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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 José Geraldo Teixeira Formação em Ciências Contábeis e Administração pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste – MG), com especialização em administração financeira também pela mesma instituição. Mestrado Profissional em economia de empresas pela FEAD Minas. Contador, consultor e administrador financeiro com mais de 25 anos na área de docência, sendo Coordenador do Curso em EaD de Ciências Contábeis da Facul- dade Única de Ipatinga – MG.Autor de livros de contabilidade intermediária, gestão e análise de custos, análise de viabilidade, controladoria, perícia e de auditoria. ECONOMIA 1ª edição Ipatinga – MG ANO 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. T314i Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - . Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2020. 113 p. il. Inclui referências. ISBN: 978-65-990786-0-6 1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título. CDD: 100 CDU: 101 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br http://www.faculdadeunica.com.br/ 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli- cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im- portantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões cit- adas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 PREFÁCIO Deparamos em nosso dia a dia, com diversas questões de natureza econô- mica, como o desemprego, o aumento da inflação, problemas de déficit público enfrentados pelo governo (o governo gasta mais do que arrecada), mudanças na taxa de juros Selic, criação e aumento de impostos, aumento do valor do dólar, au- mento de preços, alterações na taxa de câmbio, dentre outras. Sem mencionar os impactos de mudanças de variáveis legais, políticas e eco- nômicas que afetam as empresas, seja no aumento de impostos, aumento da taxa de juros dificultando o crédito, alterações na taxa de câmbio que afetam empresas que utilizam materiais importados, causando impactos nas suas receitas. Temos que considerar também os impactos da inflação, que além dos preços, afeta também os custos de empréstimos e financiamentos. Cabe então à ciência econômica, através do seu escopo teórico, fornecer respostas, ainda que de maneira parcial, para questões do tipo: O que é inflação? Quais as suas causas? Como baixá-la? Porque existe uma distribuição tão desigual da renda? Como reduzir este problema? O que é desemprego? Porque ocorre este fenômeno? Como fazer para que o nível de emprego aumente? Qual o papel do governo no bem-estar da população? Como será decidido o que produzir, como produzir, quanto produzir e para quem? Como um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos de bens e serviços? O que é demanda? O que é oferta? Quais fatores afetam a demanda e oferta de um produto ou serviço? Pretendemos neste livro encontrar algumas respostas, uma vez que o conhe- cimento sobre assuntos econômicos se faz mais necessário em nossas vidas, visto que a maior parte dos problemas das sociedades modernas estão relacionados à proble- mas de natureza econômica, que afetam tanto os consumidores como as empresas. Professor José Geraldo Teixeira 6 SUMÁRIO ECONOMIA, CONCEITO E OBJETO DE ESTUDO/ MICROECONOMIA: A LEI DA OFERTA, DEMANDA E EQUILÍBRIO DE MERCADO ........................ 8 1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA: OBJETO DE ESTUDO E A LEI DA ESCASSEZ........... 8 1.2 DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO: MACROECONOMIA E A MICROECONOMIA ............................................................................................ 13 1.3 A LEI DA DEMANDA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA DEMANDA. ......................................................................................................... 15 1.4 A LEI DA OFERTA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA OFERTA. .... 20 1.5 DETERMINAÇÃO E ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DE MERCADO. .......................... 26 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 30 ESTRUTURAS DE MERCADO .................................................................... 33 2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 33 2.2 MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA ...................................................... 34 2.3 MERCADO EM CONCORRÊNCIA IMPERFEITA OU MONOPOLISTA ................. 36 2.4 MONOPÓLIO ...................................................................................................... 39 2.5 OLIGOPÓLIO ...................................................................................................... 40 2.6 EXTERNALIDADES X VIRTUDES X VÍCIOS DO MERCADO ................... 42 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 47 ELASTICIDADES ........................................................................................ 52 3.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA ............................................................................. 52 3.2 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA ............................................................... 55 3.3 ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA ................................................................... 62 3.4 ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA ............................................................... 64 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 67 TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS CUSTOS ................................................. 72 4.1 FUNÇÃO PRODUÇÃO ........................................................................................ 73 4.2 PERÍODOS DE TEMPO RELEVANTES PARA A EMPRESA ........................75 4.3 PRODUÇÃO COM UM FATOR VARIÁVEL E UM FIXO (UMA ANÁLISE DO CURTO PRAZO) ............................................................................................................... 76 4.4 PRODUTO TOTAL, MÉDIO, MARGINAL .............................................................. 81 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 86 MACROECONOMIA ................................................................................ 92 5.1 DEFINIÇÃO DE MACROECONOMIA-TEORIA MACROECONÔMICA .............. 92 5.2 PRINCIPAIS POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ............................................... 94 5.2.1 Política fiscal.....................................................................................................94 5.2.2 Política monetária............................................................................................96 5.2.3 Política cambial e política comercial........................................................98 5.2.4 Políticas de rendas.........................................................................................99 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 102 TÓPICOS DE MACROECONOMIA ........................................................ 107 6.1 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO MACROECONÔMICO .................................. 107 6.2 INFLAÇÃO E DESEMPREGO ............................................................................. 110 6.3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .................................... 116 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 125 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 130 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 131 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 7 CONFIRA NO LIVRO Nesta unidade vamos entender o conceito de Economia e seu ob- jeto de estudo: a lei da escassez. Será apresentado a divisão do es- tudo econômico: macroeconomia e a microeconomia. Faremos a análise do comportamento do produtor e do consumidor através da lei da oferta e da demanda, bem como os fatores que as influen- ciam. Veremos ainda como ocorre o equilíbrio de mercado através da interseção da curva da oferta e da demanda. Vamos identificar os tipos de estruturas de mercado e como os mer- cados competitivos determinam os preços das mercadorias. Pode- mos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e ser- viços da seguinte forma: Mercado de concorrência Perfeita, mono- pólio, concorrência Monopolista e oligopólio. Assim veremos a defi- nição de cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipóteses básicas de cada modelo. Serão apresentados as virtudes e os vícios de mercado. Qual o conceito e a importância da elasticidade? Veremos que a elasticidade é sinônimo de sensibilidade, é uma resposta, uma rea- ção de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Por exemplo: o que aconteceria com o aumento da demanda em face do aumento do preço? Poderá haver uma resposta dos