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Unidade 2 - Economia Brasileira

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23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 1/23
ECONOMIA BRASILEIRAECONOMIA BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEACONTEMPORÂNEA
INDUSTRIALIZAÇÃO E RUPTURAINDUSTRIALIZAÇÃO E RUPTURA
DEMOCRÁTICADEMOCRÁTICA
Autor: Me. Leonardo Aparecido Santos Silva
Revisor : C láudia Kather ine Rodr igues
IN IC IAR
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 2/23
introdução
Introdução
A industrialização brasileira passou pelo avanço em seu planejamento a partir do plano de metas de
Juscelino Kubitschek, com objetivos claros e realistas para o país. Contudo, problemas de ordem
política e econômica �zeram com que o início da década de 1960 fosse complicado para a economia
brasileira, ampliando a instabilidade no país e resultando no rompimento democrático (ditadura
militar) durante o governo de João Goulart.
Já na segunda metade da década, reformas institucionais, aliadas à melhoria da conjuntura externa,
propiciaram o rápido avanço na economia brasileira durante o período conhecido como “Milagre
Econômico”, caracterizado pelo elevado crescimento econômico, in�ação controlada e equilíbrio
externo.
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 3/23
A economia brasileira deslocou seu centro dinâmico do setor externo (exportação) para o mercado
interno (industrialização) a partir da década de 1930, na esteira da Grande Depressão (maior crise
do sistema capitalista da história). Em um primeiro momento, foram incentivadas as indústrias
voltadas para a produção dos bens de consumo duráveis, com auxílio do Estado por meio do
controle cambial e tarifas aduaneiras que tornavam os produtos importados relativamente mais
caros.
Durante a maior parte desse período inicial de industrialização, o Presidente da República foi Getúlio
Vargas como ditador (1930-1945) e democrata (1951-1954), com uma breve passagem de Eurico
Gaspar Dutra (1946-1951). Nessa época, foram desenvolvidas a Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN), a Petrobrás, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), dentre outros
projetos.
Em relação ao polo petroquímico, que vinha sendo delineado desde o governo Dutra, Couto (2012)
explica que o município de Cubatão foi o escolhido para sediar esse primeiro grande polo, onde já
estava sendo construída a Re�naria Presidente Bernardes Cubatão desde 1952. Ainda durante a
década de 1950, a Petrobrás viria a desenvolver diversos outros projetos para ampliar o polo
petroquímico, tais como: I) fábrica de fertilizantes para a produção de adubos (1953); II) fabricação
de eteno e propano-propeno (1954); III) fábrica de asfalto (1956); dentre outros projetos visando
expandir o polo petroquímico nacional, como aponta Couto (2012).
Apesar desse desenvolvimento industrial em direção a uma maior complexidade, cabe ressaltar os
problemas enfrentados pela economia brasileira ainda na primeira metade da década de 1950, em
decorrência da falta de �nanciamento externo, principalmente os esperados pelos Estados Unidos
(EUA) por meio da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU).
A queda de Vargas, em 1954, expressa, entre outros aspectos, os obstáculos para a
implementação de um projeto de desenvolvimento com certa autonomia econômica e
política para o Brasil, apesar de essa autonomia por ele preconizada implicar forte
articulação com o capital estrangeiro e o não afastamento em relação aos Estados
Unidos. Nas condições sociais e políticas internas e externas da época, parecia
extremamente difícil qualquer tentativa nesse sentido. Vargas enfrentou enormes
di�culdades no equacionamento de duas questões-chave do período: a do
�nanciamento do avanço do desenvolvimento e a da inserção da classe trabalhadora
na vida política do país (CORSI, 2010a, p. 126).
Além desses pontos, o problema in�acionário persistia agravado pelo desalinhamento das contas
externas. No tocante ao processo industrial, existia a necessidade de avançar em pontos de
estrangulamento ligados à maior complexidade industrial (indústria pesada), como nos setores de
transporte e energia. Mesmo com o suicídio de Vargas e com Café Filho assumindo a presidência, o
país não voltou a ter estabilidade nos 16 meses de governo (CORSI, 2010a).
Anos Dourados e aAnos Dourados e a
Emergência da IndústriaEmergência da Indústria
PesadaPesada
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 4/23
No primeiro momento, o novo presidente procurou cortar os gastos públicos e se alinhar ao Fundo
Monetário Internacional (FMI) para estabilizar o setor externo (câmbio), recebendo críticas da
burguesia industrial devido à queda de �nanciamento. Nesse período, foi instituída a Instrução n°
113 da Sumoc, pelo Ministro da Fazenda Eugênio Gudin, para importação de máquinas e
equipamentos sem cobertura cambial. Logo, �cou de�nido que “o importador não dependeria de
divisas para realizar as importações e que o montante das máquinas e dos equipamentos
importados seria contabilizado no capital da empresa, o qual serviria de base para o cálculo das
remessas de lucro” (CORSI, 2010a, p. 127).
Com as críticas às políticas econômicas decorrentes do diagnóstico de que a in�ação ocorria devido
à monetização dos dé�cits públicos (impressão monetária) e política contracionista de Gudin, José
Maria Whitaker assumiu o ministério, enfrentando uma crise bancária e procurando diminuir os
mercados múltiplos de câmbio que bene�ciavam o modelo de substituição de importação (PSI).
Contudo, não obteve sucesso por falta de apoio político (LACERDA et al ., 2018).
Assim, na sequência, o processo de industrialização voltou com a eleição de Juscelino Kubitschek de
Oliveira (JK), que governou entre 1956 e 1961. Como ressalta Vilella (2016), durante o governo JK, a
combinação de crescimento econômico acelerado, transformação estrutural da economia brasileira
e pleno gozo das liberdades democráticas no país foi um sucesso, com o período sendo conhecido
como “anos dourados”.
Padrões de Acumulação Econômica
Prezado(a) estudante, até 1930 a economia primária exportadora foi o centro dinâmico do país, por
meio da produção de açúcar, ouro e café, principalmente. Ao longo desse tempo, a exportação
desses bens proporcionou a acumulação de capital no país, que era basicamente reinvestido no
próprio setor primário para expansão da produção via aumento da área plantada. Com a grande
crise �nanceira internacional de 1929, houve a possibilidade de modi�cação do eixo dinâmico,
permitindo que o capital acumulado pelo setor primário fosse “extravasado” para o setor industrial.
Essa é a tese apontada pelo capitalismo tardio, desenvolvida por João Manuel Cardoso de Mello,
como aponta Souza e Pires (2010, p. 42):
a acumulação de capital industrial teria ocorrido juntamente com a acumulação de
capital no setor exportador cafeeiro, nos períodos de expansão das exportações. Por
último, outra tentativa de explicação das origens do desenvolvimento industrial
brasileiro, embora reconheça um mercado para produtos manufaturados, enfatiza o
papel das políticas do governo, realizadas com o intuito de promover o desenvolvimento
industrial, especialmente proteção aduaneira e concessão de subsídios da indústria.
