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Fundamentos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais

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Introdução à 
Proteção de Dados Pessoais 
 
 
 
 
Módulo 1 
Fundamentos da LGPD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO DE 
CONTEÚDO 
 
Histórico de Versões 
 
Data Versão Descrição Autor 
14/08/2021 1.0 
Primeira versão do módulo 1 que apresenta os 
fundamentos da LGPD 
Julierme Rodrigues 
da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 4 
1 – FUNDAMENTOS DA LGPD 4 
1.1 – O que é dado pessoal 5 
1.1.1 – Diferenças entre dado pessoal e dado pessoal sensível 5 
1.1.2 – Por que informações como CPF e endereço são dados pessoais? 10 
1.2 – Agentes de tratamento e o encarregado 11 
1.2.1 – Papel de controlador e operador 11 
1.2.2 – Encarregado 16 
1.3 – Direitos do Titular dos dados pessoais 19 
1.3.1 – Direitos dos titulares de dados que decorrem dos princípios 19 
1.3.2 – Direitos específicos do titular 20 
1.3.3 – Meios para exercício dos direitos do titular perante a administração 23 
1.4 – Abrangência de aplicação do tratamento de dados pessoais 24 
1.4.1 – Hipóteses do tratamento de dados pessoais 24 
1.4.2 – O tratamento de dados de crianças e adolescentes 27 
1.4.3 – Dados pessoais compartilhados com órgãos de pesquisa 28 
1.5 – Necessidade de proteção dos dados pessoais 30 
1.5.1 – Privacidade desde a Concepção 31 
1.5.2 – Privacidade por Padrão 35 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37 
 
 
4 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 
Sejam bem-vindo(s) e bem-vinda(s) ao curso de Introdução à Proteção de Dados 
Pessoais promovido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). 
Este curso representa ação de sensibilização destinadas aos nossos colaborares 
como resultado das várias medidas que a Rede Ebserh tem realizado a fim de promover 
o conhecimento e a conformidade do tratamento de dados pessoais no âmbito 
institucional em relação à Lei 13709, de 14 de agosto de 2018 denominada como Lei 
Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD. 
A expectativa é que ao final deste treinamento nossos colaboradores sejam 
capazes de compreender aspectos fundamentais da LGPD, entender o ciclo de vida de 
tratamento de dados pessoais e adotar comportamentos seguros no tratamento dos 
dados pessoais. 
 
1 – FUNDAMENTOS DA LGPD 
Neste módulo trataremos sobre: 
❖ a distinção entre dado pessoal e dado pessoal sensível; 
❖ entendimento de quem é o controlador e o operador por meio de 
definições e exemplos práticos; 
❖ identificação do papel do encarregado; 
❖ os direitos dos titulares dos dados pessoais; e 
❖ aspectos específicos do tratamento de dados pessoais que envolvem a 
abrangência de aplicação do tratamento de dados pessoais. 
Nas próximas seções são apresentados tópicos fundamentais relativos à LGPD 
essenciais para conhecimento introdutório dessa Lei. 
 
5 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
1.1 – O que é dado pessoal 
 
Vivemos em um mundo movido a dados. A 
maioria das transações e interações que 
são realizadas com as instituições públicas 
ou privadas envolvem a utilização de dados 
pessoais. 
Com a promulgação da LGPD, tal utilização 
deve ser amparada por hipóteses de tratamento específicas e respeitar os direitos dos 
titulares dos dados. Por isso, é fundamental 
compreender o que é dado pessoal e dado 
pessoal sensível a fim de realizar o tratamento desses dados de acordo com o 
preconizado pela LGPD. 
 
1.1.1 – Diferenças entre dado pessoal e dado pessoal sensível 
 
DADO PESSOAL 
Inicialmente, vamos identificar o conceito de dado pessoal constante do inciso I 
do art. 5º da LGPD. 
 
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: 
 
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável; 
 
 Considerando esse conceito, dado pessoal é qualquer informação relacionada 
a uma pessoa natural identificada ou identificável. Os termos “identificada” e 
“identificável” adotados pelo inciso citado acima significam que o dado pessoal é 
associado de forma direta ou indireta como explicitado a seguir. 
 Identificada: significa que a ligação ou associação ao indivíduo é feita de forma 
direta, como pelo tratamento de seu nome completo ou sua foto. 
Figura 1 Fonte: 
https://www.serpro.gov.br/lgpd/menu/protecao-de-
dados/dados-pessoais-lgpd 
6 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Identificável: a ligação ou associação é indireta, e um processo de cruzamento 
de dados pode ser necessário para a identificação. Isto contudo não elimina a 
caracterização do dado como dado pessoal. É o caso de identificadores como, por 
exemplo, o RG, CPF, o endereço, carteira de trabalho; passaporte; título de eleitor e o 
telefone de uma pessoa natural. 
Importante 
Dados eletrônicos que possibilitem identificar, direta ou indiretamente, uma 
pessoa natural também são considerados dados pessoais. Exemplo: endereço IP e 
cookies. 
Para saber mais sobre categorias e tipos de dados pessoais, recomendamos a 
leitura do Anexo do Guia de Elaboração de Inventário de Dados Pessoais1. 
Lembrando que um dado para ser considerado como pessoal deve estar ligado 
ou associado à uma pessoa natural. 
Outro conceito importante de ser considerado é o do titular previsto pelo inciso 
V do art. 5º. 
 
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: 
 
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento; 
 
Importante 
Na Rede Ebserh o conceito de titular foi expandido a fim de refletir a realidade 
de tratamento de dados pessoais na instituição. 
Segundo a Política de Proteção de Dados Pessoais da Ebserh (Art. 2º, XIII), 
considera-se como titular a pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que 
são objeto de tratamento tais como: 
 
1 Guia de Elaboração de Inventário de Dados Pessoais, disponível em: <https://www.gov.br/governodigital/pt-
br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_inventario_dados_pessoais.pdf> 
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_inventario_dados_pessoais.pdf
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_inventario_dados_pessoais.pdf
7 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
a. pacientes, seus responsáveis legais e acompanhantes; 
b. estudantes, estagiários, residentes, professores e pesquisadores; 
c. empregados, servidores que se encontrem desempenhando suas atividades 
na Rede Ebserh e ocupantes de cargos de confiança, e seus dependentes; 
d. profissionais de empresas terceirizadas, colaboradores em geral e todos 
aqueles que, de forma individual ou coletiva, por força de lei, contrato ou qualquer 
outro ato jurídico, atuam na prestação de serviços à Rede Ebserh, de natureza 
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, direta 
ou indiretamente; e 
e. outras pessoas que tiverem seus dados pessoais sob os cuidados, ainda que 
temporariamente, da Rede Ebserh, seja da Administração Central ou dos Hospitais 
Universitários Federais (HUFs). 
Deste ponto em diante, vamos adotar o termo titular dos dados pessoais 
quando referirmos ao titular previsto pelo inciso XIII do art. 2º da Política de Proteção 
de Dados Pessoais da Ebserh. 
 
DADO PESSOAL SENSÍVEL 
O conceito de dado pessoal sensível encontra-se previsto pelo inciso II do art. 5º 
da LGDP. 
 
