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APOSTILA FUNDASE-COMPLETA-III EDIÇÃO

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AGENTE SOCIOEDUCATIVO DO RN 
 
 
 
 
 
 
 
CONTÉM PROVAS ANTERIORES COM GABARITO 
 
 MOSSORÓ-RN-BRASIL-JUNHO 2021 
III EDIÇÃO 
DEUS É FIEL E JUSTO... 
 
 
 
 
PORTARIA Nº 250/2019-GP 
Natal, 18 de dezembro de 2019. 
 
O Presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio 
Grande do Norte - FUNDASE/RN, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo 
art. 4º, VI, da Lei Complementar nº. 614, de 05 de janeiro de 2018. 
 
CONSIDERANDO as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90; do 
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), Lei nº 12.594/2012; e, do Plano 
Nacional de Convivência Familiar e Comunitária. 
 
CONSIDERANDO a política empregada nas unidades de atendimento geridas pela FUNDASE, 
assim como a edição do Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo, 
 
CONSIDERANDO a descentralização político-administrativa e a regionalização do atendimento, 
 
CONSIDERANDO que a FUNDASE deve garantir a proteção integral dos direitos dos 
adolescentes; proporcionar o acesso às políticas sociais; garantir o pleno conhecimento do 
regulamento disciplinar e uniformizar procedimentos operacionais, 
 
D E T E R M I N A: 
 
Instituir, no âmbito da Fundação de Atendimento Socioeducativo - FUNDASE/RN, o Regimento 
Interno das Unidades de Atendimento ao Adolescente em cumprimento de medida 
socioeducativa de Internação e Semiliberdade, assim como a Internação Provisória. 
 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais 
 
Seção I 
Do Objetivo e Princípios do Atendimento Socioeducativo 
 
Art. 1º - A Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNDASE) tem por finalidade a 
execução da política de atendimento aos(às) socioeducandos acusados(as) ou 
autores(as) de ato infracional, com privação ou restrição de liberdade, atentando para a 
garantia de direitos, a responsabilização e a construção de projetos de vida, de acordo 
com as leis, normas e recomendações de âmbito nacional e estadual e dos 
compromissos internacionais dos direitos humanos. 
Art. 2º – O atendimento deverá garantir a proteção integral dos direitos dos(as) 
socioeducandos(as), por meio de um conjunto articulado de ações da União, do Estado e 
dos Municípios. 
Art. 3º – São princípios do atendimento socioeducativo: 
I. Respeito aos direitos humanos; 
II. Responsabilidade solidária entre a sociedade, o Estado e a família; 
III. Respeito à situação peculiar do(a) socioeducando(a), como pessoa em 
desenvolvimento; 
IV. Prioridade absoluta para o(a) socioeducando(a); 
V. Legalidade; 
VI. Respeito ao devido processo legal; 
VII. Excepcionalidade e brevidade; 
VIII. Respeito à incolumidade, integridade física e segurança; 
IX. Respeito às condições do(a) socioeducando(a) para o cumprimento da medida; 
X. Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; 
XI. Incompletude institucional; 
XII. Garantia de atendimento especializado ao(à) socioeducando(a) c o m 
deficiência; 
XIII. Municipalização do atendimento; 
XIV. Descentralização político-administrativa; 
XV. Gestão democrática e participativa; 
XVI. Mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos 
diversos segmentos da sociedade; 
XVII. Não discriminação do(a) socioeducando(a) em razão de sua etnia, religião, 
gênero, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou quaisquer outras 
formas de exclusão. 
 
Seção II 
Das Medidas Socioeducativas 
 
Art.4º – A medida socioeducativa tem por princípio a responsabilização do(a) 
socioeducando(a), através de ações de caráter pedagógico. 
Parágrafo único – Todos(as) os(as) trabalhadores(as) da unidade, aqui nomeados(as) 
socioeducadores(as), devem executar a ação socioeducativa com base no Projeto Político-
Pedagógico. 
Art. 5º – Constituem medidas socioeducativas, previstas no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, regulamentadas pelo SINASE e executadas pela FUNDASE: 
I. Medida socioeducativa de semiliberdade; 
II. Medida socioeducativa de Internação 
§ 1º – A medida de semiliberdade pode ser determinada desde o início, ou como forma 
de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas 
prioritariamente, independentemente de autorização judicial, conforme art. 120º do 
ECA. 
§ 2º – A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de 
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar do(a) socioeducando(a), 
como pessoa em desenvolvimento conforme arts. 121º e 122º do ECA. 
Art. 6º– A internação provisória consiste em uma medida cautelar, adotada para que se 
garanta a segurança pessoal do(a) adolescente, a manutenção da ordem pública e para 
que se proceda à apuração da acusação do ato infracional. 
Parágrafo Único - A internação provisória poderá ser efetuada pelo prazo máximo de quarenta 
e cinco dias, conforme o art. 108º, do ECA. 
Art. 7º – A FUNDASE é responsável pelo atendimento inicial, mediante as condições 
de excepcionalidade previstas no artigo 175º do ECA, a fim de permitir o acolhimento 
do(a) socioeducando(a) apreendido(a) em local apropriado à sua condição, enquanto se 
aguarda sua apresentação ao representante do Ministério Público, que deve ocorrer no 
prazo de até 24 horas. 
Art. 8º – A internação provisória e o atendimento inicial, para os fins deste Regimento 
Interno, regem-se pelos Projetos Político Pedagógicos dos Centros de Atendimento 
Socioeducando Provisório (CASEP). 
 
Seção III 
Das Unidades de Atendimento Socioeducativo 
 
Art. 9º – São unidades de atendimento da FUNDASE: 
I. CASEP: Centro de Atendimento Socioeducando Provisório, destinado ao(à) 
socioeducando(a) acusado de autoria de ato infracional (Atendimento inicial e 
Internação Provisória), conforme previstos nos artigos 108º e 175º do ECA. 
II. CASE: Centro de Atendimento Socioducativo – Atendimento ao socioeducando 
sentenciado à medida socioeducativa de internação, conforme previsto nos artigos 121º 
e 122º do ECA. 
III. CASEF: Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino - Atendimento à 
socioeducanda sentenciada à medida socioeducativa de internação, conforme previsto 
nos artigos 121º e 122º do ECA. 
IV. CASEMI: Centro de Atendimento Socioeducativo de Semiliberdade - Atendimento 
ao(à) socioeducando(a) sentenciado(a) à medida socioeducativa de semiliberdade, 
conforme previsto no artigo 120º do ECA. 
Art. 10º – As unidades de atendimento terão sua capacidade e características definidas 
em Portaria, que especificará a medida socioeducativa a ser executada, conforme 
sexo/gênero e faixa etária dos(a) socioeducandos(as) de 12 a 18 anos e 
excepcionalmente até os vinte um anos incompletos. 
Art. 11º – Caberá a cada unidade de atendimento apresentar, anualmente, o resultado da 
avaliação e possíveis sugestões de alteração do seu Projeto Político Pedagógico. 
 
Seção IV 
Da Estrutura Organizacional e da Definição das atribuições/ 
cargos das Unidades de Atendimento 
 
Art. 12º – A estrutura organizacional das Unidades de Atendimento compreende: 
I. Conselho Gestor; 
II. Gerência; 
III. Equipe Técnica Especializada; 
IV. Equipe de Agentes Socioeducativos(as); 
V. Equipe de Suporte Administrativo; 
VI. Conselho de Responsabilização Socioeducativa. 
 
Subseção I 
Do Conselho Gestor 
 
Art. 13º – O Conselho Gestor é órgão integrativo e facilitador do processo de decisão, 
planejamento e operacionalização de ações nas unidades de atendimento da FUNDASE. 
É composto pelosseguintes atores: 
I. Gerente; 
II. Subgerente Técnico; 
III. Subgerente Administrativo; 
IV.Representante dos(as) agentes socioeducativos(as) 
V. Representante da Família dos(as) socioeducandos(as); 
VI.Representante dos(as) socioeducandos(as). 
§ 1º - As unidades de internação e semiliberdade constituirão, obrigatoriamente, 
Conselho Gestor. 
§ 2º - As unidades de internação provisória constituirão Conselho Gestor, observadas as 
peculiaridades da unidade na composição do mesmo. 
 
Subseção II 
Da Gestão da unidade de atendimento socioeducativo 
 
Art. 14º – A gestão da Unidade de Atendimento Socioeducativo é composta por: 
I. Gerente de unidade; 
II. Subgerente Técnico de unidade; 
III. Subgerente Administrativo de unidade. 
 
Subseção III 
Da Equipe Técnica Especializada 
 
Art. 15º – Integram a Equipe Técnica Especializada das Unidades
 de Atendimento os(as) seguintes analistas socioeducativos(as): 
I. Assistente Social; 
II. Psicólogo(a); 
III. Pedagogo(a). 
 
Subseção IV 
Da Equipe de Agentes Socioeducativos 
 
Art. 16º – Os(as) trabalhadores(as) responsáveis por acompanhar diariamente as 
atividades pedagógicas desenvolvidas pelos(a) socioeducandos(a) na unidade de 
atendimento, bem como atividades externas (condução para oitivas, audiências, exames 
periciais, depoimentos em delegacias, transferências para outras unidades, 
desinternações e assistência médica), denominam-se agentes socioeducativos(as). 
 
Subseção V 
Da Equipe de Suporte Administrativo 
 
Art. 17º – A equipe de suporte administrativo é composta pelos(as) auxiliares de 
serviços diversos. 
Art 18º - As atribuições dos cargos encontram-se em consonância com a legislação que 
dispõe sobre Lei Orgânica e o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Quadro de 
Pessoal da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNDASE) e dá outras 
providências. 
 
