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Regime Próprio de Previdência dos Servidores

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24/05/2022 18:31 Regime Próprio de Previdência dos Servidores
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04066/index.html# 1/24
Regime Próprio de Previdência dos Servidores
Prof. Thiago Alencar Alves Pereira
Descrição
Análise do Regime Próprio de Previdência Social, a partir de seus conceitos fundamentais e de uma abordagem comparatista com o regime geral de
previdência.
Propósito
O Regime Próprio de Previdência Social, conhecido como regime de previdência dos servidores públicos, integra o sistema público de proteção social,
ao lado do regime geral de previdência social. O sistema de proteção previdenciário faz parte do macrossistema de proteção social, a seguridade
social, em que são espécies, ainda, a saúde e a assistência social. Conhecer o instituto é fundamental para o operador do Direito.
Preparação
Antes de iniciar os estudos, tenha em mãos a Constituição Federal, as Leis nº 9.717/1998, 10.887/2004, 8.212/1991 e 8.213/1991.
Objetivos
Módulo 1
A seguridade social
Reconhecer os conceitos fundamentais da previdência do servidor público.
Módulo 2
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
Analisar as principais regras e os benefícios previdenciários do RPPS.
Introdução

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Introdução
O regime de previdência social do servidor público vem sofrendo enormes transformações desde que foi introduzido na Constituição Federal de 1988.
Assim, os servidores públicos e os militares viram seu regime de proteção social contributivo sofrer alterações advindas da EC 03/1993, 19/1998,
20/1998, 41/2003, 47/2005, 70/2012 e 103/2019, além de diversas decisões judiciais que deram sentido a palavras, expressões e conteúdos
indeterminados a dispositivos constitucionais e legais.
O caput do artigo 40 da Constituição dispõe que "o Regime Próprio de Previdência Social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”.
Portanto, o Regime Próprio de Previdência Social tem como benefícios mínimos a aposentadoria e pensão por morte previstos no art. 40 da
Constituição Federal e, no máximo, os mesmos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social.
1 - A seguridade social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos fundamentais da previdência do servidor público.
Ligando os pontos
Você sabe o que é seguridade social? Conseguiria identificar as diferenças entre saúde, assistência social e previdência social? Vamos lá.
Em junho de 2019, entrou em vigor, na cidade do Rio de Janeiro, a Lei nº 6.603, que institui o Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos
nas escolas públicas do Município. A proposta origina-se no Projeto de Lei nº 798, de 2018, do vereador Leonel Brizola Neto, que o submeteu à
apreciação da Câmara Municipal.
A iniciativa consiste no fornecimento de absorventes higiênicos para estudantes do sexo feminino, visando à prevenção de doenças, bem como à
evasão escolar. A distribuição será feita por meio de máquinas de reposição instaladas nos banheiros das escolas públicas da rede municipal.
Poderia, igualmente, ser distribuída em cestas básicas, por meio do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), já que se trata de
item de higiene pessoal ligada à assistência social.
É que a seguridade social, dividida em saúde, assistência social e previdência, tem como espécies não contributivas a saúde (todos) e assistência
social (apenas vulneráveis), podendo algumas políticas sair por uma ou outra, a depender do público que se deseja tocar.
Em matéria publicada no Jornal O Globo, de 14 de junho de 2019, o autor da proposta e presidente da Comissão de Direitos da Criança e do
Adolescente da Câmara Municipal esclareceu que a demanda partiu das próprias famílias. Em visitas feitas pela Comissão às escolas públicas,
essas famílias relataram dificuldades financeiras para a compra dos produtos e situações de constrangimento vividas pelas alunas, que resultam em
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sucessivas faltas às aulas. É um problema real para as adolescentes, configurando a chamada precariedade menstrual.
A falta de acesso a produtos de higiene para lidar com o período menstrual traz enormes riscos à saúde dessas jovens, muitas vezes em virtude das
soluções precárias e insalubres a que recorrem. É o caso de Anita, moradora do bairro Pedrinhas, Rio de Janeiro. Ela vive em situação de extrema
pobreza e mensalmente falta às aulas porque não tem condições de adquirir absorventes.
Anita por diversas vezes buscou a Secretaria de Estado da Saúde para ter acesso ao absorvente, mas foi informada de que se trataria de política de
assistência social. Da forma como foi confeccionada a Lei nº 6.603/2019 do Rio de Janeiro, o Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos
nas escolas públicas do município é destinado apenas a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
O tema da distribuição de absorventes tomou conhecimento nacional com a Lei nº 14.214, de 6 de outubro de 2021, que institui o Programa de
Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. A necessidade de Anita, no Rio de Janeiro, pode ser atendida pela Lei nº 6.603/2019. De acordo com o
caso e com olhos na Lei nº 6.603/2019 do Rio de Janeiro, você, na condição de gestor, decidiria por:
A conceder a distribuição de absorventes como uma política pública pertencente à previdência social.
B conceder a distribuição de absorventes a mulheres vulneráveis como uma política pública estritamente pertencente à saúde.
C
conceder a distribuição de absorventes nas cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan), como uma política pública pertencente à previdência social, pois apenas quem contribui tem direito.
D
conceder a distribuição de absorventes nas cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan), como uma política pública pertencente à saúde.
E
conceder a distribuição de absorventes nas cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan), como uma política pública pertencente à assistência social.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20seguridade%20social%2C%20dividida%20em%20sa%C3%BAde%2C%20assist%C3%AAncia%20social%20e
Questão 2
O tema da distribuição de absorventes tomou conhecimento nacional com a Lei nº 14.214, de 6 de outubro de 2021, que institui o Programa de
Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. A necessidade de Anita pode ser política de saúde ou de assistência social. De acordo com o caso e com
olhos na Lei nº 14.214/2021, você, na condição de gestor, decidiria por:
A conceder a distribuição de absorventes como uma política pública pertencente à previdência social.
B conceder a distribuição de absorventes a mulheres vulneráveis como uma política pública pertencente à saúde.
C
conceder a distribuição de absorventes nas cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan), como uma política pública pertencente a previdência social, pois apenas quem contribui tem direito.
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Questão 3
Imagine que você é consultor jurídico de determinado deputado e ele peça uma análise jurídica sobre projeto lei que visa incluir a distribuição de
camisinhas femininas gratuitamente no carnaval.Pretende o deputado que as camisinhas sejam distribuídas tão somente a mulheres vulneráveis, de
modo a reduzir o impacto orçamentário e financeiro da medida. Em breves linhas, qual a sua recomendação?