con- sumidores, quando ocorre uma variação no preço de um bem ou serviço, aumentando ou diminuindo a demanda de um produto ou serviço. Estudaremos então a elasticidade preço da demanda, elasticidade preço da oferta e a elasticidade renda da demanda. Neste capítulo voltaremos para a oferta de mercado através do es- tudo da teoria da firma que trata das seguintes questões: o modo pelo qual uma firma toma decisões de produção minimizadoras de custo e o modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de produção. Os tópicos para discussão serão: função produção, Pme, Pmg e suas respectivas curvas, lei dos rendimentos decrescen- tes, a função produção e o que tecnicamente é viável quando a empresa opera de forma eficiente. O que os economistas enten- dem como custos? Tipos de custos e formatos das suas curvas. Nesta unidade vamos demonstrar a importância de se conhecer a macroeconomia, no sentido de explicar, buscar soluções para al- gumas questões, como: Porque ocorre o déficit na balança de pa- gamentos? O que é inflação? Quais sãos os tipos de inflação? Por- que que existe o desemprego? Por que a taxa de investimento é baixa? Vamos mostrar as principais políticas macroeconômicas. Será demonstrado como as metas do governo relacionadas a esta- bilidade econômica e o crescimento e desenvolvimento econô- mico podem ser alcançadas, através das: Política Fiscal, Política Monetária, Política Cambial e Comercial e a Política de rendas. Veremos alguns Tópicos de macroeconomia, como a Evolução do pensamento macroeconômico, com as ideias de Keynes, um de- bate sobre Inflação e desemprego, mostrando o conceito de infla- ção, suas causas e efeitos. Por último vamos estabelecer a dife- rença entre o Crescimento e desenvolvimento econômico. 8 ECONOMIA, CONCEITO E OBJETO DE ESTUDO/ MICROECONOMIA: A LEI DA OFERTA, DEMANDA E EQUILÍBRIO DE MERCADO Objetivos desta unidade: Definir economia e seu objeto de estudo: a lei da escassez Explicar a divisão do estudo econômico: macroeconomia e a microeconomia Conceituar demanda e seus fatores determinantes e demonstrar as alterações nas curvas da demanda. Conceituar a oferta e seus fatores determinantes e demonstrar as alterações nas curvas da oferta. Determinar e analisar o equilíbrio de mercado. 1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA: OBJETO DE ESTUDO E A LEI DA ESCASSEZ Vamos começar esta unidade com alguns questionamentos: 1) O que vem a ser a Economia? 2) Qual o objeto de estudo da economia? 3) Como funciona nosso sistema econômico? 4) Quando e por que o sistema econômico entra em crise, ocasionando mudan- ças de comportamento das pessoas e empresas, como no caso da Covid19? Caberá então à ciência econômica, através do seu escopo teórico, fornecer respostas, ainda que parciais para os questionamentos acima. Segundo Cario (2008) a economia insere-se no campo das ciências sociais, pois estuda como a sociedade emprega os recursos na produção de riqueza, bem como ocorre a distribuição desta riqueza entre seus participantes. Nesta perspectiva, trata não somente com variáveis quantitativas, como preço e quantidade, mas também com variáveis qualitativas, consideradas não UNIDADE 01 9 quantificáveis, como gosto e preferência do consumidor, expectativas dos consumi- dores e produtores, dentre outras. Etimologicamente, a palavra “economia”, conforme figura 1 a seguir, tem seu significado dos termos gregos “oikós” (casa) e “nomos” (norma, lei). Pode ser com- preendida como “administração da casa”. É interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da econo- mia, onde pode-se afirmar que a Economia estuda a maneira de administrar os re- cursos disponíveis com o objetivo de produzir bens e serviços, e de distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade (MENDES et al., 2015). Figura 1: Etimologia da expressão economia Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Segundo Costa, Oliveira e Perez Júnior (2012)o objetivo da economia é orga- nizar políticas que articulem produção, distribuição e consumo de bens e serviços, com a finalidade de minimizar os problemas e maximizar os benefícios em favor da qualidade de vida da sociedade. Marques (2018)destaca que o estudo da Economia como ciência surgiu ape- nas no capitalismo. Qual é seu objeto de análise? A definição que geralmente está presente nos manuais de Economia diz que ela é a ciência que estuda como otimizar os recursos escassos frente a necessidades crescentes. Outra definição, já bemmenos frequente de se encontrar, diz que a Economia é a ciência que estuda como os homens se organizam para produzir e distribuir a riqueza. Neste contexto o foco de análise da Ciência Econômica é a escassez e suas consequências, conforme apontado por Nogami e Passos (2016), na figura 2: 10 Figura 2: Objeto de estudo da economia Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Os recursos limitados contrapõem-se a necessidades humanas ilimitadas, tor- nando a economia uma ciência da escolha, onde toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produ- tiva entre os vários grupos da sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). Podemos sintetizar o problema da escassez na figura 3, a seguir: Figura 3: O problema da escassez Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 11 Como apontado por Nogami (2016) a sociedade não dispõe de recursos produtivos em quantidade suficiente para produzir tudo o que a população deseja. Assim é que toda sociedade, qualquer que seja sua organização política, se defronta com três questões econômicas básicas decorrentes do problema de escassez: Quadro 1: Problemas econômicos básicos O que produzir? Já que não se pode produzir a quantidade desejada pela sociedade dos mais diversos tipos de bens e servic ̧os, esta deve escolher, entre as várias alternativas, quais bens e servic ̧os serão produzidos e em que quantidade. Devemos produzir mais automóveis do que roupas? Mais roupas e menos alimentos? Quanto de roupas e quanto de alimentos? Como produzir? Em contrapartida, a sociedade tem de decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhido será produzido. Normalmente, os bens podem ser obtidos mediante diferen- tes combinac ̧ões de recursos e técnicas, e deve-se optar pela técnica que resulte no menor custo por unidade de produto a ser obtida. Para quem produzir? Uma vez decidido que bens produzir e como produzi-los, a sociedade tem de tomar uma terceira decisão fundamental: quem vai receber esses bens e servic ̧os? Sabemos que a produc ̧ão total de bens e servic ̧os deverá ser distribuída entre os diferentes indiví- duos que compõem a sociedade. De que maneira essa distribuic ̧ão ocorrerá? Será que todas as pessoas receberão a mesma quantidade de bens e servic ̧os? Ou será que essa distribuic ̧ão será feita segundo a contribuic ̧ão de cada um à produc ̧ão? Ou segundo a sua necessidade? Fonte: Nogami (2016) Os agentes econômicos são: As empresas que são unidades produtoras de bens e serviços que visam lucro, utilizam os fatores de produção, como o capital, trabalho e terra, As famílias que fornecem os serviços dos fatores de produção (renda) e, O governo que prestam serviços à comunidade. 12 Já os geradores de renda são: Terra: recursos naturais existentes, tais como florestas, recursos minerais, recur- sos hídricos etc. Trabalho: esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços. Ex: serviço médico, o trabalho de um operário da construção civil, etc. Capital (bens de capital): não se destinam à satisfação das necessidades através do consumo, são utilizados no processo de fabricação. Ex: matérias primas, computadores, máquinas, usinas, estradas de ferro, fábricas, etc. Capacidade empresarial: considerada um fator de produção uma vez que o empresário exerce funções fundamentais para o processo produtivo. De acordo com Mendes et al. (2015)Os agentes econômicos são pessoas de natureza física ou jurídica que, através de suas ações, contribuem para o funciona- mento do sistema econômico, seja este capitalista ou socialista. Podem ser: as em- presas, as famílias e o governo. Neste sentido é ilustrada na figura 4 o fluxo real e o fluxo monetária da eco- nomia. Figura 4: Fluxo Real e o Fluxo Monetário da economia Disponível em: https://bit.ly/3qL4XOt . Acesso em: 31 out. 2020 https://bit.ly/3qL4XOt 13 1.2 DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO: MACROECONOMIA E A MICROECO- NOMIA Na opinião de Mankiw (2020)a economia pode ser dividida em dois grandes grupos: 1) A microeconomia: procura estudar como as famílias e empresas tomam de- cisões (a demanda ou procura, a oferta, o equilíbrio de mercado) e de como elas interagem em mercados específicos (as estruturas de mercado, como o mercado de concorrência perfeita, imperfeita, oligopólio e monopólio). 