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Português Instrumental Fernanda Uchoa Fernanda Uchôa 2 1. CONCEITO DE FONÉTICA Fonética é a parte da Gramática que estuda o sistema fônico da língua: dos fonemas em si, da coexistência dos fonemas na sílaba, da sílaba dentro dos vocábulos, e destes, por sua vez, dentro das frases. Por não ser muito clara a distinção entre FONOLOGIA e FONÉTICA, a Nomenclatura Gramatical Brasileira manteve o termo “Fonética”, ficando assim na linha tradicional. Modernamente, entretanto, prefere-se o nome “Fonologia”. Inicia-se o estudo da fonética pela diferenciação entre letra, fonema e sílaba. 2. LETRA, FONEMA E SÍLABA LETRA Na língua escrita, são utilizados determinados símbolos convencionais, que se denominam letras. O conjunto das letras, sinais gráficos, chama-se alfabeto, abecedário ou abecê. O alfabeto português consta de 26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z. FONEMA Fonema é a menor unidade sonora da fala. É o som mais elementar da palavra: frase: Eu o amo ! palavras: “Eu” “o” “amo” ! sílabas: Eu o a-mo ! Fonemas: / E / u / / o / / a / m / o / ! O fonema diferencia uma palavra da outra: Bar Tão sAco Mar São sOco SÍLABA Sílaba é o som, ou o conjunto de sons, emitido num só impulso expiratório. É importante verificar que em cada sílaba deve existir obrigatoriamente uma vogal. A vogal é a alma da sílaba. CONCLUINDO: FONEMA é um elemento sonoro; é realidade acústica; SÍLABA é um fonema ou um conjunto de fonemas que se pronunciam num só esforço expiratório; LETRA é representação gráfica; é realidade visual; é o desenho do som. Fernanda Uchôa 3 Observe o Exemplo: 1ª sílaba A uma letra e um fonema T 2ª sílaba R três letras e três fonemas I 3ª sílaba T duas letras e dois fonemas O DÍGRAFO Dígrafo é o emprego de duas letras para a representação gráfica de apenas um fonema. São dígrafos: 1. CH: Chave 2. LH: gaLHo 3. NH: niNHO 4. RR: caRRo 5. SS: aSSim 6. QU: Quilo - 7. GU: Guerra - o “U” não é pronunciado 8. SC: naSCer 9. SÇ: deSÇa som de /S/ 10. XC: eXCeção Dígrafos Vocálicos são os casos em que as letras “M” ou “N” servem de sinal de nasalidade: AM: campo (cãpo) EM: tempo (tepo) IM: limpo (lipo) OM: tombo (tõbo) UM: jejum (jeju) AN: tanto (tãto) EN: venta (veta) IN: linda (lida) ON: onda (õda) UN: mundo (mudo) Encontros Vocálicos É o encontro de vogais na mesma sílaba ou em sílaba diferente. 1. Ditongo – é o encontro de uma vogal + uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Fernanda Uchôa 4 a. Crescente – semivogal + vogal ( lí-rio – gló-ria – in-flu-ên-cia) b. Decrescente – vogal + semivogal ( pai – boi – he-rói ) c. Oral – quando a vogal é oral (má-goa – ré-gua) d. Nasal – quando a vogal é nasal ( mãe – fa-la-ram – bem) 2. Hiato – é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes. Sa-ú-de – te-a-tro – ra-i-nha 3. Tritongo – é o encontro de uma semivogal + vogal + semivogal na mesma Sílaba. a. orais – Paraguai, averigüei, enxaguou b. nasais – enxáguam, águam, enxágüem Encontros Consonantais É o encontro de consoantes na mesma sílaba ou em sílaba diferentes. Blu-as – pla-to – ad-jun-to – pac-to Acentuação Gráfica Regras de acentuação gráfica: 1. Proparoxítonas Todas as proparoxítonas são acentuadas: África, Física, Matemática, 2. Paroxítonas São acentuadas as paroxítonas terminadas em: -i (-is) – júri, júris, íris, lápis -u (-us) – bônus, vírus -ã (-ãs) – órfã, órfãs, ímã -um (-uns) – médium, médiuns, álbum, álbuns Ditongos – glória, história, Márcia, régua, órgão -r, -x, -n, -l – mártir – revólver – fênix – pólen – fácil – amável -ps – bíceps – fórceps 3. Oxítonas São acentuadas todas as oxítonas terminadas em: Fernanda Uchôa 5 Vogal [a(s), e(s), o(s)] – café, maracujá, dominó, paletós, amá-lo, dizê-la, repô-las. -em, -ens – armazém, vintém, armazéns, parabéns 4. Monossílabos Tônicos Terminados em: -a(s), -e(s), -o(s) – pá, pás, pé, pó, lá, dê, vê 5. Ditongos Abertos -éu, -éi, -ói : chapéu, céu, anéis, carretéis, herói, anzóis 6. Acentuação dos Hiatos -i(-s), -u(-us): saída, saúde, caíste, país, balaústre. 7. Plural dos verbos – Ter e Vir (e seus derivados) : ele tem – eles têm, ele vem – eles vêm E recebem acento agudo no singular e circunflexo no plural: ele detém – eles detêm, ele intervém – eles intervêm. Ortografia O Emprego do h O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição ESCRITO do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas: a) Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina. homem, higiene, honra, hoje, herói. b) Emprega-se o h no final de algumas interjeições. Oh! Ah! c) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto: - nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro. super-homem, pré-história. - Quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh. Ex.: Passarinho, palha, chuva. http://www.brasilescola.com/gramatica/ortografia.htm Fernanda Uchôa 6 Emprego do s Emprega-se a letra s: - nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos. Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa. - nos sufixos –oso e –osa (qua significa “cheio de”), usados na formação de adjetivos. delicioso, gelatinosa. - depois de ditongos. coisa, maisena, Neusa. - nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos. puser, repusesse, quis, quisemos. - nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s. análise: analisar, analisado / pesquisa: pesquisar, pesquisado. Emprego do z Emprega-se a letra z nos seguintes casos: - nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos. rigidez (rígido), riqueza (rico). - nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z. cruz: cruzeiro, cruzada. / deslize: deslizar, deslizante. Emprego dos sufixos –ar e –izar. Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário, emprega-se –izar. análise – analisar / eterno – eternizar Emprego das letras e e i. Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e. perdoem (perdoar), continue (continuar). Fernanda Uchôa 7 Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i. atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir). Emprego do x e ch. Emprega-se a letra x nos seguintes casos: - depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa. - depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados). - depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados). - palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô. Emprego do g ou j Emprega-se a letra g - nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio. - nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem. Emprega-se a letra j em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica, jirau. Emprego de s, c, ç, sc, ss. - verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess. ceder – cessão. / conceder - concessão. / retroceder- retrocesso. / Exceção: exceder - exceção. - nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns. ascender – ascensão / expandir – expansão / pretender – pretensão. - verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção. deter – detenção / conter – contenção. Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Fernanda Uchôa 8 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO... Novo Acordo Ortográfico DA Língua Portuguesa Por: Marília Mendes Alfabeto Nova Regra Regra Antiga Como Será O alfabeto é agora formado por 26 letras O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto. Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano Trema Nova Regra Regra Antiga Como Será Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça. Acentuação Nova Regra Regra Antiga Como Será Ditongos abertos (ei, OI) não são mais acentuados em palavras paroxítonas assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico Obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. Obs2: o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu. Nova Regra Regra Antiga Como Será O hiato 'oo' não é mais acentuado enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo O hiato 'ee' não é mais acentuado crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem Fernanda Uchôa 9 Nova Regra Regra Antiga Como Será Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo) , pêra (substantivo) , péra (substantivo) , pólo (substantivo) para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo) , pera (substantivo) , pera (substantivo) , polo (substantivo) Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar DA preposição 'por' Nova Regra Regra Antiga Como Será Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'I (gue, que, GUI, qui) argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique Não se acentua mais 'I e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume Hífen Nova Regra Regra Antiga Como Será O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti- rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto- regulamentaçã o, auto- sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra- sístole, extra-seco, infra- som, ultra-sonografia, semi- real, semi-sintético, supra- renal, supra-sensível antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentaçã o, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, infrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível Obs: em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc. Fernanda Uchôa 10 Nova Regra Regra Antiga Como Será O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto- escola, auto-estrada, auto- instrução, contra-exemplo, contra-indicaçã o, contra- ordem, extra-escolar, extra- oficial, infra-estrutura, intra- ocular, intra-uterino, neo- expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi- automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicaçã o, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado. Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc. Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc. Nova Regra Regra Antiga Como Será Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. antiibérico, antiinflamató rio, antiinflacioná rio, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico anti-ibérico, anti-inflamató rio, anti-inflacioná rio, anti- imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico Obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen Obs2: uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO utiliza-se hífen. Nova Regra Regra Antiga Como Será Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára- brisa, pára-choque, pára-vento mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, pára-choque, paravento Fernanda Uchôa 11 Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgiã o, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc. Observações Gerais O uso do hífen permanece Exemplos Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto' Ex-marido, vice-presidente, soto-mestre Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N pan-americano, circum-navegação Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém', 'sem' além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém- nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto Não existe mais hífen Exemplos Exceções Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais,adverbiais, prepositivas ou conjuncionais) cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc. água-de-colônia, arco-da- velha, cor-de-rosa, mais- que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima- roupa PARÔNIMOS e HOMÔNIMOS Parônimos são palavras diferentes no sentido, mas com muita semelhança na escrita e na pronúncia. Exemplos : Infligir infrigir Retificar ratificar Vultoso vultuoso Fernanda Uchôa 12 Homônimos são palavras diferentes no sentido, mas que têm a mesma pronúncia. Dividem-se em homônimos perfeitos e homônimos imperfeitos. Homônimos perfeitos são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e na pronúncia. Exemplos : Homem são (adj.) São João São várias as causas Como vais ? Eu como feijão Homônimos imperfeitos, que se dividem em : 1. Homônimos homógrafos, quando têm a mesma escrita e a mesma pronúncia, exceto a abertura da vogal tônica. Exemplos: Almoço (verbo) / Almoço (substantivo) 2. Homônimos homófonos, quando têm a mesma pronúncia mas escrita diferente. Exemplos : Apreçar apressar Sessão seção Cessão Exemplos de Parônimos e Homônimos: Parônimos ( emprego do e ou do i ) Arrear Pôr arreios a Arriar Abaixar Deferimento Concessão Diferimento Adiamento Deferir Conceder Diferir Adiar Delatar Denunciar Dilatar Retardar, estender Descrição Representação Discrição Reserva Descriminar Inocentar Discriminar Distinguir Despensa Compartimento Dispensa Desobriga Destratar Insultar Distratar Desfazer (contrato) Emergir Vir à tona Imergir Mergulhar Fernanda Uchôa 13 Emigrante O que sai do próprio país Imigrante O que entra em país estranho Eminência Altura; excelência Iminência Proximidade de ocorrência Eminente Alto; excelente Iminente Que ameaça cair ou ocorrer Emitir Lançar fora de si Imitir Fazer entrar Enfestar Dobrar ao meio na sua largura Infestar Assolar Enformar Meter em fôrma, incorporar Informar Avisar Entender Compreender Intender Exercer vigilância Lenimento Suavizante Linimento Medicamento para fricções Peão Que anda a pé Pião Espécie de brinquedo Recrear Divertir Recriar Criar de novo Se Pronome átono; conjunção Si Pronome tônico; nota musical Vadear Passar a vau Vadiar Passar vida ociosa Venoso Relativo a veias Vinoso Que produz vinho Parônimos (emprego do o ou do u ) Açodar Instigar Açudar Construir açudes Assoar Limpar (o nariz) Assuar Vaiar Bocal Embocadura Bucal Relativo à boca Comprido Longo Cumprido Executado Comprimento Extensão Cumprimento Saudação Costear Navegar junto à costa Custear Prover as despesas de Cutícula Película Cutícola Que vive na pele Insolação Exposição ao sol Insulação Isolamento Insolar Expor ao sol Insular Isolar Ovular Semelhante a ovo Uvular Relativo à úvula Pontoar Marcar com ponto Pontuar Empregar a pontuação em Roborizar Fortalecer Ruborizar Corar; envergonhar-se Soar Dar ou produzir som; ecoar Suar Transpirar Soporativo Que produz sopor Supurativo Que produz supuração Fernanda Uchôa 14 (modorra) Sortir Abastecer Surtir Originar Torvar Tornar-se carrancudo Turvar Tornar turvo (opaco); toldar Torvo Iracundo, enfurecido Turvo Opaco; toldado Vultoso Volumoso Vultuoso Atacado de vultuosidade (congestão na face) Homônimos e parônimos (emprego do grupo sc ) Acender Pôr fogo a Ascender Subir Decente Decoroso; limpo Descente Que desce; vazante Discente