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1 REEDUCAÇÃO POSTURAL 2 REEDUCAÇÃO POSTURAL DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00 ATENDIMENTO AO ALUNO editorafamart@famart.edu.br mailto:editora 3 SUMÁRIO REVISÃO ANATÔMICA DA COLUNA VERTEBRAL.................................................. 5 FIGURA DA COLUNA VERTEBRAL .......................................................................... 5 VÉRTEBRAS ............................................................................................................. 6 DISCOS INTERVERTEBRAIS ................................................................................... 8 ARTÉRIAS ESPINHAIS ............................................................................................. 9 LIGAMENTOS ............................................................................................................ 9 FÁSCIAS TORACOLOMBARES .............................................................................. 10 FUNÇÃO MUSCULAR ............................................................................................. 11 MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL ............................................................. 15 POSTURA PADRÃO ................................................................................................ 22 ANÁLISE DA POSTURA .......................................................................................... 22 ALTERAÇÕES POSTURAIS .................................................................................... 30 ESCOLIOSE ............................................................................................................ 30 HIPERCIFOSE DORSAL ......................................................................................... 47 DORSO PLANO ....................................................................................................... 50 HIPERLORDOSE LOMBAR ..................................................................................... 51 ACHATAMENTO LOMBAR ...................................................................................... 52 POSTURA – ACHATAMENTO LOMBAR ................................................................. 53 TRATAMENTO CONSERVADOR PARA DESVIOS ANTEROPOSTERIORES ....... 54 CORRETOR POSTURAL......................................................................................... 54 MÉTODO MÉZIÈRES – INÍCIO DO CONCEITO DE CADEIAS MUSCULARES ...... 55 FRANÇOISE MÉZIÈRES ......................................................................................... 55 PRECURSORES DAS CADEIAS MUSCULARES ................................................... 57 GODELIEVE DENYS STRUIF ................................................................................. 58 LEOPOLD BUSQUET .............................................................................................. 59 DEFINIÇÃO DE CADEIAS MUSCULARES .............................................................. 60 MÉTODO RPG (REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL) ......................................... 60 POMPAGENS .......................................................................................................... 65 APONEUROSE SUPERFICIAL ................................................................................ 65 CADEIA PROFUNDA CERVICOTORACOABDOMINAL .......................................... 66 OBJETIVOS DA POMPAGE .................................................................................... 67 POMPAGENS PREPARATÓRIAS ........................................................................... 68 AVALIAÇÃO DE ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DAS CADEIAS .................. 70 4 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS ANTERIORES ............................................. 70 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS POSTERIORES ........................................... 73 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO .......... 74 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTEROINTERNA DO OMBRO ................................................................................................................................. 77 AVALIAÇÃO POSTURAL ......................................................................................... 79 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO POSTURAL .......................................................... 79 HISTÓRIA CLÍNICA ................................................................................................. 79 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DAS POSTURAS .................................................... 90 RELAÇÃO POSTURA X MORFOTIPOLOGIA ......................................................... 91 POSTURAS ............................................................................................................. 92 POSTURA PARA CORREÇÃO DA CADEIA INSPIRATÓRIA .................................. 92 POSTURAS EM FECHAMENTO ............................................................................. 93 POSTURA RÃ NO AR .............................................................................................. 94 POSTURA SENTADA .............................................................................................. 96 INDICAÇÃO - POSTURAS COM BRAÇOS AO LONGO DO CORPO ................... 105 INDICAÇÃO - POSTURA COM BRAÇOS EM ABDUÇÃO ..................................... 105 RESULTADOS EM REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL.................................... 105 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 109 5 REVISÃO ANATÔMICA DA COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral constitui o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo a oferecer a resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade necessária a movimentação do tronco. Assim, ela protege a medula espinhal do sistema nervoso central que está alojada no seu interior, serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, permite movimentos entre as diversas partes do tronco e dá fixação a numerosos músculos. Sua função principal, entretanto, é suportar o peso da maior parte do corpo e transmiti-lo, por meio da articulação sacroilíaca, para os ossos do quadril. A coluna vertebral é constituída de 33 peças esqueléticas – as vértebras, colocadas umas sobre as outras no sentido longitudinal, de modo a formar um conjunto que se estende pela nuca, tórax, abdome e pelve, onde reconhecemos sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas. Por ser um suporte de peso, a parte anterior das vértebras, corpo vertebral, aumento de volume da porção cervical a lombar, uma vez que as vértebras inferiores têm sobrecarga de peso, quando comparadas às vértebras superiores. FIGURA DA COLUNA VERTEBRAL https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema- esqueletico/coluna-vertebral/ https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/ https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/ 6 Encontramos entre os corpos vertebrais, um disco intervertebral, fibrocartilaginoso, depressível, capaz de absorver os aumentos de pressão numa súbita sobrecarga da coluna e conferir mobilidade entre vértebras adjacentes. Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Apresenta curvaturas no sentido anteroposterior, indispensáveis para a manutenção do equilíbrio e da postura ereta. VÉRTEBRAS Embora as vértebras de cada uma das porções da coluna tenham suas características particulares, todas possuem uma estrutura básica, comum. Cada vértebra é constituída por um anel ósseo que circunda um forame (forame vertebral), que pode ser considerado como canal vertebralonde se aloja a medula espinhal. A parte anterior do anel é o corpo da vértebra. A parte posterior do anel, denominado arco vertebral, consiste de um par de pedículos e um par de lâminas. Os pedículos projetam-se posteriormente da parte superior do contorno posterior do corpo da vértebra e se unem com as lâminas formando o processo espinhoso. No ponto de fusão dos pedículos com as lâminas projetam-se três processos adicionais com direções diferentes: • Lateralmente: processo transverso; • Cranialmente: processo articular superior; 7 • Caudalmente: processo articular inferior. Estes dois últimos processos apresentam uma faceta articular. FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Vértebras cervicais A 1ª e a 2ª vértebras cervicais (C1 e C2) são consideradas atípicas e denominadas respectivamente, atlas e áxis. As quatro seguintes (C3, C4, C5, C6) são consideradas típicas, com a sétima (C7), embora apresente uma particularidade, é chamada de vértebra proeminente. Vértebras torácicas Embora as vértebras T1, T9, T10, T11 e T12 possam apresentar alguns acidentes que as distinguem das demais vértebras torácicas, estas diferenças não são de grande importância. É evidente que a primeira vértebra torácica assemelha-se a última cervical, assim como as últimas torácicas podem apresentar alguns aspectos encontrados nas vértebras lombares. Porém, as particularidades das vértebras torácicas em geral são: articula-se com as costelas; os processos espinhosos são mais inclinados e as facetas articulares situam-se principalmente em um plano frontal. Vértebras lombares As vértebras lombares (L1, L2, L3, L4, L5) são as mais volumosas da coluna vertebral, com corpo reniforme; os processos espinhosos são mais curtos e 8 quadriláteros situando-se no mesmo plano horizontal do corpo vertebral, e as facetas articulares estão situadas em plano anteroposterior. Vértebras sacrais No adulto, ocorre a fusão das cinco vértebras sacrais que diminuem no sentido craniocaudal, formando o sacro. Deste modo, é um osso triangular recurvo, de base superior e ápice inferior, com concavidade anterior. Situa-se em cunha entre os ossos do quadril e fecha posteriormente a cintura pélvica. Cóccix Deriva-se da fusão de três ou quatro peças coccígeas, constituindo um osso irregular, afilado, que representa o vestígio da cauda no extremo inferior da coluna vertebral. Articula-se com o sacro por meio de um disco intervertebral. DISCOS INTERVERTEBRAIS Os discos intervertebrais situam-se entre os corpos das vértebras, promovendo união, alinhamento e certa mobilidade de vértebras vizinhas. São coxins compressíveis de fibrocartilagem que absorvem as forças de tração muscular, gravidade e carga. Cada disco apresenta duas partes: uma periférica, o ânulo fibroso e uma interna, o núcleo pulposo, suficientemente elástico para atuar como amortecedor dos choques de compressão. 