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Histórias e estórias para fazer o Evangelho no lar (Grupo de Estudo “Allan Kardec” – Rudymara) 1- A IMPORTÂNCIA DO CULTO DO EVANGELHO NO LAR Chico Xavier orientou um casal de amigos para criar o bom hábito do culto do evangelho no lar. Eles foram informados que se fizessem essa prática com muita fé, quando completasse seis anos, Jesus iria enviar um presente para eles. Eles eram um casal rico, viviam bem e possuíam um lindo e valioso diamante que vinha atravessando gerações. Quando se completou o sexto ano da prática do culto do evangelho, o casal estava ansioso para saber qual era o presente de Jesus anunciado por Chico Xavier. Depois de terminar o último culto daquela contagem, eles ficaram esperando até meia noite, mas nada aconteceu. No dia seguinte acordaram e viram que um ladrão entrou na casa e levou pertences caros e valiosos e entre eles o valioso diamante. Eles procuraram Chico Xavier reclamando a perda da jóia, e a resposta de Chico foi breve e esclarecedora. - Mas o presente foi exatamente esse. O valor daquele diamante era incalculável e houve tantos crimes, tantos suicídios por causa dele que vocês estavam com quase uma centena de obsessores dentro de casa. Muitos foram doutrinados e esclarecidos com o culto. Mas, vinte e oito estavam irredutíveis. O único jeito para retirá-los dela foi fazer com que o diamante fosse embora e eles foram atrás da jóia. Rubens Germinhasi JESUS CONTIGO Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa. Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora. Jesus virá em visita. Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da Fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos. Jesus no Lar é vida para o Lar. Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável. Distende, da tua casa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado. Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício da comunhão com o Alto. Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania. Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares. Continua orando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem amas as diretrizes do Mestre e, quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo. Não demandes à rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar. Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí também se possa demorar. E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vez por semana em sete noites, ter Jesus contigo. Joanna de Ângelis – do livro: Messe de Amor 2- Pequena História Um dia, a Gota d'água, o Raio de Luz, a Abelha e o Homem Preguiçoso chegaram ao Trono de Deus. O Todo-Poderoso recebeu-os, com bondade, e perguntou pelo que faziam. A Gota d'água avançou e disse: — Senhor, eu estive num terreno quase deserto, auxiliando uma raiz de laranjeira. vi muitas árvores sofrendo sede e diversos animais que passavam, aflitos, procurando mananciais. Fiz o que pude, mas venho pedir-te outras Gotas d'água que me ajudem a socorrer quantos necessitam de nós. O Pai sorriu, satisfeito, e exclamou: — Bem-aventurada sejas pelo entendimento de minhas obras. Dar-te-ei os recursos das chuvas e das fontes. Logo após, o Raio de Luz adiantou-se e falou: — Senhor, eu desci... desci... e encontrei o fundo de um abismo. Nesse antro, combati a sombra, quanto me foi possível, mas notei a presença de muitas criaturas suplicando claridade. Venho ao Céu rogar-te outros Raios de Luz que comigo cooperem na libertação de todos aqueles que, no mundo, ainda sofrem a pressão das trevas. O Pai, contente, respondeu: — Bem-aventurado sejas pelo serviço à Criação. Dar-te-ei o concurso do Sol, das lâmpadas, dos livros iluminados e das boas palavras que se encontram na Terra. Depois disso, a Abelha explicou-se: — Senhor, tenho fabricado todo o mel, ao alcance de minhas possibilidades. Mas vejo tantas crianças fracas e doentes que te venho implorar mais flores e mais Abelhas, a fim de aumentar a produção... O Pai, muito feliz, abençoou-a e replicou: — Bem-aventurada sejas pelos benefícios que prestaste. Conceder-te-ei novos jardins e novas companheiras. Em seguida, o Homem Preguiçoso foi chamado a falar. Fez uma cara desagradável e informou: — Senhor, nada consegui fazer. Por todos os lados, encontrei a inveja e a perseguição, o ódio e a maldade. Tive os braços atados pela ingratidão dos meus semelhantes. Tanta gente má permanecia em meu caminho que, em verdade, nada pude fazer. O Pai bondoso, com expressão de descontentamento, exclamou: — Infeliz de ti, que desprezaste os dons que te dei. Adormeceste na preguiça e nada fizeste. Os seres pequeninos e humildes alegraram meu Trono com o relatório de seus trabalhos, mas tua boca sabe apenas queixar, como se a inteligência e as mãos que te confiei para nada valessem. Retira- te! os filhos inúteis e ingratos não devem buscar-me a presença. Regressa ao mundo e não voltes a procurar-me enquanto não aprenderes a servir. A Gota d'água regressou, cristalina e bela. O Raio de Luz tornou aos abismos, brilhando cada vez mais. A Abelha desceu zumbindo, feliz. O Homem Preguiçoso, porém, retirou-se muito triste. Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Quem não puder doar uma estrela, doe a luz de um vagalume; quem não puder dar um jardim, ofereça uma flor; quem não puder brindar a vida, enseje um aperto de mão; quem não dispuser de um rio para saciar a sede de uma aldeia, oferte um copo de água a alguém. Porque ninguém é destituído de valor que não possa amar, nem é tão pobre que não possa alguma coisa doar. Divaldo Franco Resumindo: Todos podemos fazer caridade, com ou sem dinheiro, com um ato grandioso ou pequeno, sozinho ou em grupo. Basta ter boa vontade. O QUE É CARIDADE? CARIDADE vai além de dar esmola a um necessitado. CARIDADE é todo bem que pudermos fazer ao próximo, seja com algo material ou em pensamentos e palavras. Como ensinaram os Espíritos CARIDADE é ser indulgente com as falhas alheias, benevolente com todos e perdoar as ofensas. (questão 886 do O Livro dos Espíritos). • Ser indulgente é ser maleável com a falha alheia, porque nós e os nossos também falhamos. • Ser benevolente com todos é ser bom com todos mesmo que o outro seja de religião, raça, posição social, pensamento, atitude, etc., diferente de nós. Mesmo que ele seja amigo ou inimigo. • Perdoar sempre é perdoar 70x7 vezes, ou seja, devemos perdoar para sermos perdoados, já que todos nós erramos hora ou outra. . E para conseguir viver isso devemos usar a regra de ouro que Jesus nos deixou: FAZEI AOS OUTROS O QUE QUER QUE OS OUTROS LHES FAÇA. Quando estivermos nos colocando no lugar do próximo antes de tomar uma atitude, estaremos no caminho de amá-lo de verdade como pediu Jesus. Exemplo: - Quando o filho do vizinho erra dizemos que ele é sem vergonha, que ele não vale nada, tomara que aconteça isso ou