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TCC - Fecundade do Gastropoda P. bridgesii

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS: QUÍMICA E BIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
KEROLEN DA SILVA COSTA 
 
 
 
 
 
Fecundidade do Gastrópode Pomacea bridgesii (Reeve, 1856) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITACOATIARA – AM 
2015 
2 
 
 
 
KEROLEN DA SILVA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fecundidade do Gastrópode Pomacea bridgesii (Reeve, 1856) 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à 
Universidade Federal do Amazonas / Instituto de 
Ciências Exatas e Tecnologia, como parte dos 
requisitos para obtenção do título de Licenciatura 
em Ciências: Química e Biologia. 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Bruno Sampaio Sant’Anna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITACOATIARA – AM 
2015 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais Pedro Araújo da Costa e 
Robervânia Lopes da Silva, pelo incentivo 
constante na minha jornada acadêmica e 
que culminaram na conclusão de mais 
essa etapa da minha formação 
profissional e pessoal. 
A minha Tia Kelly Cristina e irmãos 
Sterfânia, Emilly Vitória e Kendson e a 
minha sobrinha Emanuelly. Meu sincero 
amor a todos! 
Ao meu esposo João Paulo Ribeiro, pelo 
amor, carinho e compreensão nos 
momentos que precisei me ausentar. 
4 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, meu porto seguro, que me deu forças para prosseguir 
nesta caminhada. 
Ao Prof. Dr. Bruno Sampaio Sant’Anna por sua orientação e pelo seu exemplo de 
disciplina e competência, que fizeram para mim um exemplo de profissional. Agradeço pela 
paciência e incentivo que permearam os cinco anos em que tive oportunidade de ser aluna da 
graduação e pesquisadora nos Projetos de Iniciação Científica (PIBIC). 
Ao amigo Leandro Siqueira, pelo apoio em todas as coletas em que foi solicitado. 
Agradeço pela compreensão e parceria nos momentos em que necessitei de sua ajuda na 
montagem dos experimentos. 
Aos atuais colegas do Laboratório de Zoologia do ICET, e do Grupo de Pesquisa 
Biologia e Produção de Organismos Aquáticos Amazônicos: Aldeíza, Márcia, Osmar, 
Leandro, Amilcar, Elias, Melo, Ellan, Eudivâne e a Ozanei. 
Aos colegas de graduação, em especial às amigas Anne Caroline, Renata 
Encarnação, Nadiane Castro, Zenaide Barros, Valdenice, Fabiane, Dilmara e Keila com quem 
compartilhei ótimos momentos tanto nos estudos, como convivência fora da universidade. 
Aos Amigos Keice Lopes, Jessica Lana, Larissa Torres, Clóvis Ferreira pela “zuêra”. Sem ela 
não teria graça! 
À professora Dr. Fabiane Maia Garcia, pelo primeiro contado com o ensino superior, 
exemplo de perseverança, competência e compromisso, que a fazem para mim um exemplo de 
pessoa e profissional. 
Aos vigilantes do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, pela presteza e educação 
com que sempre fomos tratados ao recebermos e devolvermos as chaves do laboratório de 
Zoologia bem como sob a forma de outros favores concedidos. 
 
 
 
 
OBRIGADO! 
 
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“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” 
Paulo Freire
6 
 
