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Bioestatística - Conceitos básicos de estatística 1. Introdução 1.1 Estatística e bioestatística A crescente demanda de informação quantitativa que é requerida em todas as áreas da ciência faz com que a estatística tenha um papel fundamental no auxílio de metodologia de planejamento de pesquisa e técnicas de análise de dados. Considerada como uma ciência, a estatística não é matemática e nem uma forma de aplicação da matemática e, sim, uma ciência com seus métodos de lidar com dados, que permite tirar conclusões. A palavra ou termo “estatística” é usada em vários sentidos, pode-se referir não apenas a tabulação e manipulação simples de informações numéricas, mas também como relatórios contendo números e análises de previsões, como um conjunto de técnicas usadas para analisar os dados (FREUND, SIMON, 2000). Vários autores procuram definir a estatística com definições desde as mais simples até as mais complexas. Martins e Donaire (1990, p. 17) definem a estatística de uma maneira simples, como “um conjunto de métodos e processos quantitativos que serve para estudar e medir os fenômenos coletivos”. Entende-se aqui, como fenômenos coletivos, os que se referem à população, universo e compreende um grande número de elementos, pessoas, animais ou objetos. Entretanto, quando cientistas e pesquisadores das disciplinas científicas relacionadas às áreas da saúde (medicina, enfermagem, ou fisioterapia, por exemplo) estudam problemas específicos dessas áreas e envolvem soluções com base nos métodos e técnicas da estatística, denomina-se como área de estudo de bioestatística. Dessa forma, a bioestatística é considerada um ramo bem amplo da estatística. Em outras palavras, de forma mais simples, segundo Vieira (1980), a bioestatística é a estatística aplicada às ciências médicas e biológicas. Assim, para fins didáticos, iremos referir sempre aos métodos e técnicas de organizar os dados, analisar e tomar decisão em ambientes de incertezas com ferramentas da estatística, no contexto que envolve problemas e soluções nas áreas da saúde. Ressalta-se que é muito comum referir a expressão “dados” em estatística, como sendo números, medidas ou valores, ou seja, informação estatística não tratada. Após o tratamento os dados são chamados de informação estatística. ● Estatística descritiva (descrição e exploração dos dados) = Os dados coletados são organizados/sumarizados para evidenciar informações relevantes em termos dos objetivos da pesquisa. Quando se procede uma análise de dados busca-se alguma forma de regularidade ou padrão das observações. ● Inferência estatística = O ato de generalizar ou deduzir os resultados para o todo, através da tomada de decisões baseada em dados coletados para uma amostra. Envolve-se, assim, a estimação de parâmetros (característica dos elementos da população). Outra forma de inferência estatística é a categoria dos testes estatísticos de hipóteses ou testes de significância. Além dessas duas funções, a estatística conta com o auxílio da fundamentação teórica de seus métodos e técnicas da probabilidade, que é uma teoria baseada na matemática utilizada no estudo de fenômenos de incerteza, principalmente de caráter aleatório. Ela tem suas origens ligadas jogos de azar ou jogos que se referem a ações de lançar um dado, lançar uma moeda, girar uma roleta ou escolher cartas de um baralho, com característica de incertezas de ocorrência de determinados eventos, permitindo prever o número de vezes que pode ocorrer sucessos ou fracassos. 1.2 Crescimento da Estatística O desenvolvimento da estatística ficou mais acentuada nos últimos 50 anos e os estudiosos apontam diversas razões para isso. Uma delas é a crescente demanda das áreas científicas, por, cada vez mais, utilizar os dados na tomada de decisões. As técnicas estatísticas, então, são usadas na investigação do efeito de novos remédios, na avaliação de metodologias de ensino e aprendizagem, controle de poluição e dos eventos do meio ambiente, análise do comportamento dos consumidores, estudos governamentais de longevidade da população, e dentre outras várias situações que cabem o seu suporte. Outro fator é que a nossa capacidade de lidar com os dados aumentou com o advento da tecnologia e computadores cada vez mais poderosos, além de um aumento no interesse por informação, por parte da população. Assuntos ligados à