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Geografia - Teórico_VOLUME2

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VIVENCIANDO
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO 
INCIDÊNCIA DO TEMA 
NAS PRINCIPAIS PROVAS
ÁREAS DE 
CONHECiMENTO DO ENEM
TEORIA
MULTiMÍDiA
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS
DiAGRAMA DE iDEiAS
HERLAN FELLiNi
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclu-
siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. 
O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. 
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de 
forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo 
complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. 
A seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro-
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, 
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os 
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades 
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno.
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos 
temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. 
Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há 
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações 
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato 
em seu dia a dia.
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
vê-las com tranquilidade.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em 
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles 
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de 
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da 
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos 
estudos e até a resolução dos exercícios.
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com 
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do 
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, 
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue 
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz 
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento 
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, 
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.
Autores
Alessandra Alves
Vinicius Gruppo Hilário
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa 
iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Felipe Lopes Santos
Leticia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira
Projeto gráfico e capa
Raphael de Souza Motta
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-41-9
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com 
a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum 
texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, 
ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos 
todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as 
imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de 
crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado 
apenas para fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomenda-
ção de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2021
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA 1
GEOGRAFIA 2
Aulas 9 e 10: Dinâmicas climáticas 6
Aulas 11 e 12: Climas do Brasil e do mundo 13
Aulas 13 e 14: Hidrologia e bacias hidrográficas 35
Aulas 15 e 16: Domínios morfoclimáticos I 60
Aulas 9 e 10: Classificações do relevo  78
Aulas 11 e 12: Solos 87
Aulas 13 e 14: Problemas ambientais mundiais 98
Aulas 15 e 16: Grandes biomas do mundo 106
SUMÁRIO
UFMG
Identificar os conceitos básicos dos temas 
abordados neste caderno e analisá-los com 
ênfase nos aspectos socioespaciais. 
Questões sobre domínios morfoclimáticos 
costumam aparecer com bastante frequência. 
Estudar esse tema, suas características, prin-
cipalmente com o auxilio de mapas, ocasiona 
sempre sucesso no acerto.
O tema domínios morfoclimáticos aparece 
com frequência nessa prova, sendo abordado 
de várias formas: com mapas, imagens e 
gráficos. Isso significa que o vestibulando não 
pode deixar de estudar com muita atenção 
esse tema.
Os temas dessa frente não apresentam sur-
presas nesse vestibular, que aborda conceitos 
básicos contidos neste caderno.
Prova bem objetiva que também aborda temas 
físicosrelacionados aos aspectos socioespaciais.
A prova de Geografia da Santa Casa pede 
conteúdos bem específicos, ou seja, os 
detalhes e as particularidades do clima e dos 
biomas são bem relevantes.
As avaliações do Enem buscam sempre colo-
car o aluno diante de questões interdiscipli-
nares e, às vezes, multidisciplinares, inclusive 
abordando todos os temas deste caderno.
Nas provas, aparecem muitos recursos como 
mapas, gráficos e tabelas. É outro vestibular 
que relaciona esses temas com a sociedade e 
a economia.
Tradicional, utiliza como base mapas, gráficos 
e tabelas
Costuma ser uma prova bem tranquila. 
Os temas mais pedidos deste caderno são 
domínios morfoclimáticos e pontos básicos de 
climatologia.
Esse vestibular não apresenta em seu edital 
mais recente e nem exigiu nas provas dos 
últimos vestibulares questões relacionadas à 
disciplina de Geografia.
Colocamos esta dica no livro anterior: clima é 
um assunto certeiro nesse vestibular. Estude 
os conceitos e as características do clima e 
dos biomas do Paraná.
Via de regra, geografia física sempre aparece 
a partir de questões regionais.
No último vestibular da FUVEST, climatologia 
e domínios morfoclimáticas ganharam 
destaque. São temas recorrentes e devem ser 
estudados com afinco.
Esse vestibular não apresenta em seu edital 
mais recente e nem exigiu nas provas dos 
últimos vestibulares questões relacionadas à 
disciplina de Geografia.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
 5
GEOGRAFIA 1
 6
1. Atmosfera
A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e 
material particulado (aerossóis) que envolve a Terra. Cerca 
de 97% da massa total da atmosfera concentram-se nos 
primeiros 302 km, contados a partir da superfície terrestre. 
Essa camada é essencial para a vida e o funcionamento 
ordenado dos processos físicos e biológicos sobre a Terra. A 
atmosfera protege os organismos da exposição a níveis ar-
riscados de radiação ultravioleta, contém gases necessários 
para os processos vitais de respiração celular e fotossíntese 
e fornece a água necessária para a vida.
1.1. A composição da atmosfera
A composição do ar não é constante nem no tempo nem 
no espaço. Contudo, se removêssemos as partículas sus-
pensas, vapor d’água e certos gases variáveis, presentes 
em pequenas quantidades, encontraríamos uma composi-
ção muito estável sobre a Terra, até uma altitude de apro-
ximadamente 80 km.
Oxigênio
Dióxido de carbono, argônio, vapor 
de água e gases raros
21%
1%
Nitrogênio
78%
O nitrogênio e o oxigênio ocupam 99% do volume de ar 
seco e limpo. A maior parte do 1% restante é ocupado pelo 
gás inerte argônio. Embora esses elementos sejam abundan-
tes, têm pouca influência sobre os fenômenos do tempo. A 
importância de um gás ou aerossol atmosférico não está re-
lacionada à sua abundância relativa. Por exemplo, o dióxido 
de carbono, o vapor d’água, o ozônio e os aerossóis ocorrem 
em pequenas concentrações, mas são importantes para os 
fenômenos meteorológicos e para a vida.
 § Dióxido de carbono: por ser um eficiente absorve-
dor de energia radiante (de onda longa) emitida pela 
Terra, ele influencia o fluxo de energia através da at-
mosfera, fazendo com que a baixa atmosfera retenha 
calor, tornando a Terra propicia à vida.
 § Vapor d’água: é um dos mais variáveis gases na 
atmosfera e também tem pequena participação 
relativa. Nos trópicos úmidos e quentes constitui 
aproximadamente 4% do volume da baixa atmos-
fera, enquanto sobre os desertos e regiões polares 
chega a não mais que 1%; entretanto, sem ele não 
há nuvens, chuva ou neve, além de ter grande parti-
cipação na absorção da energia emitida pela Terra e 
também da energia solar.
 § Ozônio: é a forma triatômica do oxigênio (O3) e sua 
distribuição varia com a latitude, estação do ano, 
horário e padrões de tempo, podendo estar ligado a 
erupções vulcânicas e atividade solar. A presença de 
ozônio é de vital importância devido a sua capacidade 
de absorver a radiação ultravioleta do sol na reação de 
fotodissociação (O3 hv = O2 + O ), onde o átomo livre 
recombina-se outra vez para formar outra molécula de 
ozônio, liberando calor. Na ausência da camada de ozô-
nio a radiação ultravioleta seria letal para a vida. Desde 
os anos de 1970, tem havido contínua preocupação de 
que uma redução na camada de ozônio na atmosfera 
pode estar ocorrendo por interferência antrópica. Acre-
dita-se que o maior impacto é causado por um grupo 
de produtos químicos conhecido por clorofluorcarbo-
nos (CFC). Os CFCs são usados como propelentes em 
sprays aerossóis, na produção de certos plásticos e em 
equipamentos de refrigeração e condicionamento de 
ar. Como os CFCs são praticamente inertes (não quimi-
camente ativos) na baixa atmosfera, uma parte deles 
eventualmente atinge a camada de ozônio, onde a ra-
diação solar os separa em seus átomos formadores. Os 
átomos de cloro, quando são liberados através de uma 
série de reações, acabam convertendo parte do ozônio 
em oxigênio. A redução do ozônio aumenta o número 
de casos de certos tipos de câncer de pele, além de 
afetar também colheitas e ecossistemas.
DINÂMICAS CLIMÁTICAS
HABILIDADE: 30
COMPETÊNCIA: 6
AULAS 9 e 10
 7
Aerossóis
Ao contrário do que muitos pensam, aerossóis não 
são substâncias gasosas. São partículas sólidas ou 
líquidas que se encontram suspensas em um meio 
gasoso (geralmente o ar).
Alguns aerossóis líquidos agem como núcleos de 
condensação para o vapor d’água e são importantes 
para a formação de nevoeiros, nuvens e chuva. Outros 
podem absorver ou refletir a radiação solar, influen-
ciando a temperatura. Assim, quando ocorrem erup-
ções vulcânicas com expressiva liberação de poeira, 
a radiação solar que atinge a superfície da Terra pode 
ser sensivelmente alterada. Dentre os aerossóis sóli-
dos, podemos citar a fumaça e a poeira, sendo que a 
poeira contribui para um fenômeno ótico que são as 
várias tonalidades de vermelho e laranja no nascer e 
pôr do sol. Assim, podemos dizer que esse material 
pode ser de origem natural ou produzido a partir das 
atividades humanas.
As emissões antropogênicas de aerossóis atmosféricos 
têm aumentado significativamente causando vários 
impactos ambientais, que incluem efeitos adversos à 
saúde humana, como problemas de visão por exemplo. 
1.2. Estrutura vertical da atmosfera
Por conveniência de estudo, a atmosfera é usualmente 
subdividida em camadas concêntricas de acordo com o 
perfil vertical médio de temperatura. Observe as caracte-
rísticas de cada subdivisão.
 § Troposfera: é a camada inferior da atmosfera e se 
estende a uma altitude média de 12 km (≈ 20 km no 
equador e ≈ 8 km nos polos). A troposfera é o principal 
domínio de estudo dos meteorologistas, pois é nessa 
camada que ocorrem essencialmente todos os fenô-
menos que em conjunto caracterizam o tempo. Esses 
fenômenos só são possíveis pois é nessa camada que 
está a quase totalidade de vapores de água que envol-
vem o planeta. Nessa camada a temperatura diminui 
conforme a altitude aumenta, ou seja, a cada 180 me-
tros de altura há diminuição de 1 °C.
