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TCC Toxicidade alimentar

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BACHARELADO EM BIOMEDICINA
ANNY GABRIELLE DE SOUZA FIGUEREDO
LUIZ CEZAR COSTA BRITTO
JULIA AMANDA DE QUADROS SANTOS
agrotóxicos e seus impactos nos alimentos e na saude humana: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Salvador
2019
ANNY GABRIELLE DE SOUZA FIGUEREDO
LUIZ CEZAR COSTA BRITTO
JULIA AMANDA DE QUADROS SANTOS
agrotóxicos e seus impactos nos alimentos e na saude humana: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado como requisito parcial para a obtenção de título de Bacharel em Biomedicina pela Universidade Salvador.
Orientador: MSc. Regina Santos Nascimento.
Salvador
2019
RESUMO
As pragas são organismos vivos capazes de prejudicar um cultivo, influenciando na qualidade do alimento e atrapalhando o desenvolvimento das plantas, limitando a agricultura e deixando a produção imprópria para o consumo. O uso dos agrotóxicos, também conhecidos como defensores agrícolas e pesticidas, estão associadas ao combate ou controle dessas pragas e as doenças que acometem as lavouras. O maior motivo de preocupação com o uso, principalmente o abusivo, dos agrotóxicos é o fato de que tais agroquímicos não só atingem determinadas espécies nocivas a uma plantação mas também outros seres vivos, como abelhas, minhocas, outras plantas e também os seres humanos. Além de ter a capacidade de contaminar o solo, a água e até mesmo o ar, prejudicando principalmente os trabalhadores e os moradores vizinhos das lavouras. A maior parte do perigo á saúde humana está relacionado a intoxicação devido a falta de controle ao utilizar os pesticidas. O presente projeto trata-se de uma revisão de literatura que tem como objetivo correlacionar o uso de defensores agrícolas com os riscos a saúde humana e dos alimentos.
Palavras-chaves: Pragas. Pesticidas. Agrotóxicos. Intoxicação. Alimentos.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	4
2. JUSTIFICATIVA	6
3. PROBLEMA	8
4. HIPÓTESE	9
5. OBJETIVOS	10
5.1 Objetivos Gerais	10
5.2 Objetivos Específicos	10
6. METODOLOGIA	11
7. CRONOGRAMA	12
8. ORÇAMENTO	13
REFERÊNCIAS	14
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1. INTRODUÇÃO
 Oriundo da segunda guerra Mundial, os agrotóxicos, hoje chamados de defensores agrícolas, são produtos químicos utilizados com intuito de conter ou controlar as pragas e as doenças que acometem as lavouras. Essas pesticidas alteram a composição química da fauna e da flora a fim de preservar todo o cultivo além de garantir a produtividade das agriculturas (LOPES et al, 2018).
 A partir do ano de 2008 o Brasil se tornou o maior comprador de agrotóxicos no mundo. Esse numero se reflete devido a quantidade de área de plantio brasileira, que segundo a Embrapa Territorial chega a cerca de 65.913.738 hectares de área cultivada no pais. O Brasil é responsável por 5,7% da produção agrícola do planeta sendo o terceiro maior exportador agrícola mundial (VIERO et al, 2015). 
 Em pesquisa realizada de 2013 a 2015, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), revelou que, 99% dos alimentos produzidos pelo Brasil são seguros. Na pesquisa foram avaliadas mais de 12 mil amostras onde concluiu-se que praticamente todas estavam livres de resíduos agrotóxicos. Entretanto, os maiores índices de intoxicação ocorrem através do contato direto com o defensor agrícola ou de forma indireta, através do ar ou agua contaminadas. A ampliação do agronegócio esta diretamente relacionada com o uso de pesticidas, se por um lado promove uma melhor produção com menor custo, por outro, seu uso indiscriminado pode aumentar o risco de contaminação dos trabalhadores que aplicam os agroquímicos, e da população que reside próximo a essas plantações, implicando diretamente na saúde da sociedade (VIERO et al, 2015).
 O governo liberou 239 novos agrotoxicos no pais. Produtos como Imazepatir e o Metomil, ingrediente usado em agrotoxicos voltatos para a agricultura de algodao, batata, soja, couve e milho. Ambos são classificados como altamente tóxicos. No ano passado foram registrados 450 agroquimicos no pais onde, apenas 52 são de baixa toxicidade. Produtos proibidos em paises europeus, como o Fipronil, que é um inseticida que atua nas celulas nervosas dos insetos, foram aceitos no Brasil. O Sulfatrazona foi banido em toda União Europeia em 2009 e, no Brasil, o registro foi deferido (TOMQUELSKI et al, 2007)
 
