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1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS BELÉM TECNOLOGIA EM ELETROTÉCNICA INDUSTRIAL IAN VICTOR SOBREIRA SENA PETERSON DE SOUZA COSTA ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DA ENERGIA SOLAR COMO GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NA BANCADA DE SMART GRID DO IFPA CAMPUS BELÉM BELÉM - PA 2021 2 IAN VICTOR SOBREIRA SENA PETERSON DE SOUZA COSTA TECNOLOGIA EM ELETROTÉCNICA INDUSTRIAL Monografia apresentada ao curso de Tecnologia em Eletrotécnica Industrial, do Instituto Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Eletrotécnica. Orientador: Prof. ___________________. BELÉM 2021 3 ESPAÇO RESERVADO PARA A FICHA CATALOGRÀFICA 4 IAN VICTOR SOBREIRA SENA PETERSON DE SOUZA COSTA ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DA ENERGIA SOLAR COMO GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NA BANCADA DE SMART GRID DO IFPA CAMPUS BELÉM Monografia apresentada ao curso de Tecnologia em Eletrotécnica Industrial, do Instituto Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Eletrotécnica. Aprovado em: _____/_____/_____ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof. ________________ (Orientador) IFPA __________________________________________________ Prof. _________________________ (Examinador) IFPA __________________________________________________ Profa Dra.. _____________________________ (Examinador) UFPA 5 DEDICATÓRIA. 6 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, que me sustentou em todas as dificuldades, por me ajudar a nunca desistir nesse ano bastante difícil que foi 2020 e por ter me acompanhado nessa conquista pessoal. Aos meus pais, meus avós, meu irmão, minha irmã, meus tios e meu primo, por estarem sempre comigo em todos os momentos e me apoiando em todas as decisões tomadas em minha vida. 7 “EPÍGRAFE.” AUTOR DA EPÍGRAFE 8 RESUMO Apresentação concisa dos pontos relevantes do documento, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo. Deve ser informativo, conter de 150 a 500 palavras, apresentando finalidades, metodologia, resultados e conclusões. Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. Deve ser redigido em parágrafo único, mesma fonte do trabalho, e espaçamento simples entre linhas. Deve ser redigido em parágrafo único, mesma fonte do trabalho, e espaçamento simples entre linhas. Resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo resumo. Palavras-chave: Palavra1. Palavra2. Palavra3. 9 ABSTRACT Tradução do resumo em língua vernácula para outro idioma de propagação internacional (em inglês ABSTRACT, em francês RESUMÉ, e espanhol RESUMEN). Na abstract is a brief summary of an article of reseach, thesis, review, conference, proceeding or any ind-depth analysis on a particular subject or discipline, and is often used to help the reader quickly become aware of the purpose of the article. When used, na abstract Always appears at the beginning of a manuscript, which acts as the entry services are available for a number of academic disciplines, aiming at crafting a body of literature for that particular subject. Abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract. Keywords: Word1. Word2. Word3. 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13 1.3 DIVISÃO DO TRABALHO .................................................................................. 14 2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ...................................................................................... 15 2.1 Energia solar fotovoltaica ................................................................................. 16 2.3 ENERGIA FOTOVOLTAICA NO BRASIL ......................................................... 17 2.3.3 Sistema Fotovoltaico ........................................................................................ 22 2.3.4 Células Fotovoltaicas ...................................................................................... 23 2.3.5 Silício Monocristalino ....................................................................................... 25 2.3.6 Silício Policristalino ........................................................................................... 26 2.3.7 Silício Amorfo .................................................................................................. 26 2.4 MODULO FOTOVOLTAICO .............................................................................. 27 2.4.1 Associação em Serie e Paralelo ....................................................................... 29 2.5 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS ..................................................................... 32 2.5.1 – Curva de tensão e Corrente .......................................................................... 33 2.6 Sistema ONGRID e OFFGRID ........................................................................... 35 3. INTRODUÇÃO ............................................................. Erro! Indicador não definido. 3.1. CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS SOBRE SMART GRID Erro! Indicador não definido. 3.2 MÓDULOS DE GERAÇÃO ........................................ Erro! Indicador não definido. 3.3 MÓDULOS DE TRANSMISSÃO ................................ Erro! Indicador não definido. 3.4 MÓDULOS DE CARGA ............................................. Erro! Indicador não definido. 3.5 MÓDULOS DE MEDIÇÃO E COMANDO .................. Erro! Indicador não definido. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 61 Capítulo I. INTRODUÇÃO AO TEMA 11 1 INTRODUÇÃO O crescimento contínuo da população e do consumo de energia, ocasiona um aumento na demanda energética nos centros urbanos. Dessa forma, a busca por uma fonte de desenvolvimento sustentável tem motivado interesse por formas de energia mais limpas e renováveis. É nessa perspectiva que a energia solar se enquadra, onde por meio de sua geração é capaz de suprir as necessidades apresentadas e ainda garantir maior viabilidade sobre as formas tradicionais de geração de energia (BRAGA, 2008). Em 1991 o Japãojá fazia os mais diversos testes com energia solar. E nos mesmos anos, de acordo com (Henderson, 1991), convocados pelo físico Niels Meyer, cerca de cem dos principais especialistas em energia solar e renovável de todo mundo reuniram-se na Universidade Técnica da Dinamarca e reportaram 300 páginas a viabilidade de se alcançar a transição para uma era solar intitulado “Colaboração Global para o desenvolvimento da energia sustentável”. Este documento pedia mudanças radicais nas políticas energéticas. Nesse sentido, a utilização de Geração Distribuída (GD) através de fontes renováveis no setor elétrico brasileiro é uma solução estratégica para a melhoria da eficiência energética, visto que promove a redução de perdas e custos de energia durante a sua transmissão e distribuição, aumenta a segurança do abastecimento e contribui para o desenvolvimento sustentável (BARIN et al., 2010; ANEEL, 2016). Na Figura 1 é possível verificar a potência instalada de GD por variadas fontes no país, em outubro de 2018. Capítulo I. INTRODUÇÃO AO TEMA 12 Figura 1: Participação da potência instalada da GD por fonte no Brasil, em Outubro/2018. Fonte: ANEEL, 2018. UFV: Central Fotovoltaica; EOL: Eólica, CGH: Central Geradora Hidráulica e UTE: Unidades Termelétricas. Nesse cenário, uma solução viável para o futuro da energia são as redes inteligentes (Smart Grid), para substituir a rede elétrica tradicional, pois estas visam obter um gerenciamento da rede muito maior (ALELUIA, 2014). Tendo em vista, a importância do assunto para a engenharia, sobretudo, para a área de distribuição. Discutir sobre a contribuição da energia solar como geração distribuída justifica-se pelo fato de que, o consumo energético tem aumentado e se tornado essencial na sociedade. Assim é possível notar que a geração solar pode impactar diretamente no sistema elétrico, com base na qualidade de energia que o consumidor terá com as reduções de perdas e uma flexibilidade podendo existir com a variação entre rede convencional ou fonte renovável. Assim o presente trabalho partiu da necessidade de entender como a implementação da smart grid garante a melhor eficiência nas gerações distribuídas. Capítulo I. INTRODUÇÃO AO TEMA 13 1.1 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é analisar os aspectos técnicos da geração distribuída com fonte de energia solar de uma unidade consumidora em uma rede elétrica da bancada didática de smart grid do IFPA Campus Belém. