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22 Capítulo 4 Análise e Discussão de Resultados(1)

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CAPÍTULO IV 
4. Análise E Discussão Dos Resultados 
Apresentação e interpretação dos resultados do questionário dirigido aos 
Profissionais que lida com o sistema fotovoltaico 
 
 
Gráfico 1: O sistema fotovoltaico consiste em um meio alternativo económico no uso 
da energia comparativamente as outras? 
Em relação ao sistema fotovoltaico ser um meio alternativo económico no uso da energia 
comparativamente as outras, 70 % dos profissionais ligados a área de energias inqueridos 
afirma que sim, 20 %dos mesmos afirma que não e 10 dos profissionais ligados a área de 
energias inqueridos não tem a certeza, dados aos preços dos materiais para aquisição do 
sistema fotovoltaico no mercado. 
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
Sim Não talvéz
homem
Mulhres
1. O sistema fotovoltaico consiste em um meio alternativo económico no uso
da energia comparativamente as outras?
Gráfico 2 O sistema fotovoltaico polui menos o meio ambiente comparativamente as 
outras? 
 
O sistema fotovoltaico polui menos o meio ambiente comparativamente as outras, 
verificou-se que 80% dos inqueridos afirmaram positivamente, 10 % acredita afirmaram 
negativamente e 10 % mostra-se duvida sobre a questão, com base no gráfico nenhum 
deles avalia positivamente e negativamente. 
Tabela 1: resultados das perguntas 3,4,5 e 6 do questionário dirigido aos vendedores. 
Perguntas Respostas 
Sim Não Talvéz 
❖ Achas que os sistemas fotovoltaicos deveria ser um sistema 
em que o governo deve apostar e investir? 
8 1 1 
❖ O sistema fotovoltaico é mais acessível em termos de 
preços para a população? 
1 9 0 
❖ O sistema fotovoltaico actualmente usa tecnologias 
modernas que permite maior controlo, manuseamento por 
parte dos técnicos? 
5 5 0 
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Sim
Não
Talvéz
Mulhres
Homens
❖ Na sua opinião Moçambique tem quadros qualificados que 
domina o sistema fotovoltaico, numa eventual aderência e 
instalação massiva? 
6 3 1 
 
Questionados sobre as possíveis vantagens do sistema fotovoltaicos, a maior parte dos 
profissionais, reconhecem os desafios apresentados por este sistema, mas também 
advertem das sobre as vantagens, tanto como para o meio ambiente. 
4.1. Apresentação e interpretação dos resultados do questionário dirigido aos 
Profissionais que lida com o sistema fotovoltaico. 
Indagado sobre que aspectos sócio-ambientais estão relacionados com o uso dos sistemas 
fotovoltaicos, explanaram que os aspectos sócio-ambientais que estão relacionados com 
o uso dos sistemas fotovoltaicos são os benefícios na área de saúde, educação bem como 
na redução de gases de efeito estufa entre outros que colocam em causa o ecossistema; 
Na questão que diz respeito aosistema fotovoltaico contribuir para a conservação do meio 
ambiente e melhoria da qualidade de vida das comunidades da Província de Sofala, 
ficamos a saber o seguinte, o sistemas fotovoltaicos podem ajudar para a preservação do 
ambiente, aprovisionando energia ambientalmente limpa, renovável reduzindo as fontes 
de energia fóssil e também energia para o uso produtivo e doméstico na Província de 
Sofala. 
A geração de resíduos sólidos em Moçambique no geral é um processo que ocorre 
diariamente em quantidades e composições que variam conforme o nível de 
desenvolvimento económico e seus diferentes extractos sociais, como é o caso de 
actividades económicas que por sua vez é influenciada principalmente pelos hábitos e 
costumes das populações. 
 
A geração de energia eléctrica a partir de fontes renováveis, como a solar, 
foiimpulsionada pela preocupação com a preservação do meio ambiente e a buscapela 
diversificação da matriz eléctrica, associado ao aumento na demanda porenergia e 
desenvolvimento da indústria. 
4.2. Contexto do sector de energia em Moçambique 
A energia está no coração do desenvolvimento de Moçambique e, como empresa pública 
responsável pela geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia desde 
1977, a EDM é o principal instrumento deste recurso de transformação.O Ministério dos 
Recursos Minerais e Energia (MIREME) é responsável pela política global e pelo quadro 
institucional e de regulação. Este ministério define as metas de acesso, aprova as tarifas 
(apesar de que no futuro este papel estará confiado a um novo regulador de energia 
ARENE) e emite as licenças. O Conselho Nacional de Energia (CNELEC) foi criado pela 
Lei de Energia em 1997, para proteger o interesse público na provisão de serviços de 
energia, actuando como um órgão de consulta, e aconselhando os ministros em matérias 
relacionadas com o sector nacional de energia, bem como a implementação da legislação 
relevante1. 
 
