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A morte é um dia que vale a pena Viver

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“Gosto de cavar histórias como quem busca um tesouro. E eu sempre os encontro”. 
QUEM EU SOU? 
Eu vejo as coisas de um jeito que a maioria não se 
permite ver. "O que nos une é o querer". “A vida é 
breve e precisa de valor, sentido e significado''. 
Cada um de nós está presente na própria vida e na 
vida de quem amamos com o nosso corpo, tempo 
movimento… 
 
PORQUE FAÇO O QUE FAÇO? 
Quando ela percebeu que a vó só de conversar com 
o médico se sentia melhor ela percebeu que queria 
fazer da vida. “Cabia todo sofrimento dela dentro 
daquelas mãos enormes”. 
 
O QUE EU FIZ COM A MINHA HISTÓRIA? 
No início do curso a doutora achava que as matérias 
eram muito ásperas. "De vida humana, só a morte. 
Lembro-me direitinho da primeira aula de anato-
mia: uma sala imensa, cheia de pedaços de gente 
morta”. 
 
O homem tolera qualquer “como” se tiver um “por-
quê”. Sua revolta com: não há nada que se possa fa-
zer; a impulsionou a mudar. "Havia uma distância 
enorme entre o que eu precisava aprender e o que 
eu aprendia”. 
 
CUIDAR DE QUEM CUIDA: 
A exaustão, o cansaço, a dor e outras coisas a esgo-
taram e ela parou de exercer o que ela amava por 
não conseguir lidar com tudo que acontecia. Ao 
compreender, através de um teatro que ela preci-
sava se cuidar, tudo teve um novo significado. 
 
O QUE SÃO CUIDADOS PALIATIVOS? 
De acordo com a OMS, 2002, os cuidados paliativos 
são exercidos por uma equipe multidisciplinar, que 
objetiva a melhoria da qualidade de vida do paci-
ente e dos seus familiares. Diante de uma doença 
que ameaça a vida, por meio da prevenção e alívio 
do sofrimento, identificação precoce, avaliação Im-
pecável e tratamento da dor e demais sintomas físi-
cos, sociais, psicológicos e espirituais. "O sofri-
mento é algo absoluto e único”. 
 As pessoas entram em sofrimento desde o diagnós-
tico. 
 
Os cuidados paliativos Oferecem então, não apenas 
a possibilidade de suspender tratamentos 
considerados fúteis, mas também a realidade tangí-
vel de ampliação da assistência oferecida por uma 
equipe que pode cuidar de Sofrimentos físicos, dos 
sintomas da progressão da doença ou da sequelas 
dos tratamentos agressivos que foram necessários 
no controle da doença grave e incurável. 
 
Diante da grave doença, a família adoece junto. O 
contexto de desintegração ou de fortalecimento dos 
laços afetivos permeia, muitas vezes, fases difíceis 
da doença física de um de seus membros. A conse-
quência da experiência da doença alcança a todos, e 
a rede de suporte do paciente pode ajudar ou difi-
cultar esse momento da vida. 
 
 
Todo médico deveria ser preparado para nunca 
abandonar o seu paciente, mas da faculdade apren-
demos apenas a não abandonar a doença dele. 
 
"É impressionante como todos adquirem uma ver-
dadeira antena captadora de verdade quando se 
aproximam da Morte e experimenta o sofrimento 
da finitude”. Aceito a morte como parte da vida e 
tomo todas as providências e condutas para ofere-
cer ao meu paciente a saúde, definido aqui como 
bem-estar resultante do conforto físico, emocional, 
familiar, social e espiritual. As pessoas morrem 
como viveram. Se nunca viveram com sentido, difi-
cilmente terão a chance de viver a morte com sen-
tido. 
 
EMPATIA OU COMPAIXÃO? 
Habilidade da pessoa que tem que estar ao lado de 
quem sofre, de quem está morrendo, é um dom, um 
talento que se chama empatia. A empatia é a habili-
dade de se colocar no lugar do outro. A empatia tem 
seu perigo; a compaixão, não. A compaixão vai além 
da capacidade de se colocar no lugar do outro: Ela 
nos permite compreender o sofrimento do outro 
sem que sejamos contaminados por ele. 
O ato de cuidar de alguém que está morrendo sem a 
responsabilidade do autocuidado é, ao meu ver, 
uma expressão clara e absoluta de hipocrisia. Quem 
cuida do outro e não cuida desse acaba cheio de 
lixo. A compaixão nos leva a compreender o 
sofrimento do outro e a transformá-lo. Por isso pre-
cisamos ir além da empatia. 
 