 
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: 
 
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, 
opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, 
dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma 
pessoa natural; 
 
A LGPD fez essa diferenciação entre dado pessoal e dado pessoal sensível com 
a finalidadede promover uma proteção especial para os dados sensíveis. Isso se deve 
8 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
ao fato de que o uso ou divulgação indevida de dados sensíveis pode levar a que 
terceiros adotem ações discriminatórias contra o titular de tais dados. 
Importante 
Dentre o indicado pela LGPD como dado pessoal sensível, encontra-se dado 
pessoal referente à saúde ou à vida sexual. 
A Rede Ebserh e seus colaboradores têm uma responsabilidade enorme no 
sentido de preservar a privacidade da expressiva quantidade de dados sensíveis 
referentes à saúde ou à vida sexual dos pacientes que são tratados nas atividades de 
suas unidades. 
No caso de atendimento ao público realizado pela Rede Ebserh para tratamento 
de saúde, são coletados dados pessoais (CPF, endereço, etc.) e dados sensíveis do 
paciente (CID-10, procedimentos, medicações, etc.), o qual é o titular dos dados 
pessoais tratados. Na realização desse tipo de atendimento também são tratados 
dados pessoais de médicos, enfermeiros, acompanhantes, etc. 
Com o objetivo de facilitar o entendimento dos tipos de dados pessoais que são 
tratados no atendimento ao público para tratamento de saúde, são apresentados os 
exemplos a seguir. 
Exemplo 1: Consulta médica eletiva (agendada) realiza tratamento de: dados 
pessoais do paciente como CPF, Nome, data de nascimento e telefone de contato; e 
dados pessoais sensíveis do paciente como data da consulta, CID 10, prescrição de 
medicamentos. 
Exemplo 2: Internação clínica ou cirúrgica realiza tratamento de: dados 
pessoais do paciente como CPF, Nome do Paciente, data de nascimento, 
telefone de contato, endereço; dados pessoais do responsável pelo paciente 
e/ou acompanhante como nome, endereço, telefone de contato; e dados 
pessoais sensíveis do paciente como data da internação, data da alta, CID 10, 
9 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
códigos dos procedimentos realizados (cirurgias, exames laboratoriais e de 
imagem), materiais e medicamentos prescritos. 
Importante 
Cumpre destacar que a privacidade dos dados pessoais dos colaboradores da 
Rede Ebserh tratados pelos processos internos de gestão de pessoas também deve ser 
preservada. 
Como exemplo citamos que os processos internos de gestão de pessoas trata 
tanto dados pessoais como CPF, nome, endereço, data de nascimento, nome do pai, 
nome da mãe, sexo, dados bancários, etc. quanto dados sensíveis como dados de 
atestados médicos (data, CID 10, dias de afastamento) dos colaboradores. 
Por fim, é importante ressaltar que dado para ser considerado pessoal deve 
estar associado diretamente ou indiretamente a um titular de dados. Exporemos dois 
exemplos a seguir demonstrando um contexto na Figura 2 no qual o CID-10 é um dado 
pessoal sensível e outro contexto na Figura 3 em o CID-10 não é considerado dado 
pessoal. 
Relatório de Pacientes em Internação com CID-10 = U07.1 Diagnóstico de Covid-19 
Nº Prontuário Nome do Paciente Data Internação 
150152 Fulano de Tal 02/08/2021 
150160 Beltrano Watss 06/08/2021 
150167 Ciclano Hertz 10/08/2021 
Figura 2 Exemplo de relatório de pacientes atualmente internados com Covid-19 
Na Figura 2, constatamos que o CID-10 de identificação “U07.1” é um dado 
associado ao paciente e por isso foi possível listar os três pacientes que atualmente 
estão internados com Covid-19. Desse modo, conforme previsto pelo inciso II do art. 
5º, o CID-10 por ser dado referente à saúde é considerado como dado pessoal sensível. 
Listagem de CID-10 cadastrados para diagnóstico de Covid-19 
Código Descrição 
U07 COVID-19 
U07.1 DIAGNÓSTICO DE CORONA VÍRUS IDENTIFICADO POR EXAMES LABORATORIAIS 
U07.2 VÍRUS NÃO IDENTIFCADO, CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO 
Figura 3 Exemplo de listagem de CID-10 cadastrados para diagnóstico de Covid-19 
10 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
O exemplo da Figura 3 simplesmente lista os códigos da tabela de CID-10 
cadastrados para diagnóstico de Covid-19 sem qualquer tipo de associação a um 
paciente e por isso o CID-10 mesmo sendo um dado referente à saúde não é 
considerado como dado pessoal sensível. 
Após a explanação sobre a identificação de dados pessoais e dados pessoais 
sensíveis, veremos na próxima seção explanação sobre os elementos que determinam 
CPF e endereço como dado pessoal. 
 
1.1.2 – Por que informações como CPF e endereço são dados pessoais? 
 
Neste tópico, abordaremos os elementos que caracterizam informações tais 
quais CPF e endereço como dados pessoais. Tais elementos são compostos por: 
“Informação”; “Relacionada a”; “Pessoa Natural”; e “Identificada ou Identificável”. Os 
referidos elementos são descritos na tabela abaixo. 
Conforme a LGPD, art. 5º, I, dado pessoal é a informação relacionada a pessoa natural 
identificada ou identificável. Este conceito é composto por quatro elementos: 
Elementos do 
dado pessoal 
Informação 
Pode ter natureza objetiva (ex. idade) ou subjetiva (ex. 
o 
devedor X é confiável). 
Relacionada a 
Um dado pode ser considerado relacionado a um 
indivíduo se ele diz respeito a um dos seguintes 
critérios: 
(i) se relaciona a um conteúdo sobre o indivíduo; 
(ii) tem a finalidade de avaliar um indivíduo ou seu 
comportamento; ou 
(iii) tem um impacto sobre interesses ou direitos do 
indivíduo. 
Pessoa Natural 
Para ser pessoal, a informação deve estar relacionada 
a 
um indivíduo humano. 
Identificada ou 
Identificável 
“Identificada” significa que a ligação ao indivíduo é feita 
de forma direta, como pelo tratamento de seu nome 
completo ou sua foto. Como “identificável”, a ligação é 
indireta, e um processo de cruzamento de dados pode 
ser necessário para a identificação. Isto contudo não 
elimina a caracterização do dado como dado pessoal. 
É o caso de identificadores como o RG, CPF, o endereço 
e o telefone de uma pessoa natural. 
Tabela 1 Por que informações como CPF e endereço são dados pessoais? 
11 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Com base nesses quatros elementos é possível identificar de forma mais 
facilitada quais dados podem ser considerados como dados pessoais. 
 
1.2 – Agentes de tratamento e o encarregado 
 
É muito importante ter a compreensão do papel dos agentes de tratamento e 
do encarregado, pois eles são atores fundamentais no tratamento de dados pessoais 
realizados no âmbito institucional. 
 