2) A macroeconomia: procura estudar os fenômenos que englobam toda a economia: demanda agregada, oferta agregada, investimento agregado, o PIB, e etc. Neste contexto, na opinião do autor a microeconomia e a macroeconomia estão intimamente ligadas, uma vez que é impossível entender os desdobramentos macroeconômicos sem considerar as decisões microeconômicas a eles associadas. Por exemplo, um macroeconomista pode estudar os efeitos do aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a receita de venda de mercadorias e produtos. Para analisar a questão, ele precisa levar em consideração de que maneira o au- mento destes impostos afeta as decisões das famílias sobre quanto gastar em bens e serviços. Apesar da ligação entre a microeconomia e a macroeconomia, os dois cam- pos são distintos. Como tratam de questões diferentes, cada um deles tem seu pró- prio campo de atuação, conforme Nogami e Passos (2016) o estudo da Teoria Eco- nômica se divide em duas grandes áreas: a Teoria Microeconômica e a Teoria Ma- croeconômica. Quadro 2: Problemas econômicos básicos A Teoria Microeconômica, ou Microeconomia Preocupa-se em explicar o comporta- mento econômico das unidades individuais de decisão representadas pelos consumi- dores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. Ela estuda a interação entre empresas e consumidores e a maneira pela qual produc ̧ão e prec ̧o são determinados em mercados específicos. 14 A Teoria Macroeconômica, ou Macroeconomia Estuda o comportamento da economia como um todo. Ela estuda o que determina e o que modifica o comporta- mento de variáveis agregadas, tais como a produc ̧ão total de bens e servic ̧os, as taxas de inflac ̧ão e de desemprego, o volume total de poupanc ̧a, as despesas totais de consumo, as despesas totais de investimentos, as despesas totais do governo etc. Fonte: Nogami (2016) Na figura 5, é realizada uma síntese da divisão do estudo econômico de acordo com Nogami (2016) Figura 5: Divisão do estudo econômico Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Para Vasconcelos e Garcia (2019)a análise econômica, para fins metodológi- cos e didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo, conforme apon- tado no quadro 3 a seguir: Quadro 3: Quatro áreas de estudo da macroeconomia Microeconomia ou Teoria de Formação de Preços Examina a formação de preços em mercados específi- cos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quanti- dade para satisfazer a ambos simultaneamente. Macroeconomia Estuda a determinação e o comportamento dos gran- des agregados nacionais, como o Produto Interno Bruto (PIB), o investimento agregado, a poupança agre- gada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural) 15 Economia internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Desenvolvimento econômico Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da co- letividade ao longo do tempo. Oenfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estrutu- rais e de longo prazo (como progresso tecnológico e estratégias de crescimento). Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 1.3 A LEI DA DEMANDA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA DE- MANDA. Vamos descrever o campo da Teoria Microeconômica ou microenonomia que preocupa-se em estudar o comportamento econômico das unidades econômicas individuais, tais como consumidores, empresas e proprietários de recursos. Trataremos neste capítulo do estudo da lei da demanda e seus fatores condi- cinantes. Para Nogami (2016) demanda (ou procura) de um indivíduo por um determi- nado bem (ou serviço) refere-se à quantidade desse bem que ele deseja e está ca- pacitado a comprar, por unidade de tempo. È condicionada pela aspiração (de- sejo), capacidade financeira e pelo fluxo por unidade de tempo. Os autores esclarecem que três elementos que devem ser destacados nessa definição: 1) A demanda é uma aspiração, um desejo, e não a realização do desejo. A demanda é um dese- jo de comprar (um bem, um serviço). A realização do desejo se dá pela compra do bem desejado. Logo, não se pode con- fundir demanda (ou procura) com compra. 2) Para que haja demanda por um bem (ou serviço) é preciso que o indivíduo esteja capacitado a pagar por esse bem. Em outras palavras, é preciso que ele tenha renda que lhe permita participar do mercado desse bem. 3) A demanda é um fluxo por unidade de tempo, ou seja, devemos expressar a procura por uma determinada quantidade em um determinado período de tempo. Na concepção de Vasconcelos e Garcia (2019) a demanda depende de va- riáveis que influenciam a escolha do consumidor. As principais são: o preço do bem 16 ou serviço; o preço dos outros bens; a renda do consumidor e as preferências e há- bitos do indivíduo. Dependendo do mercado a ser estudado, outras variáveis podem ser incluí- das, tais como: fatores sazonais (demanda de sorvetes, por exemplo); localização dos consumidores; disponibilidade de crédito etc. Conforme destacado na figura 6, a Lei geral da Demanda possui uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. Figura 6: Lei Geral da Demanda Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Na figura 7 é demonstrado a inclinação da curva da demanda, uma vez que: quanto menor o preço, maior vai ser a quantidade demandada de um produto ou serviço. Figura 7: Inclinação da curva da demanda Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 17 Vamos a um exemplo prático: vamos supor que João deseja comprar refrige- rantes. A um preço de R$ 7,00, não é interessante a compra. Mas quando o preço cai para R$ 6,00, João resolve consumir cinco unidades de refrigerante, quando cai para R$ 5,00 aumenta o consumo para dez refrigerantes. Tabela 1: Consumo de refrigerante Preço do Refrigerante Quantidade 7,00 0 6,00 5 5,00 10 4,00 15 3,00 20 2,00 25 1,00 30 Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Figura 8: Gráfico do consumo de refrigerante Fonte: Elaborado pelo autor (2020) De acordo com Vasconcelos e Garcia (2019)a curva de demanda negativa- mente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade deman- dada será provocada por esses dois efeitos somados. Os autores esclarecem sobre o efeito substituição e o efeito renda: 18 Quadro 4: Efeito substituição x Efeito Renda Efeito substituição Se um bem x possui um bem substituto y, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando o preço do bem x aumenta, o consumidor passa a adquirir o bem substituto (o bem y), reduzindo assim a demanda do bem x. Exemplo: se o preço da manteiga au- mentar, os consumidores passarão a demandar consumir margarina reduzindo assim a demanda por manteiga. Efeito Renda Quando a renda do consumidor da classe D e E aumenta, ele deixará de consumir carne de segunda e passará a consumir carne de pri- meira. Caso a renda volte a diminuir, ele voltará a consumir carne de segunda novamente. Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) Em relação ao preço de outros bens podemos destacar: Quadro 5: Preço de outros bens Tipo do Bem Definição Comportamento da demanda Bens complementares São aqueles que ten- dem a aumentar a satis- fação do consumidor quando utilizados em conjunto: (pão e man- teiga). Um aumento no preço no preço do pão, acarretará a diminuição da Qd de pão e consequentemente da Qd de manteiga. Bens substitutos São aqueles que podem ser substituídos: (man- teiga e margarina). Um aumento no preço da manteiga, acarretará uma diminuição da Qd de manteiga e um aumento na Qd de margarina. Bens inferiores São aqueles de baixo valor e consumidos pe- las classes D e E: (pão, carne de segunda, rou- pas usadas). Um aumento na renda de consumi- dores da classe D acarretará uma di- minuição da Qd de carne de se- gunda. Bens normais São bens cuja demanda varia diretamente a vari- ações na renda do con- sumidor: (roupas, ali- mentos, eletro domésti- cos). Um aumento na renda dos consumi- dores acarretará um aumento na Qd de bens normais. Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Há três razões para a curva da procura apresentar uma inclinação negativa, relacionando inversamente preços e quantidades procuradas (ROSSETTI, 2016). Primeira: Se o preço for muito alto, o consumidor poderá deixar de adquirir o produto, assim quando menor o preço, maior vai ser a quantidade deman- dada. Segunda: a possibilidade de substituição de produtos influencia na quanti- 19 dade demandada. Caso um produto aumente o seu preço e tenha um subs- tituto próximo, o consumidor vai com certeza adquirir o substituto a um preço mais baixo. Isto só não acontecerá no caso de monopólio, onde o consumidor não terá escolha e será obrigado a adquirir o produto/serviço do monopo- lista. Terceira: o grau de utilidade para o consumidor do produto/serviço, assim podemos comparar o aumento ou diminuição da demanda por produtos/ser- viços como bens normais (como alimentos), quanto para bens supérfluos (car- ros). Uma mudança na demanda, ou mudança na curva de demanda, ocorre quando os consumidores desejam menos ou mais de um produto para algum motivo além de seu preço, como a renda, o gosto do bem, expectativas dos consumidores e etc. No quadro a seguir são destacados os aumentos e diminuição da demanda. Quadro 6: Aumento e diminuição da demanda AUMENTO DA DEMANDA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA Aumento na renda dos consumidores (Bem normal) Diminuição na renda dos consumidores (Bem normal) Diminuição na renda do consumidor (Bem inferior) Aumento na renda do consumidor (Bem inferior) Mudança de gosto favorável a um bem Mudança de gosto favorável a um bem Aumento no preço dos bens substitutos Diminuição no preço dos bens substitutos Diminuição no preço dos bens comple- mentares Aumento no preço dos bens complementa- res Expectativas dos consumidores (de au- mento de renda) Expectativas dos consumidores (de diminui- ção de renda) Aumento no número de consumidores Diminuição no número de consumidores Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Vasconcelos e Garcia (2019)demonstra a distinção entre demanda e quanti- dade demandada, que embora tendam a ser utilizados como sinônimos, esses ter- mos têm significados diferentes: Por demanda entende-se toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade de- mandada devemos compreender um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade. 20Os autores demonstram que movimentos da quantidade demandada ocor- rem ao longo da própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando a curva de procura se desloca (em virtude de variações da renda ou de outras variá- veis, que não o preço do bem), temos uma mudança na demanda (e não na quan- tidade demandada). Figura 9: Mudanças na quantidade demandada e mudanças na demanda Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Passaremos agora para a análise do comportamento do produtor – lei da oferta e seus fatores condicionantes. 1.4 A LEI DA OFERTA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA OFERTA. Para Vasconcelos e Garcia (2019)a quantidade ofertada de um bem ou ser- viço é a quantidade que o produtor planeja vender em determinado período a um determinado preço. A quantidade ofertada será determinada pelo preço do bem, preço dos fa- tores de produção, tecnologia, preço dos outros bens, as expectativas do produtor e as condições climáticas. A oferta de um produto ou serviço, em determinado período de tempo, varia na razão direta da variação de preços do bem ou serviço, a partir de um nível de preço tal que seja suficiente para fazer face ao custo de produção até o limite su- perior de pleno emprego dos fatores de produção, quando se tornará constante, 21 ainda que os preços em referencias possam continuar oscilando, mantidas constan- tes as demais condições (NOGAMI, 2016). Vasconcelos e Garcia (2019)ainda faz alguns apontamentos em relação aos fatores determinantes da oferta e consequentemente alterações na quantidade ofertada. Quadro 7: Fatores determinantes da oferta Relação Alteração na Oferta A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem. Um aumento do preço de mercado eleva a ren- tabilidade das empresas, estimulando-as a ele- var a produção. A relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional Um aumento dos salários ou do custo das maté- rias-primas deve provocar, coeteris paribus, uma retração da oferta do produto. A relação entre a oferta e o nível de co- nhecimento tecnológico é diretamente proporcional. Dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção e, portanto, aumento da oferta. Há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de em- presas ofertantes do produto no setor Quando há muitos ofertantes no mercado, a quantidade ofertada tende a diminuir. Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) Oferta de Mercado: é a curva que relaciona cada um dos preços possíveis à quantidade ofertada por todos os produtores. Graficamente, a oferta de mercado resulta da soma horizontal de cada uma das ofertas individuais. Tabela 2: Produção de refrigerante Preço do refrigerante Produtor A Produtor B Mercado A + B 100,00 400 600 1.000 80,00 300 500 800 60,00 200 400 600 40,00 100 300 400 Fonte: Adaptado de Nogami e Passos (2016) 22 Figura 10: Lei Geral da Oferta Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Na concepção de Nogami e Passos (2016)a oferta de um produto ou serviço qualquer, em determinado período de tempo, varia na razão direta da variação de preços desse produto ou serviço, a partir de um nível de preços tal que seja suficiente para fazer face ao custo de produ- ção do mesmo até o limite superior de pleno emprego dos fatores (de produção), quando se tornará constante, ainda que os preços em referência possam conti- nuar oscilando, mantidas as demais condições constantes. Essa relação entre preço e quantidade pode ser demonstrada pela equação: Na figura 11 é demonstrado a inclinação da curva da oferta, uma vez que: quanto maior o preço, maior vai ser a quantidade ofertada de um produto ou ser- viço. 23 Figura 11: Inclinação da curva da oferta Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Vamos a um exemplo prático: suponhamos que a Empresa X deseja vender refrigerantes. A um preço de R$ 40,00 a empresa vende 100 refrigerantes. Mas quando o preço aumenta para R$ 60,00 a quantidade aumenta para 200 unidades, quando aumenta para R$ 80,00 a quantidade aumenta para 300 refrigerantes e pro último quando o preço aumenta para R$ 100,00, a quantidade aumenta para 400 refrigerantes, conforme apontado no quadro 9. Tabela 3: Oferta de refrigerantes Preço do Refrigerante Quantidade 100,00 400 80,00 300 60,00 200 40,00 100 Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 24 Figura 12: Gráfico de produção de refrigerante Fonte: Elaborado pelo autor (2020) No quadro 10, a seguir são destacados os aumentos e diminuição da de- manda. Quadro 8: Aumento e diminuição da oferta AUMENTO DA OFERTA DIMINUIÇÃO DA OFERTA Diminuição no preço dos fatores de pro- dução Aumento no preço dos fatores de produ- ção Mudança tecnológica favorável Mudança tecnológica desfavorável Diminuição no preço dos bens substitutos na produção Aumento no preço dos bens substitutos na produção Aumento no preço dos bens complemen- tares na produção Diminuição no preço dos bens comple- mentares na produção Expectativas desfavoráveis sobre evolu- ção de preços Expectativas favoráveis sobre evolução de preços Condições climáticas favoráveis Condições climáticas desfavoráveis Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. Assim, Vasconcelos e Garcia (2019)esclarecem que a oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, enquanto uma alteração nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a oferta (isto é, a curva de oferta). 25 Figura 13: Mudança na quantidade ofertada e mudança na oferta Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) Por outro lado, a diminuição no preço dos insumos, ou a melhoria tecnológica em sua utilização, ou ainda o aumento no número de empresas no mercado, con- duz ao aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando--se, desse modo, a curva de oferta para a direita. Figura 14: Alteração da curva de oferta com a tecnologia Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 26 Figura 15: Alteração da curva de oferta com aumento no preço e quantidade de insumos Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 1.5 DETERMINAÇÃO E ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DE MERCADO. É chegado o momento de juntar os dois lados do mercado, o da oferta e o da demanda, a fim de ver de que maneira o preço e a quantidade de equilíbrio são determinados. Nossa atenção estará́ voltada somente aos mercados do tipo competitivo, que são aqueles em que existem muitos compradores e vendedores, de forma tal que nenhum deles, agindo individualmente, consegue exercer influência significativa sobre os preços e quantidades praticados no mercado (NOGAMI, 2016). A lei da oferta e da demanda gera a tendência ao equilíbrio, onde a interse- ção das curvas determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou de um serviço em um dado mercado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). Vamos um exemplo proposto por Nogami (2016) no qual encontramos as es- calas de oferta e de demanda de mercado para camisas. 