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1 
www.eduhot.com 
 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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www.eduhot.com 
 Tratamento de ferida e curativo 
 
Sumário 
A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS..................... 4 
A EVOLUÇÃO ................................................................................................... 6 
ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS ......................................................... 7 
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ..................... 8 
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL .............................................................. 8 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DOS DIREITOS DO 
CONSUMIDOR ................................................................................................. 9 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ............................................................. 10 
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO ......................................................................... 12 
TIPOS DE FERIMENTOS ............................................................................... 12 
GRAU DE CONTAMINAÇÃO .......................................................................... 14 
ALGUNS TIPOS DE LESÕES DE PELE ......................................................... 14 
TIPO DE TECIDO ........................................................................................... 17 
TIPOS DE ÚLCERAS ..................................................................................... 18 
CICATRIZAÇÃO ............................................................................................. 19 
A FISIOLOGIA ................................................................................................ 20 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO ............................................................................ 23 
FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO ..................................... 24 
INFECÇÃO ..................................................................................................... 26 
MEDICAMENTOS ........................................................................................... 27 
ÚLCERA VENOSA.......................................................................................... 29 
ÚLCERA ARTERIAL ....................................................................................... 35 
ÚLCERA NEUROPÁTICA ............................................................................... 39 
ÚLCERA DIABÉTICA ...................................................................................... 40 
DIABÉTICO..................................................................................................... 44 
LESÃO POR PRESSÃO ................................................................................. 46 
ETIOLOGIA DAS LESÕES DE DECÚBITO .................................................... 49 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DE PRESSÃO ............................................ 49 
FERIDA INFECTADA ...................................................................................... 52 
ALGUMAS DEFINIÇÕES ................................................................................ 65 
TÉCNICA DE CURATIVO ............................................................................... 67 
TIPOS DE CURATIVOS ................................................................................. 67 
ANTISSÉPTICOS ........................................................................................... 73 
 
 
 
3 
www.eduhot.com 
 Tratamento de ferida e curativo 
 
DESBRIDAMENTO OU DEBRIDAMENTO ..................................................... 79 
MÉTODOS DE DESBRIDAMENTO ................................................................ 81 
CURATIVOS NATURAIS FITOTERAPIA .......................................................101 
OSTOMAS .....................................................................................................106 
QUEIMADOS .................................................................................................109 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ...............................................................112 
HIDROTERAPIA DIÁRIA ...............................................................................113 
MEDICINA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS .......................114 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ...............................................................117 
REFERÊNCIAS .............................................................................................118 
 
 
 
 
4 
www.estetus.com.br 
 Tratamento de ferida e curativo 
 
A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS 
 
Para que possamos exercer a enfermagem, no âmbito do tratamento de 
feridas, não basta apenas conhecermos os novos produtos disponíveis nesta 
área ou as últimas descobertas científicas, é preciso conhecer o passado para 
que possamos criar um futuro de uma forma mais concreta e precisa. 
E para que possamos ilustrar esta evolução vamos apresentar, 
sistematicamente, algumas práticas naturais que, há vários milênios, vêm sendo 
utilizadas e que, muitas delas foram incorporadas a muitas tecnologias 
descobertas. 
 
A HISTÓRIA 
 
Os homens da pré-história utilizavam plantas e seus extratos como 
cataplasmas, para estancar hemorragias e umidificar as feridas abertas. Sendo 
o cataplasma um emplasto de substâncias preparadas com linhaça, massa de 
argila, farinha de mandioca ou fubá colocadas entre dois panos, com capacidade 
de absorção das toxinas da pele e para tratar hematomas. 
O Papiro de Edwins Smith foi a descoberta mais recente da história. Era 
chamado o Livro de feridas, continha tratados cirúrgicos e de clínica médica. Por 
volta de 2700 a.C. os egípcios utilizavam produtos que, hoje, denominamos 
“Fármacos da sujeira”, esses produtos eram derivados de produtos 
aparentemente absurdos como urina humana e outros, associados a orações e 
sacrifícios. 
Os médicos egípcios acreditavam que quanto mais a ferida supurava, 
mais rápida era a cicatrização. Foram os precursores do adesivo atual, com a 
descoberta da ligadura adesiva, que consistia em tiras de linho impregnado de 
goma. Os chineses em 2800 a.C. foram os primeiros a relatar o uso do mercúrio, 
os mexicanos e peruanos utilizavam o Mactellu como antissépticos para feridas. 
Quando falamos da civilização Grega, chegamos ao clássico A Ilíada, 
escrita por Homero (800 a.C) que descreve o tratamento de 147 feridos militares 
utilizando práticas de cauterização de feridas com ferro quente. Nessa época a 
 
 
 
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www.estetus.com.br 
 Tratamento de ferida e curativo 
 
taxa de mortalidade era bastante elevada. Na era Cristã, Celsius (200 d.C): 
classificou tipos de ferida, definiu tratamentos, descreveu os sinais inflamatórios, 
técnicas de desbridamento e sutura. 
No período medieval, Galeno (século II d.C), que era médico do grande 
imperador Marco Aurélio, instaurou a teoria da secreção purulenta. Nessa teoria 
acreditava-se que a formação da secreção era fundamental para a cicatrização. 
Usava na sua terapêutica: 
➢ Água do mar, do mel, tinta de caneta e barro. 
➢ As lesões ulceradas eram ligadas com figos (que contêm Papaína). 
➢ Teia de aranha. Já os médicos árabes foram os inventores da ligadura de 
gesso. 
Chegando a era do Misticismo, temos a Teoria dos Miasmas, nesta teoria 
os corpos deviam ser incinerados e após, deveria ser feita a defumação do local 
com incenso. 
A igreja contribuiu, e muito, para a divulgação dessa teoria e proibiu a 
dissecação e métodos cirúrgicos impedindo a evolução das técnicas. Já 
Teodorico de Lucca e Henri de Mondeville utilizaram pensos embebidos em 
arnica e vinho (ação antisséptica). E observaram que havia diminuição da 
formação de secreção e aumento da cicatrização. 
Ao relembrarmos a história do tratamento de feridas não podemos nos 
esquecerde Hipócrates (300 a.C), considerado o pai da medicina moderna que 
foi o primeiro a implementar os princípios da assepsia, no tratamento das feridas. 
Não acreditava que a formação de pus fosse essencial para a cicatrização 
(teoria que existiu por séculos) e quando a ferida infeccionava, utilizava 
emplastos para drenagem de secreção e que esta deveria ser lavada com água 
limpa. 
Fez uso de ervas medicinais, mel, leite e vinagre. Aconselhava 
desbridamentos e cauterizações. Avançando ainda mais na história, chegamos 
à Revolução Industrial, marco da história mundial. No século XVIII, alguns 
prisioneiros se dedicavam a confecção de pensos. Esses eram feitos de trapos 
velhos, estopa de linho e estopa (corda velha desfiada). 
Os pensos eram utilizados e depois lavados e reutilizados, já que esse 
processo os tornava mais macios e absorventes. Com a revolução industrial 
 
 
 
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www.estetus.com.br 
 Tratamento de ferida e curativo 
 
aconteceu a mecanização desse processo de confecção. Infelizmente, com a 
evolução dos tempos começaram as guerras locais e mundiais. 
Com a guerra da Crimeia deu-se a introdução da pólvora no mundo 
ocidental. As feridas causadas por pólvora eram venenosas e era necessária a 
remoção da parte lesada (amputação) e para cauterizar o coto era utilizado óleo 
fervente. 
Entretanto nessa época houve uma grande escassez de óleo, o que 
possibilitou a substituição por gema de ovo e óleo de rosa, o que aumentou a 
taxa de sobrevida da população. 
 
A EVOLUÇÃO 
 
A partir deste século várias descobertas favoreceram para a melhoria do 
tratamento das feridas. Destacamos, brevemente, algumas evoluções principais 
que impeliram as novas descobertas atuais neste campo. 
➢ 1676: descoberta do microscópio. 
➢ 1752: primeiro passo na desinfecção química, por John Pringle, com o 
uso de ácidos minerais para prevenir e impedir a putrefação. 
➢ 1860 (Gangee): 1º curativo absorvente à base de algodão; 
➢ Em 1862: Pasteur concluiu que a putrefação era resultante da 
fermentação causada pelo crescimento dos microrganismos. Descobriu, 
ainda, que eles eram destruídos pela ação do calor. Apontou a falta de 
limpeza como causa da infecção, e que as pessoas que tratavam as 
feridas eram meio de transporte para esses microrganismos. 
➢ Em 1880: foi construída com êxito a primeira estufa, vindo permitir a 
esterilização pelo calor seco. Dois anos mais tarde surgiu a esterilização 
pelo vapor. 
➢ No final de 1840: Deu-se a utilização de antissépticos e a proteção da 
lesão com coberturas secas. Foi nesta fase que se descobriu o efeito 
antisséptico do Iodo, mercúrio e Alumínio, além da utilização do meio 
seco. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Em 1890 e 1897: foram introduzidas luvas e máscaras, por Willian Hasteld 
e Johann Miculizz. 
➢ 1945: Bloom relata pela primeira vez o uso do filme transparente 
permeável ao vapor. 
➢ Após 1960: descobertos os princípios de leito úmido e limpo para acelerar 
a cicatrização. Entre outras descobertas como: limpeza da ferida, 
aproximação das bordas por meio da sutura, controle da infecção. Sendo 
descobertas do antibiótico um dos maiores feitos desta época. 
➢ A partir de 1980 estudos em larga escala começaram a ser realizados nos 
Estados Unidos e em vários países da Europa, visando o 
aperfeiçoamento dos das técnicas para realização dos curativos. 
➢ Em 1982 as coberturas à base de Hidrocoloides são lançadas nos EUA e 
Europa, porém somente em 1990 chegaram ao Brasil com elevado custos 
dificultando o seu uso pela população brasileira. 
Apesar de todos esses avanços de tecnologias, produtos e técnicas para 
o desenvolvimento do tratamento de feridas, a incidência das úlceras crônicas 
em nosso meio ainda é bastante elevada. E embora várias descobertas já 
tenham sido feitas ainda existe muito a ser pesquisados e muitos mitos a serem 
quebrados para aperfeiçoar estes recursos. 
 
ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS 
 
Como já vimos, com a evolução das tecnologias o tratamento de feridas 
vem se tornando uma área cada vez mais específica e científica, exigindo do 
profissional constantes atualizações. 
Entretanto, não basta apenas o domínio do conhecimento técnico e 
científico, é necessário se priorizar àquele que recebe a nossa ação, que é o 
alvo do nosso conhecimento – o portador da lesão de pele. 
Ao pensarmos dessa forma é importante o conhecimento dos preceitos 
legais que regulamentam a nossa profissão e que nos darão o apoio necessário 
ao nosso cuidar, nos favorecendo e nos preparando para o ato ético. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Ética: do grego Ethos, Casa. Preocupa-se com os aspectos práticos da 
vida do indivíduo e da sociedade, tenta criar regras e normas de conduta 
para a atividade livre do ser humano. 
➢ Direito: do Grego Directum, o que é reto (DANTAS, 2003). Imperícia: 
execução de uma função sem plena capacidade para tal. 
➢ Imprudência: cometer um erro conscientemente. Conhece as regras e não 
as executa com perfeição. 
➢ Negligência: saber como o trabalho deve ser feito e não fazer 
corretamente. 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM 
 
Capítulo I: Dos princípios fundamentais 
➢ Art. 1°: A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser 
humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da 
saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos legais. 
➢ Art. 4°: O profissional da enfermagem exerce suas atividades com justiça, 
competência, responsabilidade e honestidade. 
➢ Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando 
a promoção do ser humano como um todo. 
Capítulo II: Dos direitos 
➢ Art. 7°: recusar-se a exercer atividades que não sejam de sua 
competência legal. 
➢ Art. 14°: Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais. 
Capítulo III: Das responsabilidades 
➢ Art. 16°: Assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de 
danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
 
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
 
➢ ENFERMEIRO - Lei nº 7.498/86 em seu Artigo 11, Alínea j: É privativo do 
enfermeiro: A prescrição da assistência de enfermagem. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ TÉCNICO DE ENFERMAGEM - Lei 1498/1986, Artigo 10, Parágrafo II: 
Executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as 
privativas do enfermeiro e as referidas no artigo 9° deste decreto. 
➢ AUXILIAR DE ENFERMAGEM - Lei 7.498/1986, Artigo 11, Parágrafo III: 
Executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de 
outras atividades de enfermagem, tais como: Alínea c, fazer curativos. 
 
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
 
O artigo 159 do Código Civil enuncia que "aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo 
a outrem, fica obrigado a reparar o dano". 
 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DOS DIREITOS DO 
CONSUMIDOR 
 
Ser avisado, antes de comprar um produto ou utilizar um serviço, dos 
possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. Quando for 
prejudicado, o consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe prestou 
o serviço, inclusive por danos morais. O profissional liberal pode ser 
responsabilizado por algum dano que causou se sua culpa for provada (Art. 14, 
§ 4º, CDC). 
As causas das falhas ou erros profissionais são: 
➢ negligência; 
➢ imprudência; 
➢ imperícia. 
 
PARECERES 
 
➢ COREN-SP: Parecer (1998) sobre a prescrição de curativo e criação da 
comissão de curativos. Parecer (1999) sobre o desbridamento de feridas. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ COREN-MS: Parecer 001/2005, sobre o desbridamento de feridas. “O 
desbridamento cirúrgico pode ser realizado pelo enfermeiro,desde que 
não atinja tecido muscular e que não necessite de narcose ou anestesia.” 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 
É o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 15% do peso 
corporal total e apresenta grandes variações ao largo de sua extensão. 
Suas funções são: 
➢ Sua principal função é revestir e proteger; 
➢ Auxiliar na manutenção da temperatura (termorregulação); 
➢ Percepção; 
➢ Metabolismo. 
São três as camadas da pele: 
➢ EPIDERME; 
➢ DERME; 
➢ HIPODERME (TECIDO SUBCUTÂNEO). 
 
EPIDERME 
Tecido avascular possui células dispostas em múltiplas camadas. É nesta 
camada que encontramos os melanócitos, que são células responsáveis pela 
pigmentação da pele (melanina) e os queratinócitos responsáveis pela produção 
de queratina, que fornece resistência a atritos e variações de temperatura. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ A renovação da pele: A pele renova-se continuamente, as células nascem 
na camada basal e vão empurrando as células mais externas as até que 
estas desprendem-se da epiderme. 
DERME 
Camada vascularizada possui uma rica rede nervosa. É nesta camada 
que encontramos os anexos da pele: glândulas sudoríparas, sebáceas e 
folículos pilosos. 
A derme contém muitos tipos diferentes de células, incluindo: fibroblastos 
e fibrócitos, macrófagos, mastócitos e leucócitos sanguíneos, particularmente: 
neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos. 
 
 
 
 
 
 
HIPODERME (TECIDO SUBCUTÂNEO) 
 
É vascularizada, possui tecido adiposo em sua constituição histológica 
envolvido na termorregulação, reserva nutricional e provisão de energia. 
 
CLASSIFICAÇÕES E DEFINIÇÕES 
 
FERIDA: É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos, podendo ser 
superficial ou profunda, que deve se fechar em até seis semanas. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
ÚLCERA: A ferida se torna uma úlcera após seis semanas de evolução sem 
intenção de cicatrizar. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO 
 
As lesões podem ser classificadas conforme: 
➢ Comprometimento tecidual. 
➢ Como foram produzidas. 
➢ Grau de contaminação. 
➢ Comprometimento Tecidual 
➢ Quanto à localização anatômica; 
➢ Quanto ao tamanho, comprimento, largura, profundidade e formação de 
túneis; 
➢ Aspectos do leito da ferida e pele circunjacente; 
➢ Drenagem, cor e consistência; 
➢ Dor ou hipersensibilidade e temperatura. 
 
TIPOS DE FERIMENTOS 
 
CONTUSAS: produzidas por objeto rombo e 
caracterizadas por traumatismo das partes 
moles, hemorragia. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
INCISAS: produzidas por um instrumento 
cortante. Feridas limpas geralmente 
fechadas por sutura. 
 
 
 
 
 
 
LACERADAS: com margens irregulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERFURANTES: pequenas aberturas na pele. 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
GRAU DE CONTAMINAÇÃO 
 
LIMPAS: Sem presença de infecção. Lesão sem 
exsudato ou com pequena quantidade de 
exsudato de cor clara ou transparente. 
 
 
 
CONTAMINADAS: Presença de bactérias e 
outros microrganismos, com presença 
transitória ao tecido, sem presença de infecção 
instalada. Não há sinais flogísticos. 
 
 
 
INFECTADAS: Presença e a multiplicação de 
bactéria e outros microrganismos associado a 
um quadro infeccioso já instalado, há presença 
dos sinais flogísticos. 
 
 
ALGUNS TIPOS DE LESÕES DE PELE 
 
MÁCULA: Lesão superficial, circunscrita, 
coloração marrom, azulada ou avermelhada. 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
PÁPULA: Lesão sólida e elevada, plana ou 
encurvada e coloração variada. 
 
 
 
 
NÓDULO: Lesão sólida, superficial, circunscrita, 
chega a 0,5 cm de altura, não necessariamente 
faz relevo à superfície. 
 
 
 
 
VESÍCULA: Coleção de fluidos claros, podendo 
tornar-se turvo ou hemorrágico, circunscrita à 
superfície da pele, com diâmetro médio de 0,5 
cm. 
 
 
BOLHA: Lesão circunscrita, com coleção de 
líquido claro, com diâmetro maior que 1cm. 
 
 
 
PÚSTULA: Coleção de leucócitos, circunscrita à 
superfície da pele e de tamanho variado. 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
ESCAMAS: excesso de células epidérmicas mortas 
ou por alterações inflamatórias. 
 
 
 
 
PLACA: Lesão sólida, elevada, diâmetro superior a 
1cm. 
 
 
 
 
CROSTAS: Lesão formada por uma coleção de 
soro, sangue ou pus, que junto aos restos epiteliais, 
desidrata a superfície da pele. 
 
 
 
 
FISSURAS: São fendas cutâneas, formato linear 
que podem acometer a epiderme e derme. 
 
 
 
 
 
ATROFIA: Depressão ocasionada pela falta de 
nutrição e oxigenação das células. 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
TIPO DE TECIDO 
 
TECIDO NECRÓTICO: Restrito a uma área – 
isquemia, redução da circulação, tecido não 
viável. Pode ser caracterizada por liquefação 
e ou coagulação produzido por enzimas que 
acarretam a degradação dos tecidos 
isquêmicos, se diferenciam pela coloração e 
consistência. 
 
 
ESCARA: de coloração marrom ou preta, é 
descrita como uma capa de consistência dura 
e seca. 
 
 
 
 
ESFACELO: de cor amarelada ou cinza; 
descrita de consistência mucoide e macia; 
pode ser frouxo ou firme a sua aderência no 
leito da ferida; formado por fibrina 
(concentração de proteína) e fragmentos 
celulares. 
 
TECIDO DE GRANULAÇÃO: Aumento da 
vascularização é um tecido de cor vermelho 
vivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
EPITELIZAÇÃO: Redução da 
vascularização e um aumento do colágeno, 
contração da ferida. Tecido róseo. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE EXSUDATO 
 
SECA: Fundo pálido, gaze seca gruda na ferida 
com pequena hemorragia, para a repitelização. 
 
 
 
 
ÚMIDA: Fundo brilhante de cor vermelho vivo, a 
gaze fica por 24 horas úmida. Tem borda ativa. 
 
 
 
 
MUITO EXSUDATIVA: Vermelho vivo, 
tecido próximo umedecido, gaze troca 
no período de 24 horas. Borda lesionada 
e ou macerada. 
 