estatística são apresentados e veiculados de várias formas na internet, mídias sociais, redes sociais e assim por diante. Em relação a este último fator, no entanto, há uma preocupação por parte dos estudiosos sobre de que forma o público, sendo cidadão, consegue avaliar criticamente as informações estatísticas, uma vez que não se pode avaliar de maneira crítica uma informação quando não se tem o conhecimento relativo aos conceitos. Assim, em que contextos essas informações aparecem? E estão sendo informadas de maneira adequada? Desta forma, convido você, aluno, a uma discussão dos principais conceitos de estatística que estão presentes em muitas situações do nosso cotidiano. 1.3 Aplicação da Estatística Como vimos, a bioestatística é aplicação da estatística na área médica e biológica, sendo essencial o planejamento, coleta, avaliação e interpretação dos dados obtidos nessas áreas por meio de métodos e técnicas, que são fundamentais para áreas como epidemiologia, ecologia, psicologia, medicina etc. A maior parte dos estudos, nessas áreas, são baseados em evidências, novos padrões e exigências, que vem marcando as práticas médicas. Em muitos estudos na área de ciências médicas, o auxílio da bioestatística é fundamental para saber a frequência do aparecimento das doenças ou para desenvolver novos tipos de tratamento, por exemplo. Na indústria farmacêutica, por sua vez, a estatística pode ser usada para planejamento, desde o estudo de implantação da fábrica até a necessidade de produção de produtos e equipamentos, testes com a eficácia dos produtos, controle da quantidade e qualidade, estudos de produtividade etc. 2. Conceitos Básicos Para que possamos entender melhor de estatística e, assim, fazemos uma leitura mais adequada dos dados e seus métodos, um passo importante consiste na definição e entendimento dos principais conceitos de estatística. Vejamos a seguir: 2.1 População Definida por um conjunto de elementos de todas as observações possíveis (FREUN, SIMON, 2000), e pode ser compreendida de duas formas: - População finita = Consiste em um número finito de elementos ou observações. - População infinita = Consiste em um número infinito de elementos ou observações. 2.2 Amostra Consiste em uma parte de observações da população (FREUN, SIMON, 2000), ou seja, é uma parte representativa da mesma, que possui as mesmas características do restante. ● Amostragem probabilística ou aleatória: é um procedimento de seleção dos indivíduos baseado em um sorteio (aleatório). Nesta técnica, todos os indivíduos da população têm a mesma probabilidade ou chance de ser selecionado. A partir dessa técnica de seleção, decorrem outras técnicas, tais como amostragem aleatória com e sem reposição, amostragem estratificada, amostragem sistemática, amostragem por conglomerado etc. Estas são usadas dependendo da necessidade do estudo ou do plano amostral. ● Amostragem não probabilística: é um procedimento de seleção que não é aleatório, sendo que o pesquisador pode escolher os indivíduos que irão compor a amostra. O outro levantamento é o chamado levantamento censitário. O levantamento censitário ou levantamento de inventário abrange todos os elementos da população. No Brasil, a coleta de dados de toda população é chamada de censo, sendo de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um órgão ligado ao governo federal (MARTINS, DONAIRE, 1990). Atualmente, um novo tipo de levantamento passou a ser usado nas pesquisas, principalmente nas quantitativas. São elas: - Survey - As características são observadas por meio de questionário (ou entrevista), sem interferência do pesquisador. - Pesquisaexperimental - O pesquisador exerce controle sobre o método que será aplicado. 2.3 Parâmetros Se refere quando necessitamos usar a amostra obtida para produzir características específicas do estudo. Assim, de acordo com Bussab e Morettin (2002): Estatística: é uma característica da amostra, pode ser entendida como uma medida em função das observações da amostra. Exemplo: Cálculo da média amostral. Parâmetro: é uma medida usada para descrever uma característica da população, pode ser entendida como uma medida em função das observações da população. Exemplo: Cálculo da média populacional e variância populacional que resulta em um valor chamado de parâmetro. Estimativa: é uma medida usada para descrever uma característica da amostra. Exemplo: cálculo da média amostral, que resulta em um valor chamado de estimativa. 