 § Estratosfera: estende-se até aproximadamente 50 
km. Nos primeiros 20 km a temperatura permanece 
constante e depois vai aumentando até o topo da ca-
mada. Temperaturas mais altas ocorrem na estratosfera 
porque é nessa camada que o ozônio está concentrado, 
pois esse gás tem a propriedade de absorver radiação 
ultravioleta do Sol. 
 § Mesosfera: situada entre 50 e 80 km de altitude, é 
nessa camada que a temperatura novamente decres-
ce em função da altitude. A temperatura pode atingir 
95 °C negativos no limite superior. Esse é o ponto 
mais frio da atmosfera.
 § Termosfera: está situada entre 80 e 400 km de alti-
tude. É composta por camadas sucessivas de partículas 
chamadas íons, responsáveis por refletirem os sinais 
de rádio ao redor do nosso planeta. Por esse motivo 
essa camada também é conhecida como ionosfera. 
Da mesma forma que na estratosfera, as temperaturas 
nessa camada também aumentam conformea altitude. 
Na ionosfera ocorre também o fenômeno das auroras. 
Quando esse fenômeno ocorre em regiões próximas 
ao polo Norte, é chamado de aurora boreal, e quan-
do acontece no polo Sul, é chamado de aurora austral. 
Esses fenômenos são mais comuns entre os meses de 
fevereiro, março, abril, setembro e outubro. As auroras 
podem aparecer em vários formatos: pontos luminosos, 
faixas no sentido horizontal ou circulares. Porém, apa-
recem sempre alinhadas ao campo magnético terrestre. 
As cores podem variar muito, como vermelha, laranja, 
azul, verde e amarela. Muitas vezes aparecem em vá-
rias cores ao mesmo tempo. Em momentos de tempes-
tades solares, a Terra é atingida por grande quantidade 
de ventos solares. Nesses momentos, as auroras são 
mais comuns. Embora esse espetáculo de luzes seja 
um fenômeno fantástico para observação, os ventos 
solares interferem em meios de comunicação (sinais de 
televisão, radares, telefonia, satélites) e sistemas eletrô-
nicos diversos.
1.3. Circulação geral da atmosfera
A circulação do ar na escala global é composta de um 
complexo conjunto de sistemas de ventos e pressão. Para 
entender melhor é conveniente utilizarmos um modelo 
idealizado da Terra.
Vamos considerar inicialmente que a Terra está parada 
(sem rotação) e que a superfície é toda homogênea. A 
energia solar, por unidade de área, absorvida na região 
equatorial é maior do que a absorvida nas regiões po-
lares. O ar em contato com a superfície se aquece mais 
na região equatorial do que nos polos. O ar equatorial 
torna-se mais “leve” e sobe, enquanto o ar das regiões 
polares, mais frio e pesado, desce. Por uma questão de 
continuidade de massa, estabelece-se então uma “célu-
la de circulação”: o ar na superfície, que vem dos polos, 
sobe para os altos níveis no equador, retorna aos polos 
em altos níveis, e desce nessas regiões, fechando assim a 
circulação da célula. Essa circulação deve-se ao gradiente 
de pressão entre os polos e o equador, num mecanismo 
semelhante ao da brisa.
 8
Vamos agora permitir que a Terra adquira um movimen-
to de rotação. Pelo efeito da força de Coriolis, os ven-
tos em superfície que sopravam de norte no Hemisfério 
Norte se transformarão em ventos de nordeste; por sua 
vez, os ventos que vinham de sul no Hemisfério Sul se 
transformarão em ventos de sudeste. Circulações no sen-
tido inverso (sudoeste no Hemisfério Norte e noroeste no 
Hemisfério Sul) deverão ocorrer nos níveis superiores de 
nossa Terra hipotética.
Por outro lado, nesse ponto, os ventos em superfície 
têm direção oposta à da rotação da Terra. Pelo efeito 
da força de fricção, seria de se esperar que esse atrito 
fosse “diminuindo” a velocidade de rotação da Terra 
com o tempo. Mas a velocidade de rotação da Terra é 
constante, ou seja, não se observa essa diminuição. Para 
justificar esse fato, deveriam existir ventos de oeste que 
anulariam a força de atrito dos ventos do leste. Os ven-
tos na superfície seriam:
 § de nordeste, entre cerca de 30°N e o equador, e de sudeste 
entre 30°S (que existem e chamam-se “ventos alíseos”);
 § de sudoeste entre 30°N e 60°N, e no noroeste entre 30°S 
e 60°S (que existem e chamam-se “ventos de oeste”);
 § de noroeste entre 60°N e 90°N, e de sudeste en-
tre 60°S e 90°S (que existem e chamam-se “ventos 
polares”).
Fonte: Youtube
Chove chuva – Jorge Ben Jor
multimídia: música
Como a convergência e divergência dos ventos na su-
perfície estão ligadas a regiões de baixa e alta pressão, 
respectivamente, é de se esperar uma faixa de baixa pres-
são na região equatorial e em latitudes médias (≈60°), e 
faixas de alta pressão em latitudes subtropicais (≈30°) e 
polares. A região de convergência dos alíseos na região 
equatorial é chamada de Zona de Convergência In-
tertropical (ZCIT). As regiões de alta pressão (30°N e 
30°S), chamadas de “ latitudes dos cavalos”, possuem 
ventos calmos. As regiões de baixa pressão (60°N e 
60°S) são locais onde ocorre o encontro de massas de 
ar quente e úmido provenientes das regiões subtropicais 
com o ar frio e seco das regiões polares, o que forma as 
conhecidas frentes frias e quentes e ciclones.
Analisando essa atmosfera descrita numa seção vertical, 
observamos o aparecimento de três pares de células de 
circulação na escala global:
 § Célula de Hadley (entre 0° e 30°);
 § Célula de Ferrel (entre 30° e 60°); e
 § Célula Polar (entre 60° e 90°).
Alta polar
Frente polar
Zona de
convergencial
Intertropical
(ZCTT)
Baixa subpolar
60º
0º
B
A
A
Baixa
Equatorial
subtropical
subtropical
Ventos alísios
Ventos contra alísios
A
A
B
B
30º
60º
Célula polar
Célula de Ferrel
Célula
de
Hadley
Alta
Alta
contra-alísios
convergência
(ZCIT)
2. Fenômenos meteorológicos 
devastadores
2.1. Tornados
O tornado é um fenômeno que se forma a partir de uma 
nuvem de tempestade, a chamada Cumulonimbus. O tor-
nado aparece primeiramente a partir da base da nuvem ex-
pandindo-se até o chão. O movimento em rotação se dá do 
encontro de fortes correntes de ar em direções opostas que 
acontecem dentro da nuvem Cumulonimbus. Quanto mais 
intensas as correntes de ar ascendentes e descendentes 
dentro da nuvem, maior será a possibilidade de formar-se 
um rodamoinho que evolui para o tornado e que aparece 
como uma protuberância na base da nuvem. Nos casos mais 
intensos, o tornado tem condições de se desgarrar da Cumu-
lonimbus e seguir um caminho próprio que pode se estender 
por quilômetros. Nesse caminho, a ventania vai levantando 
objetos, arrancando árvores e telhados, destruindo a vegeta-
ção. O centro do tornado tem pressão baixa, o que atrai o ar, 
enquanto a rotação define a força centrífuga que afasta o ar 
para fora da rotação. Com o equilíbrio dessas duas forças, o 
movimento de rotação continuaria indefinidamente. Entre-
tanto, o atrito com o chão e com os inúmeros obstáculos que 
o funil encontra no caminho acaba promovendo uma desa-
celeração do tornado até sua dissipação. Quando ocorrem 
sobre o mar ou sobre grandes corpos d’água, os tornados 
podem ser vistos como uma coluna de água que se estende 
desde a base da nuvem até a superfície da água e, por isso, 
recebem o nome de tromba d’água.
 9
Formação de uma tromba d’água
Vamos entender melhor
2
5
43
1. Encontro de massas de ar frio (de origem polar) e 
quente faz com que a massa quente, mais leve, suba 
formando o mesociclone. A subida de ar quente é 
compensada pela descida de ar frio e pesado. O meca-
nismo lembra um enorme saca-rolha num movimento 
externo ascendente e interno descendente.
2. Caracteriza-se por ter o topo mais gelado do que a 
base. A diferença de temperatura provoca ventos mui-
to fortes no interior.
3. O ar frio e pesado que desce e o ar quente que sobe 
formando o cone do tornado deslocam-se em função 
da dinâmica interna do fenômeno e também pela to-
pografia da região em que se manifesta. Essa situação 
forma minifrentes frias.
4. Ela deu origem a um tornado. Uma rajada de vento 
escapou da nuvem e atingiu o solo com grande velo-
cidade.
5. O ar quente no interior do tornado tem uma ten-
dência natural de levantar e criar uma forte corrente 
para cima, enquanto o frio desce.
A maioria dos tornados são escuros devido à poeira 
e aos detritos arrancados do solo, pois o redemoinho 
atua como um enorme aspirador de pó. A velocidade 
dos ventos de um tornado pode superar os 200 km 
por hora.
Devido às suas pequenas dimensões e por estarem em-
baixo de uma grande Cumulonimbus, esses fenômenos 
não são vistos por satélite, sendo que radares meteo-
rológicos detectam fenômenos de escala maior que um 
quilômetro e identificam apenas assinaturas que podem 
indicar a presença de um tornado. Testemunhos pessoais 
são fontes importante de informações, principalmente 
quando acompanhados de vídeos ou fotografias. Lugares 
com baixa concentração populacional têm baixos valo-
res de ocorrência de tornados, muitas vezes por falta de 
testemunhos. Contudo, regiões com grande concentra-
ção populacional e onde há recursosabundantes para 
registro e cobertura pela mídia aparentam ter um maior 
número de ocorrências. Isso também justifica em parte a 
percepção popular de que tornados são mais frequentes 
hoje do que antigamente.