 
TIPOS DE ÚLCERAS 
 
Úlceras de estase: Ocorre geralmente por: varizes, trombose venosa, 
insuficiência valvular. Características: Não tem necrose, não é isquêmica, tem 
uma hiperpigmentação, com edema no tornozelo e possui uma atrofia branca na 
pele. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
Úlceras tropicais: Ex.: Leishmaniose: mucosa e cartilagem. Incubação: 1 a 3 
meses. 
 
Úlceras arteriais: Característica: Edema, ausência de pulso arterial, não possui 
pelos devido a danos causados em órgãos anexos da pele, apresenta alteração 
de temperatura do órgão lesado. 
 
Úlceras mistas: Presença de lesão venosa e arterial associadas. 
 
Úlceras neuropáticas: Presença de lesão em terminações nervosas periféricas, 
principalmente em membros inferiores. 
 
Úlceras diabéticas: Característica: Ferida contaminada apresenta desidrose-
estase com hipóxia, ressecamento dá área circunjacente. 
 
Lesão por pressão: É o tipo mais comum de úlcera, encontrada em larga escala 
nas unidades de internação hospitalar e domiciliar. Além de ser uma enfermidade 
cutânea é considerado, também, um indicador de qualidade da assistência de 
enfermagem. É caracterizada por uma área localizada de perda de pele e dos 
tecidos subcutâneos causadas por pressão, tração, fricção ou de uma 
combinação desses fatores. 
CICATRIZAÇÃO 
 
Quando pensamos em injúria tecidual, seja de qual for o tamanho e 
proporção, pensamos logo na forma como ela vai cicatrizar. E existem diversas 
formas de pensamentos e tratamentos quando falamos em cicatrização. 
Há, ainda, quem defenda o meio seco como forma de acelerar o processocicatricial, mesmo existindo diversos estudos e pesquisas provando as inúmeras 
vantagens do meio úmido sobre o meio seco. 
Se entendermos a fisiologia da cicatrização, veremos que uma lesão irá 
cicatrizar tanto se mantivermos o meio seco quanto o meio úmido. O que irá fazer 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
a diferença é o tempo somado à quantidade de energia que o organismo irá 
gastar para fechar a lesão. 
Ou seja, quem faz a cicatrização acontecer não são os profissionais 
envolvidos na execução de um curativo, nem tampouco os produtos utilizados 
para isso. Ambos podem acelerar ou atrasar esse processo, mas quem executa 
a ação é o organismo do portador da lesão. 
Nós podemos ajudar ou atrapalhar. Depende do nosso conhecimento, da 
técnica e dos produtos que usamos em cada situação. 
 
A FISIOLOGIA 
 
A fisiologia da cicatrização nada mais é que uma cascata de eventos 
celulares e moleculares, que envolvem processos bioquímicos e fisiológicos, 
sendo esses dinâmicos e simultâneos. 
Esse processo é desencadeado por qualquer perda tecidual, podendo 
essa perda ser variável, vem daí a definição do grau da lesão. O processo de 
cicatrização tem por objetivo único, restabelecer a integridade da pele. E para 
isso o organismo usa de diversos meios para alcançar esse objetivo. 
Alguns autores classificam e dividem a fisiologia da cicatrização em três 
estágios sendo eles: inflamatório, proliferativo e remodelação (maturação). 
Outros em cinco estágios: coagulação, inflamação, proliferação, contração da 
ferida e remodelação (maturação). 
Para maior assimilação, dividiremos o processo de cicatrização em três 
estágios descritos a seguir. 
FASE INFLAMATÓRIA 
 
A função desta fase é o controle do sangramento e a limpeza da lesão, 
girando em torno de três dias. 
Tem início imediato com o surgimento da ferida, é totalmente dependente 
da atividade plaquetária e da cascata de coagulação, e da liberação de alguns 
produtos, como substâncias vasoativas, algumas proteínas, fatores de 
crescimento, proteases etc. 
 
 
 
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A primeira coisa que acontece quando se tem a ruptura do tecido, é uma 
vasoconstrição local, na tentativa de estancar o sangramento, além disso, fluem 
para a ferida as plaquetas, para auxiliar no processo de hemostasia. 
Outra reação que acontece nesta fase é a vasodilatação, ocorrendo com 
isso um aumento do fluxo sanguíneo para o local da lesão. E esse aumento da 
irrigação promove a ruborização e o aumento da temperatura local, presente em 
muitas feridas. 
Existe, portanto, uma reação inflamatória local e essa reação ativa os 
mecanismos de defesa do corpo. 
Células presentes nessa fase: 
➢ Macrófagos; 
➢ Linfócitos; 
➢ Neutrófilos; 
➢ Mastócitos; 
➢ Plaquetas, dentre outras. 
 
FASE PROLIFERATIVA 
 
Ocorre por volta do 2º ou 3º dia pós-trauma e tem duração média de 3 a 
24 dias. Nessa fase as células locais formam o tecido de granulação, os 
miofibroblastos agem promovendo a contração da ferida, juntamente com os 
fibroblastos. 
Durante o fechamento, há o processo de angiogênese, que permitirá a 
necessária oferta de oxigênio e nutrientes, permitindo a atividade dos 
fibroblastos. 
As células epiteliais nas margens da ferida proliferam e migram pela 
superfície, repondo a perda celular, formando as camadas da epiderme. Sendo 
assim dividimos essa fase, didaticamente, em três subfases: 
1. Reepitelização: acontece pela migração dos queratinócitos das margens 
da ferida. Essa migração, o movimento desses queratinócitos é 
determinado pelo conteúdo de água no leito da ferida, da umidade. 
 
 
 
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2. Fibroplasia: é a formação da matriz, que é uma coleção de elementos 
celulares como fibroblastos, fibronectina, colágeno, dentre outros. Essa 
matriz é a base para a formação do tecido de granulação. 
3. Angiogênese: como todo processo de reparação exige um gasto grande 
de energia existe a necessidade de um aumento no aporte sanguíneo 
para o local da lesão. Esse aumento circulatório se dá pela formação de 
novos vasos sanguíneos, ou seja, a neoangiogênese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em resumo: A epitelização é feita pela migração de células endoteliais 
que vão da periferia para o leito da ferida. Esse processo é realizado sobre o 
tecido de granulação, enquanto a ferida se contrai em média 20% a 60% seu 
tamanho e só acontece em meio úmido. 
 
FASE DE MATURAÇÃO 
 
Há diminuição da vascularização e da 
força de contração. Nessa fase o tecido é 
remodelado, a quantidade de fibroblastos 
diminui e as fibras de colágeno se orientam 
aumentando a força tênsil. 
 
 
 
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A força tênsil também cresce na linha da ferida, após três semanas, 20% 
da força original do tecido, cinco semanas depois 40%, ao final de oito semanas, 
70%, sendo, entretanto, que a força original jamais será alcançada ou 
recuperada. 
O tecido de granulação muda de avermelhado para branco pálido, 
avascularizado. Isso se dá devido a dois processos que ocorrem de forma 
simultânea que é a síntese de tecido, realizada pelos fibroblastos e a lise do 
colágeno, coordenada pela colagenase. Esta fase dura de 20 dias a 1 ano. 
 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
 
CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO: 
➢ Incisão limpa em que as bordas estão aproximadas; 
➢ Existe pouca perda de tecido; 
➢ Pouco ou nenhum exsudato. 
CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO: 
➢ É aquela que permanece aberta; 
➢ Onde existe uma perda significante de tecido e onde as fases de 
cicatrização são bastante marcadas; 
➢ Resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de 
tecido de granulação, com epitelização visível; 
➢ Há necessidade de um grande fortalecimento e um grande processo de 
contração. 
CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO: 
➢ Ferida que fica aberta por um tempo determinado; 
 
 
 
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➢ Ela ficará aberta só enquanto estiver com uma infecção real e depois 
fechará. 
COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO 
➢ Infecção: drenagem, borda hemorrágica. 
➢ Deiscência: separação das camadas (3 a 11 dias após a lesão). 
➢ Evisceração: protusão dos órgãos. 
➢ Fístula: comunicação anormal entre dois órgãos e superfície do corpo. 
 
FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO 
 
Como visto, a cicatrização é um complexo processo biológico dependente 
de vários fatores. Portanto, existem fatores que interferem no processo de 
cicatrização a partir do seu fisiológico, outros que acometem o biológico do 
indivíduo a partir do seu psicológico. 
Sendo assim, podemos classificar os fatores que interferem na 
cicatrização em BIOPSICOSSOCIAL. 
 
PSICOSSOCIAL 
Sendo a nossa pele o maior órgão do corpo humano podemos considerá-
la, além de barreira protetora o nosso “cartão-postal”, sendo a primeira coisa 
observada e vista em todos os indivíduos. 
Atualmente, com a evolução da medicina estão se aperfeiçoando meios 
cada vez mais avançados de tratamentos estéticos, comprovando, mais uma 
vez, a importância estética da pele. 
Se olharmos a pele também pelo ângulo da estética, qualquer tipo de 
lesão nela encontrada é causa de intenso desconforto para quem a possui. E 
esse desconforto é evidenciado pela baixa autoestima que em muitas vezes 
possam levar o indivíduo à depressão. 
A baixa autoestima, a depressão, dentre outros problemas pode levar a 
pessoa a diminuir a produção de inúmeras substâncias endógenas, que auxiliam 
ou são responsáveis pelo processo de cicatrização. 
 
 
 
 
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PERFUSÃO E OXIGENAÇÃO 
 
Durante todo processo de cicatrização existe um consumo de oxigênio, 
sendo a pressão média deoxigênio (PO2) necessária para a proliferação e 
síntese do colágeno é de 40 mmHg. Em situações que essa pressão se torna 
menor ocorre diminuição da proliferação e síntese de colágeno e diminuição da 
resistência a infecções. 
Assim sendo, pacientes anêmicos são mais suscetíveis a um retardo na 
cicatrização devido a uma diminuição no transporte de oxigênio, ocasionado por 
uma deficiência ou incapacidade das hemácias em transportar este importante 
componente da cicatrização. 
Portanto, é importante na cicatrização o aumento no suporte de oxigênio 
para acelerar o processo. 
 
NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO 
 
A nutrição e a hidratação têm uma tarefa fundamental na manutenção da 
integridade dos tecidos e na promoção dos processos de reparação de todas as 
lesões cutâneas, o que enfatiza a importância de uma equipe multiprofissional 
para que o tratamento do paciente portador de uma lesão seja eficaz. 
 
A NUTRIÇÃO 
 
Citamos alguns elementos nutricionais fundamentais para o reparo 
tecidual de uma lesão: 
As proteínas previnem infecções e participam na síntese do colágeno, 
fibroblastos e na angiogênese. 
As calorias dão sustentação a todos os processos, a sua maior 
necessidade é em relação aos pacientes acamados, pois previnem a 
degradação das proteínas, e é a principal fonte de energia para os leucócitos e 
fibroblastos, por isso, o processo de cicatrização requer gasto de energia. 
 
 
 
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A Vitamina C é um cofator na síntese de colágeno, além de possuir ação 
antioxidante. Já a Vitamina A proporciona resposta inflamatória local e migração 
epitelial, auxilia na diferenciação celular na epitelização. 
E a vitamina E estimula a fibroplasia e age como cofator da síntese do 
colágeno. 
O complexo B é importante para a junção das fibras de colágeno durante 
a fase de maturação. O ferro e o zinco são cofatores na formação de colágeno 
e na síntese de proteínas; 
 
A HIDRATAÇÃO 
O nosso corpo é constituído de 70% de água que é utilizada para a 
manutenção da volêmica, da temperatura corporal, dentre outras funções. A sua 
redução, quando falamos no tratamento de feridas, causa diminuição do volume 
circulante e consequente hipotensão arterial. Aumenta o edema dos tecidos, 
além de reduzir a difusão do oxigênio e dos nutrientes às células. 
 
TABELA COMPARATIVA NECESSIDADES HÍDRICAS E ENERGÉTICAS 
 
INFECÇÃO 
 
Como vimos no início, a fase inflamatória, primeira fase do processo, é 
onde acontece, além da hemostasia, a limpeza da lesão pelas células de defesa. 
Sendo assim, na presença de infecção as células de defesa trabalham em 
maior número, necessitam de uma maior demanda metabólica e gasto 
 PELE NORMAL ÚLCERA 
Água (ml/kg/dia) 25 50-100 
Energia (Kcal/kg/dia) 25-30 50 
Proteína (g/Kg/dia) 0.7 1-2. 5 
 
 
 
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energético o que prolonga a duração desta fase e retarda o processo de 
cicatrização. 
 
MEDICAMENTOS 
 
Algumas terapêuticas medicamentosas interferem diretamente no 
processo cicatricial, devendo ser levadas em consideração quando for instituído 
o plano de cuidados de cada paciente. 
O corticosteroide inibe a proliferação epitelial e migração de neutrófilos e 
macrófagos. Já os anti-inflamatórios reduzem a síntese do colágeno e inibem a 
contração da ferida diminuindo a velocidade de epitelização. Os 
imunossupressores aumentam a suscetibilidade à infecção e diminui a produção 
de neutrófilos. 
 
IDADE 
 
O envelhecimento causa a diminuição da quimiotaxia e da ação das 
células de defesa; acarretando uma diminuição da resposta frente às agressões 
externas. 
Quando falamos no processo de cicatrização do idoso, devemos ressaltar 
que há diminuição da taxa de divisão celular e na síntese do colágeno e a 
capacidade de contração é mais lenta porque há baixa oferta de oxigenação 
pelos vasos capilares, prejudicando a atividade dos fibroblastos, lentificando e 
interferindo na resposta cicatricial. 
 
EXTENSÃO E LOCALIZAÇÃO DA FERIDA 
 
Quanto ao tamanho da área lesionada deve-se considerar a extensão e a 
profundidade que foi acometido o tecido, pois quanto maior for a extensão e 
profundidade maior a probabilidade de infecção e o tempo de cicatrização. 
Em relação à localização anatômica em que se encontra a lesão, o fator 
agravante ao processo de cicatrização são as particularidades de cada região 
 
 
 
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como as articulações, cabeça, pescoço e regiões abdominais, pois há um maior 
volume de irrigação sanguínea e drenagem nessas áreas que interferem na 
escolha do tratamento a ser utilizado, necessitando previamente de uma 
avaliação criteriosa do Enfermeiro. 
 
MOBILIDADE DO PACIENTE 
 
Os pacientes que possuem o autocuidado prejudicado e déficit em se 
movimentar no leito possuem maior probabilidade de desenvolver lesão de pele 
devido à pressão e compressão da microcirculação dificultando a nutrição e 
oxigenação celular e dificultando o fluxo arteriovenoso e linfático de um ou mais 
membros. 
 
CARACTERÍSTICAS DE DIFERENCIAÇÃO DAS LESÕES 
 
Conforme definido anteriormente a lesão cutânea é uma lesão de pele 
caracterizada por uma perda de substância dermo-hipodérmica que não mostra 
nenhuma tendência a cicatrizar-se em até seis semanas por uma alteração da 
homeostase vascular. 
Citamos diversos tipos de úlcera, dentre eles estão: lesão por pressão, 
encontradas nos ambientes hospitalares e nas internações domiciliares; as 
úlceras tropicais, muito encontradas em nosso país, e as úlceras de perna, sejam 
elas venosas arteriais ou mistas. As úlceras de pernas constituem um sério 
problema médico e socioeconômico, elas podem ocorrer na faixa etária de 20 a 
40 anos. 
Pesquisas da OMS revelam que a frequência dessas úlceras é 
equivalente à do câncer e diabetes. 
➢ Nos EUA a percentagem é de 0,3 % da população geral. 
➢ Na Dinamarca é de 3,9%, e na Inglaterra é de 0,4%. 
➢ No Brasil, estima-se que gire em torno de 3,0% (2 milhões de pacientes). 
➢ As úlceras de perna são, sem dúvida, um importante fator de morbidade, 
com grande repercussão socioeconômica. 
 
 
 
 
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FORMAÇÃO DA ÚLCERA 
 
➢ Isquemia tecidual; 
➢ Espessamento das fibras musculares; 
➢ Comprometimento arterial; 
➢ Necrose do tecido gorduroso; 
➢ Formação de fibrina nos vasos capilares. 
 
ÚLCERA VENOSA 
 
A função da veia é levar o sangue de retorno ao coração, após ter 
cumprido a função de trocas metabólicas e térmicas ao nível dos tecidos. No 
sistema venoso existem três sistemas de veias diferentes em posições 
anatômicas e funções, sendo esses sistemas denominados: superficial, profundo 
e perfurante. 
As veias desses sistemas possuem inúmeras válvulas, que servem para 
direcionar a corrente sanguínea impedindo seu refluxo. Este fluxo tem que 
vencer, além da pressão positiva abdominal, a ação da gravidade que se exerce, 
intensamente sobre os membros inferiores. 
Quando essas válvulas estão comprometidas, vários sinais começam a 
ser observados decorrentes de um fenômeno chamado ESTASE VENOSA. 
 
 
 
 
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ESTASE VENOSA: é um dano crônico ou agudo do fluxo de sangue das pernas 
que resulta em aumento da pressão hidrostática capilar e consequentemente a 
hipertensão venosa, que pode 
levar a ruptura da pele.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 
➢ Hereditariedade; 
➢ Idade; 
➢ Sexo; 
➢ Obesidade; 
➢ Postura predominante de trabalho; 
➢ Varizes. 
 
VARIZES: É a dilatação de uma veia transportadora do retorno venoso. 
 
FISIOPATOLOGIAO processo de retorno venoso ao coração é feito pelas válvulas, que 
impedem que o refluxo sanguíneo de volta à periferia. Quando elas apresentam 
problema no seu funcionamento o sangue reverte seu curso, voltando para 
baixo, enfraquecendo a veia. 
O sangue venoso, pobre em oxigênio e nutrientes, permanece nos tecidos 
causando dilatações, edema e impedindo que o sangue arterial nutra os tecidos. 
Esses necrosam, dando origem a eczemas e úlceras. 
 
 
 
 
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 
➢ Geralmente localizada na região maleolar medial, por ser a área de maior 
hipertensão venosa e além de haver perfurantes insuficientes ao nível de 
tornozelo. 
➢ Abaulamento do tornozelo quando as pernas estão ligeiramente 
pendentes; 
➢ Descoloração no tornozelo; 
➢ Edema de tornozelo e pé, não depressível; 
➢ Pulsos presentes; 
➢ Pode estar presente uma lipodermatoesclerose (regiões esbranquiçadas, 
próximas à lesão); 
➢ Dermatite venosa (hiperpigmentação); 
➢ Exsudato purulento em 80% das úlceras; 
➢ Incidência elevada de erisipela, devido ao comprometimento, da rede 
linfática; 
➢ Não há claudicação; 
➢ Desconforto moderado devido à úlcera aliviado por elevação. 
➢ Úlceras superficiais com bordas irregulares em fase de evolução. 
 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
 
➢ Edema 
➢ Atrofia branca (lipodermatoesclerose) 
 
 
 
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➢ Hiperpigmentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDEMA: 
 
➢ primeiro sinal de insuficiência vascular circulatória (IVC); 
➢ inicialmente a parede dos vasos sofre alterações em sua estrutura por 
alteração do oxigênio; 
➢ em sua fisiologia ocorre um desequilíbrio entre filtração e absorção. 
O edema se reduz com a elevação do membro completamente, 
erroneamente se faz a elevação apenas dos pés apoiados em travesseiros que 
mascarram a terapêutica empregada dificultando o retorno venoso e ainda o 
mais grave, o fluxo arterial. 
 