Desse modo, ainda no processo inicial de industrialização, o setor primário exportador cumpria
importante papel na acumulação de capital nacional. Com o passar dos anos e a industrialização
ganhando mais força, passou a existir a necessidade de a acumulação de capital também vir da
indústria, por meio do avanço na complexidade industrial, ampliando a formação da renda no setor
industrial-urbano doméstico (SOUZA; PIRES, 2010).
Por exemplo, durante o segundo governo Vargas ocorreu a tentativa de ampliar a acumulação
interna de capital por meio de uma articulação com o capital estrangeiro, que acabou por não
chegar no país como planejado, fazendo com que Vargas tivesse que tocar os projetos com aumento
do dé�cit público e criaçãode moeda. Nesse padrão de acumulação interna de capital, a taxa de
câmbio, nacionalização de setores estratégicos, contenção de salários e ganhos da produtividade
para o setor privado eram utilizados para ampliação da acumulação de capital no Brasil.
O padrão de desenvolvimento, calcado nos setores de bens de capital e intermediários e na
expansão da infraestrutura, foi apenas parcialmente implementado, devido à ausência de um
esquema consistente de �nanciamento da acumulação e também em virtude da falta de um
decidido apoio das classes dominantes a uma ação mais abrangente do Estado na economia (FIORI,
1995 apud CORSI, 2010b).
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Nessa perspectiva analisada, conforme avançava a industrialização ao longo dos anos, se não
existisse o setor dos bens de produção no país, os estímulos e as interações interdepartamentais
seriam transferidas para o país produtor desse bem. Portanto, para que a acumulação de capital
pudesse ser ampliada, seria necessário existir uma sinergia na produção doméstica que
encaminhasse à produção de bens de consumo e aos bens de produção, que serviriam para
produzir os bens de consumo, ampliando a possibilidade do processo de acumulação das
economias de mercado (LACERDA et al ., 2018).
O Governo Juscelino Kubitschek
Na segunda metade da década de 1950, JK governou o Brasil após quase 30 anos do Processo de
Substituição de Importação (PSI). A produção de bens básicos já possuía certa consolidação, com a
existência de uma burguesia industrial no país. Nesse contexto, existiam problemas que ainda
precisavam ser resolvidos acerca da industrialização? Sim, a industrialização precisava avançar para
bens mais complexos, melhorando a acumulação de capital nacional.
À época, começou parecer mais factível ampla associação com o capital es- trangeiro
como forma de enfrentar os impasses do desenvolvimento. Embora com matizes
diferentes, essa saída há muito era proposta por várias correntes, como é o caso dos
setores defensores de uma política econômica ortodoxa, que consideravam a poupança
externa fundamental para o desenvolvimento do país. Eugênio Gudin, quando no
Ministério da Fazenda, iniciou a abertura para o exterior. O Governo Juscelino
Kubitschek aprofundaria essa linha, o que seria decisivo para a constituição de um novo
padrão de acumulação que vigoraria nas décadas subsequentes (CORSI, 2010b, p. 127).
Isso posto, JK procurou ampliar a acumulação do capital, considerando a poupança externa,
possibilitando maior nível de investimentos no Brasil. Diferentemente do governo Vargas, em que a
conjuntura externa não permitiu a entrada de capital no país, com Kubitschek foi diferente,
possibilitando a implementação do seu Plano de Metas.
Plano de Metas
O Plano de Metas foi o plano mais bem elaborado para o desenvolvimento da industrialização do
país, apontando as metas, despesas e receitas que seriam utilizadas durante  o período de vigência.
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. (2017) ressaltam que esse plano foi além do PSI, visto que
procurou promover a estrutura industrial integrada, diferente do PSI que foi uma resposta aos
estrangulamentos externos. Assim, é uma evolução do PSI na medida em que aumentou a
industrialização e as contradições na acumulação de capital,  necessitando avançar para a produção
de bens mais complexos (bens de produção, intermediários ou de capital).
Para a execução do Plano de Metas, foram utilizados os estudos baseados na Comissão Mista Brasil-
Estados Unidos (CMBEU), já existentes no período Vargas, e os estudos do grupo BNDE-Cepal,
responsável por identi�car a existência de uma demanda reprimida por bens de consumo duráveis.
Por meio do desenvolvimento desse setor, poderia haver efeitos interindustriais sobre a demanda
por bens intermediários. Com a geração de emprego, aumentaria também a demanda por bens de
consumo leves. Em suma, ocorreriam estímulos para o desenvolvimento de novos setores
industriais no país, eliminando pontos de estrangulamento no setor industrial (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Esse processo também seria responsável por criar incentivos para a vinda do capital estrangeiro aos
setores os quais se pretendia implementar. Além disso, o plano deu origem a diferentes comissões
setoriais para criar e administrar os incentivos que deveriam ser realizados no cumprimento da
meta do setor, utilizando como instrumento central a Instrução 113 da Sumoc para os investimentos
estrangeiros diretos, sem cobertura cambial (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Nesse contexto, o governo também utilizou incentivos �scais e reserva de mercado por meio do
protecionismo à indústria nascente, para atrair capital externo com a construção de multinacionais.
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Portanto, o plano possuía grande coerência na medida em que procurou resolver os pontos de
estrangulamento e, ao mesmo tempo, impedir o surgimento de novos. Para tal, foram utilizados
investimentos estatais (transporte rodoviário, por exemplo), incentivos para produção de bens
intermediários (aço, carvão, cimento) e introdução aos setores de consumo de bens duráveis e de
capital (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Na mesma linha, Lacerda et al . (2018) ressaltam que o plano de metas procurou desenvolver os
setores de energia, transporte, siderurgia e re�no de petróleo, sendo os responsáveis por receber a
maior parte dos investimentos do governo. Consequentemente, seriam utilizados recursos para
subsidiar e estímulos seriam concedidos para expansão e diversi�cação do setor secundário,
produtor de equipamentos e insumos com alta intensidade de capital. Desse modo, observe o
Quadro 2.1 a seguir, que apresenta os principais setores bene�ciados pelo plano, com suas
respectivas previsões e quantidade realizada.
Quadro 2.1 - Plano de Metas: expansão prevista e resultados (1957-1961) 
Fonte: Giambiagi et al . (2005, p. 56 apud CORSI, 2010, p. 132).