Enquanto a EDM focaliza as suas actividades na energia da rede, o Fundo Nacional de 
Energia (FUNAE) promove o desenvolvimento e uso de diferentes formas de energia de 
baixo-custo fora da rede. A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) é o principal 
património de produção nacional. A sua central hidroeléctrica, com uma capacidade 
instalada de 2.075MW, é responsável pela geração e transmissão, através do sistema de 
corrente contínua que a liga à rede de energia da África do Sul. A EDM tem 85 por cento 
de acções na HCB, representadas pela Companhia Eléctrica do Zambeze (CEZA), uma 
subsidiária totalmente participada pela EDM. A Companhia de Transmissão de 
Moçambique, SARL (MOTRACO) é uma empresa de transmissão independente 
participada pela EDM em 33 por cento, pela ESKOM em 33 por cento, e pela SEC que 
detém 33 por cento. A Motraco fornece 950MW de energia à MOZAL, a fábrica de 
fundição de alumínio localizada na província de Maputo, em adição à energia fornecida 
à EDM e SEC. A MOTRACO detém duas redes de transmissão de alta tensão que ligama 
MOZAL, em Maputo, à rede da ESKOM, na África do Sul, sendo uma via Swazilândia.2 
 
Enquanto a Lei de Energia veio abrir caminho para mais intervenientes no sector de 
energia, a participação do sector privado apenas se concretizou no segmento da 
geraçãoatravés de três produtores independentes de energia (IPP´s): CTRG (175MW), 
 
1Electricidade De Moçambique, E.P. Estratégia Da EDM. 2018-2028. Pág. 11. 
2Electricidade De Moçambique, E.P. Estratégia Da EDM. 2018-2028. Pág. 11. 
Gigawatt (110MW) e Kuvaninga (40MW), todos com acordos de compra de energia 
(PPA´s) com a EDM. Apesar do aumento de ligações para cerca de 1,5 milhões de 
clientes, apenas um quarto de moçambicanos tem acesso à energia, principalmente nas 
zonas urbanas. Isto deve-se, em parte, à rede de distribuição que está subdesenvolvida e 
mal ligada, um sector privado que foi historicamente excluído do investimento nos 
projectos deste sector e às tarifas que continuam demasiado baixas para financiar novas 
despesas, estando aquém do alcance de muitos moçambicanos, especialmente os mais 
pobres e que carecem de subsídios3. 
 
A EDM funciona neste ambiente de constrangimentos. Reconhece que o Governo deve 
decidir sobre o que vai fazer, onde se prefere o envolvimento do sector privado, que níveis 
de tarifas podemos suportar, quanta energia vamos reter para o uso doméstico e quanta é 
que vamos exportar para a região, como podemos impor maior eficiência neste sector e 
como é que a nossa matriz energética deve ser. Para a EDM, a questão-chave é como 
poderemos chegar a um equilíbrio entre os imperativos comerciais e a sustentabilidade 
financeira e, ao mesmo tempo, providenciarmos electricidade a preços acessíveis e 
trabalharmos para atingirmos o acesso universal. Algumas contradições e perguntas 
difíceis que devem ser abordadas na Estratégia4. 
 
O desafio fundamental prende-se com as estruturas de custos e tarifas que levaram à 
deterioração da situação financeira da EDM. Os custos aumentaram mais rapidamente 
que as receitas da venda de energia. O fosso entre as tarifas e os custos de fornecimento 
de electricidade aumentou nos últimos anos, exacerbado pela grande depreciação do 
Metical em relaçãoao Dólar americano e ao Rand sul africano entre 2015 e 2016. Os 
recentes aumentos de tarifas diminuíram o fosso, que continua em aproximadamente 
20%. Para a EDM tornar-se financeiramente sustentável, é essencial que as tarifas 
reflictam o custo de fornecimento. O actual pico de fornecimento de energia de 
Moçambique é de 911MW, dos quais 500MW obtidos da HCB são constituídos por 
300MW de energia firme e 200MW de energia não-firme. Para a energia adicional acima 
e fora desta quantidade, a EDM paga cerca de 15 cêntimos de dólar americano /kWh, 
cerca de três vezes mais do que a Eskom, na África do Sul, paga à HCB pelo fornecimento 
regular de 1.500MW. No desempenho de um papel regional mais amplo, Moçambique 
 