ATROFIA BRANCA/ LIPODERMATOESCLEROSE: em consequência à 
dificuldade do retorno venoso temos a hipertensão venosa crônica, que na veia 
sadia há referências literárias que em repouso a pressão vascular é de 0 mmHg 
esta que se altera com o deambular ou o indivíduo em pé. 
Essa hipertensão causa um dano venoso e intersticial, não ocorrendo 
formação de novos capilares intralesional e consequentemente a atrofia, dermo 
epidérmica, caracterizando a borda com manchas angiomatosas ou de 
pigmentação. 
 
 
 
 
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HIPERPIGMENTAÇÃO: Ocorre a perda de caráter laminar do fluxo e a 
diminuição da permeabilidade capilar, consequentemente temos a aglutinação 
das hemácias e diapedese das hemácias no interstício (tecidos), com a 
deposição da hemossiderina (resultado do metabolismo do ferro) e o aumento 
dos melanócitos aparecem alguns micros trombos, caracterizando as manchas 
escuras e pontos de pigmentação em meio à atrofia branca. 
Anamnese e Histórico 
➢ Patologia familiar de caráter hereditário; 
➢ Estilo de vida e condição particular; 
➢ Doença, intervenções, trauma pregresso; 
➢ História da formação da úlcera; 
➢ Diabetes; 
➢ Varizes em membros inferiores; 
➢ Dislipidemias; 
➢ Doenças cardiovasculares. 
 
CONDUTAS: 
1. Avaliação da lesão quanto ao seu aspecto físico: localização, 
profundidade, bordas, leito, exsudato e mensuração e dor. 
2. DOR: de característica peculiar às lesões isquêmicas em sua menor 
intensidade, considerando todo o histórico do cliente e da lesão quanto à 
umidade da lesão e da cobertura utilizada, da presença de infecção e 
estase venosa. O tratamento farmacológico antes da realização do 
curativo auxilia a adesão ao tratamento e reduz o fator stress do cliente, 
tornando o procedimento menos traumático e humano. 
3. Aplicação da compressão do membro inferior pode ser de três tipos: 
bandagem de curto estiramento ou inelástico indicado apenas para as 
pessoas que deambulam, pode ser obtida pela Bota de Una. 
4. Bandagens de longo estiramento ou elásticas, não são as mais utilizadas 
no Brasil devido ao seu custo e ao clima em que vivemos, são de 
compressão contínua mesmo com o membro elevado e durante vários 
dias. 
 
 
 
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5. Meias-calças elásticas são poucas usadas pela não praticidade aos 
idosos e necessitam de uma cobertura primária e devem ser substituídas 
por no máximo seis meses. 
6. Consultar uma equipe multiprofissional clínico, intervencionista e 
cirúrgico, para tratar a causa, a consequência e a reabilitação da 
insuficiência vascular circulatória e manter um cuidador constantemente 
orientado sobre o prognóstico, tratamento e o tempo que estas úlceras 
levam para melhorar e ou cicatrizar. 
 
ÚLCERA ARTERIAL 
 
A lesão do sistema vascular periférico inclui também a lesão de artérias 
em suas diferentes estruturas anatômicas, sejam elas as pequenas, médias e as 
grandes, superficiais ou profundas, e ainda estão relacionadas com as condições 
biológicas do ser humano e das condições culturais quanto aos hábitos 
alimentares e sociais, quanto ao sedentarismo na população adulto e jovem. 
 
CARACTERÍSTICA: A lesão arterial periférica é descrita em várias referências 
literárias como um acúmulo de gordura na parede das artérias (aterosclerose) e 
pelo endurecimento desta por processos degenerativos (arteriosclerose) 
acometidos por doenças crônicas degenerativas (Diabetes e Hipertensão Arterial 
sistêmica). 
Essa lesão é progressiva, inicialmente ocorre uma redução de fluxo 
ocorrendo a isquemia, e consequentemente se não corrigido a causa, ocorre a 
obstrução do vaso de pequeno a grosso calibre com a perda total de tecidos por 
necrose e ou gangrena. Com característica de ser uma lesão de membros 
inferiores que denominamos como Úlcera de Perna, com sinais clínicos iniciais 
que vai de uma simples arterite de pequenos vasos a uma obstrução parcial ou 
total de um grande vaso comprometendo todo um membro e até a vida deste 
indivíduo. 
 
 
 
 
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PATOGÊNESE: 
 
➢ Embolia cardíaca; 
➢ Vasculopatia periférica obstrutiva; 
➢ Inativação do mecanismo arteriolar e capilar de compensação; 
➢ Aumento da resistência periférica; Redução do fluxo hemático > 50%; 
➢ Vasculopatia inflamatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características clínicas 
➢ Claudicação intermitente aliviada pelo repouso; 
➢ Dor noturna, aliviada por uma posição pendente; 
➢ Dor em repouso, no ponto da úlcera; 
➢ Pés frios e unhas dos pés espessadas; 
➢ Pulsos ausentes ou diminuídos; 
➢ Atrofia cutânea (fina e lustrosa); 
➢ Perda de pelos da extremidade inferior; 
➢ Rubor quando pendente; 
 
 
 
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➢ Palidez por elevação; 
➢ Possível gangrena. 
 
Fatores predisponentes 
➢ Tabagismo; 
➢ Hiperlipidemia; 
➢ Diabetes Mellitus; 
➢ Hipertensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
LOCALIZAÇÃO DA ÚLCERA 
➢ Cabeças das falanges; 
➢ Calcanhar; 
➢ Maléolo lateral; 
➢ Pré-tibial; 
➢ Extremidades dos dedos do pé ou entre os 
dedos do pé. 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA ÚLCERA: 
 
 
 
 
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➢ Pálida com bordas regulares (como se cortado com uma forma); 
➢ Leito da ferida pálido, 
ressecado; 
➢ Mínima secreção; 
➢ Aparência de perfuração; 
➢ Poderá não ter sangramento; 
➢ Poderá apresentar tecido 
necrótico negro; 
➢ Área perilesional pálida; 
➢ Pequenas quantidades de 
tecido de granulação pálido. 
 
O QUE INVESTIGAR? 
 
➢ Pés frios; 
➢ Pulsos ausentes ou diminuídos; 
➢ Atrofia cutânea (fina e lustrosa); 
➢ Perda de pelos da extremidade inferior; 
➢ Rubor quando pendente; 
➢Palidez por elevação; 
➢ Unha dos pés espessa; 
➢ Possível gangrena. 
 
CONDUTAS 
➢ Tratar causa subjacente (cirurgia ou farmacoterapia); melhorar 
perfusão tecidual; 
➢ Decidir cuidadosamente quanto ao método de desbridamento, a 
GANGRENA seca atua como uma capa protetora. Devido à redução 
do fluxo sanguíneo; 
➢ Prevenção do trauma e infecção. 
 
TERAPIA 
➢ Terapia farmacológica; 
 
 
 
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➢ Terapia angioradiológica; 
➢ Terapia cirúrgica; 
➢ Terapia contra a dor. 
 
Sinais físicos 
➢ Modificação da pressão arterial; 
➢ Mudança na frequência cardíaca e respiratória; 
➢ Modificações tróficas; 
➢ Sintomas neurológicos. 
 
Sinais visíveis 
➢ Modificação na posição corporal; 
➢ Expressão do rosto e da voz; 
➢ Mudança no estado emocional; 
➢ Anorexia, insônia etc. 
 
ÚLCERA NEUROPÁTICA 
 
As úlceras neuropáticas são lesões de pele bastante comuns e que têm 
incidência elevada na nossa população. São decorrentes, principalmente, da 
falta de sensibilidade local que leva às deformidades e consequentemente à 
formação de lesões de pele. 
Dentre as úlceras neuropáticas, a mais comum e a mais conhecida, é o 
pé diabético, encontrado em larga escala nas Unidades Básicas de Saúde e que 
acomete uma grande parcela da população idosa do País. 
Outra neuropatia bastante conhecida é a causada pela Hanseníase, 
também comumente encontrada nos Postos de saúde de todo Brasil, e com 
grande incidência no estado do Mato Grosso do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
ÚLCERA NEUROPÁTICA NA HANSENÍASE 
 
A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução lenta e duração 
bastante longa, é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, 
também conhecida por Bacilo de Hansen. 
Essa doença atinge principalmente a pele e as extremidades do corpo, 
sendo uma das suas principais características comprometimento dos nervos 
periféricos, o que acarreta diminuição ou perda de sensibilidade nos membros, 
além do comprometimento dos filetes nervosos e alguns anexos da pele, como 
os folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas. Patogênese da úlcera 
neuropática na hanseníase 
O comprometimento dos nervos periféricos leva à diminuição da 
sensibilidade nos membros, o que pode levar a formação de úlceras, 
principalmente nos pés, tanto por trauma, uma vez que o indivíduo pode 
machucar-se sem sentir, quanto por pressão ou fricção dos pés dentro do próprio 
calçado. 
 
ÚLCERA DIABÉTICA 
 
O Diabetes Mellitus é uma doença que acomete grande parte da 
população idosa no Brasil, sendo considerada, juntamente com a hipertensão 
arterial, a doença crônica de maior repercussão socioeconômica no nosso meio. 
Além de todos os sintomas já conhecidos, causados pelo Diabetes 
descompensado, outro agravante que, atualmente preocupa as autoridades em 
saúde são as úlceras de pé, que acometem alguns portadores dessa patologia. 
Essas úlceras são decorrentes de alterações neurológicas associadas, 
geralmente a um quadro infeccioso. 
O surgimento dessa úlcera acontece de duas maneiras: 
1. Por perda de sensibilidade; 
2. 2. Por doença vascular. 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
1. PERDA DA SENSIBILIDADE: A constante hiperglicemia pode afetar os 
nervos periféricos das pernas e, principalmente dos pés, o que leva a 
perda da sensibilidade tanto tátil, quanto térmica e dolorosa, deixando o 
pé suscetível a traumas químicos, térmicos e mecânicos. 
 