2.1.1. Tornados no Brasil?
As regiões Sul e Sudeste do Brasil estão na segunda área de 
maior probabilidade de ocorrência de tornados no mundo, 
perdendo apenas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos.
O chamado “corredor de tornados” no Brasil compre-
ende Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São 
Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Existe con-
trovérsia sobre qual estado brasileiro registrou mais 
tornados. Estudos apontam que São Paulo, Rio Grande 
do Sul e Santa Catarina são os mais afetados. A região 
que inclui as cidades de Campinas, Itupeva e Jundiaí 
seria a mais afetada pelo fenômeno, já que está inse-
rida em uma área de depressão periférica, mais plana 
e mais branda, favorecendo o deslocamento de fluxo 
de ar.
As condições climáticas são propícias para a ocorrência 
do fenômeno, pois são áreas onde o choque de massas 
de ar frio e seco vindas da Patagônia e massas de ar 
quente e úmido formadas na Amazônia resulta em gran-
des nuvens de tempestades. 
A formação de tornados no Brasil só foi aceita pela co-
munidade científica recentemente. Antes, os tornados eram 
classificados como tempestades ou vendavais.
2.1.2. Furacão, tufão e ciclone
Furacões e tufões são o mesmo fenômeno meteoro-
lógico: ciclones tropicais. Os cientistas chamam essas 
tempestades de nomes diferentes, dependendo de onde 
 10
elas ocorrem. No Atlântico e norte do Pacífico, as tem-
pestades são chamados de “furacões“, hurricane em 
inglês, por causa do deus caribenho do mal, chamado 
Hurrican. No noroeste do Pacífico, as mesmas tempes-
tades poderosas são chamadas de “tufões“. No sudeste 
do oceano Índico e no sudoeste do Pacífico, elas são 
chamadas de “ciclones tropicais severos“. No norte do 
oceano Índico, elas são chamados de “tempestades ci-
clônicas severas“. No sudoeste do oceano Índico, elas 
são chamadas apenas de “ciclones tropicais“.
Fonte: Youtube
Documentário When the Levees Broke: A Requiem in...
A Requiem in Four Acts (Quando os Diques Rompem 
/ Um Réquiem em Quatro Atos) do cineasta 
americano Spike Lee. O trabalho é uma homenagem 
humana e histórica à cidade de Nova Orleans, que 
sofreu com o furacão Katryna, e ao mesmo tempo 
mostra o protesto contra o governo do presidente 
George W. Bush e as feridas sociais deixadas pelo 
desastre natural.
multimídia: vídeo
Escala de furacões de Saffir-Simpson
Categoria
Velocidade 
do vento
Efeitos
F1 119 e 153 km/h
Ressaca de 1,2 a 1,5 metros 
acima do normal; algumas 
inundações; pouco ou 
nenhum dano estrutural
F2 155 a 177 km/h
Ressaca de 1,8 a 2,4 metros 
acima do normal; queda de 
árvores; danos a telhados
F3 178 a 209 km/h
Ressaca de 2,7 a 3,7 metros 
acima do normal; danos 
estruturais em casas; habi-
tações sem alicerces destru-
ídas; inundações severas
F4 210 a 248 km/h
Ressaca de 4 a 5,5 metros 
acima do normal; inunda-
ções severas no interior; 
grandes danos estruturais
F5
acima de 
249 km/h
Ressaca de pelo menos 5,5 
metros acima do normal; 
algumas inundações seve-
ras adentrando o interior; 
sérios danos à maioria das 
estruturas de madeira
2.2. El Niño
De tempos em tempos, as águas equatoriais do Pacífico 
aquecem de maneira anormal, resultando no aparecimen-
to do fenômeno El Niño, que altera profundamente o clima 
em escala planetária. Esse aquecimento manifesta-se nos 
meses de setembro/outubro. Em dezembro, essa porção de 
água oceânica aquecida chega à costa peruana. Pelo fato 
de esse fenômeno ocorrer na costa da América do Sul na 
época do Natal, recebeu o nome de Menino Jesus, El Niño. 
Para os pescadores peruanos, sua ocorrência é um grande 
problema, pois o aquecimento das águas não permite que 
haja ressurgência e, consequentemente, diminui a pisco-
sidade na corrente de Humboldt que margeia a costa do 
Chile e do Peru.
O El Niño é responsável por alterações climáticas em várias 
partes do mundo. Apesar disso, as causas que levam ao 
seu aparecimento ainda são desconhecidas. Diversas hipó-
teses, incluindo algumas mirabolantes, já tentaram explicar 
o fenômeno sem resultado.
Em 1982, ocorreu a manifestação mais forte já registrada, 
tendo sido divulgada com grande alarde pela mídia. Em 
1983, as temperaturas chegaram a 5,1 ºC acima dos níveis 
normais nas águas do oceano Pacífico. Estudos mais recen-
tes apontam que a manifestação de 1972-1973 foi mais 
ativa que a do começo da década de 1980. 
Em outubro de 1997, registrou-se novamente o aqueci-
mento das águas equatoriais do Pacífico. Em 1998, ela se 
apresentava 4 ºC acima dos níveis normais. O El Niño esta-
va de volta com bastante força.
Para ser classificada como furacão, tufão ou ciclone, 
uma tempestade deve atingir velocidades de vento de 
pelo menos 119 km/h. São aglomerados de tempesta-
des que têm origem em oceanos onde a temperatura 
superficial da água está acima de 27 ºC. Essa água mais 
quente evapora e entra em contato com o ar mais frio, 
formando nuvens do tipo Cumulonimbus, que vão ab-
sorvendo cada vez mais ar quente e úmido, aumentan-
do as nuvens e criando um sistema de baixa pressão, 
formando grandes redemoinhos que giram cada vez 
mais rápido sobre o oceano. No Hemisfério Sul esses 
sistemas giram no sentido horário e, no Hemisfério Nor-
te, giram no sentido anti-horário. Quando se aproximam 
do continente, os ventos vão perdendo intensidade em 
função do atrito com o solo e possíveis construções. 
São raros no Atlântico sul. O único sistema classificado 
como furacão na história do Brasil foi o Catrina, que 
ocorreu em março de 2004.
 11
Clima e Meio Ambiente – José Bueno Conti
multimídia: livro
Por causa dele, algumas regiões do planeta voltaram a ter 
o seu regime de chuvas muito alterado. Fortes estiagens e 
muito calor castigaram os Estados Unidos, o sudeste da 
África, a Indonésia, a Austrália e a América Central. Por 
outro lado, índices pluviométricos muito acima do normal 
provocaram enchentes e prejuízos para a lavoura nos paí-
ses europeus do Mediterrâneo, no oeste da Índia e no sul 
do Brasil.
No Brasil, os efeitos de El Niño foram sentidos em diferen-
tes regiões. O Nordeste foi flagelado por uma forte seca, 
enquanto o Rio Grande do Sul enfrentava enchentes. Na 
úmida região Norte choveu muito menos do que o espe-
rado, propiciando o aparecimento de grandes incêndios, 
como o que devastou 15% do estado de Roraima.
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as áreas em vermelho representam regiões quentes, 
onde ocorre o Fenômeno do el niño.
2.3. La Niña
La Niña também é um fenômeno cíclico cuja manifestação 
opõe-se a do El Niño. Acontece quando ocorre um res-
friamento maior que o normal das águas do Pacífico, em 
média, a cada dois ou sete anos, e pode durar aproxima-
damente um ano.
Em 1998, os cientistas apontaram um decréscimo de 
1,9 ºC na temperatura da superfície das águas equatoriais 
no Pacífico, indicação de enfraquecimento do El Niño e da 
atividade do La Niña.
No Brasil, La Niña alterou o regime de chuvas nordestino e 
provocou uma primavera atípica na região Sudeste, com ín-
dices pluviométricos maiores do que a média nesse período, 
e temperaturas mais baixas que o normal, provocadas pela 
sucessão de dias nublados ou chuvosos. As áreas em azul re-
presentam regiões frias, onde ocorre o fenômeno do La Niña.
Nos Estados Unidos, o inverno foi um dos mais rigorosos 
com temperaturas negativas recordes. A Europa também 
sentiu seus efeitos: tempestades de neve alastraram-se 
pelo continente, provocando avalanches nos Alpes austrí-
acos, além de atingir regiões onde raramente neva, como 
em Paris, na França. 
Os estudos mais recentes desse fenômeno indicam que não há 
padrões regulares nas consequências causadas por La Niña: 
há variações nos regimes de chuvas para mais ou para menos.
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as manchas em azul indicamque as águas do 
pacíFico equatorial estão mais Frias
Observar e procurar entender alguns fatores climáticos, durante uma viagem para a praia ou para altitudes elevadas, 
e como eles influenciam nas atividades do dia a dia dos moradores das diferentes localidades observadas. Outra dica 
importante é observar os mapas meteorológicos dos telejornais.
VIVENCIANDO
 12
Apesar dos dois ramos do conhecimento possuírem um caráter interdisciplinar, a Meteorologia costuma estar mais 
atrelada à Física, enquanto a Climatologia é mais relacionada à Geografia. No entanto, um bom climatologista e um 
bom meteorologista precisam ter um amplo conhecimento sobre ambas as áreas.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
DIAGRAMA DE IDEIAS
FENÔMENOS 
CLIMÁTICOS 
DEVASTADORES
FURACÃO TORNADO
ANOMALIAS
CLIMÁTICAS
EL NIN
~
O LA NIN
~
A
 13
[...] a compreensão de fenômenos como secas, enchentes 
e elevação da temperatura não deve ser preocupação ex-
clusiva de cientistas e pesquisadores, mas de todos os ci-
dadãos. É necessário que os indivíduos percebam em que 
medida tais ocorrências são frutos de fatores naturais ou 
da ação do próprio ser humano. Após conhecer as várias 
dimensões dos fenômenos climáticos, cada cidadão será 
capaz de exigir, tanto das autoridades governamentais 
como de toda a sociedade, uma ação eficaz voltada para 
a preservação do meio ambiente e, consequentemente, 
da vida.