3Electricidade De Moçambique, E.P. Estratégia Da EDM. 2018-2028. Pág. 11. 
4Electricidade De Moçambique, E.P. Estratégia Da EDM. 2018-2028. Pág. 11. 
deve questionar-se se pode alcançar o acesso universal, abastecer a fábrica de fundição 
de alumínio da MOZAL e exportar a energia para a região. Para que a EDM se torne 
financeiramente sustentável, as tarifas devem reflectir o custo de fornecimento A EDM 
deve determinar como pode subsidiar as tarifas de forma sustentável e, ao mesmo tempo, 
produzir lucros suficientes para financiar novos projectos de energia. Em relação aos 
pontos indicados acima, a EDM deve ponderar se e até que ponto pode actuar como 
agência de desenvolvimento ou como entidade comercial5. 
4.3.Tomada de Consciência da Problemática Ambiental 
Durante muitos séculos o meio ambiente foi visto apenas como uma fonte supridora de 
matérias-primas para as actividades económicas. Acreditava-se que os recursos naturais 
eram inesgotáveis, e que o crescimento económico poderia continuar nas mesmas 
proporções sem preocupar-se com os stocks de recursos (Oliveira, 2004). Num passado 
não muito distante, a economia renegava a questão ambiental, actualmente, diante dos 
efeitos negativos cada vez mais visíveis causados pelas actividades económicas ao meio 
ambiente, esta tem incorporado as variáveis ambientais como dimensão importante dos 
modelos económicos vigentes. 
 
Países desenvolvidos e em desenvolvimento sentem-se ameaçados pelo ambiente; 
enquanto os países desenvolvidos mostram-se preocupados com a escassez dos recursos, 
os países em desenvolvimentos reivindicam o seu momento de crescimento económico.A 
problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na reflexão 
sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. 
 
O quadro sócio ambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o 
impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais 
complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. 
4.4. Conservação da natureza 
O conceito de Conservação da Natureza está relacionado com a forma como o Homem 
observa a natureza que o cerca ao longo dos tempos e com a interpretação que dela faz. 
Nos tempos pré-históricos, a natureza era encarada como uma imensidão incompreensível 
 
5Electricidade De Moçambique, E.P. Estratégia Da EDM. 2018-2028. Pág. 11. 
que o homem não conseguia compreender, por representar uma fonte de perigos físicos e 
espirituais, e devido a essa percepção do espaço, a natureza era respeitada e venerada 
(Lebreton, 1971). Após o aparecimento das primeiras civilizações e com o 
desenvolvimento da espiritualidade, as primeiras acções de preservação foram surgindo 
por iniciativa humana, atribuindo a certas espécies uma conotação espiritual e/ou divina, 
protegendo-as de qualquer tipo de exploração (Hunter&Gibbs, 2007). No século XVIII 
regista-se uma mudança de atitude do Homem perante a natureza, pondo em causa as 
interpretações dos fenómenos naturais, elucidadas através da filosofia e da religião, no 
momento em que deixa de temer a natureza e passa a ambicionar dominá-la, através da 
experimentação científica (Andersen, 1992). Neste período, a percepção humana sobre a 
natureza baseia-se numa “visão tecnocêntrica e utilitária, na qual a natureza é tida quase 
exclusivamente como uma fonte inesgotável de recursos que deve ser controlada e 
manipulada pelo ser humano” (Albergaria, 2006). 
 
Confrontado com estes factos, o Homem começa a compreender que não deve dominar a 
natureza, mas sim aprender a conviver com ela, e assim nascem os primeiros movimentos 
ambientalistas de protecção da natureza (Hunter&Gibbs, 2007). Em resultado deste novo 
pensamento naturalista surgem, neste período, os primeiros movimentos de protecção da 
natureza, que desempenham um papel importante, ao pôr em prática o conceito de 
Conservação da Natureza e marcam o início do desenvolvimento das políticas de 
ambiente. 
 
