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Caso 01

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AO JUÍZO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ
FERNANDO COIMBRA, nacionalidade, estado civil, administrador, portador do RG..., inscrito no CPF sob nº..., residente e domiciliado..., endereço Rua, Bairro, CEP, Rio de Janeiro/RJ, com endereço eletrônico, por intermédio de seu advogado que essa subscreve procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
Em face de BOM CLIMA SA, pessoa jurídica de direito privado, incrita no CNPJ sob o nº ..., localizada no endereço Rua, nº, Bairro, São Paulo/SP
E em face de ELETRO AIR, pessoa jurídica de direito privado, inscritoa no CNPJ sob o nº ..., localizada no endereço Rua, n°, Bairro, Rio de Janeiro/RJ , com fundamento nos arts. 2º e 3º do CDC, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
I. GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Preliminarmente, afirma a parte autora ser pobre na forma da Lei, não podendo arcar com as custas e honorários advocatícios sem comprometimento do seu sustento, razão pela qual requer que lhes sejam deferidos os benefícios da gratuidade da justiça, com fundamento no artigo 98 do Código de Processo Civil e art 5, LXXIV, CRFB/88.
II. DOS FATOS:
Em 17/12/2019, o Autor efetuou a compra de um aparelho de ar-condicionado fabricado pela empresa demandada. No valor de R$ 1.500,00, fabricado pela Bom Clima SA, na loja Eletro Air. Ocorre que o produto adquirido, apesar de devidamente entregue, desde o momento de sua instalação, passou a apresentar problemas, desarmando e não refrigerando o ambiente. Em virtude dos problemas apresentados, o autor no dia 07 de janeiro de 2020 entrou em contato com o demandado, este, por sua vez, realizou devidamente o serviço de assistência técnica. Nessa oportunidade, foi trocado o termostato do aparelho. Todavia, apesar disso, o problema persistiu, razão pela qual o autor,por diversas outras vezes, entrou em contato com a demandada para tentar resolver a questão amigavelmente. Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias sem a resolução do defeito pelo fornecedor, o autor deseja a imediata substituição do produto. Sendo-lhe negado a substituição do produto. Afirmando que enviaria um novo técnico à sua residência para analisar novamente o produto. Sem embargo, a assistência técnica somente poderia ser realizada após 40 (quarenta) dias, devido à grande quantidade de demandas no período do verão. Sendo o prazo inviável, já que a compra foi efetuada justamente para sanar o calor do auto verão. Sem uma alternativa, o autor se vale da presente ação com o intuito de ver seu direito realizado.
III. DOS FUNDAMENTOS
Quando em se trata de uma relação de o consumidor sempre será o elo mais fraco da relação. Nos artigos. 2º e 3º ambos do CDC. As empresas Ré responderam de forma solidária.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
O produto adquirido possui vícios de qualidade o que tornou impróprio ou inadequado ao consumo, nos termos do art. 18, caput do CDC.
Art. 18º Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
O vício não foi sanado no prazo máximo de trinta dias, podendo o consumidor exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso, nos termos do §1º, do art. 18 do CDC.
IV. DA RELAÇÃO DE CONSUMO
A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas abusivas de todo e qualquer fornecedor, nos termos do art 3º do referido Código.
No presente caso, tem-se de forma nítida a relação consumerista caracterizada, conforme redação do Código de defesa do Consumidor:
Lei. 8.078/90 - Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Lei. 8.078/90 - Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Assim, uma vez reconhecido o autor como destinatário final dos serviços contratados, tem-se configurada uma relação de consumo.
Com esse postulado, a demandada não pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua atividade, dentre as quais prestar a devida assistência técnica ou dar passagem ao livre exercício do direito do consumidor em trocar o produto, visto que se trata de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores.
V. DO LOCAL DE FORO
Consoante o art. 101, I, do Código de Defesa do Consumidor a ação fundada na responsabilidade civil do fornecedor poderá ser ajuizada no domicílio do autor. Competente, portanto, este juízo.
VI. DO DIREITO DE SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO
Diante da demonstração inequívoca do vício e tentativa de o sanar sem êxito junto a demandada, o Código de Defesa do Consumidor assegura, em seu artigo 18, que:[...]
Art. 18, § 1º, do CDC, no caso de o vício de qualidade não ser sanado no prazo de 30 (trinta) dias, cabe ao consumidor, independentemente de justificativa, optar pela substituição do bem, pela restituição do preço, ou pelo abatimento proporcional.
Portanto, demonstrado que findo o referido prazo, sem que o fornecedor tenha efetuado qualquer reparação aos danos gerados, dever que foi negado conforme narrativas fáticas, cabe ao consumidor a escolha de qualquer das alternativas acima mencionadas.
Desta forma, diante da necessidade urgente do produto comprado, requer a imediata substituição do produto viciado por outro da mesma espécie, dessa vez com a qualidade que é esperada.
VII. DA INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS SOFRIDOS
O direito à indenização por danos morais foi consagrado em nossa Constituição, que em seu art. 5º, inc. X irá defender:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:[...]
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Seguindo a lógica constitucional, o CDC garantiu que consumidores lesados, material ou moralmente, tivessem o direito de ser reparados da lesão sofrida, dessa forma o art. 6º, inc. VI do CDC irá dispor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: [...]
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Os fatos narrados causaram no autor imenso constrangimento e ofensa, que foi impedido de realizar negócios em decorrência da falha do fornecedor Réu. É dever da empresa, portanto, reparar os danos morais perpetrados, respeitando-se a devida proporcionalidade.
