Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORATÓRIA NATHALIA ELLEN SILVA BEZERRA E SILVIA CRISTINA DA SILVA U N I D A D E 3 Na presente unidade iremos adentrar e embarcar de forma direta no mundo da oratória, dessa forma iremos analisar o que é a oratória, considerando suas definições e momento de constituições, também buscaremos entender quais são os principais fundamentos da oratória e investigar quais são as técnicas relativas a esse termo, bem como se dá a sua aplicação, diante disso poderemos averiguar a importância e a forma por meio da qual a oratória é utilizada na prática da nossa vida cotidiana. UNIDADE 3 | INTRODUÇÃO 1. Analisar a oratória considerando suas definições e constituição. 2. Entender os principais fundamentos da oratória. 3. Investigar as técnicas da oratória. 4. Averiguar a importância e o uso da oratória na prática. UNIDADE 3 | OBJETIVOS A oratória mesmo que até a atualidade continue sendo discutida e abordada com frequência sem que perca a sua importância, não pode ser visto como um tema novo, mas sim como que já existe há muito tempo, e que em decorrência disso é antiga, na medida em que também é moderno. ORATÓRIA: DEFINIÇÃO E CONSTITUIÇÃO Além disso, o entendimento acerca da definição, história e uso de técnicas atrelados a oratória é fácil, contudo colocar em prática esses aspectos pode ser complicado, levando em consideração os aspectos atrelados a personalidade e o perfil, tanto do emissor, quanto dos receptores, afinal a oratória não se resume ao seu conceito ou ao conhecimento das técnicas relativas ao mesmo, se você, aluno, aprender essas técnicas, mas não coloca-las em prática, mesmo que tenha bom conhecimento sobre a oratória, não será um bom orador. A oratória é uma habilidade que precisa ser aprendida, afinal é necessário que tenhamos capacidade de falar bem em público, assim esse termo está presente e se faz imprescindível tanto nos nossos contextos pessoais, como profissionais, já que, em muitos casos, a oratória já é vista como uma habilidade obrigatória para o ingresso no mercado de trabalho, sendo esse um atributo visto com mais facilidade em algumas profissões do que em outras. Sobre a oratória, contudo os atuais contextos demonstram que até as profissões mais associadas a área de exatas necessitam do contato e das relações humanas, havendo situações em que esses pesquisadores precisam defender seus pontos de vistas e projetos, por isso é imprescindível que também tenham conhecimento e domínio sobre a oratória. O nascimento da oratória também possui relação com a eloquência e a retórica, tendo em vista que, segundo Carrasco (2017), consiste na aplicação da teoria da retórica em conjunto com os princípios da eloquência, diante disso a autora afirma que O termo eloquência deriva do latim eloquentia e refere-se à fala na sua dimensão prática. É a arte de falar e se exprimir com facilidade e naturalidade, com intenção de persuadir. Com o passar do tempo, outros filósofos, cientistas e estudiosos passaram a estudar e ampliar o conhecimento relativo a oratória, nesse sentido Aristóteles (384-322 a.C) foi responsável por ter impulsionado o estudo e o desenvolvimento da oratória na produção de sua obra “Retórica”, que até a atualidade é estudada. Em conformidade com o dicionário Oxford, a oratória pode ser entendida como um conjunto de regras que constituem a arte do bem dizer, sendo também relacionada a arte da eloquência e a retórica. DEFINIÇÃO DA ORATÓRIA Segundo Lopes (2000), a comunicação oral era compreendida como todo pronunciamento feito oralmente, englobando as habilidades da fala e da voz, dessa forma a utilização de tais elementos da maneira correta buscavam ser desenvolvida com a finalidade de “falar bem”. Comumente, a oratória também é associada ao embelezamento da fala e dos discursos, sendo que Lopes (2000), associa esse termo a ideia de “falar bonito” e “falar de forma agradável”. Sabemos que o bom orador deve levar em consideração também os aspectos contextuais do local em que está discursando, bem como o público a quem está se dirigindo, pois determinado discurso pode ser entendido como bom ou ruim a depender de onde esteja seja pronunciado. De acordo com o posicionamento de Bloch (2002), a oratória também pode ser entendida como uma maneira de expressar o que sentimentos, comunicar aquilo que pensamos, expor os nossos fatos e posicionamentos, desde que essas sejam atribuições desenvolvidas de maneira eficaz. O Brasil é um país que apesar das dificuldades enfrentadas no âmbito da educação possui nomes que se destacam em várias de suas áreas de atuação, dessa forma o cenário não podia ser diferente quando o assunto é a oratória, dessa forma grandes nomes como Tomaz Antônio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Getúlio Vargas, Rui Barbosa, entre tantos outros. A fobia relacionada ao ato de falar em público não é um aspecto raro ou alheio a vida das pessoas, sendo que esse é um vilão responsável por