Digite sua resposta aqui
Exibir Solução
Conceito e origem de seguridade social
A seguridade social está conceituada no art. 194 da Constituição Federal como conjunto de ações do Poder Público e da sociedade, possuindo três
espécies de proteção: saúde, assistência e previdência. Eis a dicção do dispositivo:
Conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
(Art. 194 da CF)
O termo seguridade social é um conceito estruturante das políticas sociais, cuja principal característica é expressar o esforço de garantia universal da
prestação de benefícios. A evolução da proteção estatal contra os riscos sociais, que podem levar o povo à miséria, pondo em risco a paz social, deve
ser contada dentro do contexto do nascimento e desenvolvimento do Estado social, após a queda dos modelos absolutistas e liberais. A proteção
social iniciou-se no Brasil e no mundo com tímidas medidas de assistência social, culminando com o nascimento do sistema de seguridade social
brasileiro em 1988, com a promulgação da atual Constituição, abarcando a previdência, a assistência e a saúde.
A expressão seguridade social é de origem anglo-saxônica, tendo por referência certas políticas do início do século XX. Mas ela aparece pela primeira
vez no documento de lançamento do Social Security Act, que instituiu a Previdência Social norte-americana, em 1935. Sua base de financiamento é
bem mais ampla que a do seguro social, conceito que orientou a política previdenciária brasileira desde os anos de 1920, organizada sob inspiração
D
conceder a distribuição de absorventes nas cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan), como uma política pública pertencente à saúde.
E
conceder a distribuição de absorventes nas cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan), como uma política pública pertencente à assistência social.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20seguridade%20social%2C%20dividida%20em%20sa%C3%BAde%2C%20assist%C3%AAncia%20social%20e
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do modelo alemão, criado por Bismark na segunda metade do século XIX.
Otto Von Bismarck (1815-1898)
As primeiras iniciativas de benefícios previdenciários que vieram a constituir a seguridade social no século XX nasceram na Alemanha, no final do
século XIX, mais precisamente em 1883, durante o governo do chanceler Otto Von Bismarck, em resposta às greves e pressões dos trabalhadores.
O modelo bismarckiano é considerado um sistema de seguros sociais, porque suas características assemelham-se às de seguros privados
(BOSCHETTI; SALVADOR, 2006, p. 25-57). Observe a seguir:
No que se refere aos direitos, os benefícios cobrem principalmente (e às vezes exclusivamente) os trabalhadores.
O acesso é condicionado a uma contribuição direta anterior, e o montante das prestações é proporcional à contribuição efetuada.
Quanto ao financiamento, os recursos são provenientes, fundamentalmente, da contribuição direta de empregados e empregadores, baseada na
folha de salários.
Em relação à gestão, teoricamente (e originalmente), cada benefício é organizado em caixas, que são geridas pelo Estado, com participação dos
contribuintes, ou seja, empregadores e empregados.
Em outro contexto econômico e político, durante a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1942, é formulado na Inglaterra o Plano
Beveridge, que apresenta críticas ao modelo bismarckiano vigente até então e propõe a instituição do Welfare State. No sistema beveridgiano, os
direitos têm caráter universal, destinados a todos os cidadãos incondicionalmente ou submetidos a condições de recursos, mas garantindo mínimos
sociais a todos em condições de necessidade. O financiamento é proveniente dos impostos fiscais, e a gestão é pública, estatal. Os princípios
fundamentais são a unificação institucional e uniformização dos benefícios.
Com a publicação do Relatório Beveridge, em 1942, Social security passou a apresentar um significado mais próximo do atual. De acordo com o
relatório, foi encomendado pelo governo inglês ao renomado economista Sir. William Beveridge que desenhasse uma política de libertação das
pessoas da condição pobreza. Esse movimento, que desembocou nas reformas sociais inglesas de 1945-1948, também resultou na inscrição da
seguridade social como um dos direitos fundamentais na Carta dos Direitos Humanos de 1948, com a fundação das Nações Unidas.
Evolução legislativa no Brasil
No Brasil, a doutrina atribui ao Decreto-legislativo nº 4.682/1923 (Lei Eloy Chaves) o início da proteção social. O decreto criou, em cada uma das
empresas de estradas de ferro existentes no país, uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados.
A Constituição de 1824 é considerada a primeira a tratar de matéria securitária no Brasil. Estabeleceu a instituição das Casas de Socorros Públicos,
consideradas embriões das Santas Casas de Misericórdia. Após os atos normativos citados, vieram outros:
Constituição de 1937 - Primeira a utilizar a expressão "Seguro Social".
Constituição de 1946 - Primeira a empregar a expressão "Previdência Social".
Lei nº 3.807/1960 - LOPS - Responsável pela uniformização da legislação previdenciária dos diversos Institutos Previdenciários.
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LC nº 11/1971 (FUNRURAL) - Previdência Social dos trabalhadores rurais.
Lei nº 5.859/1972 (domésticos) - Inicio da proteção social para os trabalhadores rurais e domésticos.
Lei nº 6.439/1977 - SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social): IAPAS - INAMPS - INPS - LBA - CEME - DATAPREV (ainda
existe) - FUNABEM.
Constituição de 1988 - Inaugurou o Sistema de Seguridade Social, formado pelos subsistemas Assistência Social, Previdência Social e Saúde.
Lei nº 8.029/1990 - Criação do INSS: fusão do INPS (benefícios) com IAPAS (custeio).
Lei nº 8.212/1991 - Disciplina o Custeio da seguridade social.
Lei nº 8.213/1991 - Disciplina o Plano de Benefícios do Regime Geral da Previdência Social.
Com a subida dos militares ao poder, em 1964, ocorreu uma mudança nas relações entre o Estado e a classe trabalhadora. Atingidos a partir de então
pela intervenção federal, os sindicatos e os institutos de aposentadoria foram pouco a pouco conduzidos à despolitização. O novo regime procurou
imprimir à previdência social o domínio do princípio administrativo-tecnocrático, excluindo a participação e a influência dos líderes trabalhistas e dos
segurados nas decisões da política previdenciária.
A unificação dos institutos de aposentadoria e pensões, além de constituir uma tentativa de solução para a crise política, financeira e organizacional
que a previdência vinha enfrentando desde o final da década de 1950, permitiria que ela se tornasse mais facilmente uma questão administrativa da
competência do Estado.
Assim, foi criado o órgão pelo Decreto nº 72, de 21 de novembro de 1966, como resultado da fusão dos institutos de aposentadoria e pensões do
setor privado então existentes:
IAPM
Institutos de aposentadoria e pensões do setor marítimo.
IAPC
Institutos de aposentadoria e pensões dos comerciários.
IAPB
Institutos de aposentadoria e pensões dos bancários.
IAPI
Institutos de aposentadoria e pensões dos industriários.
IAPETEC
Institutos de aposentadoria e pensões dos empregados em transportes e cargas.
IAPFESP
Institutos de aposentadoria e pensõesdos ferroviários e empregados em serviços públicos.
Além disso, também houve a criação dos serviços integrados e comuns a todos esses institutos, entre os quais:
SAMDU
Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência.
SAPS
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SAPS
Serviço de Alimentação da Previdência Social.
Ressalta-se que, de acordo com a Lei nº 11.457/2007, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) passou a arrecadar e fiscalizar as
contribuições previdenciárias.
Organização e princípios da seguridade social
A organização da seguridade social brasileira vem no tripé saúde, assistência e previdência social.