aquilo, etc. Mas, quando é alguém que amamos que comete o mesmo erro dizemos que foi um deslize, que ele foi arrastado pelos amigos, etc. Enfim, somos cruéis para julgar a falha alheia e indulgentecom as nossas falhas ou a dos nossos entes queridos Então, analisemos nossas atitudes para sabermos se estamos exercendo a CARIDADE. Rudymara 3- LIÇÃO DAS TREVAS No vale das trevas, delirava a legião de Espíritos infelizes. Rixas, obscenidades, insultos, ignomínias. Planejavam-se assaltos, maquinavam-se crimes. O Espírito Benfeitor penetrou a caverna, apaziguando e abençoando. Aqui, abraçava um desventurado, apartando-o da malta, de modo a entregá-lo, mais tarde, a equipes socorristas; mais adiante, aliviava com suave magnetismo a cabeça atormentada de entidades em desvario. O serviço assistencial seguia difícil, quando enfurecido mandante da crueldade, ao descobri-lo, se aquietou em súbita acalmia e, impondo respeitosa serenidade à multidão de loucos, declinou-lhe a nobre condição. Que os companheiros rebelados se acomodassem, deixando livre passagem àquele que reconhecia por missionário do bem. - Conheces-me? - interrogou o recém-chegado, entra espantado e agradecido. - Sim - disse o rude empreiteiro da sombra -, eu era um doente na Terra e curaste meu corpo que a moléstia desfigurava. Lembro-me perfeitamente de teu cuidado ao lavar-me as feridas . Os circunstantes entraram na conversação de improviso e um deles, de dura carranca, apontou o visitador e clamou para o amigo: - Que mais te fez este homem no mundo para que sejamos forçados à deferência? - Deu-me teto e agasalho. Outro inquiriu: - Que mais? - Supriu minha casa de pão e roupa, libertando-nos , a mim e a família, da nudez e da fome. Outro ainda perguntou com ironia: - Mais nada? - Muitas vezes, dividia comigo o que trazia na bolsa, entregando-me abençoado dinheiro para que a penúria não me arrasasse. Estabelecido o silêncio, o Espírito Benfeitor, encorajado pelo que ouvia, indagou com humildade: - Meu irmão, nada fiz senão cumprir o dever que a fraternidade me impunha; entretanto, se te mostras tão generoso para comigo, em tuas manifestações de reconhecimento e de amor que reconheço não merecer, porque te entregas, assim, à obsessão e à delinquência? O interpelado pareceu sensibilizar-se, meneou tristemente a cabeça e explicou: - Em verdade, és bom e amparaste a minha vida, mas não me ensinaste a viver! Espíritas, irmãos! Cultivemos a divulgação da Doutrina Renovadora que nos esclarece e reúne! Com o pão do corpo, estendamos a luz da alma que nos habilite a aprender e compreender, raciocinar e servir. (Do livro "Cartas e Crônicas", pelo Espírito Irmão X, Francisco C. Xavier) Não só de pão vive o homem – disse Jesus – mas também da palavra de Deus.” A preocupação com o alimento diário e o vestuário, o domicílio e a convivência social não deve anular o interesse pela vida espiritual. Reserva, diariamente, algum tempo para te alimentares com a “palavra de Deus”. O pão sustenta o corpo e a fé mantém a alma. O pão fortalece a matéria e a fé dignifica a vida. O pão mata a fome por pouco tempo, mas a fé atende a necessidade para sempre. Cuida do corpo e nutre a alma, a fim de que te sintas completado. Vida Feliz - Joanna de Ângelis – psicografia de Divaldo P. Franco Quando possível, ao levarmos ou dermos uma ajuda a alguém, levemos uma mensagem. Seja em palavras ou num papel. Seja uma história, um capítulo do evangelho ou uma mensagem de Emmanuel André Luiz e outros. De preferência de fácil entendimento. 4- Sabedoria do samurai Conta-se que, perto de Tóquio, capital do Japão, vivia um grande samurai. Já muito idoso, ele agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, apareceu por ali um jovem guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação. Utilizando-se de suas habilidades para provocar, esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de inteligência e agilidade, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Assim que soube da reputação do velho samurai, propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama. Todos os discípulos do samurai se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados, o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu sereno e impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós? O sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num deles lhe perguntou: Se alguém chega até você com um presente e lhe oferece mas você não o aceita, com quem fica o presente? Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo. Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. Por essa razão, a sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, se você não o permitir. * * * Sempre que alguém tentar tirar você do sério, lembre-se da sábia lição do velho samurai. Lembre-se, ainda, que seus atos lhe pertencem. Só você é responsável pelo que pensa, sente ou faz. Só você, e mais ninguém, pode permitir que alguém lhe roube a paz ou perturbe a sua tranquilidade. Foi por essa razão que Jesus afirmou que só lobos caem em armadilhas para lobos. Assim, aceitar provocações ou deixar que fiquem com quem nos oferece, é uma decisão que cabe exclusivamente a cada um de nós. Pensemos nisso! Redação do Momento Espírita “Tende paz entre vós.” – Paulo. (I Tessalonicenses, 5:13). “Não deixe as pessoas te colocarem na tempestade delas, coloque-as na sua paz!” “Se não podes implantar a paz, vence a tua violência íntima.” – Joanna de Angelis Como queremos paz se ainda revidamos qualquer contrariedade; se ainda nos satisfazemos com a vingança; se ainda não aprendemos a perdoar; se brigamos na fila do Banco, da lotérica, da padaria, etc.; se ofendemos alguém no trânsito; se discutimos com pessoas que torcem para outro time ou segue religião diferente da nossa; se agredimos quem tem orientação sexual oposta da nossa; se queremos impor nossa visão política ao outro; se usamos palavras humilhantes para nos referir a alguém: gordo(a), quatro olhos; burro(a), etc.; se buscamos a paz nos alucinógenos que destroem a nossa paz e a da sociedade... Enfim, ainda não somos pacíficos e, não será a camiseta branca que nos fará diferente, mas sim seguir o: AMAI-VOS COMO EU VOS AMEI; FAÇA AO TEU PRÓXIMO O QUE GOSTARIA QUE ELE TE FIZESSE; PERDOAI OS VOSSOS INIMIGOS; RETRIBUA O MAL COM O BEM; etc etc etc. Rudymara 5- Dar graças por tudo O Apóstolo Paulo, com sua lucidez inconfundível, recomendou que devemos dar graças a Deus por tudo o que nos acontece, tanto pelas coisas boas como pelas que nos pareçam ruins. Talvez seja por esse motivo que um certo homem agia sempre dessa maneira. Agradecia por tudo, e tinha a certeza de que Deus sempre o protegeria. Um dia ele saiu em uma viagem de avião. Durante a viagem, quando sobrevoavam o mar, um dos motores falhou e o piloto teve que fazer um pouso forçado no oceano. Quasetodos morreram, mas o homem conseguiu agarrar-se