CONTI, José bueno; FURLAN, sueli angelo.
1. Introdução
Para o entendimento do papel do clima na organização do 
espaço geográfico de uma dada região, parte-se do princí-
pio de que ele é um dos elementos de seu sistema natural, 
o ambiente, e que disponibiliza seus recursos à sociedade. 
O clima vem assumindo um posto de destaque nas últimas 
décadas, sobretudo com a crescente preocupação com a 
degradação ambiental e com a contínua depleção dos re-
cursos naturais, sendo considerado elemento-chave capaz 
de direcionar as ações do homem, que é o agente, a princí-
pio, teoricamente apto a intervir no ambiente.
Nesse sentido, o clima é um dos aspectos que expressa a 
relação entre a sociedade e a organização econômica e 
social do espaço urbano, já que, por um lado, eventos ex-
tremos que estejam ligados à temperatura ou às precipi-
tações fora dos padrões normais repercutem na qualidade 
de vida da população que habita as grandes cidades. Por 
outro, o espaço físico atua como fator geográfico de modi-
ficação das condições iniciais do clima, alterando, assim, as 
propriedades inerentes aos sistemas atmosféricos atuantes 
sobre uma dada região. Como vimos em aulas anteriores, 
o entendimento e a caracterização do clima de um lugar 
dependem do estudo do comportamento do tempo durante 
pelo menos 30 anos: das variações da temperatura e da 
umidade, do tipo de precipitação (chuvas, neve ou granizo), 
da sucessão das estações úmidas e secas, etc. Por essa ra-
zão, o clima é definido por Max Sorre como uma “sucessão 
habitual dos tipos de tempo num determinado local da su-
perfície terrestre”, enquanto o tempo é apenas o estado da 
atmosfera de um lugar, num determinado momento.
Tropicalidade
Altitude
Correntes marinhas
Vegetação
Relevo
Continentalidade /
maritimidade
Massa de Ar
O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, apresen-
ta uma ampliada diversidade climática, que se organiza por 
meio da ação de diversos fatores e elementos que influenciam 
o comportamento da atmosfera. Em alguns pontos, predomi-
nam os efeitos de massas de ar quente; em outros, de massas 
de ar frio. Há também as ações da vegetação, da altitude e 
das variações de latitude, entre outros aspectos. A maior parte 
da área do Brasil está localizada na Zona Intertropical, ou seja, 
nas zonas de baixas latitudes, com climas quentes e úmidos. A 
essa característica, denominamos tropicalidade, determinada 
pela diferença de insolação recebida pelas várias regiões do 
país. Além dessa característica importante do clima brasileiro, 
também podemos citar as elevadas temperaturas na maior 
parte do território, os regimes pluviométricos e o mecanismo 
das massas de ar. Outro fator interessante do clima brasilei-
ro refere-se à amplitude térmica (diferença entre as médias 
anuais de temperaturas máximas e mínimas): conforme se 
aproxima da linha do equador, a amplitude térmica é menor. 
1.1. Relembrando...
Uma vez que a Terra é sempre iluminada pelo Sol, por que a 
insolação não é igual em todos os lugares da Terra, durante 
o ano todo?
Por duas razões:
 § No movimento de translação, a Terra gira em torno do 
Sol em uma órbita elíptica. No entanto, o Sol não está 
CLIMAS DO BRASIL 
E DO MUNDO
HABILIDADE: 30
COMPETÊNCIA: 6
AULAS 11 E 12
 14
situado exatamente no centro dessa elipse. Por essa ra-
zão, a Terra não está sempre à mesma distância do Sol, 
enquanto percorre sua órbita.
Movimento de translação da Terra
Fonte: <alunoonline.uol.com.br/geograFia/
movimentos-translação.html>. (adaptado)
 § Em seu movimento de rotação, o eixo da Terra tem uma 
inclinação de mais ou menos 23° em relação à perpen-
dicular ao seu plano de órbita.
Inclinação do eixo da Terra
Fonte: <proJetoazul.blogspot.com.br/2012/04/
inclinação-da-terra-em-seu-eixo.html>.
Uma das principais consequências do movimento de transla-
ção da Terra são as estações do ano, opostas nos dois hemis-
férios em virtude da inclinação do eixo terrestre. As datas que 
marcam o início dessas estações determinam a maneira e a 
intensidade com que os raios solares atingem a Terra. Esses 
dias recebem o nome de equinócios e solstícios.
No dia 21 de junho, os raios solares chegam verticalmente 
ao paralelo de 23º27’N (Trópico de Câncer), quando então 
ocorre o solstício de verão no Hemisfério Norte. É o dia 
mais longo e a noite mais curta do ano, que marcam o iní-
cio do verão nesse hemisfério. No Hemisfério Sul acontece 
o solstício de inverno, com a noite mais longa do ano, mar-
cando o início da estação fria (inverno) nesse hemisfério.
No dia 21 de dezembro, os raios de sol incidem vertical-
mente sobre o Trópico de Capricórnio (23º27’S). É o sols-
tício de verão no Hemisfério Sul, com o dia mais longo do 
ano e o início do verão nesse hemisfério. No Hemisfério 
Norte acontece a noite mais longa do ano. É o início do 
inverno naquele hemisfério.
A partir dos solstícios, as diferenças de duração entre os dias 
e as noites vão diminuindo, até que em determinadas datas 
ficam exatamente iguais (12 horas), com exceção das regi-
ões polares, porque os raios solares incidem perpendicular-
mente sobre a linha do equador. É quando temos o equinó-
cio (palavra que significa noites iguais aos dias), que ocorre 
nos dias 21 de março (equinócio de outono, no Hemisfério 
Sul, e de primavera, no Hemisfério Norte) e 23 de setembro 
(equinócio de primavera, no Hemisfério Sul, e de outono, no 
Hemisfério Norte).
Em razão da posição geográfica ocupada pelo Brasil, não é 
muito fácil percebermos exatamente as estações do ano e 
os equinócios e solstícios, principalmente nas regiões pró-
ximas ao Equador. 
Essas duas ocasiões são mais perceptíveis à medida que 
nos afastamos do equador (baixa latitude) em direção às 
altas latitudes.
Trópico de câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo polar Antártico
Equador
Fonte: <https: pt.wikipedia.org/wiki/solstício>
1.2. As diferenças de insolação
A quantidade de luz solar (insolação) recebida pelas várias 
regiões do país durante o ano não é uniforme. Nas áreas 
 15
mais próximas do equador, essa incidência de luz solar é 
mais ou menos constante durante todo o ano; por isso há 
poucas diferenças na duração dos dias e das noites nas 
quatro estações do ano. Porém, à medida que nos apro-
ximamos das regiões subtropicais e temperadas, essas di-
ferenças vão ficando cada vez mais claras: no inverno, as 
noites são mais longas; no verão, os dias duram mais.
Essa é uma das explicações para o horário de verão: quan-
do se adianta uma hora nos relógios dos estados da por-
ção Sul, para que haja melhor aproveitamento da luz solar, 
economiza-se maisenergia elétrica. Não é adotado na por-
ção Norte, porque não haveria resultados práticos.
O que explica essa diferença de insolação recebida por todo o 
território brasileiro é o movimento de translação e suas conse-
quências: os solstícios e equinócios, que configuram as estações 
do ano, bem como a inclinação do eixo de rotação da Terra.
Fonte: Youtube
Documentário de 2010 
“Clima – Criando a paisagem” 
multimídia: vídeo
2. Elementos do clima do 
Brasil: as massas de ar
Massas de ar, em meteorologia, são grandes porções de ar 
que apresentam condições internas de temperatura, pressão 
e umidade relativamente homogêneas, influenciadas pela 
região onde são formadas. Uma massa de ar cobre centenas 
ou milhares de quilômetros quadrados e possui as mesmas 
características da superfície que está abaixo dela. O local de 
formação da massa de ar é denominado região de origem e 
é nesse local que a massa de ar irá adquirir suas característi-
cas de temperatura, pressão e umidade. Portanto, uma mas-
sa de ar que se forma sobre uma superfície gelada, como a 
Antártida, apresenta características típicas dessa região, ou 
seja, temperatura baixa, alta pressão e pouca umidade.
A troposfera (local de movimentação das massas de ar) não 
é uma camada homogênea, e, por isso, as massas de ar são 
classificadas de acordo com a latitude e as suas regiões de 
origem, continental ou marítima. As massas que se originam 
em latitudes altas são chamadas de massas polares ou árticas 
e as massas de ar que se formam em latitudes baixas são 
denominadas massas de ar tropical ou equatorial. Massas 
de ar continentais são secas, enquanto as marítimas são de 
monção úmida. Os sistemas frontais separam as massas de 
ar que têm diferentes densidades e temperaturas. Uma vez 
que uma massa de ar se move para longe de sua região de 
origem, fatores como a vegetação e disponibilidade de água 
numa determinada região podem modificar rapidamente o 
seu caráter. Isso quer dizer que, ao se deslocarem, as massas 
de ar vão aos poucos perdendo as suas características de 
temperatura, pressão e umidade originadas no momento de 
sua formação. Esse deslocamento ocorre sempre no sentido 
das altas pressões para as baixas pressões.
Frentes quentes e frentes frias
Frente quente é a parte dianteira de uma massa de ar 
quente em movimento. O ar frio é relativamente denso 
e o ar quente tende a dominá-lo, produzindo uma lar-
ga faixa de nuvens e uma chuva fraca e persistente e 
às vezes nevoeiro esparso. As frentes quentes tendem 
a deslocar-se lentamente e podem ser facilmente al-
cançadas por frentes frias, formando frentes oclusas. 