27 Tabela 4: Escalas de oferta e de demanda de mercado para camisas Preço (Camisa) Qd (Por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 100 1000 11.000 + 10.000 Descendente 902000 10.000 + 8.000 Descendente 80 3000 9.000 + 6.000 Descendente 70 4000 8.000 + 4.000 Descendente 60 5000 7.000 + 2.000 Descendente 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 40 7000 5.000 -2.000 Ascendente 30 8000 4.000 - 4.000 Ascendente 20 9000 3.000 - 6.000 Ascendente 10 10000 2.000 - 8.000 Ascendente Fonte: Nogami (2016) Na figura a seguir é demonstrado como ocorre o equilíbrio de mercado, com o excesso de oferta e escassez da demanda, bem como o excesso de demanda e escassez de oferta. Figura 16: Equilíbrio de mercado (Excesso e escassez de oferta e demanda) Fonte: Nogami (2016) Se examinarmos atentamente as quantidades ofertadas e demandadas a cada nível de prec ̧o, descobriremos que existe apenas um prec ̧o – $ 50,00 – para o qual a quantidade demandada é exatamente igual à quantidade oferecida – 6.000 unidades. 28 Quadro 9:Equilíbrio de mercado Preço (camisa) Qd (por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma Fonte: Nogami (2016) Um prec ̧o que faz que a quantidade demandada seja exatamente igual à quantidade ofertada é chamado Prec ̧o de Equilíbrio (ou Prec ̧o de Mercado); a quantidade correspondente a esse prec ̧o é chamada Quantidade de Equilíbrio. No quadro 11, o preço de equilíbrio foi de R$ 50,00 e a quantidade em equilíbrio de 6.000 unidades. Esse preço emerge espontaneamente em um mercado competitivo, em que a oferta e a demanda se confrontam. O prec ̧o de equilíbrio é aquele que, uma vez atingido, tende a persistir. Sempre que o preço estiver acima do prec ̧o de equilíbrio, teremos excesso de oferta da mercadoria; esse excesso de oferta fará que o prec ̧o diminua até atingir o equilíbrio. Quadro 10: Excesso de oferta Preço (Camisa) Qd (Por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 100 1000 11.000 + 10.000 Descendente 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma Fonte: Nogami (2016) Assim, sempre que o prec ̧o estiver abaixo do prec ̧o de equilíbrio, teremos excesso de demanda da mercadoria; esse excesso de demanda fará que o prec ̧o aumente até atingir o equilíbrio. Quadro 11: Excesso de demanda Preço (Camisa) Qd (Por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 10 10000 2.000 - 8.000 Ascendente Fonte: Nogami (2016) 29 https://bit.ly/3umW27X ttps://bit.ly/3bvnEiF 30 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: a) A pobreza. b) O controle dos bens produzidos. c) A escassez. d) A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda. e) A estrutura de mercado de uma economia. 2. Em uma economia de mercado, os problemas do “o quê”, “quanto”, “como” e “para quem” deve ser produzido são resolvidos: a) Pelos representantes do povo, eleitos por meio do voto. b) Pelos preços dos serviços econômicos. c) Pelo mecanismo de preços. d) Pelos preços dos recursos econômicos. e) Pela quantidade dos fatores produtivos. 3. Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem inferior, um aumento da renda do consumidor provavelmente: a) Aumentará a quantidade demandada de A, enquanto a de B permanecerá constante. b) Aumentarão simultaneamente os preços de A e B. c) O consumo de B diminuirá e o de A crescerá. d) Os consumos dos dois bens aumentarão. e) Nenhuma das alternativas 4. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas: a) Preço e durabilidade do bem. b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. 31 c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferên- cia do consumidor. d) Renda do consumidor, custos de produção. e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produ- ção, preferência dos consumidores. 5. O preço de equilíbrio para uma mercadoria é determinado: a) Pela demanda de mercado dessa mercadoria. b) Pela oferta de mercado dessa mercadoria. c) Pelo balanceamento das forças de demanda e oferta da mercadoria. d) Pelos custos de produção. e) Nenhuma das alternativas 6. Num dado mercado, a oferta e a procura de um produto são dadas, respectivamente, pelas seguintes equações: Qs = 48 + 10P e Qd = 300 – 8P, onde Qs, Qd e P representam, na ordem, a quantidade ofertada, a quantidade procurada e o preço do produto. A quantidade transacionada nesse mercado, quando ele estiver em equilíbrio, será: a) 2 unidades. b) 188 unidades. c) 252 unidades. d) 14 unidades. e) 100 unidades. 7. Uma mercadoria que é demandada em quantidades maiores, quando a renda do consumidor cai, é um: a) Bem normal. b) Bem inferior. c) Bem complementar. d) Bem substituto. e) Nenhuma das alternativas. 32 8. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades ofertadas: a) Preço e durabilidade do bem. b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferên- cia do consumidor. d) Renda do consumidor, custos de produção. e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produ- ção, tecnologia e condições climáticas. 33 ESTRUTURAS DE MERCADO Objetivos desta unidade: Identificar os tipos de estruturas de mercado e como os mercados competiti- vos determinam os preços das mercadorias. Classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços: mercado de concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolista e oligopólio. Definir cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipóteses básicas de cada modelo. Demonstrar as imperfeições do mercado. 2.1 INTRODUÇÃO No capítulo 1 trabalhamos com o conceito de economia, vimos o comporta- mento do consumidor através da demanda e o do produtor pelo lado da oferta e finalmente como se processa o equilíbrio de mercado. Discutiremos neste capítulo mais especificamente essa e outras formas de mer- cado, como a concorrência perfeita, concorrência imperfeita ou monopolista, o oli- gopólio e o monopólio. Segundo Vasconcellos e Garcia (2019)as várias formas ou estruturas de mer- cado dependem fundamentalmente de três características: a) Número de empresas que compõem esse mercado; b) Tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); c) Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Vamos identificar neste capítulo os tipos de estruturas de mercado e como os mercados competitivos determinam os preços das mercadorias. Segundo Nogami e Passos (2016) podemos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços da seguinte forma: Mercado de concorrência Per- feita, monopólio, concorrência Monopolista e oligopólio. UNIDADE 02 34 Quadro 12: Estruturas de mercado CONCORRÊNCIA PERFEITA E uma situação de mercado na qual o número de compra- dores e vendedores é tão grande que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço. Além disso, os produtos de todas as empresas no mercado são ho- mogêneos. MONOPÓLIO É uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos CONCORRÊNCIA MONO- POLISTA É uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenciados quesejam substitutos en- tre si. OLIGOPÓLIO É uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogêneo ou diferenciado. Fonte: Nogami (2016) Assim veremos a seguir cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipó- teses básicas de cada modelo. 2.2 MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA A primeira estrutura a ser analisada denomina-se concorrência perfeita. Segundo Nogami (2016) é uma estrutura de mercado que visa descrever o funcionamento ideal de uma economia, servindo de parâmetro para o estudo das outras estruturas de mercado. Trata-se de uma construção teórica. Para Vasconcellos e Garcia (2019)a concorrência perfeita é um tipo de mer- cado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, não afeta a oferta do mercado nem, consequentemente, o preço de equilíbrio. O grande número de empresas nesse mercado faz que elas sejam apenas to- madoras de preços. Nesse tipo de mercado, devem prevalecer as seguintes premissas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 13: Hipóteses básicas em um mercado de concorrência perfeita Concorrência Perfeita Hipóteses básicas do modelo Observações É uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão 1) Existência de um Grande Número de Compradores e Vendedores. - Suponhamos que o mercado de um produto qualquer seja composto, pelo lado da oferta, por 1.000 firmas, cada qual produzindo 2.000 to- neladas desse bem, totalizando a oferta con- junta de 2 milhões de toneladas. 35 grande que ne- nhum deles, agindo individual- mente, consegue afetar o preço. Exemplos: lojistas da 25 de maio, camelôs em shoppings popu- lares, sistema bancário, restau- rantes, e etc. 2) Os Produtos são homogêneos. 3) Livre Entrada e Saída de firmas. 