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As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa

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As relações dos estudos de fonética e 
fonologia com o ensino da língua 
portuguesa
APRESENTAÇÃO
Uma série de conhecimentos e processos estão implicados na aquisição da escrita. O 
conhecimento que o aluno tem acerca dos sons que compõem a sua língua é a base inicial para o 
estabelecimento das regras que norteiam o sistema escrito. É a partir da associação fonema-
grafema que o escrevente irá pautar as suas produções iniciais. As noções de que as palavras são 
compostas por sílabas e de que estas, por sua vez, são compostas por segmentos, e os possíveis 
arranjos desses segmentos na estrutura interna da sílaba, que passam pelo que chamamos de 
consciência fonológica.
O conhecimento fonético e fonológico é, nesse sentido, a base para que compreendamos de que 
modo essa consciência se estabelece e os seus níveis de especialização. Esse conhecimento é 
fundamental para que o professor de Português possa elaborar estrátegias de ensino da 
ortografia, bem como intervir adequadamente quando algumas confusões forem feitas pelo 
aluno, considerando as possíveis interferências da oralidade na modalidade escrita da língua.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá qual a importância dos conceitos e dos 
conhecimento fonéticos e fonológicos para o ensino da língua portuguesa.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar o conceito de consciência fonológica.•
Definir os níveis de consciência fonológica.•
Identificar a relação entre oralidade e língua escrita.•
DESAFIO
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Conforme aponta Zorzi (2006), a oralidade exerce forte influência quando as crianças formulam 
hipóteses a respeito de como as palavras devem ser escritas, gerando uma consistente tendência 
no sentido de que os padrões de fala determinem o modo de escrita.
Funciona como se o sistema de representação gráfica do Português fosse de natureza fonética e 
não alfabético, o que significa dizer que a criança assume como referência, para determinar que 
grafema deve usar, aqueles sons que ela é capaz de identificar em seu padrão de produção, 
realizando, nesses casos, uma correspondência direta: som falado / letra que escreve.
A transformação desse padrão de escrita com forte influência fonética para uma escrita 
governada pela ortografia depende de que a criança compreenda a diferença entre falar e 
escrever e da criação de um repertório lexical visual (rota lexical), controlado por regras 
ortográficas e não fonéticas (ZORZI, 2006).
Com base nos conhecimentos já adquiridos, você será desafiado a realizar um trabalho de coleta 
de dados linguísticos referentes à modalidade da língua escrita. Para esse trabalho, você deve 
considerar dados de produção de escrita de alguma criança de 7 a 9 anos de idade (ou crianças) 
em processo de alfabetização. Forneça papel e lápis para que a criança possa grafar as palavras 
que você deverá ditar para ela.
As palavras são as seguintes: 
1. Casa 
2. Belo 
3. Mesa 
4. Teto 
5. Chapéu 
6. Cinco 
7. Sair 
8. Pássaro 
9. Barro 
10. Marte
Após ter solicitado a escrita dessas palavras, você deve esboçar uma breve análise (observação) 
sobre os erros ortográficos ocasionados por apoio na oralidade.
INFOGRÁFICO
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
A consciência dos sons da fala é uma condição imprescindível para a aquisição e o 
desenvolvimento da escrita e da leitura. Com o avanço do processo de alfabetização, além de 
aprimorar as habilidades fonológicas já desenvolvidas, o indivíduo passa a reconhecer e a 
manipular os fonemas, o que denominamos de consciência fonêmica. Mas esse não é o único 
nível a que essa consciência se aplica.
É necessário saber que existem outros níveis de consciência fonológica e que esses níveis 
apresentam diferentes graus de complexidade.
Confira o Infográfico a seguir. Nele você verá o conceito de Consciência fonológica e irá 
entender quais são os seus níveis de aplicação.
Francisco
Realce
Francisco
Realce
CONTEÚDO DO LIVRO
A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a 
simples percepção global da palavra e das semelhanças fonológicas entre elas, até as habilidades 
de segmentação e manipulação de sílabas e fonemas. Assim, a consciência fonológica se refere 
tanto à consciência de que a fala pode ser segmentada em unidade menores (palavras, sílabas e 
segmentos), quanto à habilidade de manipulação dessas unidades e se desenvolve gradualmente 
à medida que a criança vai tomando consciência do sistema sonoro da língua, ou seja, de 
palavras, sílabas e fonemas como unidades passíveis de identificação.
Leia o capítulo As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua 
portuguesa, que faz parte do livro Fonética e Fonologia do Português - base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem e veja mais sobre o conceito de consciência fonológica, seus níveis 
de aplicação e qual a pertinência dos estudos fonéticos e fonológicos para o ensino da Língua 
Portuguesa, enfatizando a sua modalidade escrita.
