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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL ALCIOMIR MELO, brasileiro, solteiro, pedreiro, portador da cédula de identidade n.º 6119712245 e inscrito no CPF sob n.º 005.788.820-51, residente e domiciliado na Rua Dorval Corin nº 10, Cel. Marcial Gonçalves Terra, Tupanciretã-RS, nos autos da AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA, tramitando sob o nº 076/1.16.0000489-0 , na VARA ÚNICA DA COMARCA DE TUPANCIRETÃ- RS, em face do INSS- INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, na pessoa do representante legal da procuradoria autarquia, sito na Rua Capitão Amorin, sn, Tupanciretã-RS, por seu procurador, inconformado com a decisão no processo eletrônico retro mencionado, vêm à presença de Vossa Excelência, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO com fulcro no art. 109, § 4º da CF/99 e nos arts. 1015 e seguintes do CPC, consubstanciado em peça apartada. Atendendo os requisitos do art. 1.016, IV, do CPC, informa o nome e endereço dos procuradores constantes no processo. ADVOGADO DO AGRAVANTE: LORIVAN ANTONIO FONTOURA TRENTIN, brasileiro, solteiro, Advogado inscrito na OAB/RS sob o n° 39.081, com escritório na Rua Antônio Silveira, 268, 055 3272 1826, em Tupanciretã-RS. ADVOGADO(S) DO AGRAVADO: DRª FLÁVIA SUDATTI MACHADO, brasileira, Procuradora Federal, com domicílio na Rua dos Andradas, 730, Santo Ângelo – RS, CEP 98.803.430. Deixa de carrear a procuração, com base na Súmula 644 do STF. 2 DA RETIRADA INTEMPESTIVA DOS AUTOS DO CARTÓRIO: Insta gizar, à guisa de indignação, consoante a Certidão lançada pelo prestimoso cartório judicial, o processo foi levado em carga, pelo Sr. Procurador do INSS, o ora Agravado, em 29.04.2016, logo após a decisão que indeferiu a tutela de urgência, tendo sido devolvido somente em 16.05.2016, em franco vilipêndio ao princípio de igualdade das partes, ao contraditório, à ampla defesa, ao devido processo legal e, por quem não dizer à dignidade da pessoa humana, que ficou sem meios para acorrer a esse E. sodalício, com vistas à obtenção do seu lídimo direito. Por conseguinte, privado, também, dos recursos necessários para o provimento da sua demanda alimentar própria e de sua família. Termos em que, pede e aguarda por deferimento. Tupanciretã-RS, 17 de maio de 2016 Lorivan Antônio Fontoura Trentin OAB/RS 39.081 3 AGRAVO DE INSTRUMENTO - DE TUPANCIRETÃ-RS PROCESSO n° : 0001178-32.2016.8.21.0076 e 076/1.16.0000489-0 AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DEMANDANTE: ALCIOMIR MELO DEMANDADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS EGRÉGIO TRIBUNAL ÍNCLITO(A) RELATOR(A) COLENDA CÂMARA ALCIOMIR MELO, brasileiro, solteiro, pedreiro, portador da cédula de identidade n.º 6119712245 e inscrito no CPF sob n.º 005.788.820-51, residente e domiciliado na Rua Dorval Corin nº 10, Cel. Marcial Gonçalves Terra, Tupanciretã-RS,nos autos da AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA, tramitando sob o nº 076/1.15.0001657-9, na VARA ÚNICA DA COMARCA DE TUPANCIRETÃ-RS, em face do INSS- INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, na pessoa do representante legal da procuradoria autarquia, sito na Rua Capitão Amorin, Sn, Tupanciretã-RS, por seu procurador, inconformado com a decisão no processo eletrônico retro mencionado, vêm muito respeitosamente à presença de V. Exa. manifestar sua inconformidade, em relação a r. decisão interlocutória, cuja cópia anexada, pelo juízo singular, o qual INDEFERIU a TUTELA ANTECIPADA, consistente na implantação do benefício de AUXÍLIO-DOENÇA, pelos fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor: 4 Julgador: Marco Luciano Wachter Despacho: Trata-se de ação ordinária ajuizada por ALCIOMIR MELO contra o INSS, em que o requerente postula a tutela de urgência para o efeito de compelir o demandado a conceder auxílio doença. Alega que é portador de discopatia degenerativa lombar (CID M 51.1); que a enfermidade afeta de forma significativa o desempenho dele nas atividades laborativas, haja vista as fortes dores na região lombar e desconforto ao agachar para pegar algum objeto, e que, por recomendação médica, ficará afastado do trabalho por mais de 06 (seis) meses. Requer a concessão de auxílio doença. É O RELATÓRIO. PASSO A DEICIDIR. Na forma do art. 300 do Código de Processo Civil, Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Da