Resumo 1 
O objetivo do presente estudo foi determinar a fecundidade do gastrópode 2 
Pomacea bridgesii, comparar a fecundidade média entre três populações, verificar o 3 
tempo de oviposição, além de determinar o tempo de desenvolvimento embrionário e 4 
analisar a relação do tamanho da fêmea em relação ao número de ovos e ao tempo de 5 
oviposição. Os gastrópodes foram coletados no município de Itacoatiara, AM, Brasil, 6 
nos bairros do Jauary I, Eduardo Braga II e Centenário. Para o tempo de oviposição, 7 
relação do tamanho das fêmeas e a fecundidade, foram capturados 100 gastrópodes no 8 
Bairro do Jauary I. Em laboratório os gastrópodes foram colocados em um tanque de 9 
310 L, com água, aeração e alimento. Durante as primeiras 48 horas os animais foram 10 
observados para verificação da formação de casais e posterior cópula e oviposição. O 11 
tempo de oviposição foi determinado e ao término da colocação dos ovos a fêmea foi 12 
retirada e medida com auxílio de paquímetro (0,05mm). A massa de ovos foi retirada do 13 
tanque e contada por método de contagem direta com auxílio de estereomicroscópio. O 14 
tempo de desenvolvimento embrionário foi determinado a partir de 96 gastrópodes, que 15 
foram colocados em um tanque igual ao descrito no experimento anterior. Diariamente, 16 
durante 25 dias, a parede do tanque foi observado quanto a presença de massas de ovos, 17 
para registro do tempo de desenvolvimento embrionário em dias. Para comparação da 18 
fecundidade máxima de P. bridgesii entre populações foram coletadas 25 massas de 19 
ovos em cada um dos três locais citados acima. As massas de ovos foram coletadas do 20 
substrato cuidadosamente com auxílio de espátula. Imediatamente as massas foram 21 
colocadas em frascos etiquetados e fixadas com álcool (70%) e contadas por contagem 22 
direta no laboratório. A fecundidade no experimento do tempo de oviposição e a relação 23 
do tamanho das fêmeas, foi de 255,81±163,03, com a menor massa de ovos contendo 73 24 
e a maior de 391 ovos. A fecundidade foi diferente entre as três populações investigadas 25 
(H= 36,2387; GL= 2; P=< 0,0001). No Jauary I na média as massas de ovos tiveram 26 
243,76±91,53 ovos, o Centenário 327,36±75,02 ovos e a população do Eduardo Baga II 27 
apresentou a maior fecundidade com 424,76±80,31 ovos. A oviposição ocorreu no 28 
período noturno e ao amanhecer, além dos gastrópodes colocarem seus ovos acima da 29 
coluna d’água. O tempo médio de oviposição de P. bridgesii foi de 224,65±94,22 30 
minutos. O tempo médio de desenvolvimento embrionário foi de 8,10±0,99 dias, 31 
variando entre 7 e 10 dias, e na média 10% dos ovos não eclodiram. O comprimento da 32 
concha apresentou média de 53,64±4,68 mm, variando de 47,75 a 67 mm. O 33 
comprimento da concha apresentou média de 53,64±4,68 mm, variando de 47,75 a 67 34 
mm. A relação entre o comprimento da concha e o tempo de oviposição não apresenta 35 
dependência (F=0,7860; GL=1; P<0,6121). A relação entre o comprimento das conchas 36 
dos gastrópodes e a fecundidade apresentou baixo coeficiente de determinação, onde 37 
ambas variáveis são independentes (F=0,2202; GL=1; P<0,6477). Pode-se concluir que, 38 
a fecundidade foi diferente nas três populações investigadas, onde o Eduardo Braga II 39 
apresentou maior fecundidade seguida do Centenário e do Jauary. A oviposição ocorreu 40 
em período noturno, com duração de 224±94,22 minutos e o desenvolvimento 41 
embrionário de 8 dias na média. A relação entre o comprimento da concha e o tempo de 42 
oviposição, além da relação entre o comprimento da concha e a fecundidade ambas 43 
variáveis são independentes. 44 
 45 
Palavras-chaves: Reprodução, Gastrópode, Pomacea Bridgesii, Populações. 46 
47 
7 
 
Abstract 48 
 49 
 50 
 51 
 52 
 53 
 54 
 55 
 56 
 57 
 58 
 59 
 60 
 61 
 62 
 63 
 64 
 65 
 66 
 67 
 68 
 69 
 70 
 71 
 72 
 73 
 74 
 75 
 76 
 77 
 78 
 79 
 80 
8 
 
 81 
 82 
 83 
 84 
LISTA DE FIGURAS 85 
 86 
 87 
 88 
 89 
Figura 1. Mapa da região em estudo Itacoatiara, Amazonas, Brasil .............................. 13 90 
Figura 2. Locais de Coleta. a) Eduardo Braga II; b) Centenário e c) Jauary I ............... 14 91 
Figura 3. Espécie Pomacea bridgesii ............................................................................. 15 92 
Figura 4. Desenvolvimento Embrionário. a) Pomacea bridgesii em oviposição; b) 93 
massa de ovos e c) eclosão dos ovos ............................................................................... 16 94 
Figura 5. Média e desvio padrão da fecundidade de P. bridgesii, fecundidade pela 95 
população coletadas nos bairros. Letras diferenteshouve diferença significativamente 96 
P<0.005. Kruskal-Wallis ................................................................................................. 17 97 
Figura 6. Relação entre o comprimento da concha (mm) do P. bridgesii pelo tempo de 98 
oviposição (min) .............................................................................................................. 18 99 
Figura 7. Relação entre o comprimento da concha (mm) do P. bridgesii pela 100 
Fecundidade ..................................................................................................................... 19 101 
 102 
 103 
 104 
 105 
 106 
 107 
 108 
 109 
 110 
 111 
 112 
 113 
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 115 
9 
 
