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As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa APRESENTAÇÃO Uma série de conhecimentos e processos estão implicados na aquisição da escrita. O conhecimento que o aluno tem acerca dos sons que compõem a sua língua é a base inicial para o estabelecimento das regras que norteiam o sistema escrito. É a partir da associação fonema- grafema que o escrevente irá pautar as suas produções iniciais. As noções de que as palavras são compostas por sílabas e de que estas, por sua vez, são compostas por segmentos, e os possíveis arranjos desses segmentos na estrutura interna da sílaba, que passam pelo que chamamos de consciência fonológica. O conhecimento fonético e fonológico é, nesse sentido, a base para que compreendamos de que modo essa consciência se estabelece e os seus níveis de especialização. Esse conhecimento é fundamental para que o professor de Português possa elaborar estrátegias de ensino da ortografia, bem como intervir adequadamente quando algumas confusões forem feitas pelo aluno, considerando as possíveis interferências da oralidade na modalidade escrita da língua. Nesta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá qual a importância dos conceitos e dos conhecimento fonéticos e fonológicos para o ensino da língua portuguesa. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o conceito de consciência fonológica.• Definir os níveis de consciência fonológica.• Identificar a relação entre oralidade e língua escrita.• DESAFIO Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Conforme aponta Zorzi (2006), a oralidade exerce forte influência quando as crianças formulam hipóteses a respeito de como as palavras devem ser escritas, gerando uma consistente tendência no sentido de que os padrões de fala determinem o modo de escrita. Funciona como se o sistema de representação gráfica do Português fosse de natureza fonética e não alfabético, o que significa dizer que a criança assume como referência, para determinar que grafema deve usar, aqueles sons que ela é capaz de identificar em seu padrão de produção, realizando, nesses casos, uma correspondência direta: som falado / letra que escreve. A transformação desse padrão de escrita com forte influência fonética para uma escrita governada pela ortografia depende de que a criança compreenda a diferença entre falar e escrever e da criação de um repertório lexical visual (rota lexical), controlado por regras ortográficas e não fonéticas (ZORZI, 2006). Com base nos conhecimentos já adquiridos, você será desafiado a realizar um trabalho de coleta de dados linguísticos referentes à modalidade da língua escrita. Para esse trabalho, você deve considerar dados de produção de escrita de alguma criança de 7 a 9 anos de idade (ou crianças) em processo de alfabetização. Forneça papel e lápis para que a criança possa grafar as palavras que você deverá ditar para ela. As palavras são as seguintes: 1. Casa 2. Belo 3. Mesa 4. Teto 5. Chapéu 6. Cinco 7. Sair 8. Pássaro 9. Barro 10. Marte Após ter solicitado a escrita dessas palavras, você deve esboçar uma breve análise (observação) sobre os erros ortográficos ocasionados por apoio na oralidade. INFOGRÁFICO Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce A consciência dos sons da fala é uma condição imprescindível para a aquisição e o desenvolvimento da escrita e da leitura. Com o avanço do processo de alfabetização, além de aprimorar as habilidades fonológicas já desenvolvidas, o indivíduo passa a reconhecer e a manipular os fonemas, o que denominamos de consciência fonêmica. Mas esse não é o único nível a que essa consciência se aplica. É necessário saber que existem outros níveis de consciência fonológica e que esses níveis apresentam diferentes graus de complexidade. Confira o Infográfico a seguir. Nele você verá o conceito de Consciência fonológica e irá entender quais são os seus níveis de aplicação. Francisco Realce Francisco Realce CONTEÚDO DO LIVRO A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a simples percepção global da palavra e das semelhanças fonológicas entre elas, até as habilidades de segmentação e manipulação de sílabas e fonemas. Assim, a consciência fonológica se refere tanto à consciência de que a fala pode ser segmentada em unidade menores (palavras, sílabas e segmentos), quanto à habilidade de manipulação dessas unidades e se desenvolve gradualmente à medida que a criança vai tomando consciência do sistema sonoro da língua, ou seja, de palavras, sílabas e fonemas como unidades passíveis de identificação. Leia o capítulo As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa, que faz parte do livro Fonética e Fonologia do Português - base teórica desta Unidade de Aprendizagem e veja mais sobre o conceito de consciência fonológica, seus níveis de aplicação e qual a pertinência dos estudos fonéticos e fonológicos para o ensino da Língua Portuguesa, enfatizando a sua modalidade escrita. Boa leitura! Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS Julio Cesar Cavalcanti Revisão técnica: Talita da Silva Campos Mestre em Linguística Especialista em Língua Portuguesa Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 C376f Cavalcanti, Julio Cesar. Fonética e fonologia do português / Julio Cesar Cavalcanti ; [revisão técnica: Talita da Silva Campos]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 112 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-164-8 1. Fonética. 2. Fonologia. 3. Língua Portuguesa. I. Título. CDU 81’34 2717_Fonetica_book.indb 2 14/09/2017 10:00:24 As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o conceito de consciência fonológica. De� nir os níveis de consciência fonológica. Identi� car a relação entre oralidade e língua escrita. Introdução Uma série de conhecimentos e processos estão implicados na aquisição da escrita. O conhecimento que o aluno tem acerca dos sons que com- põem a sua língua é a base inicial para o estabelecimento das regras que norteiam o sistema escrito. É na associação fonema-grafema que o escrevente vai pautar as suas produções iniciais. As noções de que as palavras são compostas por sílabas e de que estas, por sua vez, são compostas por segmentos, e os possíveis arranjos desses segmentos na estrutura interna da sílaba passam pelo que cha- mamos de consciência fonológica. O conhecimento fonético e fonológico é, nesse sentido, a base para que compreendamos de que modo essa consciência se estabelece e os seus níveis de especialização. Esse conhecimento é fundamental para que o professor de português possa elaborar estratégias de ensino da ortografia, bem como intervir adequadamente quando algumas confu- sões forem feitas pelo aluno, considerando as possíveis interferências da oralidade na modalidade escrita da língua. U4C8_Fonetica.indd 102 13/09/2017 10:43:35 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Neste capítulo, você compreenderá qual é a importância dos con- ceitos e dos conhecimentos fonéticos e fonológicos para o ensino da língua portuguesa. Consciência fonológica A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a simples percepção global da palavra e de semelhanças fonológicas entre elas, até as habilidades de segmentação e manipulação de sílabas e fonemas (BRYANT; BRADLEY, 1985 apud LOPES, 2004). Ela está inserida no proces- samento fonológico,que diz respeito às operações corticais de processamento de informação relacionadas à estrutura fonológica da linguagem oral (LOPES, 2004). Assim, a consciência fonológica refere-se tanto à consciência de que a fala pode ser segmentada em unidades menores (palavras, sílabas e segmentos) quanto à habilidade de manipulação dessas unidades, e se desenvolve gradu- almente à medida que a criança vai tomando consciência do sistema sonoro da língua, ou seja, de palavras, sílabas e fonemas como unidades passíveis de identificação (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2000 apud LOPES, 2004). A consciência da sílaba consiste na compreensão e percepção de que a palavra é composta por unidades chamadas sílabas, as quais podem ser divididas, transpostas, alteradas. Ou seja, o indivíduo tem a capacidade de manipular as unidades silábicas de modo a formar novas palavras. Ter cons- ciência das unidades intrassilábicas significa ter a capacidade de perceber que a sílaba é composta por grupos de sons. Os fonemas são organizados em uma estrutura: onset e rima (MADRIL, 2014). A partir de uma concepção métrica acerca da noção de sílaba, podemos afirmar que a sílaba é composta por um ataque (A) e uma rima (R); a rima, por sua vez, consiste em um núcleo (Nu) e em uma coda (Co). Qualquer categoria, exceto o núcleo da sílaba (Nu), pode ser vazia (COLLISCHONN, 2014). 103As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa U4C8_Fonetica.indd 103 13/09/2017 10:43:35 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Zorzi (2003, p. 29) ressalta que “a sensibilidade à rima implica uma capa- cidade para detectar estruturas sonoras semelhantes em diferentes palavras”. Portanto, o indivíduo deve ser capaz de identificar e manipular o onset e a rima das sílabas. As palavras que possuem o mesmo onset são aquelas que aliteram (macaco – médico; criança – cravo) – ou seja, que iniciam com o mesmo som ou grupo de sons –, e as palavras que possuem a mesma rima silábica são aquelas que rimam (feijão – anão), isto é, aquelas que apresentam a mesma terminação (MADRIL, 2014). A