1.2.1 – Papel de controlador e operador 
 
 No âmbito da LGPD, o tratamento dos dados pessoais pode ser realizado por 
dois agentes de tratamento, o Controlador e o Operador: 
• O Controlador é definido pela Lei como a pessoa natural ou jurídica, de 
direito público ou privado, a quem competem as decisões referentes ao 
tratamento de dados pessoais, tais como as finalidades e os meios do 
tratamento (LGPD, art. 5º, VI). No âmbito da Administração Pública, o 
Controlador será a pessoa jurídica do órgão ou entidade pública sujeita à Lei, 
representada pela autoridade imbuída de adotar as decisões acerca do 
tratamento de tais dados. 
• O Operador é a pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que 
realiza o tratamento de dados pessoais em nome do controlador (LGPD, art. 
5º, VII), aí incluídos agentes públicos no sentido amplo que exerçam tal 
função, bem como pessoas jurídicas diversas daquela representada pelo 
Controlador, que exerçam atividade de tratamento no âmbito de contrato 
ou instrumento congênere. 
Além desses agentes de tratamento, a Autoridade Nacional de Proteção de 
Dados (ANPD) definiu dois novos atores de tratamento de dados pessoais, 
conforme pode ser constatado no “Guia Orientativo para Definições dos 
12 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Agentes de Tratamento de Dados Pessoais e do Encarregado”2.Os dois novos 
atores são o Controlador Conjunto e o Suboperador. 
• Controlador Conjunto: determinação conjunta, comum ou convergente, por 
dois ou mais controladores, das finalidades e dos elementos essenciais para 
a realização do tratamento de dados pessoais, por meio de acordo que 
estabeleça as respectivas responsabilidades quanto ao cumprimento da 
LGPD. 
• Suboperador: é aquele contratado pelo operador para auxiliá-lo a realizar o 
tratamento de dados pessoais em nome do controlador. 
Importante 
Verifica-se a existência de controladoria conjunta quando os seguintes critérios 
forem observados: 
1. Mais de um controlador possui poder de decisão sobre o tratamento de 
dados pessoais; 
2. Há interesse mútuo de dois ou mais controladores, com base em finalidades 
próprias, sobre um mesmo tratamento; e 
3. Dois ou mais controladores tomam decisões comuns ou convergentes sobre 
as finalidades e elementos essenciais do tratamento. 
Abaixo, com base no “Guia Orientativo para Definições dos Agentes de 
Tratamento de Dados Pessoais e do Encarregado”1 publicado pela ANPD, 
apresentaremos exemplos de Controlador, Operador, Controlador Conjunto e 
Suboperador. 
 
 
2 Disponível em: < https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/2021.05.27GuiaAgentesdeTratamento_Final.pdf > 
https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/2021.05.27GuiaAgentesdeTratamento_Final.pdf
13 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Exemplos de Controlador. 
Exemplo 1: Médica profissional liberal. 
Uma médica, profissional liberal, armazena os prontuários e os demais dados 
pessoais de seus pacientes no computador de seu consultório. A médica, pessoa 
natural, é a controladora dos dados pessoais. 
Exemplo 2: Médica empregada de um hospital. 
Uma médica é empregada de um hospital, constituído sob a forma de 
associação civil sem fins lucrativos. Nessa condição, atua como principal 
representante do hospital junto a um serviço de armazenamento de dados de 
pacientes em nuvem, inclusive assinando os contratos correspondentes. O hospital, 
isto é, a associação civil, pessoa jurídica de direito privado, é o controlador no 
exemplo em questão. A médica, por atuar sob o poder diretivo da organização, não 
se caracteriza como agente de tratamento. 
 
Controlador Conjunto. 
Exemplo: Campanha de marketing de empresas: decisões comuns. 
As empresas ARGENTINA e BRASIL lançaram um produto de marca conjunta 
COSMÉTICO e desejam organizar um evento para promover este produto. Para esse 
fim, decidem compartilhar dados de seus respectivos clientes e banco de dados de 
clientes potenciais e decidir sobre a lista de convidados para o evento com base 
nesses dados. Eles também concordam sobre as modalidades de envio dos convites 
para o evento, como coletar feedback durante os eventos e sobre as ações de 
marketing de acompanhamento. Por fim, contratam a agência de marketing 
DINAMARCA para executar a campanha. A agência traz sugestões de como os clientes 
poderiam ser mais bem alcançados e define os canais, ferramentas e produtos da 
campanha. 
14 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
As empresas ARGENTINA e BRASIL podem ser consideradas controladores 
conjuntos para o tratamento de dados pessoais relacionados com a organização do 
evento e promoção do produto da marca COSMÉTICO, por terem definido, em 
conjunto, a finalidade e os elementos essenciais dos dados tratados nesse contexto. 
Já a agência de marketing DINAMARCA atuará como operadora de dados para as 
empresas ARGENTINA e BRASIL. Ainda que opine sobre os meios de tratamento, ela 
não é a responsável pela tomada de decisão final, limitando-se a definir elementos 
não essenciais como os canais, ferramentas e produtos da campanha. Caso a agência 
de marketing DINAMARCA contrate serviços de terceiros de armazenamento de 
dados em nuvem, por exemplo, essa empresa prestadora de serviços será 
caracterizada como suboperadora. 
 
Operador. 
Exemplo: Call center. 
A empresa XRAY tem sob sua responsabilidade os dados de seus clientes e 
repassa para uma empresa terceirizada de call center, ZULU, que recebe as 
informações. A empresa XRAY é a controladora e o call center terceirizado ZULU, será 
o operador, que executará o tratamento de dados dos clientes a mando da empresa 
XRAY. 
 
Importante 
Servidores públicos, empregados públicos ou colaboradores da instituição não 
são considerados como Agentes de Tratamento (Controlador, Controlador Conjunto, 
Operador e Suboperador) de dados pessoais. Observe o exemplo a seguir. 
 
15 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Exemplo: Servidores públicos. 
Uma autarquia, entidade da administração pública indireta, com 
personalidade jurídica própria, deseja utilizar um novo software para aprimorar o 
gerenciamento dos funcionários da instituição. Para isso, a Secretaria de Gestão 
Corporativa da entidade delega à Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) a tarefa de 
determinar os meios pelos quais este software será implementado. Após algumas 
reuniões, a DGP decide pela contratação da empresa terceirizada SIERRA para 
desenvolver o software em parceria com a equipe interna da Diretoria de Tecnologia 
da Informação (DTI). 
Embora a delegação de decisão quanto aos meios para a DGP possa sugerir 
que essa diretoria atue como operadora de dados, esta não é a análise correta: como 
a DGP é uma unidade administrativa da autarquia, a delegação interna não altera o 
papel do agente de tratamento., uma vez que, como exposto, o operador será 
sempre pessoa distinta do controlador. O mesmo raciocínio se aplica para a DTI. 
Desse modo, a autarquia será a controladora de dados e a empresa SIERRA será a 
operadora de dados. A Secretaria e as Diretorias, assim como os seus respectivos 
servidores, são apenas unidades organizacionais do ente controlador de dados, 
razão pela qual não se caracterizam como agentes de tratamento. 
 
Exemplo de Suboperador. 
Exemplo: Subcontratação de serviço de armazenamento em nuvem. 
A empresa ALPHA deseja contratar uma pesquisa de mercado para alavancar 
suas vendas. Para isso, contrata a empresa de pesquisas BRAVO, que envia os 
resultados para a empresa ALPHA. 
Com a autorização da empresa ALPHA, a empresa BRAVO contrata os serviços 
de armazenamento em nuvem da empresa CHARLIE. 
16 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
A empresa ALPHA pode ser considerada controladora pois verifica-se que 
foram cumpridos os seguintes requisitos: i) a empresa A teve poder decisório em 
relação ao tratamento de dados; ii) os elementos essenciais do tratamento foram 
definidos pela empresa A: finalidade, titulares (por exemplo mulheres da faixa etária 
de 20 a 30 anos, residentes em Brasília/DF), tipos de dados (por exemplo nome, 
idade, endereço, preferência alimentar) etc. 
Ainda que possa decidir quanto às técnicas a ser empregadas no processo de 
tratamento de dados para gerar os resultados da pesquisa, a empresa de pesquisas 
BRAVO realiza os tratamentos de dados de acordo com a finalidade e as instruções 
determinadas pela empresa ALPHA, atuando, portanto, como operadora. 
A empresa CHARLIE atua conforme diretrizes da empresa BRAVO e seria, 
portanto, suboperadora. É recomendável que BRAVO obtenha autorização formal de 
ALPHA para a subcontratação de CHARLIE. 
 