a alguma coisa que o conservasse em cima da água. Ficou boiando à deriva durante muito tempo até que chegou a uma ilha não habitada. Ao chegar à praia, cansado, porém vivo, agradeceu a Deus por tê-lo livrado da morte. Naquele lugar deserto ele conseguiu se alimentar de peixes e ervas. Derrubou algumas árvores e, com muito esforço, construiu uma cabana. Não era bem uma casa, mas um abrigo tosco, com paus e folhas, que significava proteção. Ele ficou todo satisfeito e mais uma vez agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem medo dos animais selvagens que talvez existissem na ilha. Um dia, ele estava pescando e quando terminou, havia apanhado muitos peixes. Assim, com comida abundante, estava satisfeito com o resultado da pesca e mais uma vez agradeceu ao Criador. Porém, ao voltar para sua humilde cabana, qual não foi sua decepção, ao ver que sua morada estava pegando fogo. Sentou-se em uma pedra chorando e dizendo em prantos: - Deus! Como é que o Senhor podia deixar isto acontecer comigo? O Senhor sabe que eu preciso muito desta cabana para me abrigar, e a deixou se acabar em cinzas. Deus, o Senhor não tem compaixão de mim? Naquele mesmo instante uma mão pousou no seu ombro e ele ouviu uma voz dizendo: - Vamos, rapaz? Ele se virou para ver quem estava falando com ele, e qual não foi sua surpresa quando viu à sua frente um marinheiro todo fardado dizendo: - Vamos logo, rapaz, nós viemos buscá-lo. - Mas, como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui?- Falou o homem surpreso. - Ora, amigo, falou o marinheiro, vimos os seus sinais de fumaça pedindo socorro. O capitão ordenou que o navio parasse e me mandou vir buscá-lo naquele barco ali adiante. Os dois entraram no barco e assim o homem foi para o navio que o levaria são e salvo de volta para os seus queridos. Já em segurança, o homem agradeceu uma vez mais a Deus e pediu perdão pela falta de confiança na Sua providência e misericórdia. * * * Em qualquer dificuldade recorda o poder da oração e roga inspiração ao céu, realizando sempre o melhor para que o melhor se faça em ti e através de ti, sem esqueceres que todo apelo encontra resposta, conforme o merecimento de quem pede e a forma como pede. Redação do Momento Espírita Então, como diz Meimei: "AS VEZES, O MAL NA VIDA É O BEM MAL INTERPRETADO." 6- PODEMOS FUGIR DA LEI DOS HOMENS, MAS NÃO DA LEI DIVINA Um homem, ignorante ainda das leis divinas, caminhava ao longo de um enorme pomar, conduzindo uma criança de 6 anos. Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança, perto da casa em que residiam. Contemplavam com água na boca, as laranjas maduras do pomar do vizinho. A certa altura da estrada, o velho colocou uma sacola sobre a grama verde, e começou a enchê-las com frutos que descansavam em grandes caixas abertas, e ao mesmo tempo, lançava olhares medrosos em todas as direções. Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao tio e indagou: - Que está fazendo titio? Colocando o indicador sobre os lábios, disse: - Psiu! . . . Psiu! . . . Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas às escondidas. O menino, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou: - Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo? Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando: - Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança. (PRESENÇA DIVINA - Meimei / Chico Xavier) Observação de Rudymara: Portanto, se alguém consegue roubar, enganar, trair, mentir, lesar, etc. seu próximo ou seu distante, sem ser punido perante a lei dos homens, deve lembrar-se de olhar para o Alto, onde a lei é de verdadeira justiça, e cuja fuga é impossível. Se não ressarcirmos o erro nesta vida, certamente ressarciremos na outra. Como disse Jesus: "A cada um segundo suas obras", ou seja, cada um receberá segundo o que tenha realizado em sua vida, seja algo bom ou ruim. 7- GANDHI E O VIAJANTE Canta-se que Gandhi, sempre que viajava de trem pela Índia, comprava passagem de terceira classe. Ali os passageiros, não cultivavam hábitos de higiene, nem de boas maneiras. Certa ocasião, quando empreendia uma das suas viagens, ele chamou a atenção de um rapaz que viajava junto a ele no mesmo vagão, porque de quando em quando cuspia no chão. Diante da advertência recebia, o moço respondeu indelicadamente e repetiu várias outras vezes o gesto. Gandhi calou-se. Depois de um bom tempo de viagem, o rapaz pegou no seu violão, e começou a tocar e cantar músicas que exaltavam o grande líder e herói GANDHI. Quando, finalmente, o trem parou na estação desejada, Gandhi levantou-se preparando-se para descer. O jovem, que também ficaria ali, juntou suas coisas para sair. Na estação, ele percebeu que alguém de certa importância e grande respeito estaria chegando, porque havia uma enorme recepção organizada com músicas instrumentais, fogos de artifício e discurso. Parou para ver . . . Era Gandhi quem chegava . . . Só quando o viu recebido com tamanha honra e distinção, foi que o rapaz se deu conta que o passageiro a quem havia respondido de maneira tão descortês e insolente, era exatamente aquele que havia enaltecido com tanta veemência através das suas canções. Ele não conhecia Gandhi, mas certamente entendeu que para ele, de nada significaram suas músicas e cântico. Essa experiência pode muito bem ser aplicada em relação a Deus. Pois, muitos procuram apresentar-Lhe honra e louvor superficiais, “honram-Lhe com os lábios; e o coração, porém, está longe Dele.” Lucas, conta no capítulo 11, versículos de 37 a 40, que um Fariseu convidou Jesus para jantar em sua casa, e Jesus aceitou. E o Fariseu estranhou, pois Jesus não lavou as mãos antes de jantar (hábito sagrado dos judeus). Mas, Jesus explicou, dizendo que o Fariseu tinha o cuidado de limpar o exterior do copo e do prato, mas se esquecia de limpar o interior do coração que estava cheio de rapinas (roubos), e de iniquidade (maldade). Pois é do coração que sai os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. Limpar o copo, o prato, as mãos, “fazer música”, são práticas dos regulamentos estabelecidos pelos homens, porque é mais fácil observar os atos exteriores do que se reformar moralmente. Ocorre o mesmo com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser colocada em 2º plano por muitos cristãos, que se utilizam de práticas exteriores e se esquecem das práticas morais. Não adianta fazer músicas, usar camisetas ou adesivos com frases evangélicas, determinar o sábado sagrado, não ser favorável à transfusão de sangue, usar determinado tipo de roupa, não cortar cabelo, comungar, carregar imagens, não comer carne na sexta-feira santa, batizar, crismar, pagar dízimo, casar-se em templos, decorar Bíblia ou as obras básicas da Doutrina Espírita, e continuar esquecendo-se das práticas morais, que são os que nos impede de cometer homicídios, adultérios, espoliações, calúnias, vingança, e de fazer mal ao próximo. O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo. Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso antes de tudo a pureza do coração. “Os templos, as igrejas e centros espíritas estão lotados, mas poucos, muito poucos, compreendem e praticam o que se estuda e se ouve, enquanto fora dos círculos religiosos encontramos muitas almas que praticam a reforma íntima trabalhando anonimamente pelo bem e pela caridade.”(Padre Vítor) Podemos seguir qualquer religião e seus cultos exteriores, mas não nos esqueçamos da reforma íntima, educando nossos instintos inferiores, e revendo nossos valores. 8- A balsa Na História da Humanidade encontramos acontecimentos que nos levam a profundas reflexões. Em 1816, uma fragata francesa encalhou próxima à costa do Marrocos. Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio foram a única balsa que manteve vivas cento e quarenta e nove pessoas. A tempestade as arrastou ao mar aberto por mais de vinte e sete dias sem rumo. A dramática experiência dos sobreviventes impressionou a um artista. Theodoro Gericault realizou um estudo substancial dos detalhes para produzir a pintura. Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e, inclusive, viu os mortos. Horrorizado, reproduziu a íntima realidade humana nessa situação. Seu quadro, intitulado A balsa de Medusa, retrata não somente o naufrágio do navio A Medusa, ocorrido no dia dois de julho de 1816, mas um acontecimento que comoveu a França e trouxe repercussões que tocaram o mais profundo da alma humana. Na pintura, pode-se ver as diferentes atitudes humanas que se manifestam nos momentos cruciais da vida. Alguns dos sobreviventes se apresentam deitados, em total abandono, sem reação alguma. Parecem simplesmente aguardar a morte inevitável. Outros se mostram desesperançados, alheios aos demais. O olhar distante, perdido no vazio, demonstra que perderam a vontade de viver e de lutar. Um punhado deles, no entanto, mantém a esperança acima de tudo. Tiram do corpo as próprias camisas e as agitam com força, fixando um ponto no horizonte, como se desejassem ser vistos por alguma embarcação, por alguém. O curioso, entretanto, é que embora eles estejam balançando as vestes brancas, não há nenhum navio à vista. Nada que indique que eles serão resgatados. * * * A balsa é como o planeta Terra. Os tripulantes são a Humanidade e as atitudes que cada um toma diante da vida. Podemos ser como os desesperançados, quando atravessamos situações difíceis e nos decidimos a simplesmente nos entregar sem luta alguma. Podemos estar enquadrados entre aqueles que acreditam que não há solução e, assim, também não há porque se esforçar para melhorar o estado de coisas. Podemos também ser os que duvidamos de tudo e de todos. Ou, finalmente, ser aqueles que mantemos a esperança acima de tudo, esforçando-nos para chegar à vitória, embora ela pareça estar muito, muito distante. Afinal, decidir pela vitória em toda circunstância que a vida nos coloca é atitude de esperança. * * * Quando os problemas se multiplicam no norte da vida e os desafios ameaçam pelo sul, as dificuldades surgem pelo leste e os perigos se multiplicam no oeste, a esperança surge e resolve a situação. Mensageira de Deus, torna-se companheira predileta da criatura humana, a serviço do bem. É a esperança que, ante os quadros da guerra, conclama ao trabalho e à paz. Em meio ao inverno rigoroso, inspira coragem e aponta a estação primaveril que, logo mais explodirá em cor, perfume e beleza. Nunca se afaste da esperança! Redação do Momento Espírita ESPERANÇA Quando a dor chegar para você, serei a promessa de alívio e renovação. Se o cenário se converter em noite escura, serei a estrela-guia para o rumo certo. Quando a fadiga se apresentar, serei o abrigo seguro e específico. Quando os conflitos se fizerem presentes, serei a indicação para a calma e a fraternidade. Em todos os momentos, desejo ser sua companheira fiel. Sou amiga de todos, embora quase sempre encontre guarida entre os crentes e idealistas. Hoje, bato à sua porta. Não me recuse morada em seu coração. Onde chego, renovo os pensamentos e vivifico a certeza no futuro melhor. Sou irmã do otimismo e filha da confiança em Deus. Agora, sou também sua irmã. Dê-me sua mão. Venha comigo. Meu nome é ESPERANÇA. 9- PESSOAS QUE NOS SURPREENDEM Numa época em que ouvimos falar tanto de vazio existencial, de desassossego íntimo; numa época em que nunca houve tanta busca e tanta oferta de livros de autoajuda; numa época em que as pessoas se mostram desalentadas e sem esperança, é de nos perguntarmos: O que está acontecendo com esta Humanidade? O que ocorre com tanta gente, que se diz insatisfeita, que procura algo que lhe preencha a vida sem parecer encontrar? Alguns apontarão naturalmente, de imediato, a falta de Deus nas vidas humanas. E isso é verdade. A falta de fé, de esperança em dias melhores, da visão de um mundo à frente, que se delineia, entre as brumas de um mundo que agoniza: um mundo de corrupção, de guerras, de violência. Um mundo que tenta, em vão, mostrar que tem força, enquanto estabelece seus últimos combates sobre a face de uma Terra, que anseia por paz, tranquilidade para todos os cidadãos. Uma Terra de menos desigualdades sociais, de mais solidariedade. Onde bandeiras que já foram agitadas e continuam a ser carregadas pelos corações idealistas ainda mostram suas cores vivas: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Ordem e Progresso. Uma Terra renovada... Contudo, ao lado desses itens de importância, algo mais sobressai: a vontade do homem de lutar e vencer, apesar de todas as circunstâncias em contrário. São para lições dessa natureza que devemos voltar os nossos olhos. Recordamos de Maurício Tchopi Dumbo, vinte e cinco anos de idade, deficiente visual. Alfabetizado somente aos onze anos, ao chegar ao Brasil, graças a um financiamento do governo de Angola. O pai, soldado que lutava na guerra civil de seu país, morreu. Maurício deixou para trás mãe e cinco irmãos e veio ao Brasil, começando do zero. Concluiu a graduação em Direito e iniciou um curso de Pós-Graduação em Direito Processual Civil. Ao ser suspenso o suporte financeiro, ele teria que retornar para o país de origem. Não desistiu. Conseguiu uma bolsa em uma Universidade particular e ingressou como estagiário no Tribunal de Justiça do Paraná. Naturalizado brasileiro, foi convocado para integrar a seleção brasileira de futebol de salão, nas Paralimpíadas do Rio 2016. Foi eleito o melhor jogador do Brasileirão 2015 de futebol de salão para pessoas com deficiência visual. Exemplo de superação, entre outros desafios, Maurício faz diariamente, sozinho, quatro viagens de ônibus para o deslocamento entre sua casa, o estágio e a faculdade. Para as aulas e a atividade profissional, utiliza um programa de computador para transformar em áudio o