Subseção VI 
Do Conselho de Responsabilização Socioeducativa (CRS) 
 
Art. 19º – O Conselho de Responsabilização Socioeducativa é uma ferramenta 
pedagógica, fundamentada nos princípios e diretrizes da Justiça Restaurativa e alinhada 
com o Projeto Político Pedagógico da unidade socioeducativa, regulamentada através de 
Portaria, destinada a conduzir processos de responsabilização disciplinar decorrentes de 
faltas de naturezas leve, média e grave. 
Parágrafo único - É assegurado ao(à) socioeducando(a) o direito a ampla defesa e ao 
contraditório. 
Art. 20º – O Conselho de Responsabilização Socioeducativa será formado por dois 
membros - efetivo e suplente – de cada uma das seguintes instâncias: 
I. Gerência da unidade; 
II. Equipe Técnica Especializada; 
III. Equipe de Agentes Socioeducativos(as). 
§ 1º – A representação dos(as) agentes socioeducativos(as) será a referência do plantão 
em que ocorreu o fato. 
§ 2º – A constiutição do Conselho de Responsabilização Socioeducativa será definida 
em função da situação disciplinar, registrada em ata pela Gerência da unidade, para 
posterior encaminhamento à Gerência de Atendimento Socioeducativo. 
§ 3º – O Conselho de Responsabilização Socioeducativa terá sua composição renovada 
anualmente. 
§ 4º – As decisões do Conselho de Responsabilização Socioeducativa deverão ser comunicadas 
ao(à) socioeducando(a) e sua família, bem como constarão de ata a ser disponibilizada às 
diferentes instâncias de gestão da unidade de atendimento socioeducativo. 
§ 5º – Toda decisão relativa às faltas disciplinares do(a) socioeducando(a) será tomada 
unicamente pelo Conselho de Responsabilização Socioeducativa da unidade. 
§ 6º – O membro do Conselho que estiver envolvido na falta disciplinar do(a) 
socioeducando(a) não poderá participar da reunião em que será discutida essa falta. 
 
Seção V 
Do Funcionamento das Unidades Socioeducativas 
 
Subseção I 
Do Funcionamento 
 
Art. 21º – A unidade socioeducativa funciona vinte e quatro horas por dia, de forma 
ininterrupta. 
Art. 22º – A autorização para a entrada na unidade de atendimento deve obedecer ao 
previsto no Manual de Segurança. 
Art. 23º – A ocorrência de fato que coloque em risco a rotina da unidade após o horário 
administrativo e na ausência da Gerência e da Equipe Técnica, deverá ser comunicada 
imediatamente à Gerência da unidade. 
Art. 24º – Aos sábados, domingos e feriados é prevista a presença do(a) gerente ou 
do(a) subgerente da unidade de atendimento. 
Art. 25º – O visitante deverá respeitar as normas de segurança estabelecidas no Manual 
de Segurança da FUNDASE. 
 
Subseção II 
Da Rotina das Unidades 
 
Art. 26º – Respeitadas as peculiaridades, a rotina das unidades compreende: 
I - Despertar: higiene pessoal e limpeza do alojamento; 
II - Saída e entrada dos alojamentos, de acordo com a dinâmica da unidade; 
III - Atividades pedagógicas, esportivas e atendimentos especializados; 
IV - Refeições; 
V - Atividades Diversas: TV e vídeo, jogos, som, entre outros. 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS, DEVERES 
 
Seção I 
Dos Direitos 
 
Art. 27º – São assegurados ao(à) socioeducando(a) todos os direitos fundamentais não 
atingidos pela sentença ou pela Lei, sem distinção de natureza racial, social, religiosa, 
política e de gênero. 
Art. 28º – São direitos do(a) socioeducando(a), dentre outros, os seguintes: 
I. Ser ouvido pessoalmente pelo representante do Ministério Público, podendo ser 
acompanhado pela Equipe Técnica de referência, se preferir; 
II. Peticionar diretamente a qualquer autoridade; 
III. Conversar reservadamente com o seu defensor; 
IV. Obter informação sobre a sua situação processual; 
V. Receber tratamento digno, sem discriminação, devendo ser chamado pelo nome; 
VI. Receber proteção contra qualquer forma de constrangimento; 
VII. Acessar as políticas de assistência básicas e especializadas, promovidas 
diretamente pela unidade ou pela rede de atendimento; 
VIII. Ser matriculado no ensino formal, de acordo com o nível em que se encontra; 
IX. Ter acesso à qualificação profissional, de acordo com suas habilidades e interesses, 
independente da medida que esteja cumprindo, conforme as metas acordadas no Plano 
Individual de Atendimento; 
X. Ter acesso à documentação necessária ao exercício de sua cidadania; 
XI. Receber visitas semanais, ou sair semanalmente para visita domiciliar, nos finais de 
semana, quando em cumprimento de medida de semiliberdade; 
XII. Receber visita íntima, conforme legislação e previsto no Projeto Político-
Pedagógico, disciplinado por este Regimento e pelo Manual de Segurança da 
FUNDASE; 
XIII. Corresponder-se com seus familiares; 
XIV. Ter acesso aos meios de comunicação social disponibilizados pela unidade; 
XV. Manter a posse de objetos pessoais, desde que autorizado pela direção da unidade, 
e dispor de local seguro para guardá-los; 
XVI. Ter garantida a entrega à famíia de comprovante da guarda de objetos pessoais 
pela unidade; 
XVII. Receber os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade, bem como 
os pertences que estiverem sob posse da unidade, quando do seu desligamento; 
XVIII. Solicitar às autoridades judiciais medida cautelar quando estiver em situação de 
risco, sendo-lhe assegurado espaço físico adequado para cumpri-la; 
XIX. Receber orientação quanto às regras de funcionamento da unidade e conhecer os 
diferentes documentos que norteiam o sistema socioeducativo na FUNDASE; 
XX. Participar, junto com seus familiares, da elaboração do seu Plano Individual de 
Atendimento e da avaliação da efetividade do mesmo; 
XXI.Ser representado no Conselho Gestor da Unidade, tanto por representante das 
famílias quanto dos(as) socioeducandos(as), observadas as peculiaridades do 
funcionamento do CASEP; 
XXII. Participar das reuniões do Conselho de Responsabilização Socioeducativa, com 
direito à voz, quando do seu envolvimento em falta disciplinar; 
XXIII. Receber material para a limpeza do seu alojamento e para sua higiene pessoal; 
XXIV. Ter a garantia do uso do nome social. Além disso, de não ser designado por 
apelidos depreciativos ou constrangedores; 
XXV. Ter sua família devidamente informada de todo e qualquer acontecimento em que 
esteja envolvido na unidade; 
XXVI. Ter resguardada sua integridade física e psicológica; 
XXVII. Ter acesso a alimentação em quantidade e qualidade suficiente; 
XXVIII. Ter garantido o cumprimento dos prazos das avaliações e dos relatórios sobre 
sua medida. 
 
Seção II 
Dos Deveres 
 
Art. 29º – Cumpre ao(à) socioeducando(a), além das obrigações legais inerentes ao seu 
estado, submeter-se às normas de execução das medidas socioeducativa e cautelar na 
unidade em que estiver situado. 
Art. 30º – Constituem deveres do(a) socioeducando(a): 
I. Tratar com solidariedade e respeito as autoridades, os servidores da unidade e 
os(as) demais socioeducandos(as); 
II. Conhecer e cumprir este Regimento Interno e as normas da unidade; 
III. Participar das atividades pedagógicas previstas na rotina de unidade; 
IV. Cumprir responsabilização socioeducativa definida pelo Conselho de 
Responsabilização Socioeducativa; 
V. Zelar pelos bens patrimoniais e materiais ao seu dispor na unidade; 
VI. Fazer a higiene pessoal e conservar limpo o seu alojamento; 
VII. Submeter-se à revista pessoal, do seu alojamento e dos seus pertences nos 
momentos definidos pela gerência da unidade, nas hipóteses estabelecidas neste 
Regimento Interno ou no Manual de Segurança Socioeducativa; 
VIII. Submeter à avaliação de segurança os objetos ou valores a que tiver acesso, 
oriundos do exterior da unidade; 
IX. Devolver os objetos fornecidos pela unidade e destinados ao seu uso particular, 
quando de seu desligamento; 
X. Atender à ordem de contagem dos(a) socioeducandos(a), respondendo ao sinal da 
autoridade competente para o controle da segurança e disciplina; 
XI. Submeter-se à avaliação inicial e continuada coordenada pela Equipe Técnica; 
XII. Usar a vestimenta autorizada pela unidade; 
XIII. Cumprir a rotina diária da unidade, obedecendo ao cronograma de todas as 
atividades. 
 
CAPÍTULO III 
DAS FASES DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO E DA MOVIMENTAÇÃO 
 
Seção I 
Das Fases do Atendimento Socioeducativo 
 
Subseção I 
Do Acolhimento e da adptação 
 
Art. – 31º A Admissão é etapa do Acolhimento, sendo o momento em que o(a) 
socioeducando(a) ingressa na Unidade de Atendimento Socioeducativo. 
Art. 32º - A admissão do(a) socioeducando(a) na unidade obedecerá às etapas previstas 
no PPP, bem como os termos deste Regimento Interno e do Manual de Segurança da 
FUNDASE. 
Art. 33º - A definição do alojamento ao qual o(a) socioeducando(a) será 
encaminhado(a) para cumprir a medida é antecedida por um processo de adaptação, 
durante o qual o(a) socioeducando(a) ocupará alojamento provisório, no caso de 
proporcionado pela estrutura arquitetonica da unidade e da proposta pedagógica. 
Art. 34º - A adaptação se constitui de momento necessário para proceder a avaliação 
dos aspectos indicados abaixo, tendo em vista a definição do alojamento onde o(a) 
socioeducando(a) cumprirá sua medida. 
I - Idade; 
II - Compleição física; 
III - Condição de saúde integral; 
IV - Condição LGBT; 
V - Histórico e complexidade do ato infracional; 
VI - Existência de rivalidades e desafetos. 
Art. 35º - A leitura e entrega ao(à) socioeducando(a) de documento contendo seus 
direitos e deveres deve ser feita pela equipe técnica e agentes socioeducativos, 
preferencialmente na forma de círculo de diálogo. 
§ 1º - Para participação no círculo de diálogo, deve o(a) socioeducando(a) encontrar- se 
em estado de lucidez e sobriedade. 
§ 2º O(a) socioeducando(a) assinará termo de responsabilidade relativo aos 
compromissos assumidos no Círculo de Diálogo, a ser incluído no seu prontuário. 
 
