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Conceito de Empresa e Registro Empresarial

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1. EMPRESA — PERFIL SUBJETIVO 
 
O legislador brasileiro não se ocupou minuciosamente 
disso, resumindo-se a afirmar que empresários e 
sociedades empresárias são aqueles que exercem 
profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Do 
dispositivo, todavia, extraem-se os elementos que 
permitem a compreensão jurídica da empresa: 
• Estrutura organizada: não se atenta mais para o ato 
(ato de comércio), mas para a estruturação de bens 
materiais e imateriais, organizados para a realização, com 
sucesso, do objeto de atuação. Esses bens se constituem a 
partir de um capital que se investe na empresa. 
•Atividade profissional: não um ou alguns atos, mas 
atividade, isto é, sucessão contínua de ações para realizar 
o objeto professado (sua profissão, o motivo para o qual 
se constituiu a empresa). 
•Patrimônio especificado: os bens materiais e imateriais 
organizados para a realização do objeto, e a atividade 
com eles realizada (conjunto de atos jurídicos), são 
específicos da empresa: faculdades e obrigações 
empresariais, que deverão experimentar escrituração 
(contabilidade) própria. 
•Finalidade lucrativa: a atividade realizada com a 
estrutura organizada de bens e procedimentos visa à 
produção de riquezas apropriáveis, mais 
especificamente, de lucro, ou seja, de uma remuneração 
para o capital. 
•Identidade social: quando o legislador usa a expressão 
considera-se empresário, remete a um aspecto 
comunitário da empresa, que tem uma existência 
socialmente reconhecida. Fala- se, por exemplo, que o 
Bradesco fez isso ou aquilo, deixando perceber que a 
comunidade compreende a empresa como um ente 
existente em seu meio. 
Note-se, todavia, que o legislador, no parágrafo único do 
artigo 966 do Código Civil, excluiu dessa definição de 
empresa aqueles que exercem profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda que com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores; essa exclusão dá-
se como regra geral, comportando exceção inscrita na 
própria norma: se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
→ Da atividade intelectual como elemento de 
empresa 
Enunciado 193 da III Jornada de Direito Civil do Conselho 
da Justiça Federal: “193 — Art. 966: O exercício das 
atividades de natureza exclusivamente intelectual está 
excluído do conceito de empresa”. 
• SOCIEDADE SIMPLES -> SOCIEDADE 
EMPRESÁRIA E EMPRESÁRIO = REGISTRO 
PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS (A CARGO 
DAS JUNTAS COMERCIAIS) SOCIEDADE SIMPLES 
= REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS 
(CARTÓRIO) Obs: as cooperativas serão sempre 
sociedade simples, porém seu registro e feito 
na Junta comercial. 
• SOCIEDADE EMPRESÁRIA – PESSOA JURÍDICA -
> Atividade Típica do Empresário (requisito 
material), Registro na Junta Comercial 
(requisito formal). Exceções:
 (independente
 do
 objeto 
 social) 
Cooperativas –
 
 Sociedade 
 Simples Sociedades 
por Ações (S/A e C/A) – Sociedade Empresária 
 → O DREI tem atribuições de coordenação, 
monitoramento, e regulamentação dos atos de 
registro, bem assim atribuição recursal. 
 → As Juntas Comerciais, como órgãos locais, 
continuarão a exercer as “funções 
 executora e administradora dos serviços de 
registro. 
• FIRMA INDIVIDUAL 
A firma, por seu turno, é o rótulo sobre o qual atuará 
empresarialmente e a assinatura que corresponde a 
esse rótulo; esse rótulo é um nome empresarial, 
formado a partir de seu nome civil, no todo ou em parte 
(podendo haver abreviaturas) e, mesmo, o acréscimo de 
designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de 
atividade. 
É juridicamente possível que o empresário (firma 
individual) transforme-se em sociedade empresária, 
admitindo um sócio. Essa transformação se faz 
observando as regras específicas de constituição da 
pessoa jurídica. Detalhe: se o tipo societário escolhido for 
a sociedade limitada, sequer é preciso admitir um sócio, 
certo que o Código Civil, com as alterações da Lei 
13.874/19 admite a figura da sociedade limitada de um 
só sócio. 
 
 
• CAPACIDADE PARA EMPRESARIAR 
Para registrar-se como empresário, a pessoa deverá estar 
no pleno gozo da capacidade civil. De outra face, é 
possível que menores de 18 anos, desde que estejam 
emancipados, registrem-se na Junta Comercial como 
empresários. 
Como o menor não está autorizado a registrar-se, o 
estabelecimento comercial com economia própria 
apurar-se-á de fato, e não de direito; estabelecimento, 
portanto, havido na chamada economia informal. 
Para tanto, exige-se prévia autorização do Judiciário, 
ouvido o Ministério Público, devendo ser examinadas as 
circunstâncias e os riscos da empresa, bem como a 
conveniência em continuá-la. Em se tratando de 
sucessão, será o incapaz inscrito como empresário; se há 
interdição, será ela anotada; em ambos os casos, serão 
também registrados o representante, a quem caberá o uso 
da firma, ou assistente, que convalidará os atos do 
empresário. 
Para evitar prejuízos aos interesses do menor, o artigo 974, 
§ 2º, do Código Civil, cria um limite de responsabilidade 
entre o estabelecimento e o patrimônio de seu titular, 
estabelecendo não ficarem sujeitos ao resultado da 
empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da 
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo 
da empresa. Tais fatos deverão constar do alvará que 
conceder a autorização para prosseguir com a empresa. 
A qualquer tempo, o Judiciário poderá revogar a 
autorização, ouvidos os pais, tutores ou representantes 
legais do menor ou do interdito; essa revogação, todavia, 
não prejudicará os direitos que tenham sido 
regularmente adquiridos por terceiros que mantiveram 
negócios com a empresa. 
• IMPEDIMENTOS 
Nem todos os civilmente capacitados podem 
empresariar; não pode ser empresário quem está 
impedido a tanto pela legislação, sendo que o 
impedido, quando exerce atividade própria de 
empresário, responderá pelas obrigações que 
contrair. 
O próprio Código Civil, em seu artigo 1.011, § 1º, lista 
algumas situações que impedem a inscrição como 
empresário ou, no âmbito das sociedades empresárias, 
impedem que a pessoa seja escolhida como 
administradora da empresa, são elas: 
(1) crimes cuja pena vede, ainda que temporariamente, 
o acesso a cargos públicos; 
(2) condenados por crime falimentar; 
(3) condenados por crime de prevaricação: agentes 
públicos que, indevidamente, não praticaram, ou 
demoraram a praticar, ato cuja iniciativa lhes competia, 
bem como os agentes que praticaram atos contra lei 
expressa, para satisfazer interesse pessoal, ou apenas 
para satisfazer sentimento próprio, como paixão, ódio, 
vingança etc.; 
(4) condenados por crime de suborno (também 
chamado de peita), vale dizer, por corrupção ativa: 
oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou 
retardar ato de ofício; 
(5) condenados por crime de concussão: o agente 
público que exige vantagem indevida, para si ou para 
outra pessoa, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela; 
(6) condenados por peculato, que é o crime 
praticado pelo funcionário público que se apropria de 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, 
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio; 
(7) condenados por crime contra a economia popular, 
contra o sistema financeiro nacional, contra as normas 
de defesa da concorrência, contra as relações de 
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto 
perdurarem os efeitos da condenação. 
Para além desses casos, outros há, dispostos em 
legislações específicas, sendo relevante citar os 
seguintes: 
(1) magistrados; 
(2) membros do Ministério Público; 
(3) servidores públicos; 
(4) militares da ativa; 
(5) o falido, se não forem declaradas extintassuas 
obrigações; 
(6) estrangeiros com visto temporário. 
➢ EMPRESÁRIO CASADO 
Marido e esposa, quando não estão casados pelo regime de separação total de bens, 
não podem praticar alguns atos, sem ter a autorização do outro, segundo o artigo 1.647 do 
Código Civil: 
(1) alienar (vender, doar, trocar) ou gravar de ônus real (hipotecar ou dar em anticrese) 
os 
bens imóveis; 
(2) pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
(3) prestar fiança ou aval; 
(4) fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam 
integrar futura meação. Tal regra, todavia, não se aplica ao empresário ou empresária 
casado, já que o artigo 978 do Código Civil permite-lhe alienar os imóveis que integrem 
o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real, sem necessidade de autorização 
conjugal. Essa exceção tem por finalidade óbvia permitir a prática das atividades 
empresariais, mas está restrita às relações mantidas com o patrimônio especificado, que é 
a empresa, surgido a partir do capital investido e devidamente historiado na respectiva 
escrituração contábil. 
Justamente em função dos prováveis efeitos das relações empresárias sobre o patrimônio 
pessoal do titular da empresa, demanda-se o arquivamento e a averbação, no Registro 
Mercantil, dos atos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, 
herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Da 
mesma forma, deverão ser levados ao Registro Público de Empresas Mercantis a sentença 
que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação. 
Sem que haja registro, diz o artigo 980 do Código Civil, tais situações não podem ser 
opostas a terceiros. Tal regra deve ser interpretada restritivamente, evitando-se permitir 
que o cônjuge ou o ex-cônjuge, quando de boa-fé, sejam chamados a responder pela 
inércia do empresário. 
 