consciência fonêmica consiste em identificar e manipular os diversos fonemas de uma língua – neste caso, o português brasileiro. Assim, ao se de- parar com uma palavra como “chuva”, por exemplo, o indivíduo deve ser capaz de perceber que ela é composta pelos fonemas / ʃ/, / u/, /v / e /a /. Dado que os fonemas são unidades abstratas, as atividades que desenvolvem a consciência fonêmica exigem um alto nível de consciência fonológica (MADRIL, 2014). Níveis de consciência fonológica A consciência fonológica é representada por quatro diferentes níveis linguísticos: Consciência da palavra Consciência da sílaba Segundo Roberto (2016), a posição de ataque silábico, também chamado de onset silábico, pode estar vazia, pode ser preenchida por uma consoante (ataque simples ou onset simples), por duas consoantes (ataque complexo ou onset complexo) ou por uma consoante e um glide. O núcleo silábico representa o pico silábico – a vogal. A posição final da sílaba, a coda silábica, também pode ser apresentada vazia ou preenchida; teremos uma coda simples quando apenas um elemento ocupar essa posição e uma coda complexa quando dois elementos ocuparem essa posição. Estrutura interna da sílaba. Fonte: Collischonn (2014, p. 100). As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa104 U4C8_Fonetica.indd 104 13/09/2017 10:43:35 Francisco Realce Francisco Realce também chamada de ATAQUE Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Consciência intrassilábica Consciência fonêmica De acordo com Roberto (2016), esses níveis de consciência fonológica apresentam diferentes graus de complexidade, sendo a consciência fonêmica o mais alto nível de consciência fonológica a que se pode chegar e a única essencialmente implicada na alfabetização. Para as crianças, o conhecimento e a consciência dos fonemas são mais difí- ceis, por serem unidades pequenas e abstratas, que não apresentam significado quando estão isolados. Além disso, a consciência e percepção dos fonemas são pouco exploradas na rotina da sala de aula (SOUZA; BANDINI, 2007). Consciência fonológica e a escrita Enquanto a consciência de segmentos suprafonêmicos (desde a sílaba) desen- volve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência fonêmica necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético (MORAIS, 1995 apud LOPES, 2004). A precedência da consciência suprafonêmica em relação à consciência fonêmica decorre do fato de que as sílabas isoladas são identifi cadas pelo sistema perceptivo como unidades discretas, o que não ocorre com os fonemas (LOPES, 2004). Como a sílaba é a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade da hierarquia prosódica), uma pessoa não alfabetizada não consegue compreender a noção de fonema, pois é só a partir da compreensão do sistema alfabético que somos capazes de abstrair da sílaba as unidades que a constituem (ROBERTO, 2016). Assim, a grande maioria dos alunos já chega à escola com a capacidade de reconhecer e manipular as sílabas e as unidades intrassilábicas. Com o avanço do processo de alfabetização, além de aprimorar as habilidades fonológicas já desenvolvidas, o indivíduo passa a reconhecer e a manipular os fonemas. Portanto, a aquisição da escrita e a consciência fonológica são duas habilidades que se relacionam de forma recíproca (MADRIL, 2014). Para que a consciência no nível dos fonemas seja desenvolvida, dado o grau de sofisticação em termos de abstração, é necessário que o professor/ terapeuta explicite a estrutura da escrita alfabética de forma clara. Só dessa maneira, o escrevente poderá compreender de que modo a escrita representa e interpreta os sons da fala. Assim, as instruções direcionadas ao desenvolvimento da habilidade de manipulação dos sons da fala, bem como as instruções para desenvolver a 105As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa U4C8_Fonetica.indd 105 13/09/2017 10:43:35 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado habilidade de converter esses sons em escrita e vice-versa, devem ser realiza- das de modo a tornar explícito à criança essas correspondências, como refere Capovilla e Capovilla (2003). De acordo com Frith (1985 apud LOPES, 2004), existem três estratégias básicas para se lidar com a palavra escrita. A estratégia logográfica, que implica no reconhecimento das palavras por meio de esquemas idiossincrá- ticos. Nesse caso, os aspectos críticos para a leitura podem não ser as letras, e sim pistas não alfabéticas. A segunda estratégia é a alfabética, e implica em analisar as palavras em seus componentes (letras e fonemas) e em utilizar, para codificação e decodificação, regras de correspondência grafofonêmicas. Por sua vez, a estratégia ortográfica implica na construção