22)
Esse conhecimento empírico se dá por intermédio 
dos conceitos abordados no tópico anterior: pela al-
fabetização, pelo ler e escrever, pela leitura de mundo 
e pelo letramento. São essas bases empíricas que 
propiciam ao indivíduo redigir uma carta nos vários 
níveis de estrutura e linguagem os quais o gênero 
requer, que ajuda o estudante universitário a fazer 
os resumos dos diferentes conteúdos e assim por 
diante. 
Letramento e gêneros textuais ocorrem em um pro-
cesso simultâneo: são elementos ativos da nossa 
cultura; ao mesmo tempo em que o indivíduo está 
sendo letrado, ele está assimilando e se aproprian-
do dos gêneros, expandindo-os, aplicando-os em 
contexto real de uso. E é sobre oralidade, escrita e 
letramento que conversaremos nesta última seção.
36
Gêneros orais, escritos e 
letramento�
Nesta seção, vamos recorrer às pesquisas de Luiz 
Antônio Marcuschi, com base no livro da Fala para a 
escuta, o qual indicamos para leitura. Sintetizando, o 
autor apresentará subsídios para compreensão das 
implicações entre fala e escrita, rompendo o paradig-
ma dicotômico oral x escrito, dando um tratamento 
de uso fundado nós próprios gêneros textuais coti-
dianos. Ele também propõe uma nova abordagem 
para trabalho em sala de aula. Vale a pena conferir!
Com esse preâmbulo, iniciamos nossa discussão 
sobre o tema. Todos sabemos sobre os prejulga-
mentos que ocorrem acerca ‘da fala e da escrita’; os 
questionamentos se centram nos erros gramaticais 
cometidos. Outro aspecto importante e, também, do 
nível do senso comum é a consideração do gênero 
escrito como superior, hegemônico ao da fala; isso 
se ainda forem considerados como tal. Há uma in-
clinação a lembrar dos escritos: artigo de opinião, 
receita, bilhete, crônica, conto, fábula.
Vamos refletir um pouco sobre isso: Artigo de opinião 
é escrito. E o debate? Não tem estrutura próxima? 
Não se situa em posicionar favorável ou contra de-
terminada questão com bases argumentativas con-
sistentes? E ao pensarmos na receita escrita? Na 
televisão, assistimos a vários programas que fazemuso da receita escrita, criando e recriando, com base 
nesta, outros gêneros de caráter oral. E o bilhete? 
37
Encontra seu contraponto no recado. Podemos tanto 
escrever um bilhete como deixar um recado oral. O 
WhatsApp apresenta essa flexibilidade de tráfego 
entre oral e escrito. E as crônicas, contos, fábulas? 
Quantas vezes nossas narrativas não são permeadas 
por esses, em que, parcial ou integralmente, trans-
formamos o escrito em oral, estabelecendo redes 
intertextuais.
Retomando o exemplo do bilhete/recado, deve-se 
observar que, quando os utilizamos, não pensamos 
em microestruturas como: local, data, destinatário, 
emitente, aspectos do conteúdo, etc.; o uso é social, 
escrevemos um bilhete ou damos um recado com o 
objetivo de expressar sentimentos, comunicar ações, 
fatos que compõem o nosso dia a dia, daí que todos 
esses eventos se concretizam pelo Letramento. Não 
nos preocupamos com esses detalhes porque eles 
já estão incorporados, portanto, não seria possível 
elaborar a estrutura do bilhete sem termos tido essa 
experiência cultural.
Hoje, é impossível investigar oralidade e le-
tramento sem uma referência direta ao papel 
dessas duas práticas na civilização contem-
porânea. De igual modo, já não se podem ob-
servar satisfatoriamente as semelhanças e 
diferenças entre fala e escrita (o contraponto 
formal das duas práticas acima nomeadas 
sem considerar a distribuição de seus usos 
na vida cotidiana). (MARCUSCHI, 2001, p.15)
38
O autor situa a observação inicial nos aspectos orais 
e de letramento, não só por estar tratando com mais 
ênfase sobre a fala, mas também por ser a fala an-
terior à escrita; de qualquer forma, ele estabelecerá 
uma ponte com a escrita. No momento, interessa-
-nos, sobretudo, que a citação culminará em uma 
abordagem sobre práticas sociais e de letramento 
“Mais do que uma simples mudança de perspectiva, 
isto representa a construção de um novo objeto de 
análise e uma nova concepção de língua e de texto, 
agora vistos como um conjunto de práticas sociais” 
(MARCUSCHI, 2001, p.15).
Esse novo objeto de análise se situa em torno do 
Letramento, conjuntos de práticas sociais que, fun-
dadas na língua e no texto, apresentam uma relação 
dinâmica, interativa de uso. Oralidade e escrita são 
instrumentos essenciais e podem ser vistos “como 
essencial à sobrevivência” (MARCUSCHI, 2001, p.16).
