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1 
 
 
 
CURSO: PEDAGOGIA 
 
DISCIPLINA: DIDÁTICA 
 
PROFESSOR AUTOR: EDUARDO OKUHARA ARRUDA 
 
UNIDADE 2: EDUCAÇÃO E OS NOVOS PARADIGMAS: POR UMA DIDÁTICA 
INTEGRATIVA NA PEDAGOGIA 
 
O importante e bonito do mundo é isso: 
que as pessoas não estão sempre 
iguais, ainda não foram terminadas, mas 
que elas vão sempre mudando. Afinam 
e desafinam. Guimarães Rosa 
 
TRILHA DE APRENDIZADO: Olá, nesta unidade vamos dialogar sobre algumas 
questões pertinentes aos paradigmas integrativos, a partir de uma perspectiva 
da complexidade dos fenômenos. Abordaremos as propostas de uma 
organização pedagógica sob a concepção e orientação interdisciplinar e 
transdisciplinar na educação. Por essa razão, preparamos um e-book, um fórum 
de discussão, uma videoaula para ampliar a sua compreensão sobre os temas 
em discussão e, por fim, duas questões de múltiplas escolhas (TEA) para auxiliar 
na sua aprendizagem. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE 
 Analisar aspectos teórico-metodológicos à luz dos paradigmas integrativos e, 
com isso, aplicar a compreensão deste conceito no âmbito da educação. 
 Compreender os diversos fenômenos que compõe a educação, como a 
aprendizagem e os processos cognitivos, etc. sob a perspectiva da 
complexidade. 
 Reconhecer a emergência de uma nova compreensão da didática na 
sociedade contemporânea. 
 
 
 
 2 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Olá, seja bem-vindo (a). Que ótimo tê-lo (a) conosco nesta jornada formativa, 
afinal, o conhecimento é muito valioso para nosso crescimento pessoal e profissional. 
Nesta unidade você irá conhecer aspectos relevantes sobre o tema dos paradigmas 
integrativos e educação, para que, assim, seja possível analisar criticamente algumas 
questões importantes sobre a didática. 
Desse modo, ao final desse percurso, espero que suas perspectivas sobre a 
didática sejam ressignificadas. Vamos juntos nessa trilha? Vamos colocar a cognição 
em ação? Bons estudos! 
 
PARADIGMAS INTEGRATIVOS 
 
Bem, vamos lá. Já abordamos na primeira unidade o tema do paradigma, 
dessa forma, você não terá dificuldade para lidar com as discussões que serão 
aqui apresentadas. A ideia é que possamos, com efeito, compreender o quão os 
modelos de pensamento implicam nas condutas humanas, nas mais diferentes 
esferas socias e, assim, apresentam características comportamentais 
reducionistas ou integrativas. 
Nesse sentido, podemos usar a metáfora do relógio para formular uma 
análise crítica ao modelo cartesiano de separação. Por exemplo, um relógio 
podia ser analisado desmontando-o em pequenas peças, as quais, sendo mais 
simples, facilitavam a compreensão de seu funcionamento e, inclusive, quando 
necessário o seu concerto (ARAUJO, 2014). 
Nessa visão reducionista, a natureza e o ser humano começaram a ser 
analisados também dessa maneira, divididos em pequenas partes, mais fáceis 
de estudar. Desta feita, no campo da educação, nasceu a divisão disciplinar da 
natureza, ou seja, a estruturação das diversas disciplinas que passaram a 
estudar cientificamente os diferentes fenômenos, o universo, a matéria, a vida e 
os seres vivos (ARAUJO, 2014). 
Descartes influenciou a maneira de ser da ciência, de modo que o corpo 
dividido poderia ser manipulado. Essa concepção parece estar pautada numa 
 3 
 
 
ideia de que é dividindo, fragmentando, isolando, que se tem o controle e a 
manipulação social (MORIN, 2001 apud ARAUJO, 2014). 
 