 
MEDO DA MORTE, MEDO DA VIDA? 
Muita gente tem medo da morte e me espanto 
quando vejo como vivem: bebem além da conta, fu-
mam além da conta, trabalham, reclamam e sofrem 
além da conta. E vivem de um jeito insuficiente. 
Gosto de provocar dizendo que são pessoas corajo-
sas: tem medo da morte e se apressam loucamente 
para encontrá-la. 
 
CONVERSAS SOBRE A MORTE: 
Não importa o que fazemos, a morte é a única ga-
rantia. A tempos na nossa vida em que palavras não 
chegam. Tempos que entramos em contato com 
o mais profundo em nós mesmos, buscando respos-
tas, sentidos, verdade. A morte é um espaço onde as 
palavras não chegam. 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMPO: 
Quando temos a experiência do tempo, O que deter-
mina o significado do que foi vivido é o "como". O 
tempo confere sentido a aquilo que foi vivido, inde-
pendentemente do ocorrido. Correr devagar signi-
fica que haverá mais tempo para pensar sobre a 
morte, e é isso que muitos temem, as pessoas: não 
querem mais tempo para pensar na morte. A per-
cepção do morrer traz a consciência de que nada 
que temos ficará conosco. Nosso tempo por aqui 
não voltará, não é possível economizar tempo; não 
é possível segurar o tempo. O tempo transformador 
não depende da duração. 
De acordo com psiquiatra francês Eugène, o tempo 
vivido é dividido em três perspectivas duais: 
 
Primeira perspectiva: 
 
 A primeira perspectiva Dual envolve a espera e a 
atividade. Esperar uma coisa significa não fazer, 
porque o resultado não depende só de nós. A espera 
passa por uma percepção dolorosa do tempo; 
 
Segunda perspectiva: 
O segundo processo do ao desrespeito a relação en-
tre o desejo EA Esperança. O desejo pressupõe a 
busca de alguma coisa que não temos. A esperança 
já é uma esfera modificada pelo otimismo. A espera 
está sempre relacionada a algo que vai acontecer no 
futuro, mas a esperança pode estar em qualquer 
tempo. 
 
Terceira Perspectiva: 
O terceiro momento é a prece e a ação ética. A 
pressa é descrita como a relação com algo que en-
contramos dentro de nós, um espaço de comunica-
ção com algo maior que nós ou sagrado. a prece tem 
sempre uma perspectiva de um futuro bom. 
Para Eugene, a prece difere da meditação, o que nos 
traz para o presente, e também difere da oração, 
que pode estar relacionada com o passado. Então 
ele faz a conexão dual entre a ação e a ética. Na 
prece, esperamos que algo maior do salve, resolva o 
problema. Já na ação ética, nos conectamos com 
essa força, com esse poder que existe dentro de nós 
e que nos leva a fazer algo pelo outro que está além 
da nossa vontade. É nesse momento que o humano 
se torna divino. 
 
COMO AJUDAR ALGUÉM A MORRER? 
Até hoje nenhuma teoria ou certeza individual, es-
piritual ou científica conseguiu responder o que é a 
vida, quanto mais o porquê a vida acaba. os zumbis 
existenciais São pessoas que vivem como mortas, 
estão ausentes de sua própria existência e talvez 
essa seja a maior causa de arrependimento experi-
mentado no fim da vida. 
Faltar na própria vida é uma dessas ausências im-
possíveis de explicar. A conexão consigo mesmo, 
com outro, com a natureza, com o mundo a sua 
volta e com cada um de nós considera sagrado 
exige, antes de tudo, um estado de presença. Não há 
espaço para falar sobre a morte com as pessoas que 
não estão vivas em sua vida 
O processo de morte, do ponto de vista biológico, 
significa manter bem a CNTP (Condições normais 
de temperatura e pressão). Somos a única espécie 
da terra que é definida por um verbo: ser. ser hu-
mano. Na maioria das vezes nos distanciamos do 
ser pelo caminho do fazer. Pensamos então que 
uma vida boa é uma vida que nos levou a ter coisas 
e a fazer coisas. Mas quando chega o tempo de do-
ença, não podemos mais fazer nada. E quando dei-
xamos de fazer, pensamos que isso é morte, mas 
não é ainda. Pessoas que se ausentaram da própria 
vida serão apenas “ausências” no tempo do morrer. 
Por que muita gente é assim na vida, um ausente 
quase constante ponto e quando está presente, 
senteque esse tempo está vazio. 
 