Subseção II 
Do Acolhimento e da Construção do Plano Individual de Atendimento 
 
Art 36º - O Plano Individual de Atendimento (PIA) será mediado pela equipe técnica, 
em conjunto com o(a) socioeducando(a), sua família representada pelos pais ou 
responsáveis e agentes socioeducativos, durante o processo de cumprimento da medida 
socioeducativa. 
Art. 37º – O processo de construção do PIA se inicia no Acolhimento, por meio dos 
círculos de diálogo. 
Parágrafo Único – O acolhimento do(a) adolescente na unidade de internação provisória 
e o conhecimento previo das suas demandas, visando a identificação do alojamento 
provisório, deverá ocorrer preferencialmente por meio dos círculos de diálogos. 
 
Subseção III 
Do PIA e do Acompanhamento da Medida Socioeducativa 
 
Art. 38º - A medida socioeducativa será executada com base nas metas do PIA. 
Art. 39º – O PIA respeitará as fases de atendimento, estabelecendo a processualidade no 
cumprimento da medida socioeducativa. 
§ 1º - Com o avanço no cumprimento das metas, novas atividades deverão ser pactuadas, de 
forma a contribuir com o processo de autonomia do(a) socioeducando(a), elevando suas 
responsabilidades e possibilidades de acesso, inclusive, a ambientes externos. 
§ 2º - A avaliação do adequado cumprimento das metas do PIA pelo(a) socioeducando(a) pode 
resultar em incentivo a ser definido pela equipe técnica, em consonância com o Projeto 
Político-Pedagógico e o Manual de Segurança da FUNDASE. 
 
Subseção IV 
Da Conclusão do cumprimento da Medida Socioeducativa 
 
Art 40º - O processo de conclusão da medida socioeducativa contempla a avaliação do 
adequado cumprimento das metas do PIA e a preparação do seu desligamento da 
unidade. 
Parágrafo único: A efetivação do processo de conclusão da medida socioeducativa 
obedecerá às ações previstas no Projeto Político-Pedagógico. 
 
Seção II 
Da Movimentação do(a) Socioeducando(a) 
 
Art. 41º – Nenhum(a) socioeducando(a) será incluído, excluído ou transferido da 
unidade sem ordem expressa da autoridade competente, sob pena de responsabilidade 
nos termos das normas vigentes. 
Art. 42º – A movimentação de socioeducando(a) de uma unidade para outra, situadas 
em comarcas distintas, será precedida sempre de ordem judicial, conforme normativas 
da FUNDASE. 
Art. 43º – A transferência de socioeducando(a) em situação emergencial tem caráter 
provisório, podendo ser feita pelos(as) Gerentes de unidade mediante consulta ao 
Gerência do Atendimento Socioeducativo, e autorizada pelo Juízo competente, 
conforme normativas da FUNDASE. 
§ 1º - A transferência do(a) socioeducando(a) não pode ser motivada por punição 
decorrente de indisciplina. 
§ 2º - Todas as transferências de socioeducandos(as) serão comunicadas pela Gerência 
da unidade de origem ao Juiz responsável pelo processo e pela Gerência da unidade 
receptora ao Juiz competente pela execução, no prazo máximo de vinte e quatro horas 
da sua efetivação. 
Art. 44º - A família do(a) socioeducando(a) deverá ser imediatamente comunicada, 
pelo(a) gerente da unidade de origem, de decisão de transferência. 
Art. 45º – A pasta de acompanhamento, os documentos pessoais, os documentos de 
transferência e demais pertences do(a) socioeducando(a) deverão ser encaminhados 
imediatamente à unidade receptora, quando da movimentação do(a) socioeducando(a) 
em caráter definitivo, de acordo com normativas da FUNDASE. 
§ 1º – O(a) Gerente da unidade de origemdeverá proceder, antes da transferência, à 
atualização de todas as informações documentais do(a) socioeducando(a), notadamente 
do seu estágio frente ao cumprimento das metas do PIA. 
§ 2º. Nos casos de transferência em caráter de urgência, o gerente da unidade procederá 
à atualização de todas as informações documentais do(a) socioeducando(a), 
notadamente do seu estágio frente ao cumprimento das metas do PIA, até vinte e quatro 
horas após o encaminhamento. 
Art. 46º – O(a) adolescente somente poderá ser conduzido(a) para outra unidade após a 
assinatura do termo de recebimento de socioeducando(a), emitido pela Equipe da 
unidade receptora. 
 
CAPÍTULO IV 
DA COMPLEMENTARIEDADE INSTITUCIONAL 
 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 47º – Considerada a incompletude institucional, para o(a) socioeducando(a) é 
articulado o acesso às políticas sociais básicas, oportunizadas pela unidade através de 
integração com os equipamentos públicos próximos ao local de atendimento, com a 
comunidade e com o município de residência. 
Parágrafo único – Na medida socioeducativa de semiliberdade, a assistência será 
prestada preferencialmente por meio de encaminhamentos à rede socioassistencial. 
Art. 48º – São as seguintes, as diferentes formas de assistência articuladas com vistas à 
disponibilização ao(à) socioeducando(a): 
I. Material; 
II. Educacional, cultural, esportiva e ao lazer; 
III. Saúde; 
IV. Social; 
V. Religiosa; 
VI. Jurídica. 
Parágrafo único – Os procedimentos operacionais para a implementação das políticas 
sociais, através da assistência básica ao(à) socioeducando(a), serão articulados 
institucionalmente pela Gestão Central da Fundase e Orgão gestor estadual, juntamente 
a cada política setorial, em consonância com o Plano Estaudal de Atendimento 
Socioeducativo, o Plano de Desenvolvimento Institucional da Gestão Central da 
FUNDASE e o Projeto Político Pedagógico de cada unidade de atendimento. 
 
Seção II 
Da Assistência Material 
 
Art. 49º – A assistência material será padronizada e deverá assegurar: 
I. Alimentação balanceada e suficiente; 
II. Vestuário adequado a cada socioeducando(a); 
III. Guarnição de cama e banho; 
IV. Acesso a produtos e objetos de higiene e asseio pessoal; 
V. Acolhimento em alojamento, em condições adequadas de habitabilidade, higiene, 
salubridade e segurança. 
 
Seção III 
Das Assistências Educacional, Cultural, Esportiva e ao Lazer 
 
Art. 50º – As assistências educacional, cultural, esportiva e ao lazer são de 
responsabilidade do Estado, conforme legislação em vigor, providenciando ainda: 
I. Acesso ao Ensino Fundamental e Médio, obrigatórios e gratuitos, em horários 
alternados e compatíveis, sem distinção racial ou de gênero, impedimentos intelectuais 
ou físicos e com estrita observância deste Regimento Interno; 
II. Acesso a outros níveis de ensino, de acordo com a articulação interinstitucional; 
III. Acesso à educação profissional obrigatória e gratuita, considerando a demanda 
dos(as) socioeducandos(as) e do mercado de trabalho, e de acordo com a legislação 
vigente; 
IV. Acesso a atividades que utilizem recursos didáticos e pedagógicos; 
V. Espaços adequados visando o pleno desenvolvimento das ações educacionais, 
compostos por salas de leitura, pesquisa, oficinas culturais e profissionalizantes; 
VI. Acesso às fontes de cultura que apoiem e estimulem as diferentes manifestações 
culturais e a liberdade de criação; 
VII. Atividades de esporte, recreação e lazer, com fins educacionais e de desenvolvimento 
à saúde, por meio de metodologia inclusiva às diversas atividades físicas, aliadas ao 
conhecimento sobre o corpo e a socialização. 
Parágrafo único – Caberá a Gestão Central da FUNDASE e ao Orgão Gestor estadual a 
articulação institucional para o adequado cumprimento da assistência educacional, 
cultural, esportiva e de lazer. 
 
Seção IV 
Da Assistência à Saúde 
 
Art. 51º – A assistência à saúde assegurará a promoção e a atenção integral à saúde 
do(a) socioeducando(a), por meio de ações educativas, preventivas e curativas e de 
forma articulada e integrada com o Sistema Único de Saúde, conforme 
SUS/PNAISARI, nas instâncias municipal, estadual e federal, especialmente, conforme 
Portaria Interministerial SUS/PNAISARI, garantindo: 
I. Acompanhamento do desenvolvimento físico; 
II. Acompanhamento psicológico; 
III. Orientação sexual e reprodutiva; 
IV. Imunização; 
V. Saúde bucal; 
VI. Saúde mental; 
VII. Controle de agravos; 
VIII. Apoio à vítima de violência; 
IX. Recebimento de medicamentos e insumos farmacêuticos; 
X. Acesso a dietas especiais, devidamente prescritas; 
XI. Acompanhamento terapêutico. 
Parágrafo único: Havendo a necessidade, a unidade deverá providenciar o cartão SUS 
do(a) socioeducando(a). 
Art. 52º – A estruturação do atendimento das necessidades de Atenção Básica à Saúde, 
nas unidades de internação provisória e de internação, será definida no Plano Operativo 
Estadual e nos respectivos Planos Municipais, conforme as normas de referência do 
SUS e do SINASE. 
Parágrafo único: Caberá a Gestão Central da FUNDASE e ao Orgão Gestor estadual a 
articulação institucional para o adequado cumprimento da assistência socioassistencial 
ao(à) socioeducando(a) e sua família. 
Art. 53º – As Unidades que ofereçam programas de atendimento socioeducativo de 
semiliberdade deverão prestar orientações e encaminhamentos ao(à) socioeducando(a) 
sobre o acesso aos serviços e às unidades do SUS, bem como acompanhar a efetivação 
dos encaminhamentos; 
Art. 54º – O(a) socioeducando(a) com deficiência e a socioeducanda gestante receberão 
atendimento especializado, conforme Portaria Interministerial SUS/PNAISARI. 
Parágrafo Único – É garantida à socioeducanda gestante assistência pré-natal, perinatal 
e ao parto. 
 