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Observar o comportamento de grandezas físicas de potência, tensão e corrente elétrica na geração, transmissão, distribuição e consumidor da rede elétrica após a inserção da geração distribuída na mesma; b) Conceituar a energia solar fotovoltaica como geração distribuída; c) Comparar os valores de geração ao variar os ângulos da placa solar; d) Demonstrar com esse experimento, a eficiência das smart grids no gerenciamento de redes elétricas. Para o efetivo desenvolvimento dos objetivos específicos em um corpo consistente de análise e argumentação, este estudo tem como base uma pesquisa explorativa e adota-se com metodologia uma abordagem qualitativa e quantitativa, A planificação da pesquisa inclui, em primeiro lugar, o levantamento dos dados secundários, para posterior contato com as fontes primarias, a fim de promover a coleta de dados em campo. Serão aplicados os seguintes instrumentos de pesquisa: Observação e preenchimento de tabelas com resultados experimentais. Os instrumentos de pesquisa serão aplicados de maneira planejada, com a execução do experimento prático que viabilizara a análise dos aspectos técnicos da geração distribuída com fonte de energia solar de uma unidade consumidora em uma rede elétrica da bancada didática do IFPA Campus Belém. Capítulo I. INTRODUÇÃO AO TEMA 14 1.3 DIVISÃO DO TRABALHO Para alcançar o seu objetivo central, esta dissertação encontra-se organizada em 5 capítulos, sendo esta introdução o primeiro deles. No capítulo 2, são apresentados os princípios mais relevantes a respeito da geração distribuída voltada especificadamente a energia solar. No capítulo 3, aprofunda- se em conceituar smart grid e descrever a bancada didática da empresa De Lorenzo. A parte pratica do trabalho será abordada no capítulo 4, que traz informações e dados a serem analisados. E, por fim, no capítulo 5, são apresentas as considerações finais. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 15 2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA A geração distribuída de energia (GD), também conhecida como geração dispersa, geração local ou geração embutida tem como conceito principal a instalação da central geradora próxima a carga de consumo, normalmente na rede de distribuição do sistema ou mesmo após o sistema de medição do consumidor (ACKERMANN et al., 2001). Esta peculiaridade é de grande relevância, pois minimiza perdas durante o transporte e pode evitar a necessidade de extensas linhas de transmissão. Para o caso fotovoltaico, a produção de energia pulverizada na rede é frequentemente incorporada à estrutura de edificações e, assim, não demanda novas terras resultando em menor impacto ambiental (MIRANDA, 2013) Dito isto, a geração distribuída de energia fotovoltaica pode ser um importante condutor a uma nova matriz energética global limpa e eficiente. Para o caso brasileiro, os primeiros sistemas começam a ser instalados, fruto do novo marco regulatório para este setor (ANEEL, 2012). De acordo Severino (2008), o propósito da GD é bastante variável e para obtê- lo, é necessário que se conheça o propósito da geração da energia elétrica a ser utilizada. E para isto, alguns tópicos são importantes, entre eles, os seguintes: (1) Propósito econômico – Têm esse propósito aquelas utilizações que se justificam integralmente por motivos econômicos, como é o caso, por exemplo, da utilização de reserva energética para garantir o fornecimento de energia elétrica das cargas elétricas de uma instalação nos horários em que a energia fornecida pela fonte convencional for mais cara. (2) Propósito ambiental – Têm esse propósito aquelas utilizações que se justificam integralmente por motivos ambientais, como é o caso, por exemplo, da substituição de geração poluente de energia elétrica com o objetivo de reduzir ou eliminar os impactos ambientais. (3) Propósito social – Têm esse propósito aquelas utilizações que se justificam integralmente por motivos sociais, como é o caso, por exemplo, da alimentação de cargas elétricas para as quais não há a possibilidade de alimentação por meio de outra fonte de energia elétrica, especialmente por rede elétrica convencional. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 16 (4) Propósito técnico de engenharia – Têm esse propósito aquelas utilizações que se justificam integralmente pela própria engenharia, como é o caso, por exemplo, da utilização de suporte energético ao sistema elétrico para prover parte da energia requerida pelas cagas e para melhorar o desempenho do sistema. Atualmente a demanda por energia elétrica é muito alta, no Brasil, por exemplo, em horários de ponta com demandas altíssimas, as hidrelétricas (fonte de energia principal no país) não conseguem atender todos os consumidores, fazendo com que as usinas termelétricas sejam acionadas para suprir a energia restante que precisa ser fornecida, entretanto, estaé mais cara e causa enormes impactos ao meio ambiente. Com a utilização da GD por muitos consumidores, o sistema elétrico depende menos das termelétricas, o estado gasta menos dinheiro e a tarifa é mais barata. (CHAVES & NETO, 2019) A GD torna-se uma alternativa para o sistema elétrico a partir do momento em que reúne os benefícios, a começar por adequar-se ao mercado de energia e aumentar a eficiência na utilização dos recursos naturais mitigando os impactos ambientais provenientes da geração centralizada (LORA; HADDAD, 2006). Esta modalidade pode ser proveniente de várias fontes alternativas. Destas, a energia solar pode ser citada como uma das mais limpas e de fácil instalação, além disto, diminui a dependência do mercado de petróleo, reduz a emissão de gases poluentes na atmosfera (HOSENUZZAMAN et al., 2014). 2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA De acordo com INPE (2017), a energia solar é uma fonte inesgotável, uma vez que a escala de tempo da vida no planeta Terra deve ser considerada. O sol é uma estrela média que irradia energia devido às reações de fusão nuclear dos átomos de Hidrogênios para formar Hélio e, por este motivo, o sol é uma das possibilidades energéticas mais vantajosas para a humanidade. A utilização da energia solar traz benefícios de caráter social, pois viabiliza o desenvolvimento de áreas remotas, gera empregos, além de regular oferta durante o período de baixas na hidráulica e diminuindo a dependência do mercado de petróleo (SOBRINHO, 2016). Esta surge pela diferença de potencial entre os terminais de um Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 17 material semicondutor quando exposto à luz solar (THOMAZ & VIEIRALVES, 2016). A energia provinda do sol pode ser aproveitada para gerar eletricidade mediante a conversão da radiação solar, definida pelo físico francês Alexandre Becquerel como efeito fotovoltaico. Este efeito foi observado pela primeira vez em 1839 em um experimento realizado com eletrodos de prata somado a exposição a luz, com o resultado do surgimento de tensão elétrica. Ao longo da última década, a energia solar fotovoltaica vem ganhando cada vez mais notoriedade no cenário mundial, com uma alta e contínua taxa de crescimento que deverá manter-se devido ao apelo mundial por energias limpas, sendo ela umas das mais eficientes e menos nocivas ao meio ambiente (SILVA, 2015). 2.2 ENERGIA FOTOVOLTAICA NO BRASIL A produção de eletricidade a partir da luz solar, vem crescendo gradualmente no mercado mundial. No Brasil, assim como em muitos outros países, a disseminação da tecnologia solar fotovoltaica começou com sistemas isolados ou autônomos, que abasteciam locais não atendidos pelos serviços da rede da concessionária de energia elétrica. Esses sistemas continuam sendo uma opção para energizar comunidades distantes do acesso à rede convencional de distribuição de eletricidade, mostrando- se economicamente viáveis para certas regiões do país (ZILLES, 2012). O aumento da demanda de energia nos centros urbanos ocorre quando surgem novas unidades consumidoras de energia elétrica, como casas e empresas, ou quando cada unidade existente aumenta o seu consumo. O uso da fonte solar para produzir energia elétrica pode facilitar o suprimento desse aumento de demanda, ou de parte dele, instalando em cada nova unidade consumidora um sistema de geração fotovoltaica conectado à rede, ou então, expandindo-se a capacidade do sistema de geração solar existente sempre que houver um aumento no consumo. Logo, a instalação de sistemas fotovoltaicos conectados à rede é capaz de responder, ao menos parcialmente, à questão da expansão da demanda (ZILLES, 2012). Para Pinto, Amaral e Janissek (2016) o Brasil tem condições favoráveis para a geração solar fotovoltaica, em particular nas zonas urbanas, por meio de sistemas conectados à rede elétrica. Isso porque o país possui uma localização geográfica privilegiada com relação ao potencial solar. No entanto, é baixa exploração dessa Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 18 fonte de energia na matriz energética no país. Os autores mostram que se houvesse a implantação de quatro a sete MFVs com potência 217 WP por casa, em todo o país, seria possível produzir resultados que reduziria a crise energética. No Brasil, em 2012, com a aprovação do uso de sistemas de geração conectadas as redes de distribuição pela ANEEL através da