A dimensão biológica é uma condição necessária 
para que as outras condições se expressem. 
 
As dimensões do sofrimento 
Elas são 4: física, emocional, social e espiritual. A 
Autora separa o contexto social do contexto fami-
liar. Por que a dinâmica familiar tem uma complexi-
dade independente da sociedade em que se vive. 
Isso é importante pois "quando sabemos o que está 
acontecendo, temos a condição de conduzir aquele 
processo de madeira natural e de perceber a morte 
também de maneira natural”. 
 
PERMISSÃO PARA UMA MORTE NATURAL: 
A morte natural é aquela que acontecerá em decor-
rência de uma doença grave e incurável que está pi-
orando e para qual medicina esgotou suas possibili-
dades tratamento. Nada impedirá a pessoa que tem 
tal doença de chegar à morte, e é a essa pessoa que 
ofereço os cuidados paliativos. Os cuidados paliati-
vos são o processo de assistência para quem está 
"na reta final". Às vezes, a reta final não é a reta fi-
nal do tempo: é a reta final da nossa vida. 
 
A terminalidade pode se prolongar por anos. A ter-
minalidade não é o tempo, e sim uma condição clí-
nica que advém de uma doença grave e incurável 
sem possibilidade de controle, e diante da qual, im-
potente, a medicina cruza os braços. Se o processo 
de morte ativo se inicia, nada conseguirá impe-
dir seu curso natural. 
 
PROCESSO ATIVO DE MORTE E A DISSOLUÇÃO 
DOS 4 ELEMENTOS: 
Os quatro elementos da natureza são: Terra, água, 
fogo e ar. 
A dissolução da terra está relacionada com a ques-
tão física, concreta, na pele: ao longo do processo da 
doença ela ocorre a depender da gravidade da do-
ença. O corpo começa a se desintegrar 
A dissolução da água significa, biologicamente fa-
lando, é quando a pessoa está mais desidratada e 
faz menos xixi. Ocorre a diminuição dos fluídos cor-
porais e as mucosas ficam secas. Geralmente é 
nesse processo que os médicos ignorantes sobre o 
processo ativo de morte dão ao paciente muitos lí-
quidos e a consequência é: muito catarro, pele in-
chada e dolorida. Isso inviabiliza uma morte natu-
ral. Pacientes que se encontram nessa etapa tendem 
a ficar mais introspectivos. Eles encaram com ho-
nestidade o caminho percorrido nessa hora, alguns 
médicos podem prescrever antidepressivos ponto 
só o vazio acontece. 
 
Na dissolução do fogo, cada uma das células toma 
consciência de que o tempo está acabando, mas 
ainda é tempo de vida. as células então, se esforçam 
para mostrar uma última vez o Seu Melhor estado 
de funcionamento. De repente, todo corpo funci-
ona bem e então a pessoa funciona bem, também. 
 
É a famosa visita da Saúde, ou a súbita; que é a me-
lhora antes da morte. É nessa etapa que a pessoa 
tem a chance de mostrar ao mundo o motivo que a 
trouxe aqui: o amor. 
 
Após a dissolução do fogo a um encontro verda-
deiro com sua essência a pessoa descobre o sagrado 
que mora mais profundo no espaço dentro dela, os 
outro Vital esse corresponde ao elemento ar, que 
nos foi emprestado por Deus para que realizásse-
mos a nossa missão na terra. e assim que essa mis-
são estiver concluída, devolvemos esse ar para 
quem nos emprestou. 
 
Começa então a dissolução do ar, essa fase é da ago-
nia a processo que a maioria das pessoas chama de 
morrer. Nessa fase o paciente respira mal, rápido 
ou devagar, depois faz uma pausa, e em seguida faz 
uma respiração profunda. 
Acompanhar alguém nesse momento é a experiên-
cia mais íntima que podemos experimentar junto a 
outro ser humano a morte, do outro ou a nossa, 
será uma Rara, ou até uma única, experiência de es-
tarmos verdadeiramente presentes na nossa vida. 
 
