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O Romantismo (Parte I)_ Os Sofrimentos do Jovem Werther, Goethe e o legado do romantismo alemão

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O Romantismo (Parte I): Os Sofrimentos 
do Jovem Werther, Goethe e o legado do 
romantismo alemão
APRESENTAÇÃO
Você já ouviu falar na expressão Sturm und Drang? Essa é uma expressão em alemão que 
significa tempestade e ímpeto. Ela deu nome ao movimento romântico alemão do século XVIII 
e, apenas pensando em seu significado, você já pode imaginar o que movia e o que motivava os 
escritores da época.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender melhor o motivo de esse movimento 
chamar-se Sturm und Drang, ao verificar as características do Romantismo alemão. Você 
também vai identificar alguns de seus escritores mais destacados – em especial Johann 
Wolfgang von Goethe, o autor de Os sofrimentos do jovem Werther, obra que será analisada em 
mais detalhes.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as características do Romantismo e as especificidades do Romantismo alemão.•
Analisar trechos da obra Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe.•
Avaliar a importância da obra de Goethe na atualidade.•
DESAFIO
Os movimentos artísticos e culturais tendem a se opor ao movimento anterior e isso não é 
diferente quando se trata do Romantismo alemão em relação ao seu predecessor, o Iluminismo.
Você precisa apresentar uma palestra justamente sobre as diferenças entre esses dois momentos 
para uma turma de uma escola de Ensino Médio.
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Francisco
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Francisco
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Francisco
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Francisco
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Sublinhado
a) Como você explicaria isso, levando em consideração seu público, que não é especialista no 
assunto?
b) Como você faria para ensiná-los a analisar esses dois movimentos? Dê uma sugestão prática.
INFOGRÁFICO
O Romantismo alemão foi um movimento muito importante, que acabou por influenciar e 
impactar artistas de diferentes países em diferentes continentes. Para entender um pouco melhor 
o que foi o Romantismo na Alemanha, você vai conhecer uma de suas vertentes, a filosofia.
Quais foram os filósofos que se destacaram nessa época e quais eram suas filosofias? Confira 
neste Infográfico.
CONTEÚDO DO LIVRO
Sentimentos, emoção, sonhos, inconsciente. Essas são palavras muito importantes para o 
Romantismo alemão, movimento artístico e cultural do século XVIII. Neste capítulo, você vai 
entender como esses conceitos eram compreendidos no Romantismo e como ou por que eles 
eram importantes. Você também vai descobrir como o Romantismo surgiu e quais eram suas 
principais marcas, assim como quais foram seus escritores de destaque. Vai atentar para Johann 
Wolfgang von Goethe e para o seu romance epistolar Os sofrimentos do jovem Werther, a fim 
de entender o motivo de o autor e sua obra serem clássicos da literatura.
Na obra Textos fundamentais da literatura universal, leia o capítulo O Romantismo (Parte I): Os 
sofrimentos do jovem Werther, Goethe e o legado do romantismo alemão, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
TEXTOS
FUNDAMENTAIS
DA LITERATURA
UNIVERSAL
Luara Pinto Minuzzi
Revisão técnica:
Gabriela Semensato Ferreira 
Licenciatura em Letras
Mestrado em Letras
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
M668t Minuzzi, Luara Pinto.
Textos fundamentais da literatura universal / Luara 
Pinto Minuzzi. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
206 p. : il. ; 22,5 cm. 
ISBN 978-85-9502-172-3
1. Literatura universal. I. Título. 
CDU 82-7
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O Romantismo (parte I): 
Os sofrimentos do jovem 
Werther, Goethe e o legado 
do romantismo alemão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car as características do Romantismo e as especi� cidades do 
Romantismo alemão.
  Analisar trechos da obra Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe.
  Avaliar a importância da obra de Goethe na atualidade.
Introdução
 Você já ouviu falar na expressão “Sturm und Drang”? Essa é uma expres-
são em alemão que significa “tempestade e ímpeto”. Ela deu nome ao 
movimento romântico alemão do século XVIII e, apenas pensando no 
seu significado, você já pode imaginar o que movia e o que motivava 
os escritores da época.
Neste capítulo, você vai compreender melhor o motivo de esse movi-
mento se chamar “Sturm und Drang” ao verificar as características do Ro-
mantismo alemão. Você também vai identificar alguns dos seus escritores 
mais destacados — em especial, Johann Wolfgang von Goethe, o autor 
de Os sofrimentos do jovem Werther, obra que analisaremos em detalhes.
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Goethe e o Romantismo alemão
Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) e a sua obra mais conhecida, Os 
sofrimentos do jovem Werther (1774), situam-se em um período especial da 
história, primeiramente da Alemanha e depois de alguns outros países da 
Europa e do mundo: o Romantismo do século XVIII. O Romantismo teve 
origem na Alemanha como uma forma de os jovens românticos se oporem ao 
racionalismo exacerbado do movimento anterior, o Iluminismo.
É importante que você compreenda que a história do pensamento humano, pelo 
menos no Ocidente, funciona, em geral, quase como uma gangorra ou como uma 
brincadeira de cabo de guerra: se, em determinada época, valoriza-se demais a razão, 
na próxima, provavelmente, a emoção será posta em destaque. Isso acontece porque, 
após um tempo, o investimento muito grande em um aspecto do ser humano, razão 
ou emoção, acaba por não render mais frutos, por se tornar limitado, o que leva a 
próxima geração a se dirigir para o lado oposto. 
Porém, não pense que é realizada uma simples alternância entre dois movimentos, 
um focado na razão e outro, na emoção. Cada movimento, apesar de pender mais 
para um dos dois lados, tem as suas particularidades, que se devem muito ao contexto 
histórico da época e aos artistas e escritores que o compõem.