resolução N° 482 de 2012, estabeleceu as condições de acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica, tornando possível a geração de energia renovável em residências brasileiras. De acordo com o capítulo III da resolução, o consumidor, ao adquirir a microgeração ou minigeração pode aderir ao sistema de compensação de energia elétrica (Net Metering Tariff). Através deste sistema, o consumidor pode ceder o excesso de energia produzida em sua residência para a rede distribuidora local, em troca de créditos no consumo de energia elétrica ativa. Dessa forma, a fatura referente à energia elétrica ativa será a diferença entre a energia consumida e a injetada e, caso haja crédito de energia elétrica ativa, este poderia ser acumulado por 36 meses após o faturamento. A resolução normativa nº 482/2012 também regulamentava o acesso aos sistemas de distribuição, a medição de energia elétrica e as medidas a serem tomadas caso houvesse irregularidades na unidade consumidora ou dano ao sistema elétrico (ANEEL, 2012). Com o Protocolo de Quioto, firmado em 1997, o qual tem como meta para os países industrializados reduzir as emissões de gases de efeito estufa para valores 5% inferiores àqueles medidos em 1990, durante o período entre 2008 e 2012. Para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, não existe o índice de redução de emissão de gases, porém devem trabalhar para diminuir suas emissões. Atualmente, apesar do consumo de energia de fontes não renováveis ser maior comparado as renováveis, usamos mais fontes renováveis em relação aos demais países, como mostrado na Figura 2. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 19 Figura 2 - Matriz Elétrica Brasileira Fonte: BEN, 2021. Um dos motivos mais relevantes para a baixa procura pelos sistemas fotovoltaicos é o preço, ainda é muito caro instalar esse sistema em casa, já que os módulos são importados, pois não há indústrias desse segmento no Brasil. Os maiores produtores de módulos no mundo são a China, com aproximadamente 50% da produção, seguido do Taiwan (15%), Europa (10%), Japão (10%) e Estados Unidos (5%) (MACHADO, 2015). Além disso, a quantidade de energia produzida por um sistema fotovoltaico depende da insolação do local onde é instalado. As regiões nordeste e centro-oeste são os que possuem os maiores potenciais de aproveitamento de energia solar. Em comparação a outros países que concentram a maior parte da geração fotovoltaica no mundo, o território brasileiro é muito privilegiado para exploração dessa fonte de energia (VILLALVA, 2015). Atualmente, a Alemanha é o país que mais se destaca na utilização da energia solar fotovoltaica. Sua capacidade instalada é cerca de 20 GW, superior à de todos outros países juntos. Representando quase 5% de toda a eletricidade produzida no Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 20 país. A sua melhor insolação é cerca de 3500 Wh/m² por dia, disponível apenas em uma pequena parte ao sul do seu território. A maior parte do território alemão possuimenos de 3500 Wh/m² diários de energia solar. Valores bem inferiores em comparação aos valores de insolação diária no Brasil, que se apresentam entre 4500 Wh/m² e 6500 Wh/m² (VILLALVA, 2015). De acordo com a figura 3, a região menos ensolarada do Brasil apresenta índices solares em torno de 1642 kWh/m², que estão acima dos valores apresentados na área de maior incidência solar da Alemanha, a qual recebe cerca de 1300kWh/m² (SALAMONI & RÜTHER, 2007). No entanto, apesar de apresentar melhores condições climatológicas, na comparação mercadológica, o Brasil está a atrás do país europeu. Figura 3. Irradiação solar – Brasil (a) / Irradiação solar – Alemanha (b). Média anual da radiação global incidente no plano horizontal Fonte: SALAMONI & RÜTHER, 2007 O motivo para a Alemanha, mesmo com essa desvantagem expressiva, ser o maior gerador de energia solar do mundo é o fato dela também ser o país que lidera o ranking de investimento neste tipo de energia, isto gerou mecanismos eficientes de incentivos à utilização de fontes renováveis e grandes investimentos em tecnologias de geração (OLIVEIRA & GOMES, 2017). 2.3.1 Conceitos Básicos 2.3.2 Radiação solar Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 21 O Sol fornece anualmente, para a atmosfera terrestre, 1,5x 1018 kWh de energia. Trata-se de um valor considerável, correspondendo a 10000 vezes o consumo mundial de energia neste período. Este fato vem indicar que, além de ser responsável pela manutenção da vida na Terra, a radiação solar constitui-se numa inesgotável fonte energética, havendo um enorme potencial de utilização por meio de sistemas de captação e conversão em outra forma de energia (térmica, elétrica, etc.). Uma das possíveis formas de conversão da energia solar é conseguida através do efeito fotovoltaico que ocorre em dispositivos conhecidos como células fotovoltaicas. Estas células são componentes optoeletrônicos que convertem diretamente a radiação solar em eletricidade. São basicamente constituídas de materiais semicondutores, sendo o silício o material mais empregado (CRESCEB, 2021). Essa localização próxima a Linha do Equador faz com que o tempo de incidência de luz solar não varie muito, a média anual pode variar entre 5 a 8 horas diárias. Porém a maior parte das atividades socioeconômicas do país se convergem nas regiões mais distantes da Linha do Equador (ANEEL, 2005). A posição angular do Sol, ao meio dia solar, em relação ao plano do Equador (Norte positivo) é chamada de Declinação Solar (d). Este ângulo, que pode ser visto na figura 4, varia, de acordo com o dia do ano, dentro dos seguintes limites: -23,45° < d < 23,45° A soma da declinação com a latitude local determina a trajetória do movimento aparente do Sol para um determinado dia em uma dada localidade na Terra (CRESCEB, 2021). Figura 4. Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-Sinclinado de um ângulo de 23,5o. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 22 Fonte: CRESCEB, 2021 O Brasil é privilegiado pela abundante radiação solar, onde o sol aparece em média 280 dias por ano, além de ser detentor de uma das maiores reservas de silício no mundo, material utilizado na fabricação de painéis solares (CABRAL, 2013). 2.3.3 Sistema Fotovoltaico Um sistema fotovoltaico é composto por quatro componentes: os painéis solares, os controladores de carga, os inversores e as baterias. Cada um exerce uma função de acordo com o tipo de instalação do sistema. Os painéis tem a função de coletar e transformar a energia da radiação solar em energia elétrica junto com os semicondutores e as células fotovoltaicas. Essa energia é gerada em corrente contínua e convertida pelos inversores em corrente alternada. A energia gerada é armazenada pelas baterias e utilizadas em dias nublados ou de menor radiação. Cabe aos controladores de carga evitar a sobrecarga e a descarga excessiva das baterias e prolongar a vida útil do sistema (BOSO, 2015) O painel solar é constituído por diversas células fotovoltaica, que são responsáveis pela conversão da energia da radiação em energia elétrica. Somado a isso, esse sistema é composto por um ou mais módulos fotovoltaicos e por um conjunto de equipamentos complementares, como baterias, controladores de carga, inversores e outros equipamentos de proteção. Variando de acordo com a aplicabilidade, conectados a rede ou não. (JUNIOR, 2021). Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 23 A Figura 5 apresenta o funcionamento de cada tipo de sistema fotovoltaico, no caso de existir localmente uma ligação à rede de distribuição de eletricidade, a solução mais simples consiste em fornecer à rede eléctrica o excedente produzido, disponibilizando-a para outros consumidores, e utilizar eletricidade fornecida pela rede eléctrica sempre que o sistema não gerar energia eléctrica (nomeadamente no período noturno). Para pequenos sistemas, para aplicações como sistemas de telecomunicações ou sistemas domésticos isolados de pequenas dimensões (SHS, Stand alone systems), a solução mais comum para acumular a eletricidade fotovoltaica é baseada em baterias eletroquímicas, tradicionalmente de chumbo ou de níquel-cádmio (BRITO, 2006). Figura 5: Esquema de sistemas fotovoltaicos conectados à rede e isolado. Fonte: MACHADO, 2015. 