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PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES 2021 Profª. Andrea Acunha Martin Prof. Andrei Borges La Rosa Prof. Anselmo Rafael Cukla Profª. Cíntia Arantes Silva Prof. Delmonte Friedrich Prof. Erick Costa Bezerra Prof. Filipe Sousa Barbosa Prof. Ivan Rodrigo Kaufman Prof. Mateus José Tiburski Prof. Murilo Fraga Da Rocha Prof. Ruahn Fuser GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Um transformador não pode funcionar com corrente contínua (DC). Por quê? a) ( ) A corrente contínua não gera campo magnético. b) ( ) Não existe variação temporal da corrente elétrica por meio do núcleo de ferro. c) ( ) Não existe variação temporal da força eletromotriz por meio do núcleo de ferro. d) (X) Não existe variação temporal do fluxo magnético por meio do núcleo de ferro. e) ( ) A potência em um transformador de corrente contínua seria muito alta e impraticável. Justificativa: O princípio básico de funcionamento de um transformador consiste na variação temporal do fluxo magnético pelo núcleo de ferro. Dessa maneira, a bobina primária induz uma FEM na bobina secundária. A variação temporal do fluxo contínuo só é possível com uma fonte de corrente alternada. 2 Qual a função do núcleo de ferro de um transformador? a) ( ) Transmitir a variação da força eletromotriz através do seu núcleo. b) (X) Transmitir a variação do fluxo magnético através do seu núcleo. c) ( ) Transmitir a variação da corrente elétrica através do seu núcleo. d) ( ) Fazer o contato elétrico íntimo entre a primeira bobina e a segunda. e) ( ) Nenhuma em específico, podendo ser qualquer material metálico. Justificativa: 3 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES O núcleo de ferro é responsável por ser o caminho por onde o fluxo magnético gerado pela primeira bobina passa para a segunda bobina. Através dessa transmissão do fluxo magnético no tempo, uma força eletromotriz na segunda bobina é induzida. 3 A usina hidrelétrica de Itaipu, localizada em Foz do Iguaçu/ PR, gera energia elétrica e a transmite com uma tensão de 765 kV. Quando chega à cidade de São Paulo/SP, ela é diminuída nas subestações para uma tensão 110 V. Qual é a razão entre o número de espiras de entrada e de saída de um transformador para ser possível essa diminuição na tensão? Resposta esperada: 6954/1 Para descobrir a razão entre o número de espiras de entrada (Np) e de saída (Ns), aplicamos diretamente a relação Vp/Np = Vs/Ns. Arranjando os termos dessa equação, obtemos: Vp/Vs = Np/Ns Colocamos os devidos valores: Np/Ns = 765000/110 = 6954. Em geral, essa transformação de 765 kV para 110 V é realizada em etapas, diminuindo-se para tensões intermediárias até chegar na tensão de 110 V. 4 Uma força eletromotriz induzida em uma bobina secundária de um transformador tem valor de 110 V, este é ligado a um circuito que tem um chuveiro com 10 Ohms de resistência. Qual é a potência que um gerador de energia elétrica de 100 kV, ligado à primeira bobina do transformador, deve fornecer quando o chuveiro estiver ligado? Resposta esperada: Em um transformador, a potência de entrada é a mesma de saída. Ou seja, a relação I1V1 (potência de entrada) = I2V2 (potência de saída) pode ser usada. Como temos a tensão de saída e a resistência ligada ao circuito secundário da bobina do transformador, podemos descobrir o valor da corrente elétrica circulando nesse circuito quando o chuveiro está ligado. Aplicamos para tanto V2 = RI2. 4 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Rearranjamos os termos e temos: I2 = V2/R = 110/10 = 11 A. Como a potência de entrada é a potência fornecida pelo gerador de energia elétrica e é igual à potência de saída, podemos calcular essa última e, assim, obter a potência de entrada. P(gerador) = I2V2 = 11.110 = 1210 W. 5 A distância do Oiapoque/AP ao Chuí/RS (as duas cidades do extremo latitudinal do Brasil), em linha reta, é de 4.180 km. Se fosse necessário projetar uma linha de transmissão elétrica que interligasse essas duas cidades, qual seria a alta tensão que um transformador deveria proporcionar à linha de transmissão para que somente 10% da energia pudesse ser dissipada na forma de calor? Considere que a geração de energia ocorre a uma potência média de 96 MW, e que as linhas de transmissão tenham uma resistividade de 0,25 Ohms/km. Resposta esperada: A potência dissipada na forma de calor pode ser calculada como sendo 10% da potência média gerada pela fonte de energia. Ou seja, é de Pdissipada = 9,6 MW. A tensão na linha de transmissão pode ser calculada como sendo a potência média de produção dividido pela corrente elétrica na linha: Pgerada/I = V. Precisamos determinar a corrente elétrica. Para tanto, podemos usar a expressão da potência média dissipada por efeitos resistivos, a partir da seguinte equação: Pdissipada = I2R. A resistência, ao longo dos 4180 km é de: R = (0,25 ohms/km).(4180 km) = 1045 ohms. Agora podemos achar o valor da corrente elétrica: I = (Pdissipada/R)1/2 = (9,6x106/1045)1/2 = 95,8 A Por fim encontramos o valor da tensão V das linhas de transmissão: V = Pgerada/I = 96x106/95,8 = 1 MV. Ou seja, um transformador deverá ser capaz de aumentar a tensão de geração para 1 MV nas linhas de transmissão de maneira a diminuir as perdas energéticas geradas pela dissipação resistiva. Se a tensão for 5 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES diminuída, a corrente aumenta (Pgeração é sempre constante, logo se V diminui, I aumenta) e consequentemente a dissipação por efeito Joule também aumenta. 6 Os transformadores de instrumentos têm como finalidade: a) ( ) Mostrar, em um visor, correntes e tensões existentes na linha de transmissão. b) ( ) Transformar correntes e tensões para valores ainda mais elevados, a fim de gerar mais energia. c) (X) Reduzir valores de corrente e tensão para valores adequados, para serem captados por instrumentos de medição. d) ( ) Igualar diferenças de potencial entre equipamentos. e) ( ) Anular possíveis descargas elétricas em equipamentos de medição. Justificativa: Os valores de corrente e tensão nas linhas de transmissão não podem ser medidos diretamente em função de serem muito elevados, o que inviabiliza economicamente. Os transformadores de instrumentos têm a finalidade de reduzir esses valores para padrões adequados aos instrumentos de medição, que permitem o controle e a leitura de corrente e tensão por meio de uma relação de proporcionalidade. 