 
• Microempresa e empresa de pequeno porte 
O artigo 170, IX, da Constituição da República garante “tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País”. Um pouco adiante, o artigo 179 emenda: “A União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno 
porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las 
pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e 
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.” Na sombra de tais 
dispositivos, editou- se a Lei Complementar 123/06, estabelecendo uma série de normas 
gerais que alcançam os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, designadamente no que diz respeito ao Direito Tributário (apuração e 
recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios), incluindo um regime único de arrecadação, tratamento específico no 
que toca ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, acesso ao 
mercado, preferência nas aquisições de bens e serviços pelos 
Poderes Públicos, políticas públicas para acesso a 
crédito e à tecnologia, estímulo ao associativismo, 
facilitação do acesso à justiça, dentre outras. 
Consideram-se microempresa o empresário, a 
sociedade simples e a sociedade empresária que 
aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta igual 
ou inferior a R$ 360.000,00; 
para empresa de pequeno porte, a receita bruta, em 
cada ano-calendário, deverá ser 
superior a R$ 360.000,01, mas igual ou inferior a R$ 
4.800.000,00. 
No caso de início de atividade no próprio ano-
calendário, esse limite será proporcional ao número de 
meses em que a microempresa ou a empresa de 
pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as 
frações de meses. Se a receita bruta superar R$ 
360.000,00, mas não R$ 4.800.000,00, a microempresa 
torna-se empresa de pequeno porte. Em oposição, se a 
receita bruta de uma empresa de pequeno porte for 
igual ou inferior a R$ 360.000,00, passará, no ano-
calendário seguinte, à condição de microempresa. 
Por fim, se a receita bruta superar R$ 4.800.000,00, a 
microempresa ou a empresa de pequeno porte perderá 
seu enquadramento, o que, todavia, não implica 
alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a 
contratos por elas anteriormente firmados, segundo o 
artigo 3º, § 3º, da Lei Complementar 123/06. 
O limite de receita bruta não é o único requisito para o 
enquadramento como microempresa ou empresa de 
pequeno porte; com efeito, não se inclui no regime 
diferenciado e favorecido previsto na Lei 
Complementar 123/06 a pessoa jurídica ( 
1) de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
(2) que seja filial, sucursal, agência ou representação, 
no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; 
(3) de cujo capital participe pessoa física que seja 
inscrita como empresário ou seja sócia de outra 
empresa que receba tratamento jurídico diferenciado 
nos termos da Lei Complementar 123/06, desde que a 
receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 
4.800.000,00; 
(4) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% 
(dez por cento) do capital de outra empresa não 
beneficiada pela Lei Complementar 123/06, desde que 
a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 
4.800.000,00; 
(5) cujo sócio ou titular seja administrador ou 
equiparado de outra pessoa jurídica com fins 
lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse 
o limite de R$ 4.800.000,00; 
(6) constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de 
consumo; 
(7) que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
(8) que exerça atividade de banco comercial, de 
investimentos e de desenvolvimento, de caixa 
econômica, de sociedade de crédito, financiamento e 
investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou 
de distribuidora de títulos, valores mobiliários e 
câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de 
seguros privados e de capitalização ou de previdência 
complementar; 
(9) resultante ou remanescente de cisão ou qualquer 
outra forma de desmembramento de pessoa jurídica 
que tenha ocorrido em um dos cinco anos-calendários 
anteriores; 
(10) constituída sob a forma de sociedade por ações; 
(11) cujos titulares ou sócios guardem, 
cumulativamente, com o contratante do serviço, 
relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. 
Note-se que as vedações acima listadas sob os números 
4 e 7 não se aplicam à participação no capital de 
cooperativas de crédito, bem como as centrais de 
compras, bolsas de subcontratação, consórcio simples 
e associações assemelhadas, sociedades de interesse 
econômico, sociedades de garantia solidária e outros 
tipos de sociedade que tenham como objetivo social a 
defesa exclusiva dos interesses econômicos das 
microempresas e empresas de pequeno porte. 
Atente-se para o fato de que o artigo 970 do Código 
Civil se refere à figura do pequeno empresário. O artigo 
68 da Lei Complementar 123/06 dá contorno próprio a 
tal figura, definindo-o como o empresário individual 
caracterizado como microempresa na forma desta Lei 
Complementar que aufira receita bruta anual de até 
R$ 81.000,00. Este pequeno empresário 
(Microempresário Individual – MEI) beneficia-se da 
previsão inscrita no artigo 1.179, § 2º, do mesmo 
Código Civil, estando dispensado da exigência de seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com 
base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, e de 
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico. 
O processo de abertura, registro, alteração e baixa da 
microempresa e empresa de pequeno porte, bem como 
qualquer exigência para o início de seu funcionamento, 
por força do artigo 4º da Lei Complementar 123/06, 
deverão ter trâmite especial e simplificado, 
preferencialmente eletrônico, opcional para o 
empreendedor,no qual poderão ser dispensados o uso 
da firma, com a respectiva assinatura autografa, o 
capital, requerimentos, demais assinaturas, 
informações relativas ao estado civil e regime de bens, 
bem como remessa de documentos, na forma 
estabelecida pelo Comitê para Gestão da Rede 
Nacional para Simplificação do Registro e da 
Legalização de Empresas e Negócios – CGSIM. 
SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO
 DE EMPRESAS
 MERCANTIS 
DREI –
 Departamento R
egistro Comercial e I
ntegração Diretrizes Básicas – Função Fiscalizatória – 
Cadastro Nacional de Empresas Mercantis. 
Junta Comercial – Atos registrários – subordinação 
híbrida (técnica e administrativa) 
➢ A jurisprudência deste Superior Tribunal de 
Justiça tem decidido pela competência da 
Justiça Federal, nos processos em que 
figuram como parte a Junta Comercial do 
Estado, somente nos casos em que se discute 
a lisura do ato praticado pelo órgão, bem 
como nos mandados de segurança 
impetrados contra seu presidente, por 
aplicação do artigo 109, VIII, da Constituição 
Federal, em razão de sua atuação delegada. 
• ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
 