de unidades de reconhecimento no nível alfabético. Nesse caso, partes das palavras podem ser reconhecidas numa relação direta, sem necessidade de conversão fonológica, como na estratégia anterior. Segundo Morton (1989 apud LOPES, 2004), a rota fonológica se desen- volve com a estratégia alfabética e é essencial para a proficiência na leitura e na escrita, pois faz uso de um sistema gerativo que converte a ortografia em fonologia e vice-versa (ou seja, envolve mediação fonológica), o que permite à criança ler e escrever qualquer palavra nova, apesar de cometer erros em palavras irregulares (ALEGRIA; LEYBAERT; MOUSTY, 1997 apud LOPES, 2004). É por meio da rota fonológica que o escrevente é capaz derealizar as associações entre fonema e grafema, estabelecendo as associações possíveis na escrita e na leitura das palavras. Como referido por Lopes (2014), a geratividade, característica das ortogra- fias alfabéticas, permite a autoaprendizagem pela criança, pois ao encontrar um novo item, ela poderá fazer leitura/escrita por (de)codificação fonológica. Esse processo contribuirá para a criação de uma representação ortográfica do item que, numa fase futura, poderá ser lido pela rota lexical, a partir do desenvolvimento de uma imagem fotográfica da palavra (LOPES, 2004). De acordo com Lopes (2014), a instrução direta da consciência fonológica, combinada à instrução da correspondência grafemofonêmica, impulsiona a aquisição da leitura. Em âmbito nacional, já foram realizados estudos no in- tuito de desenvolver a consciência fonológica em crianças, demonstrando que, também na ortografia da língua portuguesa, a consciência fonológica é um pré-requisito para a aquisição de leitura e escrita. Instruções de consciência fonológica e instruções fônicas mostraram-se eficazes em melhorar a leitura e escrita quando introduzidas em diferentes níveis escolares (LOPES, 2004). As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa106 U4C8_Fonetica.indd 106 13/09/2017 10:43:36 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Oralidade e ortografia Dentre uma série de conhecimentos que a criança que aprende a ler e a escre- ver deve dominar, a compreensão ortográfi ca é uma das competências mais valorizadas. Considerada um dos indicadores da aprendizagem da linguagem escrita, a apreensão do sistema ortográfi co impõe um conjunto considerável de desafi os (ZORZI, 2006). Diferentemente da naturalidade típica da aquisição do sistema oral, nosso sistema escrito foi construído a partir de uma convenção, e essa construção, embora feita com propósito inicial de representar a oralidade, tem suas espe- cificidades. A relação entre escrita e oralidade não se dá de forma tão simples e direta, como seria conveniente (ROBERTO, 2016). Como menciona Roberto (2016), é notório que a oralidade e a escrita partilham muitas características. Há, entretanto, diferenças que precisam ser consideradas e que nos levam a perceber que a relação entre esses sistemas é complexa. Dada a existência de diferenças na forma, de função e na maneira de representação, não há como conceber que ambas as formas de comunicação se desenvolvam da mesma maneira (ROBERTO, 2016). Não escrevemos como falamos e não falamos como escrevemos. De acordo com Oliveira (2005), o conhecimento da escrita, ou seja, a identi- ficação de uma notação escrita, é anterior ao domínio do processo de escrever: o leitor iniciante sabe o que é uma escrita e o que é um desenho, mesmo sem dominar o sistema escrito da língua. Para desenvolver o processo de escrever, o escrevente inicial precisa conhecer as unidades linguístico-fonológicas de uma palavra: ataque e rima, sílabas, unidades intrassilá bicas, fonos/sons e fonemas. Nesse processo de construção das habilidades linguísticas, a intervenção educativa formal configura parte integrante. Portanto, o professor precisa com- preender o processo de transição da oralidade para a escrita que o leitor/escritor inicial desenvolve nas fases de desenvolvimento e compreensão da escrita (OLI- VEIRA, 2005). Conforme aponta a autora, essa transição pode ser identificada no processo de spelling, ou seja, de soletração para fazer a correspondência do som/letra. O leitor/escrevente inicial, quando não consegue identificar uma palavra estabelecendo relação direta (via direta) entre a palavra e o léxico mental (sua representação mental), faz spelling, ou seja, segmenta a palavra em suas unidades linguístico-fonológicas. Nesse processo podem ocorrer erros, os quais caracterizam o nível de conhecimento fonológico do aprendiz em seu processo de desenvolvimento da escrita (OLIVEIRA, 2005). 