material escrito. Para ele, não há dias sombrios. Sua face estampa sempre um sorriso. E continua sonhando alto. Deseja ser juiz e pretende trazer sua mãe, que trabalha como diarista em Angola, para Curitiba. Para lhe dar uma vida melhor, afirma ele. Maurício é um exemplo de vontade, de perseverança, de luta. Um exemplo que nos diz que além de Deus, o que precisa o homem para viver, para espantar as suas sombras, é sonhar e com vontade perseguir a concretização dos seus sonhos. Redação do Momento Espírita Nos mundos de provas e expiações o mal predomina; mas o mal é uma necessidade para seus habitantes darem valor ao bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde. Esses mundos (é o caso da Terra) servem de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus. Neles os Espíritos lutam penosamente, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens que convivem com eles e a crueldade da natureza (tsunami, terremoto, maremoto, etc), para que desenvolvam de uma só vez as qualidades do coração e as da inteligência. Qual a diferença entre expiação e prova? Expiação é o resgate "imposto" pela Justiça Divina a espíritos recalcitrantes (teimosos). Prova é o resgate "escolhido" por espíritos conscientes de seus débitos e necessidades. Como identificar o espíritoem expiação? Geralmente é o indivíduo que não aceita seus sofrimentos, as situações difíceis que enfrenta, rebelando-se. Atravessa a existência a reclamar do peso de sua cruz. E o espírito em provação? Podemos identificá-lo como aquele indivíduo que enfrenta as atribulações da existência de forma equilibrada, aceitando-as sem murmúrios e imprecações. Como um aluno que se submete a exame, tenta fazer o melhor, habilitando-se a estágio superior. EXPLICA RAUL TEIXEIRA: Não é o fato de estarmos sofrendo que diz que já resgatamos. O que diz se já resgatamos ou não é o modo como estamos sofrendo. Há criaturas que sofrem revoltadas, biliosas, de mal com Deus, aborrecidas com a vida e quem passa pelo seu caminho é alvo de seu fígado estragado. Lógico que esta pessoa não dará conta do processo expiatório. Como está no O Evangelho segundo o Espiritismo: "Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus”, não se referia aos sofredores em geral, porque todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou na miséria, mas ah!, poucos sofrem bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao Reino de Deus...” 10- O DESCUIDO IMPENSADO No orfanato em que trabalhava, Irmã Clara era o ídolo de toda gente pelas virtudes que lhe adornavam o caráter. Era meiga, devotada, diligente. Daquela boca educada não saíam más palavras. Se alguém comentava faltas alheias, vinha solícita, aconselhando: — Tenhamos compaixão... Inclinava a conversa em favor da benevolência e da paz. Insuflava em quantos a ouviam o bom ânimo e o amor ao dever. Além do mais, estimulava, acima de tudo, em todos os circunstantes a boa vontade de trabalhar e servir para o bem. — Irmã Clara - dizia uma educadora -, tenho necessidade do vestido para o sábado próximo. Ela, que era a costureira dedicada de todos, respondia, contente: — Trabalharemos até mais tarde. A peça ficará pronta. — Irmã - intervinha uma das criadas -, e o avental? — Amanhã será entregue - dizia Clara sorrindo. Em todas as atividades, mostrava-se a desvelada criatura qual anjo de bondade e paciência. Invariavelmente rodeada de novelos de linha, respirava entre a agulha e a máquina de costurar. Nas horas da prece, demorava-se longamente contrita na oração. Com a passagem do tempo, tornava-se cada vez mais respeitada. Seus pareceres eram procurados com interesse. Transformara-se em admirável autoridade da vida cristã. Em verdade, porém, fazia por merecer as considerações de que era cercada. Amparava sem alarde. Auxiliava sem preocupação de recompensa. Sabia ser bondosa, sem humilhar a ninguém com demonstrações de superioridade. Rolaram os anos, como sempre, e chegou o dia em que a morte a conduziu para a vida espiritual. Na Terra, o corpo da inesquecível benfeitora foi rodeado de flores e bênçãos, homenagens e cânticos e sua alma subiu, gloriosamente, para o Céu. Um anjo recebeu-a, carinhoso e alegre, à entrada. Cumprimentou-a. Reportou-se aos bens que ela espalhara, todavia, sob impressão de assombro, Irmã Clara ouviu-o informar: — Lastimo não possa demorar-se conosco senão por três semanas. — Oh! por quê? - interrogou a valorosa missionária. — Será compelida a voltar, tomando novo corpo de carne no mundo - esclareceu o mensageiro. — Como assim? O anjo fitou-a bondoso, e respondeu: — A Irmã foi extremamente virtuosa; entretanto, na posição espiritual em que se encontrava não poderia cometer tão grande descuido. Desperdiçou uma enormidade de fios de linha, impensadamente. Os novelos que perdeu, por alhear-se à noção de aproveitamento, davam para costurar milhares de vestidos para crianças desamparadas. — Oh! Oh! Deus me perdoe! - exclamou a santa desencarnada - e como resgatarei a dívida? O anjo abraçou-a, carinhoso, e reconfortou-a dizendo: — Não tema. Todos nós a ajudaremos, mas a querida irmã recomeçará sua tarefa no mundo, plantando um algodoal. Neio Lúcio Francisco Cândido Xavier Da Obra: Alvorada Cristã Kardec pergunta: Será suficiente não se fazer o mal, para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura? Os espíritos respondem: “Não: é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.” (Questão 642, de “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec.) Muitos passam pela vida sem fazer nada de útil. Não fazem o mal que conhecemos como: matar, roubar, etc., mas não praticam o bem e a falta da nossa ajuda a alguém ou a uma instituição de caridade, por exemplo, pode ter prejudicado muita gente. Tomando ciência disso, por certo nossa postura será outra, uma vez que se alargam os limites da nossa compreensão; evitar o mal, fazer o bem no limite das próprias forças e responder pelo mal que nascer do bem que deixamos de fazer. Doravante, imperioso será intensificarmos, com responsabilidade, as nossas ações visando ajudar a construir um mundo melhor, mais justo, fraterno e humano. Obviamente que a nossa felicidade terá o tamanho da felicidade que promovermos aos nossos irmãos do caminho. Conscientes disso “tomemos a nossa charrua, sem olhar para trás, para sermos dignos do reino de Deus”. (Lucas, cap. IX, 62.) Assim sendo, valerá imensamente a movimentação de todos os nossos recursos e potencialidades para que todas as nossas ações, gestos e procedimentos tenham como meta o bem coletivo. Em nosso caminho encontramos mãos suplicantes estendidas, pedindo socorro, corações torturados em busca de alívio, lágrimas abundantes nascidas de olhos sofridos esperando por um lenço amigo, mentes confusas aguardando um roteiro de esperanças, braços desocupados implorando por trabalho, velhice abandonada à espera de afetividade, infância