 116 
 117 
 118 
 119 
SÚMARIO 120 
 121 
 122 
1. Introdução .................................................................................................................... 9 123 
2. Objetivos ..................................................................................................................... 11 124 
2.1. Objetivo Geral ....................................................................................................... 11 125 
2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................ 11 126 
3. Material e Métodos .................................................................................................... 11 127 
3.1. Coleta dos gastrópodes ......................................................................................... 12 128 
3.2. Tempo de oviposição, relação do tamanho das fêmeas e a fecundidade .............. 12 129 
3.3. Tempo de desenvolvimento Embrionário ............................................................. 13 130 
3.4. Comparação da fecundidade máxima entre as populações ................................... 14 131 
3.5. Análise de dados ................................................................................................... 15 132 
3. Resultados .................................................................................................................. 15 133 
4. Conclusão ................................................................................................................... 20 134 
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 21 135 
 136 
 137 
 138 
 139 
Conferir as páginas 140 
 141 
 142 
 143 
144 
10 
 
1. Introdução 145 
 146 
Os moluscos constituem um dos mais diversos grupos do Reino Animal, devido 147 
a variabilidade de formas e adaptações ambientais apresentadas por seus representantes, 148 
ocupando habitats marinhos, dulcícolas e terrestres (CARVALHO et al., 2005). É o 149 
segundo maior grupo de animais na natureza em número de espécies, superados apenas 150 
pelos representantes do Filo Arthropoda (SIMONE, 1999; OLIVEIRA & ALMEIDA, 151 
2000; RIBEIRO-COSTA & MARINONI, 2006). No Brasil já foram registradas cerca 152 
de 1.600 espécies marinhas (RIBEIRO-COSTA & MARINONI, 2006), e 1.074 formas 153 
continentais, terrestres e de água doce, incluindo espécies nativas e exóticas de 154 
moluscos (SIMONE, 2006). 155 
Simone (2006), em revisão dos moluscos terrestres e de água doce do Brasil, 156 
registrou 1074 espécies, das quais 373 são de água doce. Segundo Sturm (2006), para a 157 
região amazônica como um todo não existe estimativas precisas para o número de 158 
espécies de moluscos de água doce e terrestres. 159 
Os moluscos da família Ampullaridae atualmente estão divididos em nove 160 
gêneros, dos quais o gênero Pomacea é o mais conhecido (HAYES et al., 2008). O 161 
gênero Pomacea é composto por cerca de 70 espécies descritas com distribuição na 162 
América do Sul, das quais 20 já foram registradas na Amazônia (SIMONE, 2006). 163 
Dentre estas, se inclui Pomacea bridgesii (Reeve, 1856), que apresenta ampla 164 
distribuição geográfica (SIMONE, 2006), mas, os estudos sobre sua biologia e ecologia 165 
são escassos principalmente em áreas de sua ocorrência natural. 166 
Os Ampularídeos do gênero Pomacea, representam um poder altamente 167 
destruitivo e se espalharam como invasores aquáticos (BYERS et al., 2008; JOSHI & 168 
SEBASTIAN, 2006) ao redor do mundo. Com algumas espécies do tamanho de um 169 
punho ou maior (comprimento da concha e largura do opérculo com aproximadamente 170 
55 mm), competem com espécies nativas (CONNER et al., 2008), se alimentam de 171 
tecido vegetal vivo (BURLAKOVA et al., 2009; BAKER et al., 2010; KYLE et al, 172 
2011; MORRISON & HAY, 2011) e possuem alta fecundidade (BARNES et al, 2008). 173 
As invasões bem sucedidas de Pomacea spp. estimularam estudos em todo o 174 
mundo, a respeito de sua taxonomia complexa (ESTEBENET et al., 2006; RAWLINGS 175 
et al., 2007; HAYES et al., 2008), reprodução (BOCANEGRA et al., 1996; COELHO 176 
et al., 2012), aquicultura (ALVES et al., 2006; SOUZA-JUNIOR et al., 2013) e alguns 177 
11 
 