2.3.4 Células Fotovoltaicas As células disponíveis comercialmente utilizam o silício como material-base para sua fabricação, e sua aparência externa é a de uma lâmina circular ou quadrada, com tonalidade entre o azul-escuro e o preto. A parte superior da célula apresenta Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 24 raias de coloração cinza, constituídas de um material condutor, cuja finalidade é extrair a corrente elétrica gerada quando as células são expostas à luz solar (ZILLES, 2012). A primeira célula solar moderna foi apresentada em 1954 com apenas dois centímetros quadrados de área e eficiência de 6% e com capacidade de geração 5 mW de potência elétrica. Em 2004, foram produzidos a ordem de milhões de células com a eficiência de 10% a mais, ultrapassando pela primeira vez a barreira de I GW de potência elétrica anual instalada (VALLÊRA, 2006). Nesse contexto, com as inovações tecnológicas inseridas também no âmbito da pesquisa, a capacidade de geração e eficiência estão em constante evolução. O material N possui um excedente de elétrons e o material P apresenta falta de elétrons, devido a essa diferença de concentração o resultado é que os elétrons livres do lado N passam ao lado P. Dessa forma, o contato das duas camadas forma-se a junção semicondutora, e esse fenômeno origina um campo elétrico que cria a dificuldade para o deslocamento de mais elétrons. Ao ser exposto à luz, alguns elétrons do material da célula ficam mais energéticos devido à absorção de fótons. Com essa energia extra, os elétrons são acelerados, gerando uma corrente através da junção. Esse fluxo de corrente dá origem à diferença de potencial entre as duas faces da junção p-n (MACHADO, 2015). Uma célula simples consiste basicamente num díodo de grande área (BRITO, 2006). A Figura 6 a seguir ilustra a estrutura de uma célula fotovoltaica composta por duas camadas de material semicondutor P e N, uma grade de coletores metálicos superior e uma base metálica inferior. Figura 6: Estrutura de uma célula fotovoltaica. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 25 Fonte: BlueSol Na fabricação a camada semicondutora pode ser de diversos tipos de materiais, entretanto, o mais comum na primeira geração é o silício cristalino (Extraído do mineral quartzo) por ser um material abundante e barato, e são classificados de acordo com sua estrutura molecular: monocristalino, policristalino e silício amorfo. Existem atualmente diversas tecnologias para a fabricação de células e módulos fotovoltaico, e apesar do Brasil ser um dos principais produtores, a fabricação e purificação não é realizada em nosso país (VILLALVA, 2015). 2.3.5 Silício Monocristalino Comparado historicamente a célula de silício monocristalino é a mais usada e comercializada para fins de efeito fotovoltaico e sua fabricação é constituída por um processo básico de aquecimento em altas temperaturas de blocos de silício (chamado de cristal semente) e submetidos a um processo de formação de cristal chamado método de Czochralski. Nesse processo, o silício é fundido juntamente com uma pequena quantidade de dopante, normalmente boro formando um semicondutor dopado do tipo P (CRESCEB, 2008). O produto resultante é o lingote de silício monocristalino, que é extraído e levado para o forno de difusão, onde recebe altas temperaturas, a dopagem de fósforo, formando então a junção p-n. Após passar por um processo de purificação, que apesar de ser caro, é crucial para o desempenho da célula, visto que as impurezas do silício possuem papel relevante na eficiência da célula solar (DE OLIVEIRA SOBRINHO, 2016). O aspecto de uma célula monocristalino é uniforme, normalmente azulado escuro ou preto (Figura 7), podendo assumir alguma coloração diferente dependendo do tipo de tratamento antirreflexivo que recebe. Figura 7: Célula de Silício monocristalino Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 26 Fonte: CRESCEB 2.3.6 Silício Policristalino As células policristalinas (Figura 8) possuem um método de produção muito mais simples comparado com a monocristalino, com isso o preço empregado é inferior. Entretanto, além da precificação a eficiência segue em mesma direção sendo comercializada entre 13% e 15%, ligeiramente inferior às células monocristalinos. Podem ser preparadas pelo corte de um lingote, de fitas ou depositando um filme num substrato, tanto por transporte de vapor como por imersão. Cada técnica produz cristais com características específicas, incluindo tamanho, morfologia e concentração de impurezas (CRESCEB, 2008). Figura 8: Célula de Silício Policristalinos Fonte: Portal Solar, 2021. 2.3.7 Silício Amorfo O silício amorfo difere das demais estruturas cristalinas por apresentar alto grau de desordem na estrutura dos átomos, devido a esse arranjo desordenado a estrutura Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 27 possui muitas ligações pendentes e por isso existe a necessidade da hidrogenação diminuindo a densidade de ligações pendentes e permitindo que os elétrons fluam através da célula. Nessa perspectiva, quando comparado com os cristalinos sua maior desvantagem é a baixa eficiência (entre 5 e 8%) e a perca da vida útil mais rápida logo nos primeiros meses (VILLALVA, 2015). A eficiência de conversão, ou rendimento, de uma célula fotovoltaica é definido como o quociente entre a potência da luz que incide na superfície da célula fotovoltaica e a potência eléctrica disponível aos seus terminais (BRITO, SILVA, 2006). Sendo assim, com as diferentes tecnologias empregadas na fabricação é possível obter células e módulos com aproveitamentos maiores ou menores da radiação solar. A tabela 1 faz comparação entre alguns materiais aplicados em tecnologia fotovoltaica existentes, mostrando que as células e os módulos de silício mono e policristalino, com a exceção da célula de Arsenieto de Gálio, são as que apresentam as maiores eficiências de conversão e faz a comparação entre os custos. Tabela 1 - Eficiência e custo de cada tipo de célula fotovoltaica Fonte: RIBEIRO, 2012. 2.4 MODULO FOTOVOLTAICO Um modulo fotovoltaico é constituído de um conjunto de células montadas sobre uma estrutura rígida e conectadas eletricamente. Pela baixa tensão e corrente de saída em uma célula fotovoltaica, agrupam-se várias células formando um módulo. O arranjo das células nos módulos pode ser feito conectando-as em série ou em Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 28 paralelo (CRESCEB, 2008). Assim são produzidos os módulos fotovoltaicos, que podem apresentar diferentes tamanhos e potências. Para formação dos módulos comercializáveis, como mostrado na Figura 6, as células são conectadas em série através desses filamentos condutores e encapsuladas em folhas de acetato de vinil etileno (EVA), e então recebem uma cobertura frontal de vidro temperado e uma proteção, na parte posterior, de um filme de fluoreto de polivinila (PVF), conhecido como Tedlar®. Esse conjunto laminado é montado em um perfil metálico, geralmente alumínio (MACHADO, 2015). Com base na Figura 9, é possível observar a linha de montagem de um modulo fotovoltaico típico. As células e suas conexões são prensadas dentro da película encapsulante, o modulo é recoberto por uma lâmina de vidro e por último recebe uma moldura de alumínio. Na parte traseira o modulo recebe uma caixa de junção elétrica (VILLALVA, 2015). Figura 9: Componentes de um modulo fotovoltaico Fonte: Bluesol Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 29 2.4.1 Associação em Serie e Paralelo Os sistemas fotovoltaicos podem empregar muitos módulos conectados, os conjuntos em serie recebem o nome de strings. Essa conexão é a mais empregada devido proporcionar a soma das tensões de cada painel individual, de forma que a interligação é dada pelo terminal positivo ligado ao terminal negativo do outro conforme Figura 10. (SZAMBELAN, 2017). Figura 10: Associação de módulos em serie. Fonte: BRAGA, 2008. A correte que circula pelo sistema é a mesma em todos os módulos, por isso não é aconselhável a associação de módulos de capacidades distintas (JUNIOR, 2021). Por outro lado, ao conectar as células em paralelo ou strings (Figura 8), soma- se as correntes de cada módulo e a tensão é exatamente a tensão da célula. Dessa forma, pelas características típicas das células (corrente máxima por volta de 3A e tensão muito baixa, em torno de 0,7V) este arranjo não é utilizado salvo em condições muito especiais. (CRESCEB, 2008) Figura 11: Associação de módulos em paralelo. Fonte: BRAGA, 2008. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 30 Um modulo fotovoltaico sujeito a uma sombra causada por um obstáculo pode deixar de produzir energia mesmo se apenas uma de suas células estiver recebendo pouca luz, esta atua como uma carga, dissipando a corrente de entrada. Quando uma célula não está exposta a nenhuma luz solar, irá aquecer e criar os chamados pontos quentes (LOPES, 2013). Para atenuar o efeito do sombreamento, os fabricantes adicionaram os diodos de passagem (Bypass) ligados em paralelo com as células que permitiram a passagem da corrente sem danificar a célula. Não é a solução ideal, mas melhora a produção de energia do modulo fotovoltaico (VILLALVA, 2015). 2.5 COMPONENTES DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO Um sistema fotovoltaico autônomo é geralmente composto de uma placa ou um conjunto de placas fotovoltaicas, um controlador de cargas, uma bateria e,conforme a aplicação, soma-se um inversor de tensão contínua para alternada. 