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09 - Dinâmica da população brasileira

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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE Prof. Danuzio Neto 
Aula 07 
 
 
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Aula 07: Geografia 
Geografia para Agente de Pesquisas e 
Mapeamento do IBGE 
Prof. Danuzio Neto 
Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE Prof. Danuzio Neto 
Aula 07 
 
 
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SUMÁRIO 
SUMÁRIO 2 
A POPULAÇÃO 3 
A POPULAÇÃO: CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESTRUTURA E MOVIMENTOS 3 
O primeiro grande período imigratório 4 
Outras grandes correntes imigratórias 4 
Os fluxos imigratórios do século XX 5 
Os principais movimentos internos e a emigração 6 
Êxodo rural e migração pendular 6 
A emigração 7 
O povoamento do Norte 8 
Pequeno histórico sobre o povoamento da Amazônia 8 
Consequências do povoamento do Norte 9 
Saldo dos fluxos migratórios por região 9 
Censo populacional de 2010 16 
Conceitos básicos sobre a demografia 20 
Teoria das transições demográficas 22 
Transição demográfica no Brasil 23 
A Pirâmide Etária brasileira 24 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 28 
LISTA DE QUESTÕES 53 
GABARITO 69 
RESUMO DIRECIONADO 70 
 
 
 
Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE Prof. Danuzio Neto 
Aula 07 
 
 
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A POPULAÇÃO 
Olá, prezado aluno! 
Boa aula e força! 
 
A POPULAÇÃO: CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESTRUTURA E MOVIMENTOS 
Antes de entrarmos no assunto propriamente dito, preciso que você aprenda alguns conceitos básicos sobre 
as pessoas que formam os fluxos migratórios. 
 
Migração 
Chama-se de migração o movimento de ENTRADA OU SAÍDA de pessoas em países diferentes ou DENTRO 
DE UM MESMO PAÍS (de um estado para o outro, de uma cidade para a outra, por exemplo). 
Observe que a palavra migração é utilizada para designar a movimentação de uma pessoa dentro de seu 
país ou para designar genericamente (tanto para a entrada quanto a saída) a movimentação de alguém entre países. 
 
Imigração 
Chama-se de imigração a ENTRADA de estrangeiros em um país. Eventualmente, utiliza-se a palavra 
também para designar o estabelecimento de indivíduos em cidade, estado ou região do seu próprio país, que não é 
de sua origem. Tome nota, no entanto, que quando se fala de movimentação dentro de uma pessoa dentro do seu 
próprio país, usa-se com mais frequência a palavra migração. 
 
Emigração 
Chama-se de emigração a SAÍDA espontânea de um país ou ainda, o que é de uso menos comum, a 
movimentação de uma para outra região dentro de um mesmo país. Tenha em mente, portanto, que quando se fala 
de saída de um país ou lugar onde se vive para viver em outro, provisória ou definitivamente, está se falando de 
emigração. 
Fala-se de saída espontânea para se referir à emigração, porque a saída forçada de um país para outro de 
uma pessoa pode se enquadrar em diversas outras modalidades, como exílio, degredo, banimento, dentro outros. 
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS 
Migração 
Movimento de ENTRADA OU SAÍDA de pessoas em países diferentes ou DENTRO DE UM MESMO PAÍS (de 
um estado para o outro, de uma cidade para a outra, por exemplo). 
A palavra migração é utilizada para designar a movimentação de uma pessoa dentro de seu país ou para 
designar genericamente (tanto para a entrada quanto a saída) a movimentação de uma pessoa entre países. 
Imigração 
É a ENTRADA de estrangeiros em um país. Eventualmente, utiliza-se a palavra também para designar o 
estabelecimento de indivíduos em cidade, estado ou região do seu próprio país, que não é de sua origem. Tome 
nota, no entanto, que quando se fala de movimentação dentro de uma pessoa dentro do seu próprio país, usa-
se com mais frequência a palavra migração. 
 
Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE Prof. Danuzio Neto 
Aula 07 
 
 
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Emigração 
Chama-se de emigração a SAÍDA espontânea de um país ou ainda, o que é de uso menos comum, a 
movimentação de uma para outra região dentro de um mesmo país. Tenha em mente, portanto, que quando 
se fala de saída de um país ou do lugar onde se vive para viver em outro, provisória ou definitivamente, está se 
falando de emigração. 
 
Movimento pendular 
É realizado diariamente por trabalhadores e estudantes que residem em uma cidade e trabalham ou 
estudam em outra. 
 
Êxodo rural 
A migração do campo para regiões urbanizadas, em busca de melhores condições de vida. 
 
Transumância 
Movimentação sazonal de pessoas com seus rebanhos entre dois regimes de clima diferentes. 
 
Transmigração 
Termo pouco utilizado. Significa o fluxo populacional entre regiões. 
 
O primeiro grande período imigratório 
Tendo em vista que a Coroa portuguesa não fazia registros oficiais, não há dados, por exemplo, de quantos 
escravos ingressaram no Brasil, quais foram os anos de maior fluxo, por qual porto entraram e de que lugar da África 
vieram. 
Esse tipo de dado só vamos encontrar em relação à ENTRADA DE IMIGRANTES LIVRES A PARTIR DE 
1808, não considerando, portanto, A CORRENTE AFRICANA, QUE FOI A MAIS IMPORTANTE ATÉ 1850 - se não 
considerarmos os portugueses. 
Segundo estimativas, no entanto, podemos afirmar que ingressaram no país pelo menos quatro milhões 
de negros entre 1550 e 1850, a maioria deles vindo da Angola, da Ilha de São Tomé e da Costa do Marfim. 
Ainda que a africana tenha sido bastante numerosa, dentre as correntes imigratórias, a mais importante foi 
a portuguesa, que se iniciou efetivamente em 1530 e se estendeu até os anos 1980. Além de serem numericamente 
mais significativos, os imigrantes portugueses tiveram maior capilaridade e se espalharam mais pelo território 
nacional. A partir de 1986, entretanto, começou a haver uma inversão de fluxo, que é explicada principalmente pelo 
ingresso de Portugal na União Europeia (UE). 
Como há livre trânsito de pessoas na UE, muitos usavam o país ibérico como porta de entrada para outros 
países-membros, o que fez com que os demais membros da União pressionassem Portugal para dificultar a entrada 
de brasileiros no país. 
 
Outras grandes correntes imigratórias 
A segunda maior corrente de imigrantes livres foi a italiana; a terceira, a espanhola; e a quarta, a alemã. 
A partir de 1850, a expansão dos cafezais pelo Sudeste e a necessidade efetiva da colonização da região 
Sul contribuíram para que o governo criasse medidas de incentivo à vinda de imigrantes europeus para substituir 
Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE Prof. Danuzio Neto 
Aula 07 
 
 
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a mão de obra escrava. Dentre as principais medidas adotadas e divulgadas na Europa, estavam o financiamento 
da passagem e a garantia de emprego, com moradia, alimentação e pagamento anual de salários. 
Embora atraente, a propaganda governamental se revelou enganosa, pois escondia o que ficaria 
conhecido como escravidão por dívida. O imigrante, ao fim de um exaustivo período de trabalho nas lavouras de 
café, quando deveria receber seu pagamento, era informado de que seu salário não era suficiente para pagar sua 
moradia e os alimentos que consumia. Muitas vezes o salário nem sequer dava para pagar as despesas de transporte 
(aquele que, segundo o governo, também seria gratuito). Diante desse impasse, a saída do imigrante da fazenda 
ficava condicionada à quitação da dívida – o que nunca acontecia. 
Como o trabalhador não tinha condições de pagar o que devia, ele entrava num círculo vicioso que apenas 
aumentava suas dívidas com o passar do tempo. Assim, na prática, o imigrante ficava preso ao latifúndio e sendo 
vigiado por capangas, caracterizando a famosa escravidão por dívida, comum até hoje em vários estados do Brasil, 
especialmente na Amazônia. Essa realidade levou a Alemanha, em 1859, e a Itália, em 1902, a proibirem os 
incentivos à imigração para o Brasil, ou seja, cada cidadão alemão ou italiano que quisesse emigrar para este país 
teria que viajarcom recursos próprios. 
Além dos cafezais da região Sudeste, outra grande área de atração de imigrantes europeus, como 
destaque para portugueses, italianos e alemães, foi o Sul do país. Nessa região, os imigrantes ganhavam a própria 
terra, onde fundaram colônias de povoamento (pequenas e médias propriedades com mão de obra familiar e 
produção policultora destinada ao abastecimento interno) que prosperaram bastante. 
Muitas dessas colônias, com o tempo, se transformaram em importantes cidades, como Porto Alegre (RS) 
e Florianópolis (SC), fundadas por Portugueses; Joinville e Blumenau (SC), por alemães; Caxias do Sul, Garibaldi e 
Banto Golçalves (RS), por italianos, dentre dezenas de outras – outras foram fundadas por outros europeus que 
vieram em menor quantidade, como os eslavos (poloneses e ucranianos) no Paraná. 
Apesar de não terem fundado cidades, os espanhóis se espalharam pelos grandes centros urbanos de todo 
o Centro-Sul brasileiro, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. 
 