Em suma, a noção de Conservação da Natureza estava associada à ideia de protecção e 
nasce segundo linhas orientadoras que remetem para o que é singular, devido à sua 
separação do uso da área em que os processos económicos e sociais ocorrem (MAOTDR, 
2009). Com o decorrer do tempo e com as sucessivas mudanças de pensamento do 
Homem, este conceito de Modelo Insular deixa de fazer sentido, por apresentar limitações 
que trazem a necessidade de rever a ideia de Conservação da Natureza, de modo a 
adicionar as novas dimensões que o conceito vai incorporando e os novos ideais 
filosóficos que a sociedade defende. 
 
O facto de o modelo insular de Conservação da Natureza não permitir a ocorrência de 
interacções entre os espaços protegidos e a sua envolvente, resulta num conceito de 
conservação limitado que não aprova a influência de actividades e alterações externas a 
estes espaços, por não garantir a conservação e preservação dos valores naturais 
fundamentais que constituem a Área Protegida. Entre aquelas, as “dinâmicas 
populacionais e a integridade de processos evolutivos essenciais para garantir a 
capacidade de adaptação a alterações” (MAOTDR, 2009). De modo a ultrapassar este 
obstáculo, foi permitida a inclusão das áreas adjacentes aos espaços protegidos, as zonas 
tampão (buffers zones), num regime de protecção mais atenuado, com a finalidade de 
absorver os impactos externos, causados pela pressão que o homem provoca no território 
que ocupa (Hunter&Gibbs, 2007; MAOTDR, 2009). 
 
4.5. História da Gestão Ambiental 
Barbieri (2011), diz que as primeiras manifestações de gestão ambiental foram 
estimuladas pelo esgotamento de recursos, como a escassez de madeira para a construção 
de moradias, fortificações, móveis, instrumentos e combustível, cuja exploração havia se 
tornado intensa desde a era medieval. 
 
Nos anos de 1950 e 1960 a gestão ambiental nas indústrias era abordada de maneira muito 
tímida, limitando-se a atender a legislação vigente, que já era pouca, mas um 
acontecimento trouxe certa mudança de pensamento, pode-se dizer que a divulgação do 
livro, a primavera silenciosa, de Rachel Carson, que foi publicado em 1962 nos Estados 
unidos e alertava sobre o uso de agro-tóxicos no ambiente natural, fez com que as 
preocupações com o meio ambiente começassem a ter certo destaque. 
 
A preocupação crescente com a contaminação ambiental resultou no início da década de 
1970 em dois eventos de grande relevância, a divulgação do relatório do clube de Roma 
e a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 
Estocolmo em1972. A conferencia ajudou para que os países industrializados e aqueles 
que ainda estavam em processo de industrialização, adoptassem, por exemplo, padrões 
de controle e de qualidade nas suas indústrias com o apoio de relatórios de avaliação de 
impacto ambiental e o controle final do processo (“endofthepipe"), porém é importante 
destacar que existia uma atitude reactiva e com isso as indústrias se limitavam apenas ao 
cumprimento das normas e mesmo assim, muitas vezes quando eram obrigados a isso. 
 
4.6. Papel da Gestão Ambiental na Sociedade 
Existe a necessidade de estratégias em quea natureza seja levada em consideração 
também como factor restritivo, que deve ser utilizado com máxima produtividade e sem 
efeitos degradantes, a fim de que, no futuro, a disponibilidade dos recursos naturais esteja 
preservada. Considerações ambientais devem ser misturadas com propostas de equidade 
social, eficiência económica e factibilidade política, pois a sustentabilidade pressupõe que 
os custos ambientais sejam internalizados pelo mercado. Um aspecto que também deve 
ser considerado nos objectivos voltados para a sustentabilidade é o tratamento a ser dado 
a hábitos de consumo e estilos de vida, afirma SANTOS (2004). 
 
A sociedade industrial tem atropelado os ecossistemas naturais dos quais depende, e 
induzido mudanças consideráveis nos fluxos materiais da superfície da terra. Um 
problema estratégico é encontrar um metabolismo sustentável para a sociedade industrial 
e reconstruí-la nessa conformidade. Para atingir-se um mundo sustentável, o lado da 
demanda não pode permanecer intocável. Para Goodland (1997), faz-se necessário um 
sistema de incentivos e penalidades que estimule as pessoas a adoptar modos de vida 
adequados a esse objectivo. Parte-se da ideia de que o desenvolvimento sustentável surge 
da busca em compatibilizar o desenvolvimento ambiental, económico e social. A ideia de 
um desenvolvimento sustentável que contém objectivos do equilíbrio ecológico e da 
justiça social, obtidos através do crescimento económico orientado pelo livre mercado, é 
um discurso que não possui uma fundamentação sobre a capacidade do mercado de dar o 
justo valor à natura e à cultura. 
 