4)Transparência de Mercado - Suponhamos ainda que, pelo lado da procura, existam 10.000 compradores, cada qual adqui- rindo 200 kg desse produto. Se uma das firmas resolvesse dobrar sua produção, a oferta total aumentaria em apenas 0,10%, o que não seria bastante para exercer impacto sobre o preço de mercado. Se, por outro lado, um dos compra- dores resolvesse deixar de comprar este produto, as vendas cairiam em 0,01%, o que também se- ria insuficiente para alterar o preço desse bem. Isto evidencia o fato de que compradores e ven- dedores, isoladamente, são incapazes de exer- cer influência sobre o preço do que está sendo comprado ou vendido. Por essa razão, diz-se que eles são tomadores de preço, ou seja, o preço é um dado fixado tanto para firmas quanto para consumidores; Os produtos colocados no mercado pelas firmas são homogêneos, ou seja, são perfeitos substitu- tos entre si (várias firmas produzindo o mesmo produto). Como resultado, os compradores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão ad- quirir o produto. Não existem barreiras legais e econômicas tanto para a entrada quanto para a saída de firmas no mercado. Esta hipótese garante tanto aos compradores quanto aos vendedores terem informação per- feita sobre o mercado: ambos conhecem a qualidade do produto e seu preço vigente. Os vendedores conhecem também os custos e lu- cros de seus concorrentes. Assim é que, pelo fato de inexistir desinformação, nenhum comprador estará disposto a adquirir um produto por um preço superior ao vigente; pelo mesmo motivo, nenhum vendedor estará disposto a vender seu produto por um preço inferior ao de mercado. Fonte: Nogami (2016) Um mercado competitivo, por vezes, chamado mercado perfeitamente com- petitivo, tem duas características: 1) Há muitos compradores e vendedores no mercado O que é um mercado Competitivo? Segundo Nogami e Passos (2016) é onde existe um número tão grande de compradores e de vendedores, sendo cada comprador ou ven- dedor tão pequeno em relac ̧ão ao tamanho do mercado, que nenhum deles, atuando isoladamente, consegue influenciar o prec ̧o da mercadoria. 36 2) Os bens oferecidos pelos diversos vendedores são, em grande escala, os mes- mos. Por causa dessas condições, as ações de um comprador ou vendedor indivi- dual no mercado têm impacto insignificante sobre o preço de mercado. Cada com- prador e cada vendedor tomam o preço de mercado como dado. Mankiw (2020) traz um exemplo para contextualizar a situação acima: o mer- cado de leite. 1) Nenhum comprador individual de leite é capaz de influenciar o preço do pro- duto, porque cada comprador adquire uma pequena quantidade em rela- ção ao tamanho do mercado. 2) De maneira similar, cada vendedor de leite tem controle limitado sobre o preço, porque há muitos outros vendedores fornecendo um produto basica- mente idêntico. 3) Uma vez que cada vendedor pode vender quanto quiser ao preço vigente, ele não tem motivo para cobrar menos do que esse preço, e se cobrar mais, os compradores vão procurar outro fornecedor. 4) Os compradores e vendedores dos mercados competitivos precisam aceitar o preço que o mercado determina e, portanto, são chamados tomadores de preço. 2.3 MERCADO EM CONCORRÊNCIA IMPERFEITA OU MONOPOLISTA Na opinião de Nogami (2016)como o próprio nome diz, a concorrência mono- polista é uma estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita e do monopólio, ficando em situação intermediária entre as duas formas de organi- zação de mercado. Mankiw (2020)descreve uma estrutura de mercado em Concorrência Imper- feita ou monopolista em que há muitas empresas vendendo produtos similares, mas não idênticos. A mesmas hipóteses do mercado de concorrência perfeita se repetem tam- bém na concorrência imperfeita, a única diferença é que há o processo de diferen- ciação das empresas ao venderem seus produtos ou serviços. Importante dizer que os produtos são diferentes do ponto de vista do 37 consumidor. Mas as empresas podem tentar influenciar o ponto de vista dos consumidores, através da propaganda, enfatizando a qualidade do produto, atendimento ao conumidor, estilo, e etc (PINHO et al., 2017). Pode-se verificar a tendência para a existência de lucros normais (receita total igual a custo total), não surgindo lucros extraordinários, como acontece no mercado de concorrência perfeita. No mercado de concorrência perfeita, devem prevalecer as seguintes premis- sas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 14: Hipóteses básicas em um mercado de concorrência imperfeita Concorrência mono- polista (concorrência imperfeita) Hipóteses básicas do modelo Observações - É uma situação de mercado na qual exis- tem muitas firmas ven- dendo produtos dife- renciados que sejam substitutos entre si; Exemplos: Produtos ali- mentícios, roupas de marca, padarias, far- mácias, salão de be- leza e etc. As empresas lançam mão de estratégias de marketing para se dife- renciarem dos concor- rentes. 1) Existência de um Grande Número de Compradores e de Vendedores. 2) Cada Firma Produz e Vende um Pro- duto Diferenciado, embora Substituto Próximo. 3) Existência de Livre Entrada e Saída de Firmas Da mesma forma que na concorrên- cia perfeita, a concorrência monopo- lista apresenta grande número de fir- mas, cada qual respondendo por uma fração da produção total de mercado; Na verdade, a diferenciação carac- teriza a maioria dos mercados existen- tes. Exemplificando: não existe um tipo homogêneo de perfumes, de apare- lhos de televisão, de restaurantes, de automóveis ou DVDs. Na realidade, cada produtor procura diferenciar seu produto a fim de torná-lo único. A diferenciação, por sua vez, pode ser real ou ilegítima. No casoda diferen- ciação real, buscam-se diferenças re- ais nas características do produto. Costuma-se estabelecer, por exem- plo, diferenças a respeito do aspecto de composição química, serviços ofe- recidos por vendedores, etc. No caso da diferenciação ilegítima do produto, as diferenças são artificiais, 38 tais como marca, embalagem e de- sign. Em outros casos, pode não haver nenhuma diferença, mas o consumi- dor pode ser levado a pensar que elas existem, normalmente como resultado de campanhas promocionais que, de maneira artificial, apontam caracterís- ticas diferenciadoras entre os produ- tos. O fato de os produtos serem diferenci- ados é que dá ao produtor o poder de monopólio, uma vez que somente ele produz aquele tipo de bem. Nestas condições, a exemplo do que ocorre no monopólio, cada produtor possui alguma liberdade para fixar seus pre- ços; Da mesma forma que no mercado de concorrência perfeita, não existem barreiras legais ou de qualquer outro tipo que impeçam a livre entrada e saída de firmas no mercado. Fonte: Nogami (2016) Antes de se perguntar quantas empresas há em um mercado, é necessária uma questão bastante elementar, mas freqüentemente esquecida: qual é a delimitac ̧ão deste mer- cado? Um mercado é, em sua definic ̧ão mais simples, o espac ̧o de troca entre compra- dores e vendedores. 39 2.4 MONOPÓLIO Para Nogami (2016) o monopólio é uma situação de mercado em que existe um só produtor de um bem ou serviço que não tenha substituto próximo. Devido a isso, o monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser co- brado pelo seu produto. Conforme Pinho et al. (2017) no monopólio, o setor é a própria firma, porque existe um único produtor que realiza toda a produção. Dessa forma, a oferta da firma é a oferta do setor e a demanda da firma é a demanda do setor. No mercado monopolista devem prevalecer as seguintes premissas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 15: Hipóteses básicas em um mercado de monopólio Monopólio Hipóteses básicas do modelo Observações – É uma situação de mer- cado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos. De um lado temos uma única empresa vende- dora dominando a oferta e de outro, um conjunto de consumidores. O monopolista é um for- mador de preço. Isto sig- nifica que o monopolista tem a capacidade de es- colher o preço do pro- duto. Assim o monopo- lista pode apresentar lu- cro maior que outros se- tores. Exemplos: Petrobras, Cor- reios, e em Minas Gerais: Cemig, Copasa, domi- nando o monopólio de 1) Um Determinado Pro- duto é Suprido por uma Única Firma 2) Não há substitutos Pró- ximos para esse Pro- duto. 3) Existem Obstáculos (barreiras) à Entrada de Novas Firmas na In- dústria (nesse caso a indústria é composta de uma única firma). Uma única firma oferece o pro- duto em um determinado mer- cado. Ex. o monopólio da gasolina pela Petrobras. Isso significa dizer que o monopo- lista enfrenta pouca ou nenhuma concorrência. Vamos ao exemplo do consumo de água tratada que pratica- mente em todas as cidades do Es- tado de Minas Gerais acontece o monopólio. Não há como substituir este tipo de produto. Para que o monopólio exista é pre- ciso manter concorrentes em po- tencial afastados da indústria. Isto significa que devem existir barrei- ras que impeçam o surgimento de competidores, protegendo, dessa forma, a posição de monopolista. Estas barreiras fazem com que seja 40 fornecimento de energia elétrica e de água tra- tada. muito difícil (ou praticamente im- possível) a entrada de novas firmas na indústria. Para garantir o monopólio existem: Barreiras Legais: As barreiras legais incluem patentes, licenças e con- cessões governamentais. O Mono- pólio Legal ocorre quando o go- verno concede a uma empresa um direito exclusivo para ela ope- rar, por meio de licença e conces- sões que permitem que uma única firma produza um determinado produto, excluindo legalmente a competição de outras firmas. Controle sobre o fornecimento de Matérias Primas: Se uma firma mo- nopolista detém os controles sobre o fornecimento das matérias pri- mas essenciais à produção de um determinado bem ou serviço, ela pode bloquear o ingresso de no- vas firmas no mercado; Monopólios Estatais: Existem ainda os monopólios estatais, que per- tencem e são regulamentados pe- los governos: federal, estadual e municipal. Fonte: Nogami (2016) A patente funciona como uma barreira a entrada a outras empresas, que fi- cam impedidas de produzir bem semelhante enquanto vigorar a patente. Mas com o passar do tempo as patentes podem tornar-se obsoletas, surgir novos produtos mais inovadores, matérias primas podem ser substituídas. Cabe ao poder público pode intervir em mercados monopolistas (PINHO et al., 2017). 