1.2.2 – Encarregado 
 
Além dos agentes de tratamento, outro ator essencial para o adequado 
cumprimento da LGPD é o encarregado, definido pelo art. 5º, VIII, da LGPD como a 
pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de comunicação 
entre o controlador, os titulares dos dados e a ANPD. 
Em seguida, serão destacados alguns elementos das orientações relativas ao 
encarregado constantes do “Guia Orientativo para Definiçõesdos Agentes de 
Tratamento de Dados Pessoais e do Encarregado”1 organizado pela ANPD. 
Conforme o artigo 41 da LGPD, o controlador de dados deverá indicar um 
encarregado pelo tratamento de dados pessoais. O encarregado é o indivíduo 
responsável por garantir a conformidade de uma organização, pública ou privada, à 
LGPD. 
 
17 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
 
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais. 
 
O artigo 41 da LGPD não faz distinção quanto a instituições públicas ou privadas 
e por isso é importante que ambas estejam cientes da sua obrigação de indicar um 
encarregado de dados. A esse respeito, o art. 23, III, reforça a necessidade de um 
encarregado ser indicado por órgãos e entidades públicas. 
 
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito público referidas no 
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à 
Informação) , deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução 
do interesse público, com o objetivo de executar as competências legais ou cumprir as 
atribuições legais do serviço público, desde que: 
[...] 
III - seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados 
pessoais, nos termos do art. 39 desta Lei; e 
 
A LGPD também não distingue se o encarregado deve ser pessoa física ou 
jurídica, e se deve ser um funcionário da organização ou um agente externo. 
Considerando as boas práticas internacionais, o encarregado poderá ser tanto um 
funcionário da instituição quanto um agente externo, de natureza física ou jurídica. 
Recomenda-se que o encarregado seja indicado por um ato formal, como um contrato 
de prestação de serviços ou um ato administrativo. 
Importante 
A LGPD não proíbe que o encarregado seja apoiado por uma equipe de proteção 
de dados. Ao contrário, considerando as boas práticas, é importante que o encarregado 
tenha recursos adequados para realizar suas atividades, o que pode incluir recursos 
humanos. Outros recursos que devem ser considerados são tempo (prazos 
apropriados), finanças e infraestrutura. 
 
18 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
De acordo com o § 2º do art. 41, o encarregado possui as seguintes atribuições: 
• aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar esclarecimentos 
e adotar providências; 
• receber comunicações da autoridade nacional e adotar providências; 
• orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das práticas 
a serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e 
• executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou 
estabelecidas em normas complementares. 
Por agir como um ponto de contato com os titulares de dados e a ANPD, é 
importante que os detalhes de contato do encarregado de dados estejam facilmente 
acessíveis, nos termos do § 1º do art. 41 da LGPD. 
 
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais. 
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarregado deverão ser divulgadas 
publicamente, de forma clara e objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. 
 
Importante 
A Administração Central definiu que o ouvidor de cada instituição da Rede 
Ebserh desempenhará o papel de encarregado pelo tratamento de dados pessoais. 
Os dados de contato do encarregado devem ser divulgados no sítio institucional. 
Diante esse cenário, ressalte-se que não há necessidade, tendo em vista a 
ausência de previsão legal ou regulamentar, de comunicação ou de registro da 
identidade e das informações de contato do encarregado perante a ANPD. 
Nas próximas seções, destacaremos as principais orientações sob os temas a 
serem abordados de acordo com o previsto pelo “Guia de Boas Práticas LGPD”3 
organizado pelo Comitê Central de Governança de Dados. 
 
 
3 Disponível em: < https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-de-boas-praticas-
lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd > 
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd
19 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
1.3 – Direitos do Titular dos dados pessoais 
 
A LGPD estabeleceu uma estrutura legal que empodera os titulares de dados 
pessoais, fornecendo-lhes direitos a serem exercidos perante os controladores de 
dados. Esses direitos devem ser garantidos durante toda a existência do tratamento 
dos dados pessoais do titular realizado pelo órgão ou entidade. 
 
1.3.1 – Direitos dos titulares de dados que decorrem dos princípios 
 
A LGPD apresenta diretos dos titulares de dados, que são decorrentes dos 
princípios estabelecidos pelo art. 6º da LGPD, os quais estão destacados na tabela 
abaixo. 
DIREITOS DOS TITULARES DE DADOS QUE 
DECORREM DOS PRINCÍPIOS 
PRINCÍPIO 
CORRESPONDENTE 
REFERÊNCIA 
LEGISLATIVA 
(LGPD) 
Direito ao tratamento adstrito aos propósitos 
legítimos, específicos, explícitos e informados ao 
titular, sem possibilidade de tratamento posterior 
de forma incompatível com essas finalidades. 
Finalidade Art. 6º, I 
Direito ao tratamento adequado, compatível com 
as finalidades informadas ao titular, de acordo com 
o contexto do tratamento. 
Adequação Art. 6º, II 
Direito à limitação do tratamento ao mínimo 
necessário para a realização de suas finalidades, 
com 
abrangência dos dados pertinentes, proporcionais 
e não excessivos em relação às finalidades do 
tratamento. 
Necessidade Art. 6º, III 
Direito à consulta facilitada e gratuita sobre a 
forma e a duração do tratamento, bem como sobre 
a integralidade de seus dados pessoais. 
Livre acesso Art. 6º, IV 
Direito à exatidão, clareza, relevância e atualização 
dos dados, de acordo com a necessidade para o 
cumprimento da finalidade de seu tratamento. 
Qualidade dos 
dados 
Art. 6º, V 
Direito a informações claras, precisas e facilmente 
acessíveis sobre a realização do tratamento e os 
respectivos agentes de tratamento, observados os 
segredos comercial e industrial. 
Transparência Art. 6º, VI 
20 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Direito à segurança dos dados, ao qual se 
contrapõe o dever, por parte dos agentes de 
tratamento, 
de utilização de medidas técnicas e administrativas 
aptas a proteger os dados pessoais de acessos 
não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas 
de destruição, perda, alteração, comunicação ou 
difusão. 
Segurança Art. 6º, VII 
Direito à adequada prevenção de danos, ao qual se 
contrapõe o dever, por parte dos agentes de 
tratamento, de adoção de medidas para prevenir a 
ocorrência de danos em virtude do tratamento de 
dados pessoais. 
Prevenção Art. 6º, VIII 
Direito de não ser discriminado de forma ilícita ou 
abusiva. 
Não discriminação Art. 6º, IX 
Direito de exigir a adequada responsabilização e a 
prestação de contas por parte dos agentes de 
tratamento, ao qual se contrapõe o dever, por 
parte destes, de adoção de medidas eficazes e 
capazes 
de comprovar a observância e o cumprimento das 
normas de proteção de dados pessoais. 
Responsabilização e 
prestação de contas 
Art. 6º, X 
Tabela 2 Direitos dos titulares de dados que decorrem dos princípios da LGPD 
 