Quando uma frente deixa de se mover, chamamos de 
frente estacionária. As frentes quentes deslocam-se do 
equador para os polos. Como o ar quente é menos den-
so que o ar frio, a massa de ar quente sobe por cima da 
massa de ar mais frio e geralmente ocorre precipitação. 
A temperatura eleva-se já ligeiramente antes da chega-
da da frente quente, porque as nuvens aumentam lo-
calmente o “efeito de estufa” na atmosfera, absorven-
do radiação da superfície terrestre e emitindo radiação 
de volta à superfície. Uma frente quente é representada 
simbolicamente por uma linha sólida com semicírculos 
que apontam para o ar frio e na direção do movimento.
Frente fria é a borda dianteira de uma massa de ar fria, 
em movimento ou estacionária. Em geral a massa de 
ar frio apresenta-se na atmosfera como um domo de 
ar frio sobre a superfície. O ar frio, relativamente den-
so, introduz-se sob o ar mais quente e menos denso, 
provocando uma queda rápida de temperatura jun-
to ao solo, seguindo-se de tempestades e também 
de trovoadas. As frentes frias deslocam-se dos polos 
para o equador, predominante de Noroeste, no Hemis-
fério Norte, e de Sudoeste no Hemisfério Sul. Não es-
tão associadas a um processo suave: as frentes frias 
movem-se rapidamente e forçam o ar quente a subir. 
Quando uma frente fria passa, a temperatura pode 
baixar mais de 5 °C só durante a primeira hora. Quan-
do uma frente deixa de se mover, designa-se por frente 
estacionária. Uma frente fria é representada simboli-
camente por uma linha sólida com triângulos que 
apontam para o ar quente e na direção do movimento.
 Frente fria 
Frente quente 
Frente oclusa 
Frente estacionária
 16
2.1. O mecanismo das massas de ar no Brasil
As massas de ar constituem elemento determinante dos 
climas brasileiros porque podem mudar bruscamente o 
tempo nas áreas onde atuam. 
O Brasil sofre a influência de praticamente todas as massas 
de ar que atuam na América do Sul, exceto as que têm ori-
gem no oceano Pacífico (oeste), cuja influência é limitada 
pela cordilheira dos Andes, que barra a sua passagem para 
o interior do continente. 
O mecanismo das massas de ar no Brasil depende da circu-
lação geral da atmosfera na Terra.
Por ter 92% de seu território na zona tropical e estar loca-
lizado no Hemisfério Sul, onde as massas líquidas (oceanos 
e mares) ocupam mais espaço do que as massas sólidas 
(terras), o Brasil é influenciado predominantemente pelas 
massas de ar quente e úmido.
2.1.1. Massa equatorial continental (mEc)
Quente e úmida, com origem na região noroeste da Ama-
zônia. Durante o inverno, essa massa restringe sua atuação 
à Amazônia ocidental, que é chuvosa durante todo o ano. 
No verão ocorre o escoamento de ar quente e úmido em 
baixos níveis altimétricos em direção às latitudes mais altas 
e a leste. Ou seja, durante o verão, a massa equatorial con-
tinental exerce influência sobre a Amazônia oriental, Meio-
-Norte (PI e MA), Centro-Oeste, Sudeste e, às vezes, sobre 
o sertão nordestino. Tem papel fundamental no transporte 
de umidade para outras regiões do país, devido ao forte 
processo de evapotranspiração da floresta.
2.1.2. Massa equatorial atlântica (mEa)
Quente e úmida, formada no Atlântico equatorial e atuan-
te sobretudo nos litorais do Nordeste e amazônico (Pará e 
Amapá). Essa massa contribui com 45% das chuvas que 
caem durante o período chuvoso nas proximidades da costa 
litorânea leste dos estados do Pará e Amapá. A massa equa-
torial atlântica, ao encontrar com o ar do continente, forma 
as chamadas linhas de instabilidade (LI), caracterizadas pelos 
grandes conglomerados de nuvens cumulonimbus (nuvens 
cinzas que causam chuvas e trovoadas). São formadas gra-
ças à circulação de brisa marítima – por influência da mEa 
–, podendo prolongar-se para o interior do continente ou 
até mesmo para o extremo oeste da Amazônia. A mEa é a 
causadora de precipitações na Amazônia central durante a 
estação seca (inverno); ao cair da tarde, em virtude da di-
minuição da temperatura do ar e do acúmulo de vapor de 
água, ocorrem chuvas convectivas nas áreas dessas linhas. 
No litoral nordestino, causa chuvas principalmente no perío-
do de inverno – de maio a setembro –, época em que a ZCIT 
se desloca para o norte e a circulação dos ventos alísios se 
intensifica (sopram para leste), trazendo mais chuvas.
As linhas de instabilidade – LI, que se formam prin-
cipalmente nos meses de verão no Hemisfério Sul 
(dezembro a março), encontram-se ao sul da linha do 
equador influenciando as chuvas no litoral norte do 
Nordeste e regiões adjacentes e ocorrem no período 
da tarde e início da noite.
As linhas de instabilidade são bandas de nuvens cau-
sadoras de chuva, normalmente do tipo cumulus, or-
ganizadas em forma de linha (figura), daí o seu nome. 
Sua formação se dá basicamente pelo fato de que, 
com a grande quantidade de radiação solar incidente 
sobre a região tropical, ocorre o desenvolvimento das 
nuvens cumulus, que atingem um número maior à tar-
de, quando a convecção é máxima, com consequentes 
chuvas. Outro fator que contribui para o incremento 
das linhas de instabilidade, principalmente nos meses 
de fevereiro e março, é a proximidade da ZCIT.
Se uma linha de instabilidade se forma sobre regiões 
áridas, uma tempestade de areia conhecida como 
haboob pode resultar na formação de fortes ventos 
que carregam consigo poeirada superfície. Atrás de 
uma linha de instabilidade madura, uma área de 
baixa pressão em altitudes médias pode se formar, 
o que tende a criar um súbito aumento de tempera-
tura por conta da massa de ar descendente que não 
mais está sendo resfriada pela chuva.
Climatologia – noções básicas e climas do Brasil - 
Francisco Mendonça e Ines Moresco Danni-Oliveira 
Climatologia – noções básicas e climas do Brasil é 
uma obra de referência que reúne conceitos básicos 
de climatologia e meteorologia, com destaque para os 
domínios climáticos e sistemas atmosféricos que regem 
tempo e climas do continente sul-americano e Brasil.
multimídia: livro
 17
2.1.3. Massa tropical atlântica (mTa)
Quente e úmida se forma próxima à latitude 30°S, entre o Brasil e a África. Essa massa de ar traz umidade e chuvas para o litoral 
oriental brasileiro – notadamente entre o “cotovelo” do RN e o norte do RS – ao longo do ano. Grande parte dos maiores índices 
pluviométricos no litoral é registrada no verão, com exceção do litoral oriental do Nordeste, pois naquela latitude as tempera-
turas variam muito pouco durante o ano, e os alísios sopram com mais força no inverno. A mTa também penetra o continente, 
trazendo chuvas orográficas em diversos locais, como no planalto da Borborema, na chapada Diamantina e nas serras do Mar 
e da Mantiqueira.
2.1.4. Massa tropical continental (mTc)
Quente e seca, forma-se no anticiclone tropical na planície do Chaco. O Chaco é uma região de planícies alagáveis que se 
estendem pelo norte da Argentina, noroeste do Paraguai, leste da Bolívia (mais seco) e chega ao Brasil, onde recebe o nome 
de Pantanal – no sudeste do MT e no oeste do MS. A baixa do Chaco se intensifica no verão e forma um anticiclone em altos 
níveis, que é a alta da Bolívia. No verão, a mTc penetra no país pelo oeste, atua com mais força sobre o Pantanal e exerce 
ação admirável em outras regiões, como no noroeste paranaense, Goiás, Tocantins e nas partes restantes do Mato Grosso e 
Mato Grosso do Sul, além de ação periférica em Minas Gerais e oeste paulista.
2.1.5. Massa polar atlântica (mPa)
É a mais famosa de todas. Tem origem no oceano Atlântico, junto ao extremo sul da Patagônia. É fria e úmida. No 
verão, por causa das temperaturas muito altas predominantes no continente sul-americano, a massa não consegue 
penetrar com força no continente, barrada muitas vezes pelo ar quente continental, e dirige-se a norte pelo Atlântico, 
preferencialmente. Mesmo vindo via oceano, chega enfraquecida ao litoral oriental, onde encontra a mTa, causando 
chuvas frontais. Às vezes, a mPa consegue vir através do continente no verão, atingindo o Sul e algumas partes do Su-
deste brasileiro, causando mais chuvas frontais do que propriamente o frio. No inverno, essa massa penetra a América 
do Sul pela Patagônia – no sudeste da Argentina –, onde se encaminha para o Brasil, entrando pelo Rio Grande do 
Sul. Como vem por terra, a massa chega já bem mais seca que na sua origem e, por ser inverno, é muito mais fria do 
que no verão. A mPa pode chegar na Amazônia no inverno e causar o fenômeno conhecido por friagem.