A VERDADE PODE MATAR: 
O que mata é a doença, não é verdade sobre a do-
ença. Há um momento de tristeza quando se desco-
bre que está gravemente doente. Mas essa tristeza é 
a única ponte até a vida que pode ser vivida verda-
deiramente, sem ilusões ou falsas Promessas de 
cura. de maneira geral a família parece negar a rea-
lidade da doença, mas na verdade, negam a possibi-
lidade de conversar sobre isso (a morte), pois duvi-
dam que seus familiares sejam capazes de tolerar 
sobre o assunto. 
 
A CONTEMPLAÇÃO DA MORTE: 
o médico psiquiatra William B. trabalha com a me-
táfora do muro, sobre o sentido da vida e a morte. 
Independentemente de qualquer religião, o que vai 
acontecer, é que no final de qualquer história, qual-
quer caminho ou qualquer escolha, nós vamos mor-
rer. Independentemente do que acreditamos, o que 
exista ou não. A única coisa da existência humana 
que não se tem opção é a morte. 
 
Do que faz a diferença portanto dos caminhos que 
escolhemos ao longo da vida é a paz que sentiremos 
ou não nesse encontro. 
 
O grau de presença que é preciso desenvolver para 
realizar os cuidados paliativos só pode ser 
alcançado com treinamento técnico comprometido, 
atividade física consciente para sentir o seu corpo, 
terapia emocional e experiências que ajudam a en-
contrar a própria paz. O Desafio de quem quer estar 
ao lado de uma pessoa que está morrendo é saber 
transformar o sentimento dela (de peso, incômodo) 
em algo de valor. 
 
ZUMBIS EXISTENCIAIS: 
Tem muita gente que não está viva de fato, mesmo 
com corpo funcionando bem. Isso é uma coisa terrí-
vel. Gente viva que vive de um jeito morto. Em um 
contexto no qual as pessoas não tem a chance de 
perceber que estão vivas, o cheiro característico da 
Morte está mais presente. Mas onde a morte está de 
verdade, a vida se manifesta. Portanto, o desafio de 
fazer uma pessoa se sentir viva não é negar o pro-
cesso de morte dela. Se desejamos estar presentes, 
seja trabalhando ou vivenciando a morte de uma 
pessoa que amamos, somos desafiados a saber 
quem somos, o que estamos fazendo ali e como fa-
remos para que o processo seja menos doloroso 
possível. O passo seguinte é buscar saber qual é a 
nossa capacidade de transformar a maneira com 
que a pessoa se ver de um fardo para algo de valor. 
 
TODOS OS CAMINHOS CHEGAM AO FIM: 
Qual é o caminho mais difícil até esse dia? O tempo 
é uma questão recorrente quando falamos sobre a 
finitude. Quando a pessoa está doente, o tempo se 
dilata e não passa. Nenhum dinheiro do mundo nos 
protege de morrer quando chega a hora. Por isso as 
pessoas que têm muito dinheiro podem ter uma ex-
periência árida no processo de morrer. 
 
Derek Doyle, especialista em cuidados paliativos 
Faz a metáfora do trem; para ele as pessoas que fa-
zem os cuidados paliativos ajudam o paciente do-
ente a chegar no lugar certo de maneira confortável 
O papel mais importante do médico em relação ao 
seu paciente é o de não o abandonar. 
 
A DIMENSÃO ESPIRITUAL DO SOFRIMENTO HU-
MANO: 
De maneira geral as pessoas que estão morrendo e 
suas famílias acabam entrando em contato com 
questões Profundas da existência humana relacio-
nados à espiritualidade. O ateu convertido geral-
mente é a pessoa que tem o maior sofrimento espi-
ritual diante da morte O ateu essencial é aquela 
pessoa que muitas vezes não conseguem de fato 
acreditar, no entanto, tem um grau de espirituali-
dade acima da média. 
 
Um estudo realizado com o título: "Qual o preço da 
sua alma?", a pesquisa avaliou o cérebro por resso-
nância magnética. Os indivíduos eram avaliados no 
momento que exclui o ideias ou pensamentos que 
poderiam ser considerados sagrados registrava se 
então a área do cérebro que corresponde ao estí-
mulo da frase e depois fazia uma proposta em di-
nheiro para que o indivíduo mudasse de opinião 
ponto da primeira fase algumas áreas estão relacio-
nadas ao processo de custo benefício e outra valo-
res deontológico sobre certo e errado. Se o que é sa-
grado para o indivíduo estiver colocado como bene-
fício, então ele tem preço ponto e a depender do 
que está em jogo nem, Deus pode pagar. 
 