assombrar a vida de muita gente, principalmente, quando apresentações para plateias estão envolvidas. FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA Segundo estudo realizado e publicado pelo jornal britânico Sunday Times, em 2015, tendo como objetivo mais de três mil ingleses, chegou a conclusão de que o medo de falar em público é o medo mais temido pelo ser humano, chegando a um percentual de 41%, ficando na frente de opções como a morte, doenças e problemas financeiras. Contudo, o fato desse ser um medo comum, não quer dizer que o mesmo deve ser ignorado ou deixado de lado, mas apenas que há uma necessidade de que o mesmo seja vencido e enfrentado para que as nossas vidas, desejos e interesses, sejam esses profissionais e/ou pessoais não sejam limitados por sua existência. Como já aprendemos, a oratória se relaciona a arte de falar bem, englobando também aspectos como gestos e expressões faciais e corporais, afinal o “nosso corpo fala”. Dessa forma, a oratória, juntamente, com a retórica apresenta quatro objetivos principais sendo esses o aumento da imaginação, o favorecimento da compreensão, o despertar da paixão e influências da determinação. O USO DA ORATÓRIA O domínio acerca do medo é uma características importante para aqueles que objetivam ser considerados como oradores de sucesso, assim o bom orador precisa ter a maturidade de compreender que é comum e normal o nervosismo nos primeiros instantes antes da apresentação, contudo esse também é um sentimento passageiro, que em grande parte é causado pela aflição e a ansiedade. Assim, uma excelente forma de lidar com essa situação e de vencer o medo de falar em público, parte da compreensão e da maturidade do orador em entender que até mesmo o medo pode ser visto como algo positivo, de alguma forma, e que o nervosismo não deve ser abolido em sua totalidade, mas que deve ser controlado para que aspectos negativos não sejam ressaltados e para que a habilidade do orador não fique maculada em razão dessa prática. A oratória pode ser empregada com diferentes objetivos, sendo que os grandes oradores podem fazer uso de suas habilidades para mobilizar o público em favor dos seus interesses, que podem tanto ser bons, quanto maus, mas que não se vinculam a oratória em si, mas aos seus interesses pessoais e particulares. Inicialmente, Aristóteles apresentou três principais tipos de oratória, como gêneros dos discursos, sendo esses denominados como oratória judiciária, oratória deliberativa e oratória epidíctica. A primeira se refere a aquelas que são realizadas nos tribunais, tendo como intuito defende ou acusar um suspeito de crime. Já a segunda é originada na Assembleia ou Senado e se referia a questões políticas, em que o publico escolheria o que entende como mais conveniente e em terceiro lugar, a epidíctica é voltada para a censura ou para o elogio de exemplos com o intuito que o público reflita e tire lições dos ensinamentos em questão. Nesse sentido, Pânico (2005), ainda afirma que existem cinco aspectos imprescindíveis para a formação de um bom discurso e de um orador de sucesso. Alguns dessesaspectos já foram abordados ao longo da ampliação dos nossos conhecimentos, mas agora iremos visualizar os mesmos a partir do estabelecimento de uma relação entre esses elementos da comunicação e do discurso com a oratória. TÉCNICAS DA ORATÓRIA O primeiro elemento a ser destacado é “quem fala”, sendo esse papel ocupado pelo próprio orador e emissor da mensagem, sendo que o desempenho das suas atividades pode ser estimulado e aprimorado a partir da preservação e da propagação de certo atos e características relativas a personalidade do emissor (PÂNICO, 2005). Em segundo lugar, está “o que se fala”, ou seja, a mensagem, o conteúdo do discurso, o “por que se fala” trata acerca do canal por meio do qual a mensagem está sendo transmitida e a “quem se fala” refere-se aos ouvintes, ou seja, ao público (PÂNICO, 2005). Por fim, o elemento “com que efeitos” se refere as impressões que são causadas ao ouvinte após a transmissão da mensagem, ou seja, trata do estímulo e dos resultados proporcionados pela discurso (PÂNICO, 2005). Além disso, os aspectos não verbais da oratória também merecem atenção, pois compõe a oratória, tanto quanto os verbais, contudo exercem papéis e funções diferenciadas na emissão e na transmissão dos significados da mensagem vinculada (PÂNICO, 2005). A utilização de pausas na fala, elementos segmentais, vogais e consoantes, ritmo, entonação e padrões de acento enriquecem o discurso e atribuem novo sentido ao mesmo (PÂNICO, 2005). Segundo Kroth (2018), dessa forma, os elementos prosódicos que merecem receber destaque são o fluxo articulatória, a redução de ambiguidade, o aumento da inteligibilidade, a facilitação do sistema de compreensão e o fornecimento de destaque aos elementos da fala. Além disso, os gestos também fornecem maiores detalhes ao discurso, já que os movimentos efetuados pelas mãos e pelos braços são