7 Por que motivo os TCs do tipo enrolado devem ser limitados à aplicações de até 15 kV? Resposta esperada: Os TCs tipo enrolado possuem baixa isolação, por isso, não devem ser utilizados em aplicações superiores a 15KV. Para cada faixa de tensão, existe um tipo adequado de TC. 6 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES TÓPICO 2 1 Assinale a alternativa CORRETA quanto aos transformadores e seu princípio de conversão. a) ( ) O entreferro do transformador deve ser sempre com dimen- sões proporcionais à potência nominal do equipamento. b) (X) A Lei de Faraday declara que a força eletromotriz induzida no circuito é numericamente igual à variação do fluxo que o atravessa. c) ( ) Segundo a Lei de Faraday, para se obter a tensão induzida, é necessário que o enrolamento seja estático. d) ( ) Segundo a Lei de Faraday, um campo magnético oriundo de um imã natural fixo, ao permear o enrolamento do transformador. irá induzir uma tensão. e) ( ) Segundo a Lei de Faraday, um campo variante magnético, ao permear um enrolamento que gira na mesma velocidade do campo magnético, irá produzir uma tensão induzida. Justificativa: De maneira geral, transformadores não possuem entreferro em seu núcleo. Também não é necessário existir movimento relativo entre o campo magnético e o enrolamento. O campo magnético oriundo de um imã natural não varia no tempo. Se não existir movimento relativo, não será induzida tensão. Já um campo variante magnético, ao permear um enrolamento quegira na mesma velocidade do campo magnético, não irá produzir uma tensão induzida, pois não existe movimento relativo entre os dois. A Lei de Faraday declara que a força eletromotriz induzida no circuito é numericamente igual à variação do fluxo que o atravessa. 2 Assinale a alternativa CORRETA quanto às leis que regem o funcionamento dos transformadores. a) (X) A Lei de Faraday diz que a tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo magnético variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação do fluxo que a criou. 7 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES b) ( ) A Lei de Lenz diz que a tensão induzida no circuito é numeri- camente igual à variação do fluxo que o atravessa. c) ( ) A Lei de Ampère permite calcular o campo elétrico a partir de uma distribuição de densidade de corrente elétrica (J) ou de uma corrente elétrica (I), ambas estacionárias (independentes do tempo). d) ( ) A Lei de Lenz diz que a tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo magnético variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação de fluxo que a criou. e) ( ) O ponto onde o produto energético é máximo é extremamente importante porque dimensiona a permeabilidade do material necessário para produzir esta densidade de fluxo em um entreferro. Justificativa: A Lei de Faraday diz que a tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo magnético variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação do fluxo que a criou. A Lei de Lenz é tipicamente incorporada na lei de Faraday, sendo expressa com um sinal de menos e indica a oposição à variação do fluxo magnético que induz a corrente. A Lei de Ampère permite calcular o campo magnético a partir de uma distribuição de densidade de corrente elétrica (J) ou de uma corrente elétrica (I), ambas estacionárias (independentes do tempo). Caso ambos estejam girando, devem estar em velocidades diferentes ou não existirá tensão induzida. 3 Para o estudo dos transformadores ideais, algumas simplificações são consideradas. Quanto a isso, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A FEM induzida no primário é diferente da tensão aplicada nele. b) ( ) A permeabilidade do núcleo torna a passagem do fluxo mais difícil após sua saturação. c) (X) As resistências dos enrolamentos são desprezíveis. 8 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES d) ( ) A corrente produzida no secundário tem um sentido no qual a FMM produzida será somada com a FMM do primário. e) ( ) As perdas no núcleo são as perdas por histerese e correntes de fuga. Justificativa: A FEM induzida no primário é a mesma tensão aplicada nele. As resistências dos enrolamentos são desprezíveis, assim como as perdas no núcleo. A permeabilidade do núcleo é infinita. A corrente produzida no secundário tem um sentido no qual a FMM produzida será diminuída com a FMM do primário. 4 Assinale a alternativa CORRETA quanto à operação dos transformadores em regime permanente: a) ( ) O regime permanente é aquele que antecede o regime estacionário. b) (X) A análise do regime permanente determina um modo de operação em que todos os equipamentos trabalhem dentro dos mesmos limites de tensão, frequência, entre outras características. c) ( ) Para a análise de transformadores em regime permanente, deve ser considerado o fato de que o equipamento está ligado a uma fonte de tensão contínua. d) ( ) Para a análise de transformadores em regime permanente, deve ser considerado o fato de que o equipamento está ligado a uma carga não linear. e) ( ) Operações a vazio ou em curto-circuito são utilizadas para a manutenção dos equipamentos. Justificativa: O regime transitório é aquele que antecede o regime estacionário. A análise do regime permanente determina um modo de operação em que todos os equipamentos trabalhem dentro dos mesmos limites de tensão, frequência, entre outras características. 9 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Para a análise de transformadores em regime permanente, deve ser considerado o fato de que o equipamento está ligado a uma fonte de tensão senoidal e a uma carga linear. Operações a vazio ou em curto-circuito são utilizadas para determinar experimentalmente as impedâncias do transformador. 5 Assinale a alternativa CORRETA quanto às aplicações dos transformadores. a) ( ) Os transformadores de potência são utilizados para converter potência mecânica em potência elétrica. b) ( ) Os transformadores permitem a transmissão de grandes distâncias, utilizando baixos níveis de tensão. c) (X) As perdas térmicas de um equipamento são diretamente pro- porcionais ao quadrado do módulo da corrente que o percorre. d) ( ) Os transformadores de sinais têm uma estrutura única, e seu princípio de funcionamento é diferente do princípio de funcionamento dos transformadores de potência e) ( ) Como os níveis de trabalho do transformador de sinais é muito alto, os ruídos, apesar de importantes, são insignificantes. Justificativa: Os transformadores de potência são utilizados para converter potência elétrica em potência elétrica. Eles permitem a transmissão de grandes distâncias, utilizando altos níveis de tensão. As perdas térmicas de um equipamento são diretamente proporcionais ao quadrado do módulo da corrente que o percorre. Os transformadores de sinais têm a mesma estrutura e princípio de funcionamento dos transformadores de potência. Como os níveis de trabalho do transformador de sinais são muito baixos, os ruídos se tornam importantes para a operação do equipamento. 10 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES TÓPICO 3 1 Você pretende realizará um projeto de pesquisa de um transformador de potência para distribuição de energia e precisa apresentar os conceitos e os termos adequados ou padronizados nos históricos da pesquisa, caso contrário, o seu superior recusará o seu trabalho. Para garantir a correta utilização dos termos referidos aos conceitos de transformador, que norma da ABNT você deverá utilizar como referência? a) ( ) NBR 5356-2. b) ( ) IEEE C57.12.00. c) ( ) NBR 5356-11. d) (X) NBR 5458. e) ( ) IEC 60076. Justificativa: Verificando cada item, é possível distinguir que a opção correta é a NBR 5458 do ano 2010, pois, nela, são tratadas as terminologias dos transformadores de potência. As opções de IEEE C57.12.00 e IEC 60076 não correspondem às normas ABNT NBR. Já a NBR 5356-2 trata sobre o aquecimento do transformador de potência e a NBR 5356-2 trata sobre as especificações dos transformadores de potência em seco. 2 Você é contratado para instalar e para fazer a manutenção de uma usina eólica para a geração de energia elétrica, e, dentre os seus trabalhos, deve verificar os transformadores de cada gerador eólico. Para essa operação em particular, que norma é necessária e específica para a sua consulta durante o seu trabalho profissional? a) ( ) NBR 5356-1. b) ( ) NBR 7036. c) (X) NBR 5356-16. d) ( ) NBR 5356-11. e) ( ) IEC 60076. 