Atuação das massas de ar no Brasil – inverno e verão
Brasil - Massas de ar Brasil - Massas de ar
Verão
Equador
Inverno
mEc
mEa
mTa
mEc
mTa
mPa
mTc
Equador
Alísio de
sudeste
mEa → Equatorial
atlântica
mEc → Equatorial
continental
mTa → Tropical
atlântica
mPa → Polar atlântica
mTc → Tropical
continental
mTc
mEa
Fonte: educação.globo.com/geogra�a
 18
Zona de Convergência Intertropical
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a área que circunda a Terra, próxima ao equador, onde os ventos ori-
ginários dos Hemisférios Norte e Sul se encontram. A ZCIT era inicialmente chamada, entre os anos 1920 e 1940, 
de Frente Intertropical (FIT), mas, com o reconhecimento, nos anos 1940 e 1950, da relevância da convergência de 
ventos para a determinação do clima tropical, o termo ZCIT passou a ser aplicado. Na escala planetária, a ZCIT está 
localizada no ramo ascendente da célula de Hadley, atuando no sentido de transferir calor e umidade dos níveis 
inferiores da atmosfera das regiões tropicais para os níveis superiores da troposfera e para médias e altas latitudes. 
Entretanto, a ZCIT dinamicamente é uma região de baixa pressão, tendo convergência de escoamento em baixos 
níveis e divergência em altos níveis, sendo a fonte principal de precipitação nos trópicos (chuvas fortes), responsável 
por condições de mau tempo sobre uma extensa área e o desenvolvimento vertical das nuvens que se estende até 
a alta troposfera das regiões tropicais.
Onde a ZCIT se junta à circulação de monção, ela é chamada de cavado de monção, termo de uso mais comum 
na Austrália e em algumas regiões da Ásia. Os primeiros marinheiros deram a esse cinturão de calma o nome de 
doldrums (literalmente, "desânimo"), por causa da inatividade e estagnação em que eles ficavam após dias sem 
ventos. Permanecer numa calmaria nessa região, num clima quente e abafado, poderia significar a morte numa 
época em que o vento era o único propulsor eficiente para os navios no oceano. Mesmo hoje, marinheiros em barcos 
de lazer ou de competição procuram cruzar a região o mais rápido possível, pois o clima errático e os padrões de 
vento podem causar atrasos indesejados.
A ZCIT se apresenta como uma faixa de nuvens com grande desenvolvimento vertical (Cb – Cumulonimbus), fre-
quentemente de tempestades, que circunda o globo próximo ao equador. No Hemisfério Norte, os ventos alísios se 
movem de nordeste para sudoeste, enquanto no Hemisfério Sul eles vão de sudeste para noroeste. Quando a ZCIT 
está posicionada ao norte ou ao sul do equador, essas direções variam conforme a força de Coriolis, provocada pela 
rotação da Terra.
A ZCIT está inserida numa região onde ocorre a interação de características marcantes atmosféricas e oceânicas, 
tais como:
 § Zona de confluência dos Alísios (ZCA);
 § Zona do Cavado Equatorial;
 § Zona de Máxima Temperatura da Superfície do Mar (TSM);
 § Zona de Máxima Convergência de Massa;
 § Zona da Banda de Máxima Cobertura de Nuvens Convectivas.
Todas essas características interagem próximo à faixa equatorial. Apesar dessa interação, as características não se 
apresentam necessariamente ao mesmo tempo, sobre a mesma latitude.
 19
Influências da ZCIT no Brasil
A ZCIT é um dos principais sistemas geradores de 
precipitação na região Norte e Nordeste do Brasil. 
A quantidade de precipitação durante o verão do 
HS na região Norte é influenciada por fatores como: 
os mecanismos de brisa marítima, que particular-
mente ocorre o ano todo; a penetração de sistemas 
frontais, pois nessa época do ano a Alta Subtropi-
cal do Atlântico Sul (ASAS) está mais para o ocea-
no permitindo assim que o fenômeno de bloqueio 
não ocorra dentro do continente; o aparecimento 
da Baixa do Chaco, que aumenta a confluência em 
baixos níveis e dessa maneira articula a convecção 
profunda associada à alta umidade vinda da flo-
resta Amazônica, e enfim a ZCIT, que na estação de 
verão está posicionada em latitudes que compreendem a parte Norte e Nordeste do Brasil. No inverno, a ZCIT 
está posicionada em latitudes mais ao norte, entretanto sua influência restringe-se apenas ao estado de Roraima.
Em anos de El Niño, o ramo descendente da célula de Walker se desloca para a região sobre a Amazônia 
inibindo a convecção. Os ventos alísios de nordeste estão bem mais fracos, diminuindo assim o fluxo de 
umidade vinda dos oceanos que penetra na região Amazônica. Contudo, a ZCIT está posicionada bem mais 
ao norte do que sua posição normal e então períodos de El Niño são extremamente secos, durante o que 
seria a estação chuvosa (janeiro, fevereiro e março − JFM) da região Norte, mais precisamente na Amazônia 
Central. A região Nordeste fica bem ao sul da ZCIT em anos secos, ou seja, em uma região preferencialmente 
de subsidência que inibe a precipitação. Em anos chuvosos, a ZCIT se desloca até 6ºS atingindo a costa norte 
do Nordeste, permanecendopor períodos mais longos no HS até o mês de maio. Vale lembrar que o antici-
clone do Atlântico Norte e consequentemente os ventos alísios de nordeste estarão mais intensos em anos 
chuvosos, logo a ZCIT estará mais ao sul.
Zona de Convergência do Atlântico Sul
Climatologicamente, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) pode ser identificada, na composição de imagens 
de satélite, como uma banda de nebulosidade de orientação Noroeste/Sudeste, estendendo-se desde o sul da região 
amazônica até a região central do Atlântico Sul. Atua geralmente entre as regiões Centro-Oeste e Sudeste. Para a ZCAS 
se formar, é necessária uma frente fria bloqueada sobre o Sudeste e alimentada pela umidade que vem da Amazônia 
em altitude, formando, assim, um grande corredor de umidade de nuvens carregadas.
Para ser considerada ZCAS, é preciso que esse processo dure pelo menos quatro dias, pois, quando uma frente fria fica 
parada por menos de quatro dias, os meteorologistas chamam esse fenômeno de Zona de Convergência de Umidade 
(ZCOU). Quando a ZCAS se forma, é sinal 
de grandes volumes de chuvas que, às 
vezes, perduram por quase uma semana, 
podendo provocar transbordamentos de 
rios e enchentes. A época mais comum 
para a formação da ZCAS no Brasil é o 
verão, pois é justamente nessa época do 
ano que acontece o fluxo de umidade 
da Amazônia para o Sudeste do país. Os 
meteorologistas conseguem prever a for-
mação da ZCAS com pelo menos 11 dias 
de antecedência.
mm.
3300
3000
2700
2400
2100
1800
1500
1200
900
600
300
Fonte: INMET 1931/1930
 20
2.2. Pluviosidade do Brasil
Apesar de o país apresentar médias anuais pluviométricas 
em torno de mil milímetros, as chuvas não se distribuem de 
modo uniforme por toda sua extensão.
Em algumas áreas, como em trechos da Amazônia, no lito-
ral sul da Bahia e no trecho paulista da serra do Mar, chove 
mais de 2 mil milímetros por ano. É o caso da Amazônia, 
de Belém (PA), com 2,2 mil mm anuais, e em São Paulo; na 
área banhada pelo rio Itapanhaú, em Bertioga, chove mais 
de 4 mil milímetros.
No extremo oposto está o Sertão do Nordeste, com totais 
bem abaixo da média do país, como nas localidades de 
Cabaceiras, na Paraíba (331 mm anuais), e Areia Branca, 
no Rio Grande do Norte (588 mm anuais). 
Na maior parte do território brasileiro chove anualmente 
mil e dois mil milímetros. 
A porção situada abaixo do paralelo 20ºS, onde predomina 
o clima subtropical, é caracterizada pela relativa uniformi-
dade das chuvas ao longo do ano.
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ciclônicas
2.3. Temperaturas
Em quase 95% de nosso território, temos médias térmicas 
superiores a 18 ºC, como decorrência da tropicalidade. Ob-
serve no mapa "Temperatura Média Anual".
Entretanto, o comportamento das temperaturas está sujei-
to à influência de outros fatores além da latitude: a altitu-
de, a continentalidade e as correntes marítimas.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no 
Brasil a temperatura máxima (43,2 ºC) foi registrada em 
1982, na cidade de Bom Jesus do Piauí, no estado do Piauí; 
e a mínima (–11,6 ºC), na cidade de Xanxerê, no estado de 
Santa Catarina, em 25 de julho de 1945. No primeiro caso, 
a latitude e a influência do oceano podem explicar a ocor-
rência de altas temperaturas; no segundo, o frio extremo é 
consequência da conjugação dos fatores latitude (média) e 
altitude (alta).
Temperatura média anual
Verão Primavera
5N
EQ
5S
10S
15S
20S
25S
30S (a)
75W 70W 65W 60W 55W 50W 45W 40W 35W
5N
EQ
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20S
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30S (b)
75W 70W 65W 60W 55W 50W 45W 40W 35W
Inverno Outono
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EQ
5S
10S
15S
20S
25S
30S
75W 70W 65W 60W 55W 50W 45W 40W 35W
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75W 70W 65W 60W 55W 50W 45W 40W 35W
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Verão Primavera
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Inverno Outono
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25S
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Verão Primavera
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Fonte: Youtube
A chuva cai – Beth Carvalho
multimídia: música
3. Os fatores do clima no Brasil
Diversos fatores podem modificar os elementos que com-
põem o clima. No caso brasileiro, destacamos a altitude, a 
latitude, a continentalidade, a maritimidade e as correntes 
marinhas, que podem ter maior ou menor influência no 
clima brasileiro.
3.1. Altitude
Quanto maior a altitude, mais frio será. Mas somente a in-
fluência da altitude, isolada de outros fatores, não é muito 
 21
marcante no Brasil, porque mais de 95% do relevo brasilei-
ro estão a menos de 1,2 mil metros de altitude. Campos do 
Jordão, em São Paulo, e as serras gaúchas e catarinenses, 
com altitudes acima de 1,2 mil metros são, exceções. A 
imagem a seguir ilustra diferentes médias térmicas anuais 
de acordo com as altitudes. 