 Grande parte dos fungicidas ou produto fitossanitário são bioacumulativos, ou seja, mesmo após a morte o composto continua dentro do animal, se um animal contaminado morre e outro se alimenta do mesmo, ele também irá ser contaminado. Essas pesticidas podem contaminar o solo, as água ( através da água da chuva ou águas subterrâneas ) chegando até o ser humano. A maioria dos casos de intoxicação são com os trabalhadores, devido a exposição dos agrotóxicos, a falta da utilização dos EPI’s ou até mesmo a utilização inadequada e a quantidade de produtos utilizados nas lavouras. Diariamente, só no setor agrícola, cerca de 12 milhões de trabalhadores rurais são expostos aos pesticidas, muitas vezes sem proteção individual ou treinamento adequado. Os agrotóxicos, podem determinar efeitos na saúde humana a depender da forma e o tempo de exposição com produtos que contem níveis de toxicidade. Os efeitos podem ser agudo ou crônico, o que vai determinar é o tempo a exposição de tais produtos. Efeitos agudos, a curto prazo, apresentam sintomas como lesões na pele, dor no estomago e irritações na mucosa dos olhos, nariz e garganta. No crônico, causado por uma exposição prolongada, podem aparecer efeitos adversos muitas vezes irreversíveis (DAHER et al, 2011).
 Os principais tipos de agrotóxicos utilizados são os herbicidas, inseticidas, fungicidas, bactericidas, acaricidas, nematicidas e rodenticidas, cada um com uma ação característica que vai desde o controle de plantas, bactérias e fungos invasores até o combate de roedores em geral. Na última avaliação conduzida pela ANVISA utilizando dados do PARA de 2009 a 2011 mostrando o risco à exposição crônica a resíduos de agrotóxicos, mostrou que, na ocasião, não houve extrapolação da Ingestão Diária Aceitável (IDA) para os agrotóxicos monitorados, ou seja, o risco à saúde para os consumidores foi considerado aceitável. A classificação feita pela Anvisa divide as amostras em: amostras sem resíduos agroquímicos (N); amostras insatisfatórias (I), que ocorre quando a quantidade de resíduos está acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR) permitido; e em amostras satisfatória com resíduos (S), que são amostras com resíduos de agrotóxicos dentro do LMR (ISMAEL et al, 2015).
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2. JUSTIFICATIVA 
 O brasil hoje é o pais que mais compra agrotóxicos no mundo, questão a qual está diretamente relacionada ao fato de que o pais detém uma das maiores áreas agrícolas do mundo. Para obter-se uma produção em larga escala e atender a demanda de alimentos da população, é necessário o uso de agrotóxicos nas agriculturas, entretanto, acredita-se que os resíduos de agroquímicos em alimentos, mesmo que em níveis baixos, possam estar associados a casos de intoxicação alimentar (VIERO et al, 2015).
 Sabe-se que os mais afetados pelo uso de defensores agrícolas são os trabalhadores e a população que reside perto das agriculturas que usam tais produtos, tendo como principal forma de intoxicação o contato direto ou indireto, através da aplicação ou qualquer tipo de manuseio, e indiretamente através de água contaminada ou pelo ar (DAHER et al, 2011).Existe na literatura uma carência de artigos e estudos direcionados ao grau de toxicidade e malecificidade de alimentos expostos a agroquímicos. Logo, faz-se importante a elaboração deste estudo visto que, publicações sobre o tema poderão auxiliar no entendimento da relação entre defensores agrícolas e a toxicidade dos alimentos.
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3. PROBLEMA 
3.1 A população ao consumir alimentos convencionais advindos de uma agricultura que usa defensores agrícolas correm risco de intoxicação?
3.2 Alimentosorgânicos detém um valor nutricional e sabor melhores que os alimentos convencionais?
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4. HIPÓTESE 
Alimentos com índices de resíduos de agrotóxicos acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR), podem estar relacionados com casos de intoxicação oriunda do uso de defensores agrícolas.
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4. OBJETIVOS 
5.1 Objetivo Geral
 Discutir com base em dados da literatura a relação entre o uso de pesticidas e a toxicidade dos alimentos, esclarecendo se há risco eminente a saúde do consumidor e do trabalhador que manusear tais agroquímicos.
 5.2 Objetivos Específicos 
5.2.1 Descrever os efeitos dos agrotóxicos nos alimentos e na saúde humana;
5.2.2 Discutir os fatores de risco associados ao uso de agroquímicos;
5.2.3 Relacionar a falta do uso de EPIs com possíveis casos de intoxicação por pesticidas;
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5. METODOLOGIA
 Será realizada uma revisão bibliográfica sistemática sobre os agrotóxicos e seus efeitos no alimento e na saúde humana. A pesquisa será desenvolvida utilizando as bases de dados Google Acadêmico, Bibliográfica Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine – NIH (PubMed). Os descritores utilizados para o levantamento bibliográfico serão “Agrotóxico”; “Defensores Agrícolas”; “Toxicidade Alimentar”; “Intoxicação por Agroquímicos”; “Agrotoxic“; “Pesticide”; “Food Toxicity”; “Agrochemical Waste”, sendo realizada a pesquisa de artigos científicos publicados no período de 2000 até o ano atual. Serão utilizados como critérios de inclusão artigos nos idiomas inglês e português, que tiverem relação com o tema proposto e que permitam entender a relação do uso de agrotóxicos com a toxicidade de alimentos. Os critérios utilizados para exclusão serão, revisões de literatura, artigos que foram publicados no período anterior há 2000 e escritos em outros idiomas.
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7. CRONOGRAMA 
	