Seção V 
Da Assistência Social 
 
Art. 55º – A assistência social garantirá o acesso e a inclusão do(a) socioeducando(a) 
nos programas e serviços da rede socioassistencial, em consonância com a Lei Orgânica 
da Assistência Social - LOAS, promovendo o fortalecimento da cidadania por meio da 
convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único - O atendimento na política de Assistência Social compreende: 
I. Acompanhamento sistemático e contínuo do(a) socioeducando(a) e sua família 
durante o cumprimento da medida socioeducativa; 
II. Orientação, encaminhamento e acompanhamento dos procedimentos oficiais para 
obtenção dos documentos pessoais; 
III. Integração e acesso às assistências básica e especializada definidas neste 
Regimento Interno, por meio da rede socioassistencial; 
IV. Acesso à previdência social e programas de transferência de renda, caso a família se 
enquadre no perfil socioeconômico de beneficiária. 
Parágrafo único: Caberá a Gestão Central da FUNDASE e ao Orgão Gestor estadual a 
articulação institucional para o adequado cumprimento da assistência socioassistencial 
ao(à) socioeducando(a) e sua família. 
 
Seção VI 
Da Assistência Religiosa 
 
Art. 56º – A assistência religiosa, com liberdade de crença e de participação, será 
possibilitada ao(à) socioeducando(a) através de serviços organizados na unidade ou na 
comunidade, quando se tratar de semiliberdade, em local apropriado para encontros e 
celebrações. 
Parágrafo único – A assistência religiosa será organizada com base em Portaria 
específica sobre o tema, e submetida à avaliação pelo Conselho Gestor e pela Equipe 
Técnica. 
 
Seção VII 
Da Assistência Jurídica 
 
Art. 57º – Ao(à) socioeducando(a) será assegurado acesso à assistência jurídica, 
prestada pela Defensoria Pública ou por advogado particular. 
Parágrafo único – A assistênciajurídica pressupõe a defesa técnica nos procedimentos 
de apuração de falta disciplinar e nos processos de execução da medida socioeducativa. 
 
CAPÍTULO V 
DA SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA 
 
Seção I 
Do Serviço de Segurança Socioeducativa 
 
Art. 58º – O Serviço de Segurança Socioeducativa compreende as seguintes 
modalidades: 
I. Serviço de Segurança Interna; 
II. Serviço de Segurança Externa. 
Art. 59º – A segurança interna, comum a todos os programas que executam a internação 
provisória e as medidas de internação e de semiliberdade, será exercida pelos(as) 
operadores(as) do sistema socioeducativo de forma sistemática e planejada, através de 
procedimentos que colaborem para o equilíbrio e a harmonia do ambiente, garantindo 
assim o bom andamento da rotina e a preservação da segurança de todos(as). 
Art. 60º – Cabe à segurança interna: 
I. Zelar pela tranquilidade da unidade e pela segurança dos servidores e dos(as) 
socioeducandos(as), criando mecanismos eficientes de prevenção e ação interventiva, 
no lugar de medidas arbitrárias, ilegais ou violentas; 
II. Implementar o Manual de Segurança, devendo observar, dentre outros 
procedimentos: 
a) Estratégia de intervenção preventiva; 
b) Técnicas de contenção; 
c) Táticas de negociação, gerenciamento de crise e atuação em situação-limite; 
d) A intervenção dos Grupos de Apoio da Polícia Militar e de outros órgãos de 
segurança; 
e) O transporte externo de socioeducando(a), de acordo com as normas em vigor; 
f) A revista de familiares e visitantes; 
g) A revista de alojamentos, de alimentos, de bens de consumo, de correspondências e 
de demais pertences do(a) socioeducando(a); 
h) A revista do(a) socioeducando(a); 
i) A padronização dos alimentos e bens de consumo com entrada permitida na unidade 
de atendimento, de acordo com o programa de nutrição. 
Art. 61º – A segurança externa, comum a todos os programas que executam a internação 
provisória e as medidas de internação e semiliberdade, poderá ser exercida pelas forças de 
segurança do Estado e deverá obedecer ao previsto na normativa legal, no Plano Estadual de 
Segurança e no Manual de Segurança. 
Parágrafo único – Os serviços de segurança interna e externa poderão ocorrer de forma 
conjunta – agentes de segurança externa e operadores do sistema socioeducativo –, nas 
hipóteses previstas no Manual de Segurança, cabendo à Gerência da Unidade elaborar relato 
escrito, com justificativa. 
Art. 62º – Compete à Segurança Externa: 
I. Conhecer as normas e procedimentos institucionais em vigência; 
II. Permanecer em estado de prontidão, para entrar em ação quando solicitada; 
III. Realizar rondas sistemáticas em torno da unidade, anotando dados relevantes para 
aprimoramento da segurança; 
IV. Participar da revista completa e incerta, quando necessário, conforme previsto no 
Manual de Segurança; 
V. Verificar a existência de anormalidades que representem riscos à segurança do 
prédio, dos(as) funcionários(as) e dos(as) socioeducandos(as), e notificar a Gerência; 
VI. Observar os acessos e movimentações de servidores, veículos e visitantes que 
ingressam e saem das unidades socioeducativas; 
VII. Vistoriar a estrutura externa da unidade e os dispositivos de segurança, de acordo 
com o Manual de Segurança; 
VIII. Guardar e zelar pelos instrumentos de trabalho colocados sob sua responsabilidade, 
notificando a Gerência nos casos de desaparecimento e/ou danos a eles causados; 
IX. Escoltar os(as) socioeducandos(as) em atividades externas, sempre que solicitado pela 
Gerência da unidade. 
 
CAPÍTULO VI 
DA RESPONSABILIZAÇÃO SOCIOEDUCATIVA 
 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 63º - A responsabilização é um procedimento que compõe o Atendimento 
Socioeducativo no tocante à disciplina do(a) socioeducando(a) na unidade, devendo 
ocorrer preferencialmente com base em práticas restaurativas. 
Parágrafo Único – A disciplina deve contribuir com o processo de reflexão e 
responsabilização do(a) socioeducando(a) frente ao cumprimento da medida 
socioeducativa. 
Art. 64º – As faltas disciplinares sujeitas a procedimentos de responsabilização são 
previstas no Manual de Segurança, neste Regimento Interno e/ou no Projeto Político 
Pedagógico das unidades. 
§ 1º – O(a) socioeducando(a) não poderá ser responsabilizado(a) mais de uma vez pelo 
mesmo fato. 
§ 2º – Os procedimentos de responsabilização não poderão implicar em tratamento 
cruel, desumano e degradante do(a) socioeducando(a), devendo ser coerentes com a 
falta, de acordo com o Manual de Segurança. 
§ 3º – É proibida a suspensão de visita, exceto por ordem judicial conforme legislação, 
assim como procedimento de responsabilização socioeducativa que importe prejuízo às 
atividades obrigatórias de escolarização e de profissionalização e das medidas de 
atenção à saúde. 
§ 4º – A aplicação de procedimento de responsabilização socioeducativa pressupõe a 
individualização da conduta de cada socioeducando(a). 
§ 5º – É vedado o recolhimento (ou isolamento) do(a) socioeducando(a), exceto nas 
hipóteses de aplicação da medida cautelar, como prevista no Capítulo VI, Seção IV 
deste Regimento. 
 
Seção II 
Das Faltas Disciplinares 
 
Art. 65º – São consideradas faltas disciplinares as condutas que colocam em risco a 
segurança, a disciplina e a ordem da unidade, sendo classificadas como leves, médias e 
graves. 
Art. 66º – A correspondente responsabilização socioeucativa deverá ser adotada 
conforme falta disciplinar apurada. 
Art. 67º – O(a) socioeducando(a) que participar da falta disciplinar será 
responsabilizado(a) na medida de sua participação. 
Art. 68º – Não se configuram infração disciplinar os casos em que o(a) 
socioeducando(a) pratica a falta: 
I. Em legítima defesa; 
II. Em estado de necessidade. 
Art. 69º – As faltas disciplinares de natureza grave serão comunicadas ao Juiz pelo(a) 
Gerente da unidade, para os fins previstos em Lei. 
Art. 70º – Os pais ou responsável legal pelo(a) socioeducando(a) deverão ser comunicados da 
ocorrência da falta disciplinar, devendo assinar termo de ciência, que será juntado na pasta de 
acompanhamento do(a) socioeducando(a). 
 
Subseção I 
Das Faltas Disciplinares de Natureza Leve 
 
Art. 71º – Considera-se falta disciplinar de natureza leve: 
I. Não cumprir as rotinas acordadas no Plano Individual de Atendimento; 
II. Transitar sem autorização em espaços privativos de servidores da unidade; 
III. Adentrar em alojamento alheio, sem autorização; 
IV. Possuir papéis, documentos, objetos ou valores não cedidos e não autorizados 
pela unidade; 
V. Utilizar vestimenta não autorizada pela unidade; 
VI. Usar material de serviço ou bens de propriedade do Estado para finalidade 
diversa da prevista; 
VII. Remeter correspondência sem registro regular pelo setor competente; 
VIII. Atrasar sem justa causa o retorno à unidade, no caso 
dos(as) socioeducandos(as) em cumprimento de medida socioeducativa de 
semiliberdade; 
IX. Divulgar notícia que possa perturbar a segurança interna; 
X. Impedir ou perturbar a realização de atividades pedagógicas, da recreação ou do 
repouso noturno; 
XI. Apostar em jogos de qualquer natureza; 
XII. Descumprir os deveres do art. 30, desde que não constituam falta de natureza 
média ou grave. 
 
Subseção II 
Das Faltas Disciplinares de Natureza Média 
 
Art. 72º – Considera-se falta disciplinar de natureza média: 
I. Desviar ou ocultar objetos cuja guarda lhe seja confiada; 
II. Dificultar a vigilância em qualquer dependência da unidade; 
III. Trocar de alojamento, sem autorização; 
IV. Danificar roupas e objetos de uso pessoal, fornecidos pela unidade; 
V. Atrasar reiteradamente, sem justa causa,o retorno à unidade, quando das saídas 
autorizadas para o(a) socioeducando(a) que estiver em regime de semiliberdade; 
VI. Empreender tentativa de evasão da unidade ou de atividade externa; 
VII. Uso de violência física e/ou ameaças decorrentes de apostas em jogos; 
VIII. Possuir indevidamente instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
IX. Portar, repassar e/ou consumir drogas ilícitas; 
X. Portar, repassar e/ou consumir indevidamente drogas psicoativas; 
XI. Receber, confeccionar ou portar objetos que possam ser utilizados em fugas ou em 
motins; 
XII. Deixar de submeter-se à revista pessoal, de seu alojamento e pertences. 
 
