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REGULAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO SUS

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REGULAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO SUS
JUSTIFICATIVA
Então é necessária uma regulação para fazer com que os recursos disponíveis sejam bem empregados pelo sistema de saúde. 
CONCEITOS
A equação de Evans descreve o equilíbrio entre o que um sistema de saúde arrecada e o que gasta, sendo que para ser sustentável a receita tem que ter valor igual as despesas. Essa receita pode vir de imposto, quando se fala em SUS, e nas despesas temos 2 tipos: o que o sistema paga para prestadores de serviço + remuneração dos prestadores de serviço. 
O valor do gasto tem que ser coberto pelo arrecadação. 
Já a Lei de Wildavsky (“lei da despesa médica/lei do saco sem fundo”) diz que os gastos de serviços de saúde vão aumentar até atingir o nível dos recursos disponíveis, de modo que esse nível deve ser limitado para manter os custos controlados. Ou seja, os custos na saúde vão aumentar infinitamente, por isso precisam ser regulados para que o sistema seja sustentável. 
A Lei de Roemer diz que se há leitos hospitalares disponíveis, eles tendem a ser usados, independentemente das necessidades da população. Nos sistemas de atenção à saúde, a oferta induz a demanda. Se um hospital é instalado, a partir de um tempo ele será ocupado. 
Outro princípio é a Lei da Concentração da Severidade das Condições de Saúde e dos Gastos com Serviços de Saúde, que pode ser descrita como a tendência dos sistemas de saúde de uma parte pequena da população ser responsável por uma parte grande dos recursos totais do sistema de saúde. Um pesquisa realizada na Unimed de Minas Gerais mostrou que 10% de seus clientes concentram 65,7% dos gastos totais dessa operadora de planos de saúde em 2006.
A Lei da caneta do médico diz que as despesas da saúde relacionadas à assistência médica são geradas por atos médicos. Então se um país diz que gastou 1 bilhão em medicamentos, isso significa que os médicos prescreveram isso. Se uma operadora de plano de saúde anuncia que gastou 2 bilhões de exames laboratoriais, esse valor foi gerado pela solicitação dos médicos. Segundo essa lei, a parte mais significativa dos gastos dos sistemas de atenção à saúde, mais de 75% em geral é realizada pelos médicos, com sua autorização escrita. 
Resumindo esses 5 conceitos:
· Os sistemas de saúde devem ser sustentáveis, por isso deve haver um equilíbrio entre a arrecadação e os gastos (equação de evans)
· Os gastos de saúde aumentam infinitamente, por isso deve haver uma regulação dos gastos (lei do saco sem fundo)
· Se houver recursos de saúde disponíveis, eles serão utilizados, mesmo que não haja necessidade (lei de Roemer)
· Uma grande parte dos recursos disponíveis são alocados em uma pequena parte da população (Lei da conservação da severidade...)
· As decisões assistenciais dos médios geram um impacto muito relevante nos gastos da saúde (lei da caneta do médico)
ALOCAÇÃO DOS RECURSOS NA SAÚDE 
Será que esses exames são solicitados de forma adequada? Porque se não tiver, é um dinheiro desperdiçado. 
REGULAÇÃO NO SUS
É um conjunto de ações de regulamentação, fiscalização, controle, auditoria e avaliação de determinado sujeito social sobre a produção de bens e serviços em saúde, sendo o Estado um desses sujeitos e os outros sujeitos não estatais, como segmentos privados lucrativos presentes no setor (planos e seguros de saúde), corporações profissionais, usuários organizados 9conselhos de saúde, por exemplo), dentre outros. 
O SUS desempenha uma série de papeis regulatórios 
· A condução política e o planejamento estratégico
· A contratualização dos serviços, como hospitais, clínicas e prestadores de serviço em geral
· A avaliação tecnológica em saúde (quando surge um novo medicamento, por exemplo, ou equipamento)
· A avaliação econômica dos serviços de saúde 
· O sistema de acesso regulado à atenção
· O desenvolvimento de recursos humanos 
· A normalização dos processos de trabalho (criar protocolos)
· O controle e avaliação dos serviços de saúde
· A auditoria em saúde (verificação das contas)
· A vigilância em saúde (como vigilância epidemiológica)
· O desenvolvimento científico e tecnológico. 
A Política Nacional de Regulação do SUS é dividida em 3 níveis hierárquicos:
1. Regulação de sistemas de saúde
a. Objeto = os sistemas de saúde municipais, estaduais e nacional 
b. Sujeitos = respectivos gestores públicos
c. Objetivo: definir, a partir dos princípios e diretrizes do SUS, macrodiretrizes para a Regulação da Atenção à Saúde e executar ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância desses sistemas. 
d. Utiliza vários dispositivos 
i. Elaboração de decretos, normas e portarias que dizem respeito às funções de gestão;
ii. Planejamento, financiamento e fiscalização de sistemas de saúde;
iii. Controle social e ouvidoria em saúde;
iv. Vigilância sanitária e epidemiológica;
v. Regulação da Saúde Suplementar;
vi. Auditoria assistencial ou clínica; e 
vii. Avaliação e incorporação de tecnologias em saúde.