VAMOS PENSAR SOBRE ISSO? 
Na educação, por exemplo, além do corpo e da mente que são 
separados, uma vez que na sala de aula trabalha-se a mente e nas aulas de 
Educação Física o corpo, também temos uma outra categoria de 
reducionismo, o próprio currículo. Isso mesmo, o currículo, sob o crivo 
cartesiano, é disciplinar, de modo que as disciplinas estão todas separadas e, 
portanto, cada uma fechada em si mesma. 
 
Para Morin (2001 apud ARAUJO, 2014), se de um lado o desenvolvimento 
do método científico, mecanicista, e a especialização da disciplina permitiram o 
ser humano dominar e controlar a natureza, o que gerou um progresso científico, 
a superespecialização também gerou ignorância e cegueira ao não considerar a 
complexidade dos fenômenos. Por assim ser, a realidade vista sob um olhar 
cartesiano gerou uma visão simplificadora, no qual os princípios são a disjunção, 
a redução e a abstração, ou seja, isolar. 
Na perspectiva da visão da complexidade, Morin (2003 apud ARRUDA, 
2006), defende uma concepção integrativa e ecológica do universo, 
representada no pensamento complexo que busca a superação de um saber 
simplificador, mutilador, parcelado e fechado. 
Sob esse prisma, pensamento complexo é “animado por uma tensão 
permanente entre a aspiração a um saber não parcelar, não fechado, não redutor 
e o reconhecimento do inacabamento, da incompletude de todo o 
conhecimento.” (MORIN, 1990, p.10). 
Por essa razão, a visão integrativa, que multidimensionaliza a realidade e 
que assume incompletudes e incertezas, é que se põe em perspectiva a 
superação dos paradigmas reducionistas na educação. A concepção 
reducionista, o pensamento simplificador, isola, separa, leva ao 
“enfraquecimento da percepção do global, conduz ao enfraquecimento da 
responsabilidade onde cada qual tende a ser responsável apenas por sua tarefa 
 4 
 
 
especializada, reproduzindo o enfraquecimento da solidariedade.” (MORIN, 
2000, p. 41). 
Em contrapartida, o pensamento complexo, integrativo, de junção e 
interdependência, tem como pressuposto a ideia de que o todo representa mais 
que a soma das partes isoladas, isto é, que o todo representa as partes 
interligadas que se relacionam e interagem dinamicamente. De forma análoga, 
esse pressuposto pode servir de base para entendermos a própria dinâmica da 
educação. 
Por todas essas análises, a problemática dos paradigmas é essencial 
para dar novos rumos a concepções educativas. Um paradigma reducionista já 
não serve mais. Não nos restam mais dúvidas, que um paradigma para orientar 
nossa maneira de pensar o ser humano e o seu entorno, tem que ser o da 
complexidade (FEITOSA, 1999 apud ARRUDA, 2006). 
Veja, vamos pensar sobre organização escolar. Claro está que a face 
mais visível da necessidade de controle do corpo dá-se com a separação das 
carteiras na sala de aula. Carteiras estas que são enfileiradas e espaçadas entre 
si. As crianças ficam sob comandos rígidos, sendo o movimento visto como 
inadequado para a boa aprendizagem. Cada momento se destina ao trabalho de 
um conteúdo específico. Os professores são especialistas em sua área, cada um 
tem sua função específica. Tudo bem separado a partir de um modelo pautado 
no reducionismo cartesiano, portanto, aí se apresenta o que marca as nossas 
escolas, as grades curriculares. (ARAUJO, 2014). 
 