2.5.1 – Baterias A bateria, em sua unidade ou, no conjunto, banco de baterias, é um dos principais componentes de um sistema fotovoltaico. Seja ele autônomo ou híbrido, a aplicação dos acumuladores de energia pode ser diversa. Dessa forma, independente do modelo, possuem características básicas comum a todas. Dentre elas, estão os polos positivo e negativo, a carcaça rígida e a reação eletroquímica para armazenamento e liberação de energia elétrica (BLUESOL, 2016). De acordo com a maneira como o sistema fotovoltaico é dimensionado uma bateria pode durar mais ou menos tempo. Profundidades de descarga maiores reduzem o tempo de vida da bateria, ou seja, uma bateria que se descarrega pouco pode durar muitos anos e uma que se descarrega muito vai durar menos (VILLALVA, 2015). 2.5.2 – Controlador de Carga Instalado entre os painéis fotovoltaicas e o banco de baterias, o controlador de carga gerencia o fornecimento estável de energia para as cargas elétricas conectadas ao circuito, ponderando os momentos de carga/descarga das baterias e o fornecimento de energia através dos módulos fotovoltaicos. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 31 Além disso, é o dispositivo eletrônico responsável por fornecer proteção ao banco de baterias em uma instalação fotovoltaica autônoma. Dessa forma, o controlador regula o processo de carga e descarga das baterias, permitindo que elas sejam carregadas completamente e que não sejam descarregadas abaixo de um valor seguro. Como ilustrado na Figura 12, a seguir, um controlador típico possui entrada para os painéis fotovoltaicos, saídas para as baterias e cargas (BLUESOL, 2016). Figura 12: Circuito elétrico de um controlador de carga Fonte: Emnuvens 2.5.3 – Inversores O inversor é necessário nos sistemas fotovoltaicos para alimentar consumidores em corrente alternada a partir da energia elétrica de corrente contínua produzida pelo painel fotovoltaico ou armazenada na bateria (BRAGA, 2008). Figura 13: Inversor Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 32 Fonte: Minha casa solar De acordo com a Bluesol os inversores podem ser divididos em três categorias: Os de onda quadrada que não são muito recomendados, os de onda senoidal modificada aceitável para a maioria das aplicações e os de onda senoidal pura que garante aplicação com distorções abaixo de 5%. Além das características de ondas, o inversor também pode ser classificado quanto a sua potência: • Microinversor: Desenvolvidos com o intuito de operar mais próximos aos módulos fotovoltaicos. Dessa forma, possuem baixa potência de conversão, com capacidade para conectar 1 a 4 módulos por unidade. • Inversor Strign: São preparados para receber conjuntos maiores de módulos fotovoltaicos subdivididos em séries. Por terem maior capacidade de conversão de energia, conseguem sozinhos suprir a necessidade dos imóveis, na grande maioria. • Inversor Central: Desenvolvidos para suportar aos grandes parques fotovoltaicos, os inversores centrais são equipamentos extremamente robustos com capacidade de conversão CC/CA de circuitos em alta tensão. 2.6 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS De acordo com CRESCEB (2008), a identificação da potência dos módulos é dada mediante a potência de pico, expressa em watt pico (Wp). Entretanto, suas demais características elétricas são: Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 33 A) Voltagem de Circuito Aberto (Voc): É o valor da tensão elétrica, medida em volts (V), que o modulo fornece nos seus terminais quando estão desconectados. B) Corrente de Curto-Circuito (Isc): É a corrente elétrica que o modulo consegue fornecer quando seus terminais estão em curto-circuito. C) Potência Máxima (Pm): Também chamada de potência de pico é a máxima potência que o modulo pode fornecer, corresponde à multiplicação da corrente e tensão de máxima potência. D) Voltagem de Potência Máxima (Vmp): É o valor da tensão nos terminais do modulo quando fornece sua potência máxima na condição padronizada de teste. E) Corrente de Potência Máxima (Imp): É o valor da corrente nos terminais do modulo quando fornece sua potência máxima. 2.6.1 – Curva de tensão e Corrente Como já mencionado anteriormente, a tensão da célula fotovoltaica pouco se altera com a disponibilidade de radiação solar incidente, o que já não acontece com a corrente, que varia proporcionalmente em relação a quantidade de luz recebida. Sendo assim, pode-se observar na figura 9, o comportamento do modulo em diferentes cenários de exposição ao sol (BLUESOL, 2016). Figura 9: Tensão x corrente sob a variação de radiação solar. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 34 Fonte: BLUESOL, 2016. Outra análise também pode a ser realizada ao conectar uma célula fotovoltaica e variar as condições de carga podendo assim visualizar a curva característica VxI (Figura 10) (Braga,2008). Figura 10: Curva característica Corrente em relação a tensão. Fonte: Manual de engenharia para sistemas Fotovoltaicos. A potência máxima que modulo fotovoltaico pode atingir depende da relação de tensão e (Voc) e a corrente de circuito aberto, influenciadas de diferentes valores de irradiância de temperatura (EVO SOL, 2021, p. 32). A potência a ser extraída pode ser visualizada na figura 11. Figura 11: Curva característica Corrente em relação a tensão. Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 35 Fonte: Manual de engenharia para sistemas Fotovoltaicos. Já a figura 12 mostra a curva característica IxV em superposição com a curva de potência. Figura 12: Curva característica Corrente em relação a tensão. Fonte: Manual de engenharia para sistemas Fotovoltaicos. 2.7 Sistema ONGRID e OFFGRID Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 36 Há dois tipos de sistemas fotovoltaicos: os Sistemas Conectados à Rede (On Grid) e os Sistemas Não Conectados à Rede ou Autônomos (Off Grid) que trabalham de uma maneira isolada da rede. O sistema On-grid funciona em função de sua conexão à rede de transmissão. É usado em locais já atendidos por energia elétrica. Pois, permite que a energia produzida em excesso e que não for consumida pela residência seja repassada para a rede de transmissão e sendo nesta convertida em créditos de energia para a mesma residência. Tais créditos são reservados por três anos e caso o proprietário da residência não os utilize no período determinado, os mesmos ficam para a concessionaria de energia elétrica. Esta troca de energia entre as concessionárias e as residências que adquirem esse sistema, faz com que a redução dos custos com kWh seja demonstrada na conta de energia da residência (BOSO, 2015). Como pode ser observado na figura 13. Em contrapartida, nos sistemas isolados ou Off Grid, são utilizados para uso local e específico, abastecendo diretamente os aparelhos que utilizarão a energia. Pois, que necessita de baterias para armazenar a energia produzidas pelas placas fotovoltaicas ao invés de ser enviada à rede elétrica, sendo as baterias responsáveis pelo abastecimento das cargas em períodos sem irradiação solar. Esta solução é bastante utilizada em locais remotos que não possuem ligação com distribuidorasde energia (SOLAR FONTE, 2018). O kit desse sistema é composto por módulos solares, cabos, estrutura de suporte como: inversores e controladores de carga (bloco de geração de energia) e baterias (bloco de armazenamento) (TERRA e SOL, 2018). A seguir pode ser observado na figura 13 os componentes existentes em cada tipo de sistema. Figura 13 – Sistema ON GRID E OFF GRID Capítulo II. GERAÇÃO DISTRIBUIDA E ENERGIA SOLAR 37 Fonte: Solar fonte, 2018. Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 38 3 CONCEITO DE SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA O Sistema elétrico (SE), pode ser entendido como uma rede complexa composta por centrais elétricas, subestações de transformações, sistemas de ligação e interligação que interagem entre si (PABLA, 2004). É um grande sistema que engloba geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. O SE tem pouco mais de 100 anos, durante todo esse tempo não passou por mudanças significativas, porém a demanda por energia elétrica cresce cada dia mais, e com isso é necessário a atualização do SE. As redes elétricas foram instaladas, permitindo que as concessionárias de energia fornecessem energia elétrica aos consumidores e uma vez por mês cobrasse pelo correspondente serviço. Esta interação unidirecional com limitações dificulta a capacidade das redes em dar resposta à crescente demanda de energia no século XXI sujeita a uma contínua mudança.” (Léon, María, Adami, Feliciano, 2013). Representação Sistema Elétrico de Potência Fonte:https://www.mundodaeletrica.com.br/um-pouco-mais-sobre-o-sistema-eletrico-de-potencia-sep/ A Representação acima mostra como funciona o SE unidirecional. Neste modelo a geração de energia elétrica fica longe do consumidor, e só há a possibilidade de ser atendido por uma concessionária de energia que detém direitos sobre a Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 