Boa leitura!
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
FONÉTICA E 
FONOLOGIA DO 
PORTUGUÊS
Julio Cesar 
Cavalcanti
Revisão técnica:
Talita da Silva Campos
Mestre em Linguística
Especialista em Língua Portuguesa
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
C376f Cavalcanti, Julio Cesar.
Fonética e fonologia do português / Julio Cesar 
Cavalcanti ; [revisão técnica: Talita da Silva Campos]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2017.
112 p. : il. ; 22,5 cm. 
ISBN 978-85-9502-164-8
1. Fonética. 2. Fonologia. 3. Língua Portuguesa. I. 
Título. 
CDU 81’34
2717_Fonetica_book.indb 2 14/09/2017 10:00:24
As relações dos estudos 
de fonética e fonologia 
com o ensino da 
língua portuguesa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar o conceito de consciência fonológica.
  De� nir os níveis de consciência fonológica.
  Identi� car a relação entre oralidade e língua escrita.
Introdução
Uma série de conhecimentos e processos estão implicados na aquisição 
da escrita. O conhecimento que o aluno tem acerca dos sons que com-
põem a sua língua é a base inicial para o estabelecimento das regras 
que norteiam o sistema escrito. É na associação fonema-grafema que o 
escrevente vai pautar as suas produções iniciais.
As noções de que as palavras são compostas por sílabas e de que 
estas, por sua vez, são compostas por segmentos, e os possíveis arranjos 
desses segmentos na estrutura interna da sílaba passam pelo que cha-
mamos de consciência fonológica.
O conhecimento fonético e fonológico é, nesse sentido, a base para 
que compreendamos de que modo essa consciência se estabelece e os 
seus níveis de especialização. Esse conhecimento é fundamental para 
que o professor de português possa elaborar estratégias de ensino da 
ortografia, bem como intervir adequadamente quando algumas confu-
sões forem feitas pelo aluno, considerando as possíveis interferências da 
oralidade na modalidade escrita da língua.
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Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Neste capítulo, você compreenderá qual é a importância dos con-
ceitos e dos conhecimentos fonéticos e fonológicos para o ensino da 
língua portuguesa.
Consciência fonológica
A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades 
que vão desde a simples percepção global da palavra e de semelhanças fonológicas 
entre elas, até as habilidades de segmentação e manipulação de sílabas e fonemas 
(BRYANT; BRADLEY, 1985 apud LOPES, 2004). Ela está inserida no proces-
samento fonológico,que diz respeito às operações corticais de processamento de 
informação relacionadas à estrutura fonológica da linguagem oral (LOPES, 2004).
Assim, a consciência fonológica refere-se tanto à consciência de que a fala 
pode ser segmentada em unidades menores (palavras, sílabas e segmentos) 
quanto à habilidade de manipulação dessas unidades, e se desenvolve gradu-
almente à medida que a criança vai tomando consciência do sistema sonoro 
da língua, ou seja, de palavras, sílabas e fonemas como unidades passíveis 
de identificação (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2000 apud LOPES, 2004).
A consciência da sílaba consiste na compreensão e percepção de que 
a palavra é composta por unidades chamadas sílabas, as quais podem ser 
divididas, transpostas, alteradas. Ou seja, o indivíduo tem a capacidade de 
manipular as unidades silábicas de modo a formar novas palavras. Ter cons-
ciência das unidades intrassilábicas significa ter a capacidade de perceber 
que a sílaba é composta por grupos de sons. Os fonemas são organizados em 
uma estrutura: onset e rima (MADRIL, 2014).
A partir de uma concepção métrica acerca da noção de sílaba, podemos afirmar que 
a sílaba é composta por um ataque (A) e uma rima (R); a rima, por sua vez, consiste em 
um núcleo (Nu) e em uma coda (Co). Qualquer categoria, exceto o núcleo da sílaba 
(Nu), pode ser vazia (COLLISCHONN, 2014).
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Francisco
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Zorzi (2003, p. 29) ressalta que “a sensibilidade à rima implica uma capa-
cidade para detectar estruturas sonoras semelhantes em diferentes palavras”. 
Portanto, o indivíduo deve ser capaz de identificar e manipular o onset e a 
rima das sílabas. As palavras que possuem o mesmo onset são aquelas que 
aliteram (macaco – médico; criança – cravo) – ou seja, que iniciam com o 
mesmo som ou grupo de sons –, e as palavras que possuem a mesma rima 
silábica são aquelas que rimam (feijão – anão), isto é, aquelas que apresentam 
a mesma terminação (MADRIL, 2014).