capazes de acompanhar o ato da fala e integrar a mesma por meio do estabelecimento de um processo simbiótico, enquadrado como linguagem. O aprimoramento do processo de comunicação e das habilidades que tornam bons oradores depende em grande parte da forma por meio da qual empregamos as diversas técnicas relativas a oratória, tendo em vista a diversidade de técnicas pertencentes a esse âmbito serão destacadas apenas aquelas consideradas como mais importantes para o entendimento do assunto, bem como as que são utilizadas com maior frequência. TÉCNICAS PARA UMA BOA ORATÓRIA A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida por Howard Gardner em 1980, tendo sido publicada pela primeira vez em seu livro denominado como “Estruturas da Mente”, segundo Gazola (201?). Conforme o autor existem nove tipos de inteligências múltiplas, sendo que o ser humano consegue dominar mais de uma dessas, mas não consegue ter controle sobre todas elas. A inteligência verbal ou linguística se refere a habilidade verbal bem desenvolvida, envolvendo questões como a sensibilidade aos sons, significados e ritmos das palavras. Já a inteligência lógico-matemática é a habilidade de pensar de forma conceitual e abstrata, englobando a capacidade de discernimento dos padrões lógicos ou numéricos. Por sua vez, a inteligência musical consiste na habilidade de produzir e apreciar ritmos, tons e timbres. A inteligência corporal, também conhecida como inteligência cinestésica envolve a capacidade de controlar o próprio corpo e lidar fisicamente com objetos variados, na medida em que a inteligência interpessoal envolve a capacidade de detectar e responder de forma adequada a estímulos como humor, as motivações e os desejos intrínsecos de outros seres humanos. Outro tipo de inteligência destacado por Gardner é a inteligência intrapessoal, por meio da qual é desenvolvida a capacidade de autoconsciência, levando em consideração os sentimentos interiores, os valores, as crenças e os diversos processos de pensamento. A oitava inteligência recebe o nome de inteligência naturalista em que a habilidade para reconhecer e categorizar as diversas espécies da fauna e da flora, assim como os elementos da natureza como um todo. Por fim, a inteligência existencialista é voltada para a sensibilidade e a capacidade de lidar, bem como de absorver questões profundas e reflexivas que giram em torno da existência humana e suas consequências. Para o âmbito da oratória e do desenvolvimento de técnicas relativas a esse assunto, destacam-se a inteligência linguística, a inteligência interpessoal e a inteligência intrapessoal. Sendo interessante que o orador busque melhorar ou aperfeiçoar mais de uma dessas. Nem sempre a oratória foi uma habilidade que poderia ser desenvolvido por todos, sendo que no momento do seu surgimento apenas as pessoas dotadas de uma maior capacidade financeira e intelectual poderiam desenvolver e praticar a oratória, sendo que essa ideia permaneceu inalterada durante um bom tempo. A IMPORTÂNCIA E O USO DA ORATÓRIA NO COTIDIANO As evoluções alteraram essa realidade, contudo mesmo sob um ponto de vista mais acessível, a oratória comumente era relacionada a pessoas e exercícios profissionais específicos, sendo normalmente vinculada ao desenvolvimento de atividades jornalísticas e publicitárias. Ainda quando crianças nos deparamos com situações em que precisamos nos expressar e esclarecer os nossos posicionamentos. Quando ingressamos na fase adulta, a oratória se torna cada vez mais imprescindível para o exercício das nossas ações, pois nessa etapa da vida humana enfrentamos situações em que a habilidade e o domínio da boa oratória é de suma importância, sendo considerada como vantagem em momentos como entrevistas de emprego, reuniões de trabalho, conversas com clientes, com o chefe ou com colegas de trabalho e assim por diante (KROTH, 2018). Mattoso Câmara Júnior (1961), afirma que somente por meio da boa linguagem é que é possível a formação e a integração completa do ser humano perante a sociedade humana, dessa forma se não fosse por meio da comunicação não haveria como as relações serem firmadas. A oratória no ambiente profissional é de suma importância, pois a partir dessa os indivíduos adquirem e ampliam a sua autoconfiança e autoestima, tornando possível que o talento e aspectos inovadores atrelados aos seus conhecimentos técnicas sejam percebidos por meio da comunicação. ORATÓRIA NO AMBIENTE PROFISSIONAL A popularização da internet abriu as portas para que diversos anônimos passassem a exercer e ditar costumes que antes só pertenciam a uma pequena parcela da população, em que somente a grande mídia por meio da televisão, rádio, jornais e cinema podiam ditar as regras desse negócio, agora todos temos acesso as mídias sociais e podemos ingressas no mundo dos influenciadores digitais, desde que conteúdos relevantes e originais sejam gerados e consigam ganhar o engajamento do público. OBRIGADA!
Compartilhar