11 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Justificativa: Por se tratar de um trabalho em uma usina eólica, deve ser a NBR 5356-16 do ano 2018, a qual trata pontualmente os transformadores de potência para aplicação em geradores eólicos. No entanto, as ou- tras normas são importantes, mas não específicas para o seu atual trabalho. Assim, a NBR 5351-1 do ano 2007 trata sobre as generali- dades de transformadores de potência; a NBR 7036 do ano 1990 trata sobre o recebimento, a instalação e a manutenção de transformadores de potência para distribuição, imersos em líquidos isolantes. A NBR 5351-11 do ano 2016 aborda as especificações dos transformadores de potência do tipo seco. Finalmente, a IEC 60076 é uma norma interna- cional que, embora possa ser consultada, aborda diversos assuntos sobre transformadores de potência, não sendo uma norma específica para a sua atividade. 3 A ABNT NBR 5356 trata dos ensaios de rotina necessários que devem ser realizados em transformadoresde potência. Dentre os itens de ensaios de rotina recomendados pela norma, qual deles não está listado nos itens da NBR 5356? a) ( ) Ensaio de medição da resistência dos enrolamentos. b) (X) Medição do fluxo magnético do entreferro. c) ( ) Ensaios de rotina para verificar o funcionamento dos acessórios do transformador de potência. d) ( ) Medição das perdas em vazio e medição da corrente de excitação. e) ( ) Ensaios sobre o óleo isolante em transformadores de potência. 4 A NBR 5356 aborda, de maneira geral, os ensaios de rotina que devem ser realizados em transformadores de potência, sendo eles: medição de resistência dos enrolamentos; medição de relação de transformação, de polaridade, de verificação do deslocamento angular e de sequência de fases; medição da impedância de curto- circuito e das perdas em carga; medição das perdas em vazio e corrente de excitação; ensaios dielétricos de rotina; ensaios de comutador de derivações em carga, quando aplicáveis; medição da resistência de isolamento; estanqueidade e resistência à pressão; verificação do funcionamento dos acessórios; ensaio de 12 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES FONTE: Os autores Os valores conhecidos são os seguintes: i1 = 1A; i2 = 80A; v1 = 22V; Pcc = 15W. Qual é o valor do módulo da impedância do transformador do lado de alta tensão e qual é o valor do fator de potência nessas condições? Resposta esperada: Os valores de corrente, tensão e potência do transformador podem ser lidos em forma direta mediante instrumentação. No entanto, é ne- cessário calcular o valor da impedância e o fator de potência. Assim, para calcular o modulo da impedância, é preciso realizar o seguinte cálculo: óleo isolante para transformadores de tensão nominal ≥ 72,5kV, ou potência ≥ 5MVA; e verificação da espessura e da aderência da pintura da parte externa. Veja que, em nenhum dos ensaios, é abordada a medição da intensidade do fluxo magnético do entreferro do transformador. 13 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES O cálculo do fator de potência é obtido mediante a relação entre a resistência e a impedância do transformador, tal como apresentado na equação anterior. Assim: Z1 = 22 Ω e FP = 0,68. 5 Você monta uma bancada para realizar o ensaio de impulsos de descargas atmosféricas em plena onda, em um transformador trifásico de 150 kVA de potência, e com uma classe de tensão de isolamento nominal de 46.000 V. Durante os testes, os tempos desejados na curva impulsiva são de T1 = 1,1µs e T2 = 45µs. Qual é o valor de pico da cresta recomendado para esse ensaio? Resposta esperada: Como o valor da tensão de crista é tabelada, o correto é verificar, na tabela, qual é o valor da crista a ser utilizado em ensaios impulsivos com plena onda, associando o valor da classe de tensão de isolamento nominal do transformador, tal como apresentado a seguir: Fonte: Adaptado de Oliveira, 2018, tabela 9.1, p. 104. Assim: Vcrista = 250kV. 14 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 As perdas de um transformador real podem ser modeladas e representadas por um circuito elétrico equivalente, conforme a figura a seguir: FONTE: <https://bit.ly/3HcRPdu>. Acesso em: 24 abr. 2021. Com base no circuito equivalente de um transformador real, analise as afirmativas I, II e III: I- R1 e jX1 representam as perdas, pela resistência elétrica, do enrolamento primário. II- R2’ e jX2’ representam as perdas, pela resistência elétrica, do enrolamento secundário. III- Rm representa perdas que ocorrem no núcleo do transformador, como as que são decorrentes de correntes de Foucault. Está CORRETO o que se afirma em: a) ( ) II, apenas. b) (X) III, apenas. c) ( ) I e III, apenas. d) ( ) I e II, apenas. e) ( ) I, II e III. 15 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Análise das afirmativas: I- (Falso) Somente R1 representa as perdas, pela resistência elétrica, do enrolamento primário. II- (Falso) Somente R2’ representa as perdas, pela resistência elétrica, do enrolamento secundário. III- (Verdadeiro) Rm representa perdas que ocorrem no núcleo do transformador, como as que são decorrentes de correntes de Foucault. 2 Com base nas perdas existentes em um transformador, analise as afirmativas I, II e III: I- Apesar da alta permeabilidade do material do núcleo de um trans- formador, parte do fluxo magnético circula ao redor dos enrolamen- tos, o que ocasiona as perdas denominadas perdas por dispersão. II- As perdas por histerese magnética são provocadas pela saturação do núcleo, ou seja, chega-se a um ponto em que o núcleo não consegue mais conduzir linhas de fluxo magnético. III- As perdas por Foucault ocorrem pelo fato de o material do núcleo ser bom condutor de corrente elétrica. Desse modo, o campo magnético, que atravessa o núcleo, induz correntes parasitas que ocasionam perdas devido ao seu aquecimento. Está CORRETO o que se afirma em: a) ( ) II, apenas. b) ( ) III, apenas. c) ( ) I e II, apenas d) (X) I e III, apenas e) ( ) I, II e III. Análise das afirmativas: I- (Verdadeiro) Apesar da alta permeabilidade do material do núcleo de um transformador, parte do fluxo magnético circula ao redor dos enrolamentos, o que ocasiona as perdas denominadas perdas por dispersão. 16 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES II- (Falso) As perdas por histerese magnética são representadas pela energia necessária para a orientação dos domínios magnéticos durante o processo de magnetização do núcleo ferromagnético. III- (Verdadeiro) As perdas por Foucault ocorrem pelo fato de o material do núcleo ser bom condutor de corrente elétrica. Desse modo, o campo magnético, que atravessa o núcleo, induz correntes parasitas que ocasionam perdas devido ao seu aquecimento. 