Como é possível observar no Quadro 2.1, a prioridade dada por JK foi a indústria automobilística,
com carros e caminhões alcançando 78% do planejamento e a construção de rodovias que, inclusive,
superou a meta estabelecida. Outros destaques �caram para a indústria do cimento, pertencente ao
polo petroquímico, e energia elétrica (viabilizando as demais indústrias). O destaque negativo �cou
por conta das ferrovias (priorizadas por Vargas), que além de quase não estarem previstas no plano,
�caram com baixa taxa de realização (32%).
Plano de Estabilização Monetária
Setor Previsão Realizado %
Energia Elétrica (1.000
KW)
2.000 1.650 82
Carvão (1.000 t) 1.000 230 23
Produção de petróleo
(1.000 barris/dia)
96 75 76
Re�no de petróleo
(1.000 barris/dia)
200 52 26
Ferrovias (1.000 km) 3 1 32
Rodovias – construção
(1.000 km)
13 17 138
Aço (1.000 t) 5 - -
Cimento (1.000 t) 1.100 650 60
Carros e caminhões
(1.000 unid.)
170 133 78
Nacionalização de
carros (%)
90 75 -
Nacionalização de
caminhões (%)
95 74 -
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 7/23
Além do desenvolvimento do plano de metas, JK procurou equilibrar as contas públicas e seu
impacto sobre a in�ação por meio do plano de estabilização monetária lançado em 1958. Enquanto
no plano de metas as políticas monetárias e de crédito atuaram para ampliar o crescimento
econômico, no plano de estabilização monetária, propunha-se maior controle sobre a expansão do
governo, para atingir o objetivo de controlar o processo in�acionário do período. Prezado(a)
estudante, apesar de parecerem objetivos antagônicos, a ideia da estabilização monetária era
proporcionar recursos para o avanço do plano de metas, sem que ocorressem pressões sobre o
nível de in�ação externa (Balanço de Pagamentos).
Nessa perspectiva, Corsi (2010b) argumenta sobre o plano de estabilização como a tentativa de JK
subordinar a políticamonetária e creditícia ao objetivo de garantir altas taxas de crescimento
econômico. Para a efetivação do plano, auxiliando no crescimento não in�acionário, JK necessitava
de que as negociações em curso com o Eximbank e o Fundo Monetário Internacional (FMI) fossem
um sucesso. No entanto, as negociações não tiveram o efeito esperado.
Ao passo que as negociações avançaram, o FMI apresentou medidas duras para o combate à
in�ação, para auxiliar na validação do empréstimo com o banco Eximbank. Essas medidas tinham a
capacidade de interromper todo o projeto desenvolvido no plano de metas (projeto inicial e mais
importante do governo), como explica Corsi (2010b).
Sob fortes críticas do próprio FMI, do Congresso e dos empresários, que não aceitavam
políticas de corte do crédito, Juscelino optou por romper com o órgão e dar
continuidade ao seu ambicioso plano de desenvolvimento, apesar de essa decisão
agravar os problemas da in�ação e dos desequilíbrios nas contas externas e do governo
(CORSI, 2010b, p. 134).
Apesar dos problemas enfrentados, JK continuou o projeto de industrialização do Brasil, inclusive
tocando a grandiosa obra de Brasília, que era a meta-síntese do plano, ajudando a deslocar parte do
crescimento econômico do país na direção do interior.
Nessa perspectiva apresentada, JK procurou implementar um ambicioso plano de desenvolvimento
econômico para o país, avançando na complexidade industrial para bens de produção
(intermediários e de capital), proporcionando melhorias na acumulação capitalista brasileira.
Contudo, medidas de �nanciamento externo acabaram di�cultando o plano, fazendo com que fosse
necessário o avanço dos gastos públicos, independentemente do problema in�acionário, para
�nalizar as grandes obras do período.
i
saiba mais
Saiba mais
Durante o governo de Juscelino Kubitschek ocorreu a
mudança da capital do Estado brasileiro, que até então
estava localizada no Rio de Janeiro, para o Distrito Federal,
mais especi�camente em Brasília. Um dos motivos foi a
ideia de avançar no desenvolvimento da economia para o
interior do país.
Você conhece a história de Brasília? Para mais informações,
consulte a história contada pelo Museu de Brasília.
ACESSAR
http://www.museuvirtualbrasil.com.br/museu_brasilia/modules/news3/article.php?storyid=15
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 8/23
praticar
Vamos Praticar
Durante o governo do Presidente da República Juscelino Kubitschek, o país ampliou a questão do
planejamento estatal para um plano e�ciente por meio de metas bem estabelecidas. Nesse contexto,
assinale a alternativa que apresenta corretamente o que foi o Plano de Estabilização Monetária (PEM).
a) Ambicioso projeto de crescimento econômico.
b) Imposição de metas com receitas e despesas apresentadas.
c) Política monetária expansionista para o crescimento.
d) Equilíbrio nas contas públicas e in�ação.
e) Parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 9/23
Durante o governo de JK, a industrialização avançou por meio de um plano bem elaborado, que
buscava promover o avanço na complexidade industrial para os bens de produção e, assim,
consolidar a indústria nacional. Nesse sentido, o plano de metas procurou conciliar o planejamento
estatal e a consolidação da indústria do país, aprofundando o Processo de Substituição de
Importação (PSI). Corsi (2010b) apresenta a política de JK como uma política industrializante com
base no mercado interno, com aumento na participação de capital estrangeiro (multinacionais).
Assim, observe os resultados do planejamento estatal de JK para consolidação da indústria no
Quadro 2.2 a seguir. 
Quadro 2.2 - Variação do PIB, Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), Variação da produção industrial e
Índice de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) 
Fonte: IBGE apud Lacerda et al . (2018, p. 90).
Prezado(a) estudante, observe a evolução do PIB. Conforme o plano de metas foi posto em marcha,
com seus objetivos sendo cumpridos, ocorreu um rápido crescimento econômico no país, com forte
elevação da variação da produção industrial, apontando para a dinâmica interna de acumulação de
capital. A FBCF, ligada aos investimentos, apesar do pico em 1959 (18%), passou por queda nos anos
seguintes devido a problemas estruturais endógenos na economia brasileira. Por �m, o Quadro 2.2.2
apresenta a evolução da in�ação. Como o plano de estabilização monetária não foi aprovado pelo
FMI e Eximbank, JK acabou tomando a decisão de avançar com gastos públicos e monetização da
dívida (rompendo com o FMI em 1959), o que impactou o processo in�acionário.