A consciência fonêmica consiste em identificar e manipular os diversos 
fonemas de uma língua – neste caso, o português brasileiro. Assim, ao se de-
parar com uma palavra como “chuva”, por exemplo, o indivíduo deve ser capaz 
de perceber que ela é composta pelos fonemas / ʃ/, / u/, /v / e /a /. Dado que os 
fonemas são unidades abstratas, as atividades que desenvolvem a consciência 
fonêmica exigem um alto nível de consciência fonológica (MADRIL, 2014).
Níveis de consciência fonológica
A consciência fonológica é representada por quatro diferentes níveis linguísticos:
  Consciência da palavra
  Consciência da sílaba
Segundo Roberto (2016), a posição de ataque silábico, também chamado de onset 
silábico, pode estar vazia, pode ser preenchida por uma consoante (ataque simples ou 
onset simples), por duas consoantes (ataque complexo ou onset complexo) ou por uma 
consoante e um glide. O núcleo silábico representa o pico silábico – a vogal. A posição 
final da sílaba, a coda silábica, também pode ser apresentada vazia ou preenchida; 
teremos uma coda simples quando apenas um elemento ocupar essa posição e uma 
coda complexa quando dois elementos ocuparem essa posição.
Estrutura interna da sílaba.
Fonte: Collischonn (2014, p. 100).
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também chamada de ATAQUE 
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  Consciência intrassilábica
  Consciência fonêmica
De acordo com Roberto (2016), esses níveis de consciência fonológica 
apresentam diferentes graus de complexidade, sendo a consciência fonêmica 
o mais alto nível de consciência fonológica a que se pode chegar e a única 
essencialmente implicada na alfabetização.
Para as crianças, o conhecimento e a consciência dos fonemas são mais difí-
ceis, por serem unidades pequenas e abstratas, que não apresentam significado 
quando estão isolados. Além disso, a consciência e percepção dos fonemas 
são pouco exploradas na rotina da sala de aula (SOUZA; BANDINI, 2007).
Consciência fonológica e a escrita
Enquanto a consciência de segmentos suprafonêmicos (desde a sílaba) desen-
volve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência fonêmica 
necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético (MORAIS, 
1995 apud LOPES, 2004). A precedência da consciência suprafonêmica em 
relação à consciência fonêmica decorre do fato de que as sílabas isoladas são 
identifi cadas pelo sistema perceptivo como unidades discretas, o que não 
ocorre com os fonemas (LOPES, 2004).
Como a sílaba é a menor unidade percebida pelos falantes (representa a 
menor unidade da hierarquia prosódica), uma pessoa não alfabetizada não 
consegue compreender a noção de fonema, pois é só a partir da compreensão 
do sistema alfabético que somos capazes de abstrair da sílaba as unidades que 
a constituem (ROBERTO, 2016).
Assim, a grande maioria dos alunos já chega à escola com a capacidade de 
reconhecer e manipular as sílabas e as unidades intrassilábicas. Com o avanço 
do processo de alfabetização, além de aprimorar as habilidades fonológicas 
já desenvolvidas, o indivíduo passa a reconhecer e a manipular os fonemas. 
Portanto, a aquisição da escrita e a consciência fonológica são duas habilidades 
que se relacionam de forma recíproca (MADRIL, 2014).
Para que a consciência no nível dos fonemas seja desenvolvida, dado o 
grau de sofisticação em termos de abstração, é necessário que o professor/
terapeuta explicite a estrutura da escrita alfabética de forma clara. Só dessa 
maneira, o escrevente poderá compreender de que modo a escrita representa 
e interpreta os sons da fala.
Assim, as instruções direcionadas ao desenvolvimento da habilidade de 
manipulação dos sons da fala, bem como as instruções para desenvolver a 
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habilidade de converter esses sons em escrita e vice-versa, devem ser realiza-
das de modo a tornar explícito à criança essas correspondências, como refere 
Capovilla e Capovilla (2003).
De acordo com Frith (1985 apud LOPES, 2004), existem três estratégias 
básicas para se lidar com a palavra escrita. A estratégia logográfica, que 
implica no reconhecimento das palavras por meio de esquemas idiossincrá-
ticos. Nesse caso, os aspectos críticos para a leitura podem não ser as letras, 
e sim pistas não alfabéticas. A segunda estratégia é a alfabética, e implica 
em analisar as palavras em seus componentes (letras e fonemas) e em utilizar, 
para codificação e decodificação, regras de correspondência grafofonêmicas. 
Por sua vez, a estratégia ortográfica implica na construção de unidades de 
reconhecimento no nível alfabético. Nesse caso, partes das palavras podem ser 
reconhecidas numa relação direta, sem necessidade de conversão fonológica, 
como na estratégia anterior.