Os fluxos imigratórios do século XX 
Em 1908, aportou em Santos a primeira embarcação trazendo colonos japoneses. O destino de quase 
todos foram as lavouras de café do estado de São Paulo e do norte do Paraná; alguns se instalaram no Vale do 
Ribeira (SP) e na Zona Bragantina, ao redor de Belém (PA). Assim como os colonos das demais nacionalidades, estes 
imigrantes também sofreram com a escravidão por dívida e tiveram dificuldade de adaptação e de integração 
cultural. 
As diferenças culturais – como a língua e a alimentação -, associados ao receio de serem escravizados, 
levaram os japoneses a criar núcleos de ocupação pouco integrados à sociedade. Desde meados dos anos de 1960, 
muitos de seus descendentes, já plenamente integrados ao cotidiano nacional, migraram das áreas tradicionais de 
ocupação da colônia e, em sua maioria, fixaram-se na Grande São Paulo. Da década de 1980 até os dias atuais, 
porém, outros descendentes, fazendo o caminho inverso de seus ancestrais, emigraram em direção ao Japão como 
trabalhadores (os chamados decasséguis) – geralmente em linhas de produção industrial –, ocupando postos de 
trabalho pouco apreciados por cidadãos japoneses. 
Com a crise econômica de 2008 e o aumento do desemprego no Japão, esse fluxo estagnou-se e muitos 
decasséguis voltaram ao Brasil. 
Além dessas correntes imigratórias mais conhecidas, houve também outras de menor expressão, como a 
dos judeus (espalhados pelo país e provenientes de diversos países, principalmente europeus), árabes (sírios e 
libaneses, também espalhados pelo país), chineses e coreanos (mais concentrados em São Paulo) e eslavos 
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(principalmente poloneses, lituânios e russos, mais concentrados em Curitiba e outras cidades paranaenses). Há 
também sul-americanos (sobretudo argentinos, uruguaios, paraguaios, bolivianos e chilenos),que residem, em sua 
grande maioria, na Grande São Paulo. 
 
Os principais movimentos internos e a emigração 
Como vimos em aula anterior, há atualmente no país um crescimento do fluxo urbano-urbano e entre 
municípios de uma mesma região metropolitana. Ou seja, aumenta o número de pessoas que migram de uma 
cidade para outra no mesmo estado ou dentro de uma determinada região metropolitana em busca de melhores 
condições de trabalho e moradia. Mesmo diante deste cenário, no entanto, podemos afirmar que permanecem os 
movimentos migratórios interestaduais. 
Analisando a história brasileira, percebemos que desde o tempo da colonização os movimentos 
migratórios estão associados a fatores econômicos. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e se 
iniciou o do ouro em Minas Gerais, houve um grande deslocamento de pessoas e um intenso processo de 
urbanização no novo centro econômico do país. Mais tarde, com o ciclo do café e o processo de industrialização, o 
eixo São Paulo-Rio de Janeiro se tornou o grande polo de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem 
em busca de emprego ou melhores salários. Somente a partir da década de 1970, com o processo de 
desconcentração da atividade industrial e a criação de políticas públicas de incentivo à ocupação das regiões Norte 
e Centro-Oeste, a migração em direção ao Sudeste começou a apresentar significativa queda. 
Assim, podemos concluir que qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou 
privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de 
trabalho. É o que acontece atualmente no estado de São Paulo. As cidades médias e grandes do interior – como 
Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba e São José do Rio Preto, assim como algumas menores 
em suas respectivas regiões – apresentam índices de crescimento econômico maiores que os da Grande São Paulo, 
o que gera aumento populacional. Essa situação ocorreu graças ao desenvolvimento dos sistemas de transporte, 
energia e comunicações, que integraram o interior do estado não só ao país, mas ao mundo, já que parte 
considerável da produção econômica paulista é destinada ao mercado externo. 
 
Êxodo rural e migração pendular 
Em 1920, apenas 10% da população brasileira vivia em cidades. Cinquenta anos depois, em 1970, esse 
percentual já era de 56%. De acordo com a PNAD 2008, 84% da população brasileira é urbana. Estima-se que, entre 
1950 e 2000, 50 milhões de pessoas migraram do campo para as cidades, fenômeno conhecido como ÊXODO 
RURAL. 
É importante lembrar que na maioria dos casos esses migrantes se deslocaram para a cidade em estado de 
fragilidade social, consequência de uma política agrária que modernizou o trabalho do campo e concentrou a posse 
da terra, relegando esses trabalhadores à pobreza. Esse processo ocorreu associado a uma industrialização que 
permanecia concentrada nas principais regiões metropolitanas, que, por isso, tornavam-se áreas muito atrativas. 
No entanto, como as cidades que recebiam esse enorme contingente populacional não tinham recebido 
investimentos públicos suficientes em obras de infraestrutura urbana e saneamento básico, passaram a crescer de 
maneira caótica e com a construção acelerada de submoradias. Nesse cenário, explodiu o número de loteamentos 
(em grande parte clandestinos) que surgiam em suas periferias. Esse processo, porém, reduziu os vazios 
demográficos que existiam entre uma cidade e outra e, somado a outros fatores, colaborou para a formação de 
regiões metropolitanas. 
Entre as cidades que compõem cada região metropolitana ocorre um deslocamento diário da população, 
movimento conhecido como MIGRAÇÃO PENDULAR. 
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A emigração 
A partir da década de 1980, o Brasil começou a se tornar um país com fluxo imigratório negativo – 
número de emigrantes (os que saíam do país) maior que o de imigrantes (os que entravam no país). 
Do início da década de 1980 até a crise mundial que se iniciou em 2008, muitos brasileiros se 
transferiram para os Estados Unidos, Japão e Europa (especialmente Portugal, Inglaterra, Espanha e França), 
entre outros destinos, em busca de melhores condições de vida, já que no Brasil os salários pagos são muito baixos 
se comparado ao desses países. Além disso, em nosso país os índices de desemprego e subemprego costumam ser 
mais elevados. 
Há também um grande número de brasileiros estabelecidos no Paraguai, quase todos produtores rurais que 
para ali se dirigiram em busca de terras baratas e de uma carga tributária menor que a brasileira. Como a maioria 
dos emigrantes brasileiros entravam clandestinamente nos países a que se dirigiam, há estimativas precárias sobre 
o volume total de fluxo migratório. Entretanto, desde a eclosão da crise econômica que se iniciou em 2008,o 
Brasil passou a receber muitos imigrantes de países latino-americanos, com destaque à Bolívia, ao Peru e ao 
Paraguai, e muitos brasileiros que moravam no exterior retornaram. A partir desse ano, o Brasil deixou de ser um 
país onde predominam a emigração e passou a receber muitos estrangeiros – pelo menos até 2015, quando a atual 
crise financeira pelo qual o Brasil passa se agravou e muitos brasileiros voltaram a sair do país em busca de novas 
oportunidades no exterior. 
Tradicionalmente, os principais destinos de países da América do Sul e Central são os Estados Unidos e a 
Espanha. Porém, como a economia brasileira conseguiu enfrentar aquela crise com muito mais vigor que a de muitos 
países desenvolvidos, e como existe grande facilidade de deslocamento terrestre para cá, muitos emigrantes latinos 
trocaram de destino durante a crise econômico-financeira de 2008. Com a crise política e econômica que o Brasil 
enfrenta neste momento, porém, o pêndulo novamente está pendendo para a saída de brasileiros de nossas terras. 
Só para se ter uma ideia da dimensão atual da emigração brasileira, houve um crescimento de 165%, em um 
período de sete anos (2011 a 2017), no número de registros de saída definitiva do país, sendo que o auge da 
debandada se deu no momento mais grave da nossa recessão, de 2015 para 2016. Em 2011, apenas 8 mil brasileiros 
tinham optado por morar fora do país. Em 2017, este número já era de aproximadamente 22 mil pessoas. 
Como pode ser observado a seguir, a temática pode ser cobrada numa prova relacionada com o êxodo rural 
ou outros assuntos correlatos. 
Questão para fixar! 
(FGV - Prefeitura de Osasco-SP - 2014) 
Januário nasceu em 3 de março de 1946, na Fazenda Bela Vista, no município de Exu, distante 603 km da 
capital pernambucana. Em 1964, foi morar em Recife, para servir ao exército. 
Com a implantação do regime militar, foi transferido para Brasília e, posteriormente, para Goiânia, onde se 
aposentou e vive até hoje. 
Os movimentos migratórios realizados por Januário foram, respectivamente, 
a) êxodo rural – interregional – estadual. 
b) estadual – regional – intrarregional. 
c) êxodo rural – estadual – regional. 
d) estadual – êxodo rural – interregional. 
e) êxodo rural – interregional – regional. 
 