Durante o Iluminismo, a razão se tornou o centro: era a partir da razão 
que os indivíduos se pensavam e pensavam sobre a realidade ao seu redor. A 
natureza era tomada como algo a ser explorado e utilizado em benefício do 
ser humano, para o seu desenvolvimento em direção à modernidade. Nessa 
época, surgiu uma grande Enciclopédia, organizada pelos filósofos franceses 
D’Alembert e Diderot, que reunia uma enorme quantidade de informações e 
conhecimentos de áreas variadas. 
Um grupo de jovens alemães, cansados dessa supremacia da razão, da ciên-
cia e do tecnicismo, começaram a se preocupar com os valores opostos aos do 
Iluminismo: o sentimento, a emoção, os sonhos, o sobrenatural, o inconsciente, 
a criatividade. As suas obras artísticas evidenciavam essa preocupação com 
o lado do ser humano ligado ao imaginário e à imaginação, bem como com 
o subjetivo. Desse grupo, faziam parte o filólogo e crítico August Schlegel, 
os poetas Friedrich Schlegel e Novalis,o escritor Ludwig Tieck e os filósofos 
Friedrich Schelling e Friedrich Schleiermacher. Juntos, eles criaram a revista 
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características do Romantismo alemão 
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Athenaeum, que funcionou entre 1798 e 1800 e se constituiu como um dos 
marcos da fundação do Romantismo alemão. Porém, outros escritores, como 
Jean Paul e Goethe (Figura 1) — aquele que viria a ficar conhecido como o 
mais importante dos escritores românticos alemães — também fizeram parte 
do movimento. Artistas de outras áreas também foram muito importantes parao movimento: os músicos Ludwig van Beethoven e Johannes Brahms e o pintor 
Caspar David Friedrich (Figura 2) são alguns exemplos de artistas cuja obra foi 
essencial na história do Romantismo alemão e na história da arte do mundo. 
Figura 1. Johann Wolfgang von Goethe.
Fonte: Johann Wolfgang von Goethe (2017).
É importante que você entenda que, se à natureza era atribuído um papel 
de destaque durante o Iluminismo, ela continua sendo fundamental no Ro-
mantismo — o que se modifica é a forma como as pessoas se relacionavam 
com a natureza. Os iluministas tomavam a natureza como algo exterior que 
deveria ser estudado, analisado, observado, compartimentalizado. Já para 
os românticos, analisar cientificamente a realidade é manipulá-la, alterá-la, 
quebrá-la em pequenas partes que não fazem mais sentido. Dessa forma, a 
natureza deve ser sentida como una dentro de cada um; ela deve ser percebida 
a partir da intuição e dos sentimentos subjetivos; deve ser experienciada como 
um todo por todo o ser. 
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Figura 2. O viajante sobre o mar de 
névoa — Caspar David Friedrich, 1818.
Fonte: Caspar David Friedrich (2017).
Observe o seguinte poema de Goethe, intitulado “Mar calmo”, para entender 
melhor como os românticos se relacionavam com a natureza:
Mar calmo
Tranqüilo, o mar não canta nem ondeia.
O nauta, imerso noutro mar de mágoas,
Os olhos tristes e úmidos passeia
Pela tranqüila quietação das águas.
A onda, que dorme quieta, não espuma;
O astro, que sonha plácido, não canta,
E em todo o vasto mar, em parte alguma
A mais pequena vaga se levanta (GOETHE, 2002, p. 45).
A natureza, nesse trecho, não apenas é descrita, mas sentida por quem 
a observa. Dessa forma, os elementos da natureza acabam adquirindo um 
aspecto semelhante ao estado de espírito do eu lírico ou do personagem do 
poema: aqui, se o personagem, o nauta, o marinheiro, tem os olhos tristes 
e está chorando, o mar igualmente não ondeia, a onda não espuma e o astro 
não canta, nenhuma vaga se levanta — tudo permanece triste e parado. Claro 
que isso não acontece porque houve uma enorme coincidência de tudo no 
mundo estar sentindo a mesma tristeza desse navegante: são justamente os 
olhos do navegante que modificam a realidade ao seu redor, interpretando-a 
conforme os seus sentimentos nesse momento. Ele não fragmenta a natureza 
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para analisá-la, mas sente-a como um todo, sendo que ele próprio faz parte 
desse todo — ele não está separado da natureza, como um observador distante. 
Se é o observador quem modifica a natureza, isso quer dizer que um mesmo 
fenômeno, uma mesma realidade e um mesmo fato podem ser interpretados 
de inúmeras maneiras completamente distintas. Dessa forma, o mundo nunca 
é algo que pode ser retratado de uma forma definitiva — como os iluministas 
acreditavam que podia acontecer por meio da ciência. O mundo, a realidade 
exterior, passa a ser tomado como algo subjetivo, como algo determinado pelo 
sujeito, pelo seu interior e pelos seus sentimentos. 
No Romantismo, também é dada importância ao que é simples: as peque-
nas manifestações da natureza, um passeio solitário pelo campo, as pessoas 
comuns, sem grandes títulos de nobreza e sem grandes riquezas. Na verdade, 
o sujeito romântico está muito mais preocupado com o seu interior, e você 
pode imaginar que esse virar-se para dentro pode parecer um tanto quanto 
excêntrico para quem está de fora.