Segundo Morton (1989 apud LOPES, 2004), a rota fonológica se desen-
volve com a estratégia alfabética e é essencial para a proficiência na leitura 
e na escrita, pois faz uso de um sistema gerativo que converte a ortografia em 
fonologia e vice-versa (ou seja, envolve mediação fonológica), o que permite 
à criança ler e escrever qualquer palavra nova, apesar de cometer erros em 
palavras irregulares (ALEGRIA; LEYBAERT; MOUSTY, 1997 apud LOPES, 
2004). É por meio da rota fonológica que o escrevente é capaz derealizar as 
associações entre fonema e grafema, estabelecendo as associações possíveis 
na escrita e na leitura das palavras.
Como referido por Lopes (2014), a geratividade, característica das ortogra-
fias alfabéticas, permite a autoaprendizagem pela criança, pois ao encontrar 
um novo item, ela poderá fazer leitura/escrita por (de)codificação fonológica. 
Esse processo contribuirá para a criação de uma representação ortográfica 
do item que, numa fase futura, poderá ser lido pela rota lexical, a partir do 
desenvolvimento de uma imagem fotográfica da palavra (LOPES, 2004).
De acordo com Lopes (2014), a instrução direta da consciência fonológica, 
combinada à instrução da correspondência grafemofonêmica, impulsiona a 
aquisição da leitura. Em âmbito nacional, já foram realizados estudos no in-
tuito de desenvolver a consciência fonológica em crianças, demonstrando que, 
também na ortografia da língua portuguesa, a consciência fonológica é um 
pré-requisito para a aquisição de leitura e escrita. Instruções de consciência 
fonológica e instruções fônicas mostraram-se eficazes em melhorar a leitura 
e escrita quando introduzidas em diferentes níveis escolares (LOPES, 2004).
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Oralidade e ortografia 
Dentre uma série de conhecimentos que a criança que aprende a ler e a escre-
ver deve dominar, a compreensão ortográfi ca é uma das competências mais 
valorizadas. Considerada um dos indicadores da aprendizagem da linguagem 
escrita, a apreensão do sistema ortográfi co impõe um conjunto considerável 
de desafi os (ZORZI, 2006).
Diferentemente da naturalidade típica da aquisição do sistema oral, nosso 
sistema escrito foi construído a partir de uma convenção, e essa construção, 
embora feita com propósito inicial de representar a oralidade, tem suas espe-
cificidades. A relação entre escrita e oralidade não se dá de forma tão simples 
e direta, como seria conveniente (ROBERTO, 2016).
Como menciona Roberto (2016), é notório que a oralidade e a escrita 
partilham muitas características. Há, entretanto, diferenças que precisam ser 
consideradas e que nos levam a perceber que a relação entre esses sistemas 
é complexa.
Dada a existência de diferenças na forma, de função e na maneira de 
representação, não há como conceber que ambas as formas de comunicação 
se desenvolvam da mesma maneira (ROBERTO, 2016). Não escrevemos como 
falamos e não falamos como escrevemos.
De acordo com Oliveira (2005), o conhecimento da escrita, ou seja, a identi-
ficação de uma notação escrita, é anterior ao domínio do processo de escrever: 
o leitor iniciante sabe o que é uma escrita e o que é um desenho, mesmo sem 
dominar o sistema escrito da língua. Para desenvolver o processo de escrever, o 
escrevente inicial precisa conhecer as unidades linguístico-fonológicas de uma 
palavra: ataque e rima, sílabas, unidades intrassilá bicas, fonos/sons e fonemas. 
Nesse processo de construção das habilidades linguísticas, a intervenção 
educativa formal configura parte integrante. Portanto, o professor precisa com-
preender o processo de transição da oralidade para a escrita que o leitor/escritor 
inicial desenvolve nas fases de desenvolvimento e compreensão da escrita (OLI-
VEIRA, 2005).
Conforme aponta a autora, essa transição pode ser identificada no processo 
de spelling, ou seja, de soletração para fazer a correspondência do som/letra.
O leitor/escrevente inicial, quando não consegue identificar uma palavra 
estabelecendo relação direta (via direta) entre a palavra e o léxico mental 
(sua representação mental), faz spelling, ou seja, segmenta a palavra em suas 
unidades linguístico-fonológicas. Nesse processo podem ocorrer erros, os 
quais caracterizam o nível de conhecimento fonológico do aprendiz em seu 
processo de desenvolvimento da escrita (OLIVEIRA, 2005).