3 A figura a seguir mostra o circuito equivalente de um transforma- dor monofásico, indicando numericamente os componentes e os valores eficazes das correntes. FONTE: <https://bit.ly/31J1tnQ>. Acesso em: 24 abr. 2021. Calcule o valor das perdas do núcleo do transformador, em W. R.: P = R*I2, e, para calcular as perdas no núcleo do transformador em W, só podem ser as perdas ocasionadas no elemento resistivo que modela o núcleo, nesse caso, o resistor de 80k. Assim, como a corrente que passa por ele é de 0,230A, a potência dissipada no núcleo será: P = (80k) * 0,2302= 4.232W. 4 Um transformador de 110kVA e 1.100/220V alimenta uma carga nominal com fator de potência unitário em 220V. As reatâncias de dispersão dos lados de alta e baixa tensões valem, respectivamente, 0,3Ω e 0,012Ω. Desprezando-se a corrente de magnetização e as perdas ôhmicas, o módulo da tensão, em volts, nos terminais do lado de alta tensão, vale, aproximadamente: R.: Primeiramente, determina-se a relação de transformação “𝑎”: 17 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Refere-se à reatância do lado de baixa tensão para o lado de alta tensão: Em seguida, refere-se ao primário: Logo: Por fim, refere-se à tensão do secundário para o primário: 18 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Assim, a tensão, no primário, será a tensão no secundário referida + as quedas de tensão das reatâncias existentes. Somando-se as reatâncias do primário com a reatância do secundário referido: A queda de tensão na reatância equivalente é de: Assim, a tensão, no primário, será de: 5 Os ensaios em vazio e de curto-circuito são realizados nos transformadores, com o objetivo de levantar os parâmetros, permitindo que seja montado o circuito equivalente. Considere um transformador monofásico de 10kVA, 1.000V/100V, que foi submetido aos dois ensaios, cujos resultados são apresentados a seguir: Ensaio em vazio: Vo = 100V, Io = 2A, Po = 10W 19 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Ensaio em curto: Vcc = 20V, Icc = 100A, Pcc = 1.000W Diante do exposto, a reatância de magnetização do transformador, referida do lado de alta tensão, em ohms, é igual a, aproximadamente: R.: Ensaio a vazio: 20 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORESContudo, precisa referir para o lado de maior tensão (lado primário): R.: 5000. TÓPICO 2 1 O ângulo da corrente em um transformador real, quando aplicado a uma carga, sempre está atrasado em relação à tensão, devido ao fator de potência estar sempre atrasado. Em relação às correntes do transformador real, além desse atraso, assinale a alternativa CORRETA: a) (X) A corrente de excitação do transformador é extremamente pequena se comparada à corrente de carga quando o transformador está a plena carga. b) ( ) A corrente de excitação do transformador é exatamente a mesma se comparada à corrente de carga quando o transformador está a plena carga. c) ( ) A corrente de excitação do transformador é exatamente a metade se comparada à corrente de carga quando o transformador está a plena carga. d) ( ) A corrente de excitação do transformador é extremamente grande se comparada à corrente de carga quando o transformador está a plena carga. e) ( ) A corrente de excitação do transformador é exatamente o dobro se comparada à corrente de carga quando o transformador está a plena carga. 21 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES R.: Se forem consideradas as correntes de carga dos transformadores, a corrente de excitação do transformador é extremamente pequena, por volta de, no máximo, 2 a 3% da corrente de carga quando o transformador está a plena carga. Por esse motivo, pode-se utilizar um circuito equivalente, que funcione praticamente igual ao circuito do modelo original do transformador. 2 Os modelos dos transformadores são usados para representar, em forma de circuitos, o funcionamento do transformador. Com base na principal característica de um modelo fiel de um transformador, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O surgimento de mais uma corrente no circuito que está em análise, devido ao ramo de excitação do modelo. b) ( ) O surgimento de mais uma tensão no circuito que está em análise, devido ao ramo de excitação do modelo. c) ( ) O surgimento de mais um campo magnético no circuito que está em análise, devido ao ramo de excitação do modelo. d) ( ) O surgimento de mais uma malha no circuito que está em análise, devido ao ramo de depleção do modelo. e) (X) O surgimento de mais um nó no circuito que está em análise, devido ao ramo de excitação do modelo. R.: Os modelos dos transformadores podem ser, muitas vezes, mais complexos do que o necessário, para serem alcançados resultados suficientemente bons para quase todas as aplicações práticas. A principal característica do circuito fiel é o surgimento de mais um nó no circuito que está em análise, devido ao ramo de excitação do modelo, o que faz com que a solução do circuito se torne bem mais complexa que o preciso na maioria das vezes. Assim, o surgimento de mais uma corrente, uma tensão, um campo magnético ou de uma malha no circuito são características secundárias, resultantes da característica principal, que é o surgimento de um nó. 3 Ao comparar transformadores, devem ser observadas as diferenças entre eles, as quais sempre existem em maior ou menor complexidade, dependendo do desempenho do transformador em análise. Ao comparar um modelo de transformador ideal com um de transformador real, assinale a alternativa CORRETA: 22 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES a) ( ) No modelo real, o núcleo desacopla as bobinas com permeabi- lidade magnética zerada. No modelo de transformador ideal, uma permeabilidade magnética no seu núcleo é apresentada de forma finita. b) (X) No modelo ideal, a permeabilidade magnética do núcleo que faz o acoplamento das bobinas é infinita. No modelo de transformador real, a permeabilidade magnética no seu núcleo é finita. c) ( ) No modelo de transformador real, o núcleo permanente converge com as bobinas e suas permeabilidades magnéticas. Já no modelo de transformador ideal, o núcleo permanente diverge com elas. d) ( ) No modelo de transformador real, a permeabilidade magnética do núcleo que faz o acoplamento das bobinas é constante. No modelo de transformador ideal, a permeabilidade magnética no seu núcleo é infinita. e) ( ) No modelo real, a permeabilidade magnética do núcleo que faz o acoplamento das bobinas é infinita. No modelo de transfor- mador ideal, a permeabilidade magnética no seu núcleo é finita. R.: Se for considerado um modelo mais fiel a um transformador real, é preciso considerar não só as resistências existentes nos enrola- mentos (primário e secundário), mas também a permeabilidade existente no núcleo e a presença de dispersão dos fluxos. Levando em conta os modelos de transformador ideal, o núcleo que faz o acoplamento das bobinas apresenta permeabilidade magnética in- finita e as bobinas do transformador e o núcleo não têm resistência elétrica, apresentando um acoplamento magnético sem perdas no núcleo. No modelo dos transformadores reais, a permeabilidade magnética no seu núcleo é finita. 