Se os sentimentos são colocados em destaque, isso quer dizer que a alegria 
pode ser exacerbada, mas igualmente a tristeza ganha contornos de desespero. Por 
isso, muitos têm a ideia de que os românticos são seres melancólicos, tristes, de-
pressivos. Nesse sentido, o nome pelo qual o Romantismo alemão ficou conhecido, 
Sturm und Drang, é bastante importante. A sua tradução, “tempestade e ímpeto”, 
aponta justamente para esses extremos emocionais aos quais o homem romântico 
chega: a felicidade suprema e a tristeza igualmente suprema. Se o termo ímpeto 
aponta para uma força súbita e bastante violenta, a tempestade também é um 
fenômeno natural a que essas características podem ser associadas. Imagine um 
grande temporal, uma chuva forte e ininterrupta com raios e trovões — isso não 
o leva a pensar em grandes comoções? Em emoções fortes, que nos arrebatam? 
Esta é a essência do movimento romântico alemão: o homem não apenas sente, 
como sente muito, sente exacerbadamente. Muitas vezes, a tristeza extrema 
que acomete os personagens românticos leva-os ao suicídio — como Werther, 
protagonista do romance epistolar Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe.
A obra de Goethe: Os sofrimentos 
do jovem Werther
Goethe, como você já sabe, foi um dos mais destacados românticos alemães. 
Ele nasceu em 28 de agosto de 1749, em Frankfurt, na Alemanha. A sua família 
era bastante rica e infl uente, e a sua educação foi ampla e variada: ele teve 
aulas de inúmeras línguas, ciências, literatura, dança, desenho, música, etc. 
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O escritor se formou em Direito, mas sempre foram outras áreas que lhe 
despertaram mais a atenção — nessa época, por exemplo, ele se dedicou ao 
estudo da alquimia e da astrologia. Esses dois campos do saber não eram muito 
bem vistos por aqueles que davam primazia à razão, visto que a alquimia e a 
astrologia associavam elementos da ciência com outros, voltados ao plano do 
esotérico e do místico. Ao mesmo tempo, elas lidavam com questões do eu. 
Os alquimistas, por exemplo, enquanto acreditavam ser possível transmutar 
metais em ouro e prata, estavam igualmente preocupados com as transforma-
ções deles mesmos, com a sua evolução em paralelo com a das substâncias 
manipuladas. Então, você já deve ter percebido por que o romântico Goethe 
se voltou para essas áreas: 
  elas se chocam com a doutrina da supremacia da razão, por misturar 
ciência com misticismo;
  elas se voltam para dentro do eu, para o subjetivismo. 
Na época em que Goethe estava cursando a Faculdade de Direito, ele já 
escrevia, principalmente poesia. Ele se apaixonou por Friederike Brion, a 
quem dedicou inúmeros poemas. Depois de formado, o escritor começou a 
trabalhar no seu escritório de advocacia, mas sem muito ânimo — o que o 
animava realmente era a literatura, e ele escreveu, nesse período, uma peça 
intitulada O cavaleiro da mão de ferro.
Entre paixões que lhe renderam belos poemas e mudanças de cidade e 
emprego, Goethe vai vivendo, até que uma paixão fulminante acontece na sua 
vida: ele conhece Charlotte Buff, noiva de um amigo seu, e se apaixona pela 
moça. Como ela já estava comprometida (e não estava comprometida a qualquer 
um, mas a um grande amigo), esse é um amor praticamente impossível, quase 
morto desde o seu nascimento. Afinal, dadas as circunstâncias, você acha que 
esse romance tinha muitas chances de ser bem-sucedido? 
O romance pode não ter dado certo, mas rendeu bons frutos: atormentado 
pelo amor não correspondido e pelo escândalo causado, que o obrigou, in-
clusive, a mudar decidade, Goethe escreve um de seus mais famosos livros, 
Os sofrimentos do jovem Werther — considerado como outro dos marcos do 
Romantismo na Alemanha. 
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Ainda vamos nos aprofundar nessa obra mais adiante, mas você já fica sabendo aqui 
que esse é um romance epistolar — ou seja, ele é composto por inúmeras cartas 
escritas por um jovem, Werther, a maioria endereçadas a um amigo, Wilheim, sobre 
o qual o leitor não tem muitas informações. Nessas cartas, acompanhamos o início 
do amor de Werther por Charlotte, uma moça comprometida, e o desenvolvimento 
dos seus sofrimentos devido à impossibilidade de concretizar o romance até o seu 
suicídio por amor não correspondido.
Depois disso, Goethe segue trabalhando como advogado até se cansar e 
realizar uma viagem pela Itália. Dessa viagem, resultou uma obra com caráter 
autobiográfico, Viagem à Itália. Na sua volta, ele se casa com Christiane 
Vulpius, uma mulher de origem humilde, com quem permanece casado até 
a morte da esposa. Ele se interessa por ciências naturais, campo no qual faz 
várias pesquisas, tendo publicado um livro sobre plantas e outro sobre as 
cores, Teoria das cores. Ele trava amizade com Friedrich Schiller, Georg 
Hegel e Friedrich Schelling, e Schiller convida-o a colaborar em uma revista, 
Die Horen, sobre arte e cultura.
A sua obra é vasta e consiste em poesias, dramas épicos, romances e novelas, 
escritos científicos e textos autobiográficos. Ao lado da narrativa sobre os 
sofrimentos de Werther, encontram-se, entre as suas obras mais importantes, 
Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meiste, As Afinidades Eletivas e o poema 
trágico Fausto, dividido em duas partes. Fausto é considerado como uma das 
obras-primas da literatura alemã e narra a história de Fausto, um sábio que faz 
um pacto com Mefistófeles, o diabo. O pacto, selado com sangue, sentencia 
que Mefistófeles dará a Fausto tudo o que ele quiser em vida; em troca, Fausto 
servirá ao demônio no Inferno.