39 distribuição desta, deste modo o consumidor fica dependente essas empresas, que muitas vezes não tem uma gestão de energia eficiente, o que prejudica o consumidor final. Rede Tradicional e Rede Elétrica Inteligente Fonte: Santacana, 2010 De acordo com Bueno e Brandão (2016), essa indústria especializou-se em produzir energia em grande quantidade, em pontos centralizados (usinas geradoras), na quantidade exigida instantaneamente pela carga e em transportar esta energia de forma unidirecional da usina produtora até os centros de cargas, medir fluxos de energia e faturar o consumo. Com o Aumento de demanda de energia elétrica, houve a necessidade de atualização do sistema elétrico, essa demanda por atualização está presente desde a geração até o consumo final da energia elétrica. As modernizações realizadas no setor elétrico, desde seu início há mais de um século até os dias atuais, passaram por diversas mudanças de equipamentos, como Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 40 a evolução da eletrônica e o aprimoramento das linhas de transmissão. No entanto, o fornecimento da energia sempre obedeceu ao mesmo modelo da geração até o consumidor final, com uma dinâmica de rede centralizada que distribui a energia para as demais partes do sistema (PROOF, 2017). As experiências mostram que as redes elétricas do século XX não atendem as necessidades do século XXI, que incluem aumento na demanda, qualidade e variedade de serviços. A fim de encontrar possíveis soluções para as barreiras do atual modelo da indústria elétrica, percebeu-se a importância de agregação de vários outros tipos de tecnologias a esta, como a maior utilização de energias limpas para minimizar os impactos ambientais, utilização maior da tecnologia digital para o aperfeiçoamento da medição e uma maior participação da tecnologia da informação no desenvolvimento de softwares e protocolos (YONA LOPES et al., 2012). Por essa razão, está na hora de as concessionárias de energia elétrica se reinventarem, não apenas no tocante à tecnologia em si, como ocorre em programas de redes elétricas inteligentes (Smart Grids) de diversos países, mas também no que diz respeito ao relacionamento com as diversas partes relacionadas, principalmente os clientes, e à maneira como os clientes percebem o consumo de energia elétrica e os serviços associados (Toledo, 2012). 3.1 CONCEITOS DE SMART GRID A partir dessa necessidade houve o desenvolvimento da Smart grid (SG), (em tradução direta, Redes Inteligentes). A SG Possui diversos conceitos, mas pode ser entendida basicamente como uma modernização no conjunto de tecnologias utilizados para a otimização dos sistemas de geração, transmissão, distribuição e uso final da energia elétrica. As redes inteligentes (smart grid) em conjunto com a GD proporcionam a comunicação bidirecional de informações e do fluxo de energia, entre o sistema e os consumidores, cria a necessidade de uma abordagem integrada de todos os segmentos do sistema elétrico, pelo caráter cada vez mais ativo do sistema de distribuição e usuários finais. Esta mudança afetará substancialmente as Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 41 metodologias de planejamento da expansão, planejamento da operação e monitoração e controle em tempo real (FALCÃO, 2014). Smart grid e as suas interações Fonte: https://www.gta.ufrj.br/ensino/eel878/redes1-2016-1/16_1/smartgrid/ Para O. Siddiqui (The Green Drid, 2008) A expressão Smart Grid pode ser entendida como a sobreposição dos sistemas unificados de comunicação e controle, à infraestrutura de energia elétrica existente, para prover a informação correta para a entidade correta (equipamentos de uso final, e sistemas de controle de T&D, consumidores etc.), no instante correto, para tomar a decisão correta. É um sistema que otimiza o suprimento de energia, minimizando perdas de várias naturezas, é auto recuperável (self-healting), e possibilita o surgimento de uma nova geração de aplicações energeticamente eficientes. A expressão Smart Grid é mais do que uma tecnologia ou equipamento específico, trata-se do uso intensivo da tecnologia e comunicação na rede elétrica, e através disso permitir a implantação de estratégias de controle e otimização da rede de forma mais eficiente que a atualmente em uso (Falcão, 2010). Para a Rio Grande Energia (RGE) a SG é o SE dotado de recursos de tecnologia da informação (TI) e de elevado grau de automação, assim consegue responder a demandas e às necessidades energéticas, e garante um desenvolvimento sustentável. https://www.gta.ufrj.br/ensino/eel878/redes1-2016-1/16_1/smartgrid/ Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 42 Rede Elétricas Inteligentes: Elementos e Funcionalidades Fonte: www.freerangestock.com A rede inteligente é o futuro da distribuição de energia elétrica, pois a partir da atualização da infraestrutura já existente possibilita a eficiência mais adequada para o sistema elétrico. Assim fundamenta-se a necessidade de se estudar a implantação dessa filosofia, consolidando o entendimento de que o sistema elétrico brasileiro deve fornecer energia elétrica aos clientes, assim que houver uma solicitação, visando atingir uma melhor qualidade do serviço com o mínimo de interrupções no fornecimento de energia, para os clientes de qualquer natureza conectados à rede(KGAN et al., 2010). 3.2 CARACTERIZAÇÃO DE SMART GRIDS A Redes Elétricas Inteligentes (REIs) objetivam otimizar a geração, transmissão, distribuição e o consumo de energia, viabilizando a entrada de novos fornecedores e consumidores na rede, com melhorias significativas e monitoramento, gestão, automação, e qualidade da energia ofertada, por meio de uma rede elétrica caracterizada pelo uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (BNDES, 2013). http://www.freerangestock.com/ Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 43 De acordo com o Ministério de Minas e Energia – MME, para que uma rede seja inteligente, deve cumprir tais requisitos: a) Auto recuperação; b) Motivar consumidores a serem mais participativos; c) Resistir a ataques físicos e cibernéticos; d) Fornecer uma energia de melhor qualidade; e) Permitir vários tipos de geração e armazenagem de energia; f) Maior envolvimento do mercado; g) Permitir uma maior utilização de geração intermitente de energia. A implantação das REIs pode ser compreendida em três dimensões complementares e independentes (Bandeira, 2012). Na primeira, as intervenções são feitas com o objetivo de agregar inteligência ao sistema de fornecimento de energia elétrica – geração, transmissão e distribuição, promovendo robustez, segurança e agilidade na rede. Em outra frente, busca-se extrair os benefícios da substituição dos medidores eletromecânicos por eletrônicos inteligentes, que passam a oferecer inúmeras funcionalidades, dependendo do tipo do medidor escolhido. Do ponto de vista dos consumidores, podem-se obter: informação sobre o consumo de energia por horário – tarifa branca; apresentação de dados do último período de faturamento (memória de massa); e indicativos da qualidade da energia ofertada pelas concessionárias, permitindo que a Agência Nacional de Energia (Aneel) possa, por exemplo, reduzir o valor cobrado pela energia caso os indicadores fiquem fora do padrão de qualidade estabelecido. Já as concessionárias poderão realizar corte e religamento remoto, oferta pré-paga de energia (comunicação de dados uni ou bidirecional do medidor ao centro de medição) e obter uma redução de custos operacionais (BNDES, 2013). Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 44 3.3 A IMPLANTAÇÃO DE SMART GRIDS NO MUNDO Devido aos vários desafios para a implantação da smart grid, sendo alguns comuns entre os países, foi criado em julho de 2010 em Washington, um grupo de trabalho internacional (International Smart Grid Action Network - ISGAN) com o objetivo de estabelecer mecanismos de colaboração e troca de experiências entre os países no desenvolvimento de redes de energia elétrica inteligentes, no âmbito da Agência Internacional de Energia (International Energy Agency – IEA). Todos os países integrantes do ISGAN possuem projetos pilotos de implantação de redes inteligentes de energia elétrica e os motivadores para a implantação de redes elétricas inteligentes variam de acordo com o país. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma maior preocupação com a confiabilidade, segurança e eficiência do sistema. Na Europa há uma preocupação com a integração de diversas fontes de energia renovável. No Japão, busca-se diversificar a matriz energética diante dos recentes acidentes nucleares que atingiram o país. E na China, busca-se a eficiência energética (ABOBOREIRA, 2016). No Brasil, os principais motivadores para a implantação de uma Smart Grid são: a eficiência comercial e energética, a melhora da confiabilidade do sistema elétrico, a segurança operacional e sustentabilidade econômica e ambiental, como pode ser visto na Figura 1 (RIVERA, 2013). As redes elétricas inteligentes tendem a provocar essa necessária revolução, não apenas técnica e tecnológica, mas também econômica, uma vez que novos modelos de negócios poder ser criados, contribuindo efetivamente para alavancar diversos setores da economia (Toledo, 2012). Ao redor do mundo já é possível ver a evolução das REIs em vários países. O estágio de evolução das REIs varia de acordo com os países e estados. A partir da aprovação em 2008 da legislação sobre SG, a Califórnia vem substituindo seus medidores e, segundo os dados de seu último relatório publicado em maio de 2013, houve a substituição de 97% dos medidores (Aproximadamente 10 Milhões de unidades) [California Public Utilities Commission (2013)].Flórida, Colorado Texas – que autorizaram as distribuidoras a repassarem o custo dos medidores inteligentes para seus clientes em determinadas condições. Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 45 O Ex Presidente dos Estados Unidos (EUA), investiu cerca de 3,4 Bilhões de dólares em redes elétricas inteligentes e impulsionou outras dezenas de bilhões de dólares em investimentos privados. Segundo a análise feita na época pelo Eletric Power Research Institute (EPRI), estima-se que a implementação de redes inteligentes no EUA reduza em mais de 4% o consumo de energia elétrica no país até 2030, o que poderia implicar economias para os clientes da ordem de 20,4 Bilhões de dólares (ENS,2009). Fato similar ocorreu na Europa, onde, por conta da obrigatoriedade de cumprir as diretrizes do tratado de Kyoto, diversos países europeus investiram fortemente na tecnologia de redes elétricas inteligentes. Por exemplo na Ítalia, a substituição massificada de medidores convencionais por medidores automatizados já abrange mais de trinta milhões de clientes. Cabe ressaltar que os medidores de energia elétrica são essenciais para o estabelecimento efetivo do modelo de redes elétricas inteligentes. Por essas iniciativas os EUA e a Europa se destacam internacionalmente no tocante a REIs (Toledo, 2012). No Brasil, o jornal O Globo, ouviu especialistas, e diretores responsáveis por este tema na ANEEL. Segundo a matéria há grandes estimativas que as REIs podem trazer economias efetivas para os consumidores e gerar um mercado que pode movimentar cerca de 36,6 bilhões de dólares e fazer o Brasil o terceiro maior mercado mundial (INFOGLOBO,TOLEDO, 2012). 3.4 A BANCADA DE SMART GRID DO INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ A Bancada de Smart Grid do IFPA, foi desenvolvida pela empresa Italiana De Lorenzo, é líder e pioneira em produção e desenvolvimento de equipamentos de formação técnica e profissional, atua em mais de 140 países diferentes, desta forma contribuindo excepcionalmente para a modernização dos sistemas de educação no mundo. Numerosos são também os campos técnicos nos quais De Lorenzo desenvolveu equipamentos individuais ou laboratórios completos e a gama inclui, mas não se limita a: Engenharia Elétrica, Engenharia Elétrica de Energia e Rede Inteligente, Eletrônica, Eletrônica de Potência, Eletrônica Industrial, Telecomunicações, Pneumática, Hidráulica , Automação, Tecnologia Automotiva, Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 46 Termotrônica, Mecânica dos Fluidos e outras disciplinas técnicas que são cursadas nos Institutos Técnico / Profissionalizantes e nas Universidades de todo o mundo. 3.4.1 CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DA BANCADA DE SMART GRID A bancada de Smart Grid do IFPA trata-se de um sistema modular de estudo, ou seja, utiliza-se de módulos para diversos estudos e experiências que pode ser desenvolvida na bancada. Este sistema modular possibilita o estudo sobre geração, transmissão, distribuição. Proteção e microgeração de energia em um sistema elétrico, inclui sistemade geração de energia elétrica por fontes Hidroelétrica, Térmica e o Eólica simuladas, todo integrado na rede e supervisionado via software SCADA. SCADA é a sigla em inglês para Supervisory Control And Data Acquisition que na tradução para o português significa Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados. O SCADA é um sistema que usa um software para monitorar, supervisionar e controlar as variáveis e os dispositivos de um processo, serve para acompanhar os processos, configurar, armazenar dados e disponibilizar recursos para intervir manualmente ou automaticamente no processo, quando necessário. Além de coletar os dados, o sistema supervisório também permite a visualização e supervisão dessas informações. Os sistemas supervisórios associados a processos industriais interfaceiam com diversos equipamentos instalados no chão de fábrica, geralmente CLP's (Controladores Lógicos Programáveis), através dos quais possibilita a aquisição dos dados e atuação no processo. Os dados adquiridos podem ser apresentados de forma amigável em telas sinópticas com gráficos de tendências, consultas a dados históricos e sinalização de alarmes e falhas. (Hi Tecnologia, 2021). O sistema da Bancada de Smart Grid do IFPA é gerenciado por um software desenvolvido na De Lorenzo e permite parametrizar as variáveis de um sistema real e pode controlar e gerenciar as atividades das diversas partes que ó compõem, abaixo uma imagem mostrando a interface do supervisório desenvolvido pela De Lorenzo. Tela de Geração e Medição do Supervisório SCADA Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 47 Fonte: De Lorenzo Os módulos possuem interface RS485 e são programáveis via software SCADA. Isso permite parametrizar a rede elétrica em termos de variáveis tais como: sobre corrente, sobre tensão, diferença de fases entre geradores, níveis de ruídos a suportar, etc. Todos os medidores são verificados pelo software (via RS485) e as medidas são mostradas na tela do supervisório. 3.5 APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS QUE COMPÕEM A BANCADA DE SG A Bancada de SG do IFPA possui mais de 30 módulos para que podem trabalhar juntos ou separados por blocos, e podem simular diversas situações que pode acontecer no sistema elétrico de potência real. A apresentação dos módulos será exclusivamente de módulos que foram usados para obter os resultados para conclusão deste trabalho. A seguir os componentes e descrição de alguns módulos da bancada de acordo com o catálogo da De Lorenzo: Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 48 3.5.1 MÓDULO DE ALIMENTAÇÃO TRIFÁSICA Módulo de Alimentação Trifásica Fonte: De Lorenzo O módulo permite mostrar a redução do consumo de CO2 devido a geração localizada de energias renováveis. Módulo de alimentação para ligação trifásica com 4 polo interruptor principal com: • Secionador de 25 A, sensibilidade de 30 mA. • Saída através de 5 terminais de segurança: L1, L2, L3, N e G. Interruptor para simulação de fonte Eólica e Fotovoltaica, alimentação 380 VAC, trifásico, 60 Hz 3.5.2 MULTIMEDIDOR AC E DC DIGITAL DE POTÊNCIA Multimedidor AC e DC Digital de Potência Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 49 Fonte: De Lorenzo Medição em corrente contínua de: tensão, corrente, potência e energia. Medição em corrente alternada de: tensão, corrente, potência, energia ativa, energia aparente, energia reativa, cosseno PHI e frequência, com as especificações: • Tensão DC: 300 VDC • Corrente DC: 20 ADC • Tensão AC: 450 VAC • Corrente AC: 20 AAC • Potência: 9000 W • Alimentação: monofásica 90-260 V, 50/60HZ • Comunicação: RS 485 com protocolo MODBUS RTU 3.5.3 MÓDULO DE CARGA RESISTIVA Carga Resistiva Trifásica Regulável Fonte: De Lorenzo Carga resistiva trifásica variável é composto por três resistências, com possibilidade de conexão estrela, triângulo e paralela. Com especificações: • Potência Máx: 1200W • Tensão Máx: 220/380 V Δ/Y • Tensão Máx monofásica: 220 Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 50 Que é controlado por três chaves com sete passos cada, com os valores a seguir: Tabela 3 – Potência por fase dos passos das chaves no banco de resistência. Passo Resistência (Ohms) Potência por fase (Watts) 1 1050 46 2 750 65 3 435 110 4 300 160 5 213 230 6 150 330 7 123 400 Fonte: Chaves e Neto, 2019 3.5.4 MÓDULO DE CARGA INDUTIVA Carga Indutiva Trifásica Regulável Fonte: De Lorenzo Carga indutiva trifásica variável é composto por três indutores, com possibilidade de conexão estrela, triângulo e paralela. • Potência Máx.: 900 VAR • Tensão Máx: 220/380 V Δ/Y Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 51 • Tensão Máx monofásica: 220 controlado por três chaves com sete passos cada, com os valores a seguir: Tabela 4 – Potência por fase dos passos das chaves no banco de indutância. Passo Indutância (Henry) Potência por fase (VAR) 1 4,46 34 2 3,19 48 3 1,84 83 4 1,27 121 5 0,90 171 6 0,64 242 7 0,52 297 Fonte: Chaves e Neto, 2019 3.5.5 MÓDULO DE PROTEÇÃO Disjuntor de Proteção Fonte: De Lorenzo Trata-se de um disjuntor bipolar de 10A, e fácil manutenção/troca em caso de queima, utilizado para atuar na proteção de módulos submetidos a si, características: • 2 Polos • Corrente Máx: 10A • Limite de intervenção: 30ma Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 52 3.5.6 MÓDULO DE COMUNICAÇÃO RS485 Hub de Comunicação MODBUS Fonte: De Lorenzo Hub que permite a comunicação e controle via PC de módulos de medição e motores brushless. 