2. Regulação da atenção à saúde
a. Objeto = adequada prestação de serviços 
b. Sujeitos = secretarias estaduais e municipais de saúde
c. Objetivo = garantir, conforme a pactuação estabelecida no Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde/Indicadores Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde (COAP), a prestação de ações e serviços de saúde
d. Dispositivos
i. cadastramento de estabelecimentos e profissionais de saúde no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – SCNES; 
ii. cadastramento de usuários do SUS no sistema do Cartão Nacional de Saúde – CNS;
iii. contratualização de serviços de saúde segundo as normas e políticas específicas deste Ministério;
iv. credenciamento/habilitação para a prestação de serviços de saúde; 
v. elaboração e incorporação de protocolos de regulação que ordenam os fluxos assistenciais; 
vi. supervisão e processamento da produção ambulatorial e hospitalar; 
vii. Programação Pactuada e Integrada - PPI; 
viii. avaliação analítica da produção; 
ix. avaliação de desempenho dos serviços e da gestão e de satisfação dos usuários - PNASS; 
x. avaliação das condições sanitárias dos estabelecimentos de saúde; 
xi. avaliação dos indicadores epidemiológicos e das ações e serviços de saúde nos estabelecimentos de saúde; e 
xii. utilização de sistemas de informação que subsidiam os cadastros, a produção e a regulação do acesso.
3. Regulação do acesso à assistência 
a. Objeto = acesso aos serviços de saúde
b. Sujeito = seus respectivos gestores públicos
c. Objetivos = organizar os fluxos assistenciais no âmbito do SUS
d. Dispositivos
i. regulação médica da atenção pré-hospitalar e hospitalar às urgências;
ii. controle dos leitos disponíveis e das agendas de consultas e procedimentos especializados;
iii. padronização das solicitações de procedimentos por meio dos protocolos assistenciais; e
iv. o estabelecimento de referências entre unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangência local, intermunicipal e interestadual, segundo fluxos e protocolos pactuados. A regulação das referências intermunicipais é responsabilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do processo de construção da programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de regionalização, do desenho das redes.
e. O Complexo Regulador é a estrutura que operacionaliza as ações da regulação do acesso, podendo ter abrangência e estrutura pactuadas entre gestores, conforme os modelos definidos pelo Ministério da Saúde. Tem a nível municipal, regional e estadual, sendo composta por:
i. Central de Regulação de Urgência: regula o atendimento prré-hospitalar de urgência, que é realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
ii. Central de Regulação de Internações: responsável pela regulação dos leitos hospitalares dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, próprios, contratados ou conveniados. 
iii. Central de Regulação Ambulatorial: responsável pela regulação do acesso dos pacientes às consultas, aos exames especializados e aos Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia (SADT).iv. O SUS conta também com a Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC), que é representada nos estados pelas Centrais Estaduais de Regulação de Alta Complexidade (CERAC). As centrais estaduais são parte do Complexo Regulador com ação regulatória integrada à Central de Internações Hospitalares. A CNRAC é responsável pela regulação do acesso de pacientes que necessitam de alguns procedimentos de alta complexidade nas especialidades de cardiologia, oncologia, neurologia, neurocirurgia, tramato-ortopedia e gastroenterologia (cirurgia bariátrica), na ausência ou insuficiência comprovada da execução destes procedimentos no estado de origem do paciente.
Instrumentos de apoio ao complexo regulador 
· O Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS), que viabiliza um processo de avaliação periódica da assistência.
· O Sistema Nacional de Regulação (SISREG), que garante a automação das ações regulatórias por meio das transações online e deve estar em consonância com a Política Nacional de Informação em Saúde, com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), com a Programação Comapctuada e Intergada (PPI), com o Cartão Nacional de Saúde (CNS), com o Sistema de Informações ambulatoriais (SIA) e com o Sistema de Informações Hospitalares (SIH). 
· Outros instrumentos considerados de importância para a implantação da Política Nacional de Regulação são: o aplicativo Módulo Autorizador; a Tabela de Procedimentos, Medicamentos, órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS; o SAI e o Sistema de Informação Hospitalar Descentralizado (SIHD). 
· Os protocolos operacionais de fluxos que orientam as centrais em relação aos encaminhamentos entre os níveis de complexidade, promovendo mudanças no modelo de atenção à saúde vigente, definindo os limites resolutivos de cada um deles
· Protocolos clínicos que definem o elenco de recursos terapêuticos mais adequados para cada situação clínica 
· Complexos reguladores com centrais de leitos, consultas especializadas e exames
· Comissões autorizadas de procedimentos de alta complexidade e de internações, para organizar os processos, mecanismos de controle e avaliação e as referências desse elenco de procedimentos.
· Manuais dos sistemas de informação
· Indicadores e parâmetros assistenciais de necessidade de oferta de acordo com as necessidades de saúde e de produtividade
· Instrumentos de avaliação da qualidade assistencial e da satisfação do usuário
· Contratos com prestadores de serviços que expressam formalmente a oferta de serviços de saúde e sua coerência com as necessidades populacionais
· Programação Pactuada e Integrada (PPI)/Programa Geral de ações e serviços de Saúde (PGASS) que define e quantifica as ações de saúde e caracteriza os fluxos estabelecidos a partir dos pactos intergestores. 
 MODELO DE FLUXO DE REGULAÇÃO

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