Subseção III 
Das Faltas Disciplinares de Natureza Grave 
 
Art. 73º – Considera-se falta disciplinar de natureza grave: 
I. Incitar ou participar de atividades de motim ou de rebelião; 
II. Ter em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar 
que permita a comunicação com outros(a) socioeducandos(as) ou com o ambiente 
externo; 
III. Induzir, instigar ou coagir alguém a praticar falta disciplinar de qualquer natureza; 
IV. Agredir fisicamente os(as) demais socioeducandos(as), funcionários(as) e/ou 
visitantes; 
V. Grave depredação do patrimônio da unidade. 
Art. 74º – A prática de fato previsto como ato infracional, equivalente a crime doloso, 
constitui falta de natureza grave e sujeita o(a) socioeducando(a) a procedimento de 
responsabilização socioeducativa, sem prejuízo do processo judicial. 
 
Subseção IV 
Das Circunstâncias Atenuantes 
 
Art. 75º – São circunstâncias atenuantes na aplicação dos procedimentos de 
responsabilização socioeducativa: 
I. Primariedade em falta disciplinar; 
II. Bons antecedentes na unidade; 
III. Dificuldade emocional, psicológica ou psiquiátrica, atestada por autoridade 
médica ou psicológica competente; 
IV. Assiduidade e bom aproveitamento nas atividades pedagógicas; 
V. Bom desempenho nas metas do Plano Individual de Atendimento; 
VI. Não ter prosseguido na execução da falta disciplinar; 
VII. Ter o(a) socioeducando(a): 
a) Procurado, por sua espontânea vontade, logo após a falta disciplinar, minorar-lhe as 
consequências; 
b) Confessado espontaneamente, perante o CRS, a autoria da falta disciplinar; 
c) Cometido a falta disciplinar sob a influência de tumulto por ele não provocado. 
 
Subseção V 
Das Circunstâncias Agravantes 
 
Art. 76º – São circunstâncias agravantes, na aplicação dos procedimentos de 
responsabilização socioeducativas: 
I. Reincidência em falta disciplinar; 
II. Ter o(a) socioeducando(a) cometido a falta disciplinar: 
a) Por motivo fútil ou torpe; 
b) Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem em 
outra falta disciplinar; 
c) À traição, de emboscada, por meio de dissimulação ou em abuso de confiança; 
d) Com emprego de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar 
perigo coletivo; 
e) Sob efeito de substância psicoativa; 
f) Associado(a) com outro/s(a/s) socioeducando/s(a). 
Art. 77º – A responsabilização socioeducativa será agravada, ainda, para o(a) 
socioeducando(a) que: 
I. Dirigir a atividade dos demais participantes; 
II. Coagir ou induzir outros(as) socioeducandos(as) à execução material da falta 
disciplinar; 
III. Instigar ou determinar que deve cometer a falta alguém não punível, em virtude de 
condição ou qualidade pessoal; 
IV. Executar a falta disciplinar, ou nela participar, mediante pagamento ou promessa 
de recompensa. 
 
Seção III 
Dos Procedimentos de Responsabilização Socioeducativa 
 
Subseção I 
Da informação, da apuração e da qualificação da falta disciplinar 
 
Art. 78º – É dever do(a) servidor(a) que, por qualquer meio, presenciar ou tiver 
conhecimento de ocorrência passível de ser considerada falta disciplinar, de qualquer 
natureza, elaborar comunicado, que conterá: 
I. O nome e a identificação do(a) socioeducando(a); 
II. O local e hora da ocorrência; 
III. A falta que lhe é atribuída; 
IV. A descrição sucinta dos fatos; 
V. A indicação da norma infringida; 
VI. O nome de, no máximo, três testemunhas. 
Parágrafo único – A ocorrência deverá ser registrada no livro de ocorrências ou registro 
diário e comunicado à Gerência da unidade socioeducativa, que convocará o Conselho 
de Responsabilização Socioeducativa para deliberar a respeito. 
Art 79º - Cabe ao Conselho de Responsabilização Socioeducativa: 
a) Levantar informações a respeito da ocorrência que resultou na convocação do CRS; 
b) Definir se a ocorrência constitui falta disciplinar; 
c) Qualficar a falta disciplinar quanto à sua natureza; 
d) Definir o procedimento de responsabilização socioeducativa a ser adotado, 
considerando a Subseção III da Seção III do Capítulo VI deste Regimento; 
 
Subseção II 
Das Formas de Responsabilização Socioeducativa 
 
Art 80º – A Diretriz Restaurativa deve ser prioritariamente adotada, e assim a 
responsabilização socioeducativa deve adotar os Círculos de Paz, respeitando as fases 
pré-circulo, círculo e pós-círculo. 
Art 81º- Nos casos de definição de responsabilização socioeducativa em que não seja 
possível adotar os círculos de paz, os procedimentos adotados constarão das oitivas e da 
aplicação da responsabilização socioeducativa, nas seguintes modalidades: 
I. Advertência verbal; 
II. Advertência escrita; 
III. Suspensão de atividades recreativas e de lazer não obrigatórias, internas ou 
externas; 
§ 1°- A condução das oitivas deve se dar com base nos princípios da Justiça Restaurativa, nos 
moldes da condução dos pré-círculos. 
§ 2º – Em casos de faltas disciplinares leves, pode ser aplicada a advertência verbal. 
§ 3° – A advertência escrita deverá ser aplicada com maior rigor em casos de falta disciplinar 
de natureza média e grave, bem como na reincidência de falta disciplinar de natureza leve. 
§ 4º – A suspensão de atividades recreativas e de lazer, que se entende como aquelas que são 
realizadas sem orientação de profissionais, é aplicável no caso de faltas graves e de 
reincidência em faltas disciplinares de natureza leve e média, não podendo ultrapassar cinco 
dias. 
 
Subseção III 
Dos procedimentos da responsabilização socioeducativa 
 
Art. 82º – O procedimento de responsabilização socioeducativa terá início com o comunicado 
da falta disciplinar à Defensoria Pública e ao representante familiar do(a) socioeducando(a), no 
prazo de até 24 horas após a apuração preliminar da falta atribuída. 
§ 1.º - A notificação pode ocorrer no dia da visita familiar, por auxílio do conselho 
tutelar, CRAS, CREAS ou por meio eletrônico, devendo ser certificado nos autos de 
processo disciplinar. 
§ 2.º - Caso os meios de notificação citados anteriormente não sejam possíveis de 
efetivação, a notificação telefônica realizada pelo técnico de referência do(a) 
socioeducando(a) será considerada válida, desde que certificada nos autos, cumulando-
se com a comunicação por escrito sobre o ocorrido. 
§ 3.º - Cumpridas as exigências supracitadas e ocorrendo o não comparecimento do 
defensor, a reunião do CRS acontecerá e o fato será comunicado ao Juízo da Execução. 
§ 4.º - Da notificação deve constar obrigatoriamente: 
a) A descrição sucinta dos fatos e a natureza da falta disciplinar atribuída ao(à) 
socioeducando(a); 
b) A indicação expressa da possibilidade da família constituir defensor, acompanhar as 
oitivas e ter acesso a todas as peças produzidas, além de produzir provas. 
c) A identificação de apoiadores externos à unidade socieducativa para composição do 
procedimento de responsabilização socioeducativarestaurativa. 
Art. 83º - A cópia da notificação entregue à família do(a) socioeducando(a) é parte 
integrante dos autos de apuração da falta disciplinar, devendo ser juntada ao mesmo. 
Parágrafo único. A ausência da cópia de notificação entregue à família do(a) 
socioeducando(a) acarretará nulidade absoluta de todos os atos referentes à apuração da 
falta disciplinar correspondente. 
Art. 84º - As deliberações sobre eventual aplicação de procedimentos de 
responsabilização socioeducativa não devem ser definidas depois de 05 (cinco) dias, 
respondendo os membros do Conselho de Responsabilização Socioeducativa por 
eventual extrapolação desse prazo. 
Art. 85º - No caso em que mais de um(a) socioeducando(a) participar do mesmo feito, o 
processo será único, porém, as decisões serão individualizadas em relação a cada um(a) 
dos(as) socioeducandos(as) envolvidos(as). 
Art. 86º - Todos os procedimentos relativos à apuração de falta atribuída e à avaliação 
da responsabilização socioeducativa correrão em sigilo, sendo expressamente proibida a 
divulgação parcial ou total de quaisquer peças que os compõem. 
Art. 87º. Os procedimentos de responsabilização socioeducativa adotados deverão ser 
informados por meio de relatório, com as seguintes características: 
a. Conter descrição das ações realizadas, os compromissos acordados, os nomes de todas 
as pessoas que contribuíram para a execução da responsabilização socioeducativa, 
outras informações reputadas relevantes; 
b. Ser conclusivo em relação ao atingimento total ou parcial dos objetivos acordados; 
c. Ser obrigatoriamente datado e assinado pela equipe responsável pela sua condução e 
pelos demais servidores e apoiadores que participaram do processo de 
responsabilização; 
Art. 88º - Tendo o CRS considerado satisfatório os resultados obtidos pela execução dos 
círculos restaurativos, fará ata fundamentando sua decisão e arquivará o procedimento 
de responsabilização socioeducativa. 
§ 1º. A ata comporá a documentação relativa ao cumprimento da medida socioeducativa 
pelo(a) socioeducando(a). 
§ 2º. O(a) socioeducando(a) e sua família serão notificados por escrito sobre o 
encerramento do procedimento de responsabilização socioeducativa. 
Art. 89º - Na hipótese do(a) socioeducando(a) ser transferido(a) de unidade no curso de 
prodecimento de responsabilização socioeducativa, cópia de todos os documentos 
produzidos pelo CRS devem ser enviados à unidade que receberá o(a) 
socioeducando(a). 
§ 1.º Além do documento previsto no caput, a Gerência da unidade de origem elaborará 
um relatório em que conste expressamente o estágio de execução dos procedimentos de 
responsabilização socioeducativa. 
§ 2.º À falta de quaisquer das peças supra referidas implica suspensão automática da 
execução dos procedimentos de responsabilização socioeducativa adotados. 
Art. 90º - Na hipótese de ocorrência durante o trânsito do(a) socioeducando(a) de uma 
unidade para outra, os procedimentos de apuração da ocorrência serão realizados pela 
unidade de destino. 
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista no caput, o comunicado será elaborado pelos 
servidores e encaminhado à Gerência da unidade para a qual o(a) socioeducando(a) está 
sendo transferido, que adotará os procedimentos devidos. 
 
