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TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 1 🧠 TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA ALUNA: MARIANA MUDO TURMA I MED FAP @estudoxx @marimudo Objetivo 01: Definir consciência e inconsciência. Consciência: A definição neuropsicológica: estado de vigilância, que iguala a consciência ao grau de clareza do sensório. É o estado de estar desperto, acordado, vígil, lúcido. A definição psicológica: é a soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado momento, é o que se determina como campo da consciência. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta a realidade. Vai ser a capacidade de entrar em contato com a realidade, perceber e conhecer os seus objetos. Definição ético-filosófica: é a capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir responsabilidades, os direitos e os deveres concernentes a essa ética. Aspectos da consciência incluem: Nível geral de excitação. Atenção. Seleção do objeto de atenção baseado em objetivos. Motivação e iniciação da atividade motora e cognição. Cada um dos aspectos se associa à atividade de neuromoduladores específicos produzidos pelos neurônios do tronco encefálico e transmitidos ao telencéfalo pelo sistema reticular ativador. Os neuromodulares são: serotonina (amplamente distribuída em todo o encéfalo e modula o nível geral de alerta); TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 2 norepinefrina (contribui para atenção e vigilância por meio de projeções do locus coeruleus primariamente as áreas sensoriais); acetilcolina (a sua ativação ocorre no córtex cingulado anterior e vai contribuir para o direcionamento voluntário da atenção a um objeto); dopamina (contribui para o início de ações motoras ou cognitivas - motivação, atividade motora e cognição). Mesmo que o tronco encefálico seja a fonte de neuromodulares que regulam a consciência, também exige atividade do tálamo e do córtex cerebral. Os núcleos talâmicos intralaminares são cruciais para o alerta, a percepção, o pensamento, e o comportamento motor. Inconsciência: Segundo Freud, existem dois inconscientes: o verdadeiro inconsciente, e o inconsciente pré-consciente. O primeiro vai ser incapaz de consciência, já o pré- consciente é formado por representações, ideias e sentimentos suscetíveis de recuperação por meio de esforço voluntário: fatos, lembranças, ideias que esquecemos, deixamos de lado, mas que podemos, a qualquer hora, evocar voluntariamente. O inconsciente verdadeiro é inacessível a evocação voluntária, só tem acesso a via pré-consciente, e só por meio de técnica especial pode se tornar consciente. Só se revela por formações do inconsciente: os sonhos,, os atos falhos, os chistes e os sintomas neuróticos. Objetivo 02: Reconhecer as principais escalas de avaliação do nível de consciência. O exame neurológico dirigido visa estratificar o estado comatoso, identificar déficits focais e avaliar integridade do tronco encefálico. A avaliação deve ser feita de forma sistemática e deve incluir a avaliação do nível de consciência por meio da Escala de Coma de Glasgow, dos pares cranianos, dos reflexos do tronco encefálico e resposta motora. O exame de fundo de olho pode acrescentar informações ao exame, já que o papiledema e hemorragias retinianas estão associadas com o aumento da pressão intracraniana e hipertensão maligna. Escala de Ramsay: É um método de avaliação do nível de sedação. O escore baseia-se em critérios clínicos para classificar o nível de sedação, seguindo a numeração de 1 a 6 para graduar a ansiedade e/ou agitação. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 3 Escala de Richmond - RASS: Foi validada para pacientes críticos. Apresenta como vantagem sobre a escala de Ramsay a graduação do nível de agitação e ansiedade. Tem quatro níveis de agitação graduados de forma crescente, e mais cinco níveis de sedação graduados de um a cinco negativos. A parte negativa da escala é equivalente ao proposto pela escala de Ramsay, enquanto que os escores positivos discriminam graus de agitação que vão de inquieto a combativo (agressivo). TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 4 Extra: COMFORT A escala COMFORT foi criada em 1992 para avaliar a resposta da população pediátrica a medidas de conforto (sedação, analgesia etc.), e foi demonstrado que sua aplicação diminui o tempo de ventilação mecânica e o uso de sedativos e analgésicos em pacientes pediátricos. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 5 Este escore é um pouco mais complexo do que as escalas abordadas anteriormente. São nove parâmetros, cada um avaliado com uma nota de 1 a 5, que somando gera um score que vai de 9 a 45 (sendo 9 um paciente profundamente sedado e 45, um paciente bem desconfortável e agitado). Os parâmetros incluem observação comportamental (nível de alerta, tensão facial, choro) e também sinais vitais (pressão arterial e frequência cardíaca). Uma variante dessa escala é a COMFORT-B (B de behavior, ou seja, comportamento), um escore mais simples, que exclui os sinais vitais da avaliação, focando mais nos parâmetros comportamentais. São sete itens que valem de 1 a 5 pontos, totalizando um escore que vai de 7 a 35 pontos. CAM - Confusion Assessment Method - Método de avalição de confusão Para pacientes que não estão sob ventilação mecânica. CAM-ICU (Confusion Assessment Method for intensive Care Unit) - método de avaliação da confusão para unidade de tratamento intensivo. Paciente em estado crítico ou sob ventilação mecânica. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 6 MOCA - Avaliação Cognitiva Montreal MEEM - Mini Exame do Estado Mental É um teste cognitivo de 30 pontos. Avalia orientação, atenção, memória, construção e linguagem. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 7 Objetivo 03: Explicar a escala de Glasgow. É uma ferramenta utilizada para avaliar e calcular o nível de consciência do paciente. Foi desenvolvida há mais de 40 anos e é utilizada pela simplicidade do sistema de pontuação, permitindo a rápida aplicação. Usa uma pontuação dos critérios: abertura ocular (máximo de 4 pontos), resposta verbal (máximo de 5 pontos) e resposta motora (máximo de 6 pontos). Essas pontuações são somadas para fornecer uma pontuação total entre 3 e 15. Quando existe assimetria direita/esquerda ou superior/inferior, é importante que se use a melhor resposta motora no cálculo do escore, porque este é o preditor mais confiável do resultado. Entretanto, devem-se anotar as respostas efetivas em ambos lados do corpo, face, braços e pernas. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 8 Abertura ocular: Quando o paciente apresenta abertura espontânea, recebe pontuação 4. Se não houver abertura espontânea é necessário seguir os comandos de chamar o paciente pelo nome ou solicitar a abertura ocular, que vai configurar pontuação 3. Caso ainda não tenha resposta, é necessário aplicar um estímulo doloroso como pressão da incisura supra orbital ou pinçamento de trapézio, e tem pontuação 2. É pontuado como 1, quando não há abertura dos olhos, mesmo em resposta a dor. Se não houver resposta devido lesão ocular, também deve ser registrado. Resposta Verbal: Se o paciente responder em qual mês estamos, o nome e onde ele se encontra, receberá pontuação 5. Caso contrário, deve ser avaliado a extensão das habilidades verbais. Os pacientes podem usar frases coerentes e completas, porém com confusão sobre tempo, lugar ou pessoa (4 pontos). O uso inapropriado ou palavras desorganizadas, refere-se a palavras audíveis, aleatórias e fora de contexto (pontuação 3 pontos). O paciente pode emitir sons como ruídos ou gemidos, sem formação de qualquer palavra (pontuação 2 pontos). Se não houver nenhuma resposta audível, a pontuação é mínima (1 ponto). Se o paciente não consegue se comunicar devido à intubação, deve ser anotado como “T”. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 9 Resposta motora:Para avaliar aqueles que se enquadram na pontuação máxima deste critério (6 pontos), o paciente deve obedecer a comandos como: “segure o meu dedo”, “feche as mãos”, “mostre a língua”. Se não houver resposta a isso, o próximo passo é avaliar a resposta à dor, com os mesmos estímulos já citados anteriormente. Neste caso, o paciente pode localizar corretamente o estímulo (5 pontos); flexionar ou retirar um membro para longe de um estímulo de dor (4 pontos); fazer adução e rotação interna dos membros superiores e extensão de membros inferiores (3 pontos), conhecido como “postura de decorticação” (sugerindo danos acima do nível do núcleo rubro no mesencéfalo); ou ainda, fazer extensão de membros superiores e inferiores (2 pontos), chamada “postura de descerebração”. Quando não há qualquer resposta motora, o paciente recebe 1 ponto. Grau de lesão de acordo com a pontuação: Entre 13 e 15 – LEVE; Entre 9 e 12 – MODERADA; Entre 3 e 8 – GRAVE; Menor que 3 – COMA; ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal! Objetivo 04: Descrever os mecanismos e estruturas envolvidas na consciência. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 10 Neuroanatomia: O primeiro elemento do sistema nervoso relacionado ao nível de consciência é o sistema reticular ativador ascendente (SRAA). De modo que tem-se a concepção de que a capacidade de estar desperto e agir conscientemente depende da atividade do tronco cerebral e do diencéfalo, que vão exercer influência nos hemisférios cerebrais, ativando os mesmos e mantendo o tônus preciso para o bom funcionamento. SRAA se origina no tronco cerebral, e sua ação vai até o córtex, pelas projeções talâmicas. Os elementos importantes para ativação cortical são os neurônios da parte superior da ponte e os do mesencéfalo. Esses vão receber impulsos da maioria das vias ascendentes, que trazem estímulos intrínsecos (proprioceptivos e viscerais) e extrínsecos (órgãos dos sentidos). A consciência