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Laísa Dinelli Schiaveto Caderneta da Gestante INTRODUÇÃO Toda mulher tem direito ao atendimento na gravidez, no parto e no pós-parto, podendo contar com a Rede Cegonha, uma ação de saúde do SUS, que fortalece os direitos das mulheres e das crianças. O Ministério da Saúde, em conjunto com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, elaborou esta Caderneta da Gestante, pensando nas gestantes, as quais vivem um dos momentos mais intensos de sua vida. Esta conta com assuntos, como: - Direitos antes e após o parto; - Cartão de consultas e exames, com espaço para anotação de dúvidas; - Dicas para uma gravidez saudável e sinais de alerta; - Informações e orientações sobre a gestação e o desenvolvimento do bebê, alguns cuidados de saúde, o parto e o pós-parto; - Informações e orientações sobre amamentação; - Como tirar a Certidão de Nascimento do recém-nascido. O profissional de saúde deve anotar, nesta caderneta, todos os dados do pré-natal, registrando as consultas, os exames, as vacinas e o que for importante para um bom acompanhamento do pré-natal. Além disso, há um espaço para a gestante anotar suas sensações, seus sentimentos, coisas que queira falar para o bebê e colar fotografias. Um pré-natal bem acompanhado resultará em mais saúde para a gestante e para o bebê. Assim, a gestante deve sempre carregar essa caderneta, guardando com carinho. DIREITOS DA GESTANTE DIREITOS TRABALHISTAS • Licença-maternidade de 120 dias para gestantes com carteira de trabalho assinada. • Não ser demitida enquanto estiver grávida e até cinco meses após o parto, a não ser por “justa causa”. • Mudar de função ou setor em seu trabalho, caso ele apresente riscos ou problemas para sua saúde ou a saúde do bebê. Para isso, deve-se apresentar à chefia um atestado médico comprovando que há a necessidade de mudança de função ou setor. • Receber Declaração de Comparecimento sempre que for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame. Quando apresentada à chefia, a falta no trabalho será justificada. • Até o bebê completar seis meses, a mãe tem o direito de ser dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora, para amamentação. Deve-se combinar com o empregador, o melhor jeito de aproveitar esse tempo. • Licença de 5 dias para o pai logo após o nascimento do bebê. DIREITOS SOCIAIS • Guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas para atendimento em instituições publicas e privadas (bancos, supermercados e lojas). • Assento prioritário para gestantes e mulheres com crianças de colo em ônibus e metrô. Sempre pedir licença e ocupar o lugar que é seu (não se deve viajar em pé). Além disso, estas podem sair pela porta da frente. • Se a família é beneficiária do Programa Bolsa Família, tem-se o direito ao benefício variável extra na gravidez e após o nascimento do bebê. Para conseguir esse benefício, deve-se buscar informações no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de seu município. Laísa Dinelli Schiaveto DIREITOS NO CASO DE ENTREGA EM ADOÇÃO • A Lei nº 12.010/2009 garante à gestante o direito de receber atendimento psicossocial gratuito se desejar, precisar ou decidir entregar a criança em adoção. Procurar a Vara da Infância e Juventude em sua cidade. DIREITOS À ESTUDANTE GRÁVIDA • A Lei nº 6.202/1975 garante à estudante grávida o direito à licença-maternidade sem prejuízo no período escolar. • A Lei nº 1.044/1969, garante que, a partir do oitavo mês de gestação, a gestante poderá cumprir os compromissos escolares. • O início e o fim do período de afastamento serão determinados por atestado médico, o qual deve ser apresentando à direção da escola. • Em qualquer caso, é assegurado às estudantes grávidas, o direito à prestação dos exames finais. DIREITOS À ADOLESCENTE GRÁVIDA • Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a adolescente gravida tem o direito de ser atendida com sigilo, privacidade, autonomia e receber informações sobre saúde sexual e reprodutiva, além de poder ser atendida sozinha, se preferir. DIREITOS NOS SERVIÇOES DE SAÚDE • Ser atendida com respeito e dignidade pelas equipes de saúde, sem discriminação de cor, raça, orientação sexual, religião, idade ou condição sexual. • Ser chamada pelo nome que preferir e saber o nome do profissional que a atende. • Aguardar o atendimento sentada, em lugar arejado, tendo à sua disposição água para beber e banheiros limpos. LEI DA VINCULAÇÃO PARA O PARTO • A Lei nº 11.634/2007 garante à gestante o direito de ser informada anteriormente, pela equipe do pré-natal, sobre qual a maternidade de referência para seu parto e de visitar o serviço antes do parto. DIREITO A VAGA • Gestante e bebê sempre têm direito a vaga. • Para o parto, a gestante deve ser atendida no primeiro serviço de saúde que procurar. • Em caso de necessidade de transferência para outro serviço de saúde, o transporte deverá ser garantido de maneira segura. DIREITO A ACOMPANHANTE NO PARTO • A Lei Federal nº 11.108/2005 garante às parturientes o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, no parto e no pós-parto, no SUS. • O acompanhante é escolhido pela gestante, podendo ser homem ou mulher. DIREITOS À PORTADORA DO VÍRUS HIV OU HTLV • A gestante não deve amamentar seu bebê e tem o direito de receber leite em pó, gratuitamente, pelo SUS, até o bebê completar seis meses ou mais. VIOLÊNCIAS NA GRAVIDEZ • Se a gestante sofrer qualquer tipo de violência física, sexual ou psicológica por parte de pessoas próximas ou desconhecidas e desejar ajuda do serviço de saúde, esta deve conversar com o profissional que a está atendendo. • Deve-se procurar orientações para defender os direitos de gestante e não permitir que ocorra novamente. Ligar para 180 ou Disque Saúde 136, de forma gratuita para denúncia. DESCOBERTA DA GRAVIDEZ A gravidez é um período de grandes transformações para a mulher, para seu parceiro e toda a