1.3.2 – Direitos específicos do titular 
 
Além dos direitos dos titulares de dados que são decorrentes do art. 6º da LGPD, 
a Lei apresenta diretos específicos dos titulares de dados, que são destacados na tabela 
a seguir. 
DIREITOS ESPECÍFCOS DOS TITULARES DE DADOS PESSOAIS 
REFERÊNCIA 
LEGISLATIVA 
(LGPD) 
Direito de condicionar o tratamento de dados ao prévio consentimento 
expresso,inequívoco e informado do titular, salvo as exceções legais. 
Arts. 7º, I, e 8º 
Direito de exigir o cumprimento de todas as obrigações de tratamento 
previstas na lei, mesmo para os casos de dispensa de exigência de 
consentimento. 
Art. 7º, § 6º 
Direito à inversão do ônus da prova quanto ao consentimento. Art. 8º, § 2º 
Direito de requerer a nulidade de autorizações genéricas para o tratamento 
de dados pessoais. 
Art. 8º, § 4º 
Direito de requerer a nulidade do consentimento caso as informações 
fornecidas ao titular tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou, ainda, não 
Art. 9º, § 1º 
21 
 
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Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
tenham sido apresentadas previamente com transparência, de forma clara 
e inequívoca. 
Direito de requerer a revogação do consentimento a qualquer tempo, 
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gratuito e 
facilitado. 
Art. 8º, § 5º 
Direito de revogar o consentimento caso o titular discorde das alterações 
quanto ao tratamento de dados, seja na finalidade, forma e duração do 
tratamento, alteração do controlador ou compartilhamento. 
Arts. 8º, § 6º e 
9º, § 2º 
Direito de acesso facilitado ao tratamento de dados, cujas informações 
devem ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de 
(entre outras): finalidade específica do tratamento; forma e duração do 
tratamento, observados os segredos comercial e industrial; identificação do 
controlador; informações de contato do controlador; informações acerca do 
uso compartilhado de dados pelo controlador; finalidade, responsabilidades 
dos agentes que realizarão o tratamento e direitos do titular, com menção 
explícita aos direitos contidos no art. 18 
Art. 9º 
Direito de ser informado sobre aspectos essenciais do tratamento de dados, 
com destaque específico sobre o teor das alterações supervenientes no 
tratamento. 
Art. 8º, § 6º 
Direito de ser informado, com destaque, sempre que o tratamento de dados 
pessoais for condição para o fornecimento de produto ou de serviço, ou, 
ainda, para o exercício de direito, o que se estende à informação sobre os 
meios pelos quais o titular poderá exercer seus direitos. 
Art. 9º, § 3º 
Direito de ser informado sobre a utilização dos dados pela administração 
pública para os fins autorizados pela lei e para a realização de estudos por 
órgão de pesquisa. 
Art. 7º, III e IV 
c/c 
art. 7º, § 1º 
Direito de que o tratamento de dados pessoais cujo acesso é público esteja 
adstrito à finalidade, à boa-fé e ao interesse público que justificaram sua 
disponibilização. 
Art. 7º, § 3º 
Direito de condicionar o compartilhamento de dados por determinado 
controlador que já obteve consentimento a novo e específico 
consentimento. No caso da Administração Pública Federal (APF), em que o 
tratamento é embasado nas hipóteses de dispensa de consentimento 
original, o compartilhamento demandará uma nova justificativa de 
tratamento. 
Art. 7º, § 5º 
Direito de ter o tratamento de dados limitado ao estritamente necessário 
para a finalidade pretendida quando o tratamento for baseado no legítimo 
interesse do controlador. 
Art. 10, § 1º 
Direito à transparência do tratamento de dados baseado no legítimo 
interesse do controlador. 
Art. 10, § 2º 
Direito à anonimização dos dados pessoais sensíveis, sempre que possível, 
na realização de estudos por órgão de pesquisa. 
Art. 11, II, c 
Direito de ter a devida publicidade em relação às hipóteses de dispensa de 
consentimento para: tratamento de dados sensíveis no cumprimento de 
obrigação legal ou regulatória pelo controlador; ou tratamento 
compartilhado de dados necessários à execução, pela administração 
pública, de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos. 
Art. 11, § 2º 
22 
 
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Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Direito de impedir a comunicação ou o uso compartilhado entre 
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde, com o 
objetivo de obter vantagem econômica (exceto nos casos de portabilidade 
de dados quando consentido pelo titular). 
Art. 11, § 4º 
Direito de que os dados pessoais sensíveis utilizados em estudos de saúde 
pública sejam tratados exclusivamente dentro do órgão de pesquisa e 
estritamente para a finalidade de realização de estudos e pesquisas e 
mantidos em ambiente controlado e seguro, conforme práticas de 
segurança previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que 
possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como 
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e pesquisas. 
Art. 13 
Direito de não ter dados pessoais revelados na divulgação dos resultados ou 
de qualquer excerto do estudo ou da pesquisa sobre saúde pública. 
Art. 13, § 1º 
Direito de não ter dados pessoais utilizados em pesquisa sobre saúde 
pública transferidos a terceiros pelo órgão de pesquisa. 
Art. 13, § 2º 
Direito ao término do tratamento, quando verificado que: (i) a finalidade foi 
alcançada ou que os dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao 
alcance da finalidade específica almejada; (ii) houve o fim do período de 
tratamento; (iii) houve comunicação do titular, inclusive no exercício de seu 
direito de revogação do consentimento, conforme disposto no § 5º do art. 8º 
da Lei e resguardado o interesse público; ou (iv) por determinação da 
autoridade nacional, quando houver violação ao disposto na Lei. 
Art. 15 
Direito à eliminação ou ao apagamento dos dados, no âmbito e nos limites 
técnicos das atividades, sendo autorizada a conservação somente nas 
exceções legais. 
Art. 16 
Direito de confirmação da existência de tratamento. Art. 18, I 
Direito de acesso aos dados. Art. 18, II 
Direito de correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados. Art. 18, III 
Direito de anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, 
excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto nesta Lei. 
Art. 18, IV 
Direito à portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, 
mediante requisição expressa, de acordo com a regulamentação da 
autoridade nacional, observados os segredos comercial e industrial. 
Art. 18, V 
Direto à eliminação dos dados pessoais tratados com o consentimento do 
titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei. 
Art. 18, VI 
Direito à informação das entidades públicas e privadas com as quais o 
controlador realizou uso compartilhado de dados. 
Art. 18, VII 
Direito de informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento 
e sobre as consequências da negativa. 
Art. 18, VIII 
Direito de revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º desta 
Lei. 
Art. 18, IX 
Tabela 3 Direitos específicos do titular de dados pessoais 
 
23 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
1.3.3 – Meios para exercício dos direitos do titular perante a administração 
 
A LGPD cita expressamente as Leis 12.527/2011 (LAI) e 9.784/1999 (processo 
administrativo) como referência não exclusiva para o exercício dos direitos dos 
titulares. É de se repisar que, ao mesmo tempo, ela aparta os procedimentos que ela 
prevê daqueles a serem utilizados em face do poder público, ao mencionar que o 
exercício de tais direitos seria realizado por meio de legislação específica. 
Como a Lei não estabelece a observância exclusiva daquele conjunto da Lei de 
Acesso à Informação e da Lei Geral do Processo Administrativo, e considerando a 
existência de procedimentos mais benéficos ao titular para o exercício de seus direitos 
no que se refere a esse último conjunto apresentado, o mecanismo mais célere 
estabelecido pelo Código de Defesa dos Usuários de Serviços Públicos (Lei n° 
13.460/2017) poderia ser adotado como padrão para o recebimento de solicitações de 
providências e reclamações relativas ao tratamento de dados. Além da vantagemem 
termos de prazo e procedimentos padronizados, com unidades de recebimento de 
petições e reclamações padronizadas e coordenadas, a Lei 13.460/2017, 
diferentemente da Lei Geral do Processo Administrativo, tem abrangência nacional, 
permitindo melhor coordenação entre instituições públicas na defesa dos direitos dos 
titulares de dados. 
Diante do exposto e conforme comentado pela seção 2.4 do “Guia de Boas 
Práticas LGPD”, o Fala.BR4 (Figura 4) é o canal indicado para endereçamento de petições 
e reclamações do titular de dados perante a administração pública, previstas pelos 
artigos 18 e 20 da LGPD. 
 