A área chamada "pensamento de Deus " é uma re-
gião cerebral que entra atividade quando a pessoa é 
estimulada a falar sobre Deus. A verdadeira res-
posta do Sagrado é aquela que não pode ser mu-
dada, mesmo que Deus não obedeça.pondero então que, fazer o bem porque pega bem é 
uma prática comum entre as pessoas que se dizem 
religiosas, esse comportamento entra na categoria 
do custo benefício, sendo benefício algo da esfera 
da aprovação social. 
 
Sagrado é aquilo que fazemos e em que acredita-
mos, mesmo que não recebamos nenhuma vanta-
gem por isso, mesmo que sejamos prejudicados. In-
terioridade a medida das coisas em que acredita-
mos e que expressão os pontos aquele que pensa e 
sente diferente do que diz e faz, é um ser em desin-
tegração. 
 
 
Só conseguimos entrar em contato com a verdade 
"espiritual" quando transcendemos, quando experi-
mentamos a verdade. As pessoas que conhecem a 
verdade em relação a espiritualidade vivem essa ex-
periência de transcender. Não é necessário provar 
nada e é impossível explicar. Não existe necessi-
dade de convencer ninguém. Essas pessoas não se 
sentem agredidas caso alguém duvide delas. 
 
Ter fé, é diferente de acreditar, aprendi isso com 
paciente muito sábio, de tão sábio que, depois de vi-
ver uma relação desastrosa com a família, tornou-se 
um morador de rua. 
 
Perguntei a ele: 
- “Francisco Você acredita em Deus? 
 
- E a resposta foi: eu não acredito em Deus, em 
Deus eu tenho é fé. 
 
Ele perguntou: -Você entendeu? 
 
Nada eu não tinha entendido nada… 
 
- E ele me disse: acreditar a gente acredita em 
bruxa, demônio, em tudo mas fé, eu só tenho em 
Deus. 
 
A fé pressupõe entrega. Para a autora, “a transcen-
dência é um sentimento intenso de pertencimento, 
de se tornar um para aquilo que nos desperta esse 
sentimento”. O fim da vida é uma experiência que 
tem um grande poder de transferência. Quando aju-
damos as pessoas à volta do paciente, especial-
mente os familiares, a perceber o quão grandioso é 
o processo de morrer, tudo fica claro. O melhor é o 
que faz girar o eixo da espiritualidade. É o Amor e a 
verdade. 
 
ARREPENDIMENTOS: 
Olhar para trás diante da finitude é o que traz mais 
Inquietação. Diante da consciência da Morte, olha-
mos para a vida que tivemos até aquele momento e 
repensarmos nossas escolhas. A enfermeira austra-
liana Bronnie relata experiência de seus pacientes 
na fase terminal, conhecido como paciente terminal. 
Para ela, existem cinco arrependimentos: 
 
O tempo: 
O primeiro arrependimento está relacionado com o 
tempo: entregou ao outro, aquele tempo em que fez 
coisas em que acreditava serem boas para o outro. 
Quase sempre, quando fazemos alguma coisa para 
agradar alguém, o que fazemos por acreditar que 
assim, contribuirmos para a felicidade dessa outra 
pessoa. No entanto, pensamos usar nos tempos de 
vida para tornarmos importantes a vida de outra 
pessoa é escolher um caminho bem torto para exis-
tir. É bastante comum que pessoas que foram consi-
deradas difíceis na vida, quando estão à beira do 
leito, criem vínculos lindos com os cuidadores e 
profissionais dos cuidados paliativos. 
 
Expressão de sentimentos: 
O segundo arrependimento é, de maneira geral, a 
forma de como expressamos nossos sentimentos. 
Somos criados e educados para controlar a expres-
são dos nossos sentimentos. Para isso, usamos más-
caras e disfarces. Quando temos medo da exposição, 
não dizemos o que sentimos; colocamos uma más-
cara. Ao longo da vida, colecionamos máscaras e 
usamos as que mais se adaptam aos estilos. Então 
chega um momento em que tiramos a máscara de 
todo mundo nos vê. Estamos nus de corpo e alma. 
De alguma forma, a verdade sempre aparece ao 
longo de nossas relações; mesmo que nós mesmos 
não percebemos que estamos sendo falsos, a outra 
pessoa acaba por perceber. 
 