9 FONTE: Sobotta: Atlas de anatomia humana, 2002. ARTÉRIAS ESPINHAIS A união de dois pequenos ramos das artérias vertebrais formam a artéria espinhal anterior. A artéria espinhal anterior percorre a extensão da medula espinhal na fissura mediana posterior e supre os dois terços anteriores da medula espinhal. O calibre dessa artéria varia de acordo com sua proximidade de uma artéria radicular magna e geralmente é menor na região de T4 a T8 da medula. As artérias espinhais posteriores originam-se como pequenos ramos das artérias vertebrais ou das artérias cerebelares inferiores posteriores e frequentemente apresentam anastomoses entre si e com a artéria espinhal anterior. LIGAMENTOS A função principal dos ligamentos é unir e manter as vértebras em alinhamento. Os ligamentos posteriores ao eixo do movimento limitam a inclinação para frente (flexão) dos segmentos vertebrais. Os ligamentos sujeitos às maiores sobrecargas na inclinação anterior são os ligamentos interespinhosos e supraespinhoso. Os ligamentos capsulares, ligamento amarelo e ligamento longitudinal posterior também ficam tensos e estabilizam a coluna no final da amplitude de flexão. O ligamento longitudinal anterior limita a inclinação para trás. Os ligamentos intertransversos colaterais, assim como o ligamento amarelo e os capsulares limitam a inclinação lateral. 10 FÁSCIAS TORACOLOMBARES A fáscia toracolombar consiste de três camadas de fáscias e aponeurose de vários músculos – o grande dorsal, serrátil posterior inferior, oblíquos internos e abdominais transversos. A camada posterior da fáscia insere-se nos processos espinhosos e cobre os músculos da coluna. A camada média é posterior ao quadrado lombar e insere-se nas pontas dos processos transversos e ligamentos intertransversos. Esta com a camada posterior envolve os músculos eretores da espinha. A camada anterior é uma lâmina final anterior ao quadrado lombar e insere-se na face anterior dos processos transversos e ligamentos intertransversos. FIGURA DA FÁSCIA TORACOLOMBAR FONTE: Kisner; Colby: Exercícios terapêuticos – fundamentos e técnicas, 1996. A fáscia toracolombar reforça todo sistema ligamentar posterior através da orientação de suas fibras e inserções na coluna lombar e região pélvica. A tensão passiva na camada posterior da fáscia ocorre com a inclinação para frente da coluna lombar sobre a pelve ou com a inclinação posterior da pelve. A tensão suporta a vértebra lombar inferior através da estabilização contra os movimentos de flexão. Sua função principal é de prover estabilidade e suporte à coluna lombar, à medida que funciona na dinâmica do tronco em conjunção com suas inserções musculares. FIGURA DA COLUNA LOMBAR 11 FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. FUNÇÃO MUSCULAR Os músculos do pescoço e tronco agem primariamente como estabilizadores da coluna vertebral na postura ereta. Eles são o controle dinâmico contra as forças da gravidade à medida que o peso de vários segmentos transfere-se para longe da base de suporte. Quando a linha da gravidade transfere-se para frente, o controle é feito pelos músculos extensores. Eles são o grupo eretor da coluna e os músculos cervicais posteriores, incluindo o trapézio superior. Quando este deslocamento transfere-se para trás, o controle é feito pelos músculos flexores, que são os músculos abdominais, intercostais, o longo da cabeça, o longo do pescoço, o reto da cabeça, psoas maior, escaleno anterior e o esternocleidomastóideo. Quando o deslocamento é lateral, os músculos contralaterais proveem o controle. Eles incluem o psoas maior, o quadrado lombar, os escalenos, o esternocleidomastóideo, o eretor da espinha, os oblíquos interno e externo e os músculos intercostais. É necessária pouca atividade muscular para manter a postura ereta, mas com relaxamento total dos músculos as curvaturas espinhais se tornam exageradas e as estruturas passivas de sustentação são requisitadas para manter a postura. 12 Planos musculares Plano Profundo: responsáveis pela manutenção do alinhamento das vértebras. a) Músculos interespinhal: são pouco desenvolvidos na região torácica ou mesmo inexistentes nesta região. Unem os processos espinhosos das regiões cervicais e lombares; b) Músculos intertranversais: só estão presentes na região cervical e lombar. Estes músculos unem os processos transversos adjacentes; c) Músculos rotadores: originam-se nos processos transversos e se dirigem medial e superiormente para se fixarem na lâmina da vértebra supraadjacente. Existem nas três regiões da coluna; d) Músculos levantadores das costelas: só existem na região torácica. Têm origem nos processos transversos e prendem-senas costelas supraadjacentes. IMAGEM DOS MÚSCULOS INSERIDOS NO PLANO PROFUNDO FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Plano Intermédio: Este plano cobre o plano profundo e suas fibras em disposição bastante complicadas, com maior grau de fusão. Também chamados de complexo transverso espinhal. 13 a) Músculo Multifídio: é mais espesso na região lombar e termina na região cervical. É constituído por muitos feixes musculares, sem divisão clara e por esta razão, tem sido descrito como músculo único. Os feixes se originam do sacro e de todos os processos transversos, dirigindo-se cranial e medialmente para se inserirem nos lados dos processos espinhosos das vértebras, de L5 até o áxis; b) Músculo Semiespinhal do tórax: situa-se nos dois terços craniais do segmento torácico, estendendo-se dos processos transversos das seis vértebras torácicas inferiores aos processos espinhos das vértebras superiores e cervicais inferiores; c) Músculo Semiespinhal do pescoço: mesma disposição do semi espinhal do tórax, originando-se dos processos transversos das seis vértebras torácicas superiores e se insere nos processos espinhosos da 3ª até a 5ª vértebra cervical; d) Músculo Semiespinhal da cabeça: é a parte mais alta do complexo transverso-espinhal, estendendo-se de processos transversos cervicais à parte medial da linha nucal superior do occipital. IMAGEM DOS MÚSCULOS DO PLANO INTERMÉDIO FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Plano Superficial: Este plano constitui a camada mais lateral e superficial dos músculos pós-vertebrais. Também chamados de complexo sacroespinhal. a) Músculo Iliocostal: três porções: iliocostal lombar, iliocotal torácico e iliocostal cervical; 14 b) Músculo Dorsal Longo: três porções: longuíssimo do tórax, longuíssimo do pescoço e longuíssimo da cabeça; c) Músculo Espinhal: três porções: espinhal do tórax, espinhal do pescoço e espinhal da cabeça; d) Músculo Esplênio do Pescoço: ascende lateralmente dos processos interespinhos torácicos superiores aos processos transversos cervicais inferiores; e) Músculo Esplênio da Cabeça: estende-se dos processos espinhosos cervicais inferiores e ligamento nucal ao processo mastoide do temporal. FIGURA DOS MÚSCULOS DO PLANO SUPERFICIAL FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL A biomecânica lida com os movimentos e a cinesiologia, considerando a anatomia em relação aos movimentos do corpo. O conhecimento sobre a biomecânica é importante para a compreensão do desenvolvimento e para o tratamento das deformidades vertebrais. A translação e o movimento linear ocorrem sobre um único eixo, mas a rotação ocorre sobre o eixo longo de uma estrutura ou sobre seu centro de rotação. Na coluna 15 vertebral, frequentemente, esses movimentos são associados, por exemplo: movimentos laterais de coluna são acompanhados de um movimento rotacional. Já quando ocorre falha nos mecanismos estabilizadores da coluna, ocorrerão possíveis deformidades vertebrais levando a alterações do eixo e comprimento da coluna vertebral. A seguir estudaremos os movimentos funcionais, as curvaturas normais e patológicas da coluna vertebral. MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL Os movimentos da coluna são, em geral, o somatório de pequenos movimentos de vértebras adjacentes, resultando em ampla extensão da mobilidade da coluna como um todo. Flexão A flexão da coluna requer o relaxamento do ligamento longitudinal anterior e o estiramento dos ligamentos supraespinhal, infraespinhal e ligamento posterior. Na flexão, a cabeça e o tronco movem-se em direção anterior. Na parte superior das costas, a coluna normalmente se curva convexamente para trás. A flexão aumenta essa curva, resultando em um arredondamento da parte superior das costas. Em virtude do tamanho dos corpos vertebrais e da presença das costelas, ela será reduzida no segmento torácico da coluna. A flexão, pela inclinação da cabeça para frente, geralmente resulta apenas em retificação da coluna cervical. Semelhantemente, na região lombar, a coluna curva-se convexamente para frente, retificando-se, e a região mostra-se plana. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 40° - FLEXÃO CERVICAL 16 FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 105° E LOMBAR: +/- 60° - FLEXÃO DO TRONCO FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. Extensão A extensão da coluna estira o ligamento longitudinal anterior e relaxa os ligamentos posteriores. Na extensão da coluna, a cabeça e o tronco movem-se em direção posterior. Seria uma flexão posterior. No pescoço e região lombar, a extensão resulta em um aumento nas curvaturas normais à medida que a coluna vertebral dobra-se para trás. Já na região torácica superior e média ela resulta em uma diminuição da curva normal e retificação da coluna, de vez que esta parte não se dobra para trás onde a grande inclinação dos processos espinhosos bloqueia o movimento. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 75° - EXTENSÃO CERVICAL 17 FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 60° E LOMBAR: +/- 35° - EXTENSÃO DO TRONCO FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. Flexão lateral A flexão lateral não é um movimento puro, pois ocorre em concordância com elementos de rotação em alguns segmentos da coluna. O alcance deste movimento é limitado pelos ligamentos circunjacentes. Pode ser à direita ou à esquerda. É o mais limitado dos movimentos cervicais, ampliando-se quando conjugada a rotação de cabeça. É máxima no segmento lombar da coluna e reduzida no segmento torácico. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 35° 18 FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA E LOMBAR: +/- 20° CADA SEGMENTO FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. Rotação Resulta da soma de pequenas torções entre vértebras adjacentes, permitidas por seus discos intervertebrais e a natureza das respectivas articulações sinoviais. Em movimentos combinados a rotação amplia-se. No segmento cervical, ela é máxima quando combinada com flexão lateral. Existe na região torácica, mas é mínima na lombar. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 50° 19 FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 35° E LOMBAR: +/- 5° FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL 20 As curvas normais da coluna consistem em uma curvatura convexa anterior no pescoço (região cervical), convexa posterior na coluna superior (região torácica), convexa anterior (região lombar) e levemente convexa posterior na região sacral. Essas podem ser descritas como leve extensão do pescoço, leve flexão da coluna superior e leve extensão da coluna inferior. FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. As curvaturas anteriores (cervical e lombar) são denominadas lordoses, embora algumas fontes usem lordose para denominar condições anormais como hiperlordose lombar. As curvaturas posteriores (torácica) são denominadas cifoses. Postura cifótica refere-se a uma curvatura excessiva na coluna torácica. A linha da gravidade transecciona as curvaturas vertebrais, que são equilibradas anteriormente e posteriormente. Quando existe uma curvatura normal na coluna inferior, a pelve se acha em posição neutra. As proeminências ósseas na frente da pelve se acham no mesmo plano vertical, indicando que a pelve está em posição neutra. Qualquer desvio de uma parte da coluna vertebral resulta em alteração em outra parte para compensar e manter o equilíbrio.POSTURA Postura é uma posição ou atitude do corpo. Da mesma forma entende-se por postura o arranjo relativo das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma maneira característica de alguém sustentar seu corpo. 21 A postura corporal envolve conceito de equilíbrio, coordenação neuromuscular e adaptação que representa um determinado movimento corporal, e as respostas posturais automáticas são dependentes do contexto, ou seja, elas são ajustadas para ir de encontro às necessidades de interação entre os sistemas de organização postural (equilíbrio, neuromuscular e adaptação) e o meio ambiente. O controle da postura não está simplesmente baseado em um conjunto de respostas reflexas ou em uma resposta pré-programada acionada por um desequilíbrio. O controle da postura é uma característica adaptável ao sistema motor, que se baseia na interação entre o estímulo aferente e a resposta eferente (ENOKA, 1995). Para avaliar e tratar problemas posturais é necessário uma compreensão de princípios básicos relacionados ao alinhamento, articulações e músculos, como já estudados anteriormente. As estruturas inertes que suportam o corpo são ligamentos, fáscias, ossos e articulações, enquanto que os músculos e suas inserções tendíneas são as estruturas dinâmicas que mantêm o corpo em uma postura ou o movimentam de uma postura para outra. A gravidade sobrecarrega as estruturas responsáveis por manter o corpo em postura ereta. Normalmente, a linha da gravidade passa através das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e elas são equilibradas. Se o peso em uma região desloca-se para longe da linha da gravidade, o restante da coluna compensa para recuperar o equilíbrio. FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. 22 POSTURA PADRÃO O alinhamento esquelético ideal usado como padrão é consistente com princípios científicos válidos e envolve uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, conduzindo a eficiência máxima do corpo. A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas. Minimizando o stress e a sobrecarga sofrida pelo sistema de apoio através dos efeitos da gravidade. A postura adequada é aquela que o indivíduo, em posição ortostática, exige um pequeno esforço da musculatura e dos ligamentos para manter-se nesta posição, de tal modo que seja facilitado o equilíbrio estático. Na postura adequada, a coluna apresenta as curvaturas normais e os ossos dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação do peso. A posição “neutra” da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco e dos membros inferiores. O tórax e coluna superior ficam em uma posição que favorece a função ideal dos órgãos respiratórios. A cabeça fica ereta em uma posição bem equilibrada que minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical. ANÁLISE DA POSTURA A análise da postura envolve a identificação e a localização dos segmentos corpóreos relativos à linha de gravidade. Vista lateral Para visualizarmos uma postura na posição em pé, na vista lateral, utilizamos um fio de prumo para representar uma linha de referência. O fio de prumo é uma linha com um peso preso na ponta para prover uma linha absolutamente vertical para medir desvios. É usado para determinar se os pontos de referência da pessoa que está sendo testada estão no mesmo alinhamento que os pontos correspondentes à postura padrão. Os pontos que coincidem com a linha de referência (prumo) do alinhamento ideal (postura padrão) na vista lateral estão relacionados abaixo: 23 • Levemente posterior ao ápice da sutura coronal; • Meato auditivo externo; • Corpos das vértebras cervicais; • Articulação do ombro; • Corpo das vértebras lombares; • Levemente posterior ao eixo da articulação do quadril; • Levemente anterior ao eixo da articulação do joelho; Levemente anterior ao maléolo lateral. VISTA LATERAL FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. 24 Vista posterior Para visualizarmos a vista posterior, a linha de referência vertical divide o corpo em secções direita e esquerda. Na vista posterior, o eixo referência fica a meio caminho entre os calcanhares e representa o ponto básico do plano médio sagital do corpo em alinhamento ideal. VISTA POSTERIOR FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. EQUILÍBRIO O sistema vestibular tem um papel importante na manutenção do equilíbrio, com interação com o sistema nervoso central, por meio das fibras nervosas aferentes que provêm das cristas ampulares ou das máculas otolíticas, que atingem a cavidade craniana pelo meato acústico interno, onde se encontram os corpos celulares bipolares formando o gânglio de Scarpa (ou gânglio Vestibular), são essas fibras que 25 vão formar a porção vestibular do oitavo par de nervos craniano (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994). O equilíbrio corporal postural, também, está fundamentado nas relações provenientes das vias aferentes (vias auditivas e vias vestibulares) através do VIII par de nervos craniano chamado vestíbulococlear, relacionado respectivamente com o equilíbrio e a audição, dois fatores fundamentais para se trabalhar com as questões posturais (BANKOFF et al., 1992). FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Segundo Rebelatto, o equilíbrio corporal é um processo complexo envolvendo a recepção e a integração de estímulos sensoriais. O planejamento e a execução de movimentos para controlar o centro de gravidade sobre a base de suporte é realizado pelo sistema de controle postural, que integra informações do sistema vestibular, dos receptores visuais e do sistema somatosensorial. O posicionamento dos segmentos corporais em relação ao ambiente e a outros segmentos é fornecido pelo sistema sensorial, enquanto o sistema motor ativa, correta e adequadamente, os músculos para realização do movimento. Já o sistema nervoso central conecta as informações advindas do sistema sensorial para enviar os impulsos nervosos aos músculos (REBELATTO; CASTRO; SAKO; AURICHIO, 2008). Os reflexos de endireitamentos utilizados para a manutenção da postura se constituem importantes para que possamos entender a complexidade da postura corporal tendo em vista ser um trabalho integrado e simultâneo na postura corporal. 