4 Disponível em: < https://falabr.cgu.gov.br/ > 
https://falabr.cgu.gov.br/
24 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
 
Figura 4 Tela inicial do Fala.BR 
 
1.4 – Abrangência de aplicação do tratamento de dados pessoais 
 
Nesta seção, conheceremos quais são as hipóteses de tratamento de dados 
pessoais, o que a LGPD indica para tratamento de dados pessoais de crianças e 
adolescentes, bem como, o que deve ser observado para compartilhamento de dados 
pessoais com órgãos de pesquisa. 
 
1.4.1 – Hipóteses do tratamento de dados pessoais 
 
Neste momento, você pode estar se perguntando por que é necessário 
conhecer as hipóteses de tratamento de dados pessoais? 
A resposta é bem simples, os órgãos e entidades da APF devem conhecer as 
hipóteses para: 
- Analisar os casos de tratamento de dados pessoais já realizados, objetivando 
verificar se há hipótese legal que os autorize; e 
- Avaliar previamente cada novo caso de tratamento que pretenda realizar, 
identificando as hipóteses legais autorizativas aplicáveis. 
25 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
A tabela a seguir elenca resumidamente as hipóteses de tratamento autorizadas 
pela LGPD, informando, em cada caso, a base legal referente ao tratamento de dados 
pessoais em geral (Art. 7º), bem como a correspondente base legal para o tratamento 
de dados pessoais sensíveis (Art. 11). 
HIPÓTESE DE TRATAMENTO 
DISPOSITIVO LEGAL 
PARA O 
 TRATAMENTO DE 
DADOS PESSOAIS 
DISPOSITIVO 
 LEGAL PARA O 
TRATAMENTO DE 
DADOS PESSOAIS 
SENSÍVEIS 
Hipótese 1: Mediante consentimento do 
titular 
LGPD, art. 7º, I LGPD, art. 11, I 
Hipótese 2: Para o cumprimento de 
obrigação legal ou regulatória 
LGPD, art. 7º, II LGPD, art. 11, II, “a” 
Hipótese 3: Para a execução de políticas 
públicas 
LGPD, art. 7º, III LGPD, art. 11, II, “b” 
Hipótese 4: Para a realização de estudos e 
pesquisas 
LGPD, art. 7º, IV LGPD, art. 11, II, “c” 
Hipótese 5: Para a execução ou preparação 
de contrato 
LGPD, art. 7º, V Não se aplica 
Hipótese 6: Para o exercício de direitos em 
processo judicial, administrativo ou arbitral 
LGPD, art. 7º, VI LGPD, art. 11, II, “d” 
Hipótese 7: Para a proteção da vida ou da 
incolumidade física do titular ou de terceiro 
LGPD, art. 7º, VII LGPD, art. 11, II, “e” 
Hipótese 8: Para a tutela da saúde do titular LGPD, art. 7º, VIII LGPD, art. 11, II, “f” 
Hipótese 9: Para atender interesses legítimos 
do controlador ou de terceiro 
LGPD, art. 7º, IX Não se aplica 
Hipótese 10: Para proteção do crédito LGPD, art. 7º, X Não se aplica 
Hipótese 11: Para a garantia da prevenção à 
fraude e à segurança do titular 
Não se aplica LGPD, art. 11, II, “g” 
 
 A LGPD autoriza, em seu art. 23, os órgãos e entidades da administração pública 
a realizar o tratamento de dados pessoais unicamente para o atendimento de sua 
finalidade pública, na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as 
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço público, desde que as 
hipóteses de tratamento sejam informadas ao titular. 
O tratamento de dados pessoais poderá ser realizado desde que enquadrado 
em uma das hipóteses elencadas na Lei. Tais hipóteses podem ser compreendidas 
26 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
como condições necessárias para verificar se o tratamento de dados pelo controlador 
ou operador 
é permitido. 
Cumpre ressaltar que a LGPD estabelece também, em seu art. 6º, que o 
tratamento de dados pessoais deve observar a boa-fé e dez princípios fundamentais 
específicos. 
 
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes 
princípios: 
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e 
informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com 
essas finalidades; 
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de 
acordo com o contexto do tratamento; 
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas 
finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação 
às finalidades do tratamento de dados; 
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a 
duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais; 
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização 
dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu 
tratamento; 
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis 
sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os 
segredos comercial e industrial; 
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados 
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, 
alteração, comunicação ou difusão; 
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do 
tratamento de dados pessoais; 
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios 
ilícitos ou abusivos; 
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas 
eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de proteção de 
dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. 
 
Importante 
27 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
Diante do exposto, não basta apenas o enquadramento em uma das hipóteses 
legais autorizativas para se iniciar o tratamento de dados pessoais. É fundamental 
garantir que os princípios listados pelo art. 6º da LGPD sejam observados durante o 
mencionado tratamento. 
 
 Se desejar saber mais sobre como determinar a hipótese legal que autoriza o 
tratamento de dados pessoais, recomendamos a leitura da seção 2.1.1 do Guia de Boas 
Práticas LGPD (https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-
de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd). 
 
1.4.2 – O tratamento de dados de crianças e adolescentes 
 
Assim como para o caso das informações pessoais sensíveis, a LGPD dedica 
também atenção especial ao tratamento de dados de crianças e adolescentes. 
A Lei determina, em seu art. 14, que o tratamento de dados pessoais de crianças 
e de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse. A Lei requer 
consentimento específico e em destaque, dado por pelo menos um dos pais ou pelo 
responsável legal. Nessa hipótese, os controladores deverão manter pública a 
informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os 
procedimentos para acesso às informações tratadas. 
É também dever do controlador envidar todos os esforços razoáveis para 
verificar se o consentimento foi dado realmente pelo responsável pela criança ou 
adolescente, consideradas as tecnologias disponíveis. Esse é, portanto, um dos grandes 
desafios para a coleta de dados pessoais de crianças, pois o consentimento é exigido 
inclusiveno caso de execução de políticas públicas, o que não ocorre com adultos. 
As hipóteses que dispensam o consentimento mencionado acima ocorrem 
quando: 
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd
28 
 
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a) A coleta for necessária para contatar os pais, ou o responsável legal, ou, ainda, 
para a própria proteção da criança ou adolescente. Nesses casos, os dados deverão ser 
utilizados uma única vez, vedados o armazenamento e o seu repasse a terceiros; 
b) O Tratamento de dados for imprescindível para o exercício de direitos da 
criança ou adolescente ou para lavratura de registros públicos. 
Importante 
Observação: Caso os órgãos e entidades públicas desenvolvam jogos, aplicações 
de internet ou outras atividades semelhantes voltadas ao público infanto-juvenil, a 
coleta de dados pessoais dos jovens deverá restringir-se ao estritamente necessário à 
atividade proposta. 
 