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RESOLUÇÃO: 
Saída da pessoa de uma fazenda do município de Exu (zona rural) para Recife (zona urbana) – Êxodo Rural. 
Mudança de Recife (Nordeste) para Brasília (Centro-Oeste) – Movimentação Interregional. 
Mudança de Brasília para Goiânia (ambas localizadas na mesma região: Centro-Oeste) – Movimentação 
Regional. 
 Gabarito: E 
 
O povoamento do Norte 
Apesar de abranger cerca de metade do território brasileiro, a região Norte é, ainda hoje, pouco povoada e 
com a população muito mal distribuída. Quase metade da população amazônica se concentra em Belém e nas 
áreas vizinhas (destacando-se a chamada região bragantina, que é uma microrregião do nordeste paraense). 
De modo geral, nas áreas pouco habitadas a população ainda vive ao longo das margens dos cursos de água 
e depende quase que exclusivamente deles para a sua locomoção, o que as mantém num grande nível de 
isolamento. Além dos centros urbanos principais (Belém e Manaus) e de algumas poucas cidades menores, existem 
somente pequenas aglomerações, nas quais os recursos de que as populações se valem (como escolas, assistência 
sanitária, diversões) são raros ou inexistentes. 
A baixa densidade da Região Norte, no entanto, é histórica, já que ela passou um longo período isolada 
do resto do país devido à falta de atrativos econômicos (período do Brasil Colônia). A Amazônia só iria despertar 
interesse populacional com a corrida pela riqueza da borracha, no final do século XIX, quando grandes levas de 
nordestinos (compelidos pelo flagelo das secas) penetraram pelos afluentes e subafluentes, indo até grandes 
distâncias da foz amazônica. Embora extremamente benéfico para o povoamento da região, o ciclo da borracha foi 
considerado insuficiente para povoá-la. Ainda hoje, só para se ter uma ideia do problema, apenas algumas áreas 
apresentam densidade populacional acima de 1hab./km². 
A ocupação agrícola organizada em pequenas propriedades (colonização) na Região Norte teve duas fases: 
sendo a primeira o povoamento de Bragantina e a segunda o desenvolvimento de pequenos núcleos de japoneses, 
destacando-se a prospera colônia de Tomé-Açu. 
Nas últimas décadas, com abertura dos grandes eixos rodoviários, iniciou-se a nova fase de povoamento da 
Amazônia, baseada em grandes projetos agropecuários e minerais. 
 
Pequeno histórico sobre o povoamento da Amazônia 
O povoamento e a ocupação efetiva da Amazônia pelos portugueses tiveram início com a fundação da 
cidade de Belém (1616), na região da foz do Amazonas. O desbravamento e o conhecimento geográfico começaram 
com as expedições exploratórias, que percorreram o rio Amazonas em toda sua extensão, destacando-se a de Pedro 
Teixeira (1637) que chegou até Quito, na época Vice-Reino do Peru. Neste período, destacaram-se as expedições 
ligadas à coleta das “drogas do Sertão” (cacau, canela, cravo, baunilha, plantas oleaginosas e aromáticas). 
No século XIX, a partir de 1870, um novo fator veio a contribuir poderosamente para o povoamento regional: 
o Ciclo da Borracha (1870-1910), que atraiu especialmente grande contingente de nordestinos (flagelados da seca). 
Esse ciclo resultou na compra do Acre (1903) por parte do Brasil junto à Bolívia e na construção da Ferrovia Madeira-
Mamoré (1912). 
 
 
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Ocupação do Norte na segunda metade do século XX 
A partir de 1960, intensificou-se a integração da Amazônia ao resto do país por meio da abertura de estradas, 
programas de incentivos fiscais e projetos agropecuários e mineradores subsidiados pelo Estado e com participação 
do grande capital privado, tanto nacional quanto internacional. 
Registre-se ainda que, em 1967, o governo Castelo Branco criou a Sudam (Superintendência de 
Desenvolvimento da Amazônia) e a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). A fim de integrar a 
região Norte com o resto do país também foram criadas a Zona Franca de Manaus, o Incra (Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária) e o Basa (Banco Nacional S.A.). Esses órgãos passaram a orientar e controlar 
programas oficias de distribuição de terras, assentamento de colonos, instalação de projetos de extração 
madeireira, garimpos, dentre outros. 
Nos anos 1970, desenvolveu-se grande projetos de reconhecimento (Radam – Radar da Amazônia), 
ampliação de infraestrutura e exploração econômica (PIN – Plano de Integração Nacional – e Polamazônia – 
Programa de Desenvolvimento e Ocupação da Amazônia). Assim, grandes estradas foram abertas 
(Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Perimetral Norte, Porto Velho-Manaus) e instalaram-se grandes 
empreendimentos agropecuários e de mineração, sendo os principais os projetos Jari, Carajás, Trombetas e Calha 
Norte. A ocupação também se caracterizou pela construção de grandes hidrelétricas (Tucuruí e Balbina) e pelo 
estímulo à migração intensiva para as áreas do Mato Grosso, Rondônia e Acre. Durante o regime militar iniciado em 
1964, a ocupação da Amazônia passou a ser encarada como uma questão de segurança nacional. 
A ocupação do Norte no século XX (primeira metade do século): 
1928 a 1946: Fordilândia, projeto de plantação de seringueiras junto ao vale inferior do Tapajós 
(Pará); 
Década de 1930: imigrantes japoneses, na zona bragantina (Tomé-Açu, Pará), cultivo da 
pimenta-do-reino;e, no vale médio do Amazonas, juta; 
Década de 1950: jazidas de manganês na Serra do Navio, no Amapá, e cassiterita, em 
Rondônia, além da construção da rodovia Belém-Brasília e da criação da SPVEA 
(Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia), em 1953. 
 
Consequências do povoamento do Norte 
A ocupação do Norte, ainda que incipiente, é considerada sem planejamento e ausente de qualquer tipo de 
controle. As grandes empresas agropecuárias, mineradoras ou madeireiras, continuam desmatando e ocupando 
novas áreas sem tomar qualquer tipo de cuidado para a preservação do meio ambiente. Todos esses problemas, 
conjuntamente, vêm provocando mudanças profundas na região e ameaçando perigosamente o delicado 
ecossistema amazônico. Além dos impactos ambientais, temos também os problemas de ordem social ligados à 
intensificação dos conflitos pela posse de terras, à questão de demarcação das terras indígenas, ao acelerado 
processo de aculturação das tribos e desestruturação do seu modo de vida, à questão do “garimpo clandestino”, à 
precária condição de vida das populações nos centros urbanos de Manaus e Belém e à disseminação de doenças 
(cólera, tuberculose, malária). 
 
Saldo dos fluxos migratórios por região 
Prezado aluno, mais uma vez teremos de enfrentar um tema que carece de dados mais atualizados por ainda 
não termos um censo que abranja os últimos anos. Assim, a nossa análise se baseará basicamente no período de 
1985 a 2006, a partir dos dados dos resultados gerais divulgados pelo próprio IBGE, em relação ao censo 2010. 
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Sobre os fluxos migratórios internos, o volume de migrantes apresentou uma redução da ordem de 11% 
entre os quinquênios 1995-2000 e 2005-2010: 5.196.093 e 4.643.754 migrantes, respectivamente. Levando-se em 
consideração a intensidade relativa da migração na população total, observa-se uma redução na mobilidade 
espacial da população. Entre 1995-2000, movimentaram-se 30,6 migrantes para cada mil habitantes, já no período 
2005-2010, observaram-se 24,3 migrantes para cada mil habitantes. 
Na REGIÃO NORTE, tanto o volume de entrada quanto o de saída de migrantes foram reduzidos entre um 
quinquênio e outro. No que diz respeito ao Índice de Eficácia Migratória (que indica a capacidade de absorção da 
população), constata-se que exceto Rondônia, que passou de espaço de rotatividade para área de baixa absorção 
migratória, e Roraima, que alterou seu status de área de forte absorção migratória para espaço de média absorção, 
as demais UFs permaneceram nas mesmas categorias: Acre e Tocantins - rotatividade migratória; Amazonas - baixa 
absorção; Pará - baixa evasão; e, Amapá - média absorção. 
No NORDESTE, Maranhão e Alagoas mantiveram praticamente constante a mobilidade espacial 
(volume de migrantes), embora continuassem perdendo população, sendo que os saldos migratórios (imigrantes 
menos emigrantes) de Piauí e Alagoas foram ainda mais negativos entre 2005 e 2010 do que no quinquênio anterior. 
Nas demais Unidades da Federação a mobilidades espacial foi menor. Ceará apresentou um saldo migratório mais 
negativo, sobretudo no desempenho da imigração, que reduziu em relação ao período de comparação anterior. 
Paraíba, Pernambuco e Bahia embora permaneçam com resultados negativos nas trocas populacionais, diminuíram 
as perdas entre 2005-2010. O Rio Grande do Norte dobrou o saldo migratório positivo, devido a uma maior retenção 
populacional, e o Sergipe passou de um pequeno saldo negativo para um ligeiro saldo positivo. Do ponto de vista da 
eficácia migratória, três Unidades da Federação nordestinas sofreram alteração nos respectivos resultados: o Piauí 
passou de área de baixa evasão para média evasão migratória; o Ceará de rotatividade para baixa evasão migratória 
e; o Rio Grande do Norte, de espaço de rotatividade para área de baixa absorção migratória. 
A Região SUDESTE, muito embora tenha sido o espaço onde a mobilidade foi a mais intensa, seguiu sua 
trajetória de diminuição no volume de imigrantes e emigrantes, situação que foi observada em todas as suas 
Unidades da Federação. Minas Gerais, apesar de ter permanecido como área de rotatividade migratória, apresentou 
saldo migratório ligeiramente negativo; o Espírito Santo passou de espaço de baixa absorção para média absorção 
migratória, aumentando seu saldo migratório; o Rio de Janeiro permaneceu na categoria rotatividade migratória, 
com pequeno saldo migratório positivo e, São Paulo, com declínio no saldo migratório, mas mantendo-se como 
área de baixa absorção migratória. 
A Região SUL, graças ao desempenho de Santa Catarina, que atraiu um volume 59% maior de imigrantes, 
foi a única Grande Região do país com aumento na mobilidade espacial da população, no quinquênio 2005-2010. 
O Paraná experimentou uma redução no saldo migratório negativo, continuando como espaço de rotatividade 
migratória; Santa Catarina passou de área de baixa absorção para de média absorção migratória, em função dos 
motivos expostos acima e, o Rio Grande do Sul, embora tenha se mantido como de baixa evasão migratória, 
apresentou um saldo migratório ainda mais negativo, em função do aumento de aproximadamente 16% no volume 
da emigração, não compensado pela imigração que ficou praticamente estável. 
O volume de migrantes na Região CENTRO-OESTE registrou um pequeno declínio entre os dois períodos 
observados. O Mato Grosso do Sul passou a apresentar saldo migratório ligeiramente positivo, passando de espaço 
de rotatividade migratória para área de baixa absorção; o Mato Grosso mudou da categoria de baixa absorção para 
rotatividade migratória, muito embora tenha reduzido tanto o número de imigrantes quanto os de emigrantes; 
Goiás, embora tenha se mantido como espaço de média absorção migratória, experimentou leve aumento no saldo 
migratório, face à redução um pouco mais acentuada no volume de emigrantes e, o Distrito Federal, com redução 
no volume da imigração e da emigração experimentou uma redução de quase metade do seu saldo migratório 
positivo, mantendo-se como área de rotatividade migratória. 
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Tabela 7 - Imigrantes, emigrantes e saldo migratório, segundo as Unidades da Federação - 1995/2000 e 2005/2010 
 