família. São vivências intensas e, por vezes, sentimentos contraditórios, momentos de dúvidas, de ansiedade, especialmente, se for adolescente. Além disso, a gestante pode estar sonhando com esse momento há muito tempo ou talvez tenha sido Laísa Dinelli Schiaveto surpreendida por uma gravidez inesperada, sendo que, mesmo quando planejada, a gestante precisa de um tempo para se adaptar a essa nova etapa da vida. Ao longo dos noves meses, o corpo da gestante se modifica lentamente, visando à preparação para o parto e a maternidade. Assim, enquanto o bebê cresce, a gestante também cresce como mulher e, portanto, a gravidez dará confiança e força para o parto. PRIMEIROS 3 MESES DE GESTAÇÃO (1º trimestre = 0 a 13 semanas) Neste início ocorre a adaptação do corpo da gestante e de seus sentimentos, trazendo sensações ora de prazer, ora de desconforto. Assim, faz parte desse momento a oscilação entre a aceitação e a recusa da gravidez. A gestante deve ficar tranquila, pois o sentimento de não querer a gravidez pode acontecer e não causará danos ao bebê. Haverá adaptações necessárias da gravidez, como aumento dos seios, aumento do sono, aumento da fome, enjoos e aumento do cansaço. Além disso, a gravidez não causa carie, mas as gengivas podem ficar mais sensíveis e ser facilmente irritadas pela placa bacteriana. Assim, é fundamental uma boa higiene bucal, alimentação saudável, controle da quantidade de açúcares e acompanhamento com o dentista durante o pré-natal. Desenvolvimento do Bebê: • O bebê é gerado a partir do encontro do espermatozoide do homem com o óvulo da mulher. • Com 4 semanas, ele é do tamanho de um grão de arroz, seu coração começa a bater e aparecem pequenos brotos, queserão posteriormente os braços e as pernas. • Ao final de 8 semanas, já estão se formando os dedos, as mãos, as orelhas e os órgãos internos. Já é do tamanho de uma ervilha, pesando mais ou menos 7gr. • De 9 a 12 semanas, seu rosto já está quase todo formado e os olhos já têm as pálpebras. Inicia-se o funcionamento do cérebro, e ele já se movimenta e mexe os braços e as pernas, além de o cordão umbilical já estar formado, que liga o bebê à placenta. • Ao final do 3º mês, o coração já pode ser ouvido com um aparelho próprio durante a consulta de pré-natal. 4º MÊS AO 6º MÊS (2º trimestre = 14 a 26 semanas) Neste segundo trimestre, o corpo da gestante e sua emotividade crescer. Já é possível perceber os primeiros movimentos dentro da barriga, que confirmam que o bebê está bem pertinho. Isso pode trazer uma sensação muito boa, que fortalecerá a ligação da mãe com o filho. Ocorre mudanças corporais muito rápidas, com crescimento da barriga e alterações nos seios e quadris. As sensações iniciais de desconforto desaparecem, dando lugar a sentimento de plenitude e muita disposição. Além disso, a barriga já é notada pelas pessoas. Assim, trata- se de um período de grande bem-estar. Destaca-se que este é o período mais adequado para a realização dos tratamentos e procedimentos odontológicos, lembrando que estes são seguros para a gestante e o seu bebê contra infecções e outros problemas. É aconselhado que as mulheres, em alguns momentos do dia, procurem ficar mais tranquilas para perceber as sensações de seu corpo. Estas devem colocar as mãos na barriga e fechar os olhos, sentindo o que está acontecendo. Isso melhora a confiança e diminui as preocupações. Desenvolvimento do Bebê: • A partir de 14 semanas, iniciam-se os movimentos respiratórios e das mãos. • Entre 15 e 16 semanas, a pele, ainda transparente, começa a se engrossar. O bebê já tem cílios e sobrancelhas e seus movimentos começam a ser percebidos. O coração bate mais rápido que o da mulher. • Entre 17 e 18 semanas, ele já pode medir de 17- 20 cm, pesando entre 200-500gr. Ele se alimenta por meio do cordão umbilical e da Laísa Dinelli Schiaveto placenta. Além disso, há momentos em que ele está dormindo e momentos em que fica acordado. 7º MÊS AO 9º MÊS (3º trimestre = 27 a 40/41 semanas) O final da gestação é o momento em que tanto a gestante como o bebê se preparam para uma grande mudança. O bebê tem menos espaço dentro da barriga, que faz com que a mulher tenha a sensação de desconforto e peso, podendo sentir menos sono. É o momento em que o corpo está se preparando para o parto e para acolher a chegada do bebê. O útero pode ficar duro por instantes, mas a mulher não sentirá dor, apenas uma leva sensação de endurecimento. Além disso, pode sair do peito um líquido amarelado, chamado de colostro, que irá alimentar o bebê nos primeiros dias de vida. Trata-se de uma época de ansiedade com o parto. O medo do desconhecido é normal. A gestante deve procurar alguém com quem possa conversar, passando-a confiança e deixando-a mais tranquila. Desenvolvimento do Bebê: • Nos últimos três meses da gestação, a maioria dos bebês se coloca de cabeça para baixo. Ele tem o próprio ritmo de dormir e acordar e começa a dar sinais de querer nascer, com o surgimento das primeiras contrações. • De 27 a 30 semana, ele pode ter 1kg e medir cerca de 32cm. Já percebe a luz fora do útero, abre e fecha os olhos. Escuta e identifica vários sons, como vozes e músicas, podendo se assustas com barulhos altos e repentinos. O espaço dentro do útero começa a ficar cada vez mais justo. Com 32 semanas, já pesa 2kg. • A pele fica coberta por um tipo de creme branco – vérnix – que traz proteção e o ajudará a se deslizar pelo canal do parto. • O bebê já está todo formado, mas não está maduro. Assim, a gestante precisa ter paciência para esperar o tempo certo de nascer. Antecipar o parto sem necessidade é prejudicial para a gestante e para o bebê. Lembrar: Se o bebê for prematuro e precisar de cuidados especiais, a gestante tem o direito de ficar perto dele no hospital, como acompanhante, durante todo o tempo. CUIDADOS IMPORTANTES DURANTE A GRAVIDEZ RECEITA PARA UMA GRAVIDEZ SAUDÁVEL Durante a gestação, deve-se ter uma alimentação saudável e diversificada, predominantemente de origem vegetal, rica em alimentos naturais e com o menor processamento industrial possível. Isso é importante para a saúde da gestante, e para a formação e o crescimento adequado do bebê. Dez passos para a alimentação saudável: 1. Fazer, pelo menos, três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e duas refeições menores por dia, evitando ficar muitas horas sem comer, além de beber água entre as refeições. 