2. DOENÇA VASCULAR: O paciente diabético tem uma maior propensão às 
doenças do coração e à hipertensão arterial, uma vez que a glicemia 
aumentada por um tempo prolongado leva ao endurecimento e ao 
estreitamento das artérias e arteríolas. 
Além dessas patologias, temos também, as vasculopatias periféricas, que é 
o comprometimento dos vasos periféricos. 
Esse comprometimento leva a alguns sinais clínicos característicos, em seu 
portador sendo: 
➢ Pé frio, cianótico, em alguns casos e com a pele fina; 
➢ Unhas deformadas e com presença de fungos, na maioria dos casos; 
➢ Pulsos finos e diminuídos, dentre outros. 
No caso dos pacientes diabéticos, podem aparecer lesões nos nervos por 
comprometimento arterial, o que acarreta diminuição do aporte sanguíneo 
àquele nervo levando-o à isquemia e consequentemente à diminuição da 
sensibilidade, já citada anteriormente. 
➢ Pulsos usualmente presentes; 
➢ Pés frescos ou mornos; 
➢ Ausência de dores (por vezes) devido à neuropatia; 
➢ A pele das extremidades inferiores é seca com rachaduras/fissuras nos 
pés; 
➢ Micoses nas unhas dos pés. 
 
Características da úlcera: 
➢ Profundas, podendo apresentas túneis; 
➢ Pálidas, com bordas uniformes; 
➢ Pode estar presente tecido de granulação; 
➢ Pode existir calosidade ao redor; 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Localizada geralmente nos pés (área plantar), sendo as áreas mais 
comuns as cabeças dos metatarsos e os pontos de pressão. 
 
 
ESCALA DE RISCO: Sistema de Classificação de Meggitt – Wagner 
 
GRAU/DEFINIÇÃO INTERVENÇÃO 
 
CLASSIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE 
0 – Neuropatia Ausente 
Pé “sob risco”: úlcera pregressa ou 
neuropatia com deformidade, que podem 
causar uma nova úlcera. 
Orientação do paciente, exames 
periódicos, calçados e solas internas 
apropriados. 
Avaliação anual. 
1 – Neuropatia presente Úlcera 
superficial sem infecção. 
Redução da pressão externa: fôrma 
moldada de contato total, imobilização 
para caminhar, calçados especiais, etc. 
Avaliação semestral. 
2- Neuropatia presente e/ou 
deformidades, proeminências e/ou 
isquemia: 
Úlcera profunda com exposição de um 
tendão ou articulação (com ou sem 
infecção superficial). 
Desbridamento cirúrgico, cuidados 
com a ferida, redução da pressão se a 
lesão fechar e passar ao grau 1 
(antibióticos se necessário). 
Avaliação trimestral por equipe 
especializada. 
3- Úlcera e/ou amputação 
Úlcera extensa com exposição de osso 
e/ou infecção profunda, ou seja, 
osteomielite ou abcesso. 
Desbridamentos cirúrgicos, amputação 
dos dedos ou de parte do pé, 
antibióticos, redução da pressão se a 
ferida passar para o grau 1. 
Avaliação 1 a 3 meses 
por equipe especializada. 
4- Gangrena da parte externa do pé Avaliação e reconstrução vasculares, 
amputação parcial do pé. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
5- Gangrena total do pé Avaliação vascular, amputação ampla 
da extremidade com possível 
reconstrução vascular proximal. 
 
ESCALA DE RISCO: 
➢ Grau 0: pé em risco; 
➢ Grau 01: úlcera superficial não infectada clinicamente; 
➢ Grau 02: úlcera mais profunda, frequentemente infectada, sem 
osteomielite; 
➢ Grau 03: úlcera mais profunda, formação de abscesso, osteomielite; 
➢ Grau 04: gangrena localizada (dedo, parte dianteira do pé ou calcanhar); 
➢ Grau 05: gangrena de todo o pé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DA PROFUNDIDADE E ISQUEMIA DA LESÃO DO PÉ 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
DIABÉTICO 
PÉ DE CHARCOT 
Os sintomas incluem temperatura cutânea elevada, hiperemia, edema, as 
vezes dor, ausência de lesões na pele e de sinais radiológicos. Traumas 
precipitantes, tais como distensão ou torção do tornozelo ou tropeço em degrau, 
são comuns nos relatos dos pacientes. 
A progressão é rápida, com fragmentação óssea e destruição das 
articulações visíveis aos raios X, acompanhada de exuberante reação periósteo. 
Perguntas a serem feitas: 
➢ Quando percebeu a ferida? 
➢ Alguma secreção, cor, odor? 
➢ Algum corpo estranho? 
➢ Usam sempre sapatos? 
➢ Faz controle da glicose sempre? 
 
Condições do paciente: 
➢ Verificar os sapatos e as meias, quanto a cerzidos e furos;➢ Examinar ambos os pés e pernas comparando a aparência da pele e 
alterações; 
➢ Examinar a pele, verificar se está seca, rachada ou com cor alterada; 
➢ Examinar os pulsos e presença de deformidades nos pés. 
 
Orientações ao paciente: 
➢ Verificar os pés diariamente; 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Lavar e secar os pés, hidratar até a perna; 
➢ Verificar a temperatura da água antes do banho; 
➢ Cuidado com as unhas, corte em quadrado; 
➢ Verifique os calçados quanto à presença de corpos estranhos; 
➢ Nunca ande descalço, não corte calosidades ou calos. 
 
CALÇADOS ADEQUADOS: 
O sapato não deve ser muito apertado nem muito folgado; a sua parte 
interna deve ser de 1 a 2 cm maior do que o próprio pé; a largura interna do 
sapato deve ser igual à do pé tomando como referência a face lateral das 
articulações dos metatarsos, e a altura com espaço suficiente para os dedos. 
Os calçados devem ser experimentados com o paciente em pé, de 
preferência no final do dia. Se ficarem muito apertados devido às deformidades 
ou se há sinais de pressão anormal do pé, como hiperemia, calos, ulceração, a 
prescrição e confecção de palminhas ou órteses, sapatos especiais devem ser 
efetuados. 
 
GUIA DE DIFERENCIAÇÃO 
 ARTERIAL VENOSA LINFÁTICA NEUROPÁTICA 
 
 
PELE 
Seca,
 inelástic
a, sem pelos, fria. 
Úmida. Úmida, 
translúcid
a, 
friável. 
Sensível,
 inelástic
a, pálida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDEMA 
Localizado
 n
a primeira fase. 
Ou sempre mais 
acentuado, na 
fase de 
descompensação 
da lesão. 
Difuso, na perna e 
pé e, se crônico, é 
endurecido. 
Sempr
e 
present
e. 
Presente. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
 
 
 
 
DISCROMIA 
Acentuada. Presente.
 Co
m prevalência 
 
na face 
anteromedial, de 
cor 
 
marrom violeta. 
Acentuada. Acentuada. 
 Pequena,
 poc
o 
secernente, 
Dimensão
 variáv
el, 
mas 
Pequena, 
múltiplas, com 
Pequena,
 pouc
o 
profunda, fundo 
róseo. 
 
 
GUIA DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS 
 
 
LESÃO POR PRESSÃO 
 
A expectativa de vida da população brasileira, segundo a OMS, tem 
aumentado substancialmente nas últimas décadas, e com isso aumentou-se 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
também o número e o tempo das internações hospitalares causadas pelas 
doenças crônico-degenerativas, como o diabetes e a hipertensão, além de 
outras doenças como pneumonias. 
Infelizmente, com esse aumento do tempo de internação e associado às 
inúmeras patologias decorrentes da idade e de vários outros fatores, 
encontramos um problema comum em quase todos os hospitais do país, bem 
como nas internações domiciliares, a LESÃO POR PRESSÃO, também 
chamadas de úlcera de decúbito. 
Desse modo, vamos dispensar um pouco do nosso conteúdo para esse 
tema de real importância no nosso meio. 
 
DEFINIÇÃO 
 
Área localizada de perda de pele e dos tecidos subcutâneos causados por 
pressão, tração, fricção ou de uma combinação destes fatores. 
 
FATORES DESENCADEANTES: 
INTERNOS: 
➢ Doença e estado do paciente; 
➢ Desnutrição; 
➢ Idade; 
➢ Mobilidade; 
➢ Incontinência urinária e fecal. 
 
 
 
EXTERNOS 
➢ Pressão; 
➢ Fricção; 
➢ Cisalhamento. 
Sendo assim, os indivíduos mais propensos à formação desse tipo de 
lesão de pele são aqueles com alterações na mobilidade, alterações sensoriais 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
e da circulação periférica, alteração do nível de consciência, disfunção de 
esfíncteres, desnutridos e imunodeprimidos. 
 
PATOGÊNESE 
 
O nosso organismo precisa de energia e nutrientes para manter a vida, da 
mesma forma o nosso tecido precisa de nutrientes e oxigênio para se manter 
vivo. Qualquer injúria ou alteração que acarrete interrupção desse suprimento de 
energia pode levar ao sofrimento tecidual e consequentemente morte das 
células. 
No caso da lesão por pressão, a isquemia é causada pela pressão das 
partes duras do corpo, as proeminências ósseas, no tecido muscular. Essa 
pressão leva a uma diminuição ou um bloqueio da circulação arterial, que é 
responsável pelo fornecimento de nutrientes e oxigênio, com isso existe a 
formação de uma área isquêmica e por consequência, a morte das células e o 
aparecimento da lesão por pressão. 
 