Fausto é o personagem de uma lenda popular alemã. Ele sela um pacto com Mefis-
tófeles, no qual troca a sua alma por 24 anos sem envelhecer. Foi nessa lenda que 
Goethe se inspirou. Na verdade, as lendas e contos populares foram uma grande 
fonte de inspiração para os românticos em geral, que se voltaram para o simples e 
para as origens. 
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Agora que você já conhece o resumo da biografia de Goethe, pode voltar 
a sua atenção para o romance Os sofrimentos do jovem Werther (Figura 3), 
que tanto sucesso fez na época e ainda faz até hoje. O seu impacto, na data 
do lançamento, foi tão grande que muitos jovens passaram a se vestir como 
Werther. Além disso, ocorreu um fenômeno, conhecido hoje como “efeito 
Werther”: houve uma série de suicídios entre jovens, e se acreditava que a 
história de Goethe teria sido o gatilho para esses atos desesperados. Apesar 
de se crer na relação entre a leitura do romance e os suicídios, nada nunca 
foi provado cientificamente — mesmo assim, você pode imaginar o furor 
e sensação que não foi, na época, o lançamento do livro, que causou tanta 
comoção. Além disso, você precisa entender que o espírito romântico era o 
espírito da época. Isso quer dizer que não foi exatamente a obra que levou 
esses jovens a tomar decisões tão drásticas, pois os sentimentos arrebatados 
eram uma marca dessa geração. O livro talvez apenas tenha combinado com 
o que eles já estavam sentindo no seu íntimo — a obra falou profundamente 
a eles e aos seus problemas.
Figura 3. Primeira edição da obra Os sofrimentos do jovem Werther, 
de 1774.
Fonte: Os sofrimentos do jovem Werther (2017). 
O romance abre com uma nota a qual não há atribuição de autoria — você 
pode pensar que o narrador dessa nota é o próprio autor, Goethe, ou o amigo 
de Werther que recebe as missivas, Wilhelm. Observe o que é dito nela:
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Reuni tudo o que me foi possível encontrar sobre a história do pobre 
Werther, e aqui lhes apresento o resultado dessas buscas, certo de que 
me agradecerão por isso. Não poderão deixar de admirar seu espírito e 
caráter, derramando lágrimas por seu triste destino. E você, boa alma, que 
sofre as mesmas amarguras que ele, console-se com seus sofrimentos, 
e que este pequeno livro lhe seja um amigo, caso não possa encontrar, 
por força do destino ou por sua própria culpa, alguém próximo que alivie 
sua aflição (GOETHE, 2010, p. 9).
Aqui, você pode perceber um recurso muito utilizado na literatura, princi-
palmente pelos românticos: muitos autores acrescentavam uma nota prévia, na 
qual afirmava ter encontrado os manuscritos do romance em alguma livraria 
obscura ou em algum sótão esquecido ou dizia ter recolhido as informações e 
as reunido no livro que agora apresenta ao público. É o que Goethe faz, dando 
ao personagem Werther um estatuto de real, como se ele tivesse realmente 
existido e escrito essas cartas que agora são publicadas. Quando você pensa 
que Goethe se inspirou na sua própria história para escrever sobre Werther, é 
possível chegar à conclusão que o protagonista realmente existiu, pelo menos 
em partes, dentro de Goethe.
Depois, o autor ainda expressa o desejo de que a obra sirva de consolo para 
quem sofre das mesmas agruras de Werther — como talvez tenha servido para 
o próprio Goethe: se o seu protagonista comete suicídio ao final do romance 
por conta do amor impossível, Goethe sublima os seus sofrimentos escrevendo 
sobre eles. Talvez seja possível dizer que Os sofrimentos do jovem Werther é 
para Goethe o que o suicídio foi para Werther: uma solução, uma busca pelo 
fim da tristeza.
Agora você deve analisar três passagens, duas descrevendo a natureza e 
outra, a mulher, para pensar sobre como o Romantismo e as suas características 
se apresentam nessa obra. 
Primeiro, o trecho no qual Werther fala sobre a natureza ao seu amigo na 
sua segunda carta, quando ele recém havia chegado à cidade:
Uma serenidade maravilhosa apoderou-se de todo o meu ser, semelhante 
às doces manhãs de primavera que venho saboreando intensamente. 
Estou sozinho, e felicito-me por viver neste lugar, feito para almas como 
a minha. [...] Quando o vale gracioso exala em torno de mim uma névoa 
repleta de fragrâncias, o sol do meio-dia repousa no obscuro inviolável 
da floresta, e somente alguns raios esparsos penetram o interior do 
santuário; quando, estendido sobre a relva espessa, perto do rio que flui, 
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descubro rente à terra mil variedades de plantinhas; quando sinto, mais 
próximo do meu coração, o fervilhar desse pequeno mundo entre os 
arbustos, as figuras inúmeras, infinitas, dos vermes e dos insetos; quando 
sinto, enfim, a presença de Deus Todo-Poderoso, que nos criou à Sua 
imagem e semelhança, e o sopro do Seu amor infinito, que nos dirige e 
nos sustenta, embalados em uma alegria eterna (GOETHE, 2010, p. 15).
No início do romance, Werther está muito feliz por ter se mudado e por estar 
em contato direto com a natureza. Você pode perceber que toda a natureza 
acompanha essa alegria: a floresta densa, que não deixa passar os raios de 
sol, é um santuário;o vale é gracioso e exala uma fragrância agradável; até 
mesmo os vermes e os insetos são louvados por fazerem parte dessa criação 
de Deus. Um trecho dessa passagem é especialmente interessante por deixar 
claro como o romântico sente a natureza como um todo e com todo o seu ser: 
“felicito-me por viver neste lugar, feito para almas como a minha”. A localidade 
se assemelha à alma de Werther.