Seção IV 
Da Medida Cautelar 
 
Art. 91º – O(a) socioeducando(a), cautelarmente, poderá ser separado(a) dos demais em 
local apropriado, sem prejuízo das atividades obrigatórias, nos termos do § 4º do artigo 
82, pelo prazo de cinco dias, quando seu convívio nas áreas comuns puder causar alto 
risco à sua integridade, à de outros(as) socioeducandos(as) ou à segurança da unidade, 
nas seguintes situações: 
a) quando houver materialidade e indícios de autoria ou participação em falta disciplinar 
de natureza grave; 
b) a pedido do(a) socioeducando(a), nas situações em que alegar iminente risco de 
morte, devendo o pedido gerar requerimento escrito. 
c) em situações nas quais há suspeita de comprometimento psíquico. 
§ 1º – A medida será determinada pela Gerência da unidade, em decisão fundamentada. 
§ 2º – A Gerência da unidade deverá comunicar ao Gerente de Atendimento 
Socioeducativo, bem como enviar cópia da decisão à GAS, ao defensor do(a) 
socioeducando(a), ao Ministério Público, à Autoridade Judiciária e à família, no prazo 
de até vinte e quatro horas. 
§ 3º – Se a unidade não possuir local apropriado, o(a) Gerente da unidade poderá 
solicitar a transferência do(a) socioeducando(a), que se processará de acordo com a 
Seção II do Capítulo III deste Regimento Interno. 
Art. 92º – Caso persistam os motivos ensejadores da aplicação da medida cautelar, o 
CRS poderá prorrogá-la, fundamentadamente, por igual período e uma única vez, 
procedendo aos comunicados à Autoridade Judiciária, conforme previsto neste 
Regimento Interno. 
 
CAPÍTULO VII 
DAS VISITAS SOCIAL E ÍNTIMA 
 
Seção I 
Da Visita Social 
 
Art. 93º – O(a) socioeducando(a) receberá visita semanal, por período máximo de 
quatro horas, em horário e local apropriado para visitação. 
§ 1º – Na primeira visita faz-se necessária a apresentação dos seguintes documentos, 
para confecção do crachá do(a) visitante: 
I. 02 (duas) fotos 3X4 recentes; 
II. Fotocópia do R.G. (frente e verso) ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; 
III. Comprovante de residência atual, ou com até 03 (três) meses anteriores (água, energia, 
ou telefone residencial); 
IV. Outros documentos, a critério da equipe técnica. 
§ 2º - O(a) Gerente da unidade poderá, excepcionalmente e fundamentadamente, 
autorizar visita em dia e horário diverso do estabelecido, obedecendo a periodicidade e 
o tempo máximo previsto no caput deste Artigo. 
§ 3° – A Equipe Técnica informará a documentação necessária para as visitas social e 
íntima logo que estabelecer o primeiro contato com a família ou responsável pelo(a) 
socioeducando(a). 
Art. 94º – Poderão visitar o(a) socioeducando(a) os pais ou responsável legal, filhos, 
avós, irmãos, cônjuge ou companheiro(a), além de amigos(as) ou pessoas a respeito das 
quais seja comprovado o vínculo afetivo e que possam contribuir com o adequado 
cumprimento das metas do PIA. 
Art. 95º – Quando do ingresso na unidade, o(a) socioeducando(a) deverá informar os 
nomes e endereços dos visitantes que gostaria de receber, dentre os autorizados no 
artigo 95 deste Regimento Interno. 
Parágrafo único – A relação fornecida pelo(a) socioeducando(a) será objeto de 
apreciação pelos pais ou responsável legal. 
Art. 96º – O(a) socioeducando(a) terá o direito de ser visitado, dentre as pessoas 
indicadas na sua lista, por no máximo três delas, em cada dia de visita. 
Parágrafo único – Crianças e socioeducandos(as), nos termos do ECA, poderão adentrar 
nas unidades acompanhados dos respectivos pais ou responsável legal ou, se 
desacompanhados, somente mediante ordem judicial. 
Art. 97º – A visita de indivíduo egresso do sistema penitenciário, ou que esteja em 
cumprimento de pena, poderá ser permitida somente em se tratando de pais ou irmãos 
do(a) socioeducando(a), observado o artigo 99 deste Regimento Interno. 
Art. 98º – A entrada de visitante nas condições previstas no artigo 98 será autorizada 
pelo(a) Gerente da unidade, ouvida a equipe técnica, em decisão motivada e desde que 
não haja decisão judicial em contrário. 
Art. 99º – O visitante deverá respeitar as normas de segurança estabelecidas no Manual 
de Segurança e neste Regimento Interno. 
§ 1º – O(a) Gerente da unidade, consultada a equipe técnica, poderá solicitar à 
autoridade judiciária a suspensão temporária ou definitiva do visitante, inclusive dos 
pais ou responsável legal, se existirem motivos sérios e fundados da sua 
prejudicialidade aos interesses do(a) socioeducando(a). 
§ 2º– Será feita revista dos visitantescom a tecnologia disponível. 
§ 3º - A revista dos visitantes será conduzida por agente socioeducativo, respeitando sua 
identidade de gênero; 
§ 4º - Os objetos pessoais dos visitantes deverão ser depositados em local apropriado durante 
a visita. 
§ 5º - Os visitantes devem ser previamente orientados quanto aos procedimentos de revista. 
 
Seção II 
Da Visita Íntima 
 
Art. 100º – A visita íntima é um direito legal, concedido ao(à) socioeducando(a) em 
privação de liberdade, com seu companheiro ou companheira. 
Art. 101º – A visita íntima só ocorrerá nas unidades de privação de liberdade. 
Parágrafo único – O tempo máximo permitido para a realização da visita íntima será de 
três horas. 
Art. 102º – A visita íntima deve ser precedida de solicitação, que deverá ser avaliada 
pela equipe técnica. 
Art. 103º – A solicitação de visita íntima deve atender os seguintes requisitos: 
I. O visitante deve ter idade igual ou superior a 16 anos completos e comprovar 
convivência com o companheiro ou companheira; 
II. O(a) socioeducando(a) deve credenciar o companheiro ou a companheira para a 
visita íntima, através de requerimento à Gerência da Unidade, instruído com: 
a) Cópia da Carteira de Identidade ou da Carteira Profissional; 
b) Duas (2) fotos 3 X 4; 
c) Cópia da certidão de casamento, ou declaração de que o credenciado mantém união 
estável com o(a) socioeducando(a) desde antes de sua internação, assinado por três (3) 
testemunhas; 
d) Art. 104º – Em caso de haver transgressões disciplinares causadas pelo(a) 
socioeducando(a) ou sua/seu companheira(o) na ocasião da visita íntima, o Conselho de 
Responsabilização Socioeducativa deverá ser convocado e apurar a ocorência. 
Parágrafo único – O descredenciamento do visitante poderá ser solicitado pelo(a) 
socioeducando(a). 
 
CAPÍTULO VIII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
 
Art. 105º – Continuam em vigor as Portarias e Comunicados Internos expedidos pela 
Presidência da FUNDASE, que não conflituem ou que complementem as disposições 
deste Regimento Interno. 
Art. 106º – Toda a comunidade socioeducativa – os(as) Gerentes de unidade, 
Subgerentes técnico e administrativo, técnicos especializados, agentes socioeducativos, 
apoio administrativo – são os responsáveis pelo correto e integral cumprimento das 
normas deste Regimento Interno. 
Art. 107º – As normas deste Regimento Interno são aplicáveis aos(às) 
socioeducandos(as), mesmo quando em movimentação ou em atividades externas. 
Art. 108º – As unidades de atendimento socioeducativo seguirão as regras deste 
Regimento Interno. 
Art. 109º – Admite-se, na matéria de natureza processual constante deste Regimento 
Interno, a interpretação extensiva ou a aplicação por analogia. 
Art. 110º – A FUNDASE promoverá capacitações aos servidores, para a correta e 
integral aplicação deste Regimento Interno. 
Art. 111º – Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Gestor da Unidade. 
Art. 112º – O presente Regimento Interno entra em vigor na data de sua publicação, 
revogando-se as disposições em contrário da Portaria n° 270 de17 de julho de 2015. 
 
Publique-se e Cumpra-se. 
 
HERCULANO RICARDO CAMPOS 
Presidente da FUNDASE/RN 
 
 
 
 
 
PORTARIA Nº 249/2019-GP 
Natal, 18 de dezembro de 2019. 
 
O Presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio 
Grande do Norte - FUNDASE/RN, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo 
art. 4º, VI, da Lei Complementar nº. 614, de 05 de janeiro de 2018. 
 
CONSIDERANDO as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 
8.069/90 e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), Lei nº 
12.594/2012; 
 
R E S O L V E: 
 
Instituir, no âmbito da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio 
Grande do Norte - FUNDASE/RN, o Manual de Segurança Socioeducativa, que dispõe 
sobre normas e procedimentos básicos de segurança preventiva e interventiva nas 
unidades socioeducativas desta Fundação. 
 
CAPÍTULO I 
DA SEGURANÇA PREVENTIVA NAS UNIDADES DE ATENDIMENTO 
SOCIOEDUCATIVO 
 
Seção I 
DAS ATIVIDADES SOCIOEDUCATIVAS 
 
Art. 1º. A rotina dos/as socioeducandos/as deverá obedecer a um Plano de Ação, com 
cronograma e atividades previamente definidas, em conformidade com a Proposta 
Pedagógica e o Regimento Interno. 
 
Art. 2º. Os/as agentes socioeducativos/as e demais servidores/as responsáveis pela 
execução das atividades socioeducativas (pedagógicas, profissionalizantes, esportivas, 
culturais, lazer, entre outras) e/ou pelo acompanhamento dos/as socioeducandos/as 
deverão obedecer ao Plano de Ação das Unidades de Atendimento Socioeducativo. 
 