leitura do artigo é possível verificar a necessidade da presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil ao processo. O primeiro requisito substituiu os requisitos da antecipação de tutela do código anterior, consubstanciados no fumus boni iuris e a prova inequívoca que convença o juiz da verossimilhança. Dessa forma, para sua caracterização há de se ter, no início da ação, prova ou, ao menos, início de prova, das alegações, as quais evidenciem que provavelmente a parte autora tem razão. O auxílio-doença é benefício previdenciário que pressupõe incapacidade para o trabalho ou para a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos (art. 59 da Lei nº 8.213/91), cujo fato gerador deve ser comprovado por perícia médica, feita administrativamente pelo INSS. Tal exame goza de presunção de legitimidade, só podendo ser afastado liminarmente no caso de robusta prova em sentido contrário. Nesse sentido, é pacífica a orientação jurisprudencial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de que é exemplo a decisão do Agravo de Instrumento nº 0038128-91.2010.404.0000, Sexta Turma, Relator o Des. Federal João Batista Pinto Silveira, sessão de 02.03.2011, de seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. VEROSSIMILHANÇA. AUXÍLIO-DOENÇA. PERÍCIA JUDICIAL. 1. A perícia médica realizada pelo INSS possui presunção de legitimidade e só pode ser afastada por prova robusta em sentido contrário. 2. Tendo o requerente apresentado documentos particulares insuficientes para comprovar equívoco por parte da Administração, a conclusão da avaliação médica realizada pelo INSS deve prevalecer pelo menos até a realização de perícia judicial. 3. Sem prova inequívoca da incapacidade laboral, não há como sustentar a verossimilhança do direito ao auxílio-doença, requisito indispensável à antecipação dos efeitos da tutela. No caso, o documento acostado aos autos confirma a patologia que acomete o autor. Entretanto, não há nenhum documento que aponte a incapacidade para o trabalho ou para sua atividade habitual. Assim, por ora, não há verossimilhança da alegação. Ante o exposto, indefiro o pedido de antecipação da tutela. Outrossim, deixo de designar audiência de conciliação (CPC, art. 320) em vista de ser o direito indisponível ao INSS, conforme enfatizado pela Procuradoria Seccional Federal pelo ofício PSF/SAN nº 04/2016. Cite-se e intimem-se. Fluido o prazo contestacional, com ou sem sua apresentação, retornem conclusos para saneamento. Defiro a AJG. 5 I - O Agravante, caracterizado nos autos, ingressou com a ação previdenciária, em anexo, formulando pedido tutela antecipada, para que fosse determinada a implantação administrativa do AUXILIO DOENÇA, haja vista que, como comprovado pelos atestados e exames médicos, inclusive de especialista na área da patologia , in casu, um Neurocirurgião, Dr. Elói Mauro Domingues, CRM nº 18369, o Agravante ... é portador de doença degenerativa de coluna lombar, sendo já operado de hérnia de disco em dois níveis, porém continua com dor lombar residual que piora com o esforço físico, razão pela qual sugiro que seja mantido afastado de sua atividade laborativa por mais 06 (seis) mesesa partir desta data. Ou seja, 180 dias desde 01 de março de 2016. Em outras palavras, há apenas 75 dias. (sem grifos e sublinhados no original) O Atestado de Saúde Ocupacional, firmado pelo Médico do Trabalho, Dr. José Batista Beninca Beltrame, CRM 11753, confirmou a existência da patologia, declarando o Agravante Inapto. Insta gizar, a decisão agravada teve como fundamento central para sua negativa o argumento de que (...) não há nenhum documento que aponte a incapacidade para o trabalho ou para sua atividade habitual. Os Atestados acima além de confirmar a existência da patologia, demonstram que os Médicos, que o examinaram, afirmaram que o Agravante não está em condições de retornar as suas atividades. 