Depois, você pode comparar essa descrição da natureza com outro tre-
cho, resultado da observação de um Werther desesperado, mais ao final do 
romance: “Era quase meio-dia quando fui à fonte, não tinha a menor vontade 
de almoçar. O lugar parecia deserto; um vento oeste, úmido e frio, soprava 
das montanhas, e nuvens acinzentadas, ameaçando chuva, cobriam o vale” 
(GOETHE, 2010, p. 118).
O vale descrito por Werther é exatamente o mesmo: o mesmo rio está lá 
com o fluir das suas águas, os mesmos vermes e insetos, os mesmos cheiros, 
as mesmas plantas. Agora, porém, o lugar é descrito como deserto, ventoso, 
uma ameaça. Quem mudou não foi tanto a realidade exterior, mas aquela 
interior: o protagonista inicia a narrativa muito contente, mas acaba tomado 
pelo sofrimento, e isso determina a forma como ele enxerga a natureza. A 
isso é chamado subjetivismo: o foco no eu, que modifica o mundo ao redor 
dependendo do seu estado de espírito, dos seus sentimentos.
Após a descrição da natureza, é a vez de observar como a mulher é tratada 
no romantismo. Para isso, veja este trecho, no qual Werther fala da sua amada, 
Charlotte: 
Um anjo! Ora! Todos dizem o mesmo da amada, não é verdade? E, contudo, 
não estou em condições de dizer-lhe como ela é perfeita: em resumo, 
cativou-me todo o ser. Tanta simplicidade aliada a tamanha inteligência, 
tanta bondade aliada a tamanha firmeza, e a paz de espírito orientando-
-lhe a vida e as atividades (GOETHE, 2010, p. 27).
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A mulher é quase incorpórea — ela é um anjo. Ela parece pertencer muito 
mais ao nível do transcendente do que ao mundo terreno. Ela é feminina e 
delicada, mas não é extravagante ou vaidosa em excesso — tem uma beleza 
simples e vive uma vida simples. Logo a seguir a esse trecho, Werther conta 
ao seu amigo que foi buscar Charlotte para que os dois fossem a uma festa e 
encontrou-a cortando pedaços de pão para distribuir entre os seus irmãos. A 
mãe da moça havia falecido e era ela quem cuidava dos pequenos. E é justa-
mente isto o que fascina o jovem Werther: essa beleza aliada à simplicidade, 
à bondade, a um bom caráter. E você deve recordar que a simplicidade foi 
uma das buscas do movimento romântico. 
Por fim, veja como é o trecho no qual Werther toma a decisão de se matar. 
Para isso, ele pede emprestada uma arma a Alfred, o noivo de Charlotte. 
Werther fala:
Oh! Se eu tivesse a felicidade de morrer por você, Lotte, de me sacrificar 
por você. Saberia morrer com coragem, com alegria, se pudesse devolver-
-lhe a paz, a felicidade para a sua vida. [...] Lotte, quero que me enterrem 
com estas roupas: você as tocou, abençoou-as. [...] Como adorei você! 
Desde o primeiro instante, já não poderia deixá-la!... Quero que este laço 
me acompanhe na sepultura. Foi o presente que você me deu no dia de 
meu aniversário (GOETHE, 2010, p. 159).
Werther usa um verbo curioso que associa a sua amada: abençoar. Esse 
verbo está ligado a algo divino. Você já deve ter ouvido algumas vezes a 
expressão: “Que Deus lhe abençoe”. Aqui, quem é capaz de abençoar é Char-
lotte, portanto, isso reforça a sua caracterização como um anjo, como uma 
figura divina. Você ainda deve atentar para o fato de Werther afirmar que 
ele morre por amor, morre por Charlotte e para que ela recupere a paz. Todo 
o sofrimento do protagonista fica evidente nesse e em outros trechos desse 
comovente romance. 
O legado de Goethe e do Romantismo alemão
O Romantismo se iniciou na Alemanha com Goethe, Schlegel, Novalis, 
Schelling e outros. Ele se tornou tão famoso e importante que impactou artistas 
de vários outros países. Na Inglaterra e na França, logo surgem escritores e 
artistas românticos: na Inglaterra, o pintor William Turner e os escritores 
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Samuel Coleridge, William Wordsworth e Lord Byron; na França, o pintor 
Eugène Delacroix e os escritores Stendhal, Victor Hugo e Alfred de Musset. 
Na França, além desses artistas tão importantes, um fato histórico foi de 
grande importância não só para a história do Romantismo, como também para 
a história do mundo. Essa foi uma época de grande rebeldia, na qual muitos 
governos despóticos caíram em favor do liberalismo político. Nesse contexto, 
a Revolução Francesa, que ocorreu em 1789, é o ponto alto da reivindicação 
por igualdade, liberdade e fraternidade e aboliu a monarquia, instaurando uma 
república democrática. A Figura 4 apresenta a pintura, de Eugène Delacroix, 
inspirada nesse período histórico.
Figura 4. A liberdade guiando o povo — Eugène Delacroix, 1830.
Fonte: Romantismo (2017).
Contudo, o Romantismo não ficou restrito a esses três países. Dentro da 
Europa, na Itália, na Espanha e em Portugal, surgiram artistas românticos de 
destaque: os poetas italianos Giacomo Leopardi e Alessandro Manzoni; os 
escritores portugueses Almeida Garrett e Alexandre Herculano; os escritores 
espanhóis José de Espronceda e José Zorrilla y Moral. 
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Também no Brasil o Romantismo foi bastante importante no século XIX. 