estudos comportamentais (KRETZSCHMAR & HECKMAN, 1995; DARBY et al., 178 
2002; HEILER et al., 2008). 179 
A espécie P. bridgesii (Reeve 1856), nativa da bacia do Amazonas e da planície 180 
de inundação (SIMONE, 2006; HAYES et al., 2008), se espalhou em todo o mundo, 181 
principalmente como resultado do comércio para aquariofilia (HORGAN et al., 2014). 182 
Embora os Ampularídeos sejam organismos aquáticos, suas características permitem 183 
um modo de vida semi-terrestre (SEUFFERT & MARTIN, 2010). A presença de 184 
brânquias e pulmão aumenta sua resistência a sobrevivência tanto em épocas com 185 
abundância de água e períodos de seca (COWIE, 2002), embora necessitem de acesso 186 
ao ar durante os períodos de cheias, porque restrição da respiração aérea pode afetar 187 
negativamente a sobrevivência, atividade e alimentação (SEUFFERT & MARTIN, 188 
2010). Esses caramujos também podem hibernar por longos períodos (BURLAKOVA 189 
et al., 2010; BAE, (in press); WATANABE et al., 2015; COWIE, 2002), permanecendo 190 
apenas inativos ou enterrados no subsolo durante o inverno (DAMBORENEA, 1996; 191 
SEUFFERT & MARTIN, 2010; 2013; WATANABE et al., 2015) ou em épocas 192 
quentes e secas como as que ocorrem na região amazônica (COWIE, 2002). 193 
Nos trópicos e subtrópicos, as pomaceas são ativos durante todo o ano, em zonas 194 
temperadas e se reproduzem principalmente na primavera e verão (ALBRECHT et al., 195 
1999). Em locais com mudanças ambientais repentinas, ou seja, períodos de inundação 196 
do rio ou longos períodos de seca, os gastrópodes adaptam seu comportamento 197 
reprodutivo às condições locais, como registrado para P. bridgesii (WATANABE et al., 198 
2015). Parâmetro da água, mudanças de temperatura e disponibilidade de alimentos 199 
podem influenciar na cópula e comportamento de oviposição (ALBRECHT et al., 1999; 200 
ALVES et al., 2006; COLLIER et al., 2010). Em experimentos de laboratório Albrecht 201 
et al. (1999) observou que para Pomacea canaliculata (Lamarck, 1822) a temperatura 202 
pode modular seu comportamento sexual, no que se refere a cópula e a desova. 203 
Referente à desova, não necessariamente ocorre logo após a cópula, pois as 204 
fêmeas estocam esperma e podem mantê-los viáveis por muito tempo (BOCANEGRA 205 
et al., 1996). E para Pomacea maculata (Perry, 1820) as desovas são colocadas entre 15 206 
a 30 cm de altura do nível da água, com desenvolvimento embrionário variando de 13 a 207 
16 dias com taxa de eclosão de 44 a 50% dos ovos colocados (BOCANEGRA et al., 208 
1996). Para a proteção e para facilitar o desenvolvimento embrionário, a desova ocorre 209 
acima do nível da água (RAWLINGS et al., 2007; HORN et al., 2008; FASULO et al., 210 
12 
 
2014). Dessa forma, estudar aspectos reprodutivos de espécies de Pomacea na 211 
Amazônia é de fundamental importância para compreensão dos efeitos desses 212 
organismos em áreas invadidas ao redordo mundo e para conhecimento sobre a 213 
biologia das espécies de moluscos de água doce. 214 
 215 
 216 
2. Objetivos 217 
2.1. Objetivo Geral 218 
 219 
 Investigar aspectos reprodutivos associados a fecundidade do 220 
gastrópode Pomacea bridgesii. 221 
 222 
2.2. Objetivos Especificos 223 
 224 
 Determinar a fecundidade da espécie; 225 
 Comparar a fecundidade entre três populações de Pomacea 226 
bridgesii; 227 
 Analisar o tempo de oviposiçãode P. bridgesii; 228 
 Determinar o tempo de desenvolvimento embrionário de P. 229 
bridgesii; 230 
 Investigar a relação do tamanho da fêmea em relação ao número 231 
de ovos e ao tempo de oviposição; 232 
 233 
3. Material & Métodos 234 
3.1. Coleta dos Gastrópodes 235 
 236 
Os gastrópodes foram coletados em três locais do município de Itacoatiara, AM, 237 
Brasil (Fig. 1): 1) Bairro do Jauary I (03°08’ 19.9” S e 58°27’ 32.5” O), 2) Eduardo 238 
Braga II (03°25’ 21.2” S e 58°35’ 13.4” O) e 3) Centenário (03°08’ 24,5” S e 58°27’ 239 
24.60” O) (Fig. 2). O Jauari I é localizado em área de várzea, no centro da cidade em 240 
uma área densamente povoada por residências e palafitas, com pouca vegetação 241 
arbórea, predominado gramíneas. Neste local não existe sistema de esgoto doméstico, 242 
sendo os dejetos liberados diretamente no ambiente. O Eduardo Braga é situado na zona 243 
13 
 