Parágrafo único. Havendo necessidade de alteração na programação das atividades 
socioeducativas, os/as agentes socioeducativos/as e demais servidores/as deverão 
justificá-la, com imediata comunicação e autorização da Gerência da Unidade e 
posterior relatório ao Conselho Gestor. 
 
Seção II 
DAS ROTINAS NAS UNIDADES DE SOCIOEDUCAÇÃO 
 
Subseção I 
Da Passagem dos Plantões 
 
Art. 3º. A equipe de agentes socioeducativos de plantão, bem como a Equipe Técnica e 
os gestores devem registrar em Livro de Ocorrência qualquer alteração na Unidade, seja 
em relação aos/as socioeducandos/as, sua integridade física e material de uso pessoal 
deles (vestuário e guarnições de cama e banho), seja em relação à estrutura física dos 
alojamentos (grades, paredes, cadeados, etc.). 
 
Art. 4º. A equipe de agentes socioeducativos que se encontrar iniciando um plantão 
deve fazer a leitura do Livro de Ocorrências, e tomar as iniciativas necessárias de 
acordo com os possíveis registros. 
 
Parágrafo único. A Equipe Técnica e os/as gestores/as têm o compromisso diário de ler 
o Livro de Ocorrências e de tomar as iniciativas demandadas em face dos possíveis 
registros. 
 
Art. 5º. A equipe de plantão deve realizar o planejamento e a organização das atividades 
a serem desenvolvidas durante o plantão, observado o disposto no Parágrafo Único do 
Artigo 2º. 
 
Subseção II 
Deslocamentos Dentro das Unidades de Socioeducação 
 
Art. 6º. O deslocamento deverá ser realizado em pequenos grupos, observada a 
proporção agentes-adolescentes estabelecida no SINASE, garantida a capacidade de 
resposta da equipe aos procedimentos de segurança. 
 
Parágrafo Único. Em todas as situações de deslocamento de grupos, os/as 
socioeducandos/as devem caminhar em fila indiana, dirigindo-se diretamente ao seu 
destino, de acordo com os procedimentos de segurança. 
 
Art. 7º. Todo deslocamento deverá ser precedido de comunicação via rádio, informando 
origem e destino dos/as socioeducandos/as, para o procedimento de revista estrutural 
dos locais das atividades, quadrantes ou alojamentos. 
 
Art. 8º. Os/as socioeducandos/as devem ser acompanhados/as por agentes 
socioeducativos/as em todas as suas atividades no interior da Unidade, respeitando seus 
momentos de privacidade, e nas atividades externas, excetuando-se os casos de 
semiliberdade. 
 
Art. 9º. Durante a circulação dos/as socioeducandos/as no interior da Unidade, não será 
permitida a comunicação de qualquer modo com o meio externo, salvo em atividades 
pedagógicas e para comunicar-se com familiares ou pessoas autorizadas pela Equipe 
Técnica. 
 
Art. 10º. Não é permitido trânsito livre (saída e entrada) dos/as socioeducandos/as nas 
salas dos/as agentes socioeducativos/as ou demais salas e setores da Unidade, sem 
prévia autorização. 
 
Parágrafo único. Caso ocorra a entrada nesses ambientes, o/a socioeducando/a deverá 
passar por orientações e revista pessoal, como forma de prevenção. 
 
Art. 11º. A saída e a entrada dos/as socioeducandos/as nos alojamentos deverão ser 
permitidas em horários programados, com a supervisão dos/as agentes 
socioeducativos/as de plantão.Parágrafo Único. Casos excepcionais de necessidade de saída e entrada de 
socioeducandos/as nos alojamentos fora dos horários estabelecidos deverão ser 
comunicados à gerência e ser registrados no Livro de Ocorrências. 
 
Art. 12º. No caso de evasão do/a socioeducando/a da Unidade, deverá o fato ser 
comunicado imediatamente à Gerência da Unidade, que comunicará o fato à Autoridade 
Judiciária, ao Ministério Público e à Central de Vagas. 
 
§ 1º. Em caso de apreensão do/a socioeducando/a evadido no prazo máximo de 24 
(vinte e quatro) horas, ele/a será encaminhado/a ao Pronto Atendimento (PA), com 
comunicação à Central de Gerenciamento de Vagas (CGV), para as providencias 
definidas na respectiva Portaria vigente. 
 
§ 2º. Em caso de retorno espontâneo do/a socioeducando/a evadido em até 24 (vinte e 
quatro) horas a contar do horário de constatação de sua fuga, na Unidade de origem ou 
de apresentação, será ele/a acolhido/a nos termos da Portaria citada no parágrafo 
anterior. 
 
§ 3º. Nas Unidades de semiliberdade, o descumprimento reiterado dos horários de 
entrada e saída pelo/a socioeducando/a, ou a saída sem autorização, serão caracterizados 
como evasão, a ser apreciada pelo Conselho de Responsabilização Socioeducativa. 
 
Subseção III 
Do Controle de Comunicação 
 
Art. 13º. Toda informação relativa aos/às socioeducandos/as deve ser registrada e 
repassada ao/à agente socioeducativo/a de referência do plantão. 
 
Art. 14º. Fica expressamente proibido a todos/as os/as agentes socioeducativos/as 
realizarem a intermediação de comunicações entre socioeducandos/as de diferentes 
alojamentos, ou os/as socioeducandos/as e familiares, sem conhecimento da Equipe 
Técnica. 
 
Art. 15º. Todas as cartas ou qualquer outra forma de escrito confeccionados pelos/as 
socioeducandos/as serão entregues à Equipe Técnica para providências cabíveis, 
efetuando-se registro no livro de ocorrências. 
 
Art. 16º. Aos/às socioeducandos/as deve ser esclarecido que todas as formas de 
comunicação com os familiares e terceiros/as deverão ser realizadas com a anuência da 
Gerência e/ou da Equipe Técnica, com supervisão do/a agente socioeducativo/a de 
referência do plantão. 
 
Subseção IV 
Do Controle das Comunicações Telefônicas e do Acesso à Internet 
 
Art. 17º. Os/as socioeducandos/as poderão realizar ligações telefônicas, de acordo com 
dias e horários definidos pelo Conselho Gestor. 
 
§ 1º. As ligações telefônicas realizadas pelos/as socioeducandos/as deverão ser 
acompanhadas pela Equipe Técnica ou pela Gerência, respeitando a privacidade e 
resguardando os/as socioeducandos/as de situações constrangedoras e vexatórias, em 
respeito ao art. 18 da Lei Federal nº 8.069/1990 (ECA) e art. 49, inciso III, da Lei 
12.594/2012 (SINASE). 
 
§ 2º.Todas as ligações para os/as socioeducandos/as devem ter sua pertinência avaliada 
pela Equipe Técnica. 
 
§ 3º. As ligações efetuadas e recebidas pelos/as socioeducandos/as devem se originar do 
terminal telefônico oficial da Unidade socioeducativa e se destinar a número 
previamente autorizado pela Equipe Técnica. 
 
§ 4º. Em caso de suspeita de irregularidades e/ou risco, as ligações devem ser 
interrompidas por membro da Equipe Técnica. A Gerência da Unidade será 
imediatamente comunicada e decidirá pela convocação do Conselho Gestor ou do 
Conselho de Responsabilização Socioeducativa. 
 
Art. 18º. Fica expressamente vedada a posse aos/às socioeducandos/as, por qualquer 
meio e a qualquer título, de aparelhos de telefone celular. 
 
§ 1º. A apreensão de aparelho de telefone celular ou dispositivo de emissão de dados em 
poder de socioeducando/as deve ser imediatamente comunicada à Gerência e à Equipe 
Técnica da Unidade, ao Núcleo de Segurança da FUNDASE e à autoridade judiciária, 
além de registrada em livro específico, encaminhando-se o objeto apreendido ao 
Judiciário, para providências cabíveis. 
 
§ 2º. Fica vedado o uso de aparelho de telefone celular por agente socioeducativo/a e 
demais servidores/as nas áreas de restrição definidas nos Planos de Segurança 
específicos de cada Unidade, observando-se o disposto no Regimento Interno da 
Unidade. 
 
Art. 19º. O acesso à internet somente é permitido ao/à socioeducando/a no âmbito das 
atividades pedagógicas desenvolvidas no interior da Unidade e sob monitoramento do/a 
responsável pela atividade, sendo vedado o acesso a sites de conteúdos inapropriados e 
ilícitos, como os pornográficos, e às redes sociais. 
 
Seção III 
DAS REVISTAS NAS UNIDADES DE SOCIOEDUCAÇÃO 
 
Subseção I 
Da Vistoria Estrutural 
 
Art. 20º. A vistoria estrutural deve ser realizada diariamente e, quando necessário, mais 
de uma vez no mesmo dia, destinando-se a coibir, localizar e apreender objetos, cuja 
posse, porte e circulação sejam vedados pelo Regimento Interno e por este Manual, 
além de detectar falhas ou depredações na estrutura física da área de segurança. 
 
Art. 21º. A vistoria estrutural realizada por agentes socioeducativos/as deverá ocorrer 
diariamente e em horários variados, nos seguintes locais e objetos: 
I. Salas de aula, alojamentos, banheiros coletivos, refeitórios, salas de convivência, salas 
de Oficinas e salas de verificação; 
 
II. Corredores de acesso às oficinas e às salas de aula; 
 
III. Salas de atendimento técnico; 
 
IV. Colchões, cobertores, lençóis, travesseiros, toalhas e outros objetos mantidos junto 
aos socioeducandos em seu alojamento; 
 
V. Demais locais necessários à manutenção da segurança interna da Unidade. 
 
Art. 22º. Durante as rondas noturnas, os/as agentes socioeducativos/as deverão observar 
os/as socioeducandos/as no interior dos alojamentos, de forma discreta, respeitando o 
horário de sono e não interrompendo o curso normal do turno, comunicando eventuais 
irregularidades ao/à agente socioeducativo/a de referência e registrando no livro de 
ocorrências. 
 
Art. 23º. Os espaços utilizados por socioeducandos/as devem ser vistoriados antes e 
depois da realização das atividades, para a verificação de objetos danificados e 
desaparecidos ou outros que possam de algum modo comprometer a segurança da 
comunidade socioeducativa, bem como para contagem de instrumentos utilizados. 
 