Para um país que ainda estava fortalecendo a sua identidade nacional após 
séculos de dominação colonial, os valores românticos de valorização do que 
é nacional, o retorno ao passado nacional e a criação de heróis do país foram 
decisivos. Nesse sentido, os românticos brasileiros valorizaram o que o país 
tinha como marcas próprias: a natureza exuberante e a figura do indígena. Não 
é à toa que os índios figuram em inúmeros poemas e romances dessa época 
e que a sua imagem é transformada: ele não é mais um selvagem perigoso, 
mas um ser puro e simples. Iracema e O Guarani, de José de Alencar, ou I-
-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias, são alguns exemplos de textos que colocam 
indígenas como protagonistas.
Já o drama vivido por Werther, em Os sofrimentos do jovem Werther, faz-se 
sentir, no Romantismo do Brasil, mais nitidamente na segunda fase, chamada 
de “mal do século”, “ultrarromântica” ou “byroniana” — em referência a Lord 
Byron, outra inspiração grande desses escritores. Álvares de Azevedo é o 
expoente dessa fase, que é mais sombria. Aqui, os temas amorosos são uma 
constante, mas o pessimismo, uma visão decadente do mundo e da sociedade, 
bem como a valorização da morte e do suicídio, conferem contornos lúgubres 
para a ficcionalização do amor. 
O impacto de Goethe, porém, foi muito além desse primeiro período român-
tico. As muitas adaptações de Os sofrimentos do jovem Werther, por exemplo, 
mostram como a obra continua viva e atual, mesmo que algum tempo tenha se 
passado da sua escrita. Em 1938, foi realizada uma adaptação cinematográfica 
francesa desse romance de Goethe. O título do filme é Werther. Depois, em 
1986, surgiu uma versão espanhola do livro para os cinemas, também chamada 
de Werther. Mas, se a versão de 1938 procura seguir a mesma narrativa do 
livro, a de 1986 se inspira na história do protagonista, um jovem apaixonado 
e desesperado, para criar a de um professor de grego que vive na Espanha eé extremamente romântico e melancólico.
Depois, ainda surge uma versão alemã mais recente, de 2010, intitulada 
Goethe! (Figura 5). Nela, é a vida de Goethe que ganha destaque: ele está 
na sua juventude, precisa seguir a carreira de Direito, mas o seu sonho é 
escrever. Nesse momento, ele se apaixona por Charlotte, moça que já estava 
comprometida a outro. 
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Figura 5. Cartaz do filme Goethe.
Fonte: Young Goethe in love (2017). 
Fausto é outra obra de Goethe que já serviu de inspiração para inúmeras 
adaptações para o cinema: desde O estudante de Praga, de 1913, até Fausto, de 
2011, a história do pesquisador que selou um pacto com o diabo foi repensada 
e revitalizada.
Assim, fica claro que Goethe é um clássico. O impacto na época da publi-
cação dos seus livros foi muito grande — principalmente a de Os sofrimentos 
do jovem Werther. As suas obras ainda cruzaram fronteiras e influenciaram 
artistas românticos de outros países. Por fim, elas ainda viajaram no tempo e 
continuam tocando leitores até hoje. 
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1. O Romantismo alemão foi 
um movimento artístico e 
cultural do século XVIII. Sobre 
ele, é correto afirmar que:
a) o romântico priorizava o 
outro, deixando de lado a 
sua própria subjetividade 
para ajudar o próximo.
b) o Romantismo foi um 
movimento exclusivamente 
do campo das artes: pintores, 
músicos e escritores foram 
os seus adeptos.
c) o Romantismo alemão surgiu 
em oposição ao Iluminismo 
e à valorização da razão, 
da técnica e da ciência.
d) o Romantismo ganhou muito 
destaque na Alemanha, apesar 
de o Romantismo alemão 
não ter sido pioneiro.
e) os românticos optavam 
por observar a natureza de 
forma compartimentalizada 
a fim de melhor estudá-la.
2. Goethe foi um dos escritores de 
maior destaque do Romantismo 
no século XVIII. Sobre o escritor, 
é correto afirmar que:
a) Goethe tem uma vasta obra, 
a qual compreende somente 
romances e peças de teatro.
b) elementos autobiográficos 
surgem nas obras de Goethe.
c) o escritor pode dedicar-se 
exclusivamente à literatura 
durante toda a sua vida, o 
que explica o grande número 
de obras publicadas.
d) Goethe se encantou tanto com 
a lenda popular alemã acerca 
do sábio Johann Faust, que 
escreveu a obra Fausto, baseada 
nessa narrativa, em um período 
de tempo bastante curto.
e) apesar de ser um escritor, Goethe 
gostava de estudar Direito, 
não tendo experimentado 
outras áreas de estudo.
3. Umas das obras mais famosas de 
Goethe é Os sofrimentos do jovem 
Werther. Sobre ela, pode-se dizer que:
a) a história do jovem é contada 
pelo seu amigo Wilhelm, 
que retoma tudo o que 
aconteceu com Werther e que 
culminou no seu suicídio.
b) o romance passou despercebido 
quando foi publicado, 
fazendo sucesso apenas 
muitos anos depois, quando 
a obra foi redescoberta.
c) o livro conta o amor impossível 
de Werther: ele se apaixona 
por uma mulher, mas não é 
correspondido, pois a jovem não 
o considera rico ou destacado 
na sociedade o suficiente.
d) no romance, o foco são os 
sentimentos de Werther, que 
explicam como ele chegou ao 
suicídio. Por isso, é como se o 
mundo exterior não existisse, 
mas apenas as preocupações 
e sofrimentos do jovem.
e) a figura feminina, nesse 
romance, é descrita como 
sendo quase incorpórea, 
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como se fosse um anjo.