3.5.7 MÓDULO INVERSOS PADRÃO GRID Fonte: De Lorenzo O micro inversor solar é simplesmente um inversor solar grid tie miniaturizado, dimensionado para atender placas de energia solar individualmente em vez de uma série de painéis solares. https://www.portalsolar.com.br/inversor-grid-tie.html Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 53 • Corrente Máx: 30A • Tensão: 12V • Potência: 360W 3.5.8 MÓDULO FOTOVOLTAICO INCLINÁVEL COM SENSOR Módulo fotovoltaico Fonte: De Lorenzo Painéis ou placas solares são dispositivos produzidos para a captação e transformação da energia solar em eletricidade ou fonte de calor. O painel usado na experiência tem potência 85W, 12V, célula completa com medidor de radiação solar e com um sensor de temperatura. 3.5.9 LÂMPADAS PARA MÓDULO FOTOVOLTAICO Lâmpadas para painel fotovoltaico Fonte: De Lorenzo A intensidade da luz pode ser ajustada manualmente ou automaticamente controlada por um potenciômetro através de uma entrada 0-10 V, para permitir a Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 54 realização de experimentos com diferentes intensidades de luz, em seguida, simular as condições de luz do amanhecer ao anoitecer. • 4 lâmpadas alógenas de 300 W cada • Dimmer para o controle da intensidade de luz • Disjuntor Diferencial de 10 A • 10 k Potenciômetro 4 MONITORAMENTO DE UM SISTEMA SOLAR CONECTADO A REDE Somado aos tópicos escritos,este capítulo será responsável pela simulação de um sistema solar conectado a rede de energia com o intuito de exemplificar na pratica a atuação do sistema de geração distribuída no Sistema de elétrico de potência. A bancada de Smart Grid fornecida pela empresa italiana, De lorenzo, possibilita o monitoramento, operação e manipulação de dados de grandezas elétricas. Dessa forma, a experiencia consiste em demostrar que quando a saída de energia do sistema fotovoltaico é maior do que a energia exigida pela carga, o excedente gerado é alimentado à rede elétrica e isso é conhecido como feedback. Por outro lado, quando a demanda de potência pela carga é maior do que a potência de saída do sistema fotovoltaico, a rede elétrica fornece o equilíbrio de energia necessário dentro do sistema elétrico de potência. 4.1 EXPERIÊNCIA A compreensão da importância da GD, junto ao Smart Grid no SEP, dar-se pela geração de energia descentralizada que diminui a demanda do SEP, requerendo uma menor geração de energia nas fontes, o que resulta em uma diminuição de agentes poluentes utilizados para a geração e alivia o SEP, devido a SG possibilitar a inserção da energia gerada de forma distribuída no sistema. O estudo do diagrama unifilar e diagrama de conexões foram realizados a partir do manual da bancada, abordado pela empresa fabricante. Esses parâmetros, serão demostrados desde a conexão realizada nos módulos até a coleta dos resultados obtidos com a aplicação da experiência. Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 55 Inicialmente o objetivo é caracterizar o módulo fotovoltaico (PFS-85) sem carga, e variar esta geração de acordo com a angulação da placa. Visto que não há carga conectada ao sistema teremos a geração somente de tensão. O Painel Solar foi ligado ao Módulo de Medição de Energia Elétrica. Como na figura a seguir: A seguir foi conectado o Módulo de comunicação RS485 no Módulo das Lâmpadas para preparador solar fotovoltaico. Como na figura a seguir: Após a ligação foi selecionada a experiência em questão no software SCADA, no software foi acessado a sessão “Photovoltaic System” e posteriormente selecionado o experimento “characterization of a photovoltaic panel without load” para serem extraídas as informações necessárias, a tela mostrada será semelhante a esta abaixo: . Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 56 Após essas configurações foram feitos alguns ajustes; I. Ajuste do ângulo do painel fotovoltaico para 90° graus. II. Ajuste do nível do sol no máximo, ou seja as lâmpadas dimerizáveis foram colocadas em sua potência máxima, e mudança o ângulo do painel fotovoltaico. Após o experimento nota-se que a geração de energia solar depende da incidência de raios solares diretamente no painel solar sendo que qualquer obstrução que vá causar sombreamento neste pode influenciar diretamente na sua geração. Abaixo temos os resultados obtidos com os diferentes ângulos do painel fotovoltaico: Ângulo (º) 0º 10º 20º 30º 40º 50º 60º 70º 80º 90º Tensão (V) 19,00 18,95 18,90 18,85 18,70 18,50 18,15 17,3 16,5 16,3 A maior geração de tensão foi obtida no ângulo 0°, pois este é resultado de uma incidência do sol diretamente na placa sem qualquer obstrução, ou sombreamento. O ângulo 0° corresponde a placa solar na posição horizontal em um caso real. Posteriormente, o objetivo foi a caracterização dos parâmetros gerados pelo painel fotovoltaico, visto que foi usada uma carga, então teremos a geração de corrente e potência que podem variar de acordo com a carga aplicada. Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 57 Para isto foi necessário adicionar a conexão do Módulo de Cargas Resistivas no Módulo de medição de energia Elétrica. Como na figura a seguir: E também, após a ligação foi selecionada a experiência em questão no software SCADA, para isto é necessário o clique na sessão “Photovoltaic System” e posteriormente selecione o experimento “characterization of a photovoltaic panel with a load” para serem extraídas as informações necessárias, a tela mostrada será semelhante a esta abaixo: Após a conclusão de experimento, nota-se que neste caso houve a geração de uma corrente e potência devido a presença de uma carga aplicada no sistema, no qual a operação desde módulo fotovoltaico, o valor de tensão e da corrente nos terminais depende de qual carga será conectada e do ângulo do módulo fotovoltaico que influencia diretamente na geração de tensão. Na experiência mostrada foi usada uma resistência de 123 Ohms por modulo resistivo e se obteve os seguintes resultados de tensão, corrente e potência: Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 58 VALOR DA RESISTÊNCIA: ÂNGULO TENSÃO (V) CORRENTE (A) POTÊNCIA (W) 0° 19,00 0,104 2 10° 18,95 0,104 2 20° 18,85 0,103 2 30° 18,75 0,100 2 40° 18,60 0,100 2 50° 18,30 0,100 1 60° 17,74 0,098 1 70° 16,65 0,092 1 80° 14,45 0,085 1 90° 14,20 0,080 1 Se houver a conexão de uma carga que demanda de muita corrente, a tendência é de uma diminuição na tensão de saída do modulo fotovoltaico, assim como se a carga aplicada não demandar muita corrente a tensão do modulo terá a tendência de se aproxima a sua tensão nominal de circuito aberto. Para finalizar as experiências o módulo fotovoltaico foi conectado ao sistema elétrico de energia simulado pela bancada utilizando um sistema de rede inversora monofásica, com isso será possível monitorar as trocas de energia. Para iniciar desconsideramos todas as conexões feitas anteriormente e refazemos visto que o módulo fotovoltaico teria que ser conectado à rede. Então o Painel Solar foi ligado ao Módulo de Multimedidor de potência Elétrica. Como na figura a seguir: Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 59 O módulo multimedidor de potência elétrica foi conectado ao módulo de medição trifásica. Foi conectado também junto ao modulo de medição de potência o disjuntor e o modulo de comunicação ModBus. O último passo, foi interligar no medidor de potência ao bloco de cargas O módulo fotovoltaico foi ajustado para o ângulo de 90º, ou seja, na horizontal, com uma incidência de luz direta sem obstrução, assim então trabalhando em seus parâmetros máximos, tem que ver qual foi a resistência que a gente usou aqui seu fresco, eu não lembro. Capítulo III. APRESENTAÇÃO DA BANCADA DIDÁTICA DE SMART GRID 60 Obtemos então os seguintes resultados que estão expostos no gráfico abaixo: FONTE DE ENERGIA AC - MÓDULO DE ALIMENTAÇÃO TRIFÁSICA ÂNGULO TENSÃO DE FASE (V) CORRENTE DE FASE (A) POTÊNCIA P (W) Q (VAR) S (VA) 0° 229,5 0,534 356 -5 357 10° 228,8 0,531 360 -7 358 20° 228,7 0,532 360 -4 353 30° 228,5 0,528 360 -5 361 40° 228,4 0,528 360 -5 362 50° 228 0,53 364 -5 365 60° 227,3 0,528 364 -4 363 70° 227,8 0,529 362 -3 365 80° 227,9 0,532 364 -3 366 90° 227.5 0,534 367 -3 367 FONTE DE ENERGIA DC - PAINEL FOTOVOLTAICO ÂNGULO TENSÃO (V) CORRENTE (A) POTÊNCIA 0° 18,82 0,490 9,222 10° 18,78 0,287 5,390 20° 18,22 0,310 5,648 30° 17,01 0,272 4,627 40° 16,67 0,310 5,168 50° 15,79 0,258 4,074 60° 14,37 0,217 3,118 70° 13,75 0,168 2,310 80° 13,31 0,110 1,464 90° 12,57 0,099 1,244
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