é a junção do SARA (ativação do córtex) com o córtex cerebral (recebe, processa e desencadeia uma resposta) – avaliação da quantidade e qualidade do nível de consciência. Lobo parietal direito: relacionado com a realidade. Áreas pré-frontais: atividade mental consciente. Atenção! Lesões ou disfunções no SRAA vão produzir alterações no nível de consciência e prejuízo a todas as funções psíquicas. Outras estruturas que tem participação no nível de consciência: Ação sincrônica de numerosas áreas corticais visuais, que tem amplas redes neuronais bidirecionais, é uma pré-condição para a visão consciente. É crucial para a atividade mental consciente, a atividade do lobo parietal direito, que está relacionado ao reconhecimento do próprio corpo, objetos e mundo. Áreas pré-frontais, que são cruciais para organização da atividade mental consciente. Relevância das interações talamocorticais na ativação e integração da atividade neuronal cortical relacionada à consciência. Tálamo: Estrutura posicionada no centro do cérebro para filtrar, integrar e regular as informações que chegam ao córtex cerebral, os dados que partem da periferia do organismo e meio externo e se dirigem ao córtex cerebral. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 11 É ligado a todas as áreas do córtex cerebral, assim uma pequena lesão no tálamo pode produzir alterações no nível de consciência. A consciência de um indivíduo pode ser discutida a partir de dois aspectos principais analisados pelo observador: o nível de consciência, ou estado de vigília, e o conteúdo da consciência, incluindo funções cognitivas e de atenção, além das respostas afetivas, perfazendo, assim, a consciência de si e do ambiente. No entanto, estas duas características (vigília e atenção) são positivamente correlacionadas, uma vez que quando há diminuição do estado de vigília, o mesmo acontece com a atenção. Os distúrbios concernentes ao conteúdo da consciência acometem funções atinentes ao nível do córtex cerebral. O estudo neurobiológico da consciência pressupõe o conhecimento do ciclo vigília- sono, uma vez que este é reconhecido como responsável pelo nível de consciência. A estrutura anatômica encefálica responsável pela manutenção do nível de consciência é a formação reticular ativadora ascendente (FRAA), situada no tronco encefálico na porção posterior da transição ponto-mesencefálica. FUNÇÕES DA FORMAÇÃO RETICULAR Embora sucinta, a análise das conexões tem formação reticular feita no item anterior mostra que estas são extremamente amplas. Isso nos permite concluir que TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 12 a formação reticular influencia quase todos os setores do sistema nervoso central, o que é coerente com o grande número de funções que lhe tem sido atribuídas. Procurando acentuar as áreas e as conexões envolvidas, estudaremos a seguir suas principais funções, distribuídas nos seguintes tópicos: a) Controle da atividade elétrica cortical - Sono e vigília. b) Controle eferente da sensibilidade. c) Controle da motricidade somática. d) Controle do sistema nervoso autônomo. e) Controle neuroendócrino. f) Integração de reflexos. Centro respiratório e vasomotor. Objetivo 05: Descrever os fatores que levam à inconsciência. Perda de consciência: É resultado do movimento dos hemisférios cerebrais relativamente ao tronco encefálico, causando torque do TE, e aumento abrupto da pressão intracraniana. Ela também pode ficar comprometida por grandes processos expansivos do telencéfalo localizados no diencéfalo ou exercendo pressão sobre o tronco encefálico. Alterações do nível de consciência: Na síndrome chamada delirium, temos envolvidos as regiões do córtex parietal posterior direito superficial, o córtex pré-frontal bilateral, o córtex fusiforme, o giro lingual, o tálamo anterior direito, e os núcleos da base. Concluindo que: além do SRAA, também o tálamo e as regiões do córtex parietal direito e pré-frontal direito têm importância estratégica para o funcionamento da consciência. Alterações do nível de consciência normais: Ritmos circadianos Ocorrem no contexto dos ritmos circadianos, que são oscilações na vigília e sono em um período de 24 horas. Os ritmos circadianos são orientados pela luminosidade, modulam o equilíbrio. Sono TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 13 São estados endógenos que expressam mudança na organização cerebral. Características: Estado reversível Alternância entre sono REM e NREM Duração e intensidade Se afetado por eventos durantes a vigília Ter efeitos restauradores e transformadores Sono REM • Não é tão leve e nem tão profundo • Instabilidade do sistema nervoso • Presença de movimento oculares Sono NREM • Atividade elétrica síncrona • Diminuição da atividade do sistema nervoso autônomo simpático • Aumento do tônus do parassimpático Estágios: 1: mais leve e superficial 2: menos superficial 3: mais profundo 4: mais profundo de todos Sono normal Alternância entre sono REM e NREM Regulação fisiológica pelo núcleo supraquiasmático e pelos hormônios melatolina e cortisol. 