Neste momento, estamos sozinhos, e existem mui-
tas histórias assim no hospital. Histórias de pessoas 
que ajudaram muita gente e que agora se encon-
tram sozinhas. Mas elas ajudaram como único obje-
tivo: o de se sentirem seguras; e não construíram as 
relações. A busca por segurança dentro do afeto e 
um buraco negro. É possível contrato tudo ali, me-
nos o afeto verdadeiro. 
 
O mundo interior não tem grande potencial de 
transformação. O que tem esse potencial é um en-
contro verdadeiro com outro, porque de outro ser 
humano talvez recebamos a chave de algumas por-
tas fechadas que existem dentro de nós. 
 
O trabalho: 
Trabalhar para viver, viver para trabalhar: outro ar-
rependimento diz respeito a ter trabalhado 
muito. Todos Pensamos na vida como tempo de re-
alizações. 
A autora explica que, às vezes, no meio de trabalho 
ela escuta: "no meu trabalho tem uma mãe per-
dendo o filho, porque vou reclamar da minha vida?” 
O profissional de saúde que se coloca em posição de 
salvador, de cuidador, mesmo que voluntário, ape-
nas entrega algo a outro. Não encontra o outro. 
 
Existe uma barreira na relação genuína. Dessa 
forma, esse profissional perde a chance de se en-
contrar verdadeiramente com a pessoa de quem 
está cuidando e, no final do dia, sente-se esgotado. 
Mas, quando o profissional de saúde realiza esse 
trabalho com a real presença e se abre a possibili-
dade da troca de aprendizagem, de transformação, 
sente-se renovada ao fim do dia. Quando não esta-
mos 100% presentes devemos tirar momentos para 
nos conectarmos com nós mesmos. 
 
Amizades: 
Afinidades eletivas: O quarto arrependimento diz 
respeito a passar mais tempo com os amigos. Infe-
lizmente, teremos mais tempo livre quando adoecer 
vos pontos desejaremos a companhia dos amigos, 
daqueles que nos reconhecem apesar da doença, 
apesar do sofrimento. Queremos nos reconhecer 
nos olhos deles, porque nesse olhar reencontramos 
a nossa história, a nossa importância no mundo 
ponto na proximidade da morte o arrependimento 
por não ter dedicado mais tempo a eles bate forte. 
 
Estar presente em cada decisão da nossa vida, em 
pensamentos, sentimentos, voz e atitude, pode evi-
tar alguns desses arrependimentos, mas, naquela 
ocasião, tomamos a decisão que achamos melhor 
no momento. 
 
Fazer as coisas para si: 
Aos olhos da autora existe um último arrependi-
mento, que sintetiza todos os outros, quem é: eu de-
veria ter feito de mim mesmo uma pessoa mais fe-
liz. Quando falamos do Estado de Felicidade, muitas 
pessoas pensam que se trata apenas de alegria e 
prazer. Mas, o estado pleno de felicidade muitas ve-
zes é alcançado depois de um momento muito difí-
cil da nossa vida que foi superado; momentos im-
portantes pelos quais passamos com sangue, suor e 
lágrimas dos quais os saímos inteiros. Estamos co-
bertos de cicatrizes, mas sobreviventes. melhores, 
mais fortes do que antes. é isso que traz o estado 
de Felicidade Plena. 
 
Os quatro compromissos: 
Os 4 compromissos, de Don Miguel Ruiz: O pri-
meiro compromisso, sugere ele, é ser impecável no 
uso da palavra. A palavra tem poder de transforma-
ção e de destruição muito maior do que qualquer 
tratamento médico se não for encontrar a palavra 
Impecável, fica em silêncio. O silêncio tem tanto po-
der quanto a palavra. O segundo compromisso é o 
de não tirar conclusões precipitadas. O terceiro 
compromisso diz: "não leve nada para o lado pes-
soal”. E isso é bem difícil. A baixa autoestima é um 
jeito torto de se tornar egocêntrico. Tirar conclu-
sões e levar qualquer coisa, boa ou ruim, para o 
lado pessoal faz um que muitas vezes tomamos de-
cisões erradas, e que nos levaram ao arrependi-
mento. O quarto compromisso diz respeito a "fazer 
o seu melhor". 
 