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Conforme aponta Roberto (2016), um aspecto importante ao qual o pro-
fessor e/ou profissional da reabilitação (fonoaudiólogo) precisam estar atentos 
é o fato de a conversão da oralidade para escrita se dar a partir da variedade 
sociolinguística de cada sujeito, o que torna o processo de escrita bem mais 
complexo que o da leitura.
A oralidade exerce forte influência quando as crianças formulam hipóteses 
a respeito de como as palavras devem ser escritas, gerando uma consistente 
tendência no sentido de que os padrões de fala determinam o modo de escrita 
(ZORZI, 2006).
Tudo ocorre como se o sistema de representação gráfica do português fosse 
de natureza fonética, e não alfabético. Isso quer dizer que a criança assume 
como referência, para determinar que grafema deve usar, aqueles sons que ela 
é capaz de identificar em seu padrão de pronúncia da palavra, procedendo, 
então, a uma correspondência direta: som falado/letra que escreve. A trans-
formação desse padrão de escrita, com forte influência fonética, para uma 
escrita determinada ortograficamente depende de a criança compreender a 
diferença entre falar e escrever e da criação de um repertório lexical visual 
(rota lexical), controlado por regras ortográficas e não fonéticas (ZORZI, 2006).
Certamente, uma criança que fala [‘aɽvɪ] em lugar de [‘ahvorɪ], ou mesmo 
[po’brẽ mɐ] para [pro’blẽ mɐ] ou [‘vridʊ] para [‘vidrʊ], tenderá a manifestar 
essas variações também na modalidade escrita. De acordo com Roberto (2016), 
cabe ao professor estar atento a essas influências, da oralidade na escrita, 
para auxiliar de forma mais eficiente no processo de aprendizagem da escrita.
É necessário que o professor/alfabetizador ou fonoaudiólogo tenha em 
mente que não se trata de um mero “erro”. O aprendiz está sendo levado a 
pensar e estabelecer as hipóteses de língua escrita a partir da fala que tem como 
referência, e em se tratando de modalidade falada, não há certo ou errado, o 
que existe são variedades linguísticas.
É necessário que o professor e/ou terapeuta intervenham de forma ade-
quada, ressaltando primeiramente os acertos, ou seja, as associações corretas 
entre fonema e grafema, mesmo quando o aprendiz escreve “arvi” para ár-
vore. Existem, nessa produção, hipóteses muito bem formuladas por parte do 
aprendiz. Somente depois de consideradas essas sistematizações, o professor 
deve explicitar a escrita como convenção, ou seja, apresentar para o aluno as 
regras que são inerentes à língua escrita.
Devemos reconhecer, no entanto, que a compreensão de como o sistema 
ortográfico funciona, assim como, dos processos mentais envolvidos, no que 
diz respeito aos níveis da consciência fonológica, passam pelo conhecimento da 
Fonética e da Fonologia. O conhecimento dessas duas subáreas da Linguística 
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é de extrema relevância na atuação do professor/alfabetizador, permitindo-
-o estabelecer as estratégias adequadas no ensino da modalidade escrita da 
língua, embasando-o nas intervenções que são necessárias.
É só por meio do conhecimento das propriedades da fala que somos capazesde compreender a escrita enquanto abstração, limitando a materialidade fônica 
da fala a uma convenção alfabética. Essa simplificação e uniformização é tão 
necessária quanto real.
1. A respeito do conceito e noções 
implicadas na concepção de 
“Consciência Fonológica”, 
assinale a alternativa correta.
a) A consciência fonológica pode 
ser entendida como um conjunto 
de habilidades que vão desde a 
percepção global do tamanho 
da palavra e de semelhanças 
fonológicas entre as palavras, 
até a manipulação de frases.
b) A consciência fonológica pode 
ser entendida como um conjunto 
de habilidades que vão desde a 
percepção global do tamanho 
da palavra e de semelhanças 
fonológicas entre as palavras, até 
a manipulação de enunciados.
c) A consciência fonológica 
pode ser entendida como 
um conjunto de habilidades 
que vão desde a simples 
percepção global do tamanho 
da palavra e de semelhanças 
fonológicas entre as palavras, até 
a segmentação e manipulação 
de sílabas e fonemas.
d) A consciência fonológica 
pode ser entendida como 
um conjunto de habilidades 
relacionadas à percepção 
global apenas da palavra.
e) A consciência fonológica 
pode ser entendida como 
um conjunto de habilidades 
relacionadas à percepção 
global apenas dos fonemas.