Planejamento Estatal ePlanejamento Estatal e
Consolidação da IndústriaConsolidação da Indústria
Ano
Variação do
PIB (%)
FBCF (%)
Variação da
produção industrial
(%)
Taxa de
in�ação IGP-DI
(%)
1956 2,9 14,5 5,5 24,6
1957 7,7 15,0 5,4 7,0
1958 10,8 17,0 16,8 24,4
1959 9,8 18,0 12,9 39,4
1960 9,4 15,7 10,6 30,5
1961 8,6 13,1 11,1 47,8
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 10/23
Nessa linha, Lacerda et al . (2018) argumentam para a mudança na acumulação de capital nacional
em direção à indústria, isso porque o nível dos investimentos passa a ser a variável fundamental
para explicar os movimentos cíclicos da economia. Contudo, os autores explicam que apesar do
avanço na produção de bens de capital e intermediários, o plano de metas não foi capaz de
completar a criação do setor (bens de produção), o que tornaria o processo de acumulação de
capital autônomo. “Essa possibilidade revelou-se de difícil consecução, porque o mercado brasileiro
era ainda relativamente pequeno, não sustentando as escalas de produção que a fabricação de bens
de alta tecnologia exigia (LACERDA et al ., 2018, p. 89).
Capital Estrangeiro e Oligopólios
Durante o período do governo JK, o plano de metas foi vendido com a ideia de desenvolvimento
brasileiro de “50 anos em 5”, dados os volumosos investimentos e os grandes projetos industriais,
inclusive com facilidade para o capital estrangeiro investir no país, trazendo multinacionais. Para
avançar nas indústrias de bens de produção rapidamente, o país precisava da participação
dominante do capital externo, deixando de lado o projeto nacional (somente capital interno)
(LACERDA et al ., 2018).
Contudo,   a entrada de capitais externos no período de 1955-1962 não ocorreu na forma de
investimentos diretos: 81,7% desses investimentos foram �nanciamentos externos para projetos
especí�cos. Esses grandes projetos industriais, incluindo o capital externo, resultaram no
desenvolvimento de grandes empresas e, por consequência, em mercados com características de
oligopólios, que já eram a dinâmica das grandes empresas mundiais no período (década de 1950).
As transformações estruturais que ocorreram na segunda metade dos anos 1950
resultaram na consolidação da oligopolização da economia brasileira, quando os
principais ramos industriais passaram a ser constituídos por um reduzido número de
grandes empresas, reproduzindo o processo que se iniciara ainda no �nal do século XIX
com as economias capitalistas desenvolvidas (LACERDA et al., 2018, p. 7).
reflita
Re�ita
A partir da década de 1950, a economia brasileira
passou por um processo de avanço na
complexidade econômica da produção industrial.
Você sabe em quais setores o país obteve
crescimento durante o período de Kubitschek no
poder?
“O desenvolvimento industrial durante o Plano de
Metas foi liderado pelo crescimento do
departamento produtor de bens de capital e do
departamento produtor de bens de consumo
duráveis; suas taxas anuais de crescimento médio
no período 1955-1962 atingiram 26,4% e 23,9%,
respectivamente. Já a participação desses setores
nos investimentos industriais apresentaria um
desempenho ainda mais notável. O investimento na
indústria de transformação cresceu a uma taxa
média anual de 22%no período 1955-1959”.
Fonte: Lacerda et al . (2018, p. 86).
23/05/2022 12:56 Ead.br
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Nesse período, grandes organizações oligopolistas ampliaram a participação no mercado interno
brasileiro, como foi o caso da Ford e da General Motors, até mesmo para evitar que outras empresas
oligopolistas da Europa e do Japão dominassem o mercado brasileiro. Consequentemente, as
empresas multinacionais passaram a dominar amplamente a produção industrial brasileira,
especialmente os setores mais dinâmicos da indústria de transformação (LACERDA et al ., 2018).
Considerando-se as mil maiores empresas do país por volume de vendas em 1974, dois
terços delas eram empresas industriais. As EMN correspondiam a 12% do número total,
50% do valor das vendas e 43% do estoque de capital. Em 1970, as EMN dominavam
amplamente a produção de bens duráveis de consumo (85% das vendas) e eram
majoritárias na produção de bens de capital (57% das vendas). No subsetor de bens de
consumo não duráveis, controlado basicamente por empresas privadas nacionais, a
participação das EMN era bastante signi�cativa (43% das vendas). Mesmo no subsetor
produtor de bens intermediários, onde ocorreria forte participação estatal, a presença
dessas empresas chegaria a 37% das vendas (LACERDA et al., 2018, p. 88).
Isso posto, seguindo a dinâmica das economias de mercado centrais (EUA, Europa e Japão), o Brasil
passou a trabalhar no desenvolvimento industrial aos moldes dos mercados oligopolistas, com as
Empresas Multinacionais (EMN) dominando o mercado de maior conteúdo tecnológico do país e o
capital nacional sendo o responsável por fornecer insumos e componentes para as EMN. Também
existiram exceções, por exemplo, nos casos dos setores de �nanças, mineração, construção civil e
agricultura (LACERDA et al ., 2018). Essa dinâmica iria pautar as ações do Brasil nas próximas
décadas.
João Goulart e o Plano Trienal
Ao longo da década de 1950, o PSI avançou para bens de produção, contudo o capital externo, por
meio das grandes empresas oligopolistas, dominou o mercado brasileiro nos setores mais
tecnológicos de bens de consumo duráveis e de capital (JK). Ainda nessa década, JK acabou
rompendo as relações com o FMI (1959) em decorrência da reprovação do seu PEM, que procurava
ampliar a industrialização sem pressão in�acionária por meio de empréstimos externos, mas,
também, aplicando medidas para proteger a indústria nacional.
Nessa perspectiva, ao mesmo tempo em que promoveu o avanço industrial, o plano de metas
acabou por resultar em instabilidades políticas e econômicas no país. É nesse contexto que deve ser
interpretado o governo seguinte, de João Goulart, e o desenvolvimento do seu plano trienal.
Contudo, vale destacar que apesar da crise política e econômica no início da década de 1960, ainda
existiram grandes projetos industriais sendo desenvolvidos no Brasil, como aponta Couto (2012, p.
133):
Se nos anos 1950 Cubatão foi marcada pela construção da maior obra do país (a
re�naria de petróleo), o início da década seguinte não foi diferente: estava em ritmo
acelerado a construção da primeira siderúrgica marítima brasileira: a Companhia
Siderúrgica Paulista – Cosipa [...] Enquanto o país passava por um período de baixo
crescimento, na primeira metade dos anos 1960, Cubatão crescia com a construção da
Cosipa.
A década de 1960 iniciou-se com um processo de crise política e econômica. Em relação aos
aspectos políticos, Jânio Quadros renunciou à Presidência da República. Em seu lugar, assumiu o
vice-presidente João Goulart, que não era bem-visto pela elite devido à sua preocupação com temas
sociais e aproximação com a China e a União Soviética. Como explica Mariano (2012), para assumir o
governo, ele teve que aceitar o parlamentarismo. No entanto, a briga política continuou até fazerem
um plebiscito (1963) que resultou na volta ao presidencialismo, possibilitando colocar seu Plano
Trienal em prática, comandado por Celso Furtado.