periférica da cidade, também em área de várzea, possui um menor número de 244 
residências, e a vegetação predominante em torno dos igarapés é arbórea, um local com 245 
suas características naturais mais preservadas. O Centenário fica situado próximo ao Rio 246 
Amazonas, em área de várzea, caracterizado por vegetação rasteiras, poucas casas e um 247 
extenso pasto bovino. 248 
Os espécimes foram coletados com auxílio de peneira de mão (40 cm de diâmetro, 249 
2 milímetros de malha), entre as macrófitas, colocadas em caixas plásticas com água e 250 
aeração e transportadas até o laboratório de Zoologia do Instituto de Ciências Exatas e 251 
Tecnologia (ICET, UFAM). Em laboratório os espécimes foram identificados de acordo 252 
com SIMONE (2006) (Fig. 3). 253 
 254 
 255 
Figura 1. Mapa da região de estudo Itacoatiara, Amazonas, Brasil. Fonte: Dr.Alison Carlos Wunderlich 256 
 257 
3.2. Tempo de oviposição, relação do tamanho das fêmeas e a fecundidade 258 
 259 
Para desenvolvimento deste experimento 100 gastrópodes foram coletados no 260 
local de maior abundância de P. bridgesii, no Bairro do Jauary I. Em laboratório os 261 
gastrópodes foram colocados em um tanque de 310 L, com água, aeração e alimento a 262 
vontade (vegetação do local de origem). Durante as primeiras 48 horas os animais foram 263 
observados para verificação da formação de casais e posterior cópula e oviposição. O 264 
tempo de oviposição foi determinado com auxílio de cronômetro, em minutos. Ao 265 
término da colocação dos ovos cada fêmea foi retirada do taque e medida quanto ao 266 
comprimento da concha com auxílio de paquímetro (0,05mm). As massas de ovos 267 
14 
 
foram retiradas do tanque e contadas por método de contagem direta sob 268 
estereomicroscópio, para determinação da fecundidade de cada fêmea. Este 269 
procedimento foi repetido para 26 fêmeas durante as 48hs. 270 
 271 
Figura 2. Locais de Coleta. a) Eduardo Braga II; b) Centenário e c) Jauary I. 272 
 273 
3.3. Tempo de desenvolvimento embrionário 274 
 275 
Para determinação do tempo de desenvolvimento embrionário, 96 gastrópodes 276 
foram coletados no Jauary I, transportados até o laboratório e mantidos em um tanque 277 
igual ao descrito no experimento anterior (Fig. 4). Durante 25 dias, o tanque foi 278 
observado quanto a presença de massa de ovos. O data que a massa de ovos foi 279 
colocada foi registrado em planilha e as massas foram observadas até o momento da 280 
eclosão dos ovos que também foi registrada, para determinação do tempo de 281 
desenvolvimento embrionário em dias. Ao todo os gastrópodes colocaram 10 massas de 282 
ovos na parede do tanque. 283 
15 
 
 284 
Figura 3. Espécie de gastrópode P. bridgesii. 285 
 286 
3.4. Comparação da fecundidade entre populações 287 
 288 
Para comparar a fecundidade entre populações, foram coletadas 25 massas de 289 
ovos em cada um dos três locais citados acima. As massas de ovos fixadas nos 290 
substratos do ambiente, geralmente troncos de árvores, foram coletadas cuidadosamente 291 
com auxílio de espátula. As massas foram colocadas em frascos etiquetados e fixadas 292 
com álcool (70%). Em laboratório as massas foram contadas por método de contagem 293 
direta sob estereomicroscópio. 294 
16 
 