2.5 OLIGOPÓLIO O oligopólio pode ser conceituado como uma estrutura de mercado em que um pequeno número de firmas controla a oferta de um determinado bem ou serviço. Segundo Nogami (2016)de acordo com essa conceituação, a indústria auto- mobilística é um exemplo de indústria com pequeno número de firmas. Entretanto, o oligopólio pode também ser entendido como sendo uma indústria em que há um grande número de firmas, mas poucas dominam o mercado. Como exemplo, pode- mos citar a indústria de bebidas. 41 Além das indústrias de bebidas temos a indústria de aço, de fumo, de cimento, de celulose, empresas de transporte aéreo e rodoviário, setor de telefonia móvel, ti- das como sendo oligopolistas. No quadro a seguir são listadas algumas empresas oligopolistas e seus setores de atuação: Quadro 16: Empresas oligopolistas e suas atividades AVIAÇÃO CIVIL CO- MERCIAL LATAM, AZUL, GOL. INDÚSTRIA DE CELULOSE CENIBRA, KLABIN, WESTROCK, INTERNATIONAL PAPER, SUZANO, TROMBINI FRAIBURGO, VERACEL CELULOSE. INDÚSTRIA DE CIMENTO VOTORANTIM, INTERCEMENT, NASSAU, LAFARGE-HOLCIM TELEFONIA MÓVEL TIM, VIVO, CLARO, OI. Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Essa estrutura de mercado caracteriza-se pela existência de reduzido número de produtores e vendedores fabricando bens que são substitutos próximos entre si. Em outras palavras, esses produtos têm alta elasticidade cruzada. Segundo a substi- tutibilidade perfeita ou imperfeita dos bens, o oligopólio pode ser perfeito ou diferen- ciado (PINHO et al., 2017). No mercado oligopolista devem prevalecer as seguintes premissas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 17: Hipóteses básicas em um mercado de Oligopólio Oligopólio Hipóteses bási- cas do modelo Observações - É uma situação de mercado em que um pequeno número de fir- mas domina o mer- cado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogê- neo ou diferenciado. De acordo com essa conceituação, a indús- tria automobilística é um exemplo de indús- tria com pequeno nú- mero de firmas. Entre- tanto, o oligopólio pode também ser en- tendido como sendo uma indústria em que há um grande número 1) Existência de Poucas Firmas. 2) Produto Ho- mogêneo ou Di- ferenciado. 3) Existência de Dificuldades para Entrar na Indústria. O oligopólio é uma estrutura de mercado que se situa entre a concorrência monopolista e o monopólio. O oligopólio apresenta como prin- cipal característica o fato das firmas serem in- dependentes. Isso decorre do pequeno nú- mero de firmas existentes na indústria. O oli- gopólio pode ter duas, três, dez ou mais em- presas, dependendo da natureza da indústria. Entretanto, o número deve ser pequeno, de tal forma que as firmas levemem considera- ção e tenham reações quanto às decisões de preço e produção de outras. Uma das manei- ras de se verificar uma indústria é um oligopó- lio e por meio de determinação do índice de concentração da indústria. No Brasil muitas indústrias, tais como as monta- doras de veículos, indústria de aço, a indústria de fumo e a indústria de bebidas, são tidas como sendo oligopolistas. 42 de firmas, mas poucas dominam o mercado. Exemplo: indústria de bebidas, de cigarros, empresas aeras, de te- lefonia, gases industri- ais, cimento e etc. O oligopólio pode ser puro ou diferenciado. Ele será considerado puro caso os concorren- tes ofereçam um produto homogêneo (substi- tutos perfeitos entre si). Exemplos de oligopólio puros podem ser encontrados na indústria de cimento, de alumínio, cobre, aço, etc. Caso os produtos não sejam homogêneos, o oli- gopólio será considerado diferenciado. Como exemplo, podemos citar a indústria au- tomobilística e de cigarros, cujos produtos, embora semelhantes, não são idênticos (o carro Vectra é diferente do Gol e o cigarro Marlboro é diferente do Free, e assim por di- ante); Da mesma forma que no monopólio, existem barreiras que favorecem o surgimento do oli- gopólio, impedindo a entrada de novas firmas na indústria, tais como a existência de paten- tes e outras barreiras legais. Fonte: Nogami (2016) 2.6 EXTERNALIDADES X VIRTUDES X VÍCIOS DO MERCADO Rossetti (2016)destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos passaram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Entre as virtudes do mercado, Rossetti (2016)destacam algumas que permane- cem reconhecidas: Quadro 18: Virtudes do mercado O mercado gera índi- ces de escassez Transmitidos aos preços e às remunerações, orientando a aloca- ção dos recursos escassos da sociedade. O mercado é um cen- tro de estimulação Que leva à maior qualificação dos recursos e a compromissos com a qualidade dos produtos. As exigências impostas pela competição são, de um lado, fatores de impulsão das pessoas para investirem em si mesmas, aprimorando o capital humano; de outro lado, impulsionam a diversidade dos produtos e seus padrões de desempenho e qualidade. O mercado orienta as sociedades Os preços sinalizam o que está sendo e o que deve ser conser- vado; estimulam a busca de tecnologias alternativas; e sinaliza- rão a direção a ser dada a boa parte dos projetos de P&D – Pes- quisa e Desenvolvimento. O mercado possibilita as trocas voluntárias. Concilia interesses e objetivos. Nesse sentido, é uma alternativa a sistemas coercitivos. O mercado viabiliza a liberdade de escolha econômica Não obstante os graus dessa categoria de liberdade não se en- contrarem igualmente distribuídos e serem desigualmente limita- dos por diferentes níveis de restrições orçamentárias, o processo de escolha é tolhido para todos, sempre que se suprime o mer- cado, centralizando-se decisões alocativas. Fonte: Rossetti (2016) 43 Mas, em contrapartida, Rossetti (2016) afirma que o mercado também tem ví- cios. Estes são os mais apontados: Quadro 19: Vícios do mercado O processo de alocação exclusiva- mente via mercado registra ineficácias, do ponto de vista social. Havendo consumidores dispostos e aptos a pa- gar por rações balanceadas para cães de esti- mação, essas rações continuarão a ser produzi- das, ainda que pessoas desprovidas de recursos sobrevivam com dietas precárias. O mercado não se estrutura apenas se- gundo as hipóteses da concorrência perfeita Prevalecem, na realidade, estruturas imperfeita- mente competitivas, que podem conduzir a prá- ticas que conspirem contra o interesse público. O mercado não garante, o tempo todo, o pleno-emprego dos recursos As instabilidades que muitas vezes decorrem de movimentos questionáveis das forças de mer- cado, deixam recursos ociosos. Dificilmente o mercado leva a economia a operar permanen- temente sobre suas fronteiras de produção. O mercado não é capaz de penalizar agentes econômicos que geram exter- nalidades negativas, ao produzir ou a consumir. A acumulação de externalidades pode, no li- mite, inviabilizar o processo econômico como um todo. Os mecanismos do mercado, limitados a preços, fragilizam-se diante do poder de outros mecanismos persuasórios e alocativos Estendida também à comunicação social, a li- berdade de mercado pode tornar-se mais forte que as próprias forças do mercado. “A criatura pode rebelar-se contra o criador” e, embora menos perfeita, tomar seu lugar. Fonte: Rossetti (2016) Do balanceamento dessas virtudes e vícios, todos fortemente relacionados com os pontos fortes e fracos dos sistemas econômicos, podem resultar diferentes categorias de intervenções regulatórias exercidas pelo governo. Rossetti (2016)destaca as intervenções de maior relevância: Quadro 20: Intervenções regulatórias exercidas pelo governo Coparticipação do governo no processo produtivo Originalmente para a geração de bens e serviços públicos e semipúblicos. Controle de preços Fixação de tetos e de mínimos. Fixação de quotas de produção Limitação de acesso aos recursos. Controle de externalidades Notadamente as que conduzem à degra- dação ambiental. Regulamentação de práticas operacionais Em estruturas imperfeitamente competiti- vas. Implantação de mecanismos redistributivos de renda De