4 Considere que, em um ensaio a vazio de um transformador, foram obtidos os seguintes valores: VV2 = 100V, IVZ = 2 A e PVZ = 150W. Qual o fator de potência desse transformador? R.: Com o fator de potência (FP) a vazio, pode-se obter o ângulo da admitância, no qual o FP e o ângulo do FP podem ser calculados utilizando a equação: 23 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Ao substituir os valores do transformador em questão, obtém-se: Assim, esse transformador tem como fator de potência FP = 0,75 atrasado 5 É possível calcular o valor da reatância de magnetização para um transformador. Ao considerar um transformador que tenha um modelo equivalente ao circuito a seguir, calcule o valor da reatância de magnetização se a indutância de magnetização for de 1H em um período de 16 ms. O resultado encontrado será: FONTE: <https://bit.ly/30f85tJ> Acesso em: 28 mar. 2021 R.: Para 16 ms, tem-se f = 60 Hz. Usando a equação: Xm = 2xπxfxLm , tem-se, então: Xm=2πx60x1 Xm=376,8Ω 24 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES TÓPICO 3 1 Para ligar dois transformadores em paralelo, algumas condições devem ser estabelecidas, como a necessidade de relações de transformações muito próximas. Considere dois transformadores monofásicos com as seguintes especificações: As resistências e as reatâncias são referidas ao lado de baixa tensão do transformador. Calcule os valores da contribuição de Sα e Sβ de cada um dos transformadores quando suprindo carga S de 1.200KVA e fator de potência indutivo de 0,8. R.: Para encontrar os valores da potência, Sα e Sβ, primeiramente é preciso encontrar os valores de impedância e e a total . Assim: FONTE: <https://bit.ly/3nVOFSs> Acesso em: 28 mar. 2021. 25 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES 2 Uma das operações mais importantes que utiliza os transforma- dores é a ligação de vários deles em paralelo com a finalidade de aumentar a potência e/ou obter confiabilidade maior de um sis- tema elétrico. Nesse contexto, dois transformadores devem ser 26 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES ligados em paralelo, só que um deles tem sequência de fase po- sitiva, e o outro, sequência de fase negativa. Os transformadores têm amplitude de tensão igual a 40V. Suponha que você conecte um voltímetro entre as fases A e B dos dois transformadores. Calcule corretamente o valor medido nos voltímetros: R.: O primeiro transformador segue uma sequência de fase positiva. Assim, tem-se: 𝑉1𝑎 = 40∟0°, 𝑉1𝑏 = 40∟− 120° e 𝑉1𝑐 = 40∟+ 120° O segundo transformador segue uma sequência de fase negativa. Assim, tem-se: 𝑉2𝑎 = 40∟0°, 𝑉2𝑏 = 40∟+ 120° e 𝑉2𝑐 = 40∟− 120° Agora, calcula-se a tensão em cada voltímetro fazendo a diferença de fases: 𝑉1𝑎 − 𝑉2𝑎 = 40∟0 − 40∟0 = 0V 𝑉1𝑏𝑏 − 𝑉2𝑏 = (40∟−120) − (40∟+120) |𝑉1𝑏|𝑐os(𝜃) = 40 ∙ 𝑐os(−120°) = −20𝑉 𝑉1𝑏|𝑠en(𝜃) = 40 ∙ 𝑠en(−120°) = −34,64𝑉 𝑉1𝑏 = −20 − 34,64𝑗 |𝑉2𝑏|𝑐os(𝜃) = 40∙𝑐os(+120°) = −20𝑉 |𝑉2𝑏|𝑠en(𝜃) = 40∙𝑠en(+120°) = 34,64𝑉 𝑉2𝑏 = −20 + 34,64𝑗𝑉1𝑏 − 𝑉2𝑏 = (−20 − 34,64𝑗) − (−20 + 34,64𝑗) 𝑉1𝑏 − 𝑉2𝑏 = (−20 + 20) + (−34,64𝑗 − 34,64𝑗) 𝑉1𝑏 − 𝑉2𝑏 = −𝑗69,28𝑉 𝑉1𝑏 − 𝑉2𝑏 = 69,28∟−90° Portanto, o valor medido nos voltímetros é de: 𝑉1𝑎 − 𝑉2𝑎 = 0 𝑉1𝑏 − 𝑉2𝑏 = 69,28∟−90° 27 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES 3 A ligação em paralelo dos transformadores tem algumas vantagens, como maior fiabilidade do sistema, possibilidade de manutenção sem cortes de alimentação, expansão do sistema e operação sob condições mais favoráveis de carga. A tabela apresenta os valores nominais e os dados de curto-circuito de cinco transformadores monofásicos. FONTE: <https://bit.ly/3bRYkDX> Acesso em: 28 mar. 2021. Qual o melhor par de transformadores para funcionar em paralelo? R.: Para se colocar dois transformadores em paralelo, deve-se analisar a tensão em curto-circuito. Sabe-se que as tensões dos dois transformadores devem ser iguais ou muito próximas; portanto, a razão entre essas tensões deve ser o mais próximo de 1. Assim: VA/VB = 120/125 = 0,60 VA/VC = 120/123 = 0,97 VA/VD = 120/142 = 0,83 VA/VE = 120/132 = 0,90 VC/VB = 123/125 = 0,98 VB/VD = 125/143 = 0,87 VB/VE = 125/132 = 0,94 VC/VD = 123/143 = 0,86 VC/VE = 123/132 = 0,93 VE/VD = 132/143 = 0,92 Analisando as relações, a mais próxima de 1 é a relação C-B; portanto, o par de transformadores que funcionaria melhor em paralelo é o dos transformadores B e C. 28 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES 4 Algumas vantagens de se colocar transformadores em paralelo são: custo inicial menor, operação próximo do máximo rendimento, facilidade de manutenção e maior confiabilidade no abastecimento de energia. Para o paralelismo acontecer, algumas condições são necessárias. Considerando o contexto, analise as seguintes afirmativas: I- A relação de transformação dos dois transformadores deve ser igual ou muito próxima. II- Há necessidade de igualdade de desfasamento dos diagramas ve- toriais. III- Transformadores trifásicos não podem operar em paralelo. Assinale a alternativa CORRETA e justifique: a) ( ) II e III, apenas. b) ( ) I e III, apenas. c) ( ) I, II e III. d) (X) I e II, apenas. e) ( ) Somente I. Justificativa: A relação de transformação dos transformadores deve ser igual ou muito próxima, mas isso não é o suficiente. As tensões também de- vem ser as mesmas. Quando há dois transformadores em paralelo, uma das condições é que os terminais se encontrem todos no mesmo potencial. Dois ou mais transformadores podem ser ligados em para- lelo quando seus deslocamentos de fase forem iguais. Caso isso não aconteça, surgirá a corrente de circulação que é indesejada. O proble- ma de defasagem com as tensões entre os terminais de ligações (estre- la, triângulo e zigue-zague) acontece em transformadores polifásicos, em particular no trifásico. Os transformadores trifásicos podem ser ligados em paralelo desde que algumas normas sejam respeitadas. 5 A igualdade das fases nos transformadores trifásicos está relacionada com a maneira como se ligam os seus enrolamentos. Essa ligação pode ser estrela, triângulo ou ziguezague; portanto, depende do desvio angular dos transformadores. 29 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Dois transformadores, T1 e T2, serão ligados em paralelo na alimentação de uma fábrica. Com relação ao modo como devem ser conectadas as bobinas para que seja possível o paralelismo entre T1 e T2, assinale a alternativa CORRETA e justifique a seguir. a) (X) Estrela – triângulo e triângulo – estrela. b) ( ) Triângulo – ziguezague e triângulo – estrela. c) ( ) Estrela – estrela e estrela – zigue-zague. d) ( ) Triângulo – triângulo e triângulo – estrela. e) ( ) Estrela – estrela e triângulo – estrela. Justificativa: Para que seja possível o paralelismo entre T1 e T2, as suas bobinas devem conectadas de acordo com o mesmo grupo, ou seja, só se pode ligar transformadores com o mesmo deslocamento angular, seja de 0° ou 30°. Assim, a única resposta possível é estrela – triângulo e triângulo – estrela. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Os motores síncronos são confeccionados para atender as necessidades de determinadas aplicações. Suas características construtivas de operação, com alto rendimento, fazem com que eles sejam utilizados em praticamente todos os segmentos industriais. No entanto, os motores síncronos de ímã permanente não podem ser acionados de maneira direta, necessitando de artifícios em sua partida. Com relação à necessidade desses métodos de acionamento, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O torque produzido na partida é constante. Assim, o acionamento faz com que o motor não consiga sair da inércia ou rotacionar o eixo. 30 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES b) (X) O torque produzido no rotor é pulsante, movimentando o eixo no sentido anti-horário e horário. Com isso, a média do conjugado induzido no rotor é zero. Como resultado, o motor vibra intensamente e sobreaquece, causando-lhe dano. c) ( ) A velocidade síncrona produzida pelo rotor não é igual à produzida pelo estator. Logo, o motor permanece em repouso até que a velocidade dos dois campos seja igual. d) ( ) A interação entre o campo do motor síncrono girante, produzido pelas correntes do estator, e o campo constante, produzido pela corrente do rotor, produz um conjugado na partida, rotacionando o eixo. e) ( ) Os motores síncronos, igualmente aos motores de indução, não possuem torque de partida, assim, necessitam de métodos de acionamento. R.: Na partida, os motores síncronos de ímã permanente produzem, em um ciclo da rede, torque nulo. Isso causa vibração e aquecimento, devido à movimentação do eixo nos dois sentidos, levando à danificação da máquina. Portanto, essa máquina tem torque constante apenas em regime permanente. Vale destacar que a velocidade síncrona é produzida pelo estator e não pelo rotor. A velocidade do rotor e do estator devem ser iguais em motores síncronos; para isso, um método de acionamento é utilizado na partida, levando a velocidade do rotor à velocidade próxima do campo girante do estator. A interação entre o campo do motor síncrono girante, produzido pelas correntes do estator, e o campo constante, produzido pela corrente do rotor, produz um torque zero. De outra forma, em um ciclo da rede, o torque induzido no eixo se movimenta no sentido anti-horário e horário. Com isso, a média do conjugado induzido no rotor é zero. Por fim, os motores de indução possuem torque de partida diferente dos motores síncronos, em que o torque é nulo. 2 Os motores trifásicos estão disponíveis nas configurações de 2, 4, 6, 8 e polos superiores. O número de polos nos enrolamentos define a velocidade ideal do motor. Um motor com um número maior de polos terá velocidade nominal mais lenta, mas torque nominal mais alto. Por isso, os motores de polo alto são, às vezes, chamados de motores de torque, podendo ser usados para 31 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES substituir um motor que usa uma caixa de engrenagens. Considere que, em uma serraria, há um motor de indução trifásico para corte de madeira com seis polos e com escorregamento em condições nominais de carga de 5%. Esse motor é alimentado pela frequência e tensão nominais da rede elétrica (60 Hz). Diante desse cenário, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Esse motor operando a vazio (sem nenhuma carga mecânica conectada em seu eixo) gira a uma velocidade síncrona de 3.600 rpm. b) ( ) Ao inserir uma carga mecânica no eixo desse motor com valor nominal, seu eixo gira com velocidade de 1.190 rpm. c) (X) A frequência das correntes que circulam nos enrolamentos do rotor, na condição de operação nominal, é, aproximadamente, igual a 3 Hz. d) ( ) Esse motor operando a plena carga gira a uma velocidade síncrona de 1.800 rpm e 6 Hz. e) ( ) A frequência das correntes que circulam nos enrolamentos do rotor, na condição de operação nominal, é,aproximadamente, igual a 1 Hz. R.: Esse motor operando a vazio (sem nenhuma carga mecânica conectada no seu eixo) gira a uma velocidade síncrona de 1.200 rpm, porém, devido ao escorregamento, operando com carga gira a uma velocidade de 1.140 rpm. Por outro lado, a frequência da corrente que circula nos enrolamentos do rotor, na condição de operação nominal, é calculada em função da diferença entre a velocidade síncrona e a velocidade do rotor, sendo igual a 3 Hz. O motor possui a seguinte velocidade síncrona: Substituindo os valores dados no enunciado: 32 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES A velocidade nominal do rotor é determinada como: A frequência da corrente que circula nos enrolamentos do rotor, na condição de operação nominal, é calculada em função da diferença entre a velocidade síncrona e a velocidade do rotor. Assim, possuindo o escorregamento, essa diferença de velocidade é determinada por: Logo, a frequência é determinada por: 3 Para alcançar o torque no eixo do motor é necessário aplicar uma corrente no estator. Isso cria um campo magnético rotativo que, por sua vez, induz uma corrente no rotor. Devido a essa corrente induzida, o rotor também cria um campo magnético e começa a seguir o estator devido à atração magnética. O rotor ficará mais lento que o campo do estator e isso é chamado de escorregamento. Se o rotor girasse na mesma velocidade que o estator, nenhuma corrente seria induzida, portanto, não haveria torque. A diferença de velocidade varia de 0,5 a 5%, dependendo do enrolamento do motor. Considerando um motor de indução trifásico, que apresenta velocidade nominal de 1.764 rpm a 60 Hz, determine o valor do número de polos e o escorregamento percentual da máquina, respectivamente. 33 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES R.: O número de polos de um motor é calculado em função da velocidade síncrona do motor e da frequência do motor, conforme a seguinte expressão: P = 120.f/ns Note que o valor obtido na placa para a velocidade é nominal e não a velocidade síncrona. A velocidade do campo girante ou síncrona para esse motor é de 1.800 rpm, juntamente com a frequência de 60Hz, obtém-se o número de polos: P = (120 . 60)/1800 = 4 O escorregamento é a diferença entre a velocidade síncrona e do rotor igual à nominal. Logo, o escorregamento é calculado por: s = (ns − nr)/ns = 100% . (1800 – 1764)/1800 = 2% 4 Em uma indústria do ramo siderúrgico, há um motor de indução trifásico de 380 V, 60 Hz e 10 HP, que está usando 15 A com FP 0,82 atrasado. As perdas no cobre do estator são 500 W e no cobre do rotor são 110 W. As perdas por atrito e ventilação são 70 W, as perdas no núcleo são 200 W e as perdas suplementares são desprezíveis. Diante desse cenário, determine, respectivamente, a potência de entreferro e a eficiência do motor. R.: A potência de entrada é dada por: Pentrada = √3. Vt. IL. cos∅ Pentrada = √3. 380.15.0,82 = 8095 W Assim, a potência no entreferro é: PEF = Pentrada − PPCE − Pnúcleo PEF = 8095 − 500 − 200 = 7395 W A potência convertida é dada por: Pconv = PEF − PPCR Pconv = 7395 − 110 = 7285 W 34 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES A potência de saída é dada por: Psaída = Pconv − PAeV − Psuplem. Psaída = 7285 − 70 = 7215 W Por fim, a eficiência do motor é: η = 100% (Psaída/Pentrada) η = 100% (7215/8095) = 89,1% 5 Um motor de indução trifásico de 7 HP, fator de potência de 0,85 e escorregamento de 2%, possui uma corrente induzida no rotor de 10 A e uma resistência no rotor de 0,3 Ohms. Determine, respectivamente, as perdas no cobre do rotor e a potência convertida. R.: A perda no cobre do rotor é calculada por: PPCR = 3. Ir².Rr PPCR = 3. 10². 0,3 PPCR = 90 W A potência convertida é calculada por: Pconv = 3. Ir². Rr (1 – s)/s Pconv = 3. 