Apenas a previdência social é contributiva, ou seja, exige contraprestação pecuniária do beneficiário do regime. A saúde e assistência social não
exigem contribuição específica para usufruir dos serviços e benefícios. Entretanto, em que pese não exigir contribuição, a assistência social impõe
que somente vulneráveis (hipossuficientes) terão acesso ao sistema protetivo.
Princípios da seguridade social
Veja a seguir os princípios regentes da seguridade social.
Os princípios-chave que orientam a política de seguridade social estão explicitados no art. 194 da Constituição, sendo eles:
Universalidade da cobertura e atendimento
O princípio compreende a universalidade como sinônimo de todos. Ou seja, todas as coberturas - passado (prevenção), presente (proteção
propriamente dita) e futuro (recuperação), e todos os atendimentos - todos no território nacional, inclusive os estrangeiros, conforme entendimento
do STF, têm direito subjetivo a alguma das formas de proteção do tripé da seguridade social.
Uniformidade e equivalência dos benefícios rurais e urbanos
A uniformidade é vista como igualdade nos benefícios de rurais e urbanos, de modo que o valor das prestações pagas a urbanos e rurais deve ser
proporcionalmente igual, tendo em vista o custeio (equivalência).
Seletividade e distributividade na prestação de serviços
A seleção de contingências se refere às necessidades e à distribuição de proteção social a quem mais necessitar.
Irredutibilidade no valor dos benefícios
O art. 201, § 4º, da CF garante o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Portanto, é
garantia que o valor do benefício não será reduzido. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal entende que o que deve ser preservado é o valor
nominal e não o real.
Diversidade da base de �nanciamento
Aqui observamos a aplicação do princípio da solidariedade, que impõe a todos os segmentos sociais — Poder Público, empresas e trabalhadores —
a contribuição na medida de suas possibilidades.
Equidade na forma de participação no custeio
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Pilar do sistema contributivo, a equidade exige que haja justiça contributiva. Quanto maior a probabilidade de a atividade exercida gerar
contingências com cobertura, maior deverá ser a contribuição.
Caráter democrático dos seus subsistemas (previdência, saúde e assistência)
A gestão da seguridade social é quadripartite, permitindo que os trabalhadores, os empregadores, os aposentados e o Poder Público participem. É
um reflexo da democracia participativa.
Compreendido os conceitos fundamentais da previdência do servidor público, vamos testar nossos conhecimentos para então avançarmos nossos
estudos para o entendimento das principais regras e benefícios previdenciários do RPPS.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
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A formação de um sistema de proteção social no Brasil, a exemplo do que se verificou na Europa, deu-se por um lento processo de reconhecimento
da necessidade de que o Estado intervenha para suprir deficiências da liberdade absoluta — postulado fundamental do liberalismo clássico —,
partindo do assistencialismo para o seguro social, e deste para a formação da seguridade social. Na evolução histórica do direito previdenciário
brasileiro, observou-se diversos institutos e regras, até a consolidação do que temos atualmente. Assinale a opção correta no que se refere à evolução
legislativa nacional:
A
Ocorreram inúmeras modificações na organização administrativa previdenciária brasileira ao longo de seu desenvolvimento, tais
como a transformação do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural em INPS e, em seguida, mediante a CF, a
transformação deste em INSS.
B
O ordenamento jurídico brasileiro coexistiu com inúmeros regimes previdenciários específicos até a edição do Decreto-lei nº
72/1966, mediante o qual foram unificados os institutos de aposentadorias e centralizada a organização previdenciária no INPS.
C
O Decreto Legislativo n.º 4.682/1923, também conhecido como Lei Eloy Chaves, é considerado um marco do direito previdenciário
brasileiro, devido ao fato de, por meio dele, ter sido criado o Ministério da Previdência e Assistência Social.
D
Ao longo de décadas, o Estado brasileiro deixou de conceder diversos direitos sociais a seus cidadãos, tendo sido instituídos
benefícios previdenciários ao trabalhador apenas com a promulgação da CF.
E
A Constituição Federal de 1934 é considerada retrocedente quanto à proteção ao trabalhador, haja vista terem sido dela excluídos
os benefícios de proteção à maternidade e os provenientes de acidente de trabalho.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAt%C3%A9%20o%20Decreto%20n%C2%BA%2072%2C%20de%2021%20de%20novembro%20de%201966%2C%20
Questão 2
Com relação à seguridade social e a seus princípios, assinale a opção correta.
A
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinado a
assegurar os direitos relativos ao trabalho, à saúde, à previdência e à assistência social.
B
A gestão tripartite do sistema previdenciário, com participação dos trabalhadores, dos empregadores e dos aposentados e
decorrente do caráter democrático e descentralizado da administração, garante a segurança e a moralidade na administração
desse sistema.
C
O equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário consiste na observação dos critérios que preservem a sua solvência
financeira, de modo a fornecer segurança e tranquilidade aos segurados e garantir o fomento público em situações de instabilidade
econômica.
D
Constituem objetivos da seguridade social a universalidade e a uniformidade da cobertura e do atendimento e a inequidade na
forma de participação no custeio.
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2 - Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as principais regras e os benefícios previdenciários do RPPS.
Ligando os pontos
Você percebeu que, desde sua origem, a Constituição Federal de 1988 sofreu diversas intervenções no sistema previdenciário? Notou que ele cada dia
vem se aproximando mais do Regime Geral de Previdência Social?
Até a EC 20/1998 não era exigida a contribuição, mas apenas o tempo de serviço, com exceção dos servidores federais, uma vez que a EC 03/1993
ordenou a contribuição aos servidores federais. A EC 20/1998, para evitar discussões sobre a contributividade, ordenou que o tempo de serviço seria
contado como de contribuição.
João é servidor público estadual desde janeiro de 1995, ingressando, portanto, pouco tempo antes das emendas à Constituição nº 20/1998, 41/2003
e47/2005, possuindo expectativa de direito a proventos pela integralidade e reajuste pela paridade. Até o momento, o estado em que João é servidor
não fez sua reforma previdenciária conforme a emenda Constitucional nº 103/2019. A ele foi assegurado regra de transição, posteriormente
revogada pela emenda à constituição nº 41/2003, que trouxe outras regras de transição.
Não bastassem os períodos de pedágio que passaram a ser exigidos, a Emenda à Constituição nº 103/2019 inovou mais uma vez, trazendo regras
ainda mais duras. João nasceu em janeiro de 1972 e, caso não houvesse alterações nas regras, ele se aposentaria. Com base na redação original da
Constituição Federal de 1988, João se aposentaria com 35 anos de tempo de serviço, com integralidade e paridade. Com as novas regras trazidas
pela Emenda à Constituição nº 103/2019, João precisaria de 35 anos de contribuição, 60 anos de idade, 20 anos de efetivo exercício no serviço
público, 5 anos de cargos efetivos em que se der a aposentadoria, podendo optar pelo sistema de pontos ou de pedágio.