desorientada em busca de um norte e muito mais. Esse vasto campo que se descortina ante os nossos olhares de observação se caracteriza como a lavoura a ser cultivada. Nela, convictamente, poderemos evitar o mal, fazer o bem no limite das nossas próprias forças, para que nenhum bem deixe de ser realizado. Reflitamos... WALDENIR APARECIDO CUIN 11- FIZ PORQUE ERA CERTO O que você faria se encontrasse uma carteira com mil e quinhentos reais na rua, perdida? Numa das capitais do país, um menino de doze anos não teve dúvida: devolveu! E o pré-adolescente Lucas Eduardo virou exemplo no bairro onde mora. O menino tímido encarou a situação com simplicidade surpreendente. Eu fiz porque era o certo. Imaginei que a pessoa iria precisar do dinheiro para pagar as contas, ir aos médicos, contou Lucas, em entrevista a um jornal daquela cidade. Lucas tinha razão. Evanir havia saído na manhã de segunda-feira com o objetivo de pagar as contas do mês. Viúva há sete anos e aposentada há mais de duas décadas, ela vive sozinha, com renda bem apertada. Para devolver o dinheiro, o menino teve ajuda da direção da escola onde estuda, a fim de localizar o número do telefone e comunicar-se com a idosa. Assim, ela ficou sabendo que os valores que perdera haviam sido encontrados e que estavam em boas mãos. O gesto do estudante comoveu gente de todas as idades e classes sociais na região. Dezenas de pessoas entraram em contato com a escola, onde ele estuda, para elogiar a honestidade do menino e oferecer doações. Lucas, de família humilde, tinha um sonho: ter um videogame. Ao saber da história, uma doadora anônima decidiu presentear Lucas e seus irmãos com o Playstation dos seus filhos. A história do menino não parou por aí. Ganhou repercussão internacional: chegou, inclusive, aos Estados Unidos. Uma brasileira, que lá reside, telefonou, comovida com o gesto, e ofereceu doaçõesao menino. Um empresário emocionado foi além: conversou com Lucas sobre a importância de sua atitude e retribuiu seu gesto com um presente: deu- lhe a mesma quantia que Lucas devolveu à dona Evanir: mil e quinhentos reais. A idosa, que recebeu a devolução, afirmou: Tão pequeno e com toda essa honestidade. É muito bonito. Às vezes, pessoas da nossa própria família não devolvem o dinheiro. * * * Até quando a honestidade será exceção em nosso mundo? Até quando precisaremos comemorar gestos como esse, que já deveriam ser normais, naturais, como foram para o menino Lucas? A honestidade estava dentro dele. Talvez nem tenha necessitado ser aprendida em casa. Estava no Espírito. Fiz porque era o certo. Quando temos esse contato íntimo com nossa consciência, passamos a ter menos dúvidas entre o certo e o errado. Ambos ficam muito claros em todas as situações. Não se precisa pensar muito se vai se jogar lixo no chão, se vai devolver o troco certo, se vai contar a verdade – tudo isso passa a ser natural. O bem precisa se tornar hábito e ir substituindo o mal aos poucos. É assim que nos transformamos e transformamos a sociedade. Se queremos que o tal jeitinho desapareça, precisamos, de uma vez por todas, incorporar este espírito defiz porque era o certo, independente se o certo é o melhor para nós ou não. É o certo e pronto. Consultemos a consciência. As respostas estão sempre lá, onde estão inscritas todas as leis de Deus. Pensemos nisso. Façamos o certo. Redação do Momento Espírita, QUEM É FIÉL NO POUCO, TAMBÉM É FIÉL NO MUITO, E QUEM É DESONESTO NO POUCO, TAMBÉM É DESONESTO NO MUITO” - Lucas 16:10 Muitas pessoas pedem honestidade aos políticos. Mas, elas mesmas não são honestas onde trabalham, estudam ou vivem. Na primeira oportunidade levam objetos que não lhe pertencem. Compram e não pagam. Emprestam e não devolvem. Se recebem troco a mais, não devolvem. Se lhe oferecem propina, aceitam. Saqueiam caminhão que tomba ou se acidenta. Há quem rouba indiretamente, quando compra produtos roubados. Daí, alguém diz: - MAS OS POLÍTICOS ROUBAM MILHÕES OU BILHÕES. Mas, se não podemos confiar um objeto de pouco valor a esta pessoa, será que podemos confiar algo de grande valor? Quem não é fiél no pouco, será fiél no muito? A tentação não é maior? Qual a diferença em roubar milhões e um pote de manteiga? O valor do objeto roubado, mas o delito é o mesmo. Será que, quem rouba um pote de manteiga só não rouba milhões porque não tem acesso? E quando não somos fiél nas mínimas coisas que Jesus nos pede, como seremos nas grandiosas? Repensemos nossas ações, precisamos ser exemplo para nossos filhos. Eles são o futuro do país e consequentemente, os futuros profissionais: políticos, engenheiros, professores, etc. Pensemos nisso! Rudymara 12- GANDHI E O VIAJANTE Canta-se que Gandhi, sempre que viajava de trem pela Índia, comprava passagem de terceira classe. Ali os passageiros, não cultivavam hábitos de higiene, nem de boas maneiras. Certa ocasião, quando empreendia uma das suas viagens, ele chamou a atenção de um rapaz que viajava junto a ele no mesmo vagão, porque de quando em quando cuspia no chão. Diante da advertência recebia, o moço respondeu indelicadamente e repetiu várias outras vezes o gesto. Gandhi calou-se. Depois de um bom tempo de viagem, o rapaz pegou no seu violão, e começou a tocar e cantar músicas que exaltavam o grande líder e herói GANDHI. Quando, finalmente, o trem parou na estação desejada, Gandhi levantou-se preparando-se para descer. O jovem, que também ficaria ali, juntou suas coisas para sair. Na estação, ele percebeu que alguém de certa importância e grande respeito estaria chegando, porque havia uma enorme recepção organizada com músicas instrumentais, fogos de artifício e discurso. Parou para ver . . . Era Gandhi quem chegava . . . Só quando o viu recebido com tamanha honra e distinção, foi que o rapaz se deu conta que o passageiro a quem havia respondido de maneira tão descortês e insolente, era exatamente aquele que havia enaltecido com tanta veemência através das suas canções. Ele não conhecia Gandhi, mas certamente entendeu que para ele, de nada significaram suas músicas e cântico. Essa experiência pode muito bem ser aplicada em relação a Deus. Pois, muitos procuram apresentar-Lhe honra e louvor superficiais, “honram-Lhe com os lábios; e o coração, porém, está longe Dele.” Lucas, conta no capítulo 11, versículos de 37 a 40, que um Fariseu convidou Jesus para jantar em sua casa, e Jesus aceitou. E o Fariseu estranhou, pois Jesus não lavou as mãos antes de jantar (hábito sagrado dos judeus). Mas, Jesus explicou, dizendo que o Fariseu tinha o cuidado de limpar o exterior do copo e do prato, mas se esquecia de limpar o interior do coração que estava cheio de rapinas (roubos), e de iniquidade (maldade). Pois é do coração que sai os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. Limpar o copo, o prato, as mãos, “fazer música”, são práticas dos regulamentos estabelecidos pelos homens, porque é mais fácil observar os atos exteriores do que se reformar moralmente. Ocorre o mesmo com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser colocada em 2º plano por muitos cristãos, que se utilizam de práticas exteriores e se esquecem das práticas morais. Não adianta fazer músicas, usar camisetas ou adesivos com frases evangélicas, determinar o sábado sagrado, não ser favorável à transfusão de sangue, usar determinado tipo de roupa, não cortar cabelo, comungar, carregar imagens, não comer carne na sexta-feira santa, batizar, crismar, pagar dízimo, casar-se em templos, decorar Bíblia ou as obras básicas da Doutrina Espírita, e continuar esquecendo-se das práticas morais, que são os que nos impede de cometer homicídios, adultérios, espoliações, calúnias, vingança, e de fazer mal ao próximo. O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo. Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso antes de tudo a pureza do coração. “Os templos, as igrejas e centros espíritas estão lotados, mas poucos, muito poucos, compreendem e praticam o que se estuda e se ouve, enquanto fora dos círculos religiosos encontramos muitas almas que praticam a reforma íntima trabalhando anonimamente pelo bem e pela caridade.” (Padre Vítor) Podemos seguir qualquer religião e seus cultos exteriores, mas não nos esqueçamos da reforma íntima, educando nossos instintos inferiores, e revendo nossos valores. 13- O POTE RACHADO Um homem contratou um servo para diariamente completar os seus depósitos com água. O servo comprou dois potes, como é comum na Índia, amarrou-lhes cordas à boca e prendeu em uma haste resistente para carregar, sobre os ombros, os dois potes de água. Diariamente, ele ia à fonte, enchia os potes, trazia-os, completando os depósitos e era feliz com seu amo e com seu trabalho. Um dia, um pote rachou e, a partir daí, sempre a água que o pote rachado levava derramava pelo caminho, perdendo a metade pela rachadura. Perdendo-se água, o carregador dava mais uma viagem, retornando à fonte outra vez. Um dia, o pote rachado disse: - Meu rapaz, eu quero lhe pedir um favor: jogue-me fora, substitua- me. Eu sou motivo de cansaço para você. Pela minha rachadura perde-se muita água, e você tem que dar outra viagem! O carregador lhe respondeu: - Mas eu não estou me queixando.- Sim, mas eu estou. Você é tão gentil comigo, preservando-me. Quebre-me, eu já estou na hora de ser abandonado, estou imprestável. O homem que o carregava propôs: - Olhe aqui, venha ver, por favor. Carregou-o com cuidado, subiu o aclive e explicou-lhe - Veja a distância daqui até a casa do amo. Note este lado como está verde, como está cheio de flores e note o outro, como está árido. O pote olhou e confirmou: - De fato, que se passa? Ele esclareceu: - Pois é, quando eu percebi que você ia derramar água, comecei a pensar que, você poderia ser-me útil. Então, eu semeei flores, atirei sementes, pólen e, diariamente, você se encarregava de molhá-los, poupando-me esse trabalho. As sementes germinaram, e aí está, deste lado eu tenho um jardim e sem nenhum trabalho; você o molha para mim todo dia. - Mas que maravilha! Mas eu sou um transtorno na sua vida, porque o seu amo percebe o seu cansaço que resulta das duas viagens. Ele concluiu: - Mas meu amo gosta de mim, porque diariamente, quando eu lhe preparo o café, venho a este lado do jardim, tiro algumas flores que você umedece e coloco-as no jarro, embelezando a mesa onde meu amo alimenta-se. E ele, diante da mesa florida, fica muito feliz. Daí você me é de uma utilidade incomparável. O pote rachado calou-se e o servo continuou conduzindo-o. O que podemos tirar dessa estória é que, um grande número de nós é constituído por potes rachados. Enquanto não se encontram potes mais perfeitos, Deus nos utiliza de acordo com as nossas próprias deficiências para a prática do bem. Temos como exemplo o Mestre Jesus que, escolheu 12 homens para a propagação da Boa Nova, não 12 anjos. Por isso, não podemos deixar de fazer o bem porque temos imperfeições, porque temos dificuldades, porque temos limites. Não podemos esperar a perfeição para sermos úteis, temos sim que, sermos úteis para alcançarmos a perfeição. Deus não nos daria a oportunidade da reencarnação se não acreditasse em nós, quem não acredita em nós somos nós mesmo, quando dizemos: “quebre-me”, “substitua-me”, “estou imprestável”. Porque muitos espíritas dizem: “Eu ainda não sou espírita, mas gostaria de ser, eu ainda não sou perfeito.” Mas, se Kardec disse que: “Reconhece-se o espírita pelo esforço que ele faz para melhorar-se”, significa que, se temos algo a melhorar, é porque não somos perfeito, portanto nosso discurso deveria ser assim: “Eu sou espírita imperfeito, um vasilhame rachado, mas estou tentando tornar-me melhor." E, se esperarmos a perfeição para dizermos ser espíritas, não seremos nunca. Pois, quando alcançarmos a perfeição, não seguiremos mais uma religião, ou melhor, um rótulo religioso, porque nossa religião será a prática do AMOR. Então, se estamos aqui colhendo flores neste jardim maravilhoso que é o Espiritismo, é porque outros potes rachados regaram este jardim para nós, com sangue, suor e lágrimas. Por isso, sejamos os trabalhadores da última hora, que trabalham por amor, com dedicação, sem querer saber o que ou o quanto receberá; sem preocupar-se se fez pouco ou muito, porque o importante é fazer bem, com qualidade. Não sejamos figueiras estéreis, revestidos só de palavras bonitas, sejamos uma árvore que dá frutos, ou seja, que trabalhe, (porque a fé sem obras é morta), e que estes frutos atraiam outros para saboreá-lo, para tomar gosto e quem sabe, dar continuidade ao nosso trabalho. Como disse Gonçalves Dias: “A vida é luta, que abate o fraco e exalta o forte.” E Deus, nos fez forte, nós é que muitas vezes fraquejamos. E é nesta luta, que devemos fazer o melhor hoje, para que talvez, na próxima encarnação, venhamos um pote com uma rachadura menor, ou seja, com menos defeitos, e quem sabe, com mais utilidade. Portanto, continuemos levando a nossa água, talvez não cumpramos exatamente com nosso dever, diante da meta que traçamos em nossa vida. Mas, pelo menos, que em nosso caminho, haja flores para aqueles que vierem depois colhendo e bendizendo o pote rachado que por ali passou. 