10². 0,3. (1 − 0,02)/0,02 Pconv = 4410 W TÓPICO 2 1 A máquina elétrica é completamente isolada eletricamente, baseada em um circuito magnético, o qual é alimentado pela rede. Sobre as simplificações e outras características relacionadas aos circuitos magnéticos das máquinas elétricas, selecione a alternativa CORRETA: 35 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES a) (X) O fluxo concatenado representa a resultante de todos os fluxos gerados por cada bobina de um enrolamento. b) ( ) A Lei de Faraday diz que um condutor exposto a um campo elétrico variante no tempo irá induzir uma corrente alternada nesse condutor. c) ( ) Uma forma de confinar o fluxo magnético é a utilização de materiais com a permeabilidade baixa. d) ( ) A relutância da maioria dos materiais que compõem núcleos é bem maior que o do entreferro. e) ( ) A utilização de materiais magnéticos é feita para se obter o maior fluxo magnético possível com a menor força eletromotriz possível. R.: O fluxo concatenado representa o resultado de todos os fluxos gerados por cada bobina presente em um enrolamento. O campo elétrico não é capaz de induzir tensão em um condutor que não seja o que ele está aplicado; conforme a Lei de Faraday, um condutor sujeito a um campo magnético variante no tempo irá levar a uma corrente alternada nesse condutor. A permeabilidade magnética é uma propriedade do material que indica o quanto ele facilita a passagem de fluxo magnético, sendo assim, uma forma de confinar o fluxo magnético é a utilização de materiais com a permeabilidade baixa. A relutância está para o circuito magnético como a resistência está para o circuito elétrico. Então, a relutância da maioria dos materiais que compõem núcleos é bem menor que o do entreferro. A força eletromotriz é utilizada em circuitos elétricos. Como o material com propriedades magnéticas já está organizado, a utilização de materiais magnéticos é feita para obter o maior fluxo magnético possível com a menor força magnetomotriz possível. 2 O estator é a parte fixa do motor, protegido pela carcaça, e o rotor a parte interna, a qual sofre movimento angular. Sobre as características construtivas do estator e rotor da máquina CA e sua classificação, marque a alternativa CORRETA: a) (X) A função do entreferro é possibilitar o funcionamento das partes móveis da máquina elétrica. 36 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES b) ( ) O núcleo da parte estática da máquina (rotor) é laminado para reduzir perdas. c) ( ) As ranhuras nos núcleos são utilizadas para acomodar as bobinas (grupo de enrolamentos). d) ( ) As máquinas CA são divididas em dois grandes grupos: as máquinas síncronas (indutivas) e as máquinas assíncronas. e) ( ) O funcionamento do motor síncrono é baseado na alimentação do enrolamento do rotor, gerando uma corrente alternada nesses condutores e, consequentemente, um campo magnético rotativo. R.: Possibilitar o funcionamento das partes móveis da máquina elétrica é a função do entreferro. O rotor é o componente do motor passível de movimento, então, o núcleo da parte estática da máquina (estator) é laminado para reduzir perdas. Os enrolamentos na verdade são grupos de bobinas, que, por sua vez, são grupos de espiras, por isso as ranhuras nos núcleos são utilizadas para acomodar as espiras. As máquinas indutivas não conseguem manter o sincronismo entre os campos e a velocidade do rotor, sendo assim chamadas de máquinas assíncronas. O motor síncrono é alimentado com CA no estator e CC no rotor, então, o funcionamento do motor síncrono é baseado na alimentação do enrolamento do estator, gerando uma corrente alternada nesses condutores e, consequentemente, um campo magnético rotativo que irá interagir com o campo magnético constante do rotor. 3 Os circuitos equivalentes das máquinas elétricas são de grande importância, desde a concepção do seu projeto até simulações de operação. Quando o equipamento está operando e não há dados sobre ele, são realizados ensaios para coletar informações. Sobre a definição dos principais parâmetros do circuito equivalente dos motores síncronos, marquea alternativa CORRETA: a) ( ) Dependendo do tipo de rotor utilizado (cilíndrico ou polos salientes), o ensaio de curto-circuito não poderá ser realizado. b) (X) Os ensaios a vazio (circuito aberto) e de curto-circuito são utilizados para encontrar estes parâmetros. c) ( ) O ensaio a vazio consiste na medição da tensão dos terminais de campo (V∅) a vazio em função da corrente de campo (IF) com rotação nominal. 37 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES d) ( ) Com o circuito de campo em aberto, a tensão do terminal (V∅) será igual à tensão gerada (EA). e) ( ) A linha de entreferro seria o caminho não linear percorrido pela corrente, caso o material não sofresse saturação. R.: Os ensaios a vazio (circuito aberto) e de curto-circuito são utilizados para encontrar os parâmetros do circuito equivalente dos motores síncronos. Independentemente do tipo de rotor utilizado (cilíndrico ou polos salientes), os ensaios serão os mesmos. No ensaio a vazio, não faz sentido medir a tensão de campo, por isso, também é conhecido como curva de saturação de circuito aberto, o qual consiste na medição da tensão dos terminais de armadura (V_Ø) a vazio em função da corrente de campo (I_F) com rotação nominal (síncrona). Com o circuito de armadura em aberto, a tensão do terminal (V_Ø) será igual à tensão gerada (E_A). Quando o material não está trabalhando sobre saturação magnética, a linha de entreferro seria o caminho linear percorrido da relação entre a tensão e a corrente nos casos em que o material não sofre saturação. 4 Em uma fábrica de colchões, foi elaborado um método para testar a densidade do colchão utilizando-se uma esteira rolante. Para a esteira rolante se movimentar, é necessário utilizar um motor de ímã permanente de 24V e 350W e com os seguintes parâmetros: resistência de armadura = 97mΩ; velocidade a vazio = 3580rpm; e corrente a vazio = 0,47A. Qual será a constante de conjugado Km desse motor? R.: Primeiramente, calcula-se a velocidade angular do motor: Agora, calcula-se a tensão na armadura: 38 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES Logo, a constante de conjugado será: 5 Um elevador de carga é utilizado em uma obra para transportar material para o topo de um edifício. Um engenheiro, com o auxílio de um tacômetro, mediu a velocidade do motor com o elevador sem carga e teve o valor de 995rpm. Em seguida, o engenheiro fez uma nova medição de velocidade, mas agora com o motor conectado ao sistema do elevador com carga máxima, e obteve o valor de 975rpm. Sabendo que esse motor é de 50Hz, qual é o valor de escorregamento do motor a plena carga? R.: Primeiramente, calcula-se a quantidade de polos do motor: Polos = 120*50/995 = 6,03 Sabe-se, então, que é um motor de seis polos, e agora pode-se calcular sua velocidade: Ns = 120*50/6 = 1000 rpm O valor do escorregamento pode ser obtido por meio de: S = 100*(1000 – 975)/1000 = 2,5 É importante atentar que o motor, mesmo funcionando a vazio, não vai apresentar a velocidade síncrona em seu eixo. Por isso, é necessá- rio fazer os cálculos conforme o número de polos do motor. 6 É comum encontrar, nos dias atuais, dispositivos que fazem controle de conjugado e torque em máquinas elétricas por meio de um método de controle definido como tensão/frequência. Indique a estratégia de controle e o motor adequado à metodologia de controle tensão/frequência. 