1.4.3 – Dados pessoais compartilhados com órgãos de pesquisa 
 
É comum órgãos de pesquisa ou pesquisadores solicitarem dados pessoais para 
realização de estudos sobre diversos temas, inclusive sobre saúde. 
Conforme destacado pela seção 1.1.1 deste módulo, os dados referentes à 
saúde ou à vida sexual são considerados dados pessoais sensíveis. Esses tipos de dados 
são comumente tratados no âmbito da Rede Ebserh e juntamente com dados pessoais 
podem ser solicitados para pesquisa. 
A LGPD considera como órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração 
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos 
legalmente constituída sob as leis brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em 
sua missão institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou 
aplicada de caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico (art. 5º, XVIII). 
 
29 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
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Nesse contexto, são destacadas na tabela a seguir o preconizado pela LGPD que 
deve-se exigir dos órgãos de pesquisa no caso de compartilhamento de dados pessoais 
pela Rede Ebserh. 
DEVERES DOS ÓRGÃOS DE PESQUISA 
REFERÊNCIA 
LEGISLATIVA 
(LGPD) 
Garantia, sempre que possível, de anonimização dos dados pessoais. Art. 7º, IV 
Garantia, sempre que possível, de anonimização dos dados pessoais 
sensíveis 
Art. 11, II, c) 
Os dados pessoais sensíveis utilizados em estudos de saúde pública sejam 
tratados exclusivamente dentro do órgão de pesquisa e estritamente para a 
finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em ambiente 
controlado e seguro, conforme práticas de segurança previstas em 
regulamento específico e que incluam, sempre que possível, a anonimização 
ou pseudonimização dos dados, bem como considerem os devidos padrões 
éticos relacionados a estudos e pesquisas. 
Art. 13 
A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do estudo ou da 
pesquisa de que trata o caput do artigo 13 em nenhuma hipótese poderá 
revelar dados pessoais. 
Art. 13, § 1º 
O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da informação 
prevista no caput do artigo 13, não permitida, em circunstância alguma, a 
transferência dos dados a terceiro. 
Art. 13, § 2º 
Tabela 4 Deveres dos órgãos de pesquisa ao realizar tratamento de dados pessoais 
Importante 
No caso de compartilhamento de dados pessoais com órgão de pesquisa, 
recomenda-se que seja(m) formalizado(s) termo(s) de compartilhamento exigindo que 
o referido órgão observe, no que couber, o elencado pela Tabela 4. 
 
Ante ao exposto, cabe ainda ressaltar a vedação de uso compartilhado entre 
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde e hipóteses de exceção 
à regra segundo o previsto pela LGPD no art. 11, § 4º e § 5º. 
 
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes 
hipóteses: 
[...] 
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre controladores de dados pessoais 
sensíveis referentes à saúde com objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses 
relativas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica e de assistência à saúde, 
30 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
desde que observado o § 5º deste artigo, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, 
em benefício dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: 
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou 
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do uso e da prestação dos serviços 
de que trata este parágrafo. 
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à saúde o tratamento de dados 
de saúde para a prática de seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim 
como na contratação e exclusão de beneficiários 
 
 
1.5 – Necessidade de proteção dos dados pessoais 
 
Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que participe do 
tratamento de dados pessoais são obrigados a assegurar a segurança da informação 
para proteção dos dados pessoais, pois ambos estão relacionadas. 
Nesta seção, é apresentada uma visão geral sobre Privacidade desde a 
Concepção (Privacy by Design) e por Padrão (Privacy by Default) com a finalidade de 
sedimentar a proteção de dados pessoais desde fase de concepção do produto ou do 
serviço até a sua execução. Por se tratar de um curso introdutório, não entraremos em 
detalhes sobre o tema. Informações mais detalhadas sobre o assunto podem ser 
obtidas na seções 4.1 e 4.2 do “Guia de Boas Práticas LGPD”. 
 
31 
 
CURSO: INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 
Módulo 1 – Fundamentos da LGPD 
 
1.5.1 – Privacidade desde a Concepção 
 
Segundo o previsto pelo caput do art. 46 da LGPD, a proteção dos dados 
pessoais é alcançada por meio de medidas de segurança, técnicas e administrativas. 
 
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e 
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações 
acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de 
tratamento inadequado ou ilícito. 
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técnicos mínimos para tornar aplicável 
o disposto no caput deste artigo, considerados a natureza das informações tratadas, as 
características específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, especialmente no caso 
de dados pessoais sensíveis, assim como os princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. 
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser observadas desde a fase de 
concepção do produto ou do serviço até a sua execução. 
 
O art. 46, § 2º menciona que as medidas de segurança, técnicas e administrativas 
para proteção de dados pessoais deverão ser observadas desde a fase de concepção 
do produto ou do serviço até a sua execução. Isso apresenta um conceito fundamental 
para a proteção da privacidade dos dados pessoais denominado Privacidade desde a 
Concepção (do inglês Privacy by Design). 
 O conceito de Privacidade desde a Concepção significa que a privacidade e as 
medidas de segurança, técnicas e administrativas devem ser consideradas desde a 
concepção e durante todo o ciclo de vida do projeto, sistema, serviço, produto ou 
processo. Tal privacidade pode ser alcançada por meio da aplicação dos 7 Princípios 
Fundamentais (Cavoukian, 2009) destacados de forma resumida nas próximas 
subseções deste tópico. 
PRINCÍPIO 1: Proativo, e não reativo; preventivo, e não corretivo 
 A abordagem de Privacidade desde a Concepção (PdC) é caracterizada por 
medidas proativas e não reativas. Ou seja, essa abordagemantecipa e evita eventos 
invasivos de privacidade antes que eles aconteçam. Desse modo, não espera que riscos 
de privacidade se materializem nem ofereçam soluções para as infrações de 
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privacidade após a ocorrência, mas visa impedir que eles ocorram. Em resumo, a 
Privacidade desde a Concepção vem antes do fato, não depois. 
 PRINCÍPIO 2: Privacidade deve ser o padrão dos sistemas de TI 
 ou práticas de negócio 
A privacidade por padrão procura oferecer o máximo grau de privacidade, 
garantindo que os dados pessoais sejam protegidos automaticamente em qualquer 
sistema de TI ou prática de negócios. É uma forma de evitar que qualquer ação seja 
necessária por parte do titular dos dados pessoais para proteger a sua privacidade, 
pois ela já estará embutida no sistema, por padrão. 
Com relação aos documentos arquivísticos, a privacidade precisa ser 
resguardada de acordo com legislação vigente, seguindo os procedimentos de gestão 
de documentos. Os sistemas que mantêm e gerenciam documentos arquivísticos 
devem ter controles para garantir esse resguardo, conforme descrito nos instrumentos 
aprovados pelo CONARQ, por meio da Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007, que 
aprova o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de 
Documentos – e-ARQ Brasil, e da Resolução nº 39, de 29 de abril de 2014, que aprova 
as diretrizes para Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis (RDC-Arq). 
Esse princípio será melhor detalhado na seção 1.5.2. 
PRINCÍPIO 3: Privacidade incorporada ao projeto (design) 
 A privacidade deve estar incorporada ao projeto e arquitetura dos sistemas de 
TI e práticas de negócios. Isto significa que não deve ser considerada como 
complemento adicional, após o sistema, projeto ou serviço já estar em implementação 
ou em execução. 
O resultado é que a privacidade se torna um componente essencial da 
funcionalidade principal que está sendo entregue. A privacidade é parte integrante do 
sistema, sem diminuir a funcionalidade. 
 