Definição: “Complexo de bens organizado, para 
exercício da empresa, por empresário ou 
sociedade empresária. (CC/2002 –art. 1.142) 
No Trespasse, temos duas figuras: O Alienante quem 
vende e o Adquirente, o que está comprando. O 
contrato se feito entre as partes, precisa de 
formalidade. O simples contrato produz efeitos entre 
as partes, ou seja, entre comprador e alienante já 
produz efeito, não precisa de nada mais para que o 
contrato de trespasse produza efeitos entre o alienante 
e o adquirente. 
Para produzir efeitos perante terceiros terá que 
cumprir as formalidades do Código Civil que estabelece: 
O contrato que tenha por objeto a alienação, o 
usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só 
produzirá efeitos quanto a terceiros depois de 
averbado à margem da inscrição do empresário, ou da 
sociedade empresária, no Registro Público de 
Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa 
oficial. 
Precisa assim de averbação na junta comercial e 
publicação na imprensa oficial. A regra aqui é de 
publicidade, é trazer publicidade ao ato, o credor tem 
que ficar sabendo, o concorrente tem que ficar 
sabendo, isso tem que ser comunicado para o mercado, 
há uma necessidade de uma publicidade total para 
produzir efeitos perante terceiro. 
Precisa assim da concordância expressa ou tácita dos 
credores, se os bens do alienante não forem suficientes 
para saldar as dívidas deixadas no estabelecimento e se 
os credores não forem pagos antecipadamente. 
Responsabilidade por dívidas anteriores 
O artigo 1146 do Código Civil, menciona que o 
adquirente responde por dívidas anteriores, só que 
com uma ressalva, desde que a dívida esteja 
regularmente contabilizada. A regra não se aplica para 
dívida trabalhista nem para dívida tributária, artigo 10 
e 448 da CLT, artigo 133 do Código Tributário, 
respectivamente. 
O alienante responde de forma solidária e por um 
prazo, de um ano, a contagem do prazo vai depender da 
dívida: 
A dívida vencida será contada um ano a partir da 
publicação, aquela publicação na imprensa oficial. A 
dívida vincenda, conta a partir da data do vencimento. 
Essa pode ser considerada regra geral por 
responsabilidade, no entanto, o artigo 141, II Lei 
11101/05 Lei de Falências menciona que não haverá 
sucessão, quem comprou não responde por dívidas do 
estabelecimento. 
"Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive 
da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer 
das modalidades de que trata esse artigo: 
II - o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus 
e não haverá sucessão do arremate nas obrigações do 
devedor, inclusive as de natureza tributária, as 
derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de 
acidentes de trabalho. " 
 
 
• CONTRATO SOCIAL 
CLÁUSULAS
 
CONTRATUAIS: 
ESSENCIAIS: CC, art. 997, I a IV e VI (Qualificação dos 
sócios, Objeto Social, Nome Empresarial, Sede, Prazo e 
Duração, Capital Social, quotas dos sócios e o modo da 
integralização, nomeação do administrador e seus 
poderes e atribuições). 
ACIDENTAIS: (Cláusula arbitral, cláusula sobre 
reembolso, reguladora dos efeitos de morte de sócio, 
etc) 
Outras Formalidades: Visto do advogado (EOAB, art. 1º, 
§§ 1º e 2º) 
FORMA
 
DO
 
CONTRATO: 
Escrito (CC,
 art.
 987) 
Instrumento Público ou Particula 
REGIME JURÍDICO DO 
SÓCIO DA 
SOCIEDADE 
CONTRATUAL: Ex: 
N/C; C/S 
e LTDA 
Natureza Jurídica: “sui generis” 
Direitos
 
do
 
Sócios: 
a) Participação nos resultados
sociais (CC, arts.1.007 -
1.008 – 1009); 
 
b) Administração da sociedade; 
 
N/C – Adm – sócio 
C/S – ADM – SÓCIO(S) DA CLASSE 
COMANDITADO(S) 
LTDA – Adm
 (sócio ou
 não sócio) 
 
c) Fiscalização da
 administração
 (art.1.021); Ex: Acesso à 
escrituração Aprovação da Prestação de Contas 
d) Direito de retirada/recesso (CC, arts. 
1.029 e art.1031) Motivada: (prazo
 determinado 
 – justa causa
 Judicialmente) Imotivada: (prazo 
indeterminado) – Extrajudicialmente (alteração do 
contrato social) – prévia notificação 
 60d 
 
 antecedência; 
 
Exclusão de Sócio (CC, arts. 1.004, 
1.058, 1.085, 1.030) Mora na
 Integralização (Sócio
 Remisso) Ex: N/C e 
C/S (exclusão do Remisso – 
 extrajudicial) (1004) LTDA 
(Remisso Minoritário – Extrajudicial 1085 – (Sócio 
Remisso Majoritário Judicialmente) Justa Causa 
(art.1030) – Falta Grave ou Incapacidade 
Superveniente – JUDICIAL (N/C; C/S E LTDA) 
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Proibição Específica – Art. 977 (Casados entre si – 
Comunhão Universal de Bens ou Separação Obrigatória) 
– não podem ser sócios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• SOCIEDADE 
Negócio plurilateral por meio do qual duas ou mais 
pessoas, naturais ou jurídicas, ajustam entre si a 
constituição de uma sociedade, que poderá, ou não, ter 
personalidade jurídica. De acordo com a definição do 
próprio Código, celebram contrato de sociedade as 
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, 
com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados; essa 
negociação entre as partes – duas ou mais – pode 
restringir-se à realização de um ou mais negócios 
determinados. 
Com a celebração do contrato de sociedade, os 
contratantes estabelecem vínculos jurídicos entre si, 
ficando mutuamente obrigados. É o contrário do que se 
passa com as associações (artigo 53, parágrafo único, 
do Código Civil), nas quais não há direitos e obrigações 
recíprocos entre os associados. Nas sociedades, a 
reciprocidade é própria da relação jurídica, 
permitindo que cada parte exija da outra ou outras o 
cumprimento do ajustado; e o ajustado, lembra bem o 
dispositivo, pode ir da contribuição em bens (dinheiro) 
à prestação de serviço, embora também sejam 
contratáveis assuntos diversos, como a estrutura da 
sociedade, regras de administração etc. 
 
 
–A sociedade se diz contratual quando nela existirem as 
seguintes relações: 
• Sócio versus Sócio. 
• Sócio versus Sociedade. 
A sociedade se diz estatutária quando nela existir a 
relação: 
• Sócio versus Sociedade. 
 