6 Considerando que o contexto de saúde do Agravante se mantém, incólume, sem qualquer modificação positiva, que pudesse alterar os motivadores que levaram ao não acolhimento da tutela de urgência, bem como o mesmo não ostenta qualquer condição laborativa, para exercer as suas funções como pedreiro, porque, em outras palavras é portador de uma patologia que lhe impede de exercer esforço físico e retornar ao seu trabalho, vez que considerado INAPTO e INCAPACITADO para tanto, acorre a esse sodalício, com vistas ao reexame do decisum, para que seja concedida a tutela de urgência, nos termos das leis regentes do tema. O Agravante carreia aos autos cópias da sua CTPS demonstrando que está empregado junto ao Hospital Brasilina Terra e que sua ocupação habitual é a de pedreiro, o que, por óbvio, lhe exige esforço físico para o desempenho de qualquer tarefa.1 Reza a lei previdenciária que os requisitos para a concessão do benefício são aqueles previstos no seu art. 59, in verbis: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. 1 AÇÃO ACIDENTÁRIA. CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO EM SEU HOMÔNIMO ACIDENTÁRIO. CABIMENTO NA ESPÉCIE. Comprovado que a moléstia da qual padece o segurado guarda relação com a sua atividade profissional, a conversão do benefício de auxílio-doença previdenciário em seu homônimo acidentário é medida impositiva. Caso em que, de acordo com o art. 21, I, da Lei 8.213/91, conclui-se que a atividade desenvolvida pelo autor (mecânico industrial) agiu, ao menos, como concausa para o agravamento da patologia apresentada (discopatia degenerativa), haja vista que necessitou de reabilitação profissional para outra atividade, restando demonstrado o nexo de causalidade acidentário. DERAM PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70066688474, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 25/02/2016) 7 Transportando para o caso dos autos, o Agravante comprova a qualidade de segurado, mediante a juntada do CNIS, fl. 18; os atestados das fls. 19/20 afirmam, categoricamente, a incapacidade do segurado para exercer as suas atividades, tanto que um deles recomenda o afastamento por mais 06 meses e o outro o considera INAPTO. A jurisprudência emanada do E.TRF 4 é tranqüila no sentido de que a perícia do INSS não é absoluta, novas provas podem e devem ser feitas, com vistas à comprovação da incapacidade do trabalhador, como se reveste o caso vertente: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO- DOENÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REQUISITOS PREENCHIDOS. 1. Demonstrada a verossimilhança das alegações e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, deve ser concedida a antecipação de tutela pleiteada. 2. A presunção de legitimidade de que se reveste a perícia médica realizada pelo INSS pode ser elidida por fundados elementos de prova em contrário, ainda que consubstanciados em atestados e laudos médicos particulares. (TRF4, AG 0001387-76.2015.404.0000, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015) Não se olvida, a Constituição Federal veda a execução de trabalhos forçados, como uma cláusula pétrea, porquanto um direito fundamental do homem, considerando o direito à saúde, à previdência social e, máxime, à dignidade da pessoa humana, a qual, cuja exegese do que atesta o esculápio, fl.19, o retorno ao trabalho na (atividade de pedreiro), implica esforço físico, que acarretará piora do estado de saúde do Agravante. 8 III- DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO 1) Esta é a motivação que se submete à apreciação desse E.Tribunal Federal, forte na legislação vigente, bem como em farta jurisprudência interpondo, inconformadamente, o presente agravo, requerendo que V. Exa. se digne a receber o recurso, em ambos os efeitos, atribuindo-lhe efeito ATIVO, a fim de cassar a decisão monocrática que não deferiu a Tutela Antecipada, pelos motivos expostos na fundamentação e conceder-lhe, a antecipação da tutela, com fundamento no art. 1.019, I, do CPC, para a, incontinenti, implantação do benefício de Auxílio-Doença, como corolário inexorável à realização dos Direitos Fundamentais, previstos na CF/88, v.g. arts. 6º e 196, sob pena de experimentar o Agravante dano irreparável ou de difícil reparação, pelo perigo na demora da prestação jurisdicional, consoante se alinhou acima, na condição de portador de uma patologia que o impede de retornar as suas atividades laborais e não tendo como prover a demanda alimentar própria e de sua família; 2 – Alfim, seja inteiramente provido o presente recurso, para determinar a implementação/concessão do Benefício Auxílio-Doença ao Agravante. ITA SPERATUR ! ! ! Tupanciretã/RS, 17 de maio de 2016 Lorivan Antônio Fontoura Trentin OAB/RS 39.081 ESCRITÓRIO: RUA ANTÔNIO SILVEIRA, 268 - 055 3272 1826 - TUPANCIRETÃ-RS
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