 
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Migração de retorno 
A migração de retorno relaciona-se com indivíduos que nasceram na Unidade da Federação em que residiam 
em 2010, mas que anteriormente moravam em outra UF. 
Os migrantes de retorno somaram 1 144 211 pessoas entre 1995 e 2000 e 999 659 no quinquênio 2000/2005, 
representando 22,0% e 21,5% no total de imigrantes para o país, respectivamente. 
Nesse contexto, os estados da Região Norte que apresentaram aumentos na proporção de migrantes de 
retorno foram Rondônia, Roraima e Amapá, com respectivamente, 10,3%, 6,3% e 6,8% no quinquênio 2005/2010. 
Os estados do Amazonas Pará e Tocantins permaneceram praticamente no mesmo patamar do período anterior, 
com 10,2%, 16,1% e 15,1%, sendo o Pará aquele que apresentou a maior participação de retornados em relação ao 
número de imigrantes. Entre 1995 e 2000 o estado do Acre foi o que apresentou a maior proporção de imigrantes 
de retorno da região Norte, e no período compreendido entre 2005 e 2010 foi o único que apresentou redução na 
proporção de retornados em relação ao período anterior, passando de 21,0% para 15,3% do total de imigrantes. 
Os estados da região Nordeste, tanto em 2000 quanto em 2010 apresentaram as maiores proporçõesde 
retornados quando comparados com as outras regiões do país, ultrapassando os 35,0% do total de imigrantes na 
maioria de seus estados entre 2005 e 1010, com exceção do Rio Grande do Norte (30,2%) e Sergipe (25,5%). Todos 
os estados nordestinos tiveram reduções na proporção de retornados, embora permanecendo como a região com 
as maiores proporções de imigrantes retornados do país. As maiores reduções relativas nos volumes de migrantes 
retornados na região nordeste foram observadas nos estados do Piauí e Ceará, e as maiores reduções na proporção 
de retornados em relação ao total da imigração foram observadas nos estados da Paraíba e Pernambuco. 
No Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo apresentaram reduções na proporção de retornados, sendo que 
o primeiro, mesmo tendo seu volume reduzido, ultrapassou os 25,0% tanto no quinquênio 1995/2000 quanto em 
2005/2010. Já o Rio de Janeiro e São Paulo tiveram aumento, tanto no volume quanto na proporção de retornados, 
sendo que São Paulo aumentou em cerca de 33,0% o volume de migrantes retornados entre os dois períodos 
analisados, correspondendo a 9,7% do total de imigrantes em 1995/2000 e 15,8% em 2005/2010. O Rio de Janeiro 
teve uma proporção de retornados de 15,6% em 1995/2000 e 17,4% em 2005/2010. 
Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram altas proporções de imigrantes de retorno quando comparadas 
com os demais estados do CentroSul brasileiro, tanto em 1995/2000 quanto em 2005/2010, ficando o primeiro com 
29,0% e o segundo com 38,9% do total de imigrantes entre 2005/2010. O Rio Grande do Sul destaca-se por 
apresentar um percentual de imigrantes de retorno comparável com os estados da Região Nordeste, inclusive com 
aumento desta participação, que em 1995/2000 era de 35,9%. Paraná e Santa Catarina experimentaram reduções 
na proporção de retornados. 
No Centro-Oeste, foram observados aumentos dos retornados no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e no 
Distrito Federal, destacando-se este último com aumento significativo no volume de imigrantes retornados entre 
os dois períodos, 9 501 (4,4% do total de imigrantes) e 19 939 (10,5% do total de imigrantes) respectivamente em 
1995/2000 e 2005/2010. O estado de Goiás apresentou uma pequena redução na proporção de retornados, passando 
de 14,6% (1995/2000) para 13,1% (2005/2010). 
O estado que apresentou a maior proporção de imigrantes retornados no quinquênio 2005/2010 foi o Ceará 
(43,6%) e a menor proporção, Roraima (6,3%). 
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Questão para fixar! 
(CESGRANRIO - IBGE - 2016) 
No Brasil, durante muito tempo, as migrações internas, do Norte para o Sul e do mundo rural para as 
cidades, constituíram uma tentativa de resposta individual à extrema pobreza de algumas regiões. Fator de 
diversificação do tecido social e de desenvolvimento de associações e ONG, essa mobilidade contribuiu para a 
riqueza do Sul, assim como para a expansão das favelas urbanas. A esses efeitos devem-se acrescentar, hoje, 
fluxos populacionais mais diversificados. 
DURAND, M-F. et al. Atlas da mundialização. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 130. Adaptado. 
Na atual realidade brasileira, ocorre um novo e recente fluxo populacional denominado: 
a) movimento pendular 
b) êxodo rural 
c) migração de retorno 
d) transumância 
e) transmigração 
RESOLUÇÃO: 
a) movimento pendular - É realizado diariamente por trabalhadores e estudantes que residem em uma 
cidade e trabalham ou estudam em outra. 
b) êxodo rural - A migração do campo para regiões urbanizadas, em busca de melhores condições de vida. 
c) transumância - Movimentação sazonal de pessoas com seus rebanhos entre dois regimes de clima 
diferentes. 
d) transmigração - Termo pouco utilizado. Significa o fluxo populacional entre regiões. 
 Gabarito: C 
 
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Censo populacional de 2010 
O Censo Populacional, desenvolvido pelo IBGE a cada 10 anos, é um dos estudos mais reveladores sobre a 
dinâmica populacional brasileira. Por conta de seu longo período de publicação entre um censo e outro, alguns 
dados acabam por ficar um pouco defasados para o nosso intuito, mas ainda servem para conhecermos 
historicamente a nossa realidade. O último censo, por exemplo, indicava que a população brasileira era formada por 
190.732.694, sendo que atualmente ela está estimada em 209,3 milhões de habitantes. 
Diante dessas ponderações, analisemos os dados que foram divulgados pelo IBGE por meio do Censo 2010. 
Atente-se que, se não houver qualquer menção em contrário, todos os dados apresentados se referem ao ano de 
2010. 
- 84% dos brasileiros viviam em áreas urbanas – Em 2010, essa parcela correspondia a 81% da população. 
- A região Sudeste é a região mais populosa do Brasil, com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam 
participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 
14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) 
e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%). Note que aqui não se está falando em valores absolutos, mas apenas em 
participação considerando toda a população brasileira. Ou seja, valores relativos. 
- Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas (em 2018, a população deste 
estado ficou estimada em 45,5 milhões de habitantes). Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 
451.227 pessoas (em 2018, a população deste estado ficou estimada em 576.479 habitantes). Houve mudanças no 
ranking dos maiores municípios do país, com Brasília (de 6º para 4º) e Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. 
Por outro lado, Belo Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º para 9º) perderam posições. 
- Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou seja existem 3,9 milhões de 
mulheres a mais que homens no Brasil. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. A população brasileira 
é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens. 
- Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos (SP). Já o que tinha maior 
percentual de mulheres era Santos (SP). O Censo 2010 apurou ainda que existiam 23.760 brasileiros com mais de 
100 anos. Bahia é a unidade da federação a contar com mais brasileiros centenários (3.525), São Paulo (3.146) e 
Minas Gerais (2.597) 
Todos as informações a seguir, divididas em tópicos, também são resultados de divulgação direta dos dados 
do Censo 2010 pelo IBGE. 
 