 
➢ SOCIEDADE EM COMUM 
A Sociedade em Comum, é uma sociedade empresária 
de fato ou irregular que não está juridicamente 
constituída sendo,portanto uma sociedade não 
personificada e que não pode ser considerada uma 
pessoa jurídica 
O contrato de sociedade é estabelecido pelo simples 
acordo entre as partes (os sócios). Não há forma 
prescrita em lei, ou seja, forma obrigatória para que 
seja válido. Contudo, a existência de um instrumento 
de contrato dá maior segurança às relações jurídicas. 
Assim, o artigo 987 do Código Civil exige dos sócios que 
a prova da sociedade, nas relações com terceiros, seja 
feita por escrito. Não se requer a apresentação de um 
instrumento de contrato, sendo suficiente o começo de 
prova escrita, desde que ateste que o terceiro sabia 
estar negociando não com uma pessoa – o sócio –, mas 
com a sociedade em comum. Preservam-se, assim, a 
transparência e a certeza nas relações, protegendo 
terceiros de boa- fé que negociaram com alguém, sem 
saber que contratava com uma sociedade. No entanto, 
a incidência dos artigos 113 e 422, do Código Civil, 
submetendo os negócios à boa-fé e à probidade, pode 
conduzir a casos especialíssimos nos quais, mesmo sem 
começo de prova escrita, não possa o terceiro furtar-se 
à constatação de que tinha pleno conhecimento de que 
negociava não com uma pessoa, mas com uma 
coletividade sem personalidade jurídica. 
Em oposição, para a proteção aos terceiros que 
mantenham relações jurídicas com a sociedade, o 
artigo 987 garante-lhes a faculdade de provar a 
existência da sociedade de qualquer modo. Nas 
relações entre si, os sócios também estão obrigados a 
provar por escrito a existência da sociedade. A 
interpretação da norma, igualmente, recomenda 
cuidado com os parâmetros de boa-fé e honestidade. 
Para alegações assim, deve-se empregar mais 
flexibilidade na comprovação da existência da relação 
jurídica entre as partes, embora sem jamais descuidar 
que a dúvida deve beneficiar aquele contra quem se 
alega, sem documentos, a existência de sociedade em 
comum. De resto, no que tange a cláusulas específicas, 
que fujam aos usos do lugar e do tipo de contratação, 
recomenda-se respeito estrito à exigência de prova 
escrita. De qualquer sorte, fica claro que, para o bom 
andamento das relações entre os sócios, bem como a 
preservação dos interesses legítimos e direitos de 
todos, é recomendável, sempre que contratada a 
sociedade, fazê-lo por escrito, atendendo de forma 
estrita o comando do artigo 987 do Código Civil. 
 
 
No âmbito do patrimônio especial da sociedade em 
comum, a regra geral, disposta no artigo 989 do Código 
Civil, é que os bens sociais respondem pelos atos de 
gestão praticados por qualquer dos sócios. É lícito aos 
sócios pactuarem solução diversa, limitando os poderes 
para a prática de atos que vinculem o patrimônio 
comum; mas esse pacto somente poderá ser oposto a 
terceiro se provado que esse conhecia, ou deveria 
conhecer, a sua existência. 
• Sociedade em conta de participação 
Também a sociedade em conta de participação é um 
contrato de sociedade, por meio do qual duas ou mais 
partes obrigam-se a contribuir, em bens e/ou serviços, 
além de atuar conjuntamente para a realização de 
certo objeto, definindo a forma de distribuição dos 
resultados sociais. Essa sociedade tem por finalidade 
estabelecer negócios com terceiros, mas sem 
apresentar-se como sociedade. Um dos sócios assume 
uma posição ostensiva e, assim, negocia com 
terceiros, em seu nome individual e sob sua própria e 
exclusiva responsabilidade. Os terceiros, portanto, 
mantêm relações apenas com o sócio ostensivo. No 
entanto, os demais sócios, chamados sócios ocultos, 
participam da realização da prestação contratada e 
partilham os respectivos resultados. Dessa maneira, a 
sociedade em conta de participação é assunto 
exclusivo de seus sócios, sendo estranha para os 
terceiros que estabelecem relações exclusivamente 
com o sócio ostensivo. 
 
 
Uma sociedade em conta de participação constitui-se 
independentemente de qualquer formalidade, por 
escrito ou não. Seus sócios podem prová-la por 
qualquer meio lícito, incluindo testemunhas. Em 
hipótese alguma, lhe será atribuída personalidade 
jurídica, mesmo se for registrada: é da sua natureza 
jurídica não ter personalidade e ser o ajuste limitado 
aos contratantes e, consequentemente, estranho a 
terceiros. Para tanto, é fundamental que os sócios 
ocultos não participem dos negócios sociais. Se tomam 
parte das relações do sócio ostensivo com terceiros, 
estarão vinculados a elas e responderão 
solidariamente pelas obrigações advindas dos 
negócios em que participaram. Destaco, porém, que a 
vedação de participar dos negócios sociais não impede 
que os sócios ocultos fiscalizem a sua gestão; pelo 
contrário, têm esse direito, podendo até usar da ação 
de prestação de contas para tanto. 
Com a contratação da sociedade em conta de 
participação forma-se um patrimônio especial: os bens 
e os créditos da sociedade, bem como suas dívidas, 
constituirão um conjunto em separado, objeto de uma 
conta de participação, formada considerando a 
participação de cada sócio nos negócios sociais: suas 
contribuições e sua parte nos resultados econômicos. 
Esse patrimônio especial, contudo, diz respeito apenas 
aos participantes, não produzindo qualquer efeito em 
relação a terceiros, cujas relações estão limitadas ao 
sócio ostensivo. 
Falindo um sócio oculto, o contrato de sociedade em 
conta de participação ficará sujeito às normas que 
regulam os efeitos do concurso de credores, o que não 
implica a dissolução da sociedade, mas sua resolução 
em relação ao insolvente, sendo apurados seus 
haveres; se há saldo positivo, será ele entregue para a 
massa; se há saldo negativo, será ele habilitado, pelo 
sócio ostensivo, junto à massa. Já a falência do sócio 
ostensivo cria uma situação distinta: a sociedade 
deverá ser dissolvida, liquidando-se a respectiva 
conta; o saldo favorável aos 
sócios participantes (sócios ocultos), isto é, a parte que 
lhes é devida no negócio, deverá ser habilitado como 
crédito quirografário no juízo concursal. 
A dissolução da sociedade em conta de participação e 
a liquidação do patrimônio especial, para definir a 
parte que cabe a cada contratante, faz-se 
extrajudicialmente por mútuo acordo ou por meio de 
ação de prestação de contas, ajuizável por qualquer 
sócio, ostensivo ou oculto, contra os demais. Se há mais 
de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão 
prestadas e julgadas no mesmo processo.7 
• Personificação da sociedade 
Assim, o cenário das relações jurídicas compõe-se por 
pessoas naturais (ou pessoas físicas), que são os seres 
humanos, e por pessoas jurídicas (ou pessoas morais), 
coletividades de bens ou de pessoas a quem se atribuiu 
personalidade jurídica. De acordo com os artigos 40 a 44 
do Código Civil, as pessoas jurídicas podem ser de 
Direito Público interno ou externo, bem como podem 
ser pessoas jurídicas de Direito Privado: sociedades, 
associações e fundações. 
 
No contexto das pessoas jurídicas de Direito Privado, o 
Direito Empresarial ocupa-se das sociedades. Cuidam-
se de coletividades de pessoas que têm finalidade 
econômica, sendo regidas não só pela lei, mas 
também por seu ato constitutivo: contrato social ou 
estatuto social. As sociedades permitem que o saldo 
positivo da atividade econômica desenvolvida seja 
distribuído entre seus sócios, seguindo critérios 
definidos em lei e no ato constitutivo. Sua existência 
jurídica principia com o arquivamento de seu contrato 
ou estatuto social no órgão registrador competente; a 
partir desse registro, terá existência, personalidade e 
patrimônio próprios, distintos da existência, 
personalidade e patrimônio dos sócios. 
Quem está obrigado para com a sociedade, não está 
obrigado para com os sócios. Por outro lado, o credor 
do sócio não é credor da sociedade. São patrimônios 
diversos. Por fim, se todos os sócios morrerem, a 
sociedade não acabará: são existênciasdiversas. Os 
herdeiros dos sócios mortos assumirão as quotas ou 
ações da sociedade que continuará existindo. 
• Sociedades simples e empresárias 
As sociedades dividem-se em simples e empresárias. 
Ambas exercem atividade econômica e tem finalidade 
econômica. Mas as sociedades empresárias exercem 
atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou de serviços. Já nas sociedades 
simples não se verifica tal organização de bens 
materiais e imateriais, de procedimentos, como meio 
para a produção ordenada de riqueza; pelo contrário, 
há trabalho não organizado, quase autônomo, sendo 
desempenhado por cada um dos sócios sem conexão 
maior com a atuação dos demais. É o que se teria, por 
exemplo, numa sociedade entre três dentistas, cada 
qual com sua clientela própria; não há uma empresa. 
 