Não há mais as regras de transição das emendas à Constituição anteriores revogadas expressamente Todavia o governo federal com a finalidade
E
Segundo a jurisprudência majoritária do STF, o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios refere-se apenas ao valor
nominal desses benefícios, não resultando na garantia da concessão de reajustes periódicos, característica relativa à preservação
do valor real.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20princ%C3%ADpio%20da%20irredutibilidade%20do%20valor%20dos%20benef%C3%ADcios%20prev%C3%AA

24/05/2022 18:31 Regime Próprio de Previdência dos Servidores
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Não há mais as regras de transição das emendas à Constituição anteriores, revogadas expressamente. Todavia, o governo federal, com a finalidade
de administrar e executar planos de benefícios de caráter previdenciário complementar para os servidores públicos, criou a Fundação de Previdência
Complementar do Servidor Público Federal (FUNPRESP), por meio do Decreto nº 7.808/2012. O servidor que migrar para o regime complementar
passará a ter proventos limitados ao teto do Regime Geral de Previdência Social e o reajuste por índice do RGPS.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
As diversas reformas previdenciárias mudaram o sistema de proteção social dos servidores públicos, trazendo novas regras que aumentaram o
tempo de serviço e de contribuição. A Emenda à Constituição nº 20/1998 tornou possível a contributividade para todos os entes da federação, algo já
existente no serviço público federal desde 1993, quando a EC nº 03 passou a viger. A EC nº 41/2003 permitiu proventos pela integralidade e reajuste
pela paridade apenas em regras de transição, excluindo do corpo da constituição. Sobre as reformas, assinale a correta:
A
De janeiro de 1995 até a EC nº 20/1998, o tempo de serviço de João será contado como tempo de contribuição, desde que ele faça
os recolhimentos de contribuição previdenciária do período.
B
Desde a nova ordem constitucional, instituída em 5 de outubro de 1984, os servidores federais somente se aposentavam se
houvesse contribuição e idade mínima.
C Desde a Emenda Constitucional nº 20/1988, exige-se apenas contribuição para os servidores públicos poderem se aposentar.
D
A Emenda Constitucional nº 03/1993 estabeleceu a contribuição obrigatória para os servidores públicos e não apenas o tempo de
serviço.
E
A Emenda Constitucional nº 41/2003 acabou com a integralidade e paridade, assegurando-as apenas em regras de transição para
os que ingressaram até a data de vigência da emenda, como é caso de João.
Parabéns! A alternativa E está correta.
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paragraph'%3EJo%C3%A3o%20ingressou%20no%20servi%C3%A7o%20p%C3%BAblico%20federal%20em%20janeiro%20de%20
Questão 2
Observando as alterações constitucionais ao longo da história, é notável que a Emenda Constitucional nº 41/2003, art. 6º, e a Emenda Constitucional
nº 47/2005, art. 3º, asseguraram integralidade dos proventos e paridade nos reajustes. Podemos dizer que João terá direito a aposentadoria:
A pelas regras da Emenda Constitucional nº 20/1998, que acabou com os proventos integrais e com a paridade.
B pelas regras da Emenda Constitucional nº 41/2003, que acabou com os proventos integrais e com a paridade.
C pelas regras de transição da Emenda Constitucional nº 41/2003, que manteve apenas a “integralidade”.
D
pelas regras da Emenda Constitucional nº 47/2005, que trouxe, no artigo 3º, regra de transição aplicável aos servidores que
ingressaram em cargo público até a data em que a EC nº 20/1998 foi publicada. De acordo com essa regra, os servidores que
cumprissem os requisitos ali presentes poderiam se aposentar com proventos equivalentes à última remuneração, além de fazerem
jus ao reajuste no mesmo índice dos servidores ativos aplicando se o mesmo às pensões
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Questão 3
Levando em consideração as transformações citadas no caso, oriente qual o melhor benefício a ser concedido a João, servidor público estadual
desde janeiro de 1995, ingressando, portanto, pouco tempo antes da emendas à Constituição nº 20/1998, nº 41/2003 e nº 47/2005, possuindo
expectativa de direito a proventos pela integralidade e reajuste pela paridade.
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Conceito do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
O Regime Próprio de Previdência Social é o sistema de proteção social dos servidores públicos, previsto no artigo 40 da Constituição Federal.
O caput do artigo 40 da Constituição prevê que o regime será direcionado "aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, incluídas suas autarquias e fundações”, sendo “de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”.
Podemos conceituar o Regime Próprio de Previdência Social como um sistema de proteção social, de caráter contributivo, destinado apenas a
servidores ocupantes de cargo efetivo, excluídos os militares, com financiamento solidário mediante contribuição do respectivo ente público,
dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas.
Princípios do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
Sendo o Regime Próprio de Previdência Social parte do sistema de seguridade social, os princípios gerais aplicáveis à seguridade social também
informam esse regime. No mais, alguns dos princípios se encontram no caput do art. 40 da Constituição Federal. É o que veremos a seguir.
P i í i d ib i id d
jus ao reajuste no mesmo índice dos servidores ativos, aplicando-se o mesmo às pensões.
E
pelas regras da Emenda Constitucional nº 41/2003 ou da nº 47/2005, uma vez que se exige, para ambas, ingresso até 17 dez.
1998.
Parabéns! A alternativa D está correta.
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Princípio da contributividade
Previsto no caput do art. 40 e art. 201 da CRFB, a contribuição é marca do sistema de previdência, diversamente do que ocorre com a saúde e
assistência social. Assim, a concessão de todo e qualquer benefício depende da contribuição prévia pelo segurado. A contributividade garante, ainda,
o equilíbrio financeiro e atuarial.
A contribuição previdenciária tem natureza tributária e, portanto, submete-se àsregras do Código Tributário Nacional (CTN). Essa é a orientação do
plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 556.664/RS, do qual se extrai que “as contribuições, inclusive as previdenciárias, têm
natureza tributária e se submetem ao regime jurídico-tributário previsto na Constituição” (RE 556664, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno,
julgado em 12/06/2008, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-216 DIVULG 13-11-2008 PUBLIC 14-11-2008 EMENT VOL-02341-10 PP-01886).
Princípio do equilíbrio �nanceiro e atuarial
Como primeiras palavras, é importante saber a diferenciação entre os equilíbrios financeiros e atuarial:

Equilíbrio �nanceiro
Consiste em regra de ouro do direito financeiro (receitas, pelo menos, iguais as despesas). O equilíbrio financeiro é voltado ao curto prazo.

Equilíbrio atuarial
Envolve variáveis financeiras, demográficas, econômicas e probabilísticas, avaliando um horizonte de longo a médio prazo.