A gestão ambiental como instrumento de alcance do desenvolvimento sustentável, além 
de criar normas de ordenamento ecológico, métodos de avaliação de impacto ambiental 
e instrumentos económicos para a valorização dos recursos naturais, ofereceria bases para 
a construção de um paradigma alternativo, fundado no potencial ecológico, na inovação 
tecnológica e na gestão participativa. OLIVEIRA, (2004) considera a gestão ambiental 
uma função organizacional indispensável, como a função financeira, recursos humanos, 
produção, comercial, marketing, dentre outras. As funções dentro de uma organização 
representam oconjunto de processos e actividades homogéneos no que se refere aos 
assuntos tratados, aos elementos e aos objectivos que precisa alcançar. 
 
4.7. Sustentável 
O conceito de desenvolvimento sustentável provém de um processo histórico 
dereavaliação crítica existente entre a sociedade civil e seu meio natural. Por se tratar 
deum processo contínuo e complexo, observa-se que existe uma variedade deabordagens 
que procura explicar o conceito de sustentabilidade. Ela pode sermostrada pelo enorme 
número de definições desse conceito. 
O impacto mundial deu início às grandes discussões sobre preservação ambiental, onde 
atingiu o seu pico na Conferência de Estocolmo, alertando para o facto de, a acção 
humana estar a causar séria degradação da natureza, criando severos riscos para o bem-
estar e para a própria sobrevivência da sociedade (Machado, Santos e Souza, 2006:124) 
. 
Para Dahl (1997), o termo desenvolvimento sustentável é claramente umconceito 
carregado de valores, e existe uma forte relação entre os princípios, a ética,as crenças e 
os valores que fundamentam uma sociedade ou comunidade e suaconcepção de 
sustentabilidade. Entretanto, o próprio autor reconhece que dar forma aesta concepção 
não é uma tarefa fácil. Alguns métodos que procuram avaliar asustentabilidade partem da 
suposição sobre algumas características e metas dasociedade. Outros procuram observar 
metas e princípios que emergem da própriasociedade. Todas essas concepções são 
importantes para que se tenha um retratomais elaborado sobre este complexo tema, que é 
o desenvolvimento sustentável. 
 
O termo Desenvolvimento Sustentável é utilizado para fazer referência ao crescimento 
que consequentemente o país irá obter após sua implementação, sendo que dessa forma 
haverá melhorias tanto nos indicadores sociais como também na preservação do meio 
ambiente. Dessa forma o termo Desenvolvimento Sustentável parece caber diversos 
significados, pois é tratado como sinónimo de indústrias limpas, de crescimento 
económico, isso torna cada vez mais abrangente a satisfação das necessidades do 
presente, e do atendimento das necessidades das pessoas e da manutenção da capacidade 
de satisfazer as necessidades das gerações futuras. 
 
Dentro desta percepção, Sachs (1997), sugere que o conceito dedesenvolvimento 
sustentável apresenta cinco dimensões: o da sustentabilidadeeconómica, da 
sustentabilidade social, da sustentabilidade ecológica, dasustentabilidade geográfica e da 
sustentabilidade cultural. 
 
Com isso o “Desenvolvimento Sustentável seria, assim, aquele que satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações 
satisfazerem suas próprias necessidades” (ALMEIDA, 2002, p. 25). Percebeu-se que 
diante de todas as abordagens sobre, conceito de desenvolvimento sustentável, é que se 
coloca em evidências um processo de construção, onde os vários pensamentos de 
conhecimento científico estão sendo convocadas para discutir e estabelecer critérios, que 
orientem as acções de desenvolvimento social e económico numa perspectiva da natureza. 
De acordo com Ismail Serageldin (1995:25), a ideia de Desenvolvimento Sustentável, 
pode ser representada por um triângulo cujos vértices são ocupados pela dimensão social, 
pela dimensão económica e pela dimensão ambiental: 
 
Dimensão social – equidade, coesão social, participação, empowerment. 
Dimensão económica – crescimento sustentável, capital, eficiência. 
Dimensão ambiental – Integridade ecossistémica, recursos naturais, biodiversidade. 
 