39 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES a) ( ) Excitação paralela em motor bobinado b) ( ) Excitação independente em motor gaiola de esquilo. c) ( ) Excitação composta em motor CC. d) ( ) Excitação independente em motor CC. e) (X) Inversor de frequência com motor de indução. R.: Em motores de indução, são utilizados inversores de frequência para realizar o controle de velocidade. Eles fazem controle de tensão e frequência, de forma a manterem o torque das máquinas quando reduzem a velocidade delas. 7 Para acionar um braço mecânico, um engenheiro utiliza um motor de indução trifásico de 5,5kW – 380V – 50Hz – 11,5A – 1466r/min, que apresenta rendimento nominal de 87% e a característica mecânica que relaciona o torque com seu escorregamento pela seguinte equação: T= (518,573*s)/(14,814*s² +0,292s +0,315) Qual é o conjugado máximo dessa máquina? R.: Para descobrir o escorregamento para o conjugado máximo, basta resolver a seguinte equação: dT/ds = 0 Dessa forma, obtém-se: s = 0,1458 Por fim, encontra-se o conjugado substituindo-se o escorregamento encontrado na equação: T= (518,573*0,1458)/(14,814*(0,1458)² + 0,292*0,1458 + 0,315) =112,43 N.m. 40 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES 8 Em uma usina hidrelétrica, foi solicitado um motor para abrir as comportas para o vertedouro. Para isso, um engenheiro utiliza um motor de indução trifásico de 8,6kW – 460V – 60Hz – 15A – 3509r/ min, que apresenta rendimento nominal de 80% e a característica mecânica que relaciona o torque com seu escorregamento pela seguinte equação: T= (300,51*s)/(12,15*s² + 0,102s + 0,452) Qual é o conjugado de partida desse motor? R.: No momento de partida, o conjugado é máximo, ou seja, s = 1. Portanto: T= (300,51*1) / (12,15*1² + 0,102*1 + 0,452) = 23,65 N.m. TÓPICO 3 1 O setor industrial utiliza, em sua maioria, motores de indução trifásicos e isso se deve às vantagens desse tipo de motor em relação aos demais. Com relação às vantagens que tornam esse motor tão popular no ambiente industrial, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O motor de indução apresenta grande uso, devido a seu baixo custo de manutenção, apesar da instalação complexa. b) ( ) O motor de indução apresenta grande uso, devido a seu baixo custo de manutenção, fácil instalação e alto rendimento. c) (X) O motor de indução apresenta grande uso, devido a seu alto valor de revenda, apesar da baixa vida útil. d) ( ) O motor de indução apresenta grande uso, devido a suas altas potências de trabalho, apesar de o custo ser mais elevado. e) ( ) O motor de indução apresenta grande uso, devido ao fato de sua alimentação ser por CA ou CC. 41 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES R.: Os motores de indução trifásicos têm grande uso na área industrial, devido à simplicidade de construção e instalação, ao fato de ter maior vida útil e custo reduzido tanto de compra como de manutenção. Essas vantagens, aliadas a circuitos eletrônicos capazes de refinar o controle de velocidade, tornam esse motor o favorito no ambiente industrial. Os motores de indução são alimentados exclusivamente por CA. 2 Motores de CC apresentam características construtivas diferentes daquelas presentes em motores de CA. Um dos principais componentes é o comutador. Com base nesse componente, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Componente responsável pelo campo magnético girante, que permite a rotação do rotor. b) ( ) Componente responsável pela transmissão da potência mecânica, gerada pelo motor. c) ( ) Componente responsável pela remoção do calor acumulado na carcaça. d) ( ) Componente metálico que recebe os condutores de alimentação do motor. e) (X) Componente responsável por transformar as tensões de CA em tensões contínuas. R.: A comutação é o processo de converter as tensões e correntes CA do rotor de uma máquina CC em tensões e correntes CC em seus terminais. É de vital importância para o projeto e o funcionamento dos motores de CC, e o componente responsável pela comutação é conhecido como comutador. Já os componentes responsáveis pela transmissão da potência mecânica, pela remoção do calor acumu- lado na carcaça, bem como por efetuar as ligações para a alimenta- ção e gerar o campo magnético girante são, respectivamente, o eixo do motor, o ventilador, os terminais de alimentação e o estator. 3 Durante a partida de motores de indução, uma grande corrente é solicitada, o que, por vezes, pode ser problemático para a rede de alimentação. Paracontornar isso, é possível adotar estratégias como a partida por meio de chave estrela-triângulo. Sobre o funcionamento dessa estratégia, assinale a alternativa CORRETA: 42 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES a) ( ) A partida do motor é iniciada com uma ligação em triângulo e, após atingir uma velocidade próxima à de regime, é substituída pela ligação em estrela. b) ( ) A partida do motor se dá pela troca de configuração, e não pela escolha de determinada configuração inicial. Com isso, pode ser iniciada em estrela ou triângulo. c) (X) A partida do motor é iniciada com uma ligação em estrela e, após atingir uma velocidade próxima à de regime, é substituída pela ligação em triângulo. d) ( ) A partida do motor é iniciada rapidamente com uma ligação em estrela e, então, é substituída pela ligação em triângulo. Essa troca rápida de ligação faz com que a corrente diminua. e) ( ) A partida do motor deve trocar entre a ligação estrela e triângulo, de modo que, quando a corrente começa a atingir valores elevados, a ligação é trocada. R.: A partida do motor é feita na configuração estrela, o que causa uma diminuição na corrente e no torque de 1/3 dos valores nominais. Após um breve período, quando a velocidade está próxima à de regime, a configuração da ligação é alterada para triângulo, o que faz com que a corrente e o torque passem a trabalhar nos valores nominais. Dessa forma, é possível diminuir a corrente de partida, o que reduz os riscos à instalação elétrica. 4 Para aumentar a eficiência de máquinas elétricas na linha de pro- dução, é necessário o conhecimento dos cálculos das principais grandezas envolvendo os motores elétricos. Considerando um mo- tor trifásico de 6 polos que apresenta um torque de 40 Nm em regi- me de trabalho e que está sendo alimentado por uma rede de 380 V e 60 Hz, calcule a potência que será demandada por esse motor. R.: Para calcular a potência demandada pelo motor, é necessário obter a velocidade angular, dada por: ωs = (120 ∙ f) / n = (120 ∙ 60) / 6 = 1200 rpm Com isso, a potência pode ser obtida por meio da seguinte expressão: P = τ . ωs = 40 ∙ 1200 = 48 kW 43 PRÁTICAS DE TRANSFORMADORES 5 Quando se adiciona uma carga mecânica ao eixo de um motor de indução, passa a existir uma diferença entre a velocidade síncrona e a velocidade do rotor conhecida como escorregamento. Considerando um motor de indução de 4 polos, alimentado por uma rede de 60 Hz, sendo que a velocidade do rotor é de 1.700 rpm, calcule o escorregamento desse motor. R.: Para calcular o escorregamento, é necessário obter a velocidade síncrona desse motor, que é dada por: Com isso, é possível estimar o escorregamento do motor como:
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