Assim, por força do artigo 982, parágrafo único, as 
sociedades por ações são sempre empresárias e as 
sociedades cooperativas são sempre sociedades 
simples. Isso, independentemente da atividade 
negocial existente em concreto. Em contraste, quando 
se constitui uma sociedade de advogados, aplicam-se 
os dispositivos da Lei 8.906/94, que lhe vedam forma 
empresária; tais sociedades, por determinação legal, 
serão sempre sociedades simples, organizadas sob a 
forma de sociedades em nome coletivo, com registro 
nas Seções da Ordem dos Advogados do Brasil. 
O Código Civil foi cauteloso em relação ao agronegócio. 
Assim, possibilitou o ingresso da atividade rural no 
âmbito do Direito de Empresa, mas não tornou 
obrigatório esse ingresso. Também no que se refere às 
sociedades que se dedicam à atividade rural essa 
facultatividade se afirma: poderá ser constituída sob 
a forma de sociedade empresária ou como sociedade 
simples. Na primeira hipótese, irá requerer inscrição no 
Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede; na 
segunda hipótese, o registro será feito no Cartório de 
Registro de Pessoas Jurídicas. 
• SÓCIOS 
A sociedade é um conjunto de pessoas (lembrando que 
o Direito Brasileiro aceita, em alguns casos, que seja um 
conjunto unitário); essas pessoas são os seus sócios, ou 
seja, investiram na formação de seu capital social e que 
são titulares de frações (partes ideais) de seu 
patrimônio. Nas sociedades em que o capital está 
dividido em quotas, fala-se em sócio quotista ou, 
simplesmente, quotista; é o que se passa com a 
sociedade limitada, por exemplo, 
além de outras sociedades contratuais. Nas sociedades 
por ações, fala-se em sócio acionista ou, meramente, 
acionista. O sócio é o titular de uma fração do 
patrimônio da sociedade, o que lhe dá direito a 
receber uma parcela do saldo, numa eventual 
dissolução e liquidação, além de participar dos lucros, 
como exemplos. Aliás, a sociedade existe justamente 
para isso: realizar uma atividade negocial, produzindo 
saldos positivos (superávit) que, retirados do 
patrimônio social, são distribuídos aos sócios, 
remunerando o capital que investiram para a 
constituição da pessoa jurídica. Por outro lado, a quota 
e a ação são títulos sociais: permitem ao seu titular 
exercer direitos sobre a sociedade, participar das 
deliberações sociais, ser cobrado por deveres relativos 
à sociedade. 
As quotas ou ações são bens jurídicos que compõem o 
patrimônio econômico de cada sócio. Se a sociedade se 
dissolve, sobrando valores após o pagamento de todos 
os credores, o sócio terá direito a uma fração 
correspondente à sua participação no capital social; 
Justamente por serem bens jurídicos, as quotas ou 
ações podem ser negociadas (comportam cessão), 
embora haja restrições em alguns casos: 
(1) nas cooperativas, a quota somente pode ser 
transferida àquele que, preenchendo as condições 
para ser um cooperado, é admitido na sociedade; 
(2) nas sociedades por quotas constituídas em função 
das pessoas (intuitu personae), a condição de sócio é 
fruto de um mútuo reconhecimento e aceitação pela 
coletividade social; nesse caso, aquele que adquire as 
quotas (cessionário) somente será membro da 
sociedade se for aceito pelos demais sócios. 
O artigo 977 do Código Civil faculta aos cônjuges 
contratar sociedade, entre si ou com terceiros, mas 
veda a sociedade entre cônjuges quando casados no 
regime da comunhão universal de bens, ou no da 
separação obrigatória. 
Embora o incapaz possa ser sócio, isso não implica sua 
aceitação pela coletividade social. É preciso diferenciar 
a sociedade de pessoas da sociedade de capital. São 
consideradas sociedades de pessoas (sociedades 
intuitu personae) aquelas nas quais a condição de 
sócio resulta de mútuo reconhecimento e aceitação: 
têm um papel predominante a identidade e a atuação 
pessoal dos sócios. Em contraste, são sociedades de 
capital (sociedades intuitu pecuniae) aquelas nas 
quais dá-se maior atenção ao capital investido na 
empresa do que à pessoa do sócio; importa manter o 
investimento (capital), não estando os sócios 
preocupados com quem seja o titular da quota ou ação. 
Assim, nas sociedades intuitu pecuniae, a livre 
circulação dos títulos implica, sim, a necessidade de 
aceitação do incapaz. Já na sociedade intuitu personae 
é distinto. A incapacidade superveniente do sócio cria 
uma questão relevante: saber se os demais sócios 
aceitam que o sócio que foi interditado permaneça na 
sociedade. O mesmo se dá com a transferência de quota 
a incapaz, implicando aceitação dos demais sócios. 
 