2. Em se tratando dos níveis nos quais 
a consciência fonológica se estende, 
assinale a alternativa correta. 
a) A consciência da sílaba 
consiste em perceber que 
a palavra é composta por 
unidades chamadas letras, as 
quais podem ser divididas, 
transpostas, alteradas.
b) A consciência fonêmica consiste 
em identificar e manipular as 
diversas sílabas de uma língua.
c) Os níveis de consciência 
fonológica são: Consciência da 
Palavra, Consciência da Sílaba, 
Consciência Intrassilábica, 
Consciência Fonêmica.
d) Os níveis de consciência 
fonológica são: Consciência 
da frase, Consciência da Sílaba, 
Consciência Intrassilábica, 
Consciência Fonêmica.
e) Os níveis de consciência 
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fonológica são: Consciência da 
Palavra, Consciência do grupo 
clítico, Consciência Intrassilábica, 
Consciência Fonêmica.
3. A respeito da relação entre Oralidade 
e Ortografia e de suas implicações 
na aquisição do sistema escrito da 
língua, assinale a alternativa correta.
a) O processo de escrever é 
anterior à identificação de 
uma notação escrita.
b) A conversão da oralidade para 
escrita se dá independentemente 
da variedade sociolinguística 
do sujeito.
c) Para desenvolver o processo 
de escrever, o escrevente 
inicial precisa conhecer 
as unidades linguístico-
fonológicas de uma palavra.
d) A transformação do padrão de 
escrita, com forte influência 
fonética para uma escrita 
determinada ortograficamente 
depende de a criança 
compreender a diferença entre 
falar e escrever e da criação 
de um repertório lexical visual, 
controlado por regras fonéticas
e) A oralidade não exerce influência 
quando as crianças formulam 
hipóteses a respeito de como 
as palavras devem ser escritas.
4. Em se tratando do desenvolvimento 
dos níveis de consciência fonológica 
por parte dos novos escreventes, 
assinale a alternativa correta: 
a) Enquanto a consciência dos 
fonemas desenvolve-se de modo 
espontâneo, o desenvolvimento 
da consciência das sílabas 
necessita da introdução formal a 
um sistema de escrita alfabético.
b) Enquanto a consciência dos 
segmentos desenvolve-se 
de modo espontâneo, o 
desenvolvimento da consciência 
das sílabas necessita da 
introdução formal a um 
sistema de escrita alfabético.
c) Enquanto a consciência dos 
fonemas desenvolve-se de modo 
espontâneo, o desenvolvimento 
da consciência das sílabas 
necessita da introdução formal a 
um sistema de escrita alfabético.
d) Enquanto a consciência dos 
traços distintivos desenvolve-se 
de modo espontâneo, o 
desenvolvimento da consciência 
das palavras necessita da 
introdução formal a um 
sistema de escrita alfabético.
e) Enquanto a consciência dos sons 
da fala desenvolve-se de modo 
espontâneo, o desenvolvimento 
da consciência das palavras 
necessita da introdução formal a 
um sistema de escrita alfabético.
5. A respeito da relação entre 
Consciência Fonológica e a 
Escrita e de suas implicações, 
assinale a alternativa correta:
a) Como a sílaba é a menor 
unidade percebida pelos 
falantes (representa a menor 
unidade da hierarquia prosódica), 
uma pessoa não alfabetizada 
não consegue compreender 
a noção de fonema.
b) Apesar da sílaba ser a menor 
unidade percebida pelos falantes 
(representa a menor unidade da 
hierarquia prosódica), algumas 
pessoas não alfabetizadas 
conseguem compreender 
a noção de fonema.
c) A aquisição da escrita e a 
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consciência fonológica são 
duas habilidades que não 
necessariamente se relacionam.
d) Para que a consciência no nível 
dos fonemas seja desenvolvida, 
não é necessário que o professor/
terapeuta explicite a estrutura 
da escrita alfabética ao aluno.
e) A consciência fonológica não 
é um pré-requisito para a 
aquisição da leitura e da escrita.
CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Alfabetização: método fônico. São Paulo: Me-
mnon, 2003.
COLLISCHONN, G. A Sílaba em português. In: BISOL, L. (Org.). Introdução a estudos de 
fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.
LOPES, F. O desenvolvimento da consciência fonológica e sua importância para 
o processo de alfabetização. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 8, n. 2, 
2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S1413-85572004000200015>. Acesso em: 28 ago. 2017
MADRIL, L. F. S. Consciência fonológica, sistema de escrita alfabética e letramento: sequ-
ências didáticas na alfabetização. ANPED SUL, 10. Anais... Florianópolis, 2014. Disponível 
em: <http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1296-0.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2017.
OLIVEIRA, C. M. A apropriação do princípio alfabético: compreensão do processo. 
Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 3, n. 5, ago. 2005. Disponível em: <http://
www.revel.inf.br/files/artigos/revel_5_a_apropriacao_do_principio_alfabetico.pdf>. 