26 Se em algumas situações esta integração for interrompida, consequentemente algo acontecerá, como por exemplo: quando perdemos a sequência lógica de passos numa caminhada, quando erramos os passos numa dança em relação ao ritmo; quando perdemos o equilíbrio e tropeçamos, e outros fatores; tudo isso se constitui pela interrupção momentânea no circuito integrado destes reflexos posturais. Estes reflexos de endireitamentos labirínticos – os que atuam sobre a cabeça, pescoço, corpo e os ópticos – estão situados na parte ventral do mesencéfalo, situado em frente ao terceiro par de nervos cranianos. Pouco se sabe a respeito do meio pelo qual esses reflexos contribuem para proporcionar uma postura corporal ereta e de equilíbrio, porém, sabemos o quanto eles são importantes (BANKOFF et al., 1992; DI GRAZIA, 2003; BEKEDORF, 2003; DI GRAZIA, BANKOFF, 2005). Na posição ereta, 25% do peso do corpo são distribuídos para cada calcâneo e 25% para a cabeça dos cinco metatarsos de cada pé; na proporção de cerca de uma parte para o metatarso I e 2,5 partes para os metatarsos II a V. A maior parte da tensão no arco longitudinal é suportada pelos ligamentos plantares. Somente cerca de 15% a 20% da tensão são suportadas pelos músculos tibiais posterior e fibular. Quando o corpo está na ponta de um pé, a tensão no arco é aumentada quatro vezes. O equilíbrio postural atua continuamente durante as mudanças de posição. Ou seja,na situação que o indivíduo encontra-se estático, o controle corporal atua de uma determinada maneira e em situação dinâmica, atua de outro modo. • Equilíbrio estático: a base de suporte se mantém fixa enquanto o centro de massa corporal se movimenta. Neste caso, o senso de equilíbrio deve manter o centro de massa corpórea dentro da base de suporte; • Equilíbrio dinâmico: tanto o centro de massa quanto a base de suporte se movimentam. O centro de massa jamais se alinha à base de suporte durante a fase de apoio unipodal do movimento. CONSEQUÊNCIAS DAS POSTURAS ESTÁTICAS A utilização de posturas equivocadas durante as atividades que realizamos frequentemente pode levar a uma aceleração do processo de desgaste sofrido pelo aparelho locomotor. As posturas estáticas favorecem o encurtamento e/ou enfraquecimento de importantes grupos musculares. A falta de atividade física pode, em longo prazo, 27 proporcionar uma somatória de efeitos negativos até o surgimento de problemas mais graves para a postura. As más posturas são mais prejudiciais para a vida de pessoas pouco ativas e para indivíduos que possuem profissões que não exigem esforços físicos (ACHOUR JÚNIOR,1996). A seguir, apresentamos alguns exemplos de posturas estáticas: FONTE: Disponível em: < bloglsd.blogspot.com>. Acesso em: 17.12.2009 FONTE: Arquivo pessoal. 28 Posturas estáticas podem solicitar constantemente ou deficitariamente o recrutamento de alguns grupos musculares produzindo encurtamentos musculares (pelo excesso de exigência). Em geral, atividades estáticas causam enfraquecimento pela deficiência de atividade. A manutenção de um grupo muscular encurtado aumenta a estimulação dos músculos agonistas tornando-os mais rígidos. Agonistas mais rígidos provocam simultaneamente maior enfraquecimento de seus antagonistas. A permanência de posturas por tempo prolongado prejudica o processo de entrada e saída de nutrientes para o interior do disco intervertebral, favorecendo o desgaste precoce destas estruturas, uma vez que são estruturas avasculares (NACHEMSON, 1990). Sendo assim, em qualquer circunstância, devemos procurar impedir o encurtamento do sistema muscular e observarmos as posturas cotidianas para as ações motoras exercidas. Esta medida pode reduzir os sintomas de dor localizada na coluna vertebral ou em outros segmentos corporais provocados pelo encurtamento musculoarticular. DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CORPORAL Schilder (1999) vê a imagem corporal como uma unidade que engloba os mais diferentes aspectos. A denominação “esquema corporal”, “modelo postural do corpo” e “imagem postural” são termos equivalentes que tratam de uma mesma realidade. A imagem corporal é formada por um complexo fenômeno humano que envolve aspectos afetivos, cognitivos, socioculturais e motores. A imagem corporal está relacionada ao conceito de si próprio e é influenciada pela integração entre o ser e o meio em que vive. O processo de construção/desenvolvimento da imagem corporal está associado às diversas fases da existência humana, às concepções determinantes da cultura e à sociedade em que o indivíduo está inserido. A imagem corporal sofre alterações, transformações e adaptações de acordo com o momento vivido e com as fases de desenvolvimento do indivíduo desde o seu nascimento até a morte. 29 É através do movimento que desenvolvemos e adquirimos uma nova imagem corporal correta, que depende da realização de um trabalho de reprogramação sensorial, utilizando elementos de estimulação estática e dinâmica, desenvolvendo estímulos aferentes de diversas características. O movimento é essencial para o reconhecimento e construção da imagem corporal e, ao mesmo tempo, a cada instante em que nos movemos estamos modificando nossa imagem corporal. PROPRIOCEPÇÃO As informações proprioceptivas constituem papel importante para a manutenção do equilíbrio corporal, pois as mesmas fornecem dados sobre a posição relativa das várias partes do corpo que serão captadas pelos receptores nas cápsulas articulares e também os impulsos de exteroceptores cutâneos, especialmente os de tato e pressão. Por exemplo: o cerebelo, a substância reticular e núcleos vestibulares do tronco cerebral determinam ajustes adequados nos músculos posturais quando recebem as informações de angulação de tórax ou no abdome, ajustando adequadamente a postura. Como mencionado, as sensações exteroceptivas também são importantes na manutenção do equilíbrio. As sensações de pressão provenientes dos pés podem dar informações quanto ao peso distribuído proporcionalmente ou com relação ao posicionamento. Quando uma pessoa projeta seu corpo para frente, durante uma corrida, é o resultado dos ajustes de manutenção do equilíbrio que ocorre devido à pressão do ar contra a parte anterior do seu corpo mostrando que a força se opõe ao corpo em uma direção diferente da que é causada pela força gravitacional. O sistema vestibular é quem comanda o equilíbrio, e sendo assim, a informação proprioceptiva mais importante e necessária à manutenção do equilíbrio é proveniente dos receptores articulares do pescoço. Se a cabeça é inclinada em determinada direção, ou rotação do pescoço, faz com que o sistema vestibular provoque uma sensação de desequilíbrio. Isto ocorre, pois, os receptores transmitem sinais opostos aos sinais transmitidos pelo sistema vestibular. 30 Já os impulsos provenientes do sistema vestibular não são opostos aos que se originam nos proprioceptores do pescoço, deste modo, quando todo o corpo se desvia em uma determinada direção, a pessoa perceberá uma alteração de equilíbrio de todo o corpo. ALTERAÇÕES POSTURAIS ESCOLIOSE A escoliose é uma curvatura lateral da coluna. Como a coluna vertebral não pode inclinar-se lateralmente sem também fazer rotação, a escoliose envolve tanto flexão lateral quanto rotação, ocorrendo geralmente nas regiões torácicas e lombares. Quando ocorre esta alteração lateral da coluna, as forças de torção e lateralização se somam às forças compressivas, levando à descompensação do tronco e, consequentemente, à piora da escoliose. A progressão da escoliose depende da ação da gravidade e da qualidade muscular acometida. ALINHAMENTO IDEAL – DESALINHAMENTO (ESCOLIOSE) FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. 