2. Fazer refeições em horários semelhantes e, sempre que possível, acompanhada de familiares ou amigos, evitando “beliscar” nos intervalos, além de comer devagar, desfrutando a alimentação. 3. Alimentos mais naturais de origem vegetal devem ser a maior parte de sua alimentação. Feijões, cereais, legumes, verduras, frutas, castanhas, leites, carnes e ovos tornam a refeição balanceada e saborosa (preferência por cereais integrais). 4. Quando consumir carnes, deve-se retirar a pele e a gordura aparente. Evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas, alternando, sempre que possível, com peixes, aves, ovos, feijões ou legumes. 5. Utilizar óleos, gorduras e açúcares em pequenas quantidades quando temperar e cozinhar alimentos. Retirar o saleiro da mesa. Além disso, ficar atenta aos rótulos dos Laísa Dinelli Schiaveto alimentos, preferindo aqueles livres de gorduras trans. 6. Comer todos os dias legumes, verduras e frutas da época. Quando ricos em várias vitaminas, minerais e fibras, possuem quantidade pequena de calorias, contribuindo para a prevenção da obesidade e de doenças crônicas. 7. Alimentos industrializados, como vegetais e peixes enlatados, extrato de tomate, frutas em calda ou cristalizadas, queijos e pães feitos com farinhas e fermento, devem ser consumidos com moderação. 8. Evitar refrigerantes e sucos artificiais, macarrão instantâneo, chocolates, doces, biscoitos recheados e outras guloseimas em seu dia a dia. 9. Para evitar a anemia (falta de ferro no sangue), deve-se consumir alimentos ricos em ferro, principalmente carnes, miúdos, feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e outros. Junto com esses alimentos, é fundamental consumir frutas que sejam fontes de vitamina C, como acerola, goiaba, laranja, caju, limão e outras. 10. Todos esses cuidados irão ajudar manter a saúde e o ganho de peso dentro de limites saudáveis. Praticar alguma atividade física e evitar bebidas alcoólicas e o fumo. Além desses cuidados, é recomendável o uso de ácido fólico durante toda a gravidez e de sulfato ferroso durante a gestação e até o 3º mês pós- parto. Destaca-se que ambos são distribuídos nas UBS. EXERCÍCIOS • Caminhadas ajudam a melhorar a circulação do sangue, aumentando a disposição e a sensação de bem-estar. Se não houver contraindicação, devem ser mantidas do início ao fim da gravidez. • Procurar fazer atividades físicas leves e prazerosas. • Exercitar a respiração (respiração lenta e profunda, várias vezes ao dia), uma vez que isso pode ajudar em momentos de desconforto e inquietude. SONO • Dormir 8 horas por noite. • Repousar alguns minutos durante o dia. • Elevar as pernas quando sentada ou deitada. • Caso haja muito sono, deve-se repousar mais. • Preferencialmente, deitar-se do lado esquerdo, com um travesseiro entreas pernas (esta posição facilita a passagem de oxigênio para o bebê). GRUPO DE GESTANTES • A participação no grupo de gestantes é super importante, pois permite a troca de experiencias com outras gestantes e com profissionais de saúde. MOBILOGRAMA • Observar os movimentos do bebê é uma forma de saber que ele está bem. A partir da 34a semana de gravidez, a gestante pode realizar um acompanhamento dos movimentos do bebê através de um mobilograma. • A gestante deve comer alguma coisa, deitar do lado esquerdo ou sentar com a mão sobre barriga e marcar cada vez que o bebê se mexer, durante uma hora. • Se conseguir registrar seis movimentos em uma hora, não é necessário continuar. Caso após uma hora não tenha conseguido registrar seis movimentos, faça novamente a contagem. Sendo que, se na próxima hora não sentir seis movimento, a gestante deve procurar o serviço de saúde. OUTRAS DICAS IMPORTANTES • É recomendado tomar 20 minutos de sol durante o início da manhã ou o final da tarde, inclusive nas mamas. A gestante deve usar boné ou chapéu e protetor solar no rosto, para evitar manchas de pele. • Evitar descolorantes, tinturas de cabelo, alisantes e onduladores que contenham Laísa Dinelli Schiaveto amônia e outros componentes que possam fazer mal ao bebê. • A gestante deve sair de ambientes onde haja fumantes, em qualquer fase da gravidez, pois respirar fumaça com frequência pode afetar o bebê. SEXO NA GESTAÇÃO Desejo e disposição sexual podem mudar na gravidez. Existem mulheres que têm menos vontade outra que têm mais vontade do que antes, sendo que isso pode acontecer para o companheiro também. Ter relações sexuais até o final da gravidez é saudável, pode dar muito prazer, não machuca o bebê e pode, inclusive, ajudar em seu nascimento. Durante o orgasmo é comum a barriga ficar dura, não devendo haver preocupação. Posições que causem desconforto devem ser evitadas e o que realmente importa é que vontade de ter ou não relação da gestante seja respeitada. Conversar com o companheiro é muito importante. Atenção! – Se houver presença de sangramento ou saída de líquido diferente, a atividade sexual deve ser evitada, procurando a UBS. DÚVIDAS FREQUENTES • O desejo de comer coisas estranhas é bem comum na gravidez. Não há risco de o bebê nascer com problemas, caso a gestante passe vontade. • Gestante não precisa comer por dois. • Gestante pode fazer tratamento odontológico. • Dormir de bruços não machuca o bebê, mas dormir sobre o lado esquerdo é melhor. • A mulher pode lavar a cabeça desde o primeiro dia após o parto. • O bebê não provoca rachaduras no peito da mãe quando arrota sobre ele, nem seca o leite. • Mulher que fez