Acesso em: 31 ago. 2017
ROBERTO, T. M. G. Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2016.
SOUZA, É. C. de; BANDINI, H. H. M. Programa de treinamento de consciência fonológica 
para crianças surdas bilíngues. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 17, n. 36, 2007. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a12.pdf>. Acesso em: 31 ago.2017
ZORZI, J. L. Alterações ortográficas nos transtornos de aprendizagem. In: MALUF, M. 
I. (Org.). Aprendizagem: tramas do conhecimento, do saber e da subjetividade. Rio de 
Janeiro: Vozes; São Paulo: ABPp, 2006.
ZORZI, J. L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Leitura recomendada
FERREIRO, E.; TEBEROSKY A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 
1986.
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
O desenvolvimento do Sistema fonológico e o desenvolvimento das Habilidades de consciência 
fonológica são processos implicados. Não é possível haver consciência sem que antes se 
estabeleça um sistema. A consciência desse sistema é o que irá permitir a aquisição formal da 
escrita. As alterações na fala ou os desvios fonológicos têm uma implicação direta nessa 
aquisição.
Como sabemos, a criança assume inicialmente a oralidade como base para estabelecer as 
hipóteses do sistemaalfabético de escrita. Nesse sentido, o profissional fonoaudiólogo é o 
profissional capacitado para identificar, diagnosticar e tratar indivíduos com distúrbios na 
comunicação oral e escrita.
No entanto, todos os profissionais que acompanham o desenvolvimento infantil devem ser 
orientados a identificar possíveis desvios e a realizar os encaminhamentos necessários. O 
professor de Português é, nesse sentido, uma peça central no rastreio dos prováveis distúrbios 
relacionados ao desenvolvimento linguístico. É ele quem lida com as dificuldades e as 
necessidades dos alunos no dia a dia da sala de aula.
No vídeo a seguir, você poderá compreender como se dá o desenvolvimento do sistema 
fonológico na infância e o que caracteriza o desvio fonológico.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A respeito do conceito e das noções implicadas na concepção de consciência 
fonológica, assinale a alternativa. correta.
A) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão 
desde a percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as 
palavras, até a manipulação de frases.
A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão 
desde a percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as 
B) 
palavras, até a manipulação de enunciados.
C) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão 
desde a simples percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas 
entre as palavras, até a segmentação e a manipulação de sílabas e fonemas.
D) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades 
relacionadas à percepção global apenas da palavra.
E) e) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades 
relacionadas à percepção global apenas dos fonemas.
2) Em se tratando dos níveis em que a consciência fonológica se estende, assinale a 
alternativa correta.
A) A consciência da sílaba consiste em perceber que a palavra é composta por unidades 
chamadas letras, as quais podem ser divididas, transpostas e alteradas.
B) A consciência fonêmica consiste em identificar e manipular as diversas sílabas de uma 
língua.
C) Os níveis de consciência fonológica são: consciência da palavra, consciência da sílaba, 
consciência intrassilábica, consciência fonêmica.
D) Os níveis de consciência fonológica são: consciência da frase, consciência da sílaba, 
consciência intrassilábica, consciência fonêmica.
E) Os níveis de consciência fonológica são: consciência da palavra, consciência do grupo 
clítico, consciência intrassilábica, consciência fonêmica.
A respeito da relação entre oralidade e ortografia e de suas implicações na aquisição 3) 
do sistema escrito da língua, assinale a alternativa correta.
A) O processo de escrever é anterior à identificação de uma notação escrita.
B) A conversão da oralidade para escrita se dá independentemente da variedade 
sociolinguística do sujeito.
C) Para desenvolver o processo de escrever, o escrevente inicial precisa conhecer as unidades 
linguístico-fonológicas de uma palavra.
D) A transformação do padrão de escrita, com forte influência fonética para uma escrita 
determinada ortograficamente, depende de a criança compreender a diferença entre falar e 
escrever e da criação de um repertório lexical visual controlado por regras fonéticas.
E) A oralidade não exerce influência quando as crianças formulam hipóteses a respeito de 
como as palavras devem ser escritas.
4) Em se tratando do desenvolvimento dos níveis de consciência fonológica por parte 
dos novos escreventes, assinale a alternativa correta.
A) Enquanto a consciência dos fonemas se desenvolve de modo espontâneo, o 
desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal de um sistema 
de escrita alfabético. 
 
B) Enquanto a consciência dos segmentos se desenvolve de modo espontâneo, o 
desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal de um sistema 
de escrita alfabético. 
 
Enquanto a consciência das sílabas desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento C) 
da consciência dos fonemas necessita da introdução formal a um sistema de escrita 
alfabético. 