O Plano Trienal
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O Plano Trienal foi instituído em 1963, com os objetivos de: I) conter o processo in�acionário
herdado do governo de JK; II) implementar reformas de base (reformas agrária, �scal e
administrativa); III) reescalonamento da dívida externa (MARIANO, 2012). De forma complementar,
Soares (2015) resume o Plano Trienal como uma tentativa de continuar o crescimento econômico,
considerando reformas sociais e combate ao processo in�acionário. Nessa linha, Souza (2010a)
aponta que o plano esteve, desde o início, envolto em grandes di�culdades políticas e econômicas
devido à crise gerada pela in�ação.
O plano não obteve êxito em combater a in�ação. Uma das críticas que recebeu foi em
relação ao diagnóstico simpli�cado do processo in�acionário. As restrições externas
continuavam a pressionar os índices de in�ação, e o governo era incapaz de reduzir o
dé�cit �scal, outro vetor que alimentava esse processo. Além desses aspectos, o fator
político foi determinante, pois setores organizados da classe média pressionavam para
que não ocorressem as Reformas de Base (MARIANO, 2012, p. 6).
Soares (2015) sintetiza bem o �nal trágico do governo de João Goulart: I) descontrole (dé�cit) das
contas públicas; II) expansão monetária (monetização dos gastos), impactando na aceleração
in�acionária; III) desequilíbrios do balanço de pagamentos (contas externas); IV) desaceleração da
atividade econômica (PIB); V) instabilidade política, deposição do governo Goulart e instalação da
ditadura militar. Uma ressalva é apresentada por Souza (2010a), que argumenta que o plano foi
posto em prática após dois anos de crise política (1961-1962), ou seja, em 1963 (cenário de crise),
tendo o golpe militar ocorrido em 1964, retirando qualquer chance do plano continuar.
Prezado(a) estudante, para facilitar a compreensão sobre o período e a situação crítica da economia
brasileira no período, seguem alguns dados econômicos: I) o PIB brasileiro saiu de um crescimento
real anual de 9,4% em 1960 para 0,6% em 1963; II) a indústria de transformação saiu de 11% em
1961 para -0,2% em 1963; III) consumo agregado em relação ao PIB caiu de 72,56% (1960) para
70,44% (1963); IV) saldo negativo (dé�cit) no comércio exterior em 1962, ampliando o desequilíbrio
externo com Balanço de Pagamentos (BP) negativo em 1962, 1963 e 1964; V) crescimento negativo
do PIB per capita de -2,34% (1963); dentre outros fatores negativos, como aponta Souza (2010a).
praticar
Vamos Praticar
Durante a década de 1950 foi dada continuidade ao programa desenvolvimentista de industrialização por
substituição de importação (PSI), na primeira metade da década com Getúlio Vargas, e na segunda metade,
com Juscelino Kubitschek, permitindo avanços na matriz industrial brasileira. Assim, qual foi o plano que
pretendeu equilibrar o crescimento econômico e a questão in�acionária, por meio do capital externo na
década de 1950?
a) Plano de Ação Econômica do Governo.
b) Plano Trienal.
c) Plano de Metas.
d) Plano de Estabilização Econômica.
e) Plano Econômico de Desenvolvimento.
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O início da década de 1960 foi de grande instabilidade política, culminando no Golpe Militar de 1964
através da deposição   do Presidente João Goulart. Nesse contexto, Souza (2010a) explica que a
grande instabilidade econômica do período ocorreu devido ao acirramento nas brigas políticas entre
o grupo desenvolvimentista (estava no poder desde 1930) e o grupo   político ligado à UDN. Além
disso, ressalta o período do governo do Presidente Jânio Quadros como o início da crise de 1960,
devido à desestruturação do sistema de taxas múltiplas de câmbio (Instrução 113 da Sumoc), em
decorrência da implementação da Instrução n° 204 da Sumoc, que ampliou o desgaste da economia
brasileira e o problema in�acionário.
A Primeira Crise IndustrialEndógena
Além das questões políticas existentes durante a década de 1960, também o próprio modelo de
crescimento econômico, com base sustentada no Processo de Substituição de Importação (PSI),
responsável por modi�car o eixo dinâmico da economia brasileira, estava em xeque. Isso porque, na
década de 1960, começaram a surgir problemas no modelo PSI devido ao forte crescimento da
indústria nos anos anteriores, impulsionando os problemas políticos. Assim, o período foi marcado
por um momento de crise política e econômica.
Parte dessa desaceleração pode ser explicada pelos fortes investimentos do período JK e seu plano
de metas, resultando em aumento da indústria e, consequentemente, em capacidade ociosa nelas,
devido à superestimação do mercado nacional para alguns bens (como automóveis). Desse modo,
existiam questões conjunturais e estruturais in�uenciando a economia.
Problemas conjunturais:
O processo de aceleração in�acionária no período contribuiu para o aumento da instabilidade
econômica. O acirramento político entre udenistas e desenvolvimentistas impediu que medidas
políticas e econômicas mais concisas pudessem ser implementadas para evitar a desaceleração da
economia. O aumento in�acionário decorrente dos dé�cits públicos e sua monetização causava
distorções na economia, reduzindo a renda do trabalhador e, por consequência, impedindo que
houvesse o aumento no consumo de bens (duráveis, por exemplo). Esse processo resultou em
declínio no nível de investimento industrial no país.
Problemas estruturais:
Parte dessa desaceleração pode ser explicada pelos fortes investimentos do período JK e seu plano
de metas, resultando em aumento da indústria e, consequentemente, em capacidade ociosa nelas
devido à superestimação do mercado nacional para alguns bens (como automóveis), portanto
O Golpe de 1964: RupturaO Golpe de 1964: Ruptura
Democrática e oDemocrática e o
DesenvolvimentoDesenvolvimento
DependenteDependente
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existiam questões conjunturais econômicas. No setor produtor de bens de consumo duráveis,
existiram adversidades pelo fato de a demanda não acompanhar o ritmo de crescimento
considerado ideal devido à baixa renda per capita decorrente da elevada concentração de renda no
país (LACERDA et al ., 2018).
Ainda nessa linha, a inexistência de mecanismos para o �nanciamento a longo prazo do consumo
ampliava as limitações à demanda. Outro motivo para a crise no período foi a falta de inovações
tecnológicas na indústria devido ao PSI “copiar” a produção de bens e serviços existentes. Isso
impedia aumentos consistentes na renda do trabalho e do capital, sendo preciso importar os bens
de capital para a efetivação da produção (LACERDA et al ., 2018).