107As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa U4C8_Fonetica.indd 107 13/09/2017 10:43:36 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Conforme aponta Roberto (2016), um aspecto importante ao qual o pro- fessor e/ou profissional da reabilitação (fonoaudiólogo) precisam estar atentos é o fato de a conversão da oralidade para escrita se dar a partir da variedade sociolinguística de cada sujeito, o que torna o processo de escrita bem mais complexo que o da leitura. A oralidade exerce forte influência quando as crianças formulam hipóteses a respeito de como as palavras devem ser escritas, gerando uma consistente tendência no sentido de que os padrões de fala determinam o modo de escrita (ZORZI, 2006). Tudo ocorre como se o sistema de representação gráfica do português fosse de natureza fonética, e não alfabético. Isso quer dizer que a criança assume como referência, para determinar que grafema deve usar, aqueles sons que ela é capaz de identificar em seu padrão de pronúncia da palavra, procedendo, então, a uma correspondência direta: som falado/letra que escreve. A trans- formação desse padrão de escrita, com forte influência fonética, para uma escrita determinada ortograficamente depende de a criança compreender a diferença entre falar e escrever e da criação de um repertório lexical visual (rota lexical), controlado por regras ortográficas e não fonéticas (ZORZI, 2006). Certamente, uma criança que fala [‘aɽvɪ] em lugar de [‘ahvorɪ], ou mesmo [po’brẽ mɐ] para [pro’blẽ mɐ] ou [‘vridʊ] para [‘vidrʊ], tenderá a manifestar essas variações também na modalidade escrita. De acordo com Roberto (2016), cabe ao professor estar atento a essas influências, da oralidade na escrita, para auxiliar de forma mais eficiente no processo de aprendizagem da escrita. É necessário que o professor/alfabetizador ou fonoaudiólogo tenha em mente que não se trata de um mero “erro”. O aprendiz está sendo levado a pensar e estabelecer as hipóteses de língua escrita a partir da fala que tem como referência, e em se tratando de modalidade falada, não há certo ou errado, o que existe são variedades linguísticas. É necessário que o professor e/ou terapeuta intervenham de forma ade- quada, ressaltando primeiramente os acertos, ou seja, as associações corretas entre fonema e grafema, mesmo quando o aprendiz escreve “arvi” para ár- vore. Existem, nessa produção, hipóteses muito bem formuladas por parte do aprendiz. Somente depois de consideradas essas sistematizações, o professor deve explicitar a escrita como convenção, ou seja, apresentar para o aluno as regras que são inerentes à língua escrita. Devemos reconhecer, no entanto, que a compreensão de como o sistema ortográfico funciona, assim como, dos processos mentais envolvidos, no que diz respeito aos níveis da consciência fonológica, passam pelo conhecimento da Fonética e da Fonologia. O conhecimento dessas duas subáreas da Linguística As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa108 U4C8_Fonetica.indd 108 13/09/2017 10:43:36 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce é de extrema relevância na atuação do professor/alfabetizador, permitindo- -o estabelecer as estratégias adequadas no ensino da modalidade escrita da língua, embasando-o nas intervenções que são necessárias. É só por meio do conhecimento das propriedades da fala que somos capazesde compreender a escrita enquanto abstração, limitando a materialidade fônica da fala a uma convenção alfabética. Essa simplificação e uniformização é tão necessária quanto real. 1. A respeito do conceito e noções implicadas na concepção de “Consciência Fonológica”, assinale a alternativa correta. a) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras, até a manipulação de frases. b) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras, até a manipulação de enunciados. c) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a simples percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras, até a segmentação e manipulação de sílabas e fonemas. d) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades relacionadas à percepção global apenas da palavra. e) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades relacionadas à percepção global apenas dos fonemas. 2. Em se tratando dos níveis nos quais a consciência fonológica se estende, assinale a alternativa correta. a) A consciência da sílaba consiste em perceber que a palavra é composta por unidades chamadas letras, as quais podem ser divididas, transpostas, alteradas. b) A consciência fonêmica consiste em identificar e manipular as diversas sílabas de uma língua. c) Os níveis de consciência fonológica são: Consciência da Palavra, Consciência da Sílaba, Consciência Intrassilábica, Consciência Fonêmica. d) Os níveis de consciência fonológica são: Consciência da frase, Consciência da Sílaba, Consciência Intrassilábica, Consciência Fonêmica. e) Os níveis de consciência 109As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa U4C8_Fonetica.indd 109 13/09/2017 10:43:36 Francisco Realce Francisco Realce fonológica são: Consciência da Palavra, Consciência do grupo clítico, Consciência Intrassilábica, Consciência Fonêmica. 