 
D) Enquanto a consciência dos traços distintivos se desenvolve de modo espontâneo, o 
desenvolvimento da consciência das palavras necessita da introdução formal de um 
sistema de escrita alfabético. 
 
E) Enquanto a consciência dos sons da fala se desenvolve de modo espontâneo, o 
desenvolvimento da consciência das palavras necessita da introdução formal de um 
sistema de escrita alfabético.
5) A respeito da relação entre consciência fonológica e a escrita e de suas implicações, 
assinale a alternativa correta.
A) Como a sílaba é a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade da 
hierarquia prosódica ), uma pessoa não alfabetizada não consegue compreender a noção de 
fonema.
B) Apesar da sílaba ser a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade 
da hierarquia prosódica ), algumas pessoas não alfabetizadas conseguem compreender a 
noção de fonema.
C) A aquisição da escrita e a consciência fonológica são duas habilidades que não 
necessariamente se relacionam.
D) Para que a consciência no nível dos fonemas seja desenvolvida, não é necessário que o 
professor/terapeuta explicite a estrutura da escrita alfabética ao aluno.
E) A consciência fonológica não é um pré-requisito para a aquisição da leitura e da escrita.
NA PRÁTICA
O desenvolvimento de habilidades básicas para ler e escrever, em decorrência da suas 
relevâncias na educação, recebe uma atenção especial, principalmente em se tratando das séries 
iniciais do Ensino Fundamental. Contudo, a aprendizagem de tais habilidades pode ser um 
grande desafio para muitos alunos. Nesse sentido, um dos aspectos que chama a atenção diz 
respeito à ortografia, isto é, ao domínio da escrita convencional das palavras, conforme refere 
Zorzi e Ciasca (2008).
Nota-se que as crianças cometem erros frequentes durante a aprendizagem da escrita até que, 
após um certo nível de experiência com o sistema escrito da língua, as crianças passam a operar 
de forma mais segura com a ortografia. Como consequência, os erros se tornam cada vez mais 
específicos e eventuais. Contudo, essa trajetória não é uniforme, observa-se que alguns alunos 
apresentam diversidade e frequência de alterações de escrita mais sistemática e persistente 
(ZORZI E CIASCA, 2008).
Afinal de contas, como podemos caracterizar e identificar os erros que são comuns ao processo 
de apropriação do sistema ortográfico?
Ana, professora do 3o ano de uma escola pública da periferia de São Paulo, realizou uma ativida
A caza do mininu é azu.
 
O pasaru é bonitu. 
O cato bebi leiti.
Com base nos erros mais comuns apresentados pelas crianças em fase de alfabetização, a 
professora identificou que os erros cometidos por eles foram: erros de correspondência 
múltipla, erros com apoio na oralidade, generalização de regras e erros de substituição dos 
fonemas surdos e sonoros.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível socioeconômico 
Nesse estudo, foi aplicado um treino de consciência fonológica e de correspondências 
grafo-fonêmicas em crianças de nível socioeconômico (NSE) baixo: alunas de primeira 
série do ensino fundamental de uma escola pública. Foram avaliados os efeitos sobre as 
habilidades metafonológicas, a leitura, a escrita, o conhecimento de letras, a memória de 
trabalho e o acesso léxico à memória de longo-prazo. Confira o trabalho na íntegra pelo 
link a seguir.
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A consciência fonoarticulatória em crianças com desvio fonológico 
Esse trabalho a seguirteve por objetivo verificar as habilidades em consciência 
fonoarticulatória de crianças com desvio fonológico, comparando-as com as habilidades 
em consciência fonoarticulatória de crianças com desenvolvimento fonológico normal. 
Participaram, desse estudo, um total de 60 crianças, sendo 30 do grupo de controle, com 
desenvolvimento fonológico normal, e 30 do grupo de estudo, com desvio fonológico. Todos 
os participantes foram submetidos à avaliação da consciência fonoarticulatória. Para 
aprender mais sobre o conceito de consciência fonoarticulatória e descobrir os resultados 
desse trabalho, leia o artigo a seguir.
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Consciência metalinguística e alfabetização: um estudo com crianças da primeira série do 
Ensino Fundamental 
Esse trabalho teve como objetivo investigar a influência da consciência fonológica, lexical e 
sintática sobre a aquisição da linguagem escrita. A hipótese das pesquisadoras era de que 
as crianças com níveis mais elevados de consciência metalinguística apresentassem 
desempenho superior na aprendizagem da leitura e da escrita. Participaram da pesquisa 
65 alunos da 1a série do Ensino Fundamental de uma escola pública de São Paulo. Saiba 
mais acessando o link a seguir.
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