O problema central dos países subdesenvolvidos era adotar tecnologia poupadora de
mão de obra e de alta intensidade de capital, em franco antagonismo com o baixo nível
da acumulação de capital e com a abundância de mão de obra dos países atrasados.
Nessas condições, a industrialização por substituição de importações emprega poucos
trabalhadores, paga baixos salários e não é capaz de criar seu próprio mercado
consumidor. Essa situação é agravada pelas características monopolistas das empresas
que se instalam na periferia subdesenvolvida, utilizando grandes montantes de capital,
devido à tecnologia so�sticada, e operando com elevadas escalas de produção, em
�agrante contraste com a precariedade dos mercados subdesenvolvidos.
Nesse contexto, o Processo de Industrialização no País (PSI) tinha como tendência a estagnação tão
logo lhe faltassem impulsos dinâmicos externos, quando se completa o PSI (esgotamento de
crescimento pelo modelo). Além disso, a falta de investimento agrícola fazia com que os produtos
fossem caros para os trabalhadores, impactando na renda disponível na sociedade (LACERDA et al .,
2018).
Isso posto, durante o período ocorreram problemas endógenos ao próprio PSI que contribuíram
para a estagnação econômica, visto que a indústria necessitava caminhar para uma fase mais
dinâmica, em que era necessário desenvolver inter-relação entre os setores (crescimento
endógeno). Nesse sentido, a crise dos anos 60 deve-se a uma desaceleração dos investimentos em
bens de capital, o que repercutiu no restante da economia devido à criação de capacidade ociosa do
Plano de Metas (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Paeg
Com o Golpe Militar de 1964, o exército brasileiro passou o comando da economia para Humberto
Castelo Branco (1964-1967), responsável por implementar o Plano de Ação Econômica do Governo
(Paeg), desenvolvido por Roberto Campos e Octavio Gouvêa de Bulhões. Esse plano visava equilibrar
a economia para a retomada do crescimento em decorrência da crise do início da década de 1960
(GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017). Prezado(a) estudante, lembre-se que, além da forte
instabilidade política do período, fatores econômicos como a crise do PSI por meio do mecanismo
endógeno, problemas institucionais e instabilidade na relação externa contribuíram para a crise.
Em linhas gerais, os objetivos colocados pelo Paeg eram: acelerar o ritmo de
desenvolvimento econômico, conter o processo in�acionário, atenuar os desequilíbrios
setoriais e regionais, aumentar o investimento e com isso o emprego e corrigir a
tendência ao desequilíbrio externo. O controle in�acionário e/ou as formas de conviver
com a in�ação eram vistos como precondições para a retomada do desenvolvimento, e
o combate à in�ação só poderia ser feito acoplado às reformas institucionais
(GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017, p. 414).
Desse modo, apesar das diretrizes expostas para o crescimento econômico no Paeg, o foco central
era o combate à in�ação e melhorias institucionais na   economia brasileira. No que tange ao
problema in�acionário, o diagnóstico partia da ideia de que o dé�cit público, a política salarial de
aumentos reais e o descontrole no crédito ocasionaram a in�ação elevada. Para resolver o problema
in�acionário, o Paeg considerou as seguintes questões: I) redução do dé�cit público via redução de
gastos e aumento das receitas (reforma   tributária) e aumento de tarifas (in�ação corretiva); II)
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restrição do crédito e aperto monetário (alta nas taxas de juros), levando à falência muitas
empresas; III) política salarial restritiva (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Diferentemente de outros planos econômicos passados, o Paeg procurou combater a in�ação de
maneira gradual (não com um choque direto). Além disso, o plano também criou os mecanismos de
indexação (existentes na economia até os dias atuais), ou seja, desenvolveu a correção monetária
com base no crescimento da in�ação (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Estabilização e Mudanças Institucionais
Por meio da identi�cação do processo in�acionário, atuando com medidas em direção à indexação
da economia, política contracionista de maneira gradual, o Paeg conseguiu controlar o problema
in�acionário após 1964, como aponta o Quadro 2.3 a seguir. Note que após o aumento existente
ainda em 1964 (91,8%), a in�ação caiu fortemente nos anos seguintes, chegando a 22% ao ano em
1968. 
Quadro 2.3 - Produto e in�ação 
Fonte: Elaborado com base em Abreu (1990 apud GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR, 2017, p. 410-
416).
Como o foco principal era o controle in�acionário, reduzindo os gastos do governo (dé�cit público), o
país não teve um crescimento econômico como na década de 1950, mas já era possível perceber a
retomada do crescimento a partir de 1964. Em relação à indústria, o país passou por bastante
instabilidade durante o período do planejamento econômico imposto pelo Paeg. Como destaque
negativo, mas seguindo a ideia do plano, Souza (2010b) aponta os dados em relação ao salário
mínimo que, em 1960, valia 100 (número índice) e no �nal da década (1968) valia 70.Outro ponto bastante importante nos primeiros anos do governo ditatorial brasileiro foram as
mudanças institucionais, tais como: I) reforma tributária; II) reforma monetária e �nanceira; III)
mudança na política externa. Souza (2010b) aponta mudança no mercado do emprego com o �m da
estabilidade (mercado privado), criação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
Programa de Integração Social (PIS) e uni�cação do sistema de previdência no Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS).
Com relação à reforma tributária, ocorreram modi�cações em diferentes áreas: I) iniciação da
correção monetária; II) modi�cação do imposto em cascata para os de valor adicionado, ou seja,
retirada de impostos sobre cada transação, criando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS) para retirar
Ano Crescimento do PIB (%)
Crescimento da
produção industrial
(%)
Taxa de in�ação
(IGP-DI) (%)
1961 8,6 11,1 33,2
1962 6,6 8,1 49,4
1963 0,6 -0,2 72,8
1964 3,4 5,0 91,8
1965 2,4 -4,7 65,7
1966 6,7 11,7 41,3
1967 4,2 2,2 30,4
1968 9,8 14,2 22,0
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estímulos à integração vertical; III) distribuição dos tributos entre as esferas do governo (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
A União �cou com o IPI, o Imposto de Renda, os impostos únicos, os impostos de
comércio exterior, o Imposto Territorial Rural (ITR). Os Estados �caram com o ICM; os
municípios, com o ISS e o IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana). Além
disso, foram criados os fundos de transferência intergovernamentais: o Fundo de
Participação dos Estados e o dos Municípios, que se baseavam em parcelas de
arrecadação do IPI, do IR e do ICMS (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017, p.
417).