Amapá se destaca no crescimento populacional 
Embora com perda de participação, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro representam 
40,28% no total da população em 2010 (frente aos 40,82% em 2000). Em dez anos, os destaques de crescimento 
foram verificados no Amapá (40,18%), Roraima (39,10%) e Acre (31,44%). Por outro lado, os menores percentuais 
ocorreram no Rio Grande do Sul (4,98%), Bahia (7,28%) e Paraná (9,16%). 
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Brasília e Manaus mudam de posição entre os 10 maiores 
Houve mudanças nos rankings tanto dos 10 municípios mais populosos quanto dos de menor população. Na 
parte de cima, Belo Horizonte, Curitiba e Recife perderam posição frente aos números de 2000. Por outro lado, 
Brasília e Manaus subiram de posição, cada um, na lista dos mais populosos. 
Já entre os de menorpopulação, André da Rocha (RS) e Nova Castilho (SP) elevaram sua posição. 
Lavandeira, Rio da Conceição, Tupirama e Ipueiras, todos municípios de Tocantins, saíram da lista dos menos 
populosos; cederam lugar a Miguel Leão (PI), Uru (SP), Cedro do Abaeté (MG), Araguainha (MT). 
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População urbana sobe de 81,25% para 84,35% 
Já em 2010, apenas 15,65% da população (29.852.986 pessoas) viviam em situação rural, contra 84,35% em 
situação urbana (160.879.708 pessoas). Entre os municípios, 67 tinham 100% de sua população vivendo em situação 
urbana e 775 com mais de 90% nessa situação. Por outro lado, apenas nove tinham mais de 90% de sua população 
vivendo em situação rural. 
Em 2000, da população brasileira 81,25% (137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e 18,75% 
(31.845.211 pessoas) em situação rural. Entre os municípios, 56 tinham 100% de sua população vivendo em situação 
urbana e 523 com mais de 90% nessa situação. Por outro lado, 38 tinham mais de 90% vivendo em situação rural e 
o único município do país a ter 100% de sua população em situação rural era Nova Ramada (RS). 
 
Em dez anos 19 municípios dobraram população 
Desde 2000, 19 municípios mais que dobraram sua população – o de maior crescimento foi Balbinos (SP), 
com 199,47% de crescimento; seguido por Rio das Ostras (RJ), com 190,39%; e Pedra Branca do Amapari (AP), com 
168,72%. Na tabela abaixo, é possível verificar a lista completa. 
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Por outro lado, 1.520 municípios registraram população inferior à existente em 2000. Na tabela abaixo, é 
possível verificar as cinco maiores quedas. 
 
 
Homens são maioria em Balbinos (SP). Mulheres, em Santos (SP) 
Em 2010, os municípios com maior proporção de homens são: Balbinos (SP), Pracinha (SP) e Lavínia (SP). 
As listas com os 10 maiores percentuais dos Censos podem ser verificadas abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
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Já entre os de maior proporção de mulheres em 2010 se destacam: Santos (SP), Recife (PE) e São Caetano 
do Sul (SP). Veja os percentuais nas tabelas abaixo: 
 
 
 
 
Conceitos básicos sobre a demografia 
Antes de entrarmos nesse assunto, vamos aprender os conceitos básicos para a compreensão do tema: 
 
Taxa de natalidade (TN) 
Indica a número de nascimentos por mil habitantes no período de um ano. 
 
Taxa de mortalidade (TM) 
Indica o número de óbitos por mil habitantes no período de um ano. 
 
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Crescimento vegetativo (CV) 
É a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade. Está associado ao crescimento (ou decréscimo) 
populacional de determinada região. 
Como o crescimento vegetativo pode apresentar crescimento ou diminuição de determinada região, 
podemos dizer que ele pode apresentar valores positivos ou negativos. 
O crescimento vegetativo será: 
Positivo quando o número de nascimentos for superior ao número de mortes no período de um ano. 
Negativo quando o número de mortes for superior ao de nascimentos no período de um ano. 
Quando o número de nascimentos registrados for igual ao de mortes num determinado período, o 
crescimento vegetativo será NULO. 
Podemos ainda dizer que o crescimento vegetativo de determinada região é um espelho de suas 
características culturais e socioeconômicas. Países ricos e com cidadãos com alto grau de escolaridade, por 
exemplo, costumam apresentar baixa taxa de natalidade e consequente baixo crescimento vegetativo (ou até 
mesmo negativo). 
Países mais pobres e com populações menos instruídas, por outro lado, costumam ter alta taxa de 
nascimento e consequente crescimento vegetativo elevado. 
 
Taxa de Fecundidade 
Associado ao conceito de natalidade, indica a média do número de filhos que uma mulher tem durante sua 
idade fértil (aproximadamente, de 15 a 50 anos). 
A taxa de fecundidade, assim como o crescimento vegetativo, relaciona-se com fatores socioeconômicas e 
culturais de cada país. 
Segundo dados do IBGE, no Brasil a taxa de fecundidade está diminuindo, já que no ano 2000 era de 2,4 e 
em 2015, 1,7. 
 
Mortalidade Infantil 
Indica o número de mortes de crianças entre os zero e doze meses de vida. Embora a mortalidade infantil 
tenha diminuído constantemente no nosso país nas últimas duas décadas, esta teve crescimento em 2016, por conta 
do zika vírus e da crise econômica. Dificuldades socioeconômicas costumam influenciar no número da mortalidade 
infantil, no mundo inteiro, porque esta costuma aumentar em locais com piores condições de vida, o que inclui falta 
de saneamento básico e dificuldade de acesso à educação e saúde, por exemplo. 
 
Expectativa de Vida (Esperança de Vida) 
É o número médio de anos que a população de um determinado espaço espera viver. É um número que tem 
aumentado no Brasil e em diversas partes do mundo nas últimas décadas. Em nosso país, a expectativa de vida 
atualmente é de 75 anos. 
 
Taxa de Natalidade e Mortalidade Brasileira 
Ao longo das últimas décadas, o Brasil tem reduzido de maneira significativa tanto a taxa de natalidade 
quanto a de mortalidade, indicando que houve melhora nas condições de vida da população. Dentre essas melhoras 
podemos citar melhoria na alimentação, avanço da medicina e acesso à educação e à saúde, por exemplo. 
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De acordo com dados do IBGE, a taxa de natalidade no Brasil por mil habitantes era de 20,86 no ano 2000 e, 
em 2015, passou para 14,16. Já a taxa de mortalidade em 2000 era de 6,67 e em 2015 de 6,08. 
Conceitos básicos sobre demografia 
Taxa de natalidade (TN) – Indica a número de nascimentos por mil habitantes no período de um 
ano. 
Taxa de mortalidade (TM) – Indica o número de óbitos por mil habitantes no período de um ano. 
Crescimento vegetativo (CV) – É a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade. Está 
associado ao crescimento (ou decréscimo) populacional de determinada região. Pode ter valor 
positivo, negativo ou nulo. 
Taxa de Fecundidade – Associado ao conceito de natalidade, indica a média do número de filhos 
que uma mulher tem durante sua idade fértil. 
Mortalidade Infantil - Indica o número de mortes de crianças entre os zero e doze meses de vida. 
Expectativa de Vida – É o número médio de anos que a população de um determinado espaço 
espera viver. 
Densidade demográfica – Mede a quantidade de habitantes por quilômetro quadrado. 
 
Densidade demográfica (população relativa) 
Mede a quantidade de habitantes por quilômetro quadrado. 
Ou seja, regiões pouco habitadas, como o estado do Amazonas, que tem uma densidade populacional de 
apenas 2,61 hab./km² (menos de três habitantes a cada quilômetro quadrado), possuem densidade populacional 
baixa. 
Por outro lado, regiões muito habitadas, como a cidade de São Paulo, que tem densidade populacional de 
7.387,69 hab./km², possuem densidade populacional alta. 
 
Teoria das transições demográficas 
A ideia de transição demográfica foi elaborada pelo demógrafo Frank Notestein, na primeira metade do 
século XX, para refutar a teoria populacional malthusiana, que sustentava que o crescimento demográfico ocorria 
em ritmo exponencial. 
Segundo a transição demográfica, as populações de diferentes lugares tendem a crescer conforme ciclos 
que se intensificam e depois se reduzem, por conta de diversos fatores. 
Ou seja, a teoria da transição demográfica sustenta que não há um processo único e constante de explosão 
demográfica– como a teoria malthusiana afirmava. Segundo a transição demográfica, quando esse crescimento 
populacional explosivo ocorre, há uma tendência de posterior estabilização populacional. 
De maneira mais didática, podemos apresentar a teoria da transição demográfica por meio de suas quatro 
fases, que foi a principal classificação feita por seus teóricos. 
 