Às vezes o nosso melhor é estar de mau humor, não 
sair de casa e ficar zangado fazer o seu melhor e 
prestar atenção então bem Estamos, para sim fazer 
o melhor. Quando estamos mal, o melhor a se fazer 
é se calar e avisar a todos que não estamos bem. É 
importante entender que, tudo que fazemos, errado 
ou certo, foi tentando acertar é algo que melhora 
nossa vida - e o final dela. 
 
 
AS NOSSAS MORTES DE CADA DIA: 
Passamos a vida tentando aprender e ganhar. Sobre 
a arte de ganhar existem muitas lições, mas e sobre 
a arte de perder? 
Temos mil razões para sonhar, mas quando perde-
mos os nossos sonhos não deveríamosperder a ra-
zão. No entanto, saber perder é a arte de quem con-
seguiu viver plenamente o que ganhou um dia. 
 
Cada perder existencial, busca pelo menos três pa-
drões de sentido. O primeiro diz respeito ao per-
dão, a si e ao outro. O segundo é saber que o que 
foi vivido de bom naquela realidade não será esque-
cido. O terceiro é a certeza de que fizemos a dife-
rença naquele tempo que termina para nossa histó-
ria, deixando um legado, uma marca que transfor-
mou aquela pessoa ou aquela realidade que agora 
ficará fora da sua vida. 
 
Aceitar a perda tem uma função vital na nossa vida 
que continua. De acordo com a autora, perdas sim-
bólicas podem ser mais difíceis de lidar do que a 
morte real. Na morte real não tem discussão. Po-
rém, na morte simbólica ou na morte de uma rela-
ção, deixa a impressão de que realmente não há 
morte -e sim está vivo ainda. 
 
A expectativa da perda mesmo que ela não ocorra, 
ou experiência da perda só se tornará menos dolo-
rosa se ao longo dela nos entregarmos, nos trans-
formarmos e, se possível, se tivermos a oportuni-
dade de transformar o outro. Por isso é preciso pen-
sar muito bem antes de começar relações e torná-
las definitivas. Principalmente, por que nada é defi-
nitivo, exceto uma experiência já vivida. 
O primeiro passo para aprendermos a perder é 
aceitar que perdemos. A honestidade de encarar o 
fim de algo é o aperfeiçoamento que vem ao longo 
da vida da vida. É preciso primeiro tem compaixão 
por nós mesmos. Entender que, se tomamos aquela 
atitude, se decidimos de, foi porque, naquele mo-
mento era o que podíamos ver. Não devemos bus-
car a invalidez emocional. 
 
Transformar uma situação em que estamos em uma 
posição de vítima, é muito perigosa, porque não nos 
oferece a possibilidade de superar a dor. 
 
A questão não é assumir a nossa culpa pelo mal que 
nos fizeram, a questão é: o que eu vou fazer com 
isso? 
 
 A escolha do que eu vou fazer com essa experiência 
é o grande poder. Esse é o nosso verdadeiro con-
trole. ‘Viva o luto dessa perda, viva a experiência da 
dor, não fuja, não minimize covardemente aquilo 
que foi vivido”. 
 
 
PODEMOS ESCOLHER COMO MORRER: CONSI-
DERAÇÕES SOBRE O TESTEMUNHO VITAL. 
Conversa sobre a morte entre o médico e seu paci-
ente nunca será um momento fácil. Quando comecei 
a conduzir essas conversas no meu consultório, 
percebi que era um tema bem-vindo se adequada-
mente abordado ao longo de duas ou três consultas. 
 
A primeira conversa é um momento solene; não 
pode ser tratado como algo corriqueiro. A conversa 
sobre diretivas antecipadas, sobre o que queremos 
para o final da nossa vida deveria acontecer pri-
meiro entre os familiares, como um papo cabeça. 
 
O Brasil oferece cuidados paliativos com respaldo 
legal e ético. Deve-se descrever toda a conversa no 
prontuário, oferece o documento para leitura e 
deixa o paciente à vontade para assinar comigo 
para prescrição médica deixou claro para equipe 
assistencial e para outros colegas: “paciente tem a 
permissão para a morte natural”. 
 
Quando se é tudo descrito estamos respeitando a 
dignidade da vida e está se praticando a Constitui-
ção Brasileira. a base para uma boa conduta mé-
dica é a comunicação. 
 