Assim, requer indenização pelos danos morais sofridos no valor de R$ [...]
Para corroborar a necessidade do Dano moral, uma jurisprudência no mesmo sentido:
DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. DETERMINAÇÃO DE COMPLEMENTAÇÃODAS CUSTAS PROCESSUAIS. DESCUMPRIMENTO. REQUERIMENTO DE DILAÇÃO DE PRAZO APÓS O TRANSCURSO DO PRAZO REGULAR. IMPOSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE CIVIL. NA DEMORA DA ASSISTENCIA AO CONSUMIDOR. DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. MANUTENÇÃO DO VALOR ARBITRADO PELO JUÍZO DE ORIGEM.1. Nos termos
do parágrafo único do art. 139 do CPC/15, as dilações de prazo apenas podem ser determinadas antes de encerrado o prazo regular.2. Tendo o agravante se manifestado sobre a impossibilidade de efetuar a complementação das custas processuais no prazo estipulado, pugnando por sua dilação, apenas após três dias do seu transcurso integral, resta inviabilizada a concessão. 3. A indenização em face do dano moral tem caráter ressarcitório e punitivo-pedagógico. De um lado, visa reparar, ainda que de forma paliativa, a angústia experimentada pelo lesado. De outro, objetiva impulsionar o ofensor a cercar-se de novos cuidados a fim de não mais incidir em condutas ilícitas da mesma natureza, vale dizer, visa impedir a repetição de fatos idênticos ou assemelhados. 4. À míngua de critérios estritamente objetivos definidos em Lei para a fixação da indenização por dano moral, o valor arbitrado pelo juiz a quo, quando não seja vil ou exorbitante, deve ser mantido.5. O arbitramento da indenização por dano moral em R$ 4.000,00 (quatro mil reais), em razão da demora na assistência e negativa em troca de um novo produto, atende aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e, ainda, ao caráter punitivo-pedagógico da reprimenda. (TJPE, Agravo 40000291-07.2016.8.17.0740, Relator(a): Fábio Eugênio Dantas de Oliveira Lima, 2ª Câmara Cível, Julgado em 29/05/2019, publicado em 06/06/2019).
Visto que, o dano moral ao cliente, não vem para o enriquecimento sem causa, mas para evitar que novos erros e para que novos clientes sofram o mesmo dano. Em virtude da posição de elo mais fraco na relação de consumo.
As doutrinas dos autores; Ferraz de Arruda e Augusto Zenun vêm para embasar, o sentido da pena aplicada ao fornecedor:
“doutrina majoritária defende que a reparação do dano moral é uma compensação, e não um ressarcimento. Essa compensação tem duas funções: expiatória e satisfatória. A expiação está relacionada ao responsável pelo dano e atribui à compensação o caráter de pena.”
Nesse sentido, a compensação tem caráter punitivo para o lesionador, que sofre um prejuízo material. Para outros, porém, a função expiatória da compensação não visa punir o responsável, mas faz parte de um mecanismo de educação para o desenvolvimento das relações sociais; é um corretivo marcante. A função satisfatória, por sua vez, está relacionada à vantagem proporcionada ao ofendido para que tenha condições de arcar com derivativos. (diz Augusto Zenun.) 
VIII. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Demonstrada a relação de consumo, resta consubstanciada a configuração da necessária inversão do ônus da prova, conforme disposição expressa do Código de Defesa do Consumidor:
A inversão do ônus da prova tem fundamento na impossibilidade ou grande dificuldade em obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova implementada pelo Novo Código de Processo Civil, em seu art. 373, § 1º.
Trata-se da efetiva aplicação do Princípio da Isonomia, segundo o qual, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, observados os limites de sua desigualdade.
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, indispensável a concessão do direito à inversão do ônus da prova, que desde já requer.
IX. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Conforme dispõe nosso Código processual, a tutela de urgência será concedida quando se ‘’houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo’’ (art. 300, CPC).
No caso em apreço, a probabilidade do direito se encontra fundado na própria norma consumerista que opta ao consumidor o exercício do direito de troca quando da incapacidade do fornecedor em dar as condições esperadas ao bem adquirido.
O Perigo de dano existe no fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, no que diz respeito aos interesses da parte autora, que ficará sem usufruir do bem comprado, levando-se em considerações que a parte autora comprou o ar-condicionado com o objetivo de mitigar o calor escaldante que estamos sofrendo nesse verão, lhe dando maior qualidade de vida.
O ar-condicionado adquirido possui caráter essencial. Pagou caro por um produto que esperava funcionar de forma adequada. A concessão da tutela de urgência para que a demandada, de forma imediata, realize a troca do produto é medida que se impõe para manutenção da dignidade do consumidor-autor.
X. DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
a) a citação do réu para, querendo, contestar a presente ação;
b) a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, CDC;
c) a concessão da tutela de urgência para compelir o demandado a proceder com a substituição do produto notadamente viciado e sem qualidade;
d) no mérito, a confirmação do conteúdo da tutela de urgência em todos os seus termos, transformando-a em decisão de caráter definitivo;
e) ainda no mérito, indenização pelos danos morais sofridos no importe de..
XI. DAS PROVAS:
Protesta por todas as produções de provas em direito admitidas, mormente, provas documentais.
XII. VALOR DA CAUSA:
Valor da causa 11.500,00 dano morais + valor do produto
Local, data.
Advogado/ OAB

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