Causas da hipóxia 
➢ Compressão; 
➢ Obstrução 
➢ Redução fluxo arterial; sanguíneo 
➢ Estase venosa e linfática; 
➢ Déficit da Isquemia; 
➢ Microcirculação; 
➢ Congestão venosa; 
➢ Trombose venosa; 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Necrose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETIOLOGIA DAS LESÕES DE DECÚBITO 
 
A. SUPERFÍCIES DE APOIO E COMPRESSÃO 
B. POSICIONAMENTO 
➢ Pressão; 
➢ Atrito; 
➢ Cisalhamento; 
➢ Umidade. 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DE PRESSÃO 
 
 ESTÁGIO 1: neste estágio a pele ainda está integra, entretanto, existem 
algumas alterações que são indicativas de isquemia, tais como; mudança 
na temperatura local (seja calor ou frio), mudança na consistência do 
tecido, podendo aparecer desde áreas amolecidas ou endurecidas, ao 
edema. Além dessas alterações pode aparecer também uma área 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
avermelhada, chamada eritema, que não desaparece depois de retirada 
a pressão. 
 ESTÁGIO 2: já neste estágio existe perda de tecido. A úlcera ainda é 
superficial, atingindo epiderme e derme. E pode apresentar-se como 
abrasão, uma espécie de queimadura, bolha ou uma cratera rasa. 
 ESTÁGIO 3: temos a perda de todas as camadas da pele, sendo a 
epiderme, derme e tecido subcutâneo, podendo ter ou não tecido 
necrótico. 
 ESTÁGIO 4: é o último estágio, além da perda de todas as camadas da 
pele, existe ainda comprometimento do tecido muscular, ósseo, 
ligamentos, tendões, com o aparecimento de crateras e túneis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
AVALIAÇÃO DOS RISCOS: 
O tratamento da lesão por pressão se baseia, primeiramente, na avaliação dos 
riscos. Essa avaliação pode ser feita de diversas maneiras, uma delas é a 
utilização das escalas de risco, aqui citamos como exemplo a escala de 
avaliação de NORTON. 
 
NORTON: Parâmetros de Avaliação 
➢ Condição geral; 
➢ Estado mental; 
➢ Atividade; 
➢ Mobilização; 
➢ Incontinência. 
 
CUIDADOS COM A PELE DO PACIENTE 
Avaliar e inspecionar a pele do paciente constantemente, mantendo-a 
seca e hidratada. 
 
DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO 
➢ Manter o paciente, quando acamado, em colchão de ar; 
➢ Mudar de decúbito a 
cada duas horas, 
mesmo em colchão de 
ar e outros; 
➢ Evitar lesões por 
cisalhamento, 
mantendo cabeceira 
elevada a < 30°; 
➢ Manter proeminências 
ósseas afastadas do 
contato mútuo; 
➢ Elevar calcanhares. 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Luvas de procedimentos com ar ou água e rodilhas (almofadas com 
orifício) de ar ou de ataduras. Essas são falsas medidas de diminuição de 
pressão que se utilizadas constantemente, acabam por aumentar ainda mais a 
área de isquemia piorando o quadro do paciente. 
EXISTEM DIVERSOS MÉTODOS PARA REDUZIR A PRESSÃO DE 
APOIO E QUE SE ADAPTAM AOS DIVERSOS MOMENTOS DO PACIENTE. 
MAS NINGUÉM PODE SUBSTITUIR A INTERVENÇÃO HUMANA E A 
MUDANÇA HABITUAL DE DECÚBITO. 
FERIDA INFECTADA 
 
A infecção é a complicação mais comum das lesões de pele crônicas e, 
pode ser considerada a mais grave e importante complicação, uma vez que pode 
deixar de ser local para se tornar sistêmica o que implica em uso de 
antibioticoterapia sistêmica, muitas vezes endovenosa, o que requer internação 
em ambiente hospitalar causando estresse ao paciente e familiares, e 
aumentando,consequentemente, o tempo de tratamento desta lesão além dos 
custos com medicamentos e curativos. 
Dessa forma é importante lembrar que toda lesão de pele pode tornar-se 
infectada se não houver a atenção e um cuidado terapêutico adequado, o qual 
deve partir de avaliações criteriosas e diárias das condições de pele de cada 
paciente, evitando complicações sistêmicas que podem evoluir desde uma 
simples perda de tecido até o óbito do paciente. 
Salientando e afirmando que o exame físico realizado em equipe pelos 
profissionais da enfermagem e a sistematização da assistência pelo Enfermeiro 
é de suma importância e primordial na prevenção e tratamento de lesão de pele. 
 
DEFINIÇÕES 
 Contaminação: Presença de bactéria sem multiplicação. 
 
 
 
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 Colonização: Multiplicação 
bacteriana sem que haja, 
entretanto, qualquer reação do organismo a esses patógenos. Presente 
em todas as feridas. 
 
 
 
 
 
 
 
 Infecção: Deposição e multiplicação de microrganismos no tecido com 
reação imunológica do hospedeiro a esses patógenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Relembrando a primeira fase da cicatrização, a fase inflamatória, é importante 
que o profissional saiba diferenciar um processo inflamatório do processo infeccioso, 
por meio do exame clínico e laboratorial de cada lesão. 
 
A BACTÉRIA E A LESÃO 
 
Não existe uma úlcera crônica estéril. Em uma única ferida podemos encontrar 
diversas bactérias, entretanto, isto não significa que a úlcera esteja infectada. A infecção 
causa várias reações de estruturas anatômicas e funcionais do indivíduo, alterações 
estas localizadas e sistêmicas que clinicamente identificam o início do processo 
infeccioso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistêmico 
➢ Mudança de temperatura: Hipertermia (sinal precoce) e Hipotermia (sinal 
tardio de infecção severa). 
➢ Taquicardia. 
➢ Hiperventilação. 
➢ Dor (dependente sensibilidade do local afetado). 
➢ Desorientação e obnubilação. 
➢ Intolerância à glicose. 
➢ Maior consumo metabólico e um aumento da necessidade hídrica. 
➢ Anemia mais frequente. 
 
 
 
 
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Evidências clínicas de infecção 
➢ Piora da ferida. 
➢ Aumento de exsudação. 
➢ Secreção purulenta. 
➢ Celulite (rubor, calor, tumor, dor). 
➢ Odor intenso e não usual. 
➢ Aumento da dor. 
➢ Mudança no tecido de granulação. 
➢ Celulite (rubor, calor, tumor, dor). 
 
 
 
 
 
 
Fatores que potencialmente causam infecção: 
 
Tipo de ferida. 
➢ Profundidade. 
➢ Localização. 
➢ Nível de perfusão tecidual. 
➢ Tecido desvitalizado e/ou material necrótico. 
➢ Estadia pré-operatória prolongada e tempo de cirurgia (p/ pacientes 
cirúrgicos). 
➢ Presença de corpo estranho. 
➢ Eficácia antimicrobiana. 
➢ Infecção remota. 
Fatores sistêmicos que facilitam a infecção: 
➢ Doença vascular. 
➢ Edema. 
➢ Cirurgia / Radiação. 
➢ Incompetência imunitária. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Alcoolismo. 
➢ Deficiência nutricional. 
➢ Doença crônica. 
➢ Uso de corticóides, quimioterápicos. 
➢ Isquemia ou hipóxia. 
➢ Hipotermia. 
➢ Tabagismo. 
➢ Corpos estranhos na ferida (suturas, sujidades p. ex.). 
 
PRESENÇA E TIPOS DE DRENAGEM 
 
Exsudatos: 
São fluidos extravasados dos vasos sanguíneos, material proveniente de 
células mortas de dentro ou redor da ferida, fatores de crescimento e da divisão 
da matriz extracelular. E ainda quando o microrganismo presente na lesão é 
degradado e seu derivado compõe esta exsudação, são esses que definem a 
coloração desta secreção. Seus aspectos podem ser: 
 Seroso. 
 Sanguinolento. 
 Purulento. 
 Fibrinoso. 
 Reação mista. 
 
Seroso: é caracterizado por uma intensa liberação de quantidade de líquido 
com baixo conteúdo proteico e origina-se do soro sanguíneo. Presente na fase 
inflamatória aguda, tem aspecto fino, aguado e claro. É encontrado no estágio 
inicial da infecção bacteriana. 
Sanguinolento: é decorrente de lesões com ruptura de vasos. Aspecto fino, 
vermelho e brilhante. E ainda temos o serosanguinolento que apresenta os 
seguintes aspectos: uma cor pálida avermelhada, aguada. Mistura de seroso 
com sanguinolento. Pode ser descrito como padrões mistos que ocorrem em 
muitas inflamações. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Purulento: é um líquido composto por células e proteínas produzidas por um 
processo inflamatório asséptico ou séptico. Aspecto fino ou espesso, com 
coloração variando de marrom opaco para amarelo. 
Fibrinoso: é o extravasamento de grande quantidade de proteínas plasmáticas, 
e a precipitação de grandes massas de fibrina. Durante a realização da técnica 
do curativo forma uma liga com o tecido de limpeza e a lesão. 
FIBRINA: proteína insolúvel, formada a partir do fibrinogênio pela ação 
proteolítica da trombina, durante a coagulação do sangue, é aderente aos 
tecidos e tem coloração esbranquiçada ou amarelada, que chamamos de 
esfacelo. 
Exsudato misto: serossanguinolento, seropurulento, serofibrinoso ou 
fibrinopurulento. 
 
Coloração do exsudato: 
Depende do tipo de exsudato e pode ser característica do pigmento 
específico de algumas bactérias. 
Sendo as mais frequentes: 
➢ Esbranquiçadas; 
➢ Amareladas; 
➢ Esverdeadas 
 
Odor do exsudato: 
É proveniente de produtos aromáticos produzidos por bactérias e tecidos 
em decomposição. Devemos observar se, o exsudato é inodoro ou fétido. 
 
RESUMO E ORIENTAÇÃO AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO QUANTO ÀS 
CARACTERÍSTICAS DO EXSUDATO 
 
 ASPECTO COR QUANTIDADE 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
- Seroso 
 
 
- Sanguinolento 
 
 
- Purulento 
 
 
- Fibrinoso 
 
- Ausente 
 
 
- Pequena 
 
 
- Moderada 
 
 
- Grande 
 
- Amarelada 
 
 
- Esbranquiçada 
 
 
- Esverdeada 
 
 
- Achocolatada 
 
O QUE OBSERVAR? 
 
IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE ETIOLÓGICO 
 
Indicação da coleta de material: 
➢ Sinais locais e sistêmicos de infecção. 
➢ Aumento súbito de glicose (em diabéticos). 
➢ Dor, tumefação e hipersensibilidade no local da lesão. 
➢ Atraso na cicatrização maior que 02 semanas em feridas limpas. 
 