Em relação ao plano monetário e �nanceiro, a ditadura militar retirou a Lei da Usura (limitação à
taxa de juros cobrada), criou o Banco Central do Brasil, realizou reforma do sistema bancário,
instituiu a correção monetária e criou as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN) para
melhorias no sistema �nanceiro nacional (SOUZA, 2010b). Outro ponto destacado por Gremaud,
Vasconcellos e Toneto Jr. (2017) foi a criação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e do Banco
Nacional da Habitação (BNH) para atacar o dé�cit habitacional brasileiro.
A Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964, trouxe um conjunto de substanciais
mudanças no sistema �nanceiro nacional. Criou o Conselho Monetário Nacional (CMN)
e o Banco Central da República do Brasil (rebatizado, em 1967, sob o nome de Banco
Central do Brasil – Bacen); extinguiu a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc)
e transformou o Banco do Brasil em mero banco comercial. A �nalidade alegada pelos
ministros era a de expandir e reestruturar o sistema �nanceiro do país (SOUZA, 2010b,
p. 178).
Por �m, também existiram mudanças na política externa devido à guinada autoritária na economia,
modi�cando todas as instituições. No setor externo, as mudanças procuravam aumentar o
crescimento econômico, mas sem o desequilíbrio externo que ocorria desde as últimas décadas
(PSI). No comércio exterior, procurou incentivar as exportações do país por meio de incentivos �scais
e, nas importações, retirou limites quantitativos. O sistema de câmbio também sofreu modi�cações
ao ter o sistema de taxas múltiplas uni�cado, adotando políticas de minidesvalorizações para
incentivar as exportações. Por �m, ocorreu reaproximação com os EUA, renegociação da dívida
externa, acordo de garantias para o capital estrangeiro e possibilidade de captação de recursos no
mercado externo pelas empresas e pelo sistema bancário (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR.,
2017).
praticar
Vamos Praticar
Durante a década de 1960, o país passou por diferentes turbulências, tanto de ordem política quanto
econômica, que acabaram minando as tentativas de estabilização econômica, como foi o caso do plano
elaborado por Celso Furtado para o Presidente João Goulart. Assim, assinale a alternativa que apresenta
corretamente qual foi o plano que apresentou mudanças institucionais, como a criação do Banco Central.
a) Plano Nacional de Desenvolvimento.
b) Plano Estratégico de Desenvolvimento.
c) Plano Trienal.
d) Plano de Ação Econômica do Governo.
e) Plano de Metas.
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Prezado(a) estudante, por meio do plano de estabilização e avanços institucionais promovidos pelo
Paeg entre 1964-1967, o país conseguiu controlar o processo de descontrole in�acionário e
estabilidade econômica, mesmo às custas de um crescimento econômico mais reduzido em relação
à década de 1950. Contudo, esse plano criou as bases para que a economia voltasse a crescer ao
�nal da década de 1960 e década de 1970, período conhecido como Milagre Econômico.
Durante esse período, os Presidentes da República foram Arthur Costa e Silva (março de 1967 a
agosto de 1969) e Emílio Garrastazu Médici (outubro de 1969 a março de 1974), sendo este
responsável por endurecer a perseguição do regime ditatorial. Quanto à economia, o Ministro da
Fazenda foi Antônio Del�m Netto, responsável pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED). O
período recebeu o nome de Milagre Econômico em virtude de três motivos: I) elevado crescimento
econômico; II) in�ação controlada; III) balanço de pagamento equilibrado (equilíbrio externo).
O PED e o Milagre Econômico
Por meio do PED (1968), foi possível avançar no áureo período conhecido como Milagre Econômico.
Esse plano procurou a estabilização gradual dos preços, a impulsão do mercado de crédito e o
incentivo ao fortalecimento da empresa privada, para avançar com o investimento na economia.
Para tal, foram utilizadas políticas de minidesvalorizações já utilizadas desde o Paeg (competitividade
dos produtos domésticos). Em relação ao papel do Estado, o plano expôs a necessidade de avançar
no desenvolvimento da infraestrutura via investimento público (SOARES, 2015).
Essa performance foi decorrente das reformas institucionais e da recessão do período anterior, que
geraram uma capacidade ociosa no setor industrial e as condições necessárias para a retomada da
demanda. Além disso, o crescimento da economia mundial também permitiu a superação das taxas
históricas de crescimento (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JR., 2017).
Durante a vigência do PED, o país utilizou a estratégia de controle gradual da in�ação, sem metas
explícitas. Também ocorreu o fortalecimento da empresa privada para melhoria dos investimentos
e, no setor público, a consolidação da infraestrutura por meio de investimento na Itaipu, no porto de
Paranaguá e em siderúrgicas e estradas. Em relação ao mercado interno, a reforma do sistema
bancário no PAEG propiciou as vendas a crédito, ampli�cando o mercado interno por meio da
sustentação da demanda de bens duráveis.
O período do Milagre proporcionou um rápido avanço para a indústria e a agricultura no país. Com
isso, uma pergunta pode surgir: todos os agentes econômicos (famílias, empresas e governo)
tiveram ganhos substanciais no período? A resposta é não. Isso porque existiu um aprofundamento
Os Fundamentos doOs Fundamentos do
“Milagre Econômico” e as“Milagre Econômico” e as
Inter-relações com oInter-relações com o
Mercado GlobalMercado Global
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na desigualdade social no período, em decorrência da política salarial restritiva durante o plano
econômico imposto pela ditadura militar.
A nova política salarial adotada a partir de 1965, ao subestimar sistematicamente o chamado
resíduo in�acionário, arrochou os salários, constituindo-se em um dos elementos centrais da política
de combate à in�ação (CAMARGO, 2010). Além disso, durante o período de vigênciada ditadura
militar, principalmente no governo Médici, ocorreu forte perseguição à parcela da sociedade que
procurava reivindicar seus direitos.
Em suma, durante a vigência do PED, a política �scal do país foi restritiva (aumento nos tributos), a
política monetária expansiva (queda nos juros e aumento no crédito), a política cambial foi de
minidesvalorizações (aumento do crédito público para empresas) e a política salarial foi restritiva
(queda no salário e aumento na quantidade de trabalhadores empregados). Prezado(a) estudante,
lembre-se de que o período �cou conhecido como Milagre Econômico, visto que houve alto
crescimento econômico, a in�ação foi controlada e houve equilíbrio externo.
Reformas e Endividamentos
Em primeiro lugar, as reformas tinham como objetivo criar um novo esquema não in�acionário de
�nanciamento da acumulação de capital. A partir da reforma tributária, da reforma �scal e da
política tarifária, buscava-se criar mecanismos consistentes de �nanciamento do gasto público,
embora algumas dessas medidas, particularmente a introdução do mecanismo da correção
monetária, tenham acarretado, posteriormente, a explosão da dívida pública e a indexação
generalizada da economia (CAMARGO, 2010).