2.4 Variáveis O conceito de variáveis tem muitos significados diferentes, dependendo da área. Nas áreas médica e biológica é costume realizar estudos experimentais, então, coleta-se dados de pessoas, animais, fenômenos físicos e químicos. Assim, dos dados denominam-se as variáveis do estudo (VEIRA, 1989). As variáveis podem ser entendidas como características observadas ou medidas de cada elemento da população. Uma variável observada (ou medida) num elemento da população deve gerar um e apenas um resultado. Algumas variáveis parecem ser intuitivas e facilmente respeitadas, como, por exemplo, idade, gênero, estatura, número de filhos e estado civil. No entanto, outras variáveis parecem ser não tão intuitivas como, por exemplo, formas de lazer, esportes praticados, motivos da escolha para cursar determinada faculdade, preferências musicais etc. Nestes casos, há diferentes formas de transformá-la em uma ou mais variáveis. As variáveis podem ser classificadas quanto ao tipo de mensuração, sendo qualitativa ou quantitativa. Quando os resultados possíveis de uma variável são atributos ou qualidades, a variável é dita qualitativa, enquanto, quando os resultados possíveis de uma variável são números resultantes de uma escala de contagem ou mensuração é denominada variável é quantitativa. Dentre as variáveis qualitativas, podemos ainda fazer uma distinção entre dois tipos: nominal ou ordinal. Na variável qualitativa nominal não existe nenhuma ordenação nos possíveis resultados que a variável possa assumir, enquanto na variável ordinal, existe uma ordem, segundo a natureza da variável. Assim, o nível nominal de mensuração envolve o ato de nomear ou rotular a resposta dos indivíduos, ao passo que, quando o pesquisador vai além desse nível de mensuração, ele procura ordenar seus sujeitos em função do grau que apresentam de uma determinada característica no nível ordinal de mensuração. Alguns exemplos de variáveis nominais são: ● Gênero: masculino, feminino; ● Estado civil: solteiro, casado, divorciado, viúvo; ● Prática de exercícios físicos: sim, não; ● Esporte praticado: futebol, basquetebol, voleibol, natação etc. Em uma pesquisa, quando se trabalha de questionário para coletar os dados, é comum associar variáveis a uma numeração, a fim de facilitar a contagem, como, por exemplo: (1) futebol, (2) basquetebol, (3) voleibol e assim por diante. Outra possibilidade, é definir a variável em “esportes que pratica”, tendo como possíveis respostas todas as combinações de modalidades de esportes, porém, a análise destas respostas seria difícil, dado o grande número de possíveis alternativas. Em relação às variáveis ordinais, temos: ● Classe econômica: baixa, média, alta; ● Nível de satisfação: muito satisfeito, pouco satisfeito, insatisfeito; ● Grau de concordância: discordo plenamente, discordo, indiferente, concordo, concordo plenamente; ● Nível de escolaridade: ensino fundamental, ensino médio, ensino superior. No caso da variável ordinal, aparece a informação sobre a ordenação das categorias, mas não indica a magnitude das diferenças entre elas. A percepção é da ordem das categorias, bem como a indicação da distância exata entre elas. Os resultados possíveis dessas variáveis são números de uma determinada escala. Sendo assim, as escalas quantitativas implicam unidades constantes de medida, as quais comportam intervalos iguais entre os vários pontos da escala. Da mesma forma, as variáveis quantitativas podem ser classificadas em variáveis discreta ou contínua. As variáveis quantitativas discretas assumem os resultados possíveis por meio de contagem (identificada por número inteiro). Nas variáveis quantitativas contínuas, os resultados possíveis assumem um conjunto finito ou enumerável de números e os valores formam um intervalo de números reais (identificada geralmente por números decimais). Desse modo, seguem os exemplos de variáveis quantitativas discretas: ● Número de filhos: 0, 1, 2, 3, 4... ● Tempo (em dias) de internação: 1, 2, 3, 4, 5... ● Número de abortos: 0, 1, 2, 3... ● Número de cigarros fumados por dia: 0, 1, 2, 3, 4, 5... Agora veremos exemplos de variáveis quantitativas contínuas: ● Peso do indivíduo: 0 < peso ≥ 200 kg ● Estatura: 0 < estatura ≥ 2,50m ● Índice de massa corpórea (IMC): 0 < IMC ≥ 100 ● Frequência cardíaca: 0 < frequência cardíaca ≥ 130 bpm As variáveis quantitativas são mais informativas que as qualitativas. Dizer que um funcionário trabalha há 30 anos em uma empresa é mais informativo que dizer que ele trabalha há muito tempo, ou dizer que uma pessoa tem 17 anos ou tem 65 anos é mais informativo que dizer que ela é adolescente ou que é da 3ª idade. Além disso, com as variáveis quantitativas, é possível calcular medidas estatísticas tais como: média, mediana, moda, variância, desvio padrão, entre outros cálculos. 