Coleta de material: 
 
A identificação do agente etiológico se dá por meio da cultura de material 
de BIÓPSIA ou PUNÇÃO (ASPIRAÇÃO) e, eventualmente, o uso de SWAB. 
O Swab identifica somente a bactéria responsável, mas não indica a 
presença de infecção! 
 
Cuidados durante a coleta: 
➢ Lesão exsudativa: lavar abundantemente com soro fisiológico 0,9% para 
remover o exsudato superficial. 
➢ Lesões bolhosas e abcessos fechados devem ser puncionados com 
técnica asséptica. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
➢ Em infecção por anaeróbios é recomendado a punção asséptica e o envio 
do material ao laboratório em condições de anaerobiose (seringa com 
agulha protegida ou frasco coletor). 
 
A AVALIAÇÃO 
Como avaliamos a lesão com infecção? 
➢ Eritema perilesional. 
➢ Sinais clássicos de inflamação. 
➢ Pele brilhante. 
➢ Tumefação local. 
➢ Dor importante. 
➢ Características da drenagem. 
➢ Exsudação elevada e odor da drenagem. 
➢ Tecido de granulação pobre e desvitalizado. 
➢ Maceração do tecido perilesional e borda. 
➢ Alterações laboratoriais de glicose em pacientes diabéticos. 
 
TRATAMENTO DA FERIDA INFECTADA 
 
Antibiótico: É qualquer substância proveniente de um microrganismo e letal para 
outro tipo de microrganismo. A função antibacteriana do antibiótico é voltada ao 
metabolismo ativo da bactéria. 
Antisséptico: É uma substância capaz de inibir o crescimento do agente 
infeccioso, sobre uma superfície corpórea.A função antibacteriana do 
antisséptico é voltada para a citotoxicidade direta contra o microrganismo ou a 
sua toxina. 
Por que utilizar? 
CUIDADO!!!!!!!! 
 
 
Tratar uma lesão infectada não significa usar indiscriminadamente terapia 
antibiótica tópica! O uso indiscriminado de antibiótico tópico é a principal causa do 
aparecimento de importantes resistências bacterianas. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Porque o propósito da medicação é, neste caso, a redução da função 
bacteriana e, por consequência, acelerar o processo de cura, o qual tende a 
desacelerar e finalizar a cronificação, na presença de infecção local. 
 
Por que não utilizar? 
Porque a antissepsia projeta um conceito de agressividade contra uma 
bactéria, que de qualquer modo, implica uma certa agressividade também contra 
o hospedeiro. Ou seja, o antisséptico exerce ação capaz de induzir citotoxicidade 
na lesão. 
Dentre os antissépticos alguns são certamente citotóxicos: 
independentemente da sua ação antisséptica e uma vez feita esta comprovação, 
não podemos jamais pensar em utilizá-lo. 
 
TRATAMENTO GERAL 
➢ Correção da patologia associada e intercorrências; 
➢ Reequilíbrio geral do paciente; 
➢ Tratamento da infecção sistêmica; 
➢ Nutrição adequada. 
Essas medidas globais são importantes uma vez que todo processo 
infeccioso acarreta um aumento do consumo metabólico e um aumento da 
necessidade hídrica, necessitando, portanto, não apenas de tratamento local, 
mas de um tratamento global visando a reestruturação total do quadro clínico do 
paciente. 
 
TRATAMENTO LOCAL 
➢ Identificação do paciente de risco. 
➢ Higiene e limpeza. 
➢ Proteção da pele. 
➢ Controle da incontinência. 
➢ Mobilização ativa e passiva. 
 
AVALIAÇÃO DA FERIDA COMEÇANDO A CUIDAR 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
A assistência do indivíduo deve ser realizada de forma global. Não adianta 
apenas cuidar da ferida, traçar planos de assistência visando à evolução da 
cicatrização ou escolher o tipo de curativo a ser utilizado. O ser humano é muito maior 
que tudo isso! A ferida faz parte de um todo, pertence a um ser único e singular. 
O cuidar exige flexibilidade. Estar disposto a utilizar de recursos que possam 
otimizar a assistência. Essa flexibilidade provém de interação, não só com o indivíduo, 
mas também com o profissional, em adaptar-se com o meio em que o indivíduo vive. 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM 
Dos princípios fundamentais: 
➢ Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando 
a promoção do ser humano como um todo. 
 
IMPLICAÇÃO PSICOSSOCIAL 
➢ BACH: a pele é o confim entre o sujeito e o mundo externo. 
➢ Alteração do esquema corpóreo e das relações com o mundo externo leva 
à perda de autoestima e depressão. 
Palavras como: Proteção, confiança e colaboração podem abrir portas ou 
restabelecer a confiança no cuidador. 
 
O QUE AVALIAR? 
 
O Paciente 
 
O paciente crônico, inicialmente, não confia no terapeuta, uma vez que já 
convive há muito tempo com aquele problema e conhece melhor do que ninguém 
a forma como deve se cuidado. 
O chamado drop-out (saltar fora) é causado por essa perda de confiança, 
onde o problema mais comum é a dor. Dessa forma é importante que o cuidador 
dê atenção não apenas ao paciente, portador da lesão, e sim ao seu ambiente 
familiar, pois esta é uma das formas de se ganhar a confiança e a adesão do 
paciente ao tratamento. 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Condições físicas, idade e medicamentos 
➢ Pacientes desnutridos possuem a cicatrização diminuída, causada pela 
pouca energia (nutrientes e oxigênio) dispensada ao reparo da lesão. 
➢ O processo de cicatrização requer maior gasto de energia e 
consequentemente maior aporte calórico. 
➢ Idade: quanto maior a idade, menor a velocidade da cicatrização o que é 
causada pela diminuição da quimiotaxia das células e do metabolismo 
energético. Diminuição da produção de colágeno e elastina, diminuindo, 
assim, a elasticidade da pele. 
➢ Presença de doenças crônicas associadas, como o Diabetes mellitus e a 
hipertensão arterial, que quando não controladas prejudicam o processo 
de cicatrização. 
➢ Medicamentos: uso de corticosteroides, imunossupressores e 
quimioterápicos, uma vez que essas medicações diminuem o processo 
inflamatório, a quimiotaxia das células, prejudicando de forma importante 
a primeira fase da cicatrização, a fase inflamatória. 
 
Mobilidade 
Toda e qualquer lesão precisa de energia para se fechar, e os nutrientes 
com o oxigênio necessários, são conduzidos até o local da lesão pela corrente 
sanguínea, sendo que o aporte sanguíneo diminuído às áreas de compressão, 
as quais são causadas pela imobilidade, dificulta e retarda o processo de 
cicatrização. Além de retardar a cura, a imobilização e compressão constantes 
aumentam o risco para a formação de novas lesões. 
Portanto é importante identificar possíveis fatores que poderão interferir 
no processo de cicatrização: 
➢ Alimentação; 
➢ Doença de base; 
➢ Imobilização no leito; 
➢ Medicamentos que utiliza. 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Inspeção geral: 
✓ Aspecto da lesão; 
✓ Cor; 
✓ Temperatura local; 
✓ Umidade; 
✓ Ressecamento; 
✓ Localização anatômica; 
✓ Exsudato. 
Inspeção especial 
Identificar tipo de lesão e os sinais locais que podem interferir na 
Cicatrização: 
✓ Lesão primária, secundária ou terciária; 
✓ Sinais de infecção; 
✓ Fístulas. 
 
Palpação: 
✓ Avaliar a profundidade da lesão; 
✓ Sua consistência, seus limites; 
✓ Condições da pele adjacente; 
 
Localização anatômica: 
✓ Feridas em cabeça e pescoço possuem 
maior irrigação sanguínea; 
✓ Abdominais: Drenagem elevada; 
✓ Região sacral: risco de infecção. 
 
Avaliar presença de infecção 
Sinais clássicos: 
✓ Eritema e dor; 
✓ Aumento da temperatura local e exsudato. 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
Anamnese: 
✓ Doença de base; 
✓ Tipo de ferida; 
✓ Evidência clínica de infecção sistêmica; 
✓ Tempo de antibiótico. 
 
Inspeção clínica: 
✓ FC; 
✓ Temperatura; 
✓ Pressão arterial; 
✓ Presença e tipo de exsudato; 
✓ Extensão; 
✓ Bordas: 
✓ Bordas difusas; 
✓ Bordas aderidas; 
✓ Não aderida; 
✓ Enrolada para baixo, espessada; 
✓ Hiperqueratosa; 
✓ Fibrótica, com cicatriz. 
 
Porque avaliar a borda: 
✓ Avaliar a pele migrando sobre o leito da ferida, retração das bordas: lesão 
com intenção de cicatrizar. 
✓ Ferida parada, não há migração da pele sobre o leito da ferida, as bordas 
não definidas; lesão sem intenção de cicatrizar. 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALGUMAS DEFINIÇÕES 
 
PELE ÍNTEGRA: Tecido sem a presença de solução de continuidade. 
 
 
 
 
 
 
PELE LESADA: Qualquer interrupção da continuidade do tecido corpóreo. 
 
 
 
 
 
 
PELE DESIDRATADA: É causada pela diminuição da umidade da epiderme, 
podendo evoluir para uma crosta seca, que dificulta a troca gasosa, retardando 
o processo de cicatrização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Tratamento de ferida e curativo 
 
 
PELE MACERADA: Excesso de Super hidratação da pele circunjacente a lesão. 
 
 
 
 
 
 
CICATRIZES: É o novo tecido formado através do acúmulo de células e 
colágeno no leito da ferida. 
 
 
 
 
 
 
CELULITE/INFLAMAÇÃO: Processo inflamatório das células epiteliais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCUMENTAR 
✓ Os dados levantados sobre o paciente (doença de base, patologia 
associada, medicação.) 
✓ Dados levantados sobre a ferida após uma primeira avaliação e após as 
avaliações subsequentes. 
 
 
 
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