	JUL
	AGO
	SET
	OUT
	NOV
	DEZ
	REVISÃO DE LITERATURA
	X
	X
	X
	X
	X
	
	REUNIÃO COM ORIENTADOR
	
	
	
	X
	X
	X
	DISCUSSÃO DOS ACHADOS
	
	
	X
	X
	X
	
	PRODUÇÃO DO TRABALHO
	
	
	
	X
	X
	
	ENVIO DO TRABALHO AO ORIENTADOR
	
	
	
	X
	X
	
	APRESENTAÇÃO DO TRABALHO FINAL
	
	
	
	
	
	X
13
8. ORÇAMENTO
	DESCRIÇÃO
	QUANTIDADE
	VALOR UNITÁRIO ($) 
	VALOR TOTAL ($)
	TRANSPORTE
	20
	2,00
	40,00
	PAPELARIA
	-
	-
	30,00
	IMPRESSÃO BANNER
	1
	45,00
	45,00
	TOTAL
	-
	-
	115,00
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REFERÊNCIAS 
AZEVEDO, Denize Barros; SILVA, Jersone Tasso Moreira; MALAFAIA, Guilherme Cunha. Social Responsibility in the Use of Pesticides: The Case of Brazilian Agribusiness Fernando. 2012. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) - Unifacs, UNIFACS, Salvador,2012.
DAHER, Maria José E. et al. Contribuição do enfermeiro na prevenção de doenças relacionadas ao uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 3, n. 3, p. 2080-2087, 2011.
 ESPÍNDOLA, Mariana Mescês Mesquita; DE SOUZA, Carlos Dornels Freire. Trabalhador rural: O agrotóxico e sua influência na saúde humana. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 15, n. 2, p. 871-880, 2018.
CAMARA, Maria Clara Coelho et al. A produção científica sobre intoxicações por agrotóxicos na região serrana do Rio de Janeiro. O Mundo da Saúde, v. 32, n. 3, p. 268-74, 2008.
LOPES, Carla Vanessa Alves; ALBUQUERQUE, Guilherme Souza Cavalcanti de. Agrochemicals and their impacts on human and environmental health: a systematic review. Saúde em Debate, v. 42, n. 117, p. 518-534, 2018.
GAMA, Allyne F.; DE OLIVEIRA, André HB; CAVALCANTE, Rivelino M. Inventory of pesticides and risk of chemical contamination of hydric resources in the semiarid cearense. Química Nova, v. 36, n. 3, p. 462-467, 2013.
CEMBRANEL, Adir S. et al. Residue analysis of organochlorine and organophosphorus pesticides in urban lake sediments. Engenharia Agrícola, v. 37, n. 6, p. 1254-1267, 2017.
ISMAEL, Luara Lourenço et al. Resíduos de agrotóxicos em alimentos: preocupação ambiental e de saúde para população paraibana Pesticide residues in food: environmental concerns and health requirements for paraibana population. Revista Verde (Pombal-PB-Brasil) v, v. 10, n. 3, p. 24-29, 2015.
VIERO, Cibelle Mello et al. Sociedade de risco: o uso dos agrotóxicos e implicações na saúde do trabalhador rural. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 20, n. 1, p. 99-105, 2016.
MARTINS, Myrella Klesy Silva et al. Exposição ocupacional aos agrotóxicos: um estudo transversal. Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 5, n. 3, 2015.
TOMQUELSKI, GERMISON VITAL; MARTINS, GUSTAVO LUÍS MAMORÉ. Eficiência de inseticidas sobre Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797)(Lepidoptera: Noctuidae) em milho na região dos Chapadões. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v. 6, n. 01, 2010.

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