já que seu patrimônio estará devidamente protegido. 
No entanto, quando haja responsabilidade subsidiária, 
a exemplo da sociedade em nome coletivo, essa 
autorização será indispensável e terá um efeito 
curioso. 
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• Sociedade simples 
Como já visto, as sociedades podem ser simples ou 
empresárias, podendo assumir a forma de (1) 
sociedade em nome coletivo, (2) sociedade em 
comandita simples ou (3) sociedade limitada. Não é, 
portanto, o tipo societário, mas a estrutura da 
atividade exercida que define a natureza da sociedade, 
seu registro (cartório ou junta comercial) e seu regime 
jurídico. No entanto, artigo 983 do Código Civil, quando 
afirma que a sociedade simples pode ser constituída 
por qualquer daquelas formas, deixa como alternativa a 
subordinação “às normas que lhe são próprias”, o que 
nos leva a concluir haver uma sociedade simples 
comum (ou sociedade simples em sentido estrito), tipo 
societário que se estrutura seguindo as regras dos 
artigos 997 a 1.038 do Código Civil, que já foram 
estudadas neste livro. É um tipo societário 
Não é necessário a autorização judicial para que o incapaz seja sócio de sociedade em que 
haja limite de responsabilidade, a exemplo da sociedade limitada e da sociedade anônima, 
extremamente raro. 
A sociedade simples em sentido estrito surge a partir 
da inscrição do respectivo contrato (instrumento 
particular ou público) no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas do local de sua sede. Se for instituído 
estabelecimento secundário (filial, sucursal ou 
agência), deverá haver averbação no Registro Público 
das Pessoas Jurídicas; se constituída na circunscrição de 
outro Registro Público, para além daquela averbação, 
se fará necessária inscrevê-la no Cartório daquela 
região, fazendo-se acompanhar da prova da inscrição 
originária. A sociedade simples comum é constituída 
sob a lógica do reconhecimento e aceitação mútua dos 
sócios (intuitu personae), ressaltando uma maior 
pessoalidade na afinidade societária (affectio 
societatis). Isso conduz a uma interpretação ainda mais 
radical do artigo 1.002 do Código Civil, vedando ao 
sócio fazer-se substituir no exercício das funções, a não 
ser que haja consentimento dos demais sócios, isto é, 
da unanimidade do capital social, salvo estipulação 
contratual em contrário. Não se esqueça, por fim, que 
a sociedade simples não está sujeita à falência, mas à 
insolvência civil,regulada pelos Códigos Civil e de 
Processo Civil. 
• Sociedade em nome coletivo 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte 
na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os 
sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações 
sociais. 
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade 
perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, 
ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a 
responsabilidade de cada um. 
A sociedade em nome coletivo, simples ou empresária, 
só pode ter pessoas físicas (naturais) como sócios, 
sendo regida genericamente pelas mesmas normas 
que regulam as sociedades simples, somadas aos 
artigos 1.039 a 1.044 do Código Civil. 
Trata-se de sociedade intuitu personae que, salvo 
estipulação contratual em contrário, demanda o mútuo 
reconhecimento e aceitação entre os sócios, ampliando 
a importância da afinidade societária (affectio 
societatis) entre os membros. Sua marca essencial é a 
composição do nome (firma ou razão social), 
composto pelo nome de um, algum ou todos os sócios, 
no todo ou em parte; se não estão presentes o nome 
de todos, emprega-se a expressão e companhia ou sua 
abreviação (e Cia. ou & Cia.) ao final do nome da 
sociedade. Ex.: Klabin Irmãos & Cia, já que Klabin é um 
sobrenome. 
Os sócios respondem subsidiariamente pelas 
obrigações não satisfeitas pela sociedade (artigo 1.039 
do Código Civil). Essa responsabilidade alcança a todos, 
solidariamente entre si, vinculando seus patrimônios 
pessoais. É lícito aos sócios estipularem cláusula de 
limitação de responsabilidade, mas com eficácia 
restrita a si mesmos, não alcançando o direito de 
terceiros à plena satisfação de seus créditos. 
Atente-se para o fato de que se trata de obrigação: (1) 
subsidiária em relação à sociedade e 
(2) solidária entre os sócios. As obrigações devem ser 
exigidas da pessoa jurídica e, somente se esta não 
puder satisfazê-las, nascerá para o credor, para a 
satisfação de seu crédito, o direito de voltar-se contra 
um ou mais sócios, recorrendo ao seu patrimônio 
pessoal, de forma ilimitada. Se apenas um ou alguns 
sócios adimplirem a obrigação, haverá direito de 
regresso: 
(1) contra a sociedade, pela totalidade da dívida, ou (2) 
contra os demais, até que se reparta entre todos os 
ônus do pagamento, na proporção estatuída para a 
participação nas perdas sociais. 
Lembre-se de que mesmo o sócio admitido na 
sociedade não se exime das dívidas sociais anteriores 
à admissão (artigo 1.003, parágrafo único, do Código 
Civil). No entanto, embora não possa impedir que o seu 
patrimônio responda pela obrigação, poderá exigir dos 
sócios contemporâneos ao fato que lhe reembolsem 
integralmente o que pagou. Quando se trate de sócio 
que se retirou da sociedade, aplica-se a regra da 
responsabilidade residual. De qualquer sorte, se não 
há pagamento, nem com o patrimônio da sociedade, 
nem com o patrimônio dos sócios, será necessário 
pedir a falência (se sociedade empresária) ou 
insolvência (se sociedade simples) da sociedade em 
nome coletivo; o síndico da massa, por seu turno, 
pedirá a insolvência dos sócios, após realizado o 
patrimônio social, sem satisfação plena dos credores 
habilitados. 
Somente os sócios podem administrar uma sociedade 
em nome coletivo, podendo ser indicado um, alguns 
ou todos para a função. Se há mais de um, poderá 
haver administração 
coletiva, que poderá ser conjunta, simultânea ou 
sucessiva (estipulação de administrador e, para a sua 
falta, de substituto ou substitutos). No silêncio do 
contrato, a administração societária será simultânea, 
ou seja, competirá a cada um dos sócios, 
separadamente, sendo que cada um tem a faculdade 
de impugnar a operação pretendida por outro, 
tornando a matéria controversa e, assim, afeta à 
decisão por maioria de votos (artigo 1.013 do Código 
Civil). A definição da competência e dos poderes do 
administrador serão dispostas no contrato social. 
Todavia, sua nomeação poderá ser feita por meio de 
cláusula do contrato ou por meio de documento 
apartado, levado ao registro da sociedade. 
• SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
O verbo comanditar traduz a ideia de prover fundos 
para uma atividade negocial, simples ou empresária, 
que será gerida por terceiros. A sociedade em 
comandita simples, assim, tem dois tipos diversos de 
sócios: 
1 Sócio Comanditário 
provém os fundos para a atividade negocial e não tem 
responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais 
(responsabilidade limitada) 
2 Sócio Comanditado 
administra a sociedade; tem responsabilidade 
subsidiária pelas obrigações sociais (responsabilidade 
ilimitada) 
• SOCIEDADE LIMITADA 
A sociedade limitada pode ser constituída por um ou 
mais pessoas (§ 1º do artigo 1.052 do Código Civil), 
naturais ou jurídicas. Na sociedade limitada, a 
responsabilidade do(s) sócio(s) pelas obrigações da 
sociedade é restrita ao valor não integralizado de 
suas quotas (artigo 
1.052 do Código Civil), embora todos sejam 
solidariamente responsáveis pela integralização total 
do capital social; assim, se um sócio já integralizou 
suas quotas, mas há sócios que ainda não o fizeram, 
todos poderão ser solidariamente demandados por 