31 Na imagem de escoliose em vista posterior, observa-se o desvio do eixo longitudinal da coluna. Quanto à relação estrutural as escolioses podem ser divididas em: • Escoliose não estrutural: esta escoliose corrige-se nas radiografias em supinação com inclinação lateral ou com radiografias sob tração; • Escoliose estrutural: consiste em uma curvatura lateral fixa com rotação. Este tipo de escoliose não se corrige nas radiografias de lateralização forçada na posição supina, portanto sem flexibilidade. Conforme conceito de alguns autores, escoliose estrutural é caracterizada pela rotação do corpo da vértebra. As curvas espinhais evoluem em direção lateral e são acompanhadas por um padrão de deformidade rotatório. Na coluna torácica, a ligação costal às vértebras resulta em deformidade do gradeado costal. A rotação do corpo vertebral está relacionada com a convexidade e a concavidade da curva. Devido à rotação e inclinação que as vértebras sofrem, os músculos da concavidade estão sempre encurtados e os da convexidade estão sempre alongados. A magnitude desta alteração postural pode ser classificada em: leves, moderadas e graves, dependendo do grau de acometimento. A localização da escoliose é caracterizada conforme o local onde se encontra o ápice da curvatura. Tipos de escoliose a) Idiopática: é o tipo de escoliose que possui predisposiçãogenética e é a mais comum escoliose estrutural. Embora existam várias teorias etiológicas sua causa permanece desconhecida. EXEMPLO DE ESCOLIOSE IDIOPÁTICA 32 FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. b) Paralítica: é relacionada a uma patologia de origem neuromuscular (poliomielite, paralisia cerebral, pós-paraplegias traumáticas, etc.). Não tem relação com o desenvolvimento esquelético, mas, sim, segue o curso da doença original, progredindo à medida que progride a paralisia da musculatura paraespinhal. EXEMPLO DE ESCOLIOSE PARALÍTICA 33 FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. c) Congênita: é uma paralisia associada principalmente à malformação vertebral e dos arcos costais. Estas malformações tornam-se evidentes no primeiro e segundo ano de vida. As anomalias mais graves que envolvem os elementos nervosos são a diastematomielia e disrafismo espinhal. Esta escoliose possui crescimento lento, suas curvaturas não crescem mais que cinco graus por ano. O aumento desta curvatura ocorre rapidamente durante o surto de crescimento da pré-adolescência. A escoliose congênita não progride após a puberdade. EXEMPLO DE ESCOLIOSE CONGÊNITA FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. d) Secundária à neurofibromatose: pertence a uma classificação a parte. São caracterizadas por neurofibromas cutâneos, histórico familiar autossômico dominante, manchas amarronzadas "café com leite" na pele e, eventualmente, pseudoartrose congênita da tíbia. A curvatura característica é torácica para o lado direito, rígida, de raio curto e bastante progressiva. EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA À NEUROFIBROMATOSE 34 FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. e) Secundária à assimetria de membros inferiores: diferença de comprimento de membros inferiores por causas diversas. EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA A ASSIMETRIA DE MEMBROS 35 FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. f) Antálgica: alteração postural relacionada com sintomas dolorosos em relação a processos tumorais ou hérnias discais. Esta alteração pode ser corrigida quando cessar a causa da dor. As dores posturais estão relacionadas a posturas inadequadas crônicas. EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA À ASSIMETRIA DE MEMBROS FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. Sintomatologia A principal queixa é a deformidade em si ou a queixa de dor. As curvas na região torácica produzem logo uma assimetria do gradil costal, fazendo com que o diagnóstico seja mais precoce. Nas crianças, as deformidades em geral não causam dor, o que ocorrem geralmente com os adultos. O quadro álgico do adulto apresenta caráter funcional ou secundário a fenômenos degenerativos. Ao depararmos com um quadro doloroso e apresentando deformidade, devemos ficar atentos para patologias do tipo espondilólise ou listese, tumores ósseos ou medulares, doenças inflamatórias, hérnias discais, entre outras. No caso da queixa principal ser de caráter neurológico, devemos questionar se são sensitivas ou motoras e observar se estão associadas com alterações de equilíbrio. 36 Nas deformidades paralíticas, é importante sabermos a etiologia, evolução e patologias associadas (principalmente esfincterianas). Avaliação A escoliose pode ser classificada através de critérios clínicos radiológicos segundo alguns aspectos: a altura da localização do aumento de curvatura na coluna vertebral (levando em conta a vértebra-ápice), a lateralidade do desvio, a etiologia e a quantidade de curvas existentes na curvatura principal. A avaliação clínica é de grande importância para se chegar a um correto diagnóstico e prognóstico. A avaliação musculoesquelética em casos de escoliose deve incluir: • Testes de alinhamento postural: este teste pode ser realizado tanto com fio de prumo quanto segmentares observando a vista posterior, lateral e anterior. Observa-se se a escoliose é à direita, à esquerda ou ambas. Outro fator importante a ser analisado é se a escoliose é em forma de S (curvando-se para ambos os lados) ou em C (predomínio de um hemi lado). AVALIAÇÃO POSTERIOR DA ESCOLIOSE - DIREITA OU A ESQUERDA, EM S OU C FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. 37 • Testes musculares: devemos observar o comprimento muscular dos seguintes músculos: flexores de quadril, isquiotibiais, inclinação anterior para músculos posteriores, tensor da fáscia lata, redondos e latíssimo do dorso. A força muscular também deve ser avaliada, como: extensores da coluna, abdominais superiores e inferiores, tronco lateral, flexores e extensores do quadril, adutores e abdutores do quadril e trapézio médio e inferior. Uma parte essencial do exame é a observação da coluna durante o movimento. Um dos testes mais conhecidos para a avaliação da escoliose é o “Teste de Adam”. Este teste consiste em o fisioterapeuta se postar em pé, atrás do paciente, e solicitar ao mesmo que se incline para frente, e logo em seguida retornar lentamente à posição ereta. Por meio deste método verifica-se a presença de gibosidade que ocorre devido à presença de rotação nas vértebras. A gibosidade consiste em uma deformidade rotacional que altera o gradil costal e é evidenciada pela protusão do mesmo, na região posterior do tronco, do lado da convexidade. REALIZAÇÃO DO TESTE DE ADAM – VERIFICAÇÃO DE GIBOSIDADE FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. Exames complementares • Raio X: auxilia na determinação das curvaturas com relação ao seu eixo e seu potencial de progressão; deve ser realizado nos planos lateral e frontal. Alguns autores propõem que as radiografias frontais sejam realizadas posteroanterior para que as mamas recebam uma radiação menor. 38 Um detalhe importante e curioso é que as radiografias devem ser lidas na posição posteroanterior (padrão internacional), ou seja, o contrário do raio X clínico. RADIOGRAFIA EVIDENCIANDO ESCOLIOSE TORÁCICA À ESQUERDA FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. Através dos exames complementares, pode ser determinado o grau de deformidade da escoliose através da técnica de medição do ângulo de Cobb. A determinação deste grau auxilia na verificação da inclinação da curvatura e no acompanhamento periódico desta alteração postural. Para a medição do ângulo de Cobb procura-se a vértebra inicial e final, que são aquelas com maior angulação em direção ao lado da escoliose. Depois disso, traça- se uma linha paralela ao platô vertebral superior da vértebra inicial e uma linha paralela ao platô inferior da vértebra final. Teremos, assim, duas linhas que se aproximam uma da outra. O ângulo de Cobb, entretanto, não será feito diretamente entre essas linhas, e sim, entre duas linhas traçadas perpendiculares a elas. Por definição, teremos uma escoliose com ângulo superior a 10 graus. MEDIDAS DO ÂNGULO DE COBB 39 FONTE: Arquivo pessoal EXEMPLO DA MEDIÇÃO EM UMA RADIOGRAFIA FONTE: Arquivo pessoal 40 Curiosidade: em indivíduos destros observa-se uma leve curvatura em S para a direita na região torácica e a esquerda na lombar, ou uma leve curvatura em C para a esquerda na transição toracolombar. • Tomografia computadorizada: é importante na avaliação de deformidades congênitas e em casos de escolioses associadas com quadros dolorosos. A tomografia pode demonstrar patologias do tipo hérnias discais ou tumores benignos, como osteomas. • Ressonância magnética nuclear: tem superado as tomografias nas patologias vertebrais. É importante ressaltar sua disponibilidade limitada devido aoseu custo. • Este exame é necessário para determinar o posicionamento do cone medular. • Teste de função pulmonar: estes testes são úteis em deformidades graves nas quais o risco cirúrgico é muito grande, ou nas deformidades neuromusculares em que a fraqueza muscular for importante, como nas miopatias. Tratamento conservador • Órteses: tem a função principal de manter as deformidades que suportam, com pouca ou praticamente nenhuma função de correção. A órtese mais utilizada é a de Milwaukee que consiste em um artefato que, exercendo uma tração contínua na coluna vertebral, promove uma melhora acentuada do desvio angular. A órtese é autorregulável, podendo ser ajustada à medida que o indivíduo cresce. Para a utilização deste artefato se faz necessário um preparo psicológico do paciente e, muito mais, dos familiares. COLETE DE MILWAUKEE 41 FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. Estes coletes são utilizados em casos de diagnóstico precoce e para pacientes infantis e juvenis com curvas consideradas progressivas. A indicação do uso de colete se faz necessário para impedir a progressão da deformação da coluna, acompanhada de educação corporal através de exercícios. Poderemos também utilizar o colete de Milwaukee em casos inoperáveis pelas condições físicas do paciente, proporcionando-lhe uma atitude mais ou menos correta para o crescimento da coluna vertebral. É necessário para sua eficiência períodos de utilização de até 22 horas por dia e que o paciente esteja em fase de crescimento musculoesquelético. Sendo indicado para crianças antes da puberdade, que apresentam escoliose de 20° a 40°, de forma torácica e toracolombar. As principais vantagens do colete de Milwaukee são: • Prevenir o aumento das curvas; • Diminuir a irregularidade das curvas; • Promover o