3. A respeito da relação entre Oralidade e Ortografia e de suas implicações na aquisição do sistema escrito da língua, assinale a alternativa correta. a) O processo de escrever é anterior à identificação de uma notação escrita. b) A conversão da oralidade para escrita se dá independentemente da variedade sociolinguística do sujeito. c) Para desenvolver o processo de escrever, o escrevente inicial precisa conhecer as unidades linguístico- fonológicas de uma palavra. d) A transformação do padrão de escrita, com forte influência fonética para uma escrita determinada ortograficamente depende de a criança compreender a diferença entre falar e escrever e da criação de um repertório lexical visual, controlado por regras fonéticas e) A oralidade não exerce influência quando as crianças formulam hipóteses a respeito de como as palavras devem ser escritas. 4. Em se tratando do desenvolvimento dos níveis de consciência fonológica por parte dos novos escreventes, assinale a alternativa correta: a) Enquanto a consciência dos fonemas desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético. b) Enquanto a consciência dos segmentos desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético. c) Enquanto a consciência dos fonemas desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético. d) Enquanto a consciência dos traços distintivos desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das palavras necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético. e) Enquanto a consciência dos sons da fala desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das palavras necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético. 5. A respeito da relação entre Consciência Fonológica e a Escrita e de suas implicações, assinale a alternativa correta: a) Como a sílaba é a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade da hierarquia prosódica), uma pessoa não alfabetizada não consegue compreender a noção de fonema. b) Apesar da sílaba ser a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade da hierarquia prosódica), algumas pessoas não alfabetizadas conseguem compreender a noção de fonema. c) A aquisição da escrita e a As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa110 U4C8_Fonetica.indd 110 13/09/2017 10:43:37 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce consciência fonológica são duas habilidades que não necessariamente se relacionam. d) Para que a consciência no nível dos fonemas seja desenvolvida, não é necessário que o professor/ terapeuta explicite a estrutura da escrita alfabética ao aluno. e) A consciência fonológica não é um pré-requisito para a aquisição da leitura e da escrita. CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Alfabetização: método fônico. São Paulo: Me- mnon, 2003. COLLISCHONN, G. A Sílaba em português. In: BISOL, L. (Org.). Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014. LOPES, F. O desenvolvimento da consciência fonológica e sua importância para o processo de alfabetização. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 8, n. 2, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi d=S1413-85572004000200015>. Acesso em: 28 ago. 2017 MADRIL, L. F. S. Consciência fonológica, sistema de escrita alfabética e letramento: sequ- ências didáticas na alfabetização. ANPED SUL, 10. Anais... Florianópolis, 2014. Disponível em: <http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1296-0.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2017. OLIVEIRA, C. M. A apropriação do princípio alfabético: compreensão do processo. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 3, n. 5, ago. 2005. Disponível em: <http:// www.revel.inf.br/files/artigos/revel_5_a_apropriacao_do_principio_alfabetico.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2017 ROBERTO, T. M. G. Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. SOUZA, É. C. de; BANDINI, H. H. M. Programa de treinamento de consciência fonológica para crianças surdas bilíngues. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 17, n. 36, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a12.pdf>. Acesso em: 31 ago.2017 ZORZI, J. L. Alterações ortográficas nos transtornos de aprendizagem. In: MALUF, M. I. (Org.). Aprendizagem: tramas do conhecimento, do saber e da subjetividade. Rio de Janeiro: Vozes; São Paulo: ABPp, 2006. ZORZI, J. L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita. Porto Alegre: Artmed, 2003. Leitura recomendada FERREIRO, E.; TEBEROSKY A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. 