3. Planejamento de pesquisas Nas pesquisas científicas, geralmente é preciso coletar dados que possam fornecer informações capazes de responder os questionamentos da pesquisa. Para que os resultados da pesquisa tenham confiabilidade, tanto na fase coleta dos dados, quanto na análise, devem ser feitas de forma criteriosa e objetiva. Esses cuidados tornam-se fundamentais na etapa do planejamento da pesquisa. O planejamento consiste em seguir as fases do trabalho de pesquisa denominada trabalho estatístico. As fases do trabalho estatístico consistem na forma de organização dos caminhos em que o pesquisador percorrerá para atingir os objetivos da pesquisa. 3.1 Definição do problema A definição do problema de pesquisa refere-se ao questionamento que a pesquisa pretende, para buscar respostas. Para formular o problema, precisa-se pensar no tema de pesquisa e procurar um questionamento proposto na investigação. Como exemplo temos: “quais os fatores que estão envolvidos no déficit de aprendizagem dos alunos da turma “A” em relação a turma “B” de uma determinada escola?”. O início do planejamento de uma pesquisa é a definição do tema de estudo. Antes de definir a temática de estudo, é importante pesquisar as informações disponíveis sobre o tema da pesquisa. O interesse é consultar, na literatura da área do tema, para verificar o que vem sendo publicado na área científica. 3.2 Formulação dos objetivos Após a investigação do problema, que merece ser tratado na pesquisa, é preciso definir os objetivos do estudo. A formulação dos objetivos é uma maneira de delimitar os caminhos da pesquisa. Sugere-se, então, fazer a reunião de materiais do que já foi publicado sobre o assunto, obter relatórios sobre atividades semelhantes, checar mapas da região geográfica, uma vez que o pesquisador provavelmente não será o pioneiro sobre o tema da pesquisa, logo, não deverá partir do “nada” e, sempre que possível, procurar analisar a referência de trabalhos anteriores para não cometer erros de pesquisa. Os objetivos de uma pesquisa devem ser elaborados de forma bastante clara e principalmente delimitar objetivos. Como exemplo de objetivo temos: “Objetivo geral da pesquisa: conhecer o perfil de trabalho dos profissionais da área de saúde pública do estado de S. Paulo, no ano de 2017, para orientar políticas de recursos humanos.” Para dar sequência nessa pesquisa,precisa-se, então, especificar melhor o que se pretende conhecer da população dos profissionais da área de saúde pública do estado de S. Paulo. Neste caso, alguns destes objetivos podem ser traduzidos como objetivos específicos, exemplo: - Conhecer o tempo de serviço do profissional. - Conhecer o grau de instrução/formação do profissional. Após a formulação dos objetivos da pesquisa, o próximo passo é a elaboração de procedimentos metodológicos e uma das maneiras de fazê-la é se baseando nas etapas do trabalho estatístico. 3.3 Fases de um trabalho estatístico O trabalho estatístico é uma maneira de organizar as fases de construção da pesquisa científica. O trabalho estatístico é constituído por fases que se iniciam pela coleta de dados e vai até a conclusão da pesquisa. A seguir, são apresentadas as fases do trabalho estatístico resumidas em um desenho esquemático. Cada fase mostra um procedimento que envolve a transformação de dados em informação estatística relevante na pesquisa. São elas: Coleta de dados: A escolha da fonte de obtenção dos dados está diretamente relacionada ao tipo do problema, objetivos do trabalho, escala de atuação e disponibilidade de tempo e recursos. A coleta de dados pode ser direta ou indireta, sendo na coleta direta, dados são obtidos diretamente da fonte primária, como os levantamentos de campo através de questionários e, na coleta indireta, os dados são “inferidos” a partir de elementos conseguidos na coleta direta, por meio do conhecimento de fenômenos ou comportamentos relacionados com o propósito do estudo. Tratamento: É um procedimento de apuração ou sumarização dos dados que consiste na contagem das variáveis. Pode-se dizer que este trabalho é a tabulação dos dados que chegam para o pesquisador de forma desorganizada, tornando impossível a tarefa de apreender todo o seu significado pela simples leitura. Apresentação: Apresentação das informações em forma de tabelas ou gráficos, facilitando a visualização do fenômeno e comparação dos dados. Quando é realizado um levantamento de dados sobre um fenômeno ou variável, obtemos como resultado uma série estatística que precisa ser disposta em tabelas ou gráficos. Análise: É a penúltima fase do trabalho estatístico e a mais importante e delicada, uma vez que consiste em analisar os dados estatísticos e está ligada essencialmente ao cálculo de medidas estatísticas, com a finalidade principal de descrever o fenômeno de estudo. Conclusão: É a última fase do trabalho estatístico e nela o interesse maior é tirar conclusões que auxilie o pesquisador na resolução do problema de pesquisa. 3.4 Elaboração do questionário de pesquisa O planejamento de pesquisa também envolve a condução de procedimentos metodológicos e construção de um questionário, que são etapas longas e devem ser executadas com muita cautela. Um aspecto fundamental, nesta fase da pesquisa, é o planejamento do uso das respostas dos diversos itens do questionário para responder às indagações da pesquisa. O questionário precisa ser feito de forma a facilitar a análise dos dados. Tendo os objetivos da pesquisa definidos e a população ou amostra a ser estuda, por exemplo. Alguns aspectos da construção do questionário devem ser levantados, como: Separar as características a serem levantadas: em uma pesquisa sobre saúde do paciente, por exemplo, as características a serem levantadas são: gênero, diabetes, pressão arterial, estilo de vida (alimentação, exercícios, atividade profissional, horas de sono etc.), doenças anteriores, histórico familiar, idade, entre outros. Ou, Separar as características a serem levantadas: em uma pesquisa sobre saúde do paciente, por exemplo, as características a serem levantadas são: gênero, diabetes, pressão arterial, estilo de vida (alimentação, exercícios, atividade profissional, horas de sono etc.), doenças anteriores, histórico familiar, idade, entre outros. O questionário deve ser aplicado com alguns indivíduos com características similares aos indivíduos da população. Somente com a aplicação teste do questionário é que é possível detectar algumas falhas que tenham passado despercebidas em sua elaboração, tais como: interpretação das questões por parte dos respondentes, ambiguidade de algumas questões, resposta que não havia sido prevista etc. Também é uma maneira de analisar de forma crítica os dados da pesquisa. Além disto, o pré-teste também pode ser usado para estimar o tempo de aplicação do questionário efetivo. Ao trabalharmos com questionário devemos estar cientes que este deve ser completo e abranger características necessárias para atingir os objetivos da pesquisa. Assim, não deve conter questões que fujam destes objetivos, pois, quanto mais longo o questionário, menor tende a ser a qualidade e a confiabilidade das respostas. Após a realização do pré-teste, o questionário poderá ser aplicado com os indivíduos participantes da pesquisa. 3.5 Análise dos resultados da pesquisa É importante relembrar que, para chegar na fase do trabalho estatístico de análise dos resultados, é necessário realizar a coleta de dados, fazer o tratamento dos dados com o cadastramento e digitação e, em seguida, apresentar os dados em forma de tabela e gráfico. A partir daí, realiza-se a fase de análise de dados. Na fase da análise de dados, o pesquisador pode determinar as características dos participantes do estudo por meio de cálculos (quantidade, proporção, porcentagem etc.), calcular as medidas estatísticas, tais como: média, mediana, moda, variância, desvio padrão, entre outras medidas e verificar hipóteses estatísticas (aplicação de testes estatísticos). Para finalizar a pesquisa, deve ser feito um relatório informando todos os passos percorridos, ou seja, todas as fases do trabalho, indicando objetivo, metodologia da pesquisa, as fases do trabalho estatístico, dificuldades e limitações da pesquisa, além de apontar os resultados obtidos, sejam positivos ou negativos.
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