 295 
Figura 4. a) P. bridgesii em oviposição; b) massa de ovos e c) eclosão dos ovos, onde 296 
pode-se observar os juvenis. 297 
 298 
3.5. Análise de dados 299 
 300 
O tempo de oviposição, relação do tamanho das fêmeas e a fecundidade foi 301 
analisada através da análise de regressão linear por meio de gráficos de dispersão, 302 
verificando a tendência dos pontos empíricos das variáveis, pela equação do tipo função 303 
potência linearizada (Y= a+bx), com os dados logaritimizados na base 10, com ajuste do 304 
modelo matemático pelo coeficiente de determinação (R2). A normalidade da 305 
distribuição de cada categoria avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. A comparação da 306 
fecundidade máxima entre as populações foi analisada pela Analise Variância não 307 
17 
 
paramétrica de Kruskal –Wallis. Foi adotado nível de significância de P<0,05, para 308 
todos os testes. 309 
4. Resultados 310 
 311 
 A fecundidade no experimento do tempo de oviposição foi de 255,81±163,03, 312 
variando de 73 a 391 ovos. 313 
A fecundidade foi diferente entre as três populações investigadas (H= 36,2387; 314 
GL= 2; P=< 0,0001) (Fig. 5). No Jauary I na média as massas de ovos tiveram 315 
243,76±91,53 ovos, o Centenário 327,36±75,02 ovos e a população do Eduardo Baga II 316 
apresentou a maior fecundidade com 424,76±80,31 ovos. 317 
 318 
0
100
200
300
400
500
600
1 2 3
F
e
c
u
n
d
id
a
d
e
 
Populações
Jauary Eduardo Braga Centenário
a
b
c
 319 
Figura 5. Média e desvio padrão da fecundidade de P. bridgesii, das três populações estudadas. 320 
Letras diferentes indicam que houve diferença significativa P<0.05, teste de Kruskal-Wallis. 321 
 322 
A oviposição ocorreu no período noturno e ao amanhecer, além dos gastrópodes 323 
colocarem seus ovos sempre acima da coluna d’água. O tempo de oviposição de P. 324 
bridgesii foi de 224,65±94,22 minutos. O desenvolvimento embrionário foi de 325 
8,10±0,99 dias, variando de 7 a 10 dias, e na média 10% dos ovos não eclodiram. 326 
 O comprimento da concha apresentou média de 53,64±4,68 mm, variando de 327 
47,75 a 67 mm. A relação entre o comprimento da concha e o tempo de oviposição não 328 
18 
 
apresenta dependência (F=0,7860; GL=1; P<0,6121) (Fig. 6). A relação entre o 329 
comprimento das conchas dos gastrópodes e a fecundidade apresentou baixo coeficiente 330 
de determinação, onde ambas variáveis são independentes (F=0,2202; GL=1; P<0,6477) 331 
(Fig. 7). 332 
 333 
y = -3,5863x + 417,02
R² = 0,0317
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0 10 20 30 40 50 60 70 80
T
e
m
p
o
 d
e
 O
v
ip
o
s
iç
ã
o
 (
m
in
)
Comprimento da Cocha (mm)
 334 
Figura 6. Relação entre o comprimento da concha (mm) de P. bridgesii e tempo de oviposição 335 
(min), (F=0,7860; GL=1; P<0,6121). 336 
19 
 
 337 
y = -3,3227x + 434,03
R² = 0,0091
0
100
200
300
400
500
600
700
0 10 20 30 40 50 60 70 80
F
e
c
u
n
d
id
a
d
e
Comprimento da Concha (mm)
 338 
Figura 7. Relação entre o comprimento da concha (mm) do P. bridgesii e a fecundidade, 339 
(F=0,2202; GL=1; P<0,6477). 340 
 341 
 342 
 343 
5. Discussão 344 
 345 
Ao comparar a fecundidade de P. bridgesii constatamos que os valores foram 346 
próximos aos encontrados por Milward De Andrade et al. (1978)para Pomacea 347 
haustrum (Reeve, 1856). Já para P. canaliculata em áreas nativas a fecundidade média 348 
foi inferior a 400 ovos por desova (Kyle et al., 2013). Em uma área nativa Cazzaniga et 349 
al., (1998) registrou fecundidade de 120 a 478 ovos. Uma alta fecundidade dessa 350 
espécie foi obtido em estudo de densidade, crescimento e reprodução na Ásia onde as 351 
massas de ovos apresentaram em média 3.000 ovos. Para Hayes (2012) em estudo de 352 
diferenciação entre as espécies de Pomaceas pode ter ocorrido erro de identificação e 353 
que a quantificação desses ovos seja uma característica reprodutiva de P. maculata, uma 354 
vez que apresenta elevada fecundidade, sendo ovos de tamanho reduzidos (Kyle et al., 355 
2013). 356 
20 
 