Importante também observar que não há uma hie-
rarquia da escrita, fala ou ao contrário. Em relação à 
escrita ela está em todos os espaços: independen-
temente de ser alfabetizado ou não, o indivíduo está 
imerso nessa cultura letrada
Até mesmo os analfabetos em sociedades 
com a escrita, estão sob a influência do que 
contemporaneamente, se convencionou cha-
mar de práticas de letramento, isto é um pro-
cesso histórico e social que não se confunde 
com a realidade representada pela alfabeti-
zação regular e institucional [...] deve-se ter 
39
imenso cuidado diante da tendência à esco-
larização do letramento. (MARCUSCHI, 2001, 
p.18)
De fato, essa escolarização é uma propensão insti-
tucional por algumas razões, como querer manter 
padrões enraizados, confundir alfabetização e letra-
mento, desvalorizar o aprendizado que ocorre em si-
tuações informais, fora do muro da escola, considerar 
que só a escola tem o poder de ensinar e até mesmo 
por haver um reducionismo em termos de entendi-
mento da evolução semântica dos termos implicados 
nessa discussão (e para finalizarmos) vamos citar 
uma breve distinção traçada por Marcuschi (2001, 
p.21) para esses três conceitos: O letramento é uma 
aprendizagem que ocorre em contextos informais; a 
alfabetização, historicamente ocorre na escola, mas 
saber ler e escrever pode ser aprendido em outros 
espaços. A escolarização é uma prática formal que 
tem na alfabetização uma de suas práticas. 
O autor (2001, p.25) também apresenta diferencia-
ção entre práticas sociais (oralidade/letramento) e 
modalidades de uso da língua (fala e escrita). 
Para ele, oralidade possui fins comunicativos “sob 
variadas formas ou gêneros textuais fundados na 
realidade sonora; ela vai desde uma realização mais 
informal à mais formal nos mais variados contextos 
de uso”. (MARCUSCHI, 2001, p.25). Voltemos ao bi-
lhete; escrever para a mãe e para o chefe perpassará 
do informal para o formal.
40
O letramento englobará situações mínimas de apro-
priação, inclusive, como as estabelecidas pelos anal-
fabetos “Letrado é o indivíduo que participa de forma 
significativa de eventos de letramento e não apenas 
aquele que faz uso formal da escrita” (MARCUSCHI, 
2001, p.25). Importante atentar ao fato de que, para 
ele, ‘Letrado’ vai além do uso formal da escrita, sendo 
necessária a participação ativa nos eventos.
Quanto à fala, essa é situada no plano da oralidade 
e “caracteriza-se pelo uso da língua na sua forma de 
sons sistematicamente articulados e significativos, 
bem como os aspectos prosódicos, envolvendo ainda 
uma série de recursos expressivos de outra ordem, 
tal como a gestualidade, os movimentos do corpo e 
a mímica” (MARCUSCHI, 2001, p.25). Nesse sentido, 
a fala não se restringe aos sons, mas o não-som ex-
presso pelos gestos, como franzir a testa, mostrando 
preocupação, algum movimento do corpo, expres-
sando descontração, alguma mímica, denotando 
desagrado em relação ao outro são representações 
da fala.
A escrita, que ele concebe como modalidade com-
plementar à fala, “pode manifestar-se do ponto de 
vista de sua tecnologia, por unidades alfabéticas 
(escrita alfabética), ideogramas (escrita ideográfi-
ca) ou unidades iconográficas [...]” (MARCUSCHI, 
2001, p.26). Daí podemos concluir que as imagens, 
fotos são atribuídas como escrita, haja vista serem 
iconográficas.
41
Naturalmente, esse é apenas o fio do novelo e po-
deríamos continuar essa conversa por horas, mas, 
como algumas questões são antes discutíveis a de-
finíveis, paramos aqui e, conforme indicado, você 
poderá se aprofundar nessa e outras questões lendo 
as referências.
No próximo tópico, conheceremos mais sobre a he-
terogeneidade linguística, abordando os domínios 
sociais e capacidades da linguagem; os níveis da 
linguagem e as esferas sociais de circulação.
42
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
O surgimento dos gêneros nos deu uma pista acerca 
de sua relação com a fala e o discurso e as esferas 
de domínios representativas de juízo. 
Adentrando pelas questões polifônicas, pudemos 
compreender as várias vozes que compõem nos-
sos atos de fala e escrita e sabemos que somos 
constituídos pelo eu e pelo outro, a quem também 
constituímos nessa relação dialógica de significação 
e ressignificação dos discursos mediados pelas va-
riáveis culturais, sociais, políticas, etc. 
A intertextualidade que, em linhas gerais, pertence 
ao universo relacional de diálogo entre dois textos, 
mostrou na interdiscursividade a ausência do fio do 
discurso do outro, assim como teve seu contraponto 
nas orientações dialógicas como fenômeno próprio 
a todo discurso.
Tratamos brevemente sobre hibridização ou intertex-
tualidade intergêneros para ajudá-lo a estruturar uma 
concepção de gêneros cuja estrutura e função não 
precisam necessariamente ser rígidos. Isso significa 
entender que a partir de um gênero são estabeleci-
dos outros tantos e variados, que sabemos serem 
inúmeros, mas repetindo: finitos. 
43
Entendemos também que intertextualidade não é 
âmbito da escrita, mas ocorre também em situações 
de oralidade. 
Estudamos gênero como instrumento e desenvol-
vimento da linguagem na perspectiva Bakhtiniana 
e ficamos centrados no questionamento: o gênero 
define o que deve ser dito ou o que deve ser dito 
define a escolha do gênero.
Por fim, estabelecemos uma ponte entre os gêneros 
e o letramento, previamente tratados, mas que pas-
saram a fazer mais sentido quando discutimos sobre 
práticas sociais: oralidade/letramento e modalidades 
de uso da língua: fala e escrita. 
44
Síntese
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SOARES. Angélica. Gêneros Literários. 7. ed. São 
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	INTRODUÇÃO
	GÊNEROS TEXTUAIS E DISCURSIVOS
	Origem dos gêneros
	Polifonia, Dialogismo e Intertextualidade. 
	Polifonia.
	Dialogismo.
	Intertextualidade. 
	Polifonia versus Intertextualidade 
	Concepções de gêneros
	Gêneros orais, escritos e letramento.
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Síntese
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