Entretanto, o estudo de impacto para fins de equilíbrio financeiro e atuarial não impede o aumento de contribuição previdenciária. O tema foi
analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que decidiu que a previsão contida no caput do artigo 40 da Constituição Federal quanto à exigência de
estudo atuarial específico e prévio à edição de lei que aumente a contribuição previdenciária dos servidores públicos não implica vício de
inconstitucionalidade, mas mera irregularidade. Ou seja, o vício pode ser sanado pela demonstração do déficit financeiro ou atuarial no futuro,
mediante justificativa que autorize o aumento do tributo. Portanto, o aumento do tributo sem o estudo prévio de impacto não configura confisco e
nem afronta ao princípio da razoabilidade. (ARE 875958 RG, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 16/02/2017, DJe-037
DIVULG 23-02-2017 PUBLIC 24-02-2017).
Princípio da precedência de fonte de custeio (preexistência ou antecedência)
Está previsto no art. 195, § 5º, da Constituição Federal. Esse dispositivo dispõe que nenhum benefício da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total, ou seja, o servidor público deve realizar a contribuição para o custeio do sistema
de previdência. Uma gestão responsável exige a preexistência de recurso para gerar um benefício.
O princípio da precedência da fonte de custeio total, também conhecido como postulado da contrapartida - que mantém íntima conexão com o
critério do equilíbrio atuarial - visa garantir a equação econômico-financeira do sistema de previdência e traduz exigência que, além de configurar
requisito operacional que vincula o legislador e o aplicador da legislação previdenciária, qualifica-se como pressuposto constitucional necessário à
viabilização da própria existência e funcionalidade do sistema de seguridade social e, em especial, do sistema previdenciário nacional.
Daí a precisa observação feita na lição de Ivan Kertzman (2020, p. 73-74):
Preexistência do custeio em relação aos benefícios e serviços significa que para ser possível a criação ou ampliação de qualquer benefício

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Preexistência do custeio em relação aos benefícios e serviços significa que, para ser possível a criação ou ampliação de qualquer benefício
ou serviço, deve haver anteriormente a previsão da fonte dos recursos que financiará a nova prestação. Um novo benefício deve ser
financiado por uma nova fonte, não bastando apenas indicar recursos já existentes, sob o risco de padecer de inconstitucionalidade. Mesmo
os benefícios e serviços da saúde e da assistência social devem atender a este princípio. Os benefícios recentemente criados foram sempre
acompanhados da instituição de nova fonte de custeio. Foi o que ocorreu com o benefício de aposentadoria especial para os trabalhadores
filiados a cooperativas, que foi acompanhada de uma nova contribuição social (Lei 10.666/2003). Interessante ressaltar que o Supremo
Tribunal Federal tem posicionamento firmado de que o princípio da preexistência do custeio em relação aos benefícios e serviços,
previsto no art. 195, § 5º, da Constituição Federal, não se aplica à previdência privada, mas, apenas, à seguridade social que é financiada
por toda a sociedade.
(Agravo Regimental no RE 583.687/RS)
Princípio do tempus regit actum
Não previsto expressamente na Constituição, indica que se aplica a lei que vigia quando o direito nasceu. Não autoriza o uso de lei a mera
expectativa de direito. Em relação à pensão, destaca-se a Súmula nº 340 do STJ: A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é
aquela vigente na data do óbito do segurado.
Sobre o tema, vale destacar a clareza contida na lição de Frederico Amado:
Trata-se de um princípio geral do Direito [‘tempus regit actum’] que pontifica que os atos jurídicos deverão ser regulados pela lei vigente no
momento da sua realização, normalmente não se aplicando os novos regramentos que lhe são posteriores, salvo previsão expressa em
sentido contrário. [...] Conquanto não esteja explicitamente previsto na legislação da previdência social como princípio informador,
entende-se que ele integra o seu rol, sendo muitas vezes usado para definir o regime jurídico dos benefícios previdenciários, pois deverá ser
aplicada a lei vigente na data do nascimento do direito à prestação previdenciária.
(Frederico Amado, 2017, p. 261)
Princípio da solidariedade
Para fins do regime próprio, a solidariedade indica a ampliação do critério subjetivo do tributo “contribuição”, ou seja, o sujeito passivo da obrigação
não apenas o segurado, mas também o respectivo ente público, os servidores inativos e os pensionistas.
Sobre o tema, Thiago Alencar Alves Pereira (2021. p. 34) trata do assunto desta forma:
[...] no RE n.º 593068 foi fixada em repercussão geral a seguinte tese: ‘Não incide contribuição previdenciária
sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor público, tais como ‘terço de férias’,
‘serviços extraordinários’, ‘adicional noturno’ e ‘adicional de insalubridade’.
(BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 593068, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 11/10/2018, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-056 DIVULG 21-03-2019 PUBLIC 22-03-2019.)
Para os ministros do STF, a regra matriz de incidência tributária, em seu critério quantitativo (base econômica do tributo), não pode sofrer inovações
do princípio da solidariedade. A solidariedade apenas ampliou o critério subjetivo relacionado ao sujeito passivo, passando a exigir contribuições dos
inativos e pensionistas.
Princípio da irredutibilidade dos benefícios
Em que pese a Constituição Federal prever a manutenção do valor real, o que não é possível é a redução nominal do benefício (art. 194, parágrafo
único, IV, da CRFB).
Essa compreensão é extraída do entendimento da maioria do Supremo Tribunal Federal que assentou a presunção de constitucionalidade da
legislação infraconstitucional e a adequação, como fator de reajuste, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ao invés de decidir a favor
da preservação do poder aquisitivo da moeda quanto aos benefícios a que o cidadão tem jus.
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Consta da parte final do voto do Relator:
Em suma: os índices adotados para o reajuste dos benefícios foram superiores ao INPC - Índice Nacional dos Preços ao Consumidor.
Apenas no reajuste de 2001, é que houve diferença para menor, da ordem de 0,07%, diferença, está-se a ver, desprezível. De outro lado,
verifica-se que o índice mais adequado para correção dos benefícios é mesmo o INPC, dado que ‘a população-objetivo’ deste ‘é referente a
famílias com rendimentos compreendidos entre 1 (um) e 8 (oito) salários mínimos, cujo chefe é assalariado em sua ocupação principal...’,
entrando ‘nacomposição do INPC’ ‘as variações sentidas no preço da alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário,
transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação, em média ponderada. Trata-se de índice de preços ao
consumidor, não abarcando, diretamente, as flutuações de preços típicos do setor empresarial’.
(Recurso Extraordinário nº 376.846)
Princípio da opção pelo benefício mais vantajoso
Para o cálculo da renda mensal inicial, cumpre observar o quadro mais favorável ao beneficiário, pouco importando o decesso remuneratório ocorrido
em data posterior ao implemento das condições legais para a aposentadoria. (Recurso Extraordinário nº 630.501, sob a sistemática da repercussão
geral, relatora ministra Ellen Gracie).
Emendas Constitucionais nº 03/1993, nº 20/1998, nº 41/2003 e nº 47/2007
Até a reforma previdenciária implementada pela Emenda Constitucional nº 20/1998, o regime previdência social não exigia contribuição, ou seja,
bastava tempo de serviço para que o servidor público conquistasse o benefício previdenciário. Desse modo, o servidor tinha direito à inatividade
remunerada após determinado tempo de serviço, inexistindo idade mínima.