uma cesariana pode ter parto normal na gravidez seguinte. ATENÇÃO PARA SITUAÇÕES E SINTOMAS ESPECIAIS Gengivite (Sangramento da Gengiva) – Pode ocorrer mais facilmente durante a gestação devido a variação dos níveis hormonais. Adotar hábito diário de cuidados com a saúde bucal, utilizando fio dental diariamente e uma escova de dente macia com creme dental. Enjoos e Vômitos – São comuns nos primeiros meses de gravidez. Evitar ficar muito tempo sem se alimentar e escolher alimentos mais secos ou frutas, de acordo com o desejo. Caso haja vômito, realizar apenas o bochecho com água, aguardando meia hora para escovar os dentes. Azia e Queimação – Evitar beber líquidos junto com a refeição e se deitar após as principais refeição, além de comer mais vezes e em menor quantidade de cada vez. Cãibras e Formigamentos nas Pernas – Moderar a atividade física, tomar muita água e suco de frutas e comer bananas, que são ricas em potássio. Pode-se aquecer e massagear as pernas. Varizes na Perna – Ocorre devido à problemas na circulação e dilatação das veias. Não ficar muito tempo em pé e nem sentada e, sendo assim, a cada duas horas, deve-se levantar as pernas. Além disso, usa-se meias elásticas, calçados e roupas soltas confortáveis. Intestino Preso – É recomendável comer alimentos integrais ricos em fibras (pão e arroz integrais, granola e linhaça), folhas verdes e frutas (como mamão, laranja com bagaço, ameixa preta e tamarindo). Evitar queijos, farinhas brancas e frutas (como caju e goiaba). Beber muita água e fazer atividade física regularmente. Ainda, uma dica importante é quando a gestante sentir vontade de ir ao banheiro, ela não deve esperar. Dor na Coluna e Dor na Barriga – Podem aparecer, principalmente, no final da gravidez. Evitar carregar e diminuir peso do serviço Laísa Dinelli Schiaveto doméstico. Espreguiçar para esticar a coluna ajuda muitas vezes. Hemorroidas (Varizes na Região Anal, que podem sangrar) – Realizar banhos de assento com água morna. Evitar usar papel higiênico, dando preferência à água com sabão, enxugando sempre com uma toalha macia. Vontade Elevada de Urinar – É comum sentir no início e no final da gestação. Se houver dor ou queimação na hora de urinar, pode ser uma infecção urinária (gestante deve procurar a UBS). Secreção Vaginal (Corrimento) – É comum na gestação. Se houver outras características, como coceira, ardor, cheiro forte, cor estranha, a gestante deve procurar a UBS, pois pode se tratar de uma IST. - Destaca-se que algumas ISTs podem não apresentar sinais e sintomas. Além disso, algumas podem ser transmitidas da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação, e podem causar aborto, parto prematuro, doenças ou morte do recém- nascido. - O uso de caminha em todas as relações é o método seguro para evitar a contaminação por essas doenças, inclusive pelo HIV/aids e hepatites virais B e C. - A gestante e seu parceiro devem fazer os exames do pré-natal que ajudam a diagnosticar e tratar as ISTs, evitando e reduzindo a transmissão da mãe para a criança. Quando gestante, é muito importante a proteção do mosquito que transmite a dengue, chikungunya e o vírus zika. Para isso, é fundamental a utilização diária de repelente e a eliminação dos criadouros no ambiente, além da colocação de telas nas portas e janelas. Ainda, doenças infecciosas podem ser transmitidas pelo ar, como tuberculose, rubéola e gripe. Assim, evitar locais fechados e com alta concentração de pessoas. Em casos de febre, dor de cabeça, dor no corpo, vermelhidão nos olhos ou manchas vermelhas na pele à Procurar imediatamente a unidade de saúde. ACOMPANHAMENTO DO PRÉ-NATAL As consultas de pré-natal são realizadas tanto por médicos (as) quanto por enfermeiros (as). Já, os grupos de gestantes podem ser realizados por qualquer profissional de saúde. O importante é que todos os profissionais façam parte do cuidado durante o pré-natal, como ACS, técnico de enfermagem, dentista e, se necessário, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, entre outros. Toda gestante tem direito a consultas e exames pelo SUS, sendo que, a cada consulta, o profissional irá: - Perguntar como a gestante está se sentido, como passou o mês e ouvir as dúvidas e impressões sobre esse momento (é importante anotá-las para que não seja esquecidas nas próximas consultas). - Fazer o exame clínico, verificar o peso e pressão arterial, observar se há sinais de anemia ou inchaço, medir o tamanho da barriga e ouvir as batidas do coração do bebê. - Solicitar exames e avaliar os resultados. - Verificar as vacinas do pré-natal. - Prescrever ácido fólico, sulfato ferroso e, se necessário, tratamentos. - Orientar quanto às questões da gravidez e do parto. As consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: mensalmente até 28a semana; quinzenalmente da 28a semana até a 36a semana; semanalmente da 36a semana até a 41a semana. Algumas mulheres podem apresentar complicações,as quais precisam de acompanhamento especializado, sendo identificadas durante o pré-natal. Ou seja, nesses casos há a necessidade de encaminhamento ao serviço de pré-natal de alto risco, mas ainda há o acompanhamento dos profissionais que iniciaram o pré-natal. Laísa Dinelli Schiaveto Diabetes, pressão alta, anemia e infecção urinária são doenças que a mulher pode ter antes de engravidas ou desenvolver durante a gravidez. Caso a gestante tenha essas e outras doenças consideradas de risco, ela precisará de cuidados especiais. A gestante pode convidar seu companheiro para participar do pré-natal, caso seja sua vontade. Isso pode ser um bom momento para fortalecer a relação entre gestante e parceiro, e parceiro e bebê, além de ser uma boa oportunidade para ele se cuidar. Se o pai for adolescente, este tem os mesmos direitos de um pai adulto com relação a seu filho. EXAMES DURANTE O PRÉ-NATAL Tipagem Sanguínea e fator Rh – Identifica o tipo de sangue da gestante. Se esta tem Rh