1ª fase (Pré-transição) 
É observada quando há um certo equilíbrio entre as taxas da natalidade e de mortalidade, ambas, porém, 
com valores muito altos. Este cenário é observado em sociedades que possuem um baixo desenvolvimento 
econômico e social, onde nascem muitas pessoas e, ao mesmo tempo, perdem-se muitas vidas em razão de 
epidemias, baixa expectativa de vida e condições sanitárias precárias. Exemplo: Europa durante a fase inicial de sua 
industrialização. 
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2ª fase (Aceleração ou explosão demográfica) 
É observada quando ocorre a explosão demográfica, que é o crescimento acentuado da população em um 
curto período de tempo. A explosão demográfica se dá por conta da diminuição brusca das taxas de mortalidade 
(maior acesso à saúde, saneamento básico e água encanada, por exemplo). Ou seja, a explosão demográfica não 
ocorre pelo aumento das taxas de natalidade, e sim pela diminuição brusca da taxa de mortalidade. Exemplo: 
Europa no período pós-guerra, o que gerou a expressão “geração baby boom”. 
 
3ª fase (Desaceleração demográfica) 
Com o desenvolvimento socioeconômico de determinada sociedade, há uma tendência de haver uma 
redução nas taxas de natalidade, que é explicada pelo melhor planejamento familiar, a maior utilização de métodos 
contraceptivos e a inclusão da mulher no mercado de trabalho, dentre outros fatores. Assim, há um gradativo 
declínio do número de nascimentos, mas em velocidade inferior à queda da mortalidade. Exemplo: Brasil na 
segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 1970. Atualmente, as taxas de natalidade do 
Brasil são baixas. 
 
4ª fase – Estabilização demográfica 
Ocorre quando as taxas de natalidade e mortalidade ficam finalmente equilibradas, apesar de apresentar 
oscilações conjunturais. Nesta etapa, considera-se que há um total controle do crescimento demográfico. 
Apesar de o crescimento populacional contido dessa fase representar uma vantagem, ela também leva ao 
envelhecimento populacional, já que a elevada expectativa de vida e a baixa natalidade tem como principal 
consequência o aumento médio da idade da população. O envelhecimento populacional acarreta numa queda da 
população economicamente ativa e a possibilidade crescente de uma crise econômica e social. 
Exemplo: muitos países europeus já enfrentam o problema do envelhecimento populacional. Alguns países 
(como França e Alemanha), fazem campanhas e até fornecem incentivos financeiros para casais que desejam ter 
mais de um filho. O Brasil, atualmente, se vê ameaçado por esse problema, já que deixamos de ser um “país jovem” 
para nos tornarmos um “país adulto”. 
 
Transição demográfica no Brasil 
Na segunda metade do século passado, e também nesta primeira metade do século XXI, houve um grande 
crescimento da população brasileira que mostram duas fases da transição demográfica. 
A primeira, devido ao acelerado crescimento demográfico em função do declínio da mortalidade e da 
manutenção da fecundidade em um patamar extremamente elevado, o que aconteceu até a segunda metade da 
década de 1960. 
 A segunda fase se deu imediatamente à primeira, quando a fecundidade, também, começou a cair. Com 
esses movimentos, o ritmo de crescimento da população brasileira começou a desacelerar. 
Comparado aos países desenvolvidos, a transição demográfica no Brasil tem se desenvolvido num ritmo 
muito mais acelerado – o que também tem ocorrido em outros países latino-americanos e asiáticos. Um bom 
indicador desse novo cenário demográfico vivido pelo Brasil é o rápido declínio da nossa taxa de fecundidade. 
O certo é que, analisando vários fatores, é provável que o Brasil, entre 2045 e 2055, alcançará uma taxa de 
crescimento zero. 
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Mesmo diante dessa perspectiva, no entanto, ainda devemos esperar um crescimento expressivo da 
população brasileira nas próximas décadas, resultante dos efeitos da fecundidade passada sobre a estrutura etária 
da população. 
A estrutura etária brasileira atual apresenta uma grande proporção de mulheres em idade reprodutiva, o 
que contribui decisivamente para o crescimento populacional, apesar dos baixos níveis de fecundidade atuais. 
Diante de todas essas observações, é interessante termos em mente que as modificações na estrutura etária 
do Brasil têm indicado uma aceleração em direção a um maior envelhecimento da população. 
Para aprofundarmos esse conhecimento, no próximo tópico vamos estudar a pirâmide etária brasileira. 
 
A Pirâmide Etária brasileira 
Como quase todos os países de economia emergente, o Brasil vem passando por uma grande mudança na 
sua taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma mulher tem durante o seu período fértil), o que gera 
reflexos diretos no crescimento populacional. Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2015, a taxa de fecundidade 
da mulher brasileira era de 1,7 filhos nascidos vivos. Em 2004, este número era de 2,14. Como resultado, a proporção 
de crianças e adolescentes até 14 anos caiu e ficou em 21,6%, em 2014. 
A fim de ressaltar ainda mais as mudanças ocorridas na pirâmide etária brasileira nos últimos anos, coloquei 
a seguir a pirâmide etária baseada nos dados divulgados em 2015, em que as segmentações que indicam as idades 
mais avançadas estão mais robustas, e a pirâmide de 1980, que mostra uma população bastante jovem e uma 
população idosa consideravelmente pequena. A redução do número de filhos por mulher se deu por alguns fatores, 
sendo os principais: a urbanização, a melhoria nos índices de educação, maior acesso ao planejamento familiar, 
maior ingresso das mulheres no mercado de trabalho e mudanças nos valores culturais. Para a ONU, a taxa de 
fecundidade necessária para reposição da população em determinada região é 2,1. 
 
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Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/piramide-etaria-populacao-brasileira.htm 
 
A pirâmide etária brasileira em retrospecto 
Bem diferente do cenário que temos atualmente, a população brasileira, entre 1950 e 1980, cresceu em 
média 2,8% ao ano. Se este índice fosse mantido, a expectativa é que a cada 25 anos a população dobrasse de 
tamanho. Em 2010, no entanto, o crescimento populacional já tinha caído para apenas 0,8% ao ano, com população 
tendendo a dobrar a cada 87 anos. Paralelamente a essa redução acentuada da natalidade, vem aumentando a 
expectativa de vida. Em resumo, podemos observar que a participação da população jovem está reduzindo e a de 
adultos e idosos aumentando, sendo ambos reflexos diretos da redução na fecundidade e do aumento da 
expectativa de vida. 
Diante da nova configuração demográfica nacional, podemos dizer que as mudanças na composição etária 
brasileira mostram que o país ingressou no período de passagem da chamada JANELA DEMOGRÁFICA. A janela 
demográfica ocorre quando há redução do peso das crianças (0 a 14 anos) e dos idosos (65 anos ou mais) sobre a 
população de 15 a 64 anos de idade, que é o intervalo de idades considerado para determinar a PEA (População 
Economicamente Ativa – que é a parcela da população que trabalha ou está procurando emprego). 
Segundo projeções, o percentual da população em idade ativa deve aumentar até 2025 e, a partir de então, 
começar a diminuir. Abaixo,apresento projeção da pirâmide etária brasileira para o ano de 2050. Note que o 
contingente de idosos é bem maior que a nossa situação atual, o que irá causar uma pressão sobre a PEA. Diante 
dos três gráficos apresentados, notamos que em 1980 o Brasil ainda era classificado como um país jovem. 
Atualmente, somos um país adulto, mas já em fase de transição para nos tornarmos um país idoso no ano de 
2050. 
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Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/piramide-etaria-populacao-brasileira.htm 
 