4. Observe o trecho abaixo, de Os 
sofrimentos do jovem Werther, 
e assinale a alternativa correta 
sobre a sua interpretação.
Com toda a devoção de um 
peregrino, visitei o lugar onde nasci 
e muitos sentimentos imprevistos 
invadiram-me. Mandei o cocheiro 
parar nas proximidades da grande 
tília — a uns dois quilômetros da 
cidade para os lados de S... —, deixei 
a carruagem e a dispensei, para 
seguir a pé e saborear à vontade 
cada reminiscência, como se fosse 
uma experiência nova, inusitada. 
Parei sob a tília, que fora, em minha 
infância, a meta e o limite de meus 
passeios. Que diferença! Naquele 
tempo, em uma feliz inocência, 
desejava lançar-me ao mundo 
desconhecido, onde esperava 
que meu coração encontrasse 
tantos prazeres, consolidando 
minhas metas e anseios. Agora, 
regresso desse mundo, oh, meu 
amigo, com quantas esperanças 
desfeitas, com quantos planos 
fracassados! (GOETHE, 2010, p. 97)
a) Nesse trecho, a infância é 
idealizada: o narrador diz 
que esse foi um período 
de “feliz inocência”, de 
vários sonhos acalentados 
e de muita esperança.
b) Quando o narrador afirma 
“Que diferença!”, ele se refere 
às mudanças que ocorreram na 
sua cidade, com a construção 
de novas casas e prédios e com 
a diminuição da área verde.
c) O narrador relembra a infância 
e os limites impostos pelos 
pais, quando ele cita a tília, “o 
limite de meus passeios”. Ao 
contrário, na vida adulta, ele é 
livre para andar por onde quiser.
d) Esse mundo a que o narrador 
se refere (o que ele deseja 
conhecer na infância e do 
qual regressa na vida adulta) 
é o mundo dos negócios, e 
ele se lamenta por não ter 
conseguido ser bem-sucedido.
e) O narrador dispensa a carruagem 
por já não poder mais suportar 
a presença de outra pessoa 
e por desejar ficar sozinho.
5. Sobre o legado de Goethe 
e do Romantismo alemão, 
é correto afirmar que:
a) o Romantismo acabou indo 
contra os ideais de revolução 
e de rebeldia da época, que 
tiveram o seu ponto alto 
na Revolução Francesa.
b) o Romantismo se espalhou 
por inúmeros países da 
Europa, constituindo-se como 
um movimento europeu.
c) a narrativa Os sofrimentos do 
jovem Werther serviu como 
inspiração para inúmeras 
produções cinematográficas.
d) em Portugal, o movimento 
romântico teve pouco sucesso 
e obteve algum destaque 
apenas na pintura.
e) como o romântico se 
preocupava com a sua 
subjetividade, o Romantismo 
acabou não tendo tanto impacto 
fora do mundo das artes.
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CASPAR DAVID FRIEDRICH. In: Wikipédia. 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.
org/wiki/Caspar_David_Friedrich>. Acesso em: 9 ago. 2017.
GOETHE, J. W. von. Poesias escolhidas. Campinas: Átomo, 2002.
GOETHE, J. W. von. Os sofrimentos do jovem Werther. São Paulo: Abril, 2010.
JOHANN WOLFGANG VON GOETHE. In: Wikipédia. 2017. Disponível em: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe>. Acesso em: 9 ago. 2017.
OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER. In: Wikipédia. 2017. Disponível em: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sofrimentos_do_Jovem_Werther>. Acesso em: 9 ago. 2017.
ROMANTISMO. In: Wikipédia. 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
Romantismo>. Acesso em: 9 ago. 2017.
YOUNG GOETHE IN LOVE. In: Wikipédia. 2017. Disponível em: < https://en.wikipedia.
org/wiki/Young_Goethe_in_Love>. Acesso em: 9 ago. 2017.
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
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DICA DO PROFESSOR
Johann Wolfgang von Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura de língua alemã 
no período que ficou conhecido como Romantismo. Foi um dos principais líderes do Sturm und 
Drang, movimento alemão que buscava refletir a "tempestade e ímpeto"atrelada ao 
sentimentalismo e à emoção, oposto ao racionalismo que o Iluminismo propusera anteriormente.
Mais conhecido por sua obra magistral Fausto (1790), foi através de Os sofrimentos do Jovem 
Werther, publicado em 1774, que a Alemanha e o mundo conheceram o autor: uma narrativa 
epistolar que tratava de um relacionamento platônico entre o jovem Werther e sua amada Lotte 
que, com seu fim trágico, levou a Alemanha ao chamado "Efeito Werther" e uma onda de 
suicídios entre a população.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer a narrativa de Os Sofrimentos do Jovem Werther, 
suas principais características e influências românticas e como essa obra ganhou lugar na 
literatura universal.
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EXERCÍCIOS
1) O Romantismo alemão foi um movimento artístico e cultural do século XVIII. Sobre 
ele, é correto afirmar que:
A) o romântico priorizava o outro, deixando de lado sua própria subjetividade para ajudar o 
próximo.
B) o Romantismo foi um movimento exclusivamente do campo das artes: pintores, músicos e 
escritores foram os seus adeptos.
C) o Romantismo alemão surgiu em oposição ao Iluminismo e à valorização da razão, da 
técnica e da ciência.
D) o Romantismo ganhou muito destaque na Alemanha, apesar de o Romantismo alemão não 
ter sido pioneiro.
E) os românticos optavam por observar a natureza de forma compartimentalizada a fim de 
melhor estudá-la.
2) Goethe foi um dos escritores de maior destaque do Romantismo no século XVIII. 
Sobre o escritor, é correto afirmar:
A) Goethe tem uma vasta obra, que compreende somente romances e peças de teatro.