efeitos indiretos e diretos. Fonte: Rossetti (2016) 44 Outras medidas também poderão ser reguladas pelo governo, como a fixa- ção de quotas de produção, limitação de acesso aos recursos, constituição de esto- ques reguladores, repressão aos abusos do poder de mercado, dentre outros. Este tópico iniciou-se com uma síntese acerca dos benefícios dos mercados que, mesmo com todas as imperfeições, podem levar a formas superiores de organi- zação produtiva, com práticas abusivas, como a formação de cartéis. Nogami (2016)afirmam que o cartel é uma organização formal de produtores dentro de um setor. Essa organização formal determina as políticas para todas as empresas do cartel, objetivando aumentar seus lucros totais. Muitas vezes, os acordos entre empresas concorrentes são tornados públicos e, em outras, a prática de cartel ocorre sem que haja qualquer documento explici- tando seu comportamento. Vale ressaltar que a prática do cartel no Brasil é conside- rada um crime, portanto, ilegal. Determinadas consequências das atividades de produção geram custos para a sociedade, mas que não são computadas como custo de produção. Como exem- plo, pode-se citar a poluição decorrente da produção de determinado bem ou ser- viço. Este é o caso da poluição dos rios decorrente da produção de papéis ou a poluição do ar e sonora resultante do transporte rodoviário de cargas. Tais custos são denominados, na Economia, de externalidades negativas (BRAGA, 2019). As externalidades negativas também podem ser evitadas pelas ações de or- ganizações não governamentais ou fundações que funcionam a partir de doações de pessoas físicas ou jurídicas, e com recursos financeiros praticam ações de caráter assistencial na sociedade. Muitas empresas possuem fundações para tal fim. Mas nem sempre as solu- ções privadas garantem a solução adequada para os efeitos das externalidades. Cada vez mais as empresas tendem a ser responsabilizadas pelos danos am- bientais, não apenas na forma de pagamento de multas, mas na obrigatoriedade 45 do desenvolvimento de procedimentos que minimizem tais danos. Neste sentido, muitas empresas de grande porte publicam seu balanço ambi- ental, demostrando as ações que fizeram para minimizar os efeitos negativos causa-dos ao meio ambiente em função de sua atividade. Se, por um lado, isso implica em aumento nos custos das firmas, por outro eleva o bem-estar daqueles que prezam pela qualidade de vida em um ambiente menos poluído, sem contar que melhora a imagem da empresa no mercado, com boas práticas de governança corporativa. O Brasil possui, desde os anos de 1960, extensa legislação que procura coibir os abusos do poder econômico em defesa da concorrência e da proteção aos con- sumidores e consequentementemente combtare algumas externatidades negativas do mercado. Vasconcelos e Garcia (2019)demonstram que dentro do chamado Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, o Conselho Administrativo de Direito Econô- mico (Cade), a Secretaria de Direito Econômico (SDE) e a Secretaria de Acompa- nhamento Econômico (Seae), que são os órgãos que têm por objetivo julgar os pro- cessos administrativos relativos a abusos do poder econômico, bem como analisar fusões de empresas que podem criar situações de monopólio ou maior domínio de mercado. No livro de Rossetti (2016) o autor demonstra as defasagens e imperfeições do mer- cado mas https://bit.ly/2ZFq09h https://bit.ly/2P4oknH 46 47 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Segundo Nogami e Passos (2016) podemos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços da seguinte forma: Mercado de concorrência Per- feita, monopólio, concorrência Monopolista e oligopólio. I - Concorrência Perfeita é uma estrutura de mercado, na qual existe um grande número de compradores e vendedores. II - Monopólio é uma estrutura de mercado na qual existe muitos vendedores e muitos compradores, sendo uma das causas para seu aparecimento a concessão de uma patente durante um determinado período de tempo. III - Oligopólio é uma estrutura de mercado na qual existe um pequeno número de empresas, diante de um grande número de compradores. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Em alguns setores ____________________ ocorre cooperação entre as empresas, po- rém em outros elas competem agressivamente, mesmo que isso signifique lucros menores. Para entendermos a razão disso é preciso levar em consideração o modo pelo qual essas empresas decidem seus níveis de produção e seus preços. Essa sentença se refere à: a) oligopolistas b) monopolistas c) de concorrência perfeita d) de concorrência imperfeita e) nenhuma das anteriores 48 3. Em um mercado ____________________, algumas ou todas empresas explicita- mente fazem coalizões: elas coordenam seus preços e níveis de produção de ma- neira que possam maximizar seu lucro conjunto. Exemplo desse tipo de estrutura de mercado é o da OPEP (organização dos países exportadores de petróleo). a) oligopolistas b) monopolistas c) de concorrência perfeita d) de concorrência imperfeita e) nenhuma das anteriores 4. Identifique o tipo de mercado 1 - concorrência perfeita; 2 – Concorrência imperfeita; 3 – monopólio; 4 - oligopólio) mais provável nas seguintes situações: Não existem barreiras legais e econômicas tanto para a entrada quanto para a saída de firmas no mercado. É uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos É uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão grande que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço. Existência de Dificuldades para Entrar na Indústria. É uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogêneo ou diferenciado. A sequência correta será: a) 1, 3, 1, 4, 4 b) 2, 4,1, 3, 4 c) 4, 4, 2, 1, 3 d) 3, 3, 1, 4, 1 e) 4, 3, 2, 1, 2 49 5. Identifique o tipo de mercado 1 - concorrência perfeita; 2 – Concorrência imperfeita; 3 – monopólio; 4 - oligopólio) mais provável nas seguintes situações: É uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenci- ados que sejam substitutos entre si. Esta hipótese garante tanto aos compradores quanto aos vendedores terem informação perfeita sobre o mercado: ambos conhecem a qualidade do produto e seu preço vi- gente (transparência de mercado). Uma única firma oferece o produto em um determinado mercado Os produtos colocados no mercado pelas firmas são homogêneos, ou seja, são perfeitos substitutos entre si (várias firmas produzindo o mesmo produto). Como resultado, os com- pradores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão adquirir o produto. A sequência correta será: a) 3, 2, 1, 4 b) 4, 3, 2, 1 c) 2, 1, 3, 1 d) 3, 1, 4, 2 e) 2, 3, 4, 1 6. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas- saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Algumas medidas poderão ser reguladas pelo governo para combater os vícios: I - Fixação de quotas de produção. II - Limitação de acesso aos recursos III - Constituição de estoques reguladores IV - Repressão aos abusos do poder de mercado É correto o que se afirma em: 50 a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III e IV 7. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas- saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Entre as virtudes do mercado, destacam algumas que per- manecem reconhecidas: I – O mercado viabiliza a liberdade de escolha econômica II – O mercado orienta as sociedades III - O mercado possibilita as trocas voluntárias. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 8. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas- saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Mas, em contrapartida, Rossetti afirma que o mercado tam- bém tem vícios: I - O processo de alocação exclusivamente via mercado registra ineficácias, do ponto de vista social. II - O mercado não é capaz de penalizar agentes econômicos que geram exter- nalidades negativas, ao produzir ou a consumir. III - O mercado não se estrutura apenas segundo as hipóteses da concorrência perfeita 51 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 52 ELASTICIDADES Objetivos desta unidade: Definir elasticidades e determinar sua importância Explicar e exemplificar a Elasticidade preço da demanda Explicar e exemplificar a Elasticidade preço da oferta Explicar e exemplificar a Elasticidade renda da demanda 3.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decla- rou que estava em curso uma pandemia denominada COVID-19, que rapidamente alastrou-se para todos os países do mundo, tendo impactos profundos na saúde pú- blica e choques sem precedentes nas economias e nos mercados de trabalho (COSTA, 2020). De acordo com o Amitrano, Magalhães e Silva (2020)os fatores de demanda, associados aos impactos negativos da epidemia sobre três elementos distintos. 1) Consumo das famílias: decorrente da perda de
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