111As relações dos estudos de fonética e fonologia com o ensino da língua portuguesa U4C8_Fonetica.indd 111 13/09/2017 10:43:37 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O desenvolvimento do Sistema fonológico e o desenvolvimento das Habilidades de consciência fonológica são processos implicados. Não é possível haver consciência sem que antes se estabeleça um sistema. A consciência desse sistema é o que irá permitir a aquisição formal da escrita. As alterações na fala ou os desvios fonológicos têm uma implicação direta nessa aquisição. Como sabemos, a criança assume inicialmente a oralidade como base para estabelecer as hipóteses do sistemaalfabético de escrita. Nesse sentido, o profissional fonoaudiólogo é o profissional capacitado para identificar, diagnosticar e tratar indivíduos com distúrbios na comunicação oral e escrita. No entanto, todos os profissionais que acompanham o desenvolvimento infantil devem ser orientados a identificar possíveis desvios e a realizar os encaminhamentos necessários. O professor de Português é, nesse sentido, uma peça central no rastreio dos prováveis distúrbios relacionados ao desenvolvimento linguístico. É ele quem lida com as dificuldades e as necessidades dos alunos no dia a dia da sala de aula. No vídeo a seguir, você poderá compreender como se dá o desenvolvimento do sistema fonológico na infância e o que caracteriza o desvio fonológico. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A respeito do conceito e das noções implicadas na concepção de consciência fonológica, assinale a alternativa. correta. A) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras, até a manipulação de frases. A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as B) palavras, até a manipulação de enunciados. C) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a simples percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras, até a segmentação e a manipulação de sílabas e fonemas. D) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades relacionadas à percepção global apenas da palavra. E) e) A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades relacionadas à percepção global apenas dos fonemas. 2) Em se tratando dos níveis em que a consciência fonológica se estende, assinale a alternativa correta. A) A consciência da sílaba consiste em perceber que a palavra é composta por unidades chamadas letras, as quais podem ser divididas, transpostas e alteradas. B) A consciência fonêmica consiste em identificar e manipular as diversas sílabas de uma língua. C) Os níveis de consciência fonológica são: consciência da palavra, consciência da sílaba, consciência intrassilábica, consciência fonêmica. D) Os níveis de consciência fonológica são: consciência da frase, consciência da sílaba, consciência intrassilábica, consciência fonêmica. E) Os níveis de consciência fonológica são: consciência da palavra, consciência do grupo clítico, consciência intrassilábica, consciência fonêmica. A respeito da relação entre oralidade e ortografia e de suas implicações na aquisição 3) do sistema escrito da língua, assinale a alternativa correta. A) O processo de escrever é anterior à identificação de uma notação escrita. B) A conversão da oralidade para escrita se dá independentemente da variedade sociolinguística do sujeito. C) Para desenvolver o processo de escrever, o escrevente inicial precisa conhecer as unidades linguístico-fonológicas de uma palavra. D) A transformação do padrão de escrita, com forte influência fonética para uma escrita determinada ortograficamente, depende de a criança compreender a diferença entre falar e escrever e da criação de um repertório lexical visual controlado por regras fonéticas. E) A oralidade não exerce influência quando as crianças formulam hipóteses a respeito de como as palavras devem ser escritas. 4) Em se tratando do desenvolvimento dos níveis de consciência fonológica por parte dos novos escreventes, assinale a alternativa correta. A) Enquanto a consciência dos fonemas se desenvolve de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal de um sistema de escrita alfabético. B) Enquanto a consciência dos segmentos se desenvolve de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das sílabas necessita da introdução formal de um sistema de escrita alfabético. Enquanto a consciência das sílabas desenvolve-se de modo espontâneo, o desenvolvimento C) da consciência dos fonemas necessita da introdução formal a um sistema de escrita alfabético. D) Enquanto a consciência dos traços distintivos se desenvolve de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das palavras necessita da introdução formal de um sistema de escrita alfabético. E) Enquanto a consciência dos sons da fala se desenvolve de modo espontâneo, o desenvolvimento da consciência das palavras necessita da introdução formal de um sistema de escrita alfabético. 