🚨 O sonho: Alteração normal da consciência. São experiências visuais Alterações do nível de consciência patológicas: Em diversos quadros neurológicos e psicopatológicos, o nível da consciência diminui de forma progressiva (graus) vai de vigil até o coma profundo. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 14 1° grau - Obnubilação: Turvação da consciência ou sonolência patológica. Rebaixamento de leve a moderado. Tem a lentidão da compreensão e dificuldade em concentrar, dificuldade em integrar as informações sensoriais vindas do ambiente. 2° grau - Torpor: grau mais acentuado de rebaixamento; evidentemente sonolento; atende se chamado energicamente; pode apresentar algum traço de crítica e pudor. 3° grau - Sopor: estado de marcante e profunda turvação da consciência, sonolência intensa e só vai ser despertado por um tempo muito curto, por estímulosenérgicos (nível de dor). Pode apresentar fácies de dor e algum gesto de defesa. É incapaz de qualquer ação espontânea. Psicomotricidade mais inibida do que nos estados anteriores. 4° grau - Coma: perda completa de consciência - grau mais profundo de rebaixamento. Não é possível qualquer atividade consciente. Podemos verificar: sinais oculares errantes com desvios lentos e aleatórios, nistagmo, transtornos do olhar conjugado, anormalidades dos reflexos oculocefálicos e oculovestibular, ausência do reflexo de acomodação. Pode ser observado decorticação ou descerebração dependendo da natureza da lesão cerebral. Alterações do nível de consciência abruptas: Lipotímia: perda parcial e rápida da consciência, geralmente com visão borrada, palidez da face, suor frio, vertigens e perda parcial de tônus muscular. Sensação de que vai desmaiar. Síncope: colapso bem súbito com perda abrupta e completa de consciência. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 15 Epilepsia: A epilepsia é um sintoma no qual há perturbação súbita e transitória da fisiologia normal do cérebro, geralmente do córtex cerebral, que cessa espontaneamente e tende a recorrer. Em geral está associado a uma alteração da atividade elétrica normal e, na sua forma mais típica, é acompanhado de crises epilépticas. Nas crises parciais, a anormalidade ocorre em apenas uma parte do cérebro e o paciente não perde a consciência. Nas crises generalizadas, a atividade anormal envolve áreas extensas do cérebro bilateralmente e o indivíduo perde a consciência. Na maioria dos pacientes com crises generalizadas, há perda súbita da consciência e espasmo tônico e contrações clônicas dos músculos. Ocorrem apneia transitória e, com frequência, perda do controle vesical e intestinal. As crises costumam durar alguns segundos a alguns minutos. Síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento prolongado: Delirium: mais usado para as síndromes confusionais agudas, ênfase no aspecto confuso do pensamento e do discurso do paciente. Comum em pacientes com doenças somáticas e idade avançada. O delirium diz respeito, portanto, aos vários quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. Trata-se de um quadro que oscila muito ao longo do dia. Estado Onírico: É o termo da psicopatologia clássica para designar uma alteração da consciência na qual, paralelamente à turvação da consciência, o indivíduo entra em um estado semelhante a um sonho muito vívido (Peters, 1984). Em geral, predomina a atividade alucinatória visual intensa com caráter cênico e fantástico. A pessoa vê cenas complexas, ricas em detalhes, às vezes terríficas, com lutas, matanças, fogo, assaltos, sangue, etc. Há carga emocional marcante na experiência onírica, com angústia, terror ou pavor. O doente manifesta esse estado onírico angustioso gritando, movimentando-se, debatendo-se na cama e apresentando, às vezes, sudorese profusa. Há geralmente amnésia consecutiva ao período em que o doente permaneceu nesse estado onírico. TUTORIA MECANISMOS DA CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA 16 O termo amência era utilizado na psiquiatria clássica para designar quadros mais ou menos intensos de confusão mental por rebaixamento do nível de consciência, com excitação psicomotora, marcada incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios com aspecto de sonho (oniroide). Assim como para o estado onírico, atualmente se tende a designar a amência com o termo delirium. Estágio vegetativo persistente: Uma pessoa pode ter formação reticular intacta mas um córtex cerebral não funcionante. Ela está acordada (isto é, os olhos estão abertos e se movem) e tem ciclos de sono-vigília; porém, ela não tem consciência e, portanto, não responde a estímulos como comandos verbais ou dor. Esse estado, conhecido como estado vegetativo persistente, geralmente é observado após traumatismos cranianos graves ou um insulto cerebral anóxico.
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