Em uma análise sistemática, levando em consideração as alterações posteriores promovidas pelas emendas à Constituição, nota-se que o
constituinte não adjetivou o substantivo “servidor”, possibilitando que tanto o ocupante de cargo efetivo quanto o de cargo em comissão pudessem
se aposentar.
Comentário
É isso mesmo, ocupante de cargo em comissão podia se aposentar pelo regime próprio de previdência.
Para os servidores federais, a mudança começou com a Emenda Constitucional nº 03/1993. Ela estabeleceu a contribuição obrigatória para os
servidores públicos federais e não apenas o tempo de serviço. A segunda mudança sobreveio com a Emenda Constitucional nº 20/1998, que
promoveu mudanças maiores no RPPS, fixando o caráter contributivo e ainda:I. Estabeleceu idade mínima (55 anos para mulheres e 60 anos para homens) para o gozo de aposentadoria voluntária integral no RPPS;
II. Restringiu o rol dos filiados ao RPPS (apenas servidores titulares de cargo efetivo, incluindo suas autarquias e fundações);
III. Extinguiu a aposentadoria por tempo de serviço nos regimes próprios e a transformou em aposentadoria por tempo de contribuição, visando à
existência de uma equivalência (mesmo que inexata) entre o período de contribuição e o benefício a ser concedido;
IV. Proibiu a contagem de tempo de contribuição fictício;
V. Vedou expressamente a percepção de duas pensões, salvo no caso de acumulação de cargos autorizada constitucionalmente;
VI. Vedou a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de RPPS.
Quanto às demais emendas constituconais:
EC nº 20/1998
A Emenda Constituconal nº 20/1998, embora tenha trazido relevantes alterações, manteve a integralidade (remuneração do cargo
efetivo em que se deu a aposentadoria) e paridade (extensão aos proventos e pensões dos reajustes concedidos aos servidores ativos)
do benefício de aposentadoria.
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Ademais, a Emenda Constituconal nº 41/2003 estabeleceu nova sistemática no cálculo do benefício de aposentadoria (que passou a ser calculado
com base média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a
que esteve vinculado, correspondentes a 80% de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição,
se posterior àquela competência, e não mais com base na remuneração do cargo em que se desse a aposentadoria, a integralidade) e o reajuste
passou a preservar o seu valor real (afastando-se a paridade); estreitou-se ainda mais a relação contribuição/benefício previdenciário. A Lei Federal
nº 10.887/2004 regulamentou essa alteração.
Atenção!
A regra dos proventos pela integralidade (valor da última remuneração) opõe-se à regra dos proventos pela média (80% das maiores remunerações
utilizadas como base para as contribuições previdenciárias, na forma da Lei Federal nº 10.887/2004), tratando-se de alteração da base de cálculo.
Da mesma forma, os proventos integrais (coeficiente de 100%) opõem-se aos proventos proporcionais (coeficiente inferior à 100%).
Além disso:I. Autorizou a cobrança de contribuições previdenciárias sobre aposentadorias e pensões, desde que em valor acima do teto de benefícios pago
pelo Regime Geral de Previdência Social;
II. Previu o redutor de pensão por morte equivalente a 30% sobre a quantia que excedesse o teto do Regime Geral de Previdência Social;
III. Criou o abono de permanência (instituto distinto da “isenção” de contribuição previdenciária, prevista pela EC 20/1998) para servidores que já
tivessem preenchido os requisitos para aposentadoria voluntária com proventos integrais;
IV. Vedou a existência de mais de um RPPS para os servidores titulares de cargos efetivos e mais de uma unidade gestora no respectivo ente.
Buscando proteger expectativas de direito aos servidores que foram atingidos pelas modificações implementadas pelas Emendas Constitucionais nº
20/1998 e 41/2003, a Emenda Constitucional nº 47/2005 trouxe, no artigo 3º, regra de transição aplicável aos servidores que ingressaram em cargo
público até a data em que a EC nº 20/1998 foi publicada. De acordo com essa regra, os servidores que cumprissem os requisitos ali presentes
poderiam se aposentar com proventos equivalentes à última remuneração, além de fazerem jus ao reajuste pela paridade.
Seguindo nas regras de transição (PEREIRA, 2021, p. 85-86), lembre-se de que:I. os aposentados antes da EC 20/1998 possuem direito adquirido às regras previstas na redação original da CF/88, com integralidade e
paridade;
II. os ingressos antes da EC nº 20/1998 e aposentados antes da EC nº 41/2003 poderão optar por uma das regras autorizadas na EC nº 20/1998,
quais sejam: a) Art. 40, inciso III, alínea “a” da Constituição Federal na redação dada pela EC nº 20/1998; b) Art. 40, inciso III, alínea “b” da
Constituição Federal na redação dada pela EC nº 20/1998; c) Art. 8º, § 1º da EC nº 20/1998 (proventos proporcionais de no mínimo 70% e
reajuste pela paridade) - revogado pela EC nº 41/2003; d) Art. 8º, caput, da EC nº 20/1998 (integralidade e paridade);
III. ingressos em cargo efetivo até 16 de dezembro de 1998 e em exercício atualmente: a) Art. 2º da EC 41/2003: provento integral e reajuste índice
legal - aplica-se redutor; b) Art. 3º da EC 47/2005: proventos integralidade e paridade (pensões paritárias);
IV. ingressos em cargo efetivo até 31 de dezembro de 2003 e em exercício atualmente: artigo 6º da EC 41/2003 (integralidade e paridade).
Emendas Constitucionais nº 70/2012, nº 88/2015 e nº 103/2019
A Emenda Constitucional nº 70/2012, ao incluir o art. 6º-A à EC nº 41/2003, previu que servidores que ingressaram no serviço público até a data da
publicação da EC nº 41/2003 teriam, caso se aposentassem por invalidez, os proventos calculados com base na última remuneração no cargo
efetivo, os quais seriam reajustados pela paridade com os servidores da ativa. Corrigiu distorção não prevista pela EC 41/2003.
EC nº 41/2003
A Emenda Constituconal nº 41/2003 veio com a intenção de tornar o sistema previdenciário equilibrado econômico e financeiramente,
bem como corrigir a forma de fixação do benefício e de seu reajuste. Foi extirpada a regra da integralidade e da paridade, respeitando
direitos adquiridos e prevendo regras de transição (arts. 2º e 3º da EC nº 41/2003).
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A Emenda Constitucional nº 88/2015 alterou tão somente a idade limite para aposentadoria compulsória de servidores públicos, prevista no inciso II
do § 1º do art. 40 da Constituição,passando de 70 para 75 anos, deliberando que os proventos serão calculados proporcionalmente ao tempo de
contribuição.
A referida emenda foi regulamentada pela Lei Complementar Federal nº 152/2015, fixando, em regra, a idade limite de 75 anos para aposentadoria
no serviço público.