5) A respeito da relação entre consciência fonológica e a escrita e de suas implicações, assinale a alternativa correta. A) Como a sílaba é a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade da hierarquia prosódica ), uma pessoa não alfabetizada não consegue compreender a noção de fonema. B) Apesar da sílaba ser a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade da hierarquia prosódica ), algumas pessoas não alfabetizadas conseguem compreender a noção de fonema. C) A aquisição da escrita e a consciência fonológica são duas habilidades que não necessariamente se relacionam. D) Para que a consciência no nível dos fonemas seja desenvolvida, não é necessário que o professor/terapeuta explicite a estrutura da escrita alfabética ao aluno. E) A consciência fonológica não é um pré-requisito para a aquisição da leitura e da escrita. NA PRÁTICA O desenvolvimento de habilidades básicas para ler e escrever, em decorrência da suas relevâncias na educação, recebe uma atenção especial, principalmente em se tratando das séries iniciais do Ensino Fundamental. Contudo, a aprendizagem de tais habilidades pode ser um grande desafio para muitos alunos. Nesse sentido, um dos aspectos que chama a atenção diz respeito à ortografia, isto é, ao domínio da escrita convencional das palavras, conforme refere Zorzi e Ciasca (2008). Nota-se que as crianças cometem erros frequentes durante a aprendizagem da escrita até que, após um certo nível de experiência com o sistema escrito da língua, as crianças passam a operar de forma mais segura com a ortografia. Como consequência, os erros se tornam cada vez mais específicos e eventuais. Contudo, essa trajetória não é uniforme, observa-se que alguns alunos apresentam diversidade e frequência de alterações de escrita mais sistemática e persistente (ZORZI E CIASCA, 2008). Afinal de contas, como podemos caracterizar e identificar os erros que são comuns ao processo de apropriação do sistema ortográfico? Ana, professora do 3o ano de uma escola pública da periferia de São Paulo, realizou uma ativida A caza do mininu é azu. O pasaru é bonitu. O cato bebi leiti. Com base nos erros mais comuns apresentados pelas crianças em fase de alfabetização, a professora identificou que os erros cometidos por eles foram: erros de correspondência múltipla, erros com apoio na oralidade, generalização de regras e erros de substituição dos fonemas surdos e sonoros. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível socioeconômico Nesse estudo, foi aplicado um treino de consciência fonológica e de correspondências grafo-fonêmicas em crianças de nível socioeconômico (NSE) baixo: alunas de primeira série do ensino fundamental de uma escola pública. Foram avaliados os efeitos sobre as habilidades metafonológicas, a leitura, a escrita, o conhecimento de letras, a memória de trabalho e o acesso léxico à memória de longo-prazo. Confira o trabalho na íntegra pelo link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A consciência fonoarticulatória em crianças com desvio fonológico Esse trabalho a seguirteve por objetivo verificar as habilidades em consciência fonoarticulatória de crianças com desvio fonológico, comparando-as com as habilidades em consciência fonoarticulatória de crianças com desenvolvimento fonológico normal. Participaram, desse estudo, um total de 60 crianças, sendo 30 do grupo de controle, com desenvolvimento fonológico normal, e 30 do grupo de estudo, com desvio fonológico. Todos os participantes foram submetidos à avaliação da consciência fonoarticulatória. Para aprender mais sobre o conceito de consciência fonoarticulatória e descobrir os resultados desse trabalho, leia o artigo a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Consciência metalinguística e alfabetização: um estudo com crianças da primeira série do Ensino Fundamental Esse trabalho teve como objetivo investigar a influência da consciência fonológica, lexical e sintática sobre a aquisição da linguagem escrita. A hipótese das pesquisadoras era de que as crianças com níveis mais elevados de consciência metalinguística apresentassem desempenho superior na aprendizagem da leitura e da escrita. Participaram da pesquisa 65 alunos da 1a série do Ensino Fundamental de uma escola pública de São Paulo. Saiba mais acessando o link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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