A tentativa de criar bancos de investimento, de fomentar o mercado de capitais, de estabelecer
mecanismos de �nanciamento do setor imobiliário e de mecanismos de ampliação do crédito ao
consumidor visava criar esquemas de �nanciamento dos investimentos privados e de bens de
consumo duráveis com o objetivo de ampliar o mercado consumidor desses bens (CAMARGO, 2010).
Desde o plano de metas existia um processo de abertura econômica, permitindo a importação de
bens de produção. Além disso, a dívida externa foi reestruturada, com aumento dos prazos e
garantias estatais para o capital estrangeiro. A ampliação das importações só foi possível devido ao
incremento acentuado das exportações e aos �uxos de �nanciamento e investimento externos, que
cresceram a partir de 1968 (CAMARGO, 2010). Na mesma linha, Lacerda et al . (2018) argumentam
que o grande incremento do endividamento externo aponta para um período de crescimento
conduzido por �nanciamento externo, com a dívida externa saindo de 3,8% (1968) para   12,6%
(1973).
Lacerda et al . (2018) apontam para o crescimento do período sendo comandado pelos setores
produtores de bens de consumo duráveis e de bens de capital. Isso ocorreu porque o crescimento
médio do PIB, no período de 1967-1973, atingiu 11,2% ao ano, enquanto a indústria manufatureira
cresceu a uma taxa de 12,6%. O crescimento da produção de bens duráveis alcançou, em média,
23,6%, e o de bens de capital, 18,1%. Além disso, destaca-se a produção na agricultura, que
expandiu 5,11% no período, com uma média de 9,09% na produção exportável e 3,32% na
doméstica.
No tocante ao setor exportador, o aumento das exportações ocorreu devido aos incentivos �scais, à
política de crédito e à melhora nos termos de troca e de minidesvalorizações da moeda,
compensando a diferença entre a in�ação interna e a externa. Um ponto importante a ser
destacado sobre o mercado externo é que, no período, começaram a avançar as exportações de
produtos industrializados. Em 1968, os produtos básicos representavam 79,3% das exportações
brasileiras, enquanto os produtos industrializados signi�cavam 20,2%. Já no último ano do Milagre
Econômico (1973), as exportações de produtos básicos eram de 64,5% do total, e as de produtos
industrializados, de 32,9% (CAMARGO, 2010).
Além dos condicionantes internos sobre o processo de industrialização, o período deve ser visto
também considerando-se o avanço da economia mundial (conjuntura positiva). Nesse período, as
exportações aumentaram drasticamente (24% ao ano) e a economia mundial permitiu rápida
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expansão da dívida pública do país devido à elevada liquidez no mercado mundial, com as empresas
brasileiras   buscando crédito (taxas �utuantes) no mercado externo e as empresas estrangeiras
ampliando os investimentos no Brasil (CAMARGO, 2010).
No �nal do período (1973), a economia estava no cume do ciclo de alta (14% do PIB), contudo o
aumento da importação de bens de produção pressionava o equilíbrio externo (contradição do
sistema). A participação de bens de capital importados na oferta interna total de bens de capital
passou de um nível de 20% em 1965 para mais de 30% durante o Milagre. Já a produção de bens de
consumo duráveis aumentou 97% e a de bens intermediários aumentou 45%, pressionando a
in�ação e o desequilíbrio externo (dé�cit), como apontam Lacerda et al . (2018).
Dessa forma, uma ótima síntese sobre as externalidades negativas que o exponencial crescimento
econômico do período produziu para o país é apresentada por Soares (2015). O forte crescimento
econômico conduziu ao aumento das importações (redução dos saldos comerciais) e, além disso,
propiciou o crescimento do pagamento de fretes e seguros (deterioração da balança de serviços). Do
mesmo modo, o aumento da participação do capital multinacional na economia brasileira ampliou
as remessas de lucros, o que resultou em acentuada deterioração da conta de transações correntes
do balanço de pagamentos. Esses desequilíbrios, coerentes com a teoria da absorção, foram
�nanciados mediante a entrada de capital estrangeiro. Especi�camente, os dé�cits em conta-
corrente foram �nanciados, em grande medida, pelo endividamento externo (SOARES, 2015).
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Vamos Praticar
O período do Milagre Econômico �cou conhecido com esse nome em decorrência do rápido crescimento
econômico, que permitiu a expansão da economia, após um período de queda, e reformas institucionais no
país na década de 1960. Assim, assinale a alternativa que apresenta corretamente quais outros fatores
contribuíram para o chamado Milagre Econômico.
a) Política �scal e monetária expansionista.
b) Retração dos investimentos externos e in�ação elevada.
c) Restrição ao crédito e aumento salarial real.
d) Equilíbrio externo e in�ação controlada.
e) Valorização cambial e queda nos tributos.
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indicações
Material
Complementar
LIVRO
Economia brasileira: da colônia ao governo Lula
Editora: Saraiva
Autor: Coordenador: Marcos Cordeiro Pires
ISBN: 978-85-02-10968-1
Comentário: A primeira metade da década de 1960 foi bastante
turbulenta para a economia brasileira em decorrência da crise política e
econômica do Brasil. Assim, o capítulo 5 apresenta os diversos
problemas enfrentados no período, a partir de dados econômicos do
país. Além disso, para melhor compreensão, o capítulo 4 é de grande
importância, pois aborda questões desde o governo Vargas.
FILME
O dia que durou 21 anos
Ano: 2013
Comentário: O documentário apresenta toda a conjuntura interna e a
in�uência externa na década de 1960, que acabou culminando no Golpe
Militar de 31 de março de 1964, apontando os caminhos que levaram a
ditadura a manter-se no poder por 21 anos. Para conhecer mais sobre o
�lme, acesse o trailer a seguir.
TRA ILER
23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 22/23
conclusão
Conclusão
Prezado(a) estudante, conforme o exposto ao longo da unidade, �ca claro que a maioria dos
governos procurou avançar no desenvolvimento industrial do Brasil, por meio do PSI, com destaque
para o grande planejamento exposto no Plano de Metas de JK.
Contudo, problemas políticos e econômicos resultaram em processo de retração desse modelo no
início da década de 1960. Isso culminou no Golpe Militar de 1964, que promoveu a estabilização
in�acionária e mudanças institucionais, contribuindo para o avanço da industrialização no período
do Milagre Econômico. Nesse período, houve alto crescimento econômico via industrialização,
equilíbrio externo e estabilidade in�acionária (entre 1968 e 1973) na economia brasileira.referências
Referências
Bibliográ�cas
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23/05/2022 12:56 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12279 23/23
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