alinhamento do tronco; • Não apresentar riscos apreciáveis ou contraindicações sérias; • Não causar sérios danos à pele; • Manter a coluna completamente imóvel. As contraindicações do colete de Milwaukee são: 42 • Curvas acima de 40°; • Lordose torácica; • Insuficiência pulmonar grave; • Deformidade grave das costelas; • Curva escoliótica rígida; • Paciente que não coopera; • Pais ou familiares indisponíveis; • Falta de um bom técnico ortopédico ou de um ortopedista competente; • Barreiras geográficas ou socioeconômicas. Os controles radiográficos são muito importantes com e sem aparelho, na evolução dos casos, até a estabilização da curvatura ao fim do crescimento. Existem também métodos corretivos com coletes gessados. Dos coletes gessados, o tipo de Risses é mais tradicional. Este promove a preparação do paciente para a correção cirúrgica ou fusão. Lembrando que existem vários outros tipos de coletes em ortopedia para o tratamento das escolioses. • Fisioterapia: o tratamento a ser instituído depende do grau da curva da escoliose, sua localização e de suas manifestações. Assim, as escolioses que causam perturbações respiratórias, que sejam geradoras de dores e incapacidades, bem como as que tenham tendência a um crescimento desenfreado da curva, são indicadas a tratamento cirúrgico. Em todos os casos de escoliose, é importante o diagnóstico precoce e a avaliação clínica completa e radiológica do paciente. O tratamento não significa envolver-se em um programa vigoroso de exercícios ativos, mas prescrever alguns poucos exercícios selecionados cuidadosamente que ajudem a estabelecer um senso cinestésico de bom alinhamento. A fisioterapia deve proporcionar orientações ao paciente sobre evitar posições habituais ou atividades que claramente conduzam ao aumento da curvatura. Mais adiante verificaremos a utilização da reeducação postural global aplicada às alterações na coluna vertebral. 43 Tratamento cirúrgico A principal função da cirurgia deve ser a de conter a evolução da deformidade e de estabilizar o tronco, podendo também corrigi-la. Ainda, pode ser indicada para tratar deformidades dolorosas, quando associadas a fenômenos degenerativos. As escolioses idiopáticas têm indicação cirúrgica quando há progressão da curva em pacientes jovens, apesar do tratamento conservador ou após o término do crescimento; por razões estéticas, por desequilíbrio de tronco e por dor, o que é raro. Geralmente são escolioses acima de 45 º. As escolioses congênitas devem ser operadas quando as curvas progridem. Em deformidades paralíticas, as intervenções podem incluir o sacro e por fim, nas escolioses dolorosas, deve-se inicialmente excluir a causa da dor. São indicações precisas para tratamento cirúrgico em escoliose de adultos: • Dores; • Aumento da deformidade; • Diminuição da capacidade pulmonar (insuficiência respiratória); • Problemas neurológicos (paralisias); • Problemas renais; • Deformidades estéticas progressivas; • Quando falham métodos conservadores e a curva progride. A cirurgia envolve uma fusão espinhal, na maioria dos casos, por via posterior, que apresenta menor morbidade. As técnicas mais utilizadas são: a de Harrington, que consiste na fixação em dois pontos nos extremos da haste, por meio de ganchos fixados nas vértebras neutras superior e inferior; e por meio de distração, corrigindo a deformidade, porém deve ser feito a utilização de imobilizações externas por períodos de até seis meses. 44 TÉCNICA DE HARRIGTON FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995. Outra técnica é a de Luque: consiste na passagem de fios de aço de cada lado da coluna amarrados a hastes de aço inoxidável, fixando-a. Não há necessidade de uso de fixador externo pós-cirúrgico. A) PACIENTE COM ESCOLIOSE IDIOPÁTICA B) RAIO X PRÉ-OPERATÓRIO FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003. 45 C) RAIO X PÓS-OPERATÓRIO (TÉCNICA DE LUQUE) D) APARÊNCIA DA PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (NOTAR AUSÊNCIA DE IMOBILIZAÇÃO EXTERNA) FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003. TÉCNICA DE LUQUE FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003. 46 A) ACENTUADA ESCOLIOSE NO PRÉ-OPERATÓRIO B) RAIO X PANORÂMICO ANTEROPOSTERIOR DA COLUNA VERTEBRAL MOSTRANDO O PADRÃO DA CURVA ESCOLIÓTICA DUPLA TORÁCICA E TORACOLOMBAR E A OBLIQUIDADE PÉLVICA NO PRÉ-OPERATÓRIO FONTE: ROSO et al: Surgical treatment of scoliosis in spinal muscular atrophy, 2003. A - ACENTUADA MELHORA DA ESCOLIOSE NO PÓS-OPERATÓRIO. RAIO X ANTEROPOSTERIOR DA COLUNA VERTEBRAL NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (TÉCNICA DE LUQUE-GALVESTON) E B) NO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO E C) MOSTRANDO A MELHORA DAS CURVAS TORÁCICA E TORACOLOMBAR E DA OBLIQUIDADE PÉLVICA 47 FONTE: ROSO et al: Surgical treatment of scoliosis in spinal muscular atrophy, 2003. Em ambas as técnicas cirúrgicas, o paciente apresentará uma artrodese (fixação rígida) no segmento fixado, restringindo assim a amplitude de movimento da coluna vertebral. HIPERCIFOSE DORSAL Também chamada de “dorso curvo”. Caracterizado por uma curvatura torácica aumentada, protração escapular (ombros curvos) e, geralmente uma protração da cabeça acompanhando. 48 POSTURA – HIPERCIFOSE DORSAL FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. EXEMPLO DE HIPERCIFOSE FONTE: Disponível em: <www.fisioterapiacientifica.blogspot.com>. Acesso em 18.12.2009 49 RAIO X – HIPERCIFOSE DE 50° FONTE: Disponível em: <www.fisioterapiacientifica.blogspot.com>. Em decorrência da inclinação pélvica que pode ser variável, em geral ocorre um deslocamento do segmento pélvico, anteriormente,resultando em extensão do quadril e deslocamento do segmento torácico, posteriormente, resultando em flexão do tórax na coluna lombar superior, aumento da lordose na região inferior e protusão da cabeça. Após períodos prolongados na posição em pé, geralmente assume-se um apoio assimétrico sendo que a maior parte do peso fica predominantemente sobre um dos membros inferiores, com mudanças periódicas do peso para o membro oposto. Os desequilíbrios musculares observados são: • Alongados e fracos: ✓ Flexores do pescoço; ✓ Músculos abdominais inferiores; ✓ Extensores da região torácica inferior; Flexores de quadril uniarticulares. • Curtos e fortes: ✓ Músculos abdominais superiores; ✓ Intercostal interno; ✓ Isquiotibiais; ✓ Músculos extensores lombares inferiores. 50 As causas comuns: é uma postura relaxada na qual os músculos não são usados para dar suporte, atitude assumida de desleixo contínuo, fadiga, fraqueza muscular ou ênfase excessiva em exercícios de flexão em programas gerais de exercício. DORSO PLANO Caracterizado por uma diminuição na curvatura torácica, depressão escapular, depressão clavicular e postura de achatamento cervical. A cabeça encontra-se anteriorizada, com a cervical em ligeira extensão, porção torácica e lombar retificadas. Os desequilíbrios musculares encontrados são: • Alongados e fracos: ✓ Flexores de quadril uniarticulares. • Curtos e fortes: ✓ Isquiotibiais; ✓ Abdominais. As causas mais comuns é uma postura exageradamente ereta. POSTURA – DORSO PLANO FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. 51 HIPERLORDOSE LOMBAR Também conhecida como “postura militar”. A acentuação da curvatura da coluna lombar é evidente, projetando a pelve em anteversão. Os desequilíbrios musculares encontrados são: • Alongados e fracos: ✓ Abdominais anteriores; ✓ Isquiotibiais. • Curtos e fortes: ✓ Músculos lombares; ✓ Flexores dos quadris. As causas mais comuns são má postura mantida, gravidez, obesidade e músculos abdominais fracos. POSTURA – HIPERLORDOSE LOMBAR FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. 52 EXEMPLO DE HIPERLORDOSE FONTE: arquivo pessoal. ACHATAMENTO LOMBAR Caracterizada por uma diminuição no ângulo lombossacro, diminuição na lordose lombar ou inclinação posterior da pelve. Os desequilíbrios musculares encontrados são: • Alongados e fracos: ✓ Flexores de quadril uniarticulares; ✓ Oblíquos externos; ✓ Extensores da coluna superior; Flexores do pescoço. • Curtos e fortes: ✓ Isquiotibiais; ✓ Fibras superiores do oblíquo interno; ✓ Músculos lombares: fortes, porém não encurtados. As causas mais comuns são desleixo ou flexão contínua durante postura sentada e em pé, ênfase excessiva em exercícios de flexão em programas gerais de exercícios. 53 POSTURA – ACHATAMENTO LOMBAR FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. AVALIAÇÃO EM DESVIOS ANTEROPOSTERIORES A avaliação musculoesquelética, em casos de desvios anteroposteriores deve incluir: • Testes de alinhamento postural: tanto com fio de prumo quanto segmentares, nas vistas posterior, lateral e anterior. • Testes musculares: ▪ Comprimento muscular: flexores de quadril, isquiotibiais, inclinação anterior para músculos posteriores, tensor da fáscia lata, redondos e latíssimo do dorso. ▪ Força muscular: extensores da coluna, abdominais superiores e inferiores, tronco lateral, flexores e extensores do quadril, adutores e abdutores do quadril e trapézio médio e inferior. Os exames radiológicos evidenciarão as alterações de desvios da coluna, ajudando assim a diagnosticar e prever um prognóstico de cada caso. Mais adiante verificaremos a especificidade de uma avaliação postural diante os princípios da Reeducação Postural Global. 