Atualmente existe um excesso de indicação de seda-
ção paliativa, mas sempre tardia a pessoa sobre ab-
surdos durante muito tempo, e às vezes às vésperas 
de falecer, recebe essa redação como se fosse um 
ato derradeiro de compaixão. 
 
A vontade do paciente deve estar documentada no 
prontuário médico. É preciso deixar claro que não 
há sinais depressão, que não existe nenhum déficit 
cognitivo que afeta o processo decisão, tão pouco 
pressões emocionais. 
 
Outro aspecto importante de se esclarecer: as dire-
tivas só valem se a pessoa padece de alguma enfer-
midade incurável e que cause sofrimento ou que a 
torne incapaz de uma vida racional e autônoma. A 
recomendação é, portanto, sempre descrever tudo 
muito bem, podendo até mesmo ser preenchido 
médico + paciente. 
 
Por fim, para nos sentirmos seguros em relação aos 
cuidados e limites de intervenção ao final da vida é 
conversando isso com alguém durante um mo-
mento da nossa vida em que estejamos com saúde. 
quando se está doente, essa conversa, embora ne-
cessária, se torna ainda mais delicada. 
 
A VIDA DEPOIS DA MORTE: O MOMENTO DO 
LUTO. 
as perdas que vivemos, especialmente de alguém 
muito amado, podem ter um “pra que”, mas talvez 
demore um bom tempo para que a resposta seja 
clara. Já o “porquê” nunca terá uma resposta satis-
fatória, ainda que dediquemos a vida a buscá-la. 
 
Qualquer resposta que se dê a essa pergunta é sem-
pre pequena demais diante da grandeza da experi-
ência do luto. 
 
O processo do luto se inicia com a morte de alguém 
que tem grande importância na nossa vida. A dor do 
luto é proporcional à intensidade do amor vivido na 
relação que foi interrompida pela morte, mas tam-
bém, é por meio desse amor que conseguiremos nos 
reconstruir. É por meio da percepção de valor da 
relação que o enlutado vai emergindo da sua dor. 
 
 
Se a pessoa que eu amo não existe mais, como 
posso ser quem sou? Quando morre uma pessoa 
amada é importante, é como se fossemos levados 
para entrada de uma caverna. No dia da morte, en-
tramos na caverna, e a saída não é pela mesma 
abertura por onde entramos, pois não encontrare-
mos a mesma vida que tínhamos antes. 
 
A vida que será conhecida a partir da perda nunca 
será a mesma de quando a pessoa amada ainda es-
tava viva. Para sair da caverna do luto é preciso ca-
var a própria saída. 
 
O luto é um processo de profunda transição. A ta-
refa mais sensível do luto é restabelecer a conexão 
com a pessoa que morreu por meio de experiência 
compartilhada com ela. 
 
Durante a doença da pessoa querida, provamos a 
experiência antecipado do luto, no qual é possível 
experimentar pensamento sobre como será a vida 
sem aquela pessoa. 
 
Nesse tempo de elaboração antecipada da perda, as 
pessoas ao redor do paciente podem ter chances 
maravilhosos de curar emoções corrosivas traba-
lhando o perdão, a gratidão, a demonstração de 
afeto, o cuidado. 
 
 
No momento extremo da dor, vem a tristeza, o 
choro, o desespero, a raiva. Todos esses sentimen-
tos devem ser aceitos e experimentados. Permita-
se, abra se é esse encontro pleno com a dor ponto 
assente essa condição. É mágico como a dor passa 
quando aceitamos a sua presença. Olhemos para a 
dor de frente, pois ela tem nome e sobrenome. 
 
Quando reconhecemos esse sofrimento, ele quase 
sempre se encolhe. Quando o negamos, eles se apo-
deram da nossa vida inteira. 
Não existe nada errado em ficar triste, pois a tris-
teza é uma experiência necessária para todo o pro-
cesso de luto saudável. Também faz bem lembrar 
de momentos engraçados que vivemos com a pes-
soa que morreu. 
 
Podemos pedir para o enlutado que enumere tudo 
de bom que viveu com a pessoa falecida o ajuda. 
Quando provocamos lembranças da vida comum, 
lembranças boas, intensas e transformadoras, tra-
zemos de volta à essência daquela relação. 
 
 
REFERÊNCIA: 
Arantes, Ana Claudia Quintana. A morte é um 
dia que vale a pena viver / Ana Claudia Quintana 
Arantes. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Casa da Pala-
vra, 2016.

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