DICAS DE LEITURA: 
Teoria da Complexidade: percursos e desafios para a pesquisa em educação. 
Este artigo aborda a Teoria da Complexidade, formulado por Edgar Morin, partindo 
do pressuposto de que o novo paradigma é o resultado da crítica ao pensamento 
reducionista. 
Link: https://revista.pgsskroton.com/index.php/educ/article/view/2205 
 
Cabe salientar, que a concepção reducionista também gera uma forma 
simplificadora de lidar com os problemas no cotidiano escolar. Questões de 
indisciplina, dificuldades de aprendizagem, organização dos conteúdos, em 
 5 
 
 
geral, são tratados de forma reducionista não levando em conta a 
complexidade dos processos. (ARAUJO, 2014). 
Outra tendência da concepção cartesiana, é a formalização e 
simplificação dos processos. A partir do controle do corpo, do ensino abstrato, 
cobra-se os conteúdos nos exames dessas aprendizagens dos conteúdos 
mecanicamente trabalhados. 
Em outra direção, as proposições da teoria da complexidade fundam-se 
na condição humana, na compreensão e na ética do gênero humano. Assim, sob 
esse lastro, a complexidade torna-se um campo de conhecimento humanizador.A partir da complexidade, o ser humano é multidimensional, ou seja, 
simultaneamente físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico. Todavia, o 
que vemos nas escolas, é esta unidade complexa é totalmente desintegrada na 
educação através das disciplinas, o que tem dificulta os processos no campo da 
aprendizagem. Portanto, a condição humana deve ser a preocupação básica da 
educação. (MORIN, 2000 apud ARRUDA, 2006). 
À luz da complexidade, como teoria crítica, o currículo escolar, com tais 
conteúdos e disciplinas, exerce a função apenas de instruir os alunos sobre os 
conhecimentos construídos historicamente, ou seja, as disciplinas, mas não de 
formar eticamente o cidadão para viver numa sociedade contemporânea 
(ARAUJO, 2014). 
Portanto, essas realidades deveriam ser aplicadas apenas quando a 
experiência real não fosse possível de ser vivenciada. Conteúdos são 
trabalhados sem relação com a vida, tornando-se meras formalizações para o 
exame (ARAUJO, 2014). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Assim, a escola continua reproduzindo o status quo cartesiano. 
Perpetuando um currículo muitas vezes estéril e demasiadamente formal sem a 
participação do corpo, da motricidade, das emoções, da cultura, de saberes 
tradicionais e populares e, sob esse modelo fragmentador, uma escola instrutiva 
e informativa, ao invés de se constituir como um lugar que lida com pessoas de 
carne e osso, cultura, valores, desejos, projetos, etc., ou seja, que lida com a 
corporeidade/motricidade. 
 6 
 
 
Ainda sob esse campo de análise, outro aspecto provocado pela 
formalização do conhecimento, é que ela separa o sujeito da aprendizagem do 
objeto de conhecimento. Esse modelo mecanicista promove o distanciamento 
dos sujeitos da sua realidade. Desse modo, a educação formal fica, dessa forma, 
desconectada das reais necessidades e dos interesses dos alunos. Não se 
reconhece o aluno como um ser complexo, sujeito histórico, com desejos e 
emoções e, sobretudo, a sua biografia, etc. (ARAUJO, 2014). 
Por tudo que se discutiu nesta seção, claro está que buscamos novos 
caminhos para a educação. Todavia, o que se propõe não é uma invalidação 
radical das vantagens que o paradigma cartesiano possibilitou para o estudo da 
natureza, da cultura e da vida humana por meio da especialização, das 
disciplinas e da divisão do trabalho, mas uma perspectiva, a partir do século XXI, 
sistêmica, integrativa e ecológica. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAUJO, U. F. Temas Transversais, pedagogia de projetos e as mudanças 
na educação. São Paulo: Summus, 2014 
ARRUDA, E. O. Capoeira - Corpo, Complexidade e Humanismo: Aportes 
para uma proposta pedagógica. 139 f. Dissertação (Mestrado em Educação 
Física) - Área de concentração: Corporeidade, Pedagogia do Movimento e Lazer. 
FACIS/PPGEF. Universidade Metodista de Piracicaba. Piracicaba, 2006. 
MORIN. E. O Paradigma Perdido: a natureza humana. 6. ed. Lisboa: 
Publicações Europa-América Ltda, 2000. 
MORIN. E. Introdução ao Pensamento Complexo. 2. ed. Lisboa: Instituto 
Piaget, 1990.

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