Relativo a alunos Docente Relativo a professores Acético Relativo ao vinagre Ascético Relativo ao ascetismo Asséptico Relativo à assepsia Homônimos e parônimos (emprego do c, ç, s e ss ) Acento Inflexão da voz; sinal gráfico Assento Lugar onde a gente se assenta Acessório Que não é fundamental Assessório Relativo ao assessor Anticé(p)tico Oposto aos céticos Antissé(p)tico Desinfetante Apreçar Marcar ou ver o preço de Apressar Tornar rápido Caçar Perseguir a caça Cassar Anular Cé(p)tico Que ou quem duvida Sé(p)tico Que causa infecção Cegar Fazer perder a vista a Segar Ceifar; cortar Cela Aposento de religiosos Sela Arreio de cavalgadura Celeiro Depósito de provisões Seleiro Fabricante de selas Cenário Decoração de teatro Senário Que consta de seis unidades Censo Recenseamento Senso Juízo claro Censual Relativo ao censo Sensual Relativo aos sentidos Cerração Nevoeiro espesso Serração Ato de serrar Cerrar Fechar Serrar Cortar Cervo Veado Servo Servente Cessação Ato de cessar Sessação Ato de sessar Fernanda Uchôa 15 Cessar Interromper Sessar Peneirar Ciclo Período Siclo Moeda judaica Cilício Cinto para penitências Silício Elemento químico Cinemático Relativo ao movimento mecânico Sinemático Relativo aos estames Círio Vela grande de cera Sírio da Síria Concertar Harmonizar; combinar Consertar Remendar; reparar Corço Cabrito selvagem Corso Natural da Córsega Decertar Lutar Dissertar Discorrer Empoçar Formar poça Empossar Dar posse a Incerto Duvidoso Inserto Inserido, incluído Incipiente Principiante Insipiente Ignorante Intenção ou tenção Propósito Intensão ou tensão Intensidade Intercessão Rogo, súplica Interse(c)ção Ponto em que duas linhas se cortam Laço Laçada Lasso Cansado Maça Clava Massa Pasta Maçudo Indigesto; monótono Massudo Volumoso Paço Palácio Passo Passada Ruço Pardacento; grisalho Russo Natural da Rússia Cessão Doação; anuência Secção ou seção Corte; divisão Sessão Reunião Cesta Utensílio de vara, com asas Sexta Ordinal feminino de seis Sesta Hora de descanso Indefesso Incansável Indefeso Sem defesa Infenso Contrário Homônimos e parônimos (emprego do s ou do z) Asado Que tem asas Azado Oportuno Asar Guarnecer com asas Azar Dar azo a; má sorte Coser Costurar Cozer Cozinhar Revezar Substituir alternadamente Revisar Rever; corrigir Fernanda Uchôa 16 Vês Forma do verbo ver Vez Ocasião Fúsil Que se pode fundir Fuzil Carabina Fusível Resistência de fusibilidade calibrada Homônimos (emprego do s ou do x ) Espiar Espreitar Expiar Sofrer pena ou castigo Espirar Soprar; respirar; estar vivo Expirar Expelir (o ar); morrer Estrato Camada sedimentar; tipo de nuvem Extrato O que foi tirado de dentro; fragmento Esterno Osso do peito Externo Exterior Hesterno Relativo ao dia de ontem Homônimos e parônimos (emprego do ch ou do x ) Brocha Prego curto de cabeça larga e chata Broxa Pincel Bucho Estômago de animais Buxo Arbusto ornamental Cachão Borbotão; fervura Caixão Caixa grande; féretro Cachola Cabeça; bestunto Caixola Pequena caixa Cartucho Canudo de papel Cartuxo Pertencente à ordem da Cartuxa Chá Arbusto; infusão Xá Título de soberano no Oriente Chácara Quinta Xácara Narrativa popular em verso Chalé Casa campestre em estilo suíço Xale Cobertura para os ombros Cheque Ordem de pagamento Xeque Incidente no jogo de xadrez; contratempo Cocha Gamela Coxa Parte da perna Fernanda Uchôa 17 Cocho Vasilha feita com um tronco de madeira escavada Coxo Aquele que manca Luchar Sujar Luxar Deslocar; desconjuntar Tacha Brocha; pequeno prego Taxa Imposto; preço Tachar Censurar; notar defeito em Taxar Estabelecer o preço ou o imposto Referência Bibliográfica: ANDRÉ, Hildebrando A. de, Gramática ilustrada. São Paulo : Moderna, 1990. Estrutura das Palavras Elementos Mórficos ou Morfemas Elementos Função Radical Identifica o significado básico da palavra Afixos Morfemas responsáveis pela formação de palavras novas, a parir de um radical. Podem ser Prefixos - colocado antes do radical e Sufixos – colocado depois do radical Desinências Morfemas caracterizadores das palavras. Indicam gênero e número (nos nomes); número e pessoa, tempo e modo (nos verbos) Vogal temáticaNos verbos, identifica uma das três conjugações; nos nomes, forma grupos com características comuns. Tema É a união do radical à vogal temática. Vogal (ou consoante) de ligação É facilitar a pronúncia para que se consiga juntar sufixos a radicais ou um radical a outro. Não fazem parte dos morfemas Exemplos: Prefixos - feliz – infeliz Sufixos – feliz – felizmente fazer - refazer pedra – pedreiro Cognatas – são palavras que possuem o mesmo radical. Feliz = infeliz, felizmente, felicidade, infelizmente Jornal = jornaleiro, jornalista, jornais Pedra = pedreiro, pedrada, pedraria Desinências Fernanda Uchôa 18 menin-o menin-o-s menin-a-s (nominal) Cantar canta-va-mos canta-sse-s (verbal) Vogal Temática Fal-a-r – Cant-a-r - Vend-e-r Tema Tema Tema Vogal ( ou Consoante) de ligação Gas-ô-metro – pau-l-ada – cafe-t-eira Formação das Palavras 1- Derivação Prefixal – colocação de um prefixo ao Radical. Infeliz desleal Sufixal – colocação de um sufixo ao Radical. Felizmente Lealdade Prefixo-sufixal – colocação de um prefixo e um sufixo ao radical. Infelizmente deslealdade Parassíntese (Parassintética) – Colocação ao mesmo tempo de um prefixo e um sufixo. Entristecer desalmado Regressiva – a palavra nova é obtida pela redução da palavra primitiva. Botequim – boteco / Português – portuga / Combater – combate / Pescar – pesca / Jantar - janta Imprópria – mudança de classe gramatical, vai depender do contexto. Ainda não fiz o jantar. (substantivo) Como será o amanhã. (substantivo) A mulher aranha. (adjetivo) 2- Composição Fernanda Uchôa 19 (Dois ou mais radicais se juntam para formar uma palavra) Justaposição – Colocação de dois radicais ou mais sem a perda de elementos. Couve-flor / Passatempo / Girassol / salário-família Aglutinação - Colocação de dois radicais ou mais com a perda de elementos. Aguardente Planalto Pernalta Petróleo Outros processos 3- Hibridismo – são palavras formadas por radicais de línguas diferentes. Automóvel (auto: grego / móvel: latim) Sociologia (sócio: latim / logia: grego) Alcoômetro (álcool: árabe / metro: grego) Burocracia (buro: de bureau francês / cracia: grego ) Sambódromo (samba: língua africana / dromo: grego) 4- Onomatopéia – são palavras que reproduzem os sons ou ruídos. Tique-taque; zunzum; cacarejar; Miar; fonfom; pingue-pongue 5- Abreviação – redução da palavra. Moto (por motocicleta) Foto (por fotografia) Pneu (por pneumático) Abreviatura – pág. (página) m (metro) Fís. (Física) Siglas – PT (Partido dos Trabalhadores) Banespa (Banco do Estado de São Paulo) S U B S T A N T I V O É a palavra que dá nome aos seres. Ex.: Colégio, tristeza, rio. Classificação Fernanda Uchôa 20 Comum = homem, rio, cão, país Próprio = Manuel, Amazonas, Bidu, França Coletivo = bando (de aves), pinacoteca (de quadros) Formação Primitivo = leite, ferro, terra Derivado = leiteiro, ferradura, terreno Concreto = casa, fada, bruxa, caneta, saci Abstrato = Amor, recordação, coragem, medo Simples = sol, chuva, tempo Composto = girassol, guarda-chuva, passatempo Gênero dos substantivos Substantivo Biforme Substantivo Uniforme Gramatical Masculino = menino, homem, bode, ator Feminino = menina, mulher, atriz, cabra Comuns-de-dois gêneros cliente, viajante, artista Sobrecomum = ídolo, testemunha, bebê Epiceno = jacaré, cobra, zebra Masculino = livro, ônibus, apartamento, caderno Feminino = casa, cadeira, porta, janela. Obs: Comum-de-dois gêneros - o que modifica o gênero é o artigo. Ex.: O cliente, A cliente. Sobrecomum - a diferença de gênero não é especificada, o mesmo substantivo refere-se ao sexo masculino como feminino. ë de acordo com o contexto. EX.: Uma criança do sexo masculino. Epiceno - para a distinção do sexo do animal acrescenta-se a palavra macho ou fêmea. Ex.: O jacaré macho, A cobra fêmea. GRAU DOS SUBSTANTIVOS Normal Diminutivo Aumentativo Fernanda Uchôa 21 gato, casa, livro. Sintético = gatinho, livrinho, casinha Analítico = gato pequeno, casa minúscula, livro pequeno Sintético = gatão, casarão, livrão Analítico = gato grande, casa enorme, livro imenso NÚMERO DOS SUBSTANTIVOS SINGULAR = menina, ator, pão, couve-flor PLURAL = meninas, atores, pães, couves-flores A R T I G O S Determinam os substantivos. Classificação: Definidos = Singular : a, o / Plural : as, os Indefinidos = Singular - uma, um / Plural - umas, uns A D J E T I V O S Caracterizam o substantivo. Ex.: A criança levada. O menino agitado. FLEXÃO DOS ADJETIVOS Flexão em gênero Biforme = possue duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino: Masculino – botão amarelo Feminino – rosa amarela Uniforme = possue uma só forma para os dois gêneros: Exercício fácil / Tarefa fácil Flexão em número Singular = Menino estudioso Menina estudiosa Menino surdo-mudo Menina surda-muda Língua latino-americana Povo latino-americano Terno marrom-café Plural = Meninos estudiosos Meninas estudiosas Meninos surdos-mudos Meninas surdas-mudas Línguas latino-americanas Povos latino-americanos Ternos marrom-café Flexão em grau Comparativo Superlativo Fernanda Uchôa 22 a. de igualdade: Ana é tão esperta quanto sua irmã. b. de superioridade: Ana é mais esperta que sua irmã. c. de inferioridade: Ela é menos esperta que Ana a. absoluto: analítico: Ana é muito esperta. sintético: Ana é espertíssima. b. relativo: de superioridade: Ela é a mais esperta da classe. de inferioridade Ela é a aluna menos aplicada da classe. Adjetivos Comparativo Superlativo bom mau grande pequeno melhor pior maior menor ótimo péssimo máximo mínimo Locuções Adjetivas São duas ou mais palavras que correspondem a um adjetivo. A navalha viu o reflexo do sol. A navalha viu o reflexo solar. Obs.: 1- Verbete: brasileiro Adj. 1. De, ou pertencente ou relativo ao Brasil. ~V. colonial S. m. 2. O natural ou habitante do Brasil. O dicionário apresenta a palavra brasileira pertencente a mais de uma classe gramatical. Nesse caso, a distinção de classe só se revela pelo contexto. Exemplo: O brasileiro é muito crédulo. (Substantivo) O povo brasileiro é muito crédulo. (Adjetivo) 2- O adjetivo pode ser usado como advérbio: A mãe suspirava suave. (Guimarães Rosa) Suavemente Outros exemplos: Fale sério! Durma tranqüila. Fernanda Uchôa 23 3- a) Bonita roupa b) Grande homem Roupa bonita Homem grande Existem adjetivos, que dependendo de sua posição na frase, mudam o significado da expressão. No exemplo a não houve alteração de significado, já na letra b nem sempre um grande homem é um homem grande e vice-versa. N u m e r a l É a palavra que exprime quantidade, ordem, e dá também a idéia de múltiplo ou fração. Há quatro tipos de numerais: Cardinal - um, dois, três, mil... Ordinal - primeiro, segundo, vigésimo... Fracionário - metade, um terço, um nono... Múltiplo - dobro, triplo, quádruplo... OBS.: Na designação de capítulos, séculos, papas, monarcas empregam-se os numerais ordinais de um a dez e os numerais cardinais de onze em diante. Século XX Século vinte Papa João XXIII Papa João Vinte e Três Felipe II Felipe Segundo Capítulo IX Capítulo nono P R O N O M E S É a palavra que : a. Substitui um substantivo b. Acompanha um substantivo Pronomes Pessoais (Pessoas Gramaticais) Retos Oblíquos Eu Me, mim, comigoTu Te, ti, contigo Ele/Ela Se, si, consigo, o, a, lhe Nós Nos, conosco Vós Vos, convosco Eles/Elas Se, si, consigo, os, as, lhes Pronomes de Tratamento Fernanda Uchôa 24 Tipo especial de pronome pessoal. São de segunda pessoa -- referem-se às pessoas com quem falamos -- mas exigem verbo na terceira pessoa. Pronomes Abreviatura Referência Vossa Alteza V.A príncipes, duques Vossa Eminência V. Em.ª Cardeais Vossa Excelência V. Ex.ª Altas autoridades em geral Vossa Magnificência V. Mag.ª Reitores de universidade Vossa Majestade V. M. Reis, imperadores Pronomes Possessivos (idéia de posse) Meu, minha, meus, minhas Teu, tua, teus, tuas Seu, sua, seus, suas Nosso, nossa, nossos, nossas Vosso, vossa, vossos, vossas Seu, sua, seus, suas Pronomes Demonstrativos São aqueles que indicam a posição do ser no tempo e no espaço, tendo como referência as pessoas do discurso. Este, esta, estes, estas, isto ( próximo à pessoa que fala) Esse, essa, esses, essas, isso ( próximo à pessoa com quem se fala) Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo ( distante dos interlocutores) Pronomes Indefinidos São aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de modo vago e impreciso. Variáveis invariáveis Algum, alguma, alguns, algumas Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Todo, toda, todos, todas Outro, outra, outros, outras Muito, muita, muitos, muitas Algo tudo nada quem alguém ninguém referem-se a coisas referem-se a pessoas Fernanda Uchôa 25 Pouco, pouca, poucos, poucas Certo, certa, certos, certas Vário, vária, vários, várias Quanto, quanta, quantos, quantas Tanto, tanta, tantos, tantas Qualquer, quaisquer Qual, quais um, uma, uns, umas outrem onde alhures algures nenhures cada cada qual referem-se a lugares Pronomes Relativos São aqueles que se referem-se ao termo antecedente em outra oração. Variáveis Invariáveis o qual, a qual, os quais, as quais que, quem, onde, como cujo, cuja, cujos, cujas quanto, quanta, quantos, quantas V E R B O É a palavra que exprime ação, estado, fato, ou fenômeno da natureza. Flexão em: a. de número e pessoa Eu jogo bola. (1ª pessoa do singular) / Nós jogamos bola. (1ª pessoa do plural) b. de tempo Jogo bola. ( PRESENTE - Indica um fato atual ou habitual) Joguei bola. (PRETÉRITO - Indica um fato passado) Jogarei bola. (FUTURO - Indica um fato que ainda vai acontecer) c. de modo Jogo bola. (INDICATIVO - Expressa um fato real) Talvez hoje eu jogue bola. (SUBJUNTIVO - Dá ideia de dúvida) Jogue bola. (IMPERATIVO - Indica ordem) d. Vozes dos verbos Fernanda Uchôa 26 a. Ativa: o sujeito pratica a ação (Netinho comprou o bingo.) b. Passiva: o sujeito sofre a ação (O bingo foi comprado por Netinho.) c. Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação. (Gabi se contou.) Classificação Verbal Regulares – São os que seguem o modelo de sua conjugação: -ar (cantar), -er (vender), -ir (partir). Irregulares – Não acompanham nenhum modelo de conjugação, têm variações no radical ou nas desinências: dar, dizer, pedir, etc. Defectivos – Não são conjugados em todas as formas: demolir, falir, Doer, etc. E também verbos que indicam fenômeno da natureza e vozes de animais. Anômalos – Sofrem profundas modificações na conjugação: ser e ir Abundantes – São os que têm dois ou mais particípios: Nascer - nascido, nato Tingir - tingido, tinto Auxiliares – Os que se ligam a outros verbos, na formação: a. dos tempos compostos: Tenho estudado Havia saído b. das locuções verbais: Eles estão estudando. Fui elogiado pelo professor. Hei de vencer A D V É R B I O S É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, indicando circunstância de tempo, modo lugar, negação, intensidade, dúvida, etc. É uma palavra invariável. Principais advérbios: a. lugar -- aqui, ali, lá, acolá, além... b. tempo -- hoje, cedo, ontem, amanhã, já, tarde... c. modo -- bem, mal, assim... e a maioria dos que terminam em -mente: tranqüilamente... d. negação -- não e. intensidade -- pouco, muito, bastante, mais, menos ... f. dúvida -- talvez, acaso, porventura... Locução Adverbial -- é o grupo de palavras com valor de um advérbio: a. Com certeza, ele chegará (Certamente, ele chegará) Fernanda Uchôa 27 b. À noite, fazia frio. I N T E R J E I Ç Õ E S São palavras invariáveis que traduzem as nossas emoções, os nossos sentimentos. a. Cuidado! olhe o sinal. b. Arre! até que enfim o encontro. P R E P O S I Ç Ã O É a palavra que estabelece uma ligação entre duas outras. Ex.: O bilhete trazia uma declaração de Amor. Algumas Preposições: A contra para sob após ante de perante sobre desde por trás até em sem com entre Combinação (não há perda de fonema): a. Ele foi ao cinema. a (prep.) + o (artigo) Contração (há perda de fonema) a. Elas gostam do Recife. de(prep.) + o (artigo) em + o = no em + a = na em + este = neste em + os + nos em + aquele = naquela de + o = do de + a = da de + este = deste de + os = dos de + aquele = daquele por + o = pelo por + a = pela por + os = pelos a + a = à a + aquele = àquela Fernanda Uchôa 28 C O N J U N Ç Õ E S É a palavra invariável que liga orações ou palavras que têm a mesma função. Ex.: Ele caiu, mas não se machucou. Quadro das conjunções Principais Relações estabelecidas pelas Preposições Autoria - Esta música é de Roberto Carlos. Lugar - Estou em casa. Tempo -Eu viajei durante as férias. Modo ou conformidade - Vamos escolher por sorteio. Causa - Estou tremendo de frio Assunto - Não gosto de falar sobre política. Fim ou finalidade - Eu vim para ficar Instrumento - Paulo feriu- se com a faca. Companhia - Hoje vou sair com meus amigos. Meio - Voltarei a andar a cavalo. Matéria - Devolva-me meu anel de prata. Posse - Este é o carro de João. Oposição - O Flamengo jogou contra Fluminense. Conteúdo - Tomei um copo de (com) vinho. Preço - Vendemos o filhote de nosso cachorro a (por) R$ 300,00. Origem - Você descende de família humilde. Especialidade - João formou-se em Medicina. Destino ou direção - Olhe para frente! Fernanda Uchôa 29 Coordenadas Subordinadas Ideia de soma Ideia contrária Ideia de escolha Ideia de conclusão Ideia de explicação Fernanda Uchôa 30 Sintaxe e Morfossintaxe Sujeito Ser de quem se fala. Classificação Simples Só um núcleo -Lucas comprou uma casa. Composto Mais de um núcleo -Elis e Simone são cantoras. Oculto É identificado pela terminação verbal -Não saímos hoje. -Pegaste a minha bola? Indeterminado Não se pode ser identificado. Existem dois casos: 1- Verbo na terceira pessoa -Levaram os documentos. Ideia de causa Ideia de consequência Ideia de comparação Ideia de conformidade Um fato não impede o outro de acontecer Ideia de condição Uma ação acontece ao mesmo tempo em que a outra Ideia de tempo Ideia de finalidade Fernanda Uchôa 31 2- Verbo na terceira pessoa + o pronome SE -Vive-se muito bem aqui. Oração sem sujeito Pode ocorrer oração sem sujeito em: 1- Verbo Haver = existir 2- Verbos Indicando Tempo 3- Verbos Indicando Fenômeno da Natureza - Havia muitas soluções para o caso. -Faz muito tempo que não o vejo. - Já são três horas? - Choveu bastante hoje. PREDICADO É tudo aquilo que é comunicado. Classificação NominalQuando o seu núcleo tem um nome (predicativo do sujeito) e o verbo é de ligação. - Gabriela é linda Verbal Quando o seu núcleo tem um verbo: 1- Verbo Intransitivo (sem complemento) 2- Verbo transitivo Direto (pede complemento sem preposição) 3- Verbo transitivo indireto (pede complemento com preposição) 4- Verbo transitivo direto e indireto (pede complemento sem e com preposição) - Netinho saiu às pressas. - Manoel comprou um CD. - Manoella gosta de sorvete. - Walter deu um sofá à Marina. Verbo- Nominal Quando tem um núcleo que é verbo e outro que é nome.(verbo de ação + predicativo do sujeito) - Zelita tem uma casa espaçosa. OBS.: 1- Verbo Transitivo direto tem em seu complemento o objeto direto. Ex.: Gabriela tem uma boneca. objeto direto 2- Verbo transitivo Indireto tem em seu complemento o objeto indireto. Ex.: Manoella cuida do jardim. objeto indireto Fernanda Uchôa 32 ADJUNTO ADNOMINAL Pode ocorrer no sujeito ou predicado. É o termo (artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome e numeral) que acompanha um núcleo, um substantivo, determinando ou modificando-o. Ex.: O meu irmão caçula tem dois filhos. O filho de Paulo é danado. COMPLEMENTO NOMINAL Pode ocorrer no sujeito ou no predicado. É a expressão preposicionada que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou de um advérbio geralmente abstrato. Ex.: A falta de dinheiro atrapalha a vida do brasileiro. A criança tem confiança nos mais velhos. ADJUNTO ADVERBIAL Termo que acrescenta uma circunstância a um verbo, a um adjetivo, a outro advérbio ou a toda oração. Ex.: Ontem eu vi um menino correndo. Adj. Adv. de Tempo Ela fala muito e rapidamente Adj. Adv. de modo Adj. Adv. de intensidade APOSTO Pode ocorrer no sujeito ou no predicado. É uma expressão de valor nominal que explica outro termo que a precede, pode vir entre vírgulas, dois pontos e travessão. Ex.: Walter, meu pai, é muito esforçado. Marina comprou tudo isso: sofá, geladeira e som. VOCATIVO Termo classificado à parte, expressa chamamento, não se relaciona a nenhum outro termo da oração. Pode vir no começo, no meio ou no fim. Ex.: Garçom, a conta por favor. Voa, andorinha. AGENTE DA PASSIVA É o termo que pratica a ação do verbo transitivo direto na voz passiva. Fernanda Uchôa 33 Ex.: A casa foi pintada por um homem estranho. Morfologia (classe) Sintaxe (função) 1. Substantivo 2. Verbo 3. Artigo 4. Adjetivo (Loc. Adjetiva) 5. Numeral adjetivo 6. Pronome substantivo 7. Advérbio (Loc. Adverbial) 8. Preposição 9. Conjunção 10. Interjeição sujeito objeto direto objeto indireto Núcleo do predicativo complemento nominal agente da passiva aposto vocativo Núcleo do predicado verbal e do predicado verbo-nominal adjunto adnominal adjunto adnominal e predicativo adjunto adnominal e predicativo adjunto adnominal e predicativo tem as mesmas funções do substantivo adjunto Adverbial (conectivo) não tem (conectivo) função Sintática (elemento afetivo, emotivo) Frase, oração e período. ATENÇÃO: O substantivo pode exercer funções secundárias de adjunto adnominal (na loc. Adjetiva) e de adjunto adverbial (na loc. Adverbial). ATENÇÃO: O verbo de ligação relaciona o predicativo ao sujeito. Fernanda Uchôa 34 Frase É o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é facultativo o uso do verbo. Exemplos: - Atenção! - Que frio! - A China passa por dificuldades. As frases classificam-se em: Declarativa: faz uma declaração. “Os olhos luziam de muita vida...” (Machado de Assis) Interrogativa: utiliza uma pergunta. “Entro num drama ou saio de uma comédia?” (Machado de Assis) Exclamativa: expressa sentimento. “Que imenso poeta, D. Guiomar!” (Machado de Assis) Imperativa: dá uma ordem ou pedido. “Chegue-se mais perto...” (Machado de Assis) Optativa: expressa um desejo. "Tomara que você passe na prova". “Vou-me embora.”, o enunciado fornece uma mensagem, porém usou verbo é o que chamamos de oração. Oração É o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo. Na oração é preciso usar verbo ou locução verbal Exemplos: - A fábrica, hoje, produziu bem. - Homens e mulheres são iguais perante a lei. “- O senhor tem sempre um cumprimento de reserva: vejo que não perdeu o tempo na academia, Vou-me embora.”, o enunciado apresenta uma mensagem em que se utilizou vários verbos é o que chamamos de período. Período É a oração composta por um ou mais verbos. O período classifica-se em: Simples: tem apenas uma oração. - “As senhoras como se chamam?” (Machado de Assis) Composto: tem duas ou mais orações. - “Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha”. (Machado de Assis) Há dois tipos de período composto: 1. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Fernanda Uchôa 35 As orações coordenadas não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas. A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção "e". As orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção coordenativa "e". Exemplo: Corram depressa e saiam pela direita! Ele sabia a verdade mas ela negou tudo. Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. a) Aditivas Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas. Por Exemplo: Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções. As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja: Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem. Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país. Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e nem" para introduzir orações aditivas. Por Exemplo: Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções. Fernanda Uchôa 36 b) Adversativas Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo,todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas. Veja os exemplos: "O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar) O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria. Tens razão, contudo controle-se. Renata gostava de cantar, todavia não agradava. O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória. c) Alternativas Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas. Exemplos: Diga agora ou cale-se para sempre. Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza. Estarei lá, quer você permita, quer você não permita. Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá". d) Conclusivas Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas. Exemplos: Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente. O time venceu, por isso está classificado. Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente. e) Explicativas Fernanda Uchôa 37 Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas. Exemplos: Vou embora, que cansei de esperá-lo. Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro. Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário. 2. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Este tipo de período é formado por uma oração principal que é complementada com uma ou mais orações subordinadas. Estas orações poderão exercer a função de sujeito, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal, etc, dentro da estrutura da oração principal. Exemplo: A polícia sabia que havia pessoas no prédio. Quando eu voltar, farei o jantar. Forma das Orações Subordinadas Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: "Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto." Oração Principal Oração Subordinada Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Podemos modificar o período acima. Veja: Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. Oração Principal Oração Subordinada Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou não - , gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. Fernanda Uchôa 38 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se). Classificação das Orações Subordinadas Substantivas De acordo com a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser: a) Subjetiva É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É fundamental o seu comparecimento à reunião. Sujeito É fundamental que você compareça à reunião. Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Atenção: Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome " isso". Assim, temos um período simples: É fundamental isso ou Isso é fundamental. Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito. Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal: 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado Por Exemplo: É bom que você compareça à minha festa. 2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou provado Por Exemplo: Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Fernanda Uchôa 39 3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer Por Exemplo: Convém que não se atrase na entrevista. b) Objetiva Direta A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração principal. Por Exemplo: Todos querem sua aprovação no vestibular. Objeto Direto Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso) Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por: 1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se": Por Exemplo: A professora verificou se todos alunos estavam presentes. 2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Por Exemplo: O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado. 3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Por Exemplo: Eu não sei por que ela fez isso. c) Objetiva Indireta A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição. Fernanda Uchôa 40 Por Exemplo: Meu pai insiste em meu estudo. Objeto Indireto Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração. Por Exemplo: Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta d) Completiva Nominal A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição. Por Exemplo: Sentimos orgulho de seu comportamento. Complemento Nominal Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal e) Predicativa A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser. Por Exemplo: Nosso desejo era sua desistência. Predicativo do Sujeito Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.) Oração Subordinada Substantiva Predicativa Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem naprova. f) Apositiva A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração principal. Fernanda Uchôa 41 Por Exemplo: Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento. Aposto (Fernanda tinha um grande sonho: isso.) Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse. Oração Subordinada Substantiva Apositiva 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o exemplo: Esta foi uma redação bem-sucedida. Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja: Esta foi uma redação que fez sucesso. Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas explicativas. Exemplo 1: Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento. Or Subord Adjetiva Restritiva Fernanda Uchôa 42 Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento. Exemplo 2: O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra "homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem" 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Observe os exemplos abaixo: Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida. Adjunto Adverbial Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida. Oração Subordinada Adverbial No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal "senti". No segundo período, esse papel é exercido pela oração "Quando vi a estátua", que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo ("vi", do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se: Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida. A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo ("ver" no infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição ("a", combinada com o artigo "o"). Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais a) Causa Fernanda Uchôa 43 A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento". Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. Exemplos: As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo. Já que você não vai, eu também não vou. Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo) b) Consequência As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que. Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Exemplos: É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.) Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo) Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo. c) Condição Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Principal conjunção subordinativa condicional: SE Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Exemplos: Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão. Fernanda Uchôa 44 Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato. Caso você se case, convide-me para a festa. Não saia sem que eu permita. Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (Oração Reduzida de Gerúndio) d) Concessão As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. Observe este exemplo: Só irei se ele for. A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for satisfeita. Compare agora com: Irei mesmo que ele não vá. A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Observe outros exemplos: Embora fizesse calor, levei agasalho. Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo) e) Comparação As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal.Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO Por Exemplo: Ele dorme como um urso. Fernanda Uchôa 45 Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos: Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência. O orador foi mais brilhante do que profundo. f) Conformidade As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme). Exemplos: Fiz o bolo conforme ensina a receita. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais. Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda. g) Finalidade As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que. Por Exemplo: Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse. h) Proporção As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO QUE Fernanda Uchôa 46 Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto menor... (menor), quanto mais... (mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos). Exemplos: À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões. Visito meus amigos à medida que eles me convidam. Quanto maior for a altura, maior será o tombo. Lembre-se: À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por "à proporção que". Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve ser usada. Por Exemplo: Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto. Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”. i) Tempo As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. Exemplos: Quando você foi embora, chegaram outros convidados. Sempre que ele vem, ocorrem problemas. Mal você saiu, ela chegou. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) Há também casos em que um mesmo período é composto por COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO. Fernanda Uchôa 47 Neste caso, o período possui dois tipos de relação: subordinação e coordenação. No caso abaixo, há uma oração principal, que possui duas orações subordinadas a ela, e estas duas orações são coordenadas entre si. Observe: É bom que ela venha amanhã e traga os livros. Observe que a oração “que ela venha amanhã” não possui nenhum tipo de dependência com a oração “(que ela) traga os livros”. Contudo, ambas são subordinadas à oração principal, iniciada com “É bom que...”. Exercícios 1. (UF-MG) Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em: a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho? b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios. c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas. d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros. e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos. 2. (FMU) Em "Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado.", os termos da oração grifados são respectivamente, do ponto de vista sintático: a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do sujeito 3. (PUC) "O homem está imerso num mundo ao qual percebe ..." A palavra em negrito é: a) objeto direto preposicionado b) objeto indireto c) adjunto adverbial d) agente da passiva e) adjunto adnominal 4. (CESGRANRIO) Assinale a frase cujo predicado é verbo-nominal: a) "Que segredos, amiga minha, também são gente ..." b) "... eles não se vexam dos cabelos brancos ..." Fernanda Uchôa 48 c) "... boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que quiseres ..." d) "Fiquemos com este outro verbo." e) "... o assunto não teria nobreza nem interesse ..." 