54 TRATAMENTO CONSERVADOR PARA DESVIOS ANTEROPOSTERIORES O tratamento será traçado através da avaliação prévia da postura apresentada, e determinando a prescrição de alongamentos ativos e passivos, fortalecimentos, conscientização de respiração, alinhamento e postura adequada, recorrendo, em certos casos, ao uso de eletroterapia com ondas curtas e crioterapia para aliviar a dor. Aplicam-se, conjuntamente, massagens e manipulação da coluna vertebral. Podemos utilizar como método associativo a utilização de acessórios como cintas elásticas corretivas. CORRETOR POSTURAL https://www.ortoponto.com.br/produto/corretor-postural-hidrolight-em-tecido- confortavel-1479 Mais adiante verificaremos a utilização da Reeducação Postural Global aplicada com seus princípios e utilização aos desvios e alterações posturais da coluna vertebral. 55 MÉTODO MÉZIÈRES – INÍCIO DO CONCEITO DE CADEIAS MUSCULARES No final da década de 40, Françoise Mézières, fisioterapeuta corporal, através de uma observação cuidadosa, desenvolveu uma teoria sobre os desequilíbrios corporais, segundo a qual todos os desvios de postura são causados pela hiperlordose (encurtamento anormal da coluna vertebral), afetando toda a “cadeia muscular posterior” responsável pelo equilíbrio. (Andrei, 2001) Mademoiselle Françoise Mézières, que nasceu na França em 1909, ensinou o seu método do fim dos anos 50 até sua morte em 1991, somente para os fisioterapeutas diplomados. Mézières acabou influenciando alunos que vieram a criar suas próprias técnicas, como Philippe-Emmanuel Souchard, que ensinou o método Mézières durante dez anos no centro Mézières, no sul da França, e criou o método conhecido como Reeducação Postural Global (RPG). FRANÇOISE MÉZIÈRES FONTE: Disponível em: < http://www.pucrs.br>. Acesso em: 18.12.2009. Françoise Mézières dedicou-se intensivamente ao estudo da mecânica muscular. Suas descobertas levaram-na concluir que a cadeia muscular posterior, que interliga os pés à cabeça, trabalha como um só músculo, obrigando os demais, menos potentes, a seguir seus “comandos”; e que o deslocamento das massas do corpo (cabeça, barriga e costas) faz com que as curvas vertebrais se acentuem, obrigando os músculos ligados às vértebras a tomarem uma posição de arco côncavo; e que 56 essa curva e o achatamento da musculatura posterior só tendem a agravar-se com o decorrer dos anos. A essa curvatura dá- se o nome de lordose. A partir dessas descobertas, Mézières afirmou que as alterações provinham do excesso de força da cadeia posterior, sugerindo então que a solução seria soltar os músculos posteriores para que eles libertassem as vértebras mantidas no arco côncavo. Concluiu também que não é somente o esforço para ficar em equilíbrio que encurta os músculos posteriores, mas, também todos os movimentos de média e grande amplitude executados pelos braços e pernas, que estão ligados pela coluna vertebral. Mézières observou que cada vez que tentava tornar menos acentuada a curva de um seguimento da coluna vertebral, a curva era deslocada para outro seguimento. Desta forma era necessário considerar o corpo em sua totalidade e cuidar dele como um todo. Então, seguindo as observações e princípios de Françoise Mézières, em 1947, nascia o método Mézières, através da observação de uma paciente afetada de hipercifose e de uma grave forma de artrite escapuloumeral bilateral que limitava quase que totalmente o movimento natural da articulação superior. Através de seus estudos e descobertas, Mézières aplicou as melhores formas possíveis de posturas corrigidas cuidadosamente de maneira ativa e com longa duração, obtendo assim excelentes resultados. Na publicação com o título “Revolução na Ginástica Ortopédica”, Françoise afirmou que as lordoses estão na origem de todas asdeformações, as afecções decorrentes da lordose são devidas as compensações musculares causadas por esta curvatura. Mademoiselle Françoise Mézières propôs então, um tratamento com base no alongamento dos músculos que causam a lordose e músculos rotadores internos (músculos posteriores), por manutenção postural prolongada a fim de obter um efeito corretivo das massas musculares. O Método Mézières buscou tratar as causas e não os sintomas, o físico e o emocional, proporcionando o bem-estar dos pacientes através de um método completo de aplicação dos princípios das cadeias musculares. Seu conceito sobre cadeias musculares: “É um conjunto de músculos de mesma direção e sentido que trabalham como um só músculo. São geralmente poliarticulares e se recobrem como telhas de um telhado” (Andrei, 2001). 57 PRECURSORES DAS CADEIAS MUSCULARES Therése Bertherat, fisioterapeuta, foi aluna de Françoise Mézières e ficou fascinada pelos seus conceitos assim como pelo rigor e pela precisão do seu método. Assim, criou a antiginástica nos anos 70, na França. Ela define a antiginástica como um trabalho de prevenção que se destina a todos e é praticada em grupo onde o valor está na conscientização do movimento. THERÉSE BERTHERAT FONTE: Disponível em: < http://www.pucrs.br>. Acesso em: 18.12.2009. Phillipe Souchard, fisioterapeuta francês, associou-se à Mézières e hoje é reconhecido mundialmente como o criador do RPG. Realizou profundos estudos sobre anatomia dos animais e dos humanos, chegando ao método do Campo Fechado, que analisa o movimento humano de forma global e holística. Seu conceito sobre cadeias musculares: “Grupos musculares com as mesmas características histológicas e fisiológicas, interligadas por uma rede aponeurótica.” (Andrei, 2001). PHILLIPE E. SOUCHARD 58 http://www.ipsrpg.com.br/rpg-souchard.html Godelieve Denys Struif, fisioterapeuta e retratista, concebeu um conjunto de posturas designativas de estados “psicofísicos” e personalísticos específicos. Desenvolveu o método GDS. “O indivíduo se estrutura sobre a sua história de vida. As cadeias musculares irão moldar o indivíduo de acordo com as suas necessidades de expressão corporal” (Andrei, 2001). GODELIEVE DENYS STRUIF http://fisioterapiacomvoce.blogspot.com/2013/07/o-metodo-gds-as-cadeias- musculares-de.html Leopold Busquet criou o mais dinâmico dos métodos neo-mézièristas. Grande conhecedor da anatomia humana, Leopold Busquet concebeu um conjunto de várias cadeias dinâmicas (cadeias de flexão e extensão, cadeias cruzadas), para além de uma cadeia estática posterior. Para ele, as Cadeias Musculares baseiam-se em três princípios: equilíbrio, economia e conforto. O tratamento é feito de forma analítica (liberação de zonas chaves) e global para rearmonizar a fisiologia das cadeias musculares. 59 LEOPOLD BUSQUET FONTE: Disponível em: < www.methode- gds.com/images/equipe/godelieve.jpg>. Acesso em: 17.12.2009 Michael Nisand, responsável por um método criado nos anos 90, logo após a morte de Françoise Mézières; sendo este o mais “neurológico” dos métodos, pois valoriza todas as modalidades de trabalho postural que facilitem a “inibição tônica” da musculatura postural. MICHAEL NISAND FONTE: Disponível em: < www.methode- gds.com/images/equipe/godelieve.jpg>. Acesso em: 17.12.2009 60 DEFINIÇÃO DE CADEIAS MUSCULARES A noção de cadeias musculares vem, prioritariamente, da organização que unifica o sistema locomotor. Uma organização que unifica o corpo, da cabeça às mãos e aos pés. Segundo definição de Busquet, as cadeias musculares são circuitos anatômicos onde se propagam as forças organizadoras do corpo, onde se estruturam as compensações. MÉTODO RPG (REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL) É um método criado na França em 1980, pelo fisioterapeuta francês Phillipe Emanuel Souchard, que, com os conceitos iniciais de cadeias musculares aprendidos com Mézières, desenvolveu o método hoje conhecido como RPG. O RPG é um método manual para liberar pontos de tensão apresentados nas diferentes cadeias e dar nova função, preservando ou restituindo o equilíbrio estático e dinâmico. O tratamento pelo RPG visará reequilibrar as fontes de tensões musculares, articulares, viscerais, cranianas que estão na origem das compensações, das deformações. O tratamento com RPG é realizado através de posturas estáticas, com o objetivo de atuar neste conjunto de cadeias musculares, de modo que os músculos estáticos sejam alongados, enquanto que os dinâmicos devem ser contraídos. As posturas são feitas em conjunto com exercícios respiratórios, no qual o paciente faz 80% do trabalho, seguindo orientação do fisioterapeuta. O tratamento pode durar de três meses a dois anos, com uma sessão semanal de 50/60 minutos. Sendo assim, partindo da consequência até a causa do problema, o RPG busca reencontrar a boa morfologia corporal e solucionar os problemas relacionados a ela. Segundo Souchard, cinco são as cadeias musculares que serão avaliadas e que poderão sofrer atuação: a inspiratória, a posterior, a anterointerna da bacia, a anterior do braço e a anterointerna do ombro. 