negativo e o pai tem Rh positivo, deve-se fazer um outro exame durante o pré-natal – Coombs Indireto. Após o nascimento, caso o bebê tenha Rh positivo, a mulher deverá tomar uma vacina em até três dias após o parto, para evitar problemas na próxima gestação. Hemograma – Identifica problemas como a anemia, que é comum na gravidez e deve ser tratada. Eletroforese de Hemoglobina – Identifica a doença falciforme ou a talassemia, que são hereditárias e requere cuidados especiais na gravidez. Glicemia – Mede a quantidade de açúcar no sangue. Se estiver alta, pode indicar diabetes, que deve ser cuidada com dieta, atividade física e, às vezes, uso de medicamentos. Exame de Urina e Urocultura – Identificam a presença de infecção urinária, que deve ser tratada ainda durante o pré-natal. Exame Preventivo de Câncer de Colo de Útero – Precisa ser realizado periodicamente por todas as mulheres, de acordo com a necessidade. Assim, deve-se analisar a necessidade de realizá-lo durante o pré-natal. Teste Rápido de Sífilis e VDRL – Identificam a sífilis, uma DST que pode passar da gestante para o bebê durante a gravidez. Quando não for tratada, pode causar aborto, parto prematuro, baixo peso ao nascer, malformações e morte dos recém-nascidos. Em casos de teste positivo, tanto a gestante quanto seu parceiro devem ser tratados o mais rápido possível, pois caso o parceiro não se trate, a gestante pode ser reinfectada. O tratamento com penicilina benzatina (Benzetacil) é o único meio eficaz de tratar o bebê ainda na barriga da mãe e prevenir que ele tenha algum problema. Esse tratamento deve ser realizado na UBS onde é realizado o pré- natal. A gestante e o parceiro devem realizar esse teste no primeiro e no terceiro trimestre de gravidez. Testes de HIV – Identificam o vírus causador da AIDS, doença que compromete o sistema de defesa do organismo, provocando a perda da resistência e da proteção contra outras doenças. Pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior chance de a mulher e o seu bebê ficarem saudáveis. O teste rápido deverá ser feito no primeiro trimestre e no terceiro trimestre, além de poder ser feito no momento do parto. Teste de Malária – Deve ser realizado em todas as gestantes das regiões que têm essa doença, quer apresentem sintomas ou não. Testes para Hepatite B (HBsAg) – Identificam o vírus da hepatite B, que pode passar da mãe para o bebê durante a gestação. Caso a gestante tenha o vírus, o bebê poderá ser protegido se receber a vacina e a imunoglobulina para hepatite B nas primeiras 12 horas após o parto. Exame de Toxoplasmose – Identifica se a mulher tem toxoplasmose. Esta doença pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados. Como medida de prevenção, é importante lavar as mãos ao manipular alimentos, lavar bem as frutas, legumes e verduras, não ingerir carnes cruas ou mal passadas e não consumir leite ou queijo crus, Laísa Dinelli Schiaveto lavar bem as mãos após mexer com terra e evitar o contato com fezes de gatos e cães. Exames para o Parceiro – Todos os homens e mulheres adultos, jovens e adolescentes cuja parceira está em acompanhamento do pré- natal têm direito a realizar exames e vacinas. No caso de homens, existe uma estratégia do Ministério da Saúde, chamada “Pré-Natal do Parceiro”. VACINAS DURANTE O PRÉ-NATAL Vacina Antitetânica (dT) – Protege a gestante e o bebê contra o tétano. Se a gestante nunca foi vacinada, deve-se iniciar a vacinação o mais rápido possível. Vacina dTpa – Protege a gestante e o bebê contra tétano, difteria e coqueluche, devendo ser tomada entre a 27a e a 36a semana de gestação. Vacina contra Hepatite B – Caso a gestante não tenha tomado, esta deve tomar três doses para ficar protegida. Vacina contra Gripe (Influenza) – É recomendada para toda gestante e mulher após parto, durante a campanha de vacinação. TAREFAS IMPORTANTES ANTES DO PARTO As tarefas incluem: - Realizar o enxoval. - Organizar documentos para levar no momento do parto e para entrar com a licença-maternidade. - Fazer a lista de telefones úteis. - Comprar mantimentos para quando retornarem da maternidade. - Colocar em uma mala o que deve ser levado: roupas e fraldas para o bebê; roupas para a mulher; absorventes; casacos ou manta para o acompanhante durante a noite; e produtos de higiene pessoal; Identidade ou Certidão de Nascimento; caderneta da gestante e, se adolescente, caderneta da saúde também; cartão SUS (se possuir). - Solicitar o atestado para o afastamento de atividades escolares, se estudante. - Planejar quem ficará com as outras crianças, caso já seja mãe. - Escolher quem será o acompanhante. - Visitar a maternidade. PREPARAÇÃO DO ÚTERO PARA PARTO Perto da data do parto, a gestante pode sentir sua barriga endurecer, como contrações que não duram muito tempo. Então, antes de ir para o hospital, recomenda-se que a mulher tome um banho, repouse e veja se essas contrações continuam fortes e regulares. Pode ser que ainda não seja o trabalho de parto, mas só um treinamento. Dias antes do parto, a vagina pode secretar um muco grosso amarelado, como clara de ovo, com rajas de sangue, o tampão mucoso. Este é um sinal de que o parto pode estar próximo. IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO DE PARTO Geralmente, o trabalho de parto dura de 8-12 horas, mas pode durar mais, dependendo de cada mulher. Sinais que Indicam o Início do Trabalho de Parto: • Se a barriga endurecer a cada 5 minutos, por 30 segundos ou mais, permanecendo assim por mais de 1 hora. • Perda de líquido pela vagina, o qual pode escorrer pelas pernas, molhar a roupa ou a cama – rompimento da bolsa das águas. Neste caso, mesmo que não sinta contrações, a gestante deve ir à maternidade, pois precisa ser avaliada por um profissional. Quando a gestante e o acompanhante chegam à maternidade, eles serão acolhidos e a mulher será examinada por um profissional da saúde, que irá ouvir a história e das informações