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PRINCÍPIO 4: Funcionalidade total 
 A PdC não envolve simplesmente a formalização de declarações e 
compromissos de 
privacidade. Refere-se a satisfazer todos os objetivos do projeto, não apenas os 
objetivos de privacidade. A PdC é habilitadora duplamente em natureza, permitindo 
funcionalidade total com resultados reais e práticos. 
 Ao incorporar privacidade em uma determinada tecnologia, processo ou 
sistema, isso é realizado de uma forma que não comprometa a plena funcionalidade e 
permita que todas as exigências do projeto sejam atendidas. 
 A questão da privacidade é frequentemente vista como de nenhuma ou baixa 
relevância e que compete com a objetividade do projeto, com as capacidades técnicas 
de um produto ou serviço e com outros interesses das partes envolvidas. A PdC visa 
justamente contrapor essa visão, pois objetiva satisfazer todos os objetivos da 
instituição, e não somente os de privacidade. Evitando a pretensão de dicotomias 
falsas, como privacidade X segurança, o PdC demonstra que é possível — e mais 
desejável — ter ambos. 
PRINCÍPIO 5: Segurança e proteção de ponta a ponta 
durante o ciclo de vida de tratamento dos dados 
 Por ser incorporado ao sistema antes de o primeiro elemento de informação ser 
coletado, a PdC estende-se por todo o ciclo de tratamento dos dados envolvidos no 
projeto, sistema ou serviço. Medidas fortes de segurança são essenciais para a 
privacidade, do início ao fim. 
 A privacidade deve ser protegida continuamente em todo o domínio e ao longo 
do ciclo de vida do tratamento dos dados em questão. Não deve haver lacunas na 
proteção ou na prestação de contas. O princípio “Segurança” tem relevância especial 
porque, em sua essência, sem segurança forte, não pode haver privacidade. 
 Os padrões de segurança aplicados devem garantir a confidencialidade, 
integridade e disponibilidade dos dados pessoais durante todo o seu ciclo de 
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tratamento, incluindo, entre outros, métodos de destruição segura, criptografia 
apropriada, e métodos fortes de controle de acesso e registro. 
 Na LGPD, a segurança é um princípio a ser observado no tratamento de dados 
pessoais, destacado pelo art. 6º, inciso VII. 
 
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes 
princípios: 
[...] 
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados 
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, 
alteração, comunicação ou difusão; 
 
PRINCÍPIO 6: Visibilidade e Transparência 
 Visibilidade e transparência são essenciais para estabelecer responsabilidade e 
confiança. A avaliação independente deste princípio fundamental deve concentrar-se, 
especialmente, sobre os seguintes aspectos: 
• Responsabilização - A coleta de dados pessoais implica um dever de cuidar 
de sua proteção. A responsabilidade por todas as políticas e procedimentos 
relacionados à privacidade deve ser documentada e comunicada conforme 
apropriado e atribuído a um indivíduo especificado. E ao transferir dados 
pessoais para terceiros, medidas equivalentes de proteção à privacidade 
devem ser asseguradas por contratos ou outros tipos de acordos formais. 
• Abertura - Abertura e transparência são fundamentais para a prestação de 
contas. Informações sobre as políticas e práticas relacionadas ao 
gerenciamento de dados pessoais devem estar prontamente disponíveis 
para consulta dos titulares de dados. Mecanismos de reclamação e 
reparação dos dados pessoais devem ser estabelecidos e comunicados para 
os titulares dos dados. 
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• Conformidade - As etapas necessárias para monitorar, avaliar e verificar a 
conformidade com as políticas e procedimentos de privacidade devem ser 
estabelecidas. 
 A responsabilização, abertura e transparência estão expressas na LGPD pelos 
seguintes princípios destacados no art. 6º: 
 
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes 
princípios: 
[...] 
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a 
duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais; 
[...] 
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis 
sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os 
segredos comercial e industrial; e 
[...] 
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas 
eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de proteção de 
dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas 
 
PRINCÍPIO 7: Respeito pela privacidade do usuário 
Acima de tudo, a privacidade desde a concepção exige que as instituições 
respeitem os direitos dos titulares dos dados pessoais. Isso é alcançado por meio de 
medidas como padrões fortes de privacidade, avisos apropriados e interfaces 
amigáveis que empoderem o titular dos dados. 
Empoderar os titulares de dados a desempenhar um papel ativo no 
gerenciamento de seus próprios dados pessoais pode ser o meio mais eficaz de 
verificação contra abusos e uso indevido desses dados. 
 
1.5.2 – Privacidade por Padrão 
Os agentes de tratamento devem implementar medidas adequadas para 
garantir que, por padrão, apenas serão processados os dados pessoais necessários 
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para cumprimento da(s) finalidade(s) específica(s) definida(s) pela instituiçãoque 
desempenha o papel de controlador dos dados pessoais. 
Essa obrigação de implementação significa que a instituição deve limitar a 
quantidade de dados pessoais coletados, extensão do tratamento, período de 
armazenamento e acessibilidade ao mínimo necessário para a concretização da 
finalidade do tratamento dos dados pessoais. Essa medida deve garantir, por exemplo, 
que nem todos os usuários dos agentes de tratamento tenham acesso ilimitado e por 
tempo indeterminado aos dados pessoais tratados pela instituição. 
Na LGPD, a Privacidade por Padrão (do inglês Privacy by Default) está 
diretamente relacionada ao princípio da necessidade, expresso pelo art. 6º, inciso III. 
 
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes 
princípios: 
 [...] 
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas 
finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação 
às finalidades do tratamento de dados; 
 
 Quando a necessidade ou uso de dados pessoais não forem claros, deve haver 
uma presunção de privacidade e o princípio da precaução deve ser aplicado. Dessa 
forma, as configurações padrões devem ser as de maior proteção à privacidade. 
 
Chegamos ao final do primeiro módulo, em que foram 
apresentados aspectos gerais de fundamentos da LGPD. 
 No Módulo 2, abordaremos o ciclo de vida do tratamento dos 
dados pessoais. 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Definições dos Agentes de Tratamento de Dados Pessoais e do Encarregado. Disponível 
em: <https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-
publicacoes/2021.05.27GuiaAgentesdeTratamento_Final.pdf>. Acesso em: 14 ago. 
2021. 
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 
13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Disponível 
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13709.htm >. 
Acesso em: 14 ago. 2021. 
COMITÊ CENTRAL DE GOVERNANÇA DE DADOS - CCGD. Guia de Boas Práticas LGPD. 
Agosto 2020. Disponível em: < https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-
de-dados/guia-de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd >. Acesso em: 14 
ago. 2021. 
Cavoukian, Ann. Privacy by Design: The 7 Foundational Principles. August, 2009. 
Disponível em: 
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