Para o autor, a sustentabilidade implica uma contribuição adequada para a manutenção 
do crescimento e do capital, bem como o uso eficiente dos recursos naturais. Ele distingue 
ainda graus de sustentabilidade no processo de manutenção de quatro tipos de capital. Por 
um lado, o capital criado pelos humanos, que é o capital fabricado pela indústria e que é 
o mais mensurável; por outro lado, o capital natural que diz respeito aos bens fornecidos 
pelo meio ambiente; depois o capital humano, que ele identifica como sendo o novo 
paradigma do desenvolvimento que cada vez mais valoriza o investimento nos recursos 
humanos, considerado como fundamental para a estratégia de desenvolvimento; 
finalmente o capital social, que são as bases institucionais e culturais para o 
funcionamento da sociedade. 
Neste sentido, sustentabilidade ecológica significa o respeito pela integridade do 
ecossistema. O lado social é igualmente importante pois o seu desenvolvimento 
assegurará a equidade, a mobilidade social, a coesão social, a participação, o 
empowerment, a diversidade cultural e o desenvolvimento institucional. 
4.8. Tipos de Sistemas Fotovoltaicos 
O sistema fotovoltaico gera energia elétrica por meio de painéis solares instalados em 
residências, comércios, indústrias ou por meio da criação de usinas solares. As células 
fotovoltaicas dos painéis solares convertem a radiação solar em energia de corrente 
contínua, que pode ser produzida até em dias nublados. 
 
Existem três formas mais utilizadas para o funcionamento de um sistema fotovoltaico: 
on-grid, off-grid e híbrido. 
 
O sistema on-grid é conectado à rede elétrica de distribuição de energia. Nesta forma de 
instalação, o valor da conta de energia é reduzido, pois a energia excedente é alocada na 
rede pública e se converte em créditos compensados no valor da conta. Figura-1 
Fonte: internet 
O sistema off-grid não é conectado à rede elétrica de distribuição e o armazenando da 
energia solar é alocado em baterias. A energia armazenada nas baterias é distribuída de 
forma direta para os equipamentos domésticos e eletrônicos. 
Este modo é muito utilizadoem locais que não são atendidos pela rede de energia. Figura-
2 
Fonte: internet 
O sistema híbrido tem sua operação de modo simultâneo, entre on-grid e off-grid, 
fazendo com que ocorra o trabalho conectado à rede enquanto o banco de baterias está 
carregando, e vice-versa. Figura-3 
Fonte: internet 
4.8.1.Tipos de instalações fotovoltaicas 
A tecnologia mais utilizada para o aproveitamento do recurso solar na produção de 
electricidade, são sistemas PV para conversão directa da radiação solar em electricidade. 
Actualmente, existemvários tiposde sistemas, incluindo centrais em terra, instalações em 
telhados, offshore, instalações em canais ou PVflutuante [Sahuet al., 2016]. 
As centrais convencionais, em terra, são normalmente de grandes dimensões, fixadas no 
solo eencontram-se ligadas à rede eléctrica, como por exemplo a central PV da Amareleja. 
As instalações em telhados podem ser colocadas em residências ou edifícios de serviços, 
podendoestar ligados à rede eléctrica ou constituir um sistema autónomo. Neste caso, o 
sistema pode servir comoauxiliar, agregando-se a outras tecnologias de produção de 
energia. 
Estas instalações são normalmentede menores dimensões do que as centrais 
convencionais, com capacidades instaladas entre 5-20 kW emedifícios residenciais e 100 
kW ou mais em edifícios de serviços. Um bom exemplo desta aplicação é o projecto 
Universidade Verde, que visa a produção de energia eléctrica pela colocação de painéis 
PV nostelhados e nos parques de lazer da Faculdade de Ciências da Universidade de 
Lisboa. 
 
Os sistemas em canais são colocados por cima de canais artificiais de transporte de água; 
os sistemasflutuantes podem ser instalados em locais como albufeiras, lagos, canais de 
irrigação, ou mesmo nomar. Como referido anteriormente, o PV flutuante é uma 
tecnologia recente, com poucas instalações emfuncionamento no mundo. Este conceito 
pretende diminuir o problema da falta de espaço para colocaçãode painéis PV em terra. 
Países como o Japão, a China e a Coreia do Sul têm sido lideres nesta abordagemdevido 
a problemas com elevada densidade populacional, aliada à falta de espaço em terra 
[Sahuet al.,2016]. 
 