O gastrópode P. bridgesii, foi mais ativo à noite, assim como o P. canaliculata 357 
(HEILER et al, 2009) e Pomacea amazonica (Rever, 1856) (WATANABE et al, 2015). 358 
Guimarães (1981) ao investigar P. haustrum revela que a oviposição ocorreu com pouca 359 
frequência durante o dia, sendo registrada preferencialmente durante à noite no horário 360 
entre 20 a 24 horas. Nossos estudos registrou a oviposição ocorreu entre as 18 a 24 361 
horas para P. bridgesii semelhante as outras espécies de Pomaceas citadas. Essa 362 
característica pode estar associado à atividade noturna que a espécie apresenta (Heiler et 363 
al., 2008; Watanabe et al., 2015) ou ainda a uma estratégia de realizar a desova no 364 
período noturno para reduzir o risco de predação por predadores diurnos (Wada & 365 
Yoshida; 2000; Tanaka et al., 2006; Horn et al., 2008). 366 
Gastrópodes do gênero Pomacea colocam os ovos acima da coluna de água e 367 
tem substâncias químicas os ovos para defesa contra predação. (SNYDER & SNYDER, 368 
1971; YUSA, 2001; DREON, et al, 2010; 2013; 2014). Como substâncias nos ovos de 369 
P. canaliculata mostram uma coloração para evitar a predação com propriedades 370 
antinutritivas e antidigestivas e que causam uma redução na predação de ovos, 371 
assegurando a sobrevivência (DREON, et al, 2013). A bioquímica das Ampullaridae 372 
contém perivitelino, um fluido na massa de ovos onde são associadas à defesa contra a 373 
predação (DREON, et al, 2002; 2014), e proteção (HERAS, et al, 2007). De acordo 374 
com Dreon, et al, (2013) e Heras, et al, (2008) a presença da toxina na massa do ovo é 375 
geneticamente codificada, que institui uma semelhança na defesa para o predador, com 376 
plantas e bactérias (DREON, et al, 2013; 2014). 377 
A desova noturna provavelmente reduz a predação (SCHONORBACH, 1995; 378 
ALBRECHT, et al, 1996; TURNER, 1998; ALVES, et al, 2006; HORN, 2008) por 379 
predadores aquáticos (TUNER, 1998), incluindo tartarugas (YUSA, et al, 2006; 380 
YOSHIE & YUSA, 2008; FASULO, 2014), caranguejos (YUSA, et al, 2006) e jacarés 381 
(FASULO, 2014). Os membros do Gênero Pomacea também podem ser predados pela 382 
ave Rostrhamus sociabilis Vieillot, 1817 (Aves: Falconiformes), que caça e alimenta-se 383 
principalmente durante o dia (BEISSINGER, 1983), ou o Aramus guarauna Linnaeus, 384 
1766 (Aves: Gruiformes), que se alimenta quase exclusivamente das espécies de 385 
Pomaceas, e sua distribuição está estreitamente relacionada com a ocorrência destes 386 
moluscos (DEL HOYO, et al, 1996). 387 
O tempo de desenvolvimento embrionário registrado no presente estudo foi em 388 
média 8,10±0,99 dias, menor do que para P. haustrum, Milward De Andrade et al. 389 
21 
 