Art. 24º. Na vistoria estrutural externa da Unidade deve-se observar os seguintes 
procedimentos: 
I. Avaliar a estrutura física, detectando falhas ou depredações; 
 
II. Conferir refletores e a iluminação; 
 
III. Conferir as condições de uso dos objetos, equipamentos e dispositivos de segurança 
da Unidade. 
 
Subseção II 
Das Revistas Nos/as Socioeducandos/as 
 
Art. 25º. Os/as socioeducandos/as deverão se submeter a revistas padrão, na entrada e 
saída na Unidade e em seus alojamentos, com o uso de detector de metais. 
 
Art. 26º. Em caso de suspeita de que o/a socioeducando/a esteja na posse de material, 
instrumento ou acessório proibido na Unidade, poderá ser submetido a revista pessoal, 
desnudo, em sala apropriada, devendo tal fato ser comunicado à Gerência da Unidade e 
registrado em livro de ocorrências. 
 
§ 1º. O tipo de revista será realizado e caracterizado de acordo com o Regimento 
Interno, em estrita observância ao direito à dignidade do adolescente, como previsto 
no art. 18º, da Lei nº 8.069/1990. 
 
§ 2º. Na revista pessoal, excepcional, os/as agentes socioeducativos/as responsáveis 
disporão de luvas e outros materiais específicos para o procedimento, não sendo 
permitido o toque na pessoa revistada. É necessário mais de um/a agente 
socioeducativo/a para realizar tal procedimento. 
 
Subseção III 
Da Revista de Familiares e Visitantes 
 
Art. 27º. Os/as visitantes e seus objetos pessoais deverão ser revistados por servidor/a 
habilitado/a e do mesmo sexo da pessoa revistada, de forma individual, por meio dos 
equipamentos eletrônicos existentes na Unidade ou manualmente, em caráter 
excepcional.§ 1º. Preferencialmente deve ser realizada a revista inversa. 
 
§ 2º. Entende-se por equipamentos eletrônicos os detectores de metais e os aparelhos de 
raios X, garantindo a integridade física e moral de visitantes e familiares dos/as 
socioeducandos/as. 
 
§ 3º. Entende-se por revista manual aquela realizada por meio de contato físico da mão 
de agente público sobre a roupa da pessoa revistada. 
 
§4º. Na revista manual, são vedados o desnudamento total ou parcial, o uso de espelhos 
e os esforços físicos repetitivos, bem como a introdução de quaisquer objetos nas 
cavidades corporais da pessoa revistada. 
 
Art. 28º. Em caso de suspeita de que a pessoa a ser revistada esteja na posse de material, 
instrumento ou acessório de ingresso proibido na Unidade socioeducativa, poderá ser 
realizada revista pessoal em sala apropriada apartada do local da revista eletrônica e 
sem a presença de terceiros/as, devendo tal fato ser registrado em livro de ocorrências. 
 
§ 1º. Para a realização de revista pessoal é imprescindível a concordância da pessoa a 
que se submeterá ao procedimento ou de seu representante legal e, em caso de recusa, 
deverá ser registrado por escrito o motivo da recusa e da decisão de proibição de sua 
entrada na Unidade pela gerência, e posteriormente encaminhado ao Conselho Gestor. 
 
§ 2º. Recusando-se a se submeter à revista e ainda assim tendo interesse de ingressar na 
Unidade socioeducativa, o/a interessado/a poderá ser encaminhado/a ao Instituto 
Técnico Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (ITEP/RN), através de 
procedimento legal, para submissão à perícia e eliminada a suspeita, podendo assim 
ingressar na Unidade socioeducativa. 
 
Art. 29º. Todos os objetos deixados por visitantes no momento da revista devem ser 
devidamente lacrados e guardados em guarda volumes, ficando sob responsabilidade da 
Unidade. 
 
Subseção IV 
Da Revista Completa e Incerta 
 
Art. 30º. Denomina-se revista completa e incerta como aquela que contempla tanto a 
vistoria estrutural quanto a revista corporal dos/as socioeducandos/as, pautada no fator 
surpresa como elemento inibidor às ações que atentem contra as normas de segurança e 
convivência da Unidade. 
 
§ 1º. A revista incerta é um instrumento a ser empregado somente quando os 
indicadores de crise, a análise de contexto e da conjuntura indicarem suas 
necessidades, devendo ser realizada em dia e hora conhecidos e autorizados somente 
pela gerência e pelo Núcleo de Segurança Institucional da FUNDASE, com posterior 
encaminhamento para avaliação do Conselho Gestor. 
 
§ 2º. Essa revista não é rotineira, sendo realizada em situações excepcionais, quando 
houver necessidade de desarticular, desmobilizar, esvaziar alguma organização e 
movimento dos/as socioeducandos/as com o objetivo de realizar um motim, uma fuga 
em massa, uma depredação ao patrimônio, um atentado contra membro da comunidade 
socioeducativa ou, ainda, quando se suspeita de que os/as socioeducandos/as estão de 
posse de objetos não autorizados. 
 
§ 3º. Quando necessário, em situações-limite e excepcionalmente, deverá ser 
requisitada a participação de reforço de agentes de segurança (policias militares ou 
grupo de agentes especializados/as nessas ações) para auxiliar na contenção dos/as 
socioeducandos/as e manutenção da ordem da Unidade, com a devida autorização da 
gerência e pelo Núcleo de Segurança Institucional da FUNDASE, com posterior 
encaminhamento para avaliação do Conselho Gestor da Unidade, preservando-se a 
segurança externa da Unidade. 
 
Art. 31º. A revista completa e incerta deve ser fundamentada e registrada em livro de 
ocorrências, de forma clara e pormenorizada, indicando principalmente o que motivou 
e a equipe que realizou o procedimento. 
 
Seção IV 
DO ACESSO DE SERVIDORES/AS, FAMILIARES E VISITANTES DE 
ADOLESCENTES E VISITANTES EM GERAL 
 
Subseção I 
Do Acesso de Servidores/as 
 
Art. 32º. Os/as servidores/as das Unidades Socioeducativas somente terão o acesso 
permitido no horário correspondente ao seu turno de trabalho ou, excepcionalmente, em 
turno diverso, desde que convocados/as, mediante apresentação de identificação 
funcional. 
 
Art. 33º. O/a servidor/a deverá utilizar o uniforme, caso seja adotado o uso do mesmo. 
 
§ 1º. No caso de instrutor/a, oficineiro/a, professor/a, auxiliar de enfermagem ou 
técnico/a, o uso de jaleco, guarda-pó ou avental poderá suprir a falta do uniforme. 
 
§ 2º. Se fumantes, os/as servidores/as não poderão fumar na Unidade e deverão cuidar 
para não ingressar na mesma exalando odores de cigarro. 
 
Art. 34º. Antes de ingressar nas áreas de restrição da Unidade socioeducativa, os/as 
servidores/as deverão certificar-se de que não estão de posse de nenhum objeto proibido 
ou controlado quanto ao seu acesso, em consonância com o Regimento Interno e este 
Manual, devendo ser guardados em local seguro. 
 
Art. 35º. Poderão circular nas áreas de restrição somente servidores que estejam em 
horário de serviço, cuja atividade tenha sido prevista e autorizada pela Gerência e/ou 
pessoa designada. 
 
Art. 36º. Os/as agentes socioeducativos/as que estiverem encerrando o turno de plantão 
deverão aguardar a chegada dos/as agentes do próximo turno, repassando-lhes todas as 
informações e orientações que se fizerem necessárias. 
 
Parágrafo único. Na passagem do turno, caso haja qualquer alteração considerada 
prejudicial ao bom funcionamento do serviço, o/a agente socioeducativo/a de referência 
de plantão deve comunicar à Gerência da Unidade, para ciência e resolução do 
problema, registrando-se os fatos correlatos no livro de ocorrências, com posterior 
encaminhamento para avaliação do Conselho Gestor. 
 
Subseção II 
Do Acesso de Familiares e Visitantes dos/as Adolescentes 
 
Art. 37º. Os/as familiares são corresponsáveis no processo socioeducativo do/a 
adolescente, devendo a Unidade viabilizar sua visita aos/às socioeducandos/as, como 
preconizam a Lei nº 8.096/1990 (art. 100, parágrafo único, inciso IX, cumulado com art. 
113) e a Lei 12.594/2012 (art. 35, inciso X, art. 54, incisos IV e V e art. 67). 
 
Art. 38º. No primeiro contato, o/a técnico/a deve informar à família sobre a 
documentação necessária, o dia e horário das visitas, o número de visitantes permitidos, 
tal como definido no Regimento Interno. 
 
§ 1º. Na primeira visita faz-se necessária a apresentação dos seguintes documentos para 
confecção do crachá do/a visitante: 
I - Documento de identidade oficial com foto (preferencialmente com registro de CPF); 
 
II - Dentre outros documentos solicitados a critério da Equipe Técnica, como o de 
autorização válida para visita de companheiro/a menor de idade. 
 
§ 2º. A visita de familiares está programada para acontecer semanalmente em dia e 
horário pré-determinados, com duração máxima de 4 (quatro) horas, para que não 
prejudique o andamento das atividades programadas. 
 
§ 3º. Em situações excepcionais e fora da programação ordinária, a visita de familiares 
deve ser autorizada pela Equipe Técnica. 
 
§ 4º. Toda visita de familiares deve ser credenciada mediante a apresentação de 
documentação que será analisada pelo/a servidor/a designado pela Gerência da Unidade. 
 
§ 5º. Os/as familiares devem receber uma senha de controle de acordo com a ordem de 
chegada para realizar o procedimento de revista, devendo a visita ser encaminhada à 
sala de espera após a revista. 
 
Art. 39º. As pessoas autorizadas para acesso e visita aos/às adolescentes em 
cumprimento de medida são pais e/ou responsáveis; filhos/as, independentemente da 
idade que possuam; cônjuge ou companheiro/a, avós e irmãos/as, além de outras 
pessoas autorizadas pela gerência, com base na avaliação da Equipe Técnica. 
 
§ 1º. Pessoas com outro grau de parentesco e/ou terceiros/as só terão a entrada permitida 
mediante avaliação da Equipe Técnica.

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