sobre o parto, medir a barriga e as contrações do útero, verificar a pressão arterial e escutar o coração do bebê, fazer toque vaginal para ver se Laísa Dinelli Schiaveto já começou a dilatação do colo do útero para o bebê passar e confirmar se a paciente já está em trabalho de parto, e combinar os próximos passos. EXPERIÊNCIAS QUE FORTALECEM A MULHER E O BEBÊ O parto é um momento de grande intensidade, sendo uma vivência que marca para sempre a vida de uma mulher. É a preparação natural para a maternidade. A mulher terá a chance de experimentar sensações e sentimentos que podem fortalecê-la enquanto mulher e mãe .As contrações do trabalho de parto são como uma massagem para estimular o bebê para a vida. Portanto, mesmo que o parto tenha que ser uma cesariana, é importante para você e seu bebê passar pelo trabalho de parto. Isto porque para o bebê, o trabalho de parto favorece o amadurecimento do pulmão e do sistema de defesa natural do organismo. PARTO E NASCIMENTO TRABALHO DE PARTO Pontos que a gestante deve saber: • A gestante tem direito a um ambiente sossegado, privativo, arejado, sem ruídos, só para ela e seu acompanhante, durante o trabalho de parto e o parto. • O apoio de pessoas que tragam ânimo e confiança é importante. • Em algumas situações pode ser necessária analgesia farmacológica, sendo que isto deve ser discutido entre a gestante e o profissional que a está atendendo. Procedimentos que não devem der realizados de rotina, mas apenas em algumas situações: • Lavagem Intestinal – É desagradável e desnecessária; durante o trabalho de parto, a gestante esvaziará o intestino naturalmente. • Raspagem dos Pelos Íntimos – Não é preciso fazer, nem em casa e nem quando chegar à maternidade; os pelos são uma proteção natural para vagina. • Romper a Bolsa das Águas – O rompimento artificial da bolsa aumenta os riscos de infecção e problemas com o cordão umbilical do bebê. • Soro com Ocitocina – As contrações ficam mais incomodas, dificultando sua movimentação. • Episiotomia – É um pique na vagina; pode causar dor e desconforto após o parto e aumentar os riscos de infecção. Atitudes para favorecer o parto: • Mudar de posição, buscando maior conforto em cada momento, uma vez que podem aliviar a dor. • Caminhar e se movimentar podem diminuir o tempo de parto. • Tomar banho de chuveiro ou banheiro é ótimo para aliviar a dor. • Beber água e comer alimentos leves dão mais força e energia para a gestante e o seu bebê. • Respirar profundamente, no ritmo da contração, facilitando a abertura do canal de parto e, consequentemente, a saída do bebê. Posições de parto: • Posição de cócoras; • Ficar apoiada no acompanhante; • Ficar agachada ou de joelhos ou de quatro; • A bola ajuda o bebê a se encaixar melhor, a dilatar mais rápido e a aliviar a dor, sendo que debaixo do chuveiro pode ser melhor ainda. PARTO O parto é uma grande experiência para a mulher e o bebê, e para o parceiro. Pode ser um momento de grande prazer: a saída do bebê, o fim das contrações e o encontro com esse pequeno ser . É importante saber que a dor do parto varia de intensidade de mulher para mulher e se torna maior se a mulher está tensa e com medo. Apesar de ser comum ver as mulheres deitadas para o parto, as posições de cócoras, sentada ou Laísa Dinelli Schiaveto de joelhos são melhores par a favorecer a saída do bebê: o canal de parto fica mais curto, a abertura da vagina fica maior e a circulação de oxigênio para o bebê é melhor. Assim, a gestante deve experimentar e encontrar a posição mais adequada para si mesma. CESÁRIA A cesárea pode ser importante e necessária para salvar a vida da mulher e da criança. Porém, não deve ser uma opção de parto e sim uma indicação médica, como no caso de o bebê estar atravessado ou em sofrimento, quando o cordão ou a placenta está fora do lugar e impedindo a saída da criança, quando a mãe sofre de uma doença grave, entre outras razões. Cesariana é uma cirurgia de grande porte que pode apresentar riscos para a mulher e para o bebê se for realizada sem a necessidade. PARTO X CESÁREA PARTO NORMAL: Para a mãe: (1) rápida recuperação, facilitando o cuidado com o bebê após o parto; (2) menos riscos de complicações, favorecendo o contato pele a pele imediato com o bebê e o aleitamento; (3) menor risco de complicações na próxima gravidez, tornando o próximo parto mais rápido e fácil. Para o bebê: (1) na maioria das vezes, o bebê vai direto para o colo da mãe; (2) o bebê nasce no tempo certo, seus órgãos e sistemas são estimulados para a vida por meio das contrações uterinas e da passagem pela vagina. CESÁRIA: Para a mãe: (1) mais dor e dificuldade para andar e cuidar do bebê após a cirurgia; (2) mais risco de ter febre, infecção, hemorragia e interferência no aleitamento; (3) maior risco de complicações na próxima gravidez. Para o bebê: (1) mais riscos de nascer prematuro, ficar na incubadora, ser afastado da mãe e demorar a ser amamentado; (2) mais riscos de desenvolver alergias e problemas respiratórios na idade adulta. OBS.: Caso a mulher seja HIV positivo, o tipo de parto vai depender do estado de saúde da mãe, podendo ser normal ou cesariana. Em algumas situações pode ser necessário fazer uma cesariana, para evitar a transmissão do vírus para o bebê. PRIMEIRO ENCONTRO: O NASCIMENTO Este é um momento único na vida da mulher e na vida de seu bebê. O primeiro encontro ainda no ambiente do parto é fundamental para a formação do apego. Se ele nascer bem, a mãe deve ser a primeira pessoa a pegá-lo e acariciá- lo. Este contato imediato, pele a pele, é necessário para a imunidade do bebê, para a sensação de segurança e de que ele é bem-vindo à vida. Além disso, deve incentivar o parceiro a ficar junto de vocês. Será um momento inesquecível para ele(a) também. CERTIDÃO DE NASCIMENTO Com o Registro de Nascimento, o bebê será uma indivíduo com o próprio nome, sobrenome, o nome da mãe, do pai e dos avós, além do escrito de