Já a Emenda Constitucional nº 103/2019 assegurou direito adquirido ao servidor vinculado do RPPS que implementasse requisitos para obter
qualquer espécie de aposentadoria antes da EC 103/2019, podendo pedir benefício a qualquer tempo (art. 3º da EC), garantindo-se cálculo e reajuste
com base na legislação vigente à época em que foram cumpridos os requisitos (art. 3º, §§ 1º e 2º da EC).
Previu a EC 103/2019, como regra de transição no RPPS (art. 4º da EC), aposentadoria aos 30 anos de contribuição (mulher) e 35 (homem), sendo 20
de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo em que se der aposentadoria, desde que cumpra com idade mínima de 56 e 61 anos,
respectivamente, além de somatório de idade e do tempo de contribuição equivalente a 86 pontos (mulher) e 96 (homem) (art. 4º, caput, incisos I a V,
da EC).
A idade mínima aumenta a partir de 1º de janeiro de 2022 para 57 (mulher) e 62 (homem) (art. 4º, §1º da EC), assim como a pontuação será
acrescida em 1 ponto a partir de 1º de janeiro de 2020 até atingir 100 (mulher) e 105 (homem) (art. 4º, §2º da EC).
O cálculo garante a integralidade e a paridade da remuneração para quem ingressou no serviço público até 31 de dezembro de 2003 (data de
vigência da EC 41/2003), mas desde que tenha no mínimo 62 anos (mulher) e 65 anos (homem) (art. 4º, § 6º, inciso I, da EC), além de cumprir com o
somatório referenciado, que pode acarretar idade superior a essas (art. 4º, § 7º, inciso I, da EC); e para servidor que ingressou após referida data,
garantido valor correspondente a 60% da média de todos os salários mais 2 pontos percentuais a cada ano que exceder 20 anos de contribuição (art.
26, § 2º, inciso I, da EC).
Para o professor, a EC 103/2019 diz que todos esses parâmetros são reduzidos em 5 anos ou 5 pontos (art. 4º, § 4º, da EC), exceto quanto ao limite
máximo do somatório da mulher professora, que chegará a 92 pontos (art. 4º, § 5º, da EC 103/2019).
Especi�cidades da Emenda Constitucional
A EC 103/2019 veda a instituição de novos RPPS e determina que lei complementar federal institua regras de responsabilidade previdenciária (art. 40,
§ 22, da CF), veda a utilização de recursos do fundo de previdência para realização de despesas distintas do pagamento de benefícios
previdenciários (art. 167, inciso XII, da CF) e que a transferência voluntária de recursos, concessão de avais, garantias e subvenções pela União, bem
como empréstimos por instituições federais para entes subnacionais que descumpram regras de funcionamento de seus respectivos RPPS (art. 167,
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inciso XIII, da CF). Essas proibições têm como escopo preservar a integridade atuarial e financeira do sistema.
A EC 103/2019 também retira o direito constitucional ao abono de permanência, mas autoriza a concessão por lei do ente federativo (art. 40, §19º).
Como regra transitória, o abono de permanência continua para todos os servidores públicos federais e inova ao prever expressamente a concessão
desse abono desde o implemento dos requisitos também para aposentadoria especial e aposentadoria da pessoa com deficiência (art. 8º da EC),
algo inexistente nas emendas anteriores, embora a concessão fosse autorizada pelo TCU.
O teto do RGPS como limite máximo no RPPS passa a ser impositivo, não mais uma faculdade dos entes federados.
Continuando com a EC 103/2019, podemos identificar normas não autoaplicáveis e normas autoaplicáveis. São exemplos de normas não
autoaplicáveis:
Art. 40, § 15 da Constituição c/c art. 33 da Emenda Constitucional nº 103/2019 (Administração, por entidade aberta de previdência
complementar, de planos de benefícios patrocinados pelos entes federados, que depende de regulamentação mediante lei complementar da
União);
Art. 149, §§ 1º-B e 1º-C da Constituição c/c art. 9º, § 8º, c/c art. 36, inciso II da Emenda Constitucional nº 103/2019 (Instituição de contribuição
extraordinária, por meio de lei, cuja regulamentação no âmbito dos estados, Distrito Federal e municípios somente poderá ser editada quando a
alteração de redação dada pela reforma ao art. 149 da Constituição Federal tiver vigência em relação a esses entes, o que dependerá de
publicação de lei estadual, distrital ou municipal que referende integralmente a alteração promovida nesse artigo da Constituição).
Já as normas de aplicabilidade imediata são, por exemplo:
Art. 22, XXI da Constituição (Competência privativa da União para editar normas gerais sobre inatividades e pensões das polícias militares e
corpos de bombeiros militares);
Art. 37, § 14 da Constituição e art. 6º da Emenda Constitucional nº 103/2019 (Preceito segundo o qual a utilização de tempo de contribuição de
cargo público e de emprego ou função pública, ainda que se trate de tempo de contribuição para o RGPS, acarreta o rompimento do vínculo com
a Administração Pública, ressalvando-se a concessão de aposentadoria pelo RGPS até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº
103/2019);
Art. 37, § 15 da Constituição c/c o art. 7º da Emenda Constitucional nº 103/2019 (Vedação de complementação de aposentadorias de servidores
públicos e de pensões por morte a seus dependentes, que não seja decorrente da instituição do regime de previdência complementar a que se
referem os §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição ou que não seja prevista em lei que extinga RPPS, ressalvadas as complementações de
aposentadorias e pensões já concedidas); dentre outras.
A EC nº 103/2019 previu, no art. 35, que ficam revogados:
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Os seguintes dispositivos da Constituição Federal: a) o § 21 do art. 40; b) o § 13 do art. 195.
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Os arts. 9º, 13 e 15 da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998.
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Os arts. 2º, 6º e 6º-A da Emenda Constitucional nº 41, de 2003; IV - o art. 3º da Emenda Constitucional nº 47, de 2005.
Para os regimes próprios de previdência social dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, quanto às revogações dos arts. 2º, 6º e 6º-A da
Emenda Constitucional nº 41/2003, e do art. 3º da Emenda Constitucional nº 47/2005, somente ocorrerão na data de publicação de lei de iniciativa
privativa do respectivo Poder Executivo e desde que as referende integralmente (art. 36 da EC 103/2019).
Enquanto não houver o referendo integral dos mencionados dispositivos da reforma, por meio de lei estadual, distrital ou municipal, continua a valer
o parágrafo 21 do art. 40 da Constituição, bem como valem os arts. 2º, 6º e 6º-A da Emenda Constitucional nº 41/2003, e o art. 3º da Emenda
Constitucional nº 47/2005, sendo aplicável, quanto ao art. 149 da Constituição, a redação anterior à data de entrada em vigor da EC nº 103/2019.
Consideram-se ainda vigentes para os entes subnacionais as regras de transição dos arts. 2º, 6º e 6º-A da Emenda Constitucional nº 41/2003, e do
art. 3º da Emenda Constitucional nº 47/2005, nessa hipótese de ausência de lei que referende integralmente a alteração do art. 149 da Constituição
Federal e a cláusula de revogação da alínea a do inciso I e dos incisos III e IV do art. 35 da EC nº 103/2019.