esse valor em aberto. 
Realizado todo o capital, finda-se a possibilidade de se 
voltar contra os sócios – e seu patrimônio – para a 
satisfação de créditos contra a sociedade limitada 
(simples ou empresária), salvo a desconsideração da 
personalidade jurídica, que se estudará 
posteriormente. Esse mecanismo é um incentivo 
jurídico ao investimento em atividade negocial: os que 
aceitam participar da sociedade sabem que, agindo 
licitamente, seu patrimônio pessoal estará protegido; 
assim, se o negócio não der certo, perderão apenas o 
que investiram (o valor de suas quotas), não mais. 
Mesmo se for uma sociedade limitada unipessoal, prevê 
o § 2º do artigo 1.052 do Código Civil, será necessário 
haver um contrato social que atenda a todos os 
requisitos especificados em lei. Está-se diante da figura 
do denominado contrato consigo mesmo, já aceito pelo 
Direito moderno desde o século XX. Note-se que, por se 
tratar de ato jurídico levado a registro, acaba 
funcionando muito mais como uma declaração pública 
de direitos e deveres e, assim, quase um contrato com 
o restante da sociedade: o contrato social obriga o 
sócio, tanto quanto obriga a sociedade, perante o 
restante da comunidade. 
O registro da sociedade limitada se fará no Cartório de 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, se sociedade 
simples, ou na Junta Comercial, se sociedade 
empresária. O contrato social deve conter o nome 
comercial – que poderá ser razão social ou 
denominação – vir acrescido, obrigatoriamente, da 
palavra limitada, por extenso ou abreviada (ltda.). 
No Código Civil, as normas da Sociedade Simples 
funcionam como as normas gerais (parte geral) do 
Direito Societário. A regra é que para a Sociedade 
Limitada, subsidiariamente, aplicar-se-ão as normas da 
Sociedade Simples. No entanto, é possível que o 
Contrato Social da LTDA preveja a possibilidade de 
aplicação subsidiária das normas da Sociedade 
Anônima (S/A), a Lei n. 6.404/1976. 
Cotas X Ações 
Cotas são a forma de fração do capital social da 
Sociedade Limitada. Aqui, a proposta é trabalhar com 
cotas versus ações, porque há tanto diferenças entre 
elas quanto características em comum. 
Em primeiro lugar, veja a principal diferença. Seria 
muito fácil apenas dizer que as cotas são da Sociedade 
Limitada e as ações são da Sociedade Anônima. 
Principal diferença: A principal diferença entre as cotas 
e as ações está na cessão. A cessão das cotas vai surtir 
eficácia perante terceiros, desde que tenha alteração 
contratual mais a junta comercial, ou seja, a 
averbação na junta comercial, porque, quando se 
trabalha com 
modificação, deve-se fazer averbação ou o registro da 
junta, já que, nesse caso,pode ser constituindo o 
direito. 
Então, para que a cessão das cotas tenha eficácia 
perante terceiros, deve- -se alterar o contrato e levar 
esse contrato para a junta comercial. 
Diferentemente, para a cessão das ações ter eficácia 
perante terceiros (a Sociedade, os outros sócios, 
terceiros que não façam parte da Sociedade), deve-se 
analisar, primeiro, que há duas espécies de ações, no 
que diz respeito à sua representação física – as 
cartulares (papel) ou as escriturais. Se as ações forem 
cartulares, a cessão dessas ações terá eficácia desde 
que haja o registro no Livro de Registro de Ações 
Nominativas. Esse livro de Registro de Ações 
Nominativas fica na sede da própria Companhia. Em se 
tratando de ações escriturais, a cessão será operada 
por meio de uma escritura realizada pela instituição 
financeira custodiante via uma conta de débito a favor 
do crédito de outrem. 
Portanto, a grande diferença entre uma cota e uma 
ação é que, naquela deve-se alterar o instrumento de 
constituição e, nesta, não é necessário alterar o 
instrumento de constituição. No caso da venda de 
ações, não se modifica o estatuto da companhia. 
Coisas em comum: Tanto as cotas quanto as ações 
são/têm: 
1) Formas de divisão do capital social – as cotas e as 
ações representam frações de capital social, 
pedacinhos do capital social, seja de uma Limitada, seja 
de uma S/A, seja de uma comandita por ações, seja de 
uma comandita simples. Não importa. Isso é igual. Elas 
dividem o capital social. Ambas são formas de divisão 
do capital social; 
2) Status Socii – Posição – quem possui cotas e quem 
possui ações têm, consequentemente, Status Socii, 
que é a posição de sócio. Se alguém tem uma parcela 
do capital social de uma Sociedade Limitada, por 
exemplo, cem cotas de uma Sociedade Limitada, essa 
pessoa tem posição de sócio. Claro que há sócios que 
têm posições mais vantajosas, com uma participação 
mais robusta no Capital. Mas pouco importa. O fato de 
você ter cotas ou ações lhe dá posição, lhe dá Status 
Socii, enfim, lhe dá direito de sócio. Você, por exemplo, 
vai poder fiscalizar a Sociedade, vai ter o direito de 
participar nos lucros e nos resultados da Sociedade, por 
causa dessa posição de sócio; 
3) Participação nos Fundos Sociais – se você tem cota, 
se você tem ações (pouco importa), você terá Status 
Socii, você terá posição e, consequentemente, você 
participará nos Fundos Sociais. 
Quando se fala em fundos sociais, trabalha-se com o 
gênero. 
I – Acervo Social – O primeiro Fundo Social é o Acervo 
Social, que, contabilmente falando, é o famoso PL - 
Patrimônio Líquido. Em caso de liquidação da Sociedade, 
apura-se qual é o saldo da Sociedade. Serão colocadas 
duas contas: de um lado, conta haveres, que são os 
créditos, são os direitos, o lado positivo dessa 
sociedade; e, do outro lado, conta deveres, que são os 
débitos. Em cada uma dessas contas, serão lançadas as 
partidas: de um lado, coloca-se as partidas haveres; e, 
do outro lado, coloca-se as partidas deveres. Após esse 
procedimento, verifica-se qual foi o patrimônio líquido 
da Sociedade, se foi positivo ou negativo. Imagine 
que, por exemplo, o patrimônio líquido é de um milhão 
de reais, ou seja, ele é positivo. Então, depois de fazer a 
liquidação da sociedade, constata-se que o patrimônio 
líquido, o acervo social, é de um milhão de reais. Logo, 
esse acervo, esse patrimônio líquido, vai ter de ser 
revertido para os sócios. Os sócios terão participação 
no patrimônio líquido na proporção de sua 
participação no capital social. Caso essa sociedade 
esteja sendo liquidada e tenha, por exemplo, os sócios 
Antônio, Batista e Carlos. Antônio tem 50%, Batista tem 
40% e Carlos tem 10% do capital social. No caso de 
liquidação em que o acervo (o patrimônio líquido) seja 
de um milhão, então Antônio vai levar 500 mil reais, 
Batista 400 mil e Carlos 100 mil. Esse pagamento do 
patrimônio líquido em caso de liquidação da sociedade 
é denominado de reembolso. O reembolso é a 
distribuição entre os sócios na proporção de sua 
participação no capital social no patrimônio líquido. Os 
sócios participam no acervo por terem a posição de 
sócio, o Status Socii. . 
II – Resultados – Os resultados podem ser: 
• Nulos: zerado. 
• Negativo: – Na EIRELI, LTDA e S/A: o capital social 
é uma prefixação de participação nos prejuízos, pois a 
responsabilidade dos sócios é limitada. 
• Positivo: Lucro. Obs.: Os sócios participam dos 
lucros, na proporção de suas cotas. Forma de 
pagamento dos resultados: – Dividendo: Distribuição 
do lucro em dinheiro aos sócios; 
Na S/A, no mínimo, 25% dos lucros devem ser pagos 
em dinheiro para os sócios. Enquanto, na Sociedade 
Limitada, pode-se dar até 100% dos lucros de 
bonificação. 
No silêncio do contrato social, pode o sócio ceder suas 
cotas total ou parcialmente para terceiro, para sócio, 
independentemente da anuência dos demais sócios, 
desde que não haja oposição de mais de 1/4 do capital 
social. 
Exceç
ões
 