que ele nasceu no Brasil. Ser um cidadão brasileiro dará muitos direitos: atendimento à saúde, creche, matrícula escolar, recebimento dos benefícios dos programas sociais e muitos outros. Tirar o Registro Civil de Nascimento é obrigatório e ninguém precisa pagar pela primeira via, é gratuita. Como Tirar a Certidão da Nascimento: • A certidão deve ser feita logo após o nascimento da criança, no hospital onde ela nasceu, se houver uma unidade de cartório no local. • Caso não tenha serviço de cartório na maternidade, os pais ou responsáveis devem ir ao cartório mais próximo, levando os Laísa Dinelli Schiaveto próprios documentos e a Declaração de Nascido Vivo (DNV), entregue pelo hospital. • Se o pai não puder ir registrar o filho, a mãe pode providenciar tudo sozinha, levando a Certidão de Casamento ou uma declaração do pai com firma reconhecida em cartório. • Caso a criança nasça em casa, a DNV pode ser preenchida pela equipe de atenção básica. OBS: - Se a mãe não tiver esta declaração do pai ou se o pai for desconhecido, ela poderá tirar a Certidão de Nascimento apenas em seu nome. Depois o pai deverá comparecer ao cartório para registrar a paternidade, espontaneamente ou em cumprimento de determinação judicial. - Se os pais não tiverem o próprio Registro Civil de Nascimento, devem primeiro providenciar os seus para depois registrar a criança. - Se a criança nascer fora do hospital e não tiver a DNV, será preciso procurar o cartório com duas testemunhas que confirmem a gestação e o parto. - Se os pais forem menores de 18 anos, os avós ou os responsáveis também deverão comparecer ao cartório. - Se a mãe for indígena, apresentar também o RANI a fim de orientar o cartório a realizar corretamente o registro da criança. PRIMEIROS CUIDADOS DE UMA NOVA FAMÍLIA A chegada do bebê desperta sentimentos variados, fazendo com que todos vivam em torno dele, tendo, assim, a necessidade de se adaptar. Depois de chegar em casa, a mãe deve procurar descansar sempre que seu bebê estiver dormindo. Nos primeiros dias de vida, as crianças trocam o dia pela noite, portanto, esta deve aproveitar para dormir mesmo durante o dia. É importante deixar que o pai/companheiro, avós, tias e outras pessoas próximas ajudem no cuidado com o bebê e nas atividades domésticas. É importante uma alimentação saudávele variada e beber muita água, para favorecer a recuperação materna e a amamentação. A mãe deve se alimentar 5-6 vezes por dia, evitando alimentos gordurosos, café, chá-preto, refrigerantes, chocolate e produtos com corantes e adoçantes, e comidas muito temperadas, além de evitar bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas. Observar se algum alimento provocou cólicas no bebê. Desta forma, a mulher se protege e protege seu bebê. Para fazer o curativo no umbigo se usa apenas álcool 70%. Sempre lembrar que quando qualquer pessoa for pegar o bebê, inclusive a mãe, deve-se antes lavar as mãos com água e sabão. Ressalta-se que a mãe deve ler a Caderneta da Criança, que foi recebida na saída do hospital, pois tem muitas dicas e orientações sobre os cuidados com o bebê. Caso haja alguma instabilidade emocional devido a todo o processo de gestação e parto, deve-se procurar apoio do parceiro, da família ou de amigos. Mas, caso estes se tronem intensos, deve-se ir à unidade de saúde para uma avaliação. PUERPÉRIO Se o parto foi normal e se houve episiotomia, a mulher deve manter a cicatriz bem limpa, lavando-a com sabonete durante o banho ou após fazer suas necessidades, posteriormente, secando bem o local. A região está cicatrizando e pode ficar dolorida, sendo que os pontos caem sozinhos. Já, se o parto for normal, a mãe deve manter a cicatriz bem limpa, lavando com sabonete durante o banho, secando-a bem. Os pontos devem ser retirados de 7-10 dias, na UBS. O útero está voltando ao tamanho normal. Por isso é comum ter cólicas, que às vezes aumentam durante a amamentação. Por mais ou menos um mês, percebe-se uma secreção que sai pela vagina, que no início é como um sangramento e depois vai diminuindo e clareando gradativamente. Laísa Dinelli Schiaveto Se houver dor na parte de baixo da barriga, sangramento vaginal com cheiro desagradável e/ou febre, deve-se procurar rapidamente uma UBS. Pode se tratar de um infecção, a qual deve ser tratada. Se houve pressão alta, diabetes ou outro problema na gestação ou no parto, os cuidados devem continuar após o nascimento do bebê. Haverá a visita dos ACS nesse período. Além disso, a mãe pode se orientar com a equipe de saúde sobre retomar as atividades físicas, no entanto, deve-se evitar carregar peso. PLANEJAMENTO REPODUTIVO Logo após o parto, a mãe e o parceiro estarão envolvidos com os cuidados intensivos com o bebê, muitas vezes sobrando pouco tempo para os dois a sós. As relações sexuais deverão aguardar em média 40 dias, tempo para que o organismo se recupere. Independentemente do tipo de parto, é comum a vagina ficar ressecada e poderá haver certo desconforto na relação sexual. Esta situação é passageira. Existem muitos métodos de evitar filhos, sendo alguns mais indicados durante o período de amamentação. É direito das mulheres e dos homens conhecerem todos os métodos e suas indicações para uma escolha mais apropriada. Por isso se deve ir, de preferência com seu companheiro, à consulta de puerpério, para que ambos, junto com o profissional de saúde, escolham o método mais adequado nessa fase . É importante saber que a amamentação exclusiva já oferece proteção contra uma nova gravidez até 6 meses, desde que a mulher esteja amamentando em livre demanda, ou seja, sempre que o bebê quiser de dia e de noite, e ainda não tenha menstruado. Alguns métodos (DIU, pílula, camisinha, diafragma, injeção) são disponibilizados pelo SUS. No caso do método definitivo para a mulher (laqueadura), é preciso ter, no mínimo, dois filhos ou mais de 25 anos e esperar pelo menos dois meses após o parto. A cirurgia do