61 Cadeia inspiratória Compreende os músculos escalenos, peitoral menor, intercostais, diafragma e seu tendão. Em caso de encurtamento desta cadeia não mais será possível alongar a nuca, soltar os ombros ou corrigir a lordose lombar sem acarretar um bloqueio inspiratório. No caso de retração mais evidente dos escalenos e peitorais menores, a região superior do tórax será particularmente afetada. Quando da retração mais evidente do diafragma e seus pilares, as seis últimas costelas colocar-se-ão em posição de inspiração. Consequentemente, a expiração levará os ombros e a nuca para frente e então poderá realizar-se corretamente graças a uma compensação: a flexão dorsal anterior. Comprometimentos desta cadeia: protração dos ombros, tórax inspiratório, protração da cabeça e aumento da lordose lombar. Cadeia posterior Compreende os músculos espinhais, glúteo máximo, isquiotibiais, poplíteo, tríceps sural e os da planta do pé. O encurtamento dos espinhais altera a harmonia das curvas vertebrais: nuca curta e cabeça elevada, ausência de cifose dorsal e/ou hiperlordose lombodorsal. O encurtamento dos músculos estáticos dos membros inferiores impede o bom posicionamento de diferentes segmentos: joelho varo ou valgo, calcâneo varo ou valgo, de acordo com a predominância da rigidez dos músculos da coxa, da panturrilha ou da planta do pé. Comprometimentos desta cadeia: elevação da cabeça, desequilíbrios das curvas vertebrais, coxofemural aberto, alterações do joelho e calcâneo (varo ou valgo), ângulo tíbiotársico aberto ou fechado. CADEIA MESTRA POSTERIOR 62 FONTE: Souchard: Reeducação postural global, 2007. ENCURTAMENTO CADEIA POSTERIOR FONTE: Struyf: Cadeias musculares e articulares, 1995. 63 Cadeia anterointerna do ombro É constituída pelo subescapular, coracobraquial e peitoral maior. Prolongase pela cadeia anterior do braço. A perda de flexibilidade desta cadeia ocasiona adução e rotação medial do braço. Comprometimento desta cadeia: adução de ombros e rotação medial dos ombros. Cadeia anterior do braço Suspensores do braço, do antebraço, da mão e dedos. Trapézio superior, deltoide médio, coracobraquial, bíceps, braquiorradial, pronador redondo, palmares, flexores dos dedos e os músculos da região tenar e hipotenar. Comprometimento desta cadeia: ombros elevados, cotovelo fletido, pronação de antebraço e flexão de punhos e dedos. CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO www.reeducacaopostural.blogspot.com> 64 Cadeia anterointerna da pelve Iliopsoas, adutores pubianos (pectíneo,adutor curto, adutor longo, grácil e porção anterior do adutor maior). Em cima ela continua pelos espinhais graças à ação lordosante desses músculos sobre os ilíacos e a coluna lombar. Embaixo, sendo o psoas e adutores pubianos flexores e rotadores internos do fêmur, quando o indivíduo está em pé, ela prolonga-se com o poplíteo, a panturrilha e os músculos plantares. A retração desta cadeira acarreta uma adução rotação interna dos fêmures e uma hiperlordose lombar. Comprometimentos desta cadeia: aumento da lordose lombar, flexão de quadril, rotação medial e adução do quadril, joelhos valgos. CADEIA ANTEROINTERNA DA PELVE www.reeducacaopostural.blogspot.com AS CADIAS MUSCULARES SEGUNDO SOUCHARD 65 FONTE: Souchard: Reeducação postural global, 2007. POMPAGENS As cadeias de fáscias são virtuais, existem apenas na teoria fisiológica. Dizem respeito apenas à função mecânica que utiliza diversos órgãos. Esses órgãos encontram-se ligados entre si pelo tecido conjuntivo, das fáscias, das aponeuroses e etc. As pompagens serão utilizadas dentro de uma posição precisa, que Françoise Mezières denominou “postura”. Esta posição é em decúbito dorsal, nuca em extensão. Os dois membros inferiores alongados fletidos a 90 graus sobre o quadril, os dois pés em talo. Esta posição coloca toda a musculatura posterior, antigravitacional, sob tensão. APONEUROSE SUPERFICIAL Essa grande aponeurose é, seguramente, a mais importante de toda a anatomia, recobrindo toda a face externa do corpo. Por ser a maior e principal aponeurose, torna-se um órgão mecânico da coordenação motora, fazendo parte de várias cadeias igualmente, tornando-se assim foco principal nas intervenções posturais. A aponeurose superficial é composta por um conjunto de todas as aponeuroses; esta envolve o corpo e tem poucas inserções fixas; além disso, muitas dessas inserções ocorrem sobre ossos móveis, como por exemplo, a fíbula, e envolve profundamente todo o sistema contrátil muscular. Diante da visão deste conjunto membranoso, conseguimos compreender que uma falta de mobilidade em um local qualquer possa provocar uma lesão à distância. A aponeurose superficial apresenta-se como duas aponeuroses simétricas, recobrindo paralelamente cada hemilado corporal. Sua inserção ocorre na porção posterior, ao longo da coluna e, na frente, sobre o esterno e a linha alba. Essa visão de uma aponeurose única, sempre em conjunto com suas extensões, leva a uma noção fundamental da base dos métodos globais de alongamentos posturais. Não há deformidade ou correção única, isolada ou localizada. No tratamento de deformidades ou limitações com base nos princípios da 66 reeducação postural, e tendo em vista a funcionalidade aponeurótica, observa-se que o mesmo deve ser realizado de forma global. CADEIA PROFUNDA CERVICOTORACOABDOMINAL É considerada a mais sólida e mais volumosa fáscia da anatomia. Devido à união de três pontos de sustentação é chamada de cadeia dos três diafragmas, ao qual se unem os quatro membros. A porção superior suspende o diafragma na base do crânio e na coluna cervicodorsal alta que comanda os membros superiores; a porção inferior suspende os membros superiores ao diafragma e a coluna lombar. O diafragma é dessa forma, a ligação entre os dois níveis. O diafragma não é um músculo, e sim um conjunto tendinomuscular constituído por oito músculos digástricos e sendo o diafragma um conjunto membranoso, geralmente adapta-se aos movimentos do tronco e às deformidades torácicas que esses movimentos acarretam. A lâmina fibrosa pré-vertebral ocupa um lugar muito importante na evolução escoliótica por ser considerada o pilar central de sustentação. Ela se origina no occipital pela aponeurose cervical profunda. Na região do mediastino é constituído pelo espessamento posterior da fáscia endocárdica. Até T4 ela se encontra unida à coluna, em seguida, separa-se dela para com ela manter contato apenas por meio de pequenos tratos fibrosos ricos em receptores sensitivos. Na região abdominal e pélvica, ela se prolonga até o sacro pelo espessamento da fáscia parietal. Ao longo desse trajeto, ela volta a se colar à coluna lombar e sacra a partir de L1. Na porção superior, ela se liga ao membro superior até T4 pela aponeurose dos trapézios, em baixo ao membro inferior a partir de L1 pela aponeurose do psoas e a fáscia ilíaca. Ela se separa da coluna vertebral entre T4 e L1, zona de rotação do tronco para permitir a rotação do sistema cruzado. Assim ela forra a coluna óssea em todo o seu comprimento, mas tensiona a zona entre T4 e L1 como a corda de um arco. Marcel Bienfait recuperou esse procedimento para utilização em fisioterapia, sistematizando e classificando as diferentes manobras. As pompagens são realizadas em três tempos: 67 1) Tensionamento do segmento: deve ser feito até o limite da elasticidade fisiológica da estrutura musculoaponeurótica. Se esse tensionamento ultrapassá-la, haverá reação através de um reflexo miotático direto. O fisioterapeuta deve alongar de forma lenta, regular e progressivamente as fibras até o limite de sua elasticidade. A pompage é uma manobra simples e leve, porém, difícil de executá-la convenientemente. O tensionamento é mantido por 20 a 30 segundos, durante os quais o paciente realiza de três a quatro expirações relaxantes. Retorno lento e cuidadoso; 2) Manutenção do tensionamento, que será maior ou menor de acordo com o objetivo que se procura; 3) Retorno à posição inicial, que ocorrerá lentamente e cuja velocidade também será determinada de acordo com o objetivo perseguido; 4) Repetições: a manobra deve ser repetida de até 5 vezes. OBJETIVOS DA POMPAGE 1) Relaxamento muscular: em casos de contratura e retrações, as moléculas de actina e miosina interpenetram-se excessivamente, havendo, assim, diminuição do comprimento muscular. A pompage, realizada no sentido das fibras musculares, promove o deslizamento dessas moléculas em sentido contrário e aumenta o comprimento total do músculo. • No primeiro momento, de maneira lenta, regular e progressivamente, a estrutura muscular é tensionada até onde permitir, para não haver reflexo miotático. A forma de proceder nesse primeiro tempo é a mesma, seja qual for o tipo de pompage que se realize; • No segundo momento, a tensão obtida deve ser mantida. Esse é o tempo principal da pompage muscular; • No terceiro momento é o tempo de retorno, que deve ser realizado lentamente, uma vez mais, para não provocar um reflexo contrátil do músculo. Este tipo de pompage pode ser realizada isolada ou segmentarmente, preparando uma determinada região para a realização da postura; ou pode ser realizada dentro de uma postura com objetivo corretivo, sendo que neste momento a retração será combatida, sem que haja compensações em outras regiões, através do relaxamento do músculo em questão durante um tensionamento geral. 68 POMPAGE DE TRAPÉZIO www.centrodesaopaulo.com.br/fisioterapia POMPAGENS PREPARATÓRIAS Pompage global Esta manobra independente de qualquer mobilização global da fáscia, relaxando todas as tensões à distância. É agradável ao paciente e relaxa fisicamente. • O paciente deve-se posicionar em decúbito dorsal, com os membros inferiores alongados e não cruzados, seus braços ao longo do corpo e relaxados, palmas das mãos voltadas para o teto; • O fisioterapeuta senta-se à cabeceira do cliente, com os antebraços apoiados sobre a mesa. Escorrega suas duas mãos sob o occipital repousando em suas palmas. Os polegares devem apoiar-se contra as têmporas, os indicadores sobre as apófises mastóideas, a extremidade dos outros dedos levemente fletidas ao longo da linha curva occipital superior; • A pompage deve ser realizada de maneira suave e simétrica
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