Implicações da nossa Pirâmide Etária 
A taxa de mortalidade brasileira (próxima a 6%) já atingiu um patamar, em termos percentuais, 
equivalente ao de países desenvolvidos. Segundo as projeções, a partir de 2038 a população brasileira deverá parar 
de crescer e, então, sofrer redução, quando o número de óbitos tenderá a ser maior que o de nascimentos (é prevista 
uma taxa de mortalidade de 8 ou 9%). 
Essas previsões sobre as mudanças no comportamento demográfico permitem que os governos – federal, 
estadual e municipal – estabeleçam planos de investimento em educação e saúde mais favoráveis do que na década 
de 1970, quando o ritmo de crescimento da população beirava os 3% ao ano. O investimento hoje pode priorizar a 
melhoria da qualidade do serviço prestado e não mais a expansão da rede, como antes, quando era necessário 
construir cada vez mais novas escolas e hospitais. 
Como há uma estreita ligação entre as dinâmicas de uma pirâmide etária e o planejamento/execução de 
serviços públicos, podemos dizer que décadas atrás, quando o país sofreu com maior intensidade a pressão 
demográfica, a necessidade de aumento do número de vagas nas escolas e de leitos hospitalares foi acompanhada 
de grande deterioração dos serviços dessas áreas. 
Na década de 1980, 52% da população tinha menos de 20 anos e o discurso oficial sobre o controle da 
natalidade chamava a atenção para as consequências negativas de uma explosão demográfica, que poderia 
comprometer a possibilidade de melhoria das condições de vida da população. A redução do número de jovens na 
população total, dessa forma, tende a favorecer a criação de oportunidades no sistema público de educação e no 
mercado de trabalho, para quem está iniciando a vida profissional, já que o governo tem um contingente menor da 
população com que se preocupar. Na política educacional, mantendo-se os atuais níveis de investimento, a 
redução relativa da população em idade escolar irá permitir aumento nos recursos destinados à melhoria da 
qualidade do ensino. 
Em relação aos mais velhos, percebemos que o crescimento da população com idade acima dos 60 anos 
exige maiores investimentos nos sistemas de saúde, pois os idosos requerem mais cuidados médicos, tanto na 
medicina preventiva como na curativa. Além disso, o aumento percentual de idosos em relação à PEA tem 
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provocado desequilíbrios no sistema público de previdência social, já que o número de trabalhadores na ativa que 
deve garantir a arrecadação previdenciária repassada para as aposentadorias está cada vez menor. Ou seja, observa-
se cada vez mais um contingente pequeno de adultos que bancam a aposentadoria da população mais velha, o que 
se deve ao modelo desequilibrado de previdência adotado em nosso país. 
Em resumo, portanto, podemos dizer que o aumento da expectativa de vida da população brasileira, 
conjugado com a queda das taxas de natalidade e mortalidade, vem provocando mudanças na pirâmide etária do 
país. Do meio para o topo, há um notável alargamento, por conta do aumento da participação percentual de 
adultos e idosos, e um acentuado estreitamento em sua base, que representa a população mais jovem. Quanto 
à distribuição da população por gênero, o Brasil se enquadra nos padrões mundiais: nascem cerca de 106 homens 
para cada 100 mulheres. Apesar de nascerem mais homens, a taxa de mortalidade infantil e juvenil masculina é 
maior, enquanto a expectativa de vida é menor. Dessa forma, embora nasçam mais homens que mulheres, é 
comum as pirâmides apresentarem uma parcela ligeiramente maior da população feminina, que tem maior 
expectativa de vida. Segundo o último censo do IBGE, de 2010, o Brasil tinha 93,4 milhões de homens (49%) e 97,3 
milhões de mulheres (51%). 
Apesar de termos uma taxa de mortalidade considerada “normal”, um aspecto demográfico da população 
brasileira que tem se tornando preocupante é o grande número das mortes de adolescentes e adultos jovens do sexo 
masculino por causas externas, como assassinatos e acidentes automobilísticos causados por excesso de 
velocidade, imprudências ou uso de álcool. Como consequência, há impactos na distribuição etária da população e 
na proporção entre os sexos, além de trazer implicações socioeconômicas. Segundo o IBGE, se não ocorresse morte 
prematura da população masculina a esperança de vida média dos brasileiros seria dois ou três anos maior. 
Como resultado, vem aumentando o predomínio de mulheres na população total. Em 1980 havia 98,7 homens em 
cada grupo de 100 mulheres. Em 2010, a tendência era a diminuição para 96,3 homens para cada mulher. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 
1. (CONSULPLA N - Prefeitura de Congonhas-MG - 2010) 
De acordo com os fluxos migratórios no Brasil, é INCORRETO afirmar que: 
a) Ao se fazer um retrocesso histórico do Brasil, percebe-se que os movimentos migratórios estão associados a 
fatores econômicos desde o tempo de colonização. 
b) Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumentem a oferta de 
emprego, receberá pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. 
c) As cidades médias e grandes do interior, como Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba e São 
José do Rio Preto apresentam índices de crescimento econômico maiores que os da grande São Paulo, o que gera 
o crescimento populacional. 
d) Somente a partir da década de 1970, com o processo de desconcentração da atividade industrial e a criação de 
políticas públicas de incentivo a ocupação das regiões Norte e Centro-Oeste, a migração em direção ao sudeste 
começou a apresentar significativa queda. 
e) Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais que mais crescem economicamente e populacionalmente. 
RESOLUÇÃO: 
a) Tanto na cultura da cana-de-açúcar durante o período colonial quanto na industrialização do Sudeste, os 
fatores econômicos têm se mostrado fundamentais para influenciar nos movimentos de migração internos. 
ITEM CORRETO. 
b) Podemos tirar essa conclusão ao analisar os fluxos migratórios que já existiram no Brasil, que foram 
fortemente influenciados justamente por fatores econômicos como os citados no item. ITEM CORRETO. 
c) Por conta da descentralização espacial das atividades que antes se concentravam nos grandes centros 
urbanos, nos últimos anos as pequenas e médias cidades têm apresentado um crescimento maior que as das 
cidades de maior porte. ITEM CORRETO. 
d) Apesar de o processo de desconcentração espacial da atividade econômica ter se intensificado apenas anos 
depois, a década de 1970 significou um marco de reorganização dos fluxos migratórios ao fomentar atividades 
econômicas nas regiões Norte e Centro-Oeste. ITEM CORRETO 
e) A questão é de 2010, mas como São Paulo e Rio de Janeiro continuam não sendo as capitais com os maiores 
crescimentos econômicos, podemos aproveitar a questão. Em 2017, por exemplo, os estados que tiveram 
maior crescimento econômico foram os das regiões Norte e Sul, o que se refletiu também no crescimento das 
capitais destes estados.ITEM INCORRETO. 
Resposta: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. (FUNCAB - SEE-AC - 2010) 
 
Os principais fluxos de nordestinos e sulistas estão atrelados, respectivamente, aos seguintes fatores: 
a) Desmetropolização /Ciclo da Borracha. 
b) Elevada Carga Tributária / Migrações pendulares. 
c) Industrialização / Expansão da Fronteira Agrícola. 
d) Qualificação da Mão de Obra / Concentração de Terras. 
e) Projeto Calha Norte /Metropolização. 
RESOLUÇÃO: 
O processo de industrialização da região Sudeste foi um fenômeno que atraiu migrantes da região Nordeste, onde 
a economia estava estagnada. 
Moradores desta região, no entanto, também foram para as regiões Norte e Centro-Oeste, onde estavam se 
desenvolvendo a expansão da fronteira agrícola brasileira. 
Resposta: C 
 
3. (CESPE - Instituto Rio Branco- 2008) 
As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é 
a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar importante na Geografia 
Humana. Nele está inserida a discussão das raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. 
A. Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com adaptações). 
Considerando o texto acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 
A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de mercado de trabalho globalizado, uma vez que 
a facilidade atual de circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores. 
( ) Certo ( ) Errado 
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RESOLUÇÃO: 
Os fluxos migratórios não apenas não diminuíram no contexto de mercado de trabalho globalizado, como até se 
intensificaram, já que os novos meios de comunicação e de transporte chegaram para facilitar tanto o deslocamento 
dos trabalhadores quanto o desenvolvimento de novas formas de trabalho. 
No Brasil, especialmente, observou-se nos últimos anos uma mudança da dinâmica dos fluxos migratórios, que 
deixaram de ocorrer entre as regiões para acontecerem dentro de uma mesma região, geralmente entre cidades 
urbanas. 
Resposta: Errado 
 
4. (IF-MT - IF-MT - 2014) 
Sobre a dinâmica demográfica do Brasil retratada no último Censo Demográfico de 2010, pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE), assinale a afirmativa INCORRETA. 
a) Brasília e Goiânia se destacam por apresentarem os maiores resultados de saldos migratórios, isto é, mais 
pessoas vão viver nesses municípios do que se mudam deles para outros lugares. 
b) São Paulo e Rio de Janeiro continuam sendo os principais polos de atração do país, mantendo as características 
apresentadas nos anos 70 do século XX, ou seja, elevadas taxas de emigração. 
c) Os fluxos de migrantes estão associados às mudanças no mercado de trabalho e não são mais de pessoas com 
baixa qualificação, há uma diversidade de tipos de pessoas que mudam de cidade pelo país, e o migrante com 
mais escolaridade tem mais possibilidades de deslocamento e opções profissionais. 
d) O Brasil ingressa no grupo dos países que vivem uma transição demográfica, combinam-se a diminuição do ritmo 
de crescimento populacional e, portanto, das taxas de fecundidade e natalidade com avanços nos índices de 
expectativa de vida. 
RESOLUÇÃO: 
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS 
Migração 
Movimento de ENTRADA OU SAÍDA de pessoas em países diferentes ou DENTRO DE UM MESMO PAÍS (de 
um estado para o outro, de uma cidade para a outra, por exemplo). 
A palavra migração é utilizada para designar a movimentação de uma pessoa dentro de seu país ou para 
designar genericamente (tanto para a entrada quanto a saída) a movimentação de uma pessoa entre países. 
Imigração 
É a ENTRADA de estrangeiros em um país. Eventualmente, utiliza-se a palavra também para designar o 
estabelecimento de indivíduos em cidade, estado ou região do seu próprio país, que não é de sua origem. Tome 
nota, no entanto, que quando se fala de movimentação dentro de uma pessoa dentro do seu próprio país, usa-
se com mais frequência a palavra migração. 
 