homem, vasectomia, também é um direito garantido pelo SUS, sendo uma cirurgia mais simples que a ligadura de trompas. Assim, a escolha de um método definitivo deve ser uma decisão muito amadurecida, pois é irreversível. CONSULTA PÓS-PARTO A mãe e o bebê devem retornar à UBS na primeira semana após o parto, sendo que, sempre que possível, devem estar acompanhados do pai/companheiro. Esse atendimento é importante para: • Saber como está a saúde da mãe e do bebê; • Avaliar a amamentação e o sangramento vaginal; • Observar a cicatrização e retirar pontos, se necessário; • Examinar o bebê, vacinar e realizar o teste do pezinho; • Ajudar a tirar dúvidas da mãe e da família sobre qualquer questão em relação a sua saúde e a saúde do bebê; • Discutir se ela deseja ou não uma nova gravidez e quais os métodos contraceptivos mais indicados. AMAMENTAÇÃO A amamentação é importante para o desenvolvimento do bebê e para a relação da mãe com ele. Todo leite materno é forte, nutritivo e protege contra várias doenças. O colostro é o primeiro leite, tem cor amarelada e é ideal para proteger o bebê nos primeiros dias. Quanto mais o bebê mamar, mais leite a mãe terá. Não se deve colocar horário ou tempo certo para cada mamada; o bebê sabe quando e quanto necessita mamar. Além disso, se deve deixar o bebê mamar até esvaziar uma mama, antes de passar para a outra. Caso não esvazie um peito numa mamada, retornar ao mesmo peito na mamada seguinte. Assim, amamentar o bebê sempre que ele quiser, não dando chá, água, mingau ou outro leite. Nos primeiros seis meses, o bebê só precisa do leite materno. Laísa Dinelli Schiaveto Algumas mulheres, como as portadoras dos vírus HIV ou HTLV, não podem amamentar, pois o vírus pode ser transmitido para a criança durante a amamentação. Essas mulheres têm o direito de receber gratuitamente, pelo SUS, uma fórmula infantil para alimentar a criança. Para que o bebê sugue bem o leite, é fundamental encontrar uma posição em que ele fique tranquilo e a mãe relaxada e confortável. VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO Para o bebê: • É mais nutritiva e protege contra doenças, como infecção, alergias, asma, desnutrição. • Fortalece o vínculo mãe e bebê. • Previne problemas dentários e respiratórios. Para a mãe: • Ajuda o útero a voltar ao tamanho normal mais rapidamente. • Reduz o risco de hemorragia e anemia após o parto. • Favorece maior contato entre a mãe e o bebê. • Ajuda na redução mais rápida do peso materno. • Reduz o risco de câncer de mama no futuro. • É mais econômica e higiênica. • É mais prática e segura: o leite está sempre pronto e fresco, na temperatura certa, e não se estraga. DICAS PARA O SUCESSO DA AMAMENTAÇÃO • O bebê deve pegar bem o peito, abocanhando a aréola. Não se deve dar chupetas para o bebê, pois pode atrapalhar a pega e a sucção do leite. • Lavar o peito só com água; não passando sabonete e nem pomada nas mamas. Ficar sempre com o sutiã seco. • Em caso de rachaduras nos mamilos, observar se a pega está correta, além de tentar mudar a posição de o bebê mamar. • É bom tomar sol nas mamas, de manhã ou à tarde, aproveitando para dar um banho de sol em no bebê também. Ele deve ficar sem a roupinha, para que o sol bata diretamente em sua pele. • Em caso de mamas muito cheias ou endurecidas, é necessário retirar o excesso de leite, o que promoverá alívio para a mãe e facilitará a pega pelo bebê. Orientação do profissional de saúde é fundamental . • Se produzir mais leite do que o bebê mama, pode ser uma doadora de leite materno. Verificar se, na Unidade de Saúde, há posto de coleta ou Banco de Leite. • Em caso de problemas com a amamentação, procurar orientação com os profissionais da Unidade de Saúde, no Banco de Leite ou no posto de coleta mais próximo. Para mais informações sobre amamentação e cuidados com o bebê, consultar a Caderneta da Criança. SINAIS DE ALERTA Procurar o serviço de saúde se: • Pressão estiver alta; • Sentir dores fortes de cabeça, com a visão embaralhada ou enxergando estrelinhas; • Bebê parar de se mexer por mais de 12 horas; • Tiver sangramento ouperda de líquido (água) pela vagina; • Tiver um corrimento escuro; • Apresentar muito inchaço nos pés, nas pernas e no rosto, principalmente ao acordar; • Tiver dor ou ardor ao urinar; • Houver sangramento, mesmo sem dor; • Tiver contrações fortes, dolorosas e frequentes – se a bolsa das águas se romper antes de começarem as contrações, prestar atenção na cor e no cheiro do líquido. Esta é uma informação importante para orientar os profissionais que vão atendê-la. • Em caso de febre, dor de cabeça, dor no corpo, vermelhidão nos olhos ou manchas vermelhas na pele . DADOS A SEREM PREENCHIDOS 1) Unidade de Saúde do Pré-Natal 2) Serviço de Saúde Indicado para o Parto 3) Identificação da Gestante Laísa Dinelli Schiaveto 4) Dados sobre a Gestação - Gráfico de Acompanhamento Nutricional - Curva de Altura Uterina/Idade Gestacional - Exames Solicitados - Antecedentes Familiares - Antecedentes Clínicos Obstétricos - Gestações - Gestação Atual - Vacinas Laísa Dinelli Schiaveto - Tratamentos - Consultas do Pré-Natal - Consultas Odontológicas 5) Dados do Parto 6) Dados sobre o Recém-Nascido 7) Consulta Pós-Parto PRÉ-NATAL DO PARCEIRO O Pré-Natal do Parceiro tem como objetivo preparar o homem para a paternidade ativa e consciente, assim como detectar precocemente doenças, atualizar a carteira vacinal e incentivar Laísa Dinelli Schiaveto a participação em atividades educativas nos serviços de saúde. A gestação é um momento importante tanto para a mulher quanto para o homem. São emoções intensas que se misturam, e o parceiro pode contar com sua equipe de saúde. Nas UBS, os homens também têm o direito de cuidar de si ao mesmo tempo em que acompanham suas parceiras. 1) Identificação do Parceiro 2) Antecedentes Familiares 3) Exames 4) Vacinação 5) Consulta Odontológica
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