Relação entre a altitude e a temperatura
metros
4800
4000
3100
2400
1600
800
0
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Fonte: ibge. anuário estatístico do brasil, 1999. 
3.2. Latitude
Esse fator influencia os climas no Brasil, pois o território bra-
sileiro apresenta quase 40º de variação latitudinal. Nas altas 
latitudes, as temperaturas são mais baixas e as amplitudes 
térmicas, maiores. Portanto, as cidades próximas à linha do 
equador (região Norte) têm amplitudes térmicas menores e 
temperaturas mais altas do que as cidades do Sul e do Su-
deste, em virtude das diferenças de latitude entre elas.
Fator latitude e médias térmicas
Fonte: ibge. atlas nacional do brasil, 2000.
3.3. Continentalidade e maritimidade
Quanto menor a distância em relação ao mar, menor a am-
plitude térmica de uma cidade, porque a proximidade do 
mar torna as temperaturas mais estáveis. Isso ocorre em 
consequência do “efeito regulador de caráter térmico” que 
as águas dos oceanos exercem sobre as terras próximas. 
Por exemplo, a cidade de Santos, em São Paulo, possui me-
nor amplitude térmica do que cidades localizadas no inte-
rior do território brasileiro, como as dos estados de Mato 
Grosso e Mato Grosso do Sul.
Fonte: <proFessoralexinowatzki.webnode.com.br/climatologia/
Fatores-do-clima/continentalidade-e-maritimidade>.
 22
3.4. Correntes marítimas
O Brasil sofre influência de duas correntes marítimas quentes: a corrente do Brasil (no sentido sul) e a corrente das Guianas (no 
sentido norte), que contribuem para os climas quentes.
Correntes marítimas que atuam no Brasil
CLIMAS CONTROLADOS POR
MASSAS DE AR EQUATORIAIS E TROPICAIS
Equatorial Úmido
Litorâneo Úmido
Tropical
Tropical Semi-Árido
CLIMAS CONTROLADOS POR
MASSAS DE AR EQUATORIAIS E POLARES
Subtropical Úmido
Corrente quente
Corrente fria
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Tropical Semiárido
4. Climas do Brasil
EQUATORIAL
TROPICAL
TROPICAL
SEMI-ÁRIDO
TROPICAL DE
ALTITUDE
TROPICAL 
ATLÂNTICO
SUBTROPICAL
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Trópico de
Capricornio
65º 45º
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 OCEANO
ATLÂNTICO
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SEMIÁRIDO
 23
4.1. Clima equatorial
O clima equatorialabrange a região Norte brasileira, o 
norte do Mato Grosso e de Tocantins e, ainda, o oeste do 
Maranhão. Todo esse espaço é conhecido por Amazônia 
(entre 5°N e 10°S), área que apresenta clima, vegetação 
e hidrografia típicos de regiões equatoriais. O clima é 
quente e úmido. Devido aos altos valores de energia so-
lar incidente na superfície amazônica, o comportamento 
da temperatura do ar mostra pequena variação ao longo 
do ano. A amplitude térmica sazonal é da ordem de 1° 
a 2 °C/ano – a menor do Brasil – sendo que os valores 
médios se situam entre 24 °C no mês mais frio e 26 °C 
no mês mais quente. Em particular, Belém (PA) apresenta 
temperatura média mensal máxima de 26,5 °C, no mês 
de novembro, e temperatura mínima de 25,4 °C, em mar-
ço. Manaus (AM), por outro lado, possui seus extremos 
de temperatura nos meses de setembro (27,9 °C) e abril 
(25,8 °C). A exceção é aquela parte mais ao sul (Rondônia 
e Mato Grosso).
A região amazônica possui uma precipitação média de 
aproximados 2,3 mil mm por ano. Existem algumas dife-
renças no clima da Amazônia, dividido em equatorial úmi-
do e equatorial subúmido (ou semiúmido). Na Amazônia 
ocidental – mais especificamente noroeste do Amazonas 
–, onde atua a massa equatorial continental durante todo 
o ano, não existe estação seca, e as médias pluviométricas 
são altas. Na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela, 
o total anual atinge os 3,5 mil mm, e o clima é dito equa-
torial superúmido. No litoral do Pará e do Amapá, os níveis 
de precipitação também são altos (cerca de 2,5 mil mm ao 
ano) e sem período de seca definido, pois há influência das 
linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa 
litorânea durante o período da tarde e são forçadas pela 
brisa marítima. Nessa área, o clima é equatorial úmido.
O período de chuvas ou de forte atividade convectiva na 
região amazônica é compreendido entre os meses de no-
vembro e março, sendo que o período de seca (sem grande 
atividade convectiva) é entre maio e setembro, chovendo 
menos de 60 mm. Esse último período ocorre numa área 
que abrange o leste de Roraima (parte mais seca da Ama-
zônia), a região do médio Amazonas – também conhecida 
como Amazônia central, onde estão Marabá, Santarém, etc. 
Observar como os diferentes climas do Brasil (um país bastante extenso leste-oeste e norte-sul) podem interferir no 
dia a dia das pessoas (roupas, culinária, lazer) e na economia (turismo, agropecuária, etc).
VIVENCIANDO
–, o sul do Pará, Rondônia e partes do Acre. Ao sul dela, o 
inverno é mais seco e, em razão da ação devastadora do 
homem – garimpagem, desmatamento, queimadas, projetos 
agropastoris –, a pluviosidade diminuiu cerca de 10% nos 
últimos tempos. Ao norte amazônico, a estação da primavera 
é também seca, sendo que lá costuma chover em torno de 
2,0 mil mm por ano e o clima é o equatorial semiúmido.
Fonte: <proFwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-brasil-clima.html>. 
(adaptado)
4.2. Clima tropical continental
O clima tropical envolve a maior parte da região Cen-
tro-Oeste, do Sudeste e partes do Nordeste. As tempe-
raturas médias anuais estão acima de 18 °C e há uma 
alternância nítida entre a estação seca (inverno) e a es-
tação chuvosa (verão). Os índices de precipitação ficam 
em torno dos 1,5 mil mm anuais. No verão, predomina a 
atuação da massa equatorial continental e/ou da massa 
tropical atlântica, isto é, o verão apresenta muito calor 
e muita umidade (chuvas convectivas). Em outros casos 
ocorre o encontro da mEc com a mPa, que chega já muito 
enfraquecida às regiões de clima tropical típico, mas cau-
sa tempestades frontais ao se encontrar com a primeira. 
 24
Mais de 70% do total das chuvas caem entre novembro 
e março. No inverno predomina a atuação da massa tro-
pical continental e da massa polar atlântica, que chega 
já sem umidade à região central do Brasil e o clima é 
seco. No interior do país sentimos com nitidez o efeito de 
continentalidade. Em cidades como Brasília ou Cuiabá, o 
clima costuma ser bem seco em julho, cuja temperatura 
diurna passa facilmente dos 25 ºC, alcançando até 30 ºC; 
mas, à noite, a temperatura não raro cai abaixo dos 15 ºC, 
chegando aos 10 ºC em algumas ocasiões, diminuindo 
bastante a média diária.
Fonte: <proFwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-brasil-clima.html>. 
(adaptado)
Na área de clima tropical merece destaque também o 
Pantanal mato-grossense, por ser uma região de clima 
muito quente, que apresenta um longo período de es-
tiagem – de abril a setembro. No Pantanal, as médias 
pluviométricas estão por volta dos 1,2 mil mm anuais, 
chovendo cada vez menos à proporção que caminhamos 
para oeste.
www.cptec.inpe.br
multimídia: site
4.3. Clima tropical semiárido
O clima semiárido abraça uma região cujo limite 
apresenta algumas variações nos diferentes mapas. 
É uma porção do território nacional, não totalmente 
contínua, em que as pluviosidades são baixas (no má-
ximo 750 mm/ano) e irregulares. O clima semiárido 
ocupa um pedaço de terra que adentra o país desde 
uma estreita faixa de terra litorânea na divisa dos lito-
rais cearense e potiguar (RN). É o clima denominado 
sertão nordestino, presente em todos os estados dessa 
área brasileira, com exceção do Maranhão. A região do 
vale do rio Jequitinhonha, no norte mineiro, também 
é semiárida.
semiárido
Fonte: <proFwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-brasil-clima.html>. 
(adaptado)
O sertão nordestino é uma região de grande variabilidade 
anual na precipitação. Historicamente, sempre foi afetado 
por grandes secas ou cheias. O clima tropical semiárido 
do sertão do Nordeste reflete as condições de divergência 
anticiclônica do ar, isto é, geradora de ventos e dispersora 
de ar. As altas pressões fazem com que a mTa, mEc e mPa, 
que gerariam instabilidades na região, sejam muitas vezes 
dissipadas.
Há diversas partes no domínio do clima semiárido em que 
a evaporação da água é superior à quantidade que cai em 
forma de chuva. A desertificação é definida como “a degra-
dação da terra nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas 
secas resultantes de fatores diversos, tais como as varia-
ções climáticas e as atividades humanas”. Esse desgaste 
apresenta-se como:
 25
 § empobrecimento dos solos e de recursos hídricos;
 § danos à vegetação e à biodiversidade; e 
 § redução da qualidade de vida da população afetada.
Existem indícios de desertificação em pelo menos cinco 
locais: Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Cabrobó (PE), Seridó 
(RN/PB), Rodelas – Raso da Catarina (BA). Os solos do 
semiárido, em geral, são rasos, pedregosos e pobres em 
matéria orgânica.
Lá estão as maiores médias térmicas do país (próxi-
mo de 26 °C), chegando a 28 °C em algumas cidades, 
como em Sobral (CE). A massa tropical atlântica atua 
esporadicamente no inverno, mas costuma chegar já 
sem muita umidade no sertão. A famosa seca ocorre 
quando não chove durante longos períodos de um ano 
ou mais. Já houve secas de até três anos em algumas 
cidades sertanejas. As áreas em que menos chove, com 
9 a 11 meses secos, ficam no “cotovelo” do São Francis-
co, entre a Bahia e Pernambuco; e na região da Bahia, 
conhecida como sertão de Canudos, onde chove em 
média menos de 500 mm/ano.