Emigração 
Chama-se de emigração a SAÍDA espontânea de um país ou ainda, o que é de uso menos comum, a 
movimentação de uma para outra região dentro de um mesmo país. Tenha em mente, portanto, que quando 
se fala de saída de um país ou do lugar onde se vive para viver em outro, provisória ou definitivamente, está se 
falando de emigração. 
Apenas a alternativa B apresenta informação incorreta, o que pode ser observado pela própria contradição do texto. 
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Observe que o enunciado fala que São Paulo e Rio de Janeiro continuam, ao longo dos anos, sendo grandes polos 
de atração populacional. Ou seja, recebe muitos MIGRANTES. 
No final da alternativa, no entanto, o avaliador fala que esse fluxo significa elevadas taxas de EMIGRAÇÃO. Ou seja, 
confundiu totalmente os conceitos. 
Resposta: B 
 
5. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018) 
No último meio século, houve uma mudança revolucionária em escala planetária: cada vez mais, as lojas locais dão 
lugar ao domínio dos gigantes da distribuição, como o Walmart e o Carrefour. Na Espanha, mais de 80% das 
compras das famílias são feitas em hipermercados e, dessas compras, 75% estão concentradas nas cinco maiores 
redes: Mercadona, Eroski, Carrefour, Auchan e Dia. Tal mudança está longe de ser uma realidade particular de um 
país ou de um setor: trata-se de uma tendência mundial. 
N. Castro. A ditadura dos supermercados: como grandes distribuidores decidem o que consumimos. Madrid: Akal, 2017 (com adaptações). 
Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue, acerca das redes 
de produção e consumo globais. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
As cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos, como para investimentos 
empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia, concessionárias de veículos, hotéis 
e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país, caracterizando o processo de 
globalização do território brasileiro. 
Como analisamos diversas vezes, as cidades médias vêm desempenhando novos papéis na rede urbana brasileira e 
alcançando funções antes exercidas apenas pelos grandes centros urbanos. 
Dentro da lógica dos fluxos migratórios, isto tem resultado em maior recebimento de migrantes que fluem das 
grandes cidades e metrópoles para as cidades médias. Este movimento é especialmente reforçado por conta das 
novas oportunidades de trabalho e de uma melhor qualidade de vida. 
Por conta disso, atualmente os fluxos se dão geralmente dentro de um mesmo estado ou dentro da mesma região 
e no sentido urbano-urbano. Ou seja, de uma cidade urbana para outra. 
Em décadas anteriores, os fluxos se davam entre regiões, basta lembrar dos nordestinos que foram trabalhar no 
Norte e no Sudeste, nas décadas de 1960 e 1970, por exemplo. Ademais, geralmente estes fluxos se davam da zona 
rural para a zona urbana. 
Resposta: Certo 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. (CESPE - ABIN - 2008) 
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua 
projeção para 2020, julgue o seguinte item. 
Observa-se uma previsão de diminuição da população brasileira até 2020. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Incorreto. Observa-se uma diminuição do crescimento da população até 2020, e não a sua diminuição em númerostotais. 
Resposta: Errado 
 
7. (CESPE - ABIN - 2008) 
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua 
projeção para 2020, julgue o seguinte item. 
A participação relativa dos jovens no conjunto da população brasileira deverá diminuir, enquanto a das pessoas com 
mais de 70 anos de idade deverá aumentar. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
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RESOLUÇÃO: 
Correto. Observando atentamente o gráfico fornecido, você irá notar um alargamento nas faixas de maior idade e 
um estreitamento das faixas representativas das crianças e adolescentes. 
Resposta: Certo 
 
8. (CESPE - ABIN - 2008) 
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua 
projeção para 2020, julgue o seguinte item. 
O perfil da pirâmide etária brasileira apresenta uma tendência de se assemelhar ao da pirâmide dos países que já 
realizaram a transição demográfica. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Correto. De fato, o Brasil está passando por um processo de transição demográfica e deixando de ser um país jovem 
para se tornar um país adulto/velho. Esta estrutura mais madura, assemelha-se a de países do primeiro mundo. 
Resposta: Certo 
 
9. (CESPE - ABIN - 2008) 
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua 
projeção para 2020, julgue o seguinte item. 
As alterações previstas para o quadro populacional brasileiro estão relacionadas com o decréscimo da fecundidade. 
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( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Correto. Exato! O estreitamento da pirâmide indica uma menor fecundidade da mulher brasileira, o que influenciará, 
consequentemente, em todas as faixas de idade da pirâmide etária. 
Resposta: Certo 
 
10. (CESPE - ABIN - 2008) 
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de 2000 e a sua 
projeção para 2020, julgue o seguinte item. 
As mudanças apresentadas no perfil da pirâmide etária brasileira estão relacionadas ao crescimento do emprego 
formal e à eliminação da subnutrição no país. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Incorreto. As alterações na pirâmide etária brasileira estão relacionadas com a queda da taxa de natalidade e o 
aumento da expectativa de vida. 
Resposta: Errado 
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11. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - IF-SP - 2014) 
Analise este gráfico: 
 
IBGE, Censos Demográficos. Censo 91: Resultados preliminares. DEPOP/DPE 
Considerando-se que, no Brasil, a quase totalidade dos movimentos migratórios ocorridos em sua história estiveram 
relacionado com condições socioeconômicas, a região brasileira que tem sido lugar de partida de grandes 
movimentos migratórios é 
a) o Centro-Oeste. 
b) o Nordeste. 
c) o Norte. 
d) o Sul. 
RESOLUÇÃO: 
Quando o avaliador fala em “lugar de partida”, ele quer saber a região de origem dos migrantes brasileiros. Como 
estudamos, grandes fluxos migratórios em direção ao Norte (ciclos da borracha), Centro-Oeste (agronegócio, 
construção de Brasília...) e Sudeste (por conta do processo de industrialização) foram alimentados por grandes 
contingentes de nordestinos. 
Resposta: B 
 
12. (IDECAN - Prefeitura de Duque de Caxias-RJ - 2014) 
Leia o texto e o gráfico para responder a questão a seguir. 
Das 5.570 cidades do Brasil, 1.178 viram suas populações encolherem entre 2000 e 2013, segundo levantamento feito 
pelo G1 com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 21,1% do 
total, sendo que a maioria dos municípios (98,8%) tem menos de 50 mil habitantes. 
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São possíveis fatores responsáveis pela diminuição da população dos municípios brasileiros: 
I. Crise econômica internacional. 
II. Políticas públicas imigratórias. 
III.Processos migratórios internos. 
IV. Redução da fecundidade no país. 
 
 
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Os fatores possíveis são apenas os das alternativas 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
RESOLUÇÃO: 
I. Crise econômica internacional. 
Crise econômica internacional influencia a dinâmica de fluxos migratórios internacionais, o que não é o caso desta 
questão. No contexto apresentado, uma crise de um determinado estado é que poderia influenciar no processo 
migratório nacional. ITEM INCORRETO. 
II. Políticas públicas imigratórias. 
De 2000 a 2013, não houve políticas públicas imigratórias como afirmado no item. ITEM INCORRETO. 
III. Processos migratórios internos. 
Sim, processos migratórios internos (ou seja, dentro do próprio Brasil) contribuem decisivamente para a 
movimentação de fluxos populacionais entre os estados brasileiros. ITEM CORRETO. 
IV. Redução da fecundidade no país. 
A taxa de fecundidade da mulher brasileira é outro item que influencia diretamente no tamanho da população de 
cada estado, assim como a taxa de natalidade e mortalidade. ITEM CORRETO 
Resposta: E 
 
13. (CESPE - ABIN - 2018) 
Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da população brasileira e da evolução de seu 
crescimento no século XX, julgue o item a seguir. 
A dinâmica da estrutura etária da população brasileira tende ao equilíbrio quanto à quantidade de crianças, jovens, 
adultos e idosos: a população de idosos com maior expectativa de vida cresce tanto quanto a população em idade 
infantil e jovem. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Com a tendência da entrada da mulher no mercado de trabalho e sua correspondente emancipação financeira, bem 
como a adoção de melhor planejamento familiar e o uso de métodos anticoncepcionais, favorecem uma menor 
taxa de fecundidade da mulher brasileira – o que irá diminuir a quantidade da população jovem. 
Por outro lado, graças aos avanços da medicina e o maior acesso ao saneamento básico, a expectativa de vida 
brasileira tem aumentado, o que gera um crescimento na população idosa. 
Resposta: Errado 
 
 
 
 
 
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14. (CESPE - ABIN - 2018) 
Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da população brasileira e da evolução de seu 
crescimento no século XX, julgue o item a seguir. 
Fundamentados no aumento da expectativa de vida, que resulta em crescimento das despesas com aposentadorias, 
serviços de saúde e assistência social, setores da sociedade brasileira defendem a necessidade de reforma do 
sistema previdenciário nacional. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
O aumento da expectativa de vida brasileira, que faz aumentar a população de idosos no país, tem como uma de 
suas consequências o crescimento das despesas com aposentadorias, serviços de saúde e assistência social. 
Resposta: Certo 
 
15. (CESPE - ABIN - 2018) 
Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da população brasileira e da evolução de seu 
crescimento no século XX, julgue o item a seguir. 
O baixo crescimento vegetativo da população brasileira verificado nos últimos três censos demográficos indica a 
diminuição do ritmo de migrações no país e o início de longo ciclo de estagnação. Centros urbanos de atração de 
migrantes, como Brasília, Manaus e São Paulo, diminuíram drasticamente o ritmo de crescimento econômico, 
justificando

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