4.9. A tecnologia fotovoltaica flutuante 
O PV flutuante é um conceito que pretende conciliar a tecnologia PV existente com a 
tecnologia deflutuadores, em constante evolução. 
O sistema é constituído por uma estrutura de suporte, formada por um pontão ou 
flutuadores individuais,um sistema de amarração, módulos PV e todo o conjunto de cabos 
para transportar a electricidade para terra (Choi, 2014). 
Estrutura de suporte: integrados na estrutura de suporte encontram-se os flutuadores, que 
permitem ainstalação dos módulos PV em série ou em paralelo, consoante a 
disponibilidade espacial;Sistema de amarração: desenhado para manter a instalação 
imóvel, com flexibilidade para responder adiferenças nos níveis de água (em particular 
para aplicar em albufeiras de barragens) e com capacidadede resistir a velocidades do 
vento e ondulações muito elevadas. 
 
Estes sistemas podem ser fixados alocais diferentes, como ao fundo do reservatório 
(utilizando sistemas de ancoragem) ou às margens dosreservatórios, incrustados em 
terra;Sistema PV: constituído pelos módulos PV, incluindo as caixas de junção; Sistema 
de transporte de energia: constituído pelos cabos que permitem a transmissão da 
energiaproduzida desde os flutuadores até terra. 
 
(a) Projeto em FarNiente com tecnologia TTi’s (b) Instalação em Bubano. (c) Instalação 
em Agost, Espanha. 
Figura 1: Diferentes tipos de instalações PV flutuantes [Adaptado de RedónSantaféet al. 
[2014]. 
 
4.10. Impactes ambientais da tecnologia fotovoltaica flutuante 
Como tecnologia recente e pouco desenvolvida não existe ainda uma avaliação 
sistemática dos impactesambientais do PV flutuante. (Mckay2013) afirma que a relação 
entre a água e os painéis PV é benéfica para os dois componentes.Por um lado, a água 
diminui a temperatura dospainéis PV levando a um aumento da eficiência naprodução de 
energia eléctrica. Por outro lado, os painéis fazem sombreamento na água. 
 
Havendo sombreamento, existe uma diminuição de radiação solar na área abrangida pela 
instalação e diminuição datemperatura da coluna de água que se encontra imediatamente 
abaixo da estrutura, o que se reflecte numa diminuição da fotossíntese e consequente 
redução da proliferação das algas, levando à sua diminuição emelhorias ao nível da 
qualidade da água. Contudo, este impacte só é positivo se existir eutrofização, 
casocontrário, o sombreamento tornar-se-ia um impacte negativo. (Sahuet al. 2016) 
Sublinha a existência deuma potencial redução da produtividade primária do ecossistema 
com a diminuição do crescimento dasalgas. 
 
O sombreamento pode, para além de reduzir a produção primária, alterar a biodiversidade 
localao longo da coluna de água e no fundo do reservatório. 
Helferet al. [2012] indica que outro possível impacte do sombreamento consequente da 
instalaçãoé a diminuição da evaporação. Quanto menor área de água exposta ao sol menor 
será a evaporação daágua no reservatório.Sahuet al. [2016] afirma que os módulos em 
plástico de polietileno de alta densidade (HDPE) podem afectar a qualidade da água, 
afectando a biodiversidade do local. Também indicam possíveis impactes noecossistema 
com a passagem de elevadas correntes electromagnéticas nos cabos de passagem de 
energiadebaixo de água. 
 
 
	CAPÍTULO IV
	4. Análise E Discussão Dos Resultados
	Apresentação e interpretação dos resultados do questionário dirigido aos Profissionais que lida com o sistema fotovoltaico
	4.1. Apresentação e interpretação dos resultados do questionário dirigido aos Profissionais que lida com o sistema fotovoltaico.
	4.2. Contexto do sector de energia em Moçambique
	4.3.Tomada de Consciência da Problemática Ambiental
	4.4. Conservação da natureza
	4.5. História da Gestão Ambiental
	4.6. Papel da Gestão Ambiental na Sociedade
	4.7. Sustentável
	4.8. Tipos de Sistemas Fotovoltaicos
	4.9. A tecnologia fotovoltaica flutuante
	4.10. Impactes ambientais da tecnologia fotovoltaica flutuante

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