B) elementos autobiográficos surgem nas obras de Goethe.
C) o escritor pode ter se dedicado exclusivamente à literatura durante toda a sua vida, o que 
explica o grande número de obras publicadas.
D) Goethe encantou-se tanto com a lenda popular alemã acerca do sábio Johann Faust, que 
escreveu a obra "Fausto", baseada nessa narrativa, em um período de tempo bastante curto.
E) Apesar de ser um escritor, Goethe gostava de estudar direito, não tendo experimentado 
outras áreas de estudo.
3) Umas das obras mais famosas de Goethe é "Os sofrimentos do jovem Werther". 
Sobre ela, pode-se dizer que:
A) a história do jovem é contada por seu amigo, Wilhelm, que retoma tudo o que aconteceu 
com Werther e que culminou em seu suicídio.
B) o romance passou despercebido quando foi publicado, fazendo sucesso apenas muitos anos 
depois, quando a obra foi redescoberta.
C) o livro conta o amor impossível de Werther: ele apaixona-se por uma mulher, mas não é 
correspondido, pois a jovem não o considera rico ou destacado na sociedade o suficiente.
D) no romance, o foco são os sentimentos de Werther, que explicam como ele chegou ao 
suicídio. Por isso, é como se o mundo exterior não existisse, mas apenas as preocupações e 
os sofrimentos do jovem.
E) a figura feminina, nesse romance, é descrita como sendo quase incorpórea, como se fosse 
um anjo.
4) Observe o trecho a seguir de "Os sofrimentos do jovem Werther" e assinale a 
alternativa correta sobre a sua interpretação. 
"Com toda a devoção de um peregrino, visitei o lugar onde nasci e muitos 
sentimentos imprevistos invadiram-me. Mandei o cocheiro parar nas proximidades 
da grande tília – a uns dois quilômetros da cidade para os lados de S... –, deixei a 
carruagem e a dispensei, para seguir a pé e saborear à vontade cada reminiscência, 
como se fosse uma experiência nova, inusitada. Parei sob a tília, que fora, em minha 
infância, a meta e o limite de meus passeios. Que diferença! Naquele tempo, em uma 
feliz inocência, desejava lançar-me ao mundo desconhecido, onde esperava que meu 
coração encontrasse tantos prazeres, consolidando minhas metas e anseios. Agora, 
regresso desse mundo, oh, meu amigo, com quantas esperanças desfeitas, com 
quantos planos fracassados!" 
(GOETHE, 2010, p. 97)
A) Nesse trecho, a infância é idealizada: o narrador diz que esse foi um período de "feliz 
inocência", de vários sonhos acalentados e de muita esperança.
B) Quando o narrador afirma "que diferença!", ele refere-se às mudanças que ocorreram na 
sua cidade, com a construção de novas casa e prédios e com a diminuição da área verde.
C) O narrador relembra a infância e os limites impostos pelos pais, quando ele cita a tília, "o 
limite de meus passeios". Ao contrário, na vida adulta, ele é livre para andar por onde 
quiser.
D) Esse mundo a que o narrador se refere – o que ele deseja conhecer na infância e do qual 
regressa na vida adulta – é o mundo dos negócios e ele lamenta-se por não ter conseguido 
ser bem sucedido.
E) O narrador dispensa a carruagem por já não poder mais suportar a presença de outra 
pessoa e por desejar ficar sozinho.
5) Sobre o legado de Goethe e do Romantismo alemão, é correto afirmar que:
A) o Romantismo acabou indo contra os ideias de revolução e de rebeldia da época, que 
tiveram seu ponto alto na Revolução Francesa.
B) o Romantismo espalhou-se por inúmeros países da Europa, constituindo-se como um 
movimento europeu.
C) a narrativa "Os sofrimentos do jovem Werther" serviu como inspiração para inúmeras 
produções cinematográficas.
D) em Portugal, o movimento romântico teve pouco sucesso e obteve algum destaque apenas 
na pintura.
E) como o romântico preocupava-se com a sua subjetividade, o Romantismo acabou não 
tendo tanto impacto fora do mundo das artes.
NA PRÁTICA
O filme Goethe! é uma produção alemã que ganhou inúmeros prêmios em diversos festivais. A 
produção conta a história de Goethe em sua juventude: seus estudos em direito, seu romance 
com Charlotte e a escrita do romance que o tornaria famoso, Os sofrimentos do jovem Werther.
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Você pode tentar fazer a mesma coisa, agora com o filme Fausto, produção de 2012. Esse filme, 
do diretor Alexander Sokurov, foi o grande vencedor do Festival de Veneza. Como os ideais 
românticos aparecem nesse filme? Como a história de Fausto, criada por Goethe, é 
representada? Assista ao filme e tente responder esses questionamentos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A visão romântica e o Pathos da existência em Goehte
Venha conhecer neste texto mais sobre a influência de Goethe e do Romantismo no pensamento 
cultural da sociedade moderna do século XVIII.
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Veja o trailer de um dos filmes sugeridos.
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Os Sofrimentos do Jovem Werther
Veja neste artigo como a obra Os sofrimentos do jovem Werther influenciou significativas 
transformações no espaço público durante o século XVIII.
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Fausto: a busca pelo absoluto
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O Romantismo: Goethe e o Romantismo alemão
Goethe foi um escritor que deixou uma vasta obra. Entre as suas obras-primas, encontra-se uma 
tragédia em versos: Fausto. Neste vídeo, você vai conhecer um pouco mais sobre essa narrativa 
do escritor alemão e vai entender quais foram suas inspirações para escrever a misteriosa 
história do Doutor Fausto. Assista.
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