Na maior parte dos verões, ocorre a penetração da mas-
sa equatorial continental, que já perdeu grande parte 
da umidade pelo caminho. Os sertanejos chamam o 
verão de inverno, porque, irregularmente, a mEc traz 
chuvas esporádicas à região; além disso, essas águas 
são decorrência da ação da mEc e amenizam um pou-
co as temperaturas. As explicações para a origem dessa 
mancha semiárida ainda são incompletas e bastante 
diversas. Uma primeira explicação seria a presença do 
planalto da Borborema, que funciona como barreira 
para a passagem dos ventos oceânicos, retendo toda a 
umidade na franja litorânea. No entanto, essa explica-
ção pode ser contestada em função das modestas alti-
tudes e pela irregularidade desse planalto. 
A presença de uma célula de alta pressão atmosférica 
(anticiclonal),geradora de ventos, também dificulta que 
a massa equatorial continental, a tropical atlântica e a 
frente polar levem umidade para a região. Explicações 
mais recentes contemplam também o papel das corren-
tes marítimas. É que, nas baixas latitudes do atlântico 
ao sul do equador, as águas são mais frias, devido à 
influência da corrente marítima fria de Benguela, que, 
após atingir costas ocidentais da África, onde se origina 
o deserto da Namíbia, desloca-se numa rotação anti-
-horária até o litoral do nordeste brasileiro, provocando 
queda na pluviosidade numa faixa de 10º de latitude 
desde o litoral do Ceará e Rio Grande do Norte até o 
norte de Minas Gerais.
4.4. Clima tropical úmido
Fonte: <proFwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-brasil-clima.html>. 
(adaptado)
O clima tropical úmido ou tropical atlântico ou, ain-
da, litorâneo úmido, é próprio da faixa litorânea que vai 
da divisa do Paraná e de São Paulo até próximo ao “co-
tovelo” do Rio Grande do Norte. A precipitação média da 
área é de 2.000 mm/ano. Há o predomínio da massa tropi-
cal atlântica ao longo do ano e existe uma estação muito 
chuvosa e outra, menos. Do Sudeste até o sul da Bahia, as 
chuvas prevalecem no verão, e de Salvador ao Rio Grande 
do Norte, no inverno.
4.5. Clima tropical de altitude
O clima tropical de altitude é o que domina nos planal-
tos e serras do leste e sudeste do Brasil. Dentre eles estão o 
planalto Atlântico, que compreende as áreas das serras do 
Mar e Mantiqueira, além da região metropolitana de São 
Paulo, conhecida como Grande São Paulo; a escarpa de 
Botucatu, na borda leste do planalto ocidental paulista; as 
regiões da serra da Canastra e serra do Espinhaço, ambas 
em Minas Gerais.
Nessas áreas, as médias térmicas anuais caem para per-
to de 18 °C ou até menos, o que se deve tanto à lati-
tude um pouco maior dessa área – que costuma sofrer 
ação intensa da mPa durante o inverno – quanto ao 
predomínio de regiões de dobramentos antigos relati-
vamente altas.
 26
Fonte: <proFwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-brasil-clima.html>. 
(adaptado)
Em geral, as precipitações são pouco mais acentuadas 
que na região de clima tropical. A região com as maiores 
médias pluviométricas do Brasil está na serra do Mar, no 
estado de São Paulo, e o lugar no qual já foram registrados 
os maiores índices de precipitação do Brasil é Itapanhaú 
(próxima à cidade paulista de Mogi das Cruzes), onde já 
choveu 4.500 mm num único ano.
No domínio do clima tropical de altitude, sobreleva-se a 
ação da massa tropical atlântica. Além disso, é frequente 
a ação da massa polar atlântica. O encontro dessas duas 
traz muitas chuvas à região, sobretudo no verão, quando a 
mPa faz um caminho quase marinho, chegando carregada 
de umidade às regiões serranas.
4.6. Clima subtropical
O clima subtropical abrange a parte do Brasil ao 
sul do Trópico de Capricórnio, que apresenta as meno-
res médias térmicas do país, quase sempre inferiores a 
18 ºC no ano. As amplitudes térmicas – diferenças entre a 
média térmica do mês que se escolhe para análise com a 
da maior média térmica do ano e do mês de menor média 
térmica – são em geral superiores a 10 ºC de diferença do 
mês mais frio para o mais quente. A massa tropical atlân-
tica atua por todo o litoral do sul do país, principalmente a 
partir do litoral norte do Rio Grande do Sul, levando bas-
tante chuva durante o ano todo. É importante também a 
ação da massa polar atlântica e das frentes polares, muito 
presentes na região no verão, trazendo chuvas e, às ve-
zes, fazendo cair as temperaturas. No inverno, a mPa traz 
chuvas, geadas e até alguns casos de neve, além do frio, é 
claro. O clima é mais frio nas áreas serranas dos lestes pa-
ranaense e catarinense, e nas serras do Rio Grande do Sul; 
em outras áreas, com altitudes menos expressivas, é mais 
brando. As precipitações estão em torno dos 1.500 mm 
anuais e são bem distribuídas ao longo do ano. Mais es-
pecificamente, no norte do Paraná, as chuvas predominam 
no verão e, no sul do Rio Grande do Sul, de junho a julho.
Fonte: <proFwladimir.blogspot.com.br/2012/09/mapas-brasil-clima.html>. 
(adaptado)
5. Os grandes climas 
do planeta Terra
O deslocamento das massas de ar formadas na dinâmica 
da circulação atmosférica é responsável pela ocorrência 
simultânea de diversos tipos de tempo atmosférico no pla-
neta. Como as massas de ar não são um elemento estático, 
os tempos obtidos de sua atuação também não. Apesar 
disso, a repetição de determinados tipos de tempo atmos-
férico permite a identificação de grandes climas terrestres.
5.1. Clima equatorial
Tipo de clima localizado entre 5ºN e 5ºS, ou seja, muito pró-
ximo da linha do equador. As principais áreas de ocorrência 
são as bacias do Congo e do Amazonas, ilhas do sudeste 
Asiático e, ainda, da costa oriental da América Central.
As temperaturas médias anuais situam-se entre 24 ºC e 27 ºC, 
e a temperatura média mensal é sempre superior a 18 ºC – o 
Sol anda sempre muito próximo do zênite, ponto mais alto 
na abóbada celeste. A amplitude térmica anual é inferior a 4 
ºC, ou seja, as oscilações são mínimas.
As chuvas são abundantes o ano todo. Num mês, raramen-
te são inferiores a 60 mm. São chuvas de convecção, ou 
seja, oriundas do ciclo da água.
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5.2. Clima tropical
A área de ocorrência encontra-se entre 5ºN e 30ºS, desta-
cando-se partes da Venezuela e da Colômbia, interior do 
Brasil, Sudão, porção oriental da África, parte da África do 
Sul, norte da Austrália e regiões da América Central. Suas 
temperaturas são constantes e elevadas ao longo do ano, 
visto que o Sol se encontra quase sempre próximo do zêni-
te. Por isso, a duração dos dias e das noites não varia muito 
ao longo do ano. A amplitude térmica anual é superior à do 
clima equatorial, oscilando entre 15 ºC e 20 ºC.
As chuvas são essencialmente de origem convectiva. No 
entanto, nas regiões montanhosas são comuns chuvas de 
origem orográfica, cujos totais anuais e mensais chegam 
a atingir valores muito elevados; por exemplo, no norte 
da Índia, numa localidade chamada Cherrapunji, a me-
dia anual é de 11,4 mil mm, e em um único mês foram 
registrados 9,3 mil mm. Situação semelhante verifica-se 
nas serras próximas do litoral brasileiro. Mesmo assim, de 
maneira geral, as chuvas anuais nas áreas tropicais ainda 
são menores que nas regiões equatoriais. 
O clima tropical caracteriza-se genericamente pela exis-
tência de duas estações ou períodos: a estação mais úmi-
da e a estação seca.
5.3. Clima desértico
A área de ocorrência mais comum situa-se entre os 15ºN e 
45ºS, coincidindo com as faixas tropicais. São destaques o 
norte do México, o sudoeste dos EUA, todo o norte da África, 
a Arábia, o Irã, o Paquistão, o interior da Austrália, o sudoeste 
da África do Sul e a faixa formada por Peru e Chile.
As temperaturas sofrem grandes oscilações ao longo do 
dia, superiores a 30 ºC, em função da pequena capacidade 
do solo de reter o calor. As temperaturas médias mensais 
são elevadas, situando-se acima dos 35 ºC. As chuvas são 
fracas ou inexistentes, sendo normalmente inferiores a 150 
mm por ano. A precipitação ocorre sempre de forma lo-
calizada, com aguaceiros irregulares. Pode ser desastrosa, 
visto que, como não há vegetação, o escoamento é muito 
rápido e pouco proveitoso, formando-se torrentes de lama. 
A maior parte da água que cai evapora em seguida.
A aridez, reforçada pela presença de correntes frias que 
fornecem pouquíssima umidade para os litorais, é a princi-
pal característica do clima desértico.
5.4. Clima mediterrâneo
Sua área de ocorrência está entre 0ºN e 40ºS, destacan-
do-se a bacia do Mediterrâneo, a Califórnia, o Centro do 
Chile, o sul da África do Sul e sul da Austrália 
As temperaturas são elevadas durante a maior par-
te do ano, chegando à média de 22 ºC anuais. No in-
verno, porém, as temperaturas são suaves. A amplitu-
de térmica anual não é significativa e fica próxima dos 
15 ºC, mas a média do mês mais frio nunca é inferior a 5 ºC.

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