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(CC, 
art. 
1.066/1
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§ 1º) 
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e. 
 
 
❖ É direito do sócio retirar-se imotivadamente 
de sociedade limitada regida de forma 
supletiva pelas normas da sociedade 
anônima. STJ. 3ª Turma. REsp 1839078/SP, 
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado 
em 09/03/2021 (Info 688). >>> o sócio pode se 
retirar da sociedade de prazo indeterminado 
mediante simples notificação aos demais 
sócios. Trata-se de hipótese de retirada 
voluntária imotivada. Este dispositivo 
(art. 1.029, CC), conquanto inserido no 
capítulo relativo às sociedades simples, é 
perfeitamente aplicável às sociedades de 
natureza limitada, conforme a jurisprudência 
deste Superior Tribunal. 
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Características: 
• Livre participação de impedidos e incapazes; 
Regra: pode o incapaz ser sócio: – Desde que 
representado ou assistido; 
– Não administre o capital social integralizado. 
• Natureza jurídica: – Empresária. 
• Capital Social (CS): – Ações. 
• Responsabilidade dos sócios: – Limitada. – Não há 
solidariedade pela integralização do CS. 
• objeto social: – Qualquer atividade lícita; – Salvo, 
advocacia. 
 
 
CAPITAL SOCIAL (CS) 
Princípios do Capital Social (Mnemônico: E.D.I — COECA 
— E PARE): 
• Efetividade (E): – Deve ser real, pagamento em 
dinheiro: depósito no Banco do Brasil ou instituição 
autorizado pela CVM; 
Bens: avaliados por 3 peritos, que serão responsabilizados 
por eventualidades prejuízos à S/A. 
• Determinação (D): – O CS deve ser determinado, 
com valores em moeda nacional corrente (real). 
• Intangibilidade ou "Fixidez" (I): – Regra: O capital social 
é fixo. 
 
 
CASOS DE AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL: 
• Conversão de Valores Mobiliários (CO): – 
Debêntures: são valores imobiliários que representam 
um empréstimo. Assim, a S/A invés de pagar o credor 
em pecúnia, faz o pagamento por meio de ações e a 
quantia em dinheiro, entra no CS. 
• Emissão de Novas Ações por Decisão Assemblear (E): 
Exemplo Em uma S/A, cada ação vale R$ 1,00 e tem 1 
milhão de ações. Posteriormente, a assembleia delibera 
e decide lançar mais 1 milhão de ações, cada uma a R$ 
1,00. Diante disso, o CS irá aumentar de 1 milhão para 
2 milhões. 
•S/A Comum: Constituição e início da atividade: – 
100% do CS estejam subscritos; – Mínimo 10% realizado 
em dinheiro. 
• Banco: Constituição e início da atividade: – 100% do 
CS estejam subscritos; – Mínimo 50% realizado em 
dinheiro. 
• Capital Autorizado (CA): A sociedade se diz com 
capital autorizado, quando o seu capital 
social é inferior aquele que ela está autorizada a atingir. 
Casos de redução do capital social: mnemônico “E PARE”. 
• Excesso de capital. • Prejuízos acumulados. • Acionista 
remisso. • Reembolso. 
A 1ª hipótese de redução do capital social é justamente o 
excesso de capital. 
A 2ª hipótese de redução do capital social é a situação dos 
Prejuízos acumulados. 
A 3ª hipótese de redução do capital social é situação do 
acionista remisso: trata-se do acionista faltoso. Ele não 
pagou a parcela do capital social que ele subscreveu. A 
sociedade pode: 
• cancelar as ações (reduzindo, para tanto, o capital 
social); 
• executá-lo (o boletim de subscrição de que trata 
o art. 85 da LSA é considerado título executivo 
extrajudicial); 
• comprar as ações (tais ações ficaram em tesouraria); 
• tomar e vendê-las (essa venda será realizada em 
bolsa de valores, sendo que o leilão será realizado às 
expensas do acionista remisso). 
Obs.: É direito do acionista dissidente se retirar da 
sociedade recebendo o seu reembolso. COMPANHIA 
ABERTA X COMPANHIA FECHADA 
A companhia é considerada aberta quando: 
• os seus valores mobiliários forem vendidos na bolsa 
de valores ou no mercado de balcão (operado pelas 
instituições financeiras autorizadas pela CVM). 
A companhia é considerada fechada quando: 
• os seus valores mobiliários não são comercializados na 
bolsa de valores e nem mercado de 
balcão, mas tão somente em sua sede. 
valores mobiliários 
Ações: São valores mobiliários que conferem, aos seus 
proprietários, os direitos de sócios da companhia. 
Obs.: Representação física: as ações podem ser 
cartulares (papel) ou escriturais. Lembrando que todas 
as ações são nominativas, de modo que não existem 
ações ao portador. A transferência da propriedade das 
ações se opera mediante registro no livro de registro 
de 
ações nominativas, ou, ainda, pelas escrituras, no caso 
das ações escriturais realizadas pelas instituições 
financeiras custodiantes. 
• Espécies de ações: a) 
ordinárias: b) 
preferenciais: c) gozo ou 
fruição: O art. 109 traz os 
direitos essenciais do 
sócio: 
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-geral 
poderão privar o acionista dos direitos de: 
I – participar dos lucros sociais; 
II – participar do acervo da companhia, em caso de 
liquidação; 
III – fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos 
negócios sociais; 
IV – preferência para a subscrição de ações, partes 
beneficiárias conversíveis em ações, debêntures 
conversíveis em ações e bônus de subscrição, 
observado o disposto nos artigos 171 e 172; 
V – retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei. 
ordinárias: são aquelas que conferem ao seu 
proprietário todos os direitos essenciais (art. 109 LSA) 
e os não essenciais (voto). 
preferenciais: são aquelas que conferem ao seu 
proprietário todos os direitos essenciais (art. 109 LSA) e 
os não essenciais (voto), no silêncio do estatuto social. 
Preferências concedidas ao acionista preferencial: 
• Preferência no recebimento dos dividendos; 
• Vantagem política para eleger membros da 
administração em separado, 
• referência no recebimento do reembolso. 
Obs.: As vantagens listadas acima podem ser isoladas ou 
conjuntas. 
gozo ou fruição: são ações ordinárias ou preferenciais 
que foram amortizadas. 
Obs.: A doutrina entende que quando a pessoa ou grupo 
de sócios ganham de três vezes para 100 em assembleia, 
aquele será o acionista controlador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lei 11.101/05 - (Lei de Falências) 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o 
devedor que, no momento do pedido, exerça 
regularmente suas atividades há mais de 02 
(dois) anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas 
extintas, por sentença transitada em julgado, as 
responsabilidades daí decorrentes; 
• Na hipótese de cessão de quotas 
sociais, a responsabilidade do 
cedente pelo prazo de até 2 anos 
após a averbação da respectiva 
modificação contratual 
restringe-se às obrigações 
sociais contraídas no período 
em que ele ainda ostentava a 
qualidade de sócio, ou seja, antes 
da sua retirada da sociedade. STJ. 
3ª Turma. REsp 
1537521/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 05 
	1. EMPRESA — PERFIL SUBJETIVO
	  As Juntas Comerciais, como órgãos locais, continuarão a exercer as “funções
	 FIRMA INDIVIDUAL
	 CAPACIDADE PARA EMPRESARIAR
	 IMPEDIMENTOS
	 EMPRESÁRIO CASADO
	bens imóveis;
	 Microempresa e empresa de pequeno porte
	superior a R$ 360.000,01, mas igual ou inferior a R$ 4.800.000,00.
	 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
	Responsabilidade por dívidas anteriores
	 CONTRATO SOCIAL
	CLÁUSULAS CONTRATUAIS:
	FORMA DO CONTRATO:
	 SOCIEDADE
	 SOCIEDADE EM COMUM
	 Sociedade em conta de participação
	 Personificação da sociedade
	 Sociedades simples e empresárias
	 SÓCIOS
	TIPOS DE SOCIEDADES CONTRATUAIS
	 SOCIEDADE LIMITADA
	1.052 do Código Civil), embora todos sejam solidariamente responsáveis pela integralização total do capital social; assim, se um sócio já integralizou suas quotas, mas há sócios que ainda não o fizeram, todos poderão ser solidariamente demandados por ...
	Cotas X Ações
	• Negativo: – Na EIRELI, LTDA e S/A: o capital social é uma prefixação de participação nos prejuízos, pois a responsabilidade dos sócios é limitada.
	Na S/A, no mínimo, 25% dos lucros devem ser pagos em dinheiro para os sócios. Enquanto, na Sociedade Limitada, pode-se dar até 100% dos lucros de bonificação.
	SOCIEDADE ANÔNIMA
	Características:
	– Não administre o capital social integralizado.
	CAPITAL SOCIAL (CS)
	CASOS DE AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL:
	Obs.: É direito do acionista dissidente se retirar da sociedade recebendo o seu reembolso. COMPANHIA ABERTA X COMPANHIA FECHADA
	valores mobiliários
	RECUPERAÇÃO JUDICIAL (LEI DE FALÊNCIA)

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