Diante desse histórico, é possível perceber que o sistema previdenciário dos servidores públicos sofreu alterações substanciais ao longo dos últimos
anos. A aposentadoria passou de uma benesse, um “prêmio”, visando manter o padrão de vida do ex-servidor, para se tornar um benefício
contraprestacional, com vistas a atingir o equilíbrio econômico-financeiro do RPPS, aproximando-se a cada dia do RGPS.
Comentário
Note que está mantida,nos termos do art. 42 da CF, a competência dos estados para dispor, em lei estadual específica, tanto sobre as matérias do
art. 142, § 3º, X (entre outras, a que trata da transferência do militar para a inatividade) quanto sobre as pensões militares. Por conseguinte, os
estados deverão adaptar suas leis específicas ao que vier a ser disposto em lei de caráter nacional da União sobre normas gerais de inatividades e
pensões das polícias militares e corpos de bombeiros militares, sob pena de invalidade.
O art. 201, §9º, Constituição Federal de 1988, assegura, para fins de aposentadoria a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime
Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo com os
critérios estabelecidos em lei.
Benefícios
Benefícios do RPPS
Veja a seguir os benefícios do Regime Próprio de Previdência Social.
O RPPS concederá, no máximo, os mesmos benefícios do RGPS (Art. 5º da Lei Federal nº 9.717/1998 - Os regimes próprios de previdência social dos
servidores públicos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, dos militares dos estados e do Distrito Federal não poderão conceder
benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em
contrário da Constituição Federal) e, no mínimo, aposentadoria e pensão (portaria nº 402, de 10 de dezembro de 2008. Art. 2º Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS) é o regime de previdência, estabelecido no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios que
assegura, por lei, aos servidores titulares de cargos efetivos, pelo menos, os benefícios de aposentadoria e pensão por morte previstos no art. 40 da
Constituição Federal).
A previsão constitucional do art. 40, com redação dada pela EC 103/2019, é pela concessão, aos servidores ocupantes de cargo efetivo, de
aposentadoria:I. por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
II. compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
idade, na forma de lei complementar;
III. no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas constituições e leis orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
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A aposentadoria voluntária prevista no art. 40, inciso III CFRB é aplicada apenas aos servidores federais, diversamente da aposentadoria por
incapacidade permanente e da aposentadoria compulsória, que se aplica a todos os entes da federação. Isso significa que, na aposentadoria
voluntária, cada estado e município legislará sobre a idade (via emenda à constituição estadual), tempo de contribuição e outros requisitos (via lei
complementar) de seus respectivos servidores, denotando uma desconstitucionalização das regras previdenciárias.
Com a reforma previdenciária anotada pela EC nº 103, de 2019, a aposentadoria “por invalidez permanente” passa a denominar-se aposentadoria
“por incapacidade permanente para o trabalho”. A EC nº 103, de 2019, constitucionaliza a exigência de avaliações periódicas para verificação da
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, bem como a condição de o servidor ser insuscetível de readaptação,
conferindo nova redação ao inciso I do § 1º do art. 40 da Constituição.
Recomendação
Para melhor compreender as regras de cada estado e município, realize a leitura atenta das reformas em cada ente federado, como o estado de
Sergipe (Lei Complementar nº 338, de 27 de dezembro de 2019) e o estado da Bahia (Emenda Constitucional nº 26, de 31, de janeiro de 2020).
Vem que eu te explico!
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Falta pouco para atingir seus objetivos
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
As reformas previdenciárias trazem consigo dificuldades quanto à aplicação da lei aos segurados que se encontram em determinado momento. Há
regras permanentes e de transição. Quanto à aplicação da lei previdenciária no tempo, assinale a opção correta.
A
Independentemente do benefício pretendido, aplica-se o princípio tempus regit actum: a lei do tempo em que se preencheram todos
os requisitos para a concessão do benefício pretendido pelo segurado.
B
Com exceção das aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, aplica-se a lei em vigor à época em que o segurado
ingressou no sistema previdenciário.
C
Aplica-se o princípio lex posterior derrogat priori para os benefícios devidos aos segurados, independentemente de ser mais ou
menos vantajoso; aplicando-se entretanto, a lei em vigor na data de ingresso do segurado no sistema previdenciário para os
benefícios devidos aos dependentes.
D
Independentemente do benefício pretendido, será adotada a interpretação que mais se aproxima do ideal de justiça, pautada em
princípio valorativo e finalístico, segundo o qual se aplica a lei mais vantajosa ao segurado.
E
Aplica-se o princípio lex posterior derrogat priori, com a ressalva de que, havendo alteração da lei após o ingresso do trabalhador ao
sistema previdenciário, será adotada a lei mais vantajosa ao beneficiário segurado ou dependente.
Parabéns! A alternativa A está correta.
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Questão 2
O sistema de cálculo e reajuste de proventos do servidor público segurado do Regime Próprio de Previdência Social foi bastante modificado nos
últimos anos, sendo correto afirmar:
A
Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do cargo efetivo
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
B
No sistema de média, para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as
remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes próprio e geral, na forma da lei.
C
É assegurado o reajustamento anual dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme índice do
IPCA.
D
No sistema de média, todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício serão devidamente atualizados
pela SELIC.
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Considerações �nais
Como vimos, é preciso ter especial atenção às inúmeras e enormes transformações que vêm afetando o regime de previdência social do servidor
público desde a sua introdução na Constituição Federal de 1988. São muitas as normas e, por consequência, os regimes de transição que são
impostos para evitar uma mudança abrupta nas regras.
Em especial, merecem a nossa atenção as Emendas Constitucionais nº 70/2012, 88/2015 e, notadamente, a 103/2019.
Além disso, para a melhor compreensão do assunto, mostra-se necessário identificar as suas especificidades em relação ao chamado Regime Geral.Por isso, buscamos delimitar neste estudo os conceitos fundamentais da previdência própria, além de analisar as principais regras e os benefícios
previdenciários que o compõem.
Podcast
Para encerrar, ouça um resumo sobre RPPS e suas principais regras.
E
Os servidores que ingressaram no serviço público após a Emenda Constitucional Nº 41/2003 podem optar pelo direito a reajuste de
seu benefício previdenciário pela regra da paridade.
Parabéns! A alternativa B está correta.
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Referências
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SAVARIS, J. A. Direito processual previdenciário. 7. ed. rev. atual. Curitiba: Alteridade, 2018.
SILVÉRIO, A. G. A Concessão de Aposentadorias e Pensões no Serviço Público. Ribeirão Preto: IBRAP, 2005.
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BALERA, W. Noções preliminares de direito previdenciário: atualizado com a reforma da previdência. São Paulo: Quartier Latin, 2010.
MARTINS, B. S. F. Direito Constitucional Previdenciário Do Servidor Público. 2. ed. São Paulo: LTr, 2018
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