(1978), que relata que o período de desenvolvimento embrionário variou de 14 a 17 390 
dias, sendo o valor médio igual a 15,6 dias e para Guimarães (1981) o desenvolvimento 391 
embrionário variou entre 15 e 23 dias. A taxa de eclosão foi acima de 90%, em 392 
condições de laboratório. Mais alta do que registrada para P. maculata que 40 a 70% 393 
eclodiram (Kyle et al., 2011; Barnes, et al., 2008; Burks et al., 2010) quando possuem 394 
acesso abundante de alimento. No presente estudo tais resultados pertinentes ao 395 
desenvolvimento embrionário curto, quando comparado aos demais trabalhos pode estar 396 
relacionado aos fatores externos, como as condições ambientais impostas pelas ações 397 
antrópicas. 398 
Estudos indicam que o crescimento da concha influência na primeira 399 
oviposição, apontando que o tamanho mínimo da fêmea de P. canaliculata para a 400 
reprodução é de 25mm (Estebenet & Cazzaniga, 1992; Tanaka et al., 1999; Estebenet & 401 
Martín, 2002). No entanto, esse tamanho pode variar entre as espécies do gênero. Para 402 
Yusa et al. (2006) os indivíduos de P. canaliculata são considerados adultos quanto 403 
atingem o tamanho de 20mm de comprimento da concha. A oviposição começa entre 404 
20-25mm em P. canaliculata (Gamarra-Luques et al., 2013) afirma que a oviposição 405 
começa entre 20-25mm para P. cananiculata. 406 
Lacanilao (1990) apontou para P. canaliculata, é provável que o tamanho da 407 
massa de ovos de P. bridgesii também é afetado pela dieta. 408 
No entanto, nossos resultados demonstram que o sucesso de eclosão não é dependente 409 
do tamanho da ova, como também encontrado por Teo (2004) para P. canaliculata. 410 
Para P. bridgesii no presente estudo, a quantidade de ovos não teve relação 411 
com o tamanho da fêmea, porém em Ghiselin (1969) no estudo realizado com uma 412 
espécie hemafrodita, a relação entre o tamanho do corpo e produção de ovos é 413 
frequentemente assumida; uma vez que os ovos são energeticamente dispendioso, 414 
indivíduos maiores tem a capacidade de produzir mais ovos. 415 
Provavelmente os resultados do presente estudo são explicados pelas desovas 416 
múltiplas observadas para P. bridgesii, sendo assim para ajustamos a curva teríamos 417 
que coletar a primeira desova. No entanto, como os gastrópodes foram capturados na 418 
natureza não sabemos se as massas de ovos colocadas no laboratório foram as primeiras 419 
desovas. Essa característica foi encontrada nos ensaios com P. canaculata (Estebenet & 420 
Martín, 2002; Burela & Martín, 2011) garantindo que uma fêmea durante estação 421 
reprodutiva pode realizar várias desovas. 422 
22 
 
No estudo de P. brigesii o tempo de oviposição com a tamanho da fêmea não 423 
apresentaram dependência, possivelmente pelos fatores de perturbação, além de sua 424 
dieta alimentar. Em Bocanegra et al., (1996) diz que as fêmeas de P. maculata tem a 425 
capacidade de armazenar esperma e mantê-los viáveis por longos períodos. 426 
Dillon (2000) relata que o esforço de reprodução é geralmente uma função do 427 
tamanho adulto, na maioria dos moluscos de água doce. A produção de ovos também 428 
podem ser influenciados por diversos fatores, como outras funções metabolicamente 429 
dispendiosas e o crescimento somático. Como os recursos são finitos, organismos deve 430 
alocar sua energia disponível para a produção de descendência, o crescimento, 431 
manutenção e aquisição de alimentos, entre outras tarefas (Dillon, 2000; Begon, Harper 432 
& Townsend, 1990). Não existe registro na literatura sobre o tempo de oviposição em 433 
relação a fecundidade, no presente estudo ambas variáveis não são dependentes, no qual 434 
pode estar associado a alguns recursos ao seu processo reprodutivo. 435 
As três populações estudadas ocorrem em ambientes de várzea afetados por 436 
ações antrópicas em diferentes graus, onde a qualidade da água é um fator determinante 437 
para permanência e proliferação das espécies. Exemplares gastrópodes habitam águas 438 
de curso lento e podem suportar ambientes altamente poluídos, como os que recebem 439 
esgotos urbanos (Paraense, 1981). A qualidade ambiental dos locais de captura interfere 440 
diretamente ao ciclo de vida das espécies, assim como diz Perera & Wallis (1996), a 441 
espécie P. bridgesii são herbívoros vorazes que se alimentam de grande variedade de 442 
vegetação. Infelizmente, apesar de muitas espécies terem grande apetite por vegetação 443aquática, as algas não são seu alimento preferido. A espécie prefere animais em 444 
decomposição, mortos ou plantas em decomposição em vez de verdes (Aditya & Raut, 445 
2001). 446 
 447 
6. Conclusão 448 
Pode-se concluir que, a fecundidade foi diferente nas três populações 449 
investigadas, onde o Eduardo Braga II apresentou maior fecundidade seguida do 450 
Centenário e do Jauary. A oviposição ocorreu em período noturno, com duração de 451 
224±94,22 minutos e o desenvolvimento embrionário de 8 dias na média. A relação 452 
entre o comprimento da concha e o tempo de oviposição, além da relação entre o 453 
comprimento da concha e a fecundidade ambas variáveis são independentes. 454 
 455 
23 
 
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 750 
	2.2. Objetivos Específicos 11
	3.2. Tempo de oviposição, relação do tamanho das fêmeas e a fecundidade 12
	3.4. Comparação da fecundidade máxima entre as populações 14

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