5. (UC-MG) A classificação dos verbos sublinhados, quanto à predicação, foi feita corretamente em: a. "Não nos olhou o rosto. A vergonha foi enorme." - transitivo direto e indireto b. "Procura insistentemente perturbar-me a memória." - transitivo direto c. "Fiquei, durante as férias, no sítio de meus avós." - de ligação d. "Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos imediatamente." - transitivo indireto e. "Ela nos encontrará, portanto é só fazer o pedido." - transitivo indireto 6. (UF-UBERLÂNDIA) "Ele observou-a e achou aquele gesto feio, grosseiro, masculinizado." Os termos sublinhados são: a) predicativos do objeto b) predicativos do sujeito c) adjuntos adnominais d) objetos diretos e) adjuntos adverbiais de modo 7. (MACK) Em "E quando o brotinho lhe telefonou, dias depois, comunicando que estudava o modernismo, e dentro do modernismo sua obra, para que o professor lhe sugerira contato pessoal com o autor, ficou assanhadíssimo e paternal a um tempo", os verbos assinalados são, respectivamente: a. transitivo direto, transitivo indireto, de ligação, transitivo direto e indireto b. transitivo direto e indireto, transitivo direto, transitivo indireto, de ligação c. transitivo indireto, transitivo direto e indireto, transitivo direto, de ligação d. transitivo indireto, transitivo direto, transitivo direto e indireto, de ligação e. transitivo indireto, transitivo direto e indireto, de ligação, transitivo direto 8. (PUC) Em: "Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda", as expressões sublinhadas são: a) complemento nominal - objeto direto b) predicativo do objeto - objeto direto c) objeto indireto - complemento nominal d) objeto indireto - objeto indireto e) complemento nominal - objeto direto preposicionado 9. (UF-MG) Na frase: "Maria do Carmo tinha a certeza de que estava para ser mãe", a oração destacada é: a) subordinada substantiva objetiva indireta Fernanda Uchôa 49 b) subordinada substantiva completiva nominal c) subordinada substantiva predicativa d) coordenada sindética conclusiva e) coordenada sindética explicativa 10. (FM-SANTOS) A segunda oração do período? "Não sei no que pensas", é classificada como: a) substantiva objetiva direta d) coordenada explicativa b) substantiva completiva nominal e) substantiva objetiva indireta c) adjetiva restritiva 11. (MACK) "Na „Partida Monção‟, não há uma atitude inventada. Há reconstituiçãode uma cena como ela devia ter sido na realidade." A oração sublinhada é: a) adverbial conformativa b) adjetiva c) adverbial consecutiva d) adverbial proporcional e) adverbial causal 12. (AMAN) No seguinte grupo de orações destacadas: 1. É bom que você venha. 2. Chegados que fomos, entramos na escola. 3. Não esqueças que é falível. Temos orações subordinadas, respectivamente: a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta Fernanda Uchôa 50 13. (UF-PR) Na oração "Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar e o desejo de arrastar", Gustavo Corção empregou a vírgula: a) por tratar-se de antíteses b) para indicar a elipse de um termo c) para separar vocativo d) para separar uma oração adjetiva de valor restritivo e) para separar aposto 14. (EPCAR) "Bem-aventurado, pensei eu comigo, aquele em que os afagos de uma tarde serena de primavera no silêncio da solidão produzem o torpor dos membros." No período em apreço, usaram-se vírgulas para separar: a) uma oração pleonástica b) uma oração coordenada assindética c) um adjunto deslocado d) elementos paralelos e) uma oração intercalada REGÊNCIA A sintaxe de regência estuda as relações de dependência das palavras nas orações e das orações no período. Ela divide-se em nominal(estuda o regime dos substantivos, adjetivos e advérbios) e verbal(estuda o regime dos verbos). REGÊNCIA NOMINAL É estabelecida por preposições que ligam um termo regido ou subordinado a um termo regente ou subordinante. Como já foi dito, o termo regente é sempre um nome, entendido como tal o substantivo, o adjetivo e o advérbio. Termo Regente Preposição Termo Regido Disposição(substantivo) para viajar. Nocivo(adjetivo) à saúde. Favoravelmente(advérbio) a todos. Fernanda Uchôa 51 Relação de regências de alguns nomes: aceito a; adequado a; abrigado de; afável com, para com; alheio a; amante de; amigo de; amoroso com, para com; análogo a; ansioso de, por; anterior a; aparentado com; apto para, a; avaro de; avesso a; ávido de; bacharel em; benéfico a; bom para; caritativo com, para como; caro a; certo de; cheio de; cheiro a, de; compreensível a; comum a, de; conforme com, a; constante em; contíguo a; contrário a; devoto de; dócil a; doente de; doutor em; fácil de; favorável a; entendido em; erudito em; generoso com; hábil em; hostil a; ida a; idêntico a; idôneo para; leal a; lento em; liberal com; manco de; manso de; mau com, para, para com; mediano de, em; necessário a; nobre de, em, por; oblíquo a; oposto a; pálido de; pertinaz em; possuído de; querido de, por; rijo de; sábio em; tardo a; temeroso de; único em; útil a, para; vazio de. REGÊNCIA VERBAL Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal. A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre). Regência de alguns verbos: o ACONSELHAR (TD e I) Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo o AGRADAR No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição). Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia. No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a"). Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo. Fernanda Uchôa 52 o AGRADECER TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa. Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado o AGUARDAR (TD ou TI) Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo. o ASPIRAR No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição) Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas. No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a") Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol Observação não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca- se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo) o ASSISTIR No sentido de ver ou ter direito (TI - prep. A). Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado. No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a prep. A) Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos. No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM. Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.. Observação Fernanda Uchôa 53 não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo) o ATENDER Atender pode ser TD ou TI, com a prep. a. Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente. / Atenderam ao meu pedido prontamente. No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a Observação se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os) o CERTIFICAR (TD e I) Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo. Observação observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo) Certifico-o de sua posse / Certifico-lhe que seria empossado / Certificamo- nos de seu êxito no concurso / Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos o CHAMAR TD, quando significar convocar. Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião. TI, com a prep. POR, quando significar invocar. Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu. Fernanda Uchôa 54 TD e I, com a prep. A, quando significar repreender. Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção. Observação A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam) Pode ser TD ou TI, com a prep. A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto) pode vir precedida da prep. DE, ou não. Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável / Chamaram-lhe de irresponsável. o CHEGAR, IR (Intrans.) Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação. Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência. Observação Quando houver a necessidade da prep. A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia) No emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor. Se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA. Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília. Quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então
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