14- A PAZ NASCE NO LAR Maria passou o reveillon na casa da amiga Ana. Lá, faziam planos para o ano novo e comentavam sobre a violência tão falada e mostrada todos os dias pelos meios de comunicação. Dizia Maria: - Estou vestida de branco porque desejo ver e ter paz este ano que está entrando. Ana concordou e logo gritou para o irmão que passava: - E a bebida, não vem não? O irmão respondeu: - Vai buscar, folgada . . . Ana aborrecida disse para Maria: - Este meu irmão é um chato. Espero que ele não me tire do sério, porque sou muito boa, mas não pise no meu calo . . . Maria riu e explicou: - Ana, então você não é boa. Ser boa com quem é bom é fácil. Ser bom com quem é chato, com quem “pisa em nosso calo” é o grande desafio da paciência, da tolerância, etc. Neste momento é que somos testados para sabermos se somos pacíficos. Paz não é distribuído por Deus e não adquirimos vestindo branco no réveillon. Paz é uma conquista individual que só alcançamos quando seguimos os ensinamentos do Cristo. - Ana, ficou com a testa franzida, mas concordou . . . Você já se deu conta de que as guerras, tanto quanto a violência, nas suas múltiplas faces, nascem dentro dos lares? Em tese, é no lar que aprendemos a ser violentos ou pacíficos, viciosos ou virtuosos. Sim, porque quando o filho chega contando que um colega lhe bateu, os pais logo mandam que ele também bata no agressor. Muitos pais ainda fazem mais, dizendo: "filho meu não traz desaforo para casa"; "se apanhar na rua, apanha em casa outra vez"! Se o filho se queixa que alguém lhe xingou com palavrões, logo recebe a receita do revide: "faça o mesmo com ele". "vingue-se", "não deixe por menos". Quando o amiguinho pega o brinquedo do filho, os pais intercedem dizendo: "tire dele, você é mais forte", "não seja bobo"! Essas atitudes são muito comuns, e os filhos que crescem ouvindo essas máximas, só não aprendem a lição se tiverem alguma deficiência mental, ou se forem espíritos superiores, o que é raro na Terra. O que geralmente acontece é que aprendem a lição e se tornam cidadãos agressivos, orgulhosos, vingativos e violentos. Ingredientes perfeitos para fomentar guerras e outros tipos de violências. Se, ao contrário, os pais orientassem o filho com conselhos sábios, como: perdoe, tolere, compartilhe, ajude, colabore, esqueça a ofensa, não passe recibo para a agressividade, os filhos certamente cresceriam alimentando outra disposição íntima. Seriam cidadãos capazes de lidar com as próprias emoções e dariam outro colorido à sociedade da qual fazem parte. Formariam uma sociedade pacífica, pois quando uma pessoa age diante de uma agressão, ao invés de reagir, a violência não se espalha. A paz só será uma realidade, quando os homens forem pacíficos, e isso só acontecerá investindo-se na educação da infância. Os pais talvez não tenham se dado conta disso, mas a maioria dos vícios também são adquiridos portas à dentro dos lares. É o pai incentivando o filho a beber, a fumar, a se prostituir, das mais variadas formas. É a mãe vestindo a filha com roupas que despertam a sensualidade, a vaidade, a leviandade. Meninas, desde os três anos, já estão vestidas como se fossem moças, com roupas e maquiagens que as mães fazem questão de lhes dar. Isso tudo fará diferença mais tarde, quando esse meninos e meninas estiverem ocupando suas posições de cidadãos na sociedade. Então veremos o político agredindo o colega em frente às câmeras, medindo forças e perdendo a compostura. Veremos a mulher vulgarizada, desvalorizada, exibindo o corpo para ser popular. Lamentavelmente muitos paisainda não acordaram para essa realidade e continuam semeando sementes de violência e vícios no reduto do lar, que deveria ser um santuário de bênçãos. Já é hora de pensar com mais seriedade a esse respeito e tomar atitudes para mudar essa triste realidade. É hora de compreender que se quisermos construir um mundo melhor, os alicerces dessa construção devem ter suas bases firmes no lar. J. Raul Teixeira 15- A MELHOR AJUDA O motorista carregou na bebida. Pesou no pé direito comprimindo o acelerador. O ônibus ganhou asas. Os passageiros, assustados, pediam-lhe que reduzisse a velocidade. Ele, tranqüilo disse: - Não se preocupem. Meu santo é forte! E voava baixo, ziguezagueando por ruas e avenidas. - Devagar, devagar! Cuidado! - Calma, gente! Está tudo sob controle. O santo nos protege! Em pânico, os viajantes começaram a descer, embora sua insistência: - Fiquem frios! Meu santo não falha! O coletivo esvaziou-se. Restou derradeiro, heróico passageiro. Segurava-se precariamente ante as freadas bruscas, as curvas fechadas do bólido sobre rodas. Não resistiu muito tempo. Arrastou-se até o motorista, tocou seus ombros e lhe disse: - Meu filho, sou seu santo. Também quero descer. Dirigindo assim, nem o Espírito Santo poderá protegê-lo. E seguiu solitário o "pé de chumbo", que acabou esborrachando-se num espetacular acidente que destruiu o ônibus e o transferiu extemporaneamente para o além. O Espírito protetor poderá abandonar o seu protegido, se seu protegido não ouvir seus conselhos? Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame . . . (questão 495) Determina o bom senso que o pai, após alertar inutilmente o filho quanto aos seus enganos, deixe-o seguir pelos caminhos tortuosos que escolheu, afim de que aprenda com seus próprios erros. Algo semelhante ocorre com nossos mentores espirituais quando nos comprometemos com vícios e desatinos, fazendo ouvidos moucos à sua inspiração. Então nossa vida complica-se, porquanto é graças à ajuda espiritual que, em múltiplas circunstâncias, problemas são resolvidos, dores são amenizadas, males são superados, influências nocivas são neutralizadas. Mas, assim como pouco podem fazer os protetores espirituais em favor de tutelados que não se ajudam, em relação às lutas da existência, não há porque ajudar àqueles que se prejudicam voluntariamente. Se dirijo um automóvel de forma imprudente, meu mentor não irá no pára- choque fazendo malabarismos para proteger-me. E o funcionário relapso, que chega atrasado, que não cumpre suas obrigações, que não se dedica ao trabalho? Irá seu protetor sugerir condescendência ao patrão para que não o demita, se é o que merece? Na atualidade há quem eleja o roubo por profissão. Isto em todos os níveis, do estelionato ao assalto à mão armada. Uma atividade, digamos, de "alta periculosidade". E que poderá o guia espiritual fazer por esses transviados pupilos senão inspirar o polícia para que os prenda, evitando que se comprometam mais acentuadamente? Muitos pedem para Deus "retirar" uma pessoa do vício. Mas, Deus, não "retirará" ninguém que não queira sair. Ele, através dos anjos guardiães, o fortalecerá, o inspirará (em vigília ou durante o sono) e, inspirará aqueles que convivem ou não com aquela pessoa para que a ajude. Mas não a retirará de algo que escolheu por vontade própria entrar. Quando não se mostra disposto a ouvir, os guardiães respeitam seu livre-arbítrio e afastam- se. A faixa de vibração do viciado é baixa. Geralmente escutam sugestões de Espíritos com a mesma afinidade, estejam encarnados ou desencarnados. Dificultando assim, a ajuda do Céu. Confortador, maravilhoso saber que "lá em cima" há amigos generosos dispostos a nos acompanhar e proteger. Devemos buscá-los sempre, em oração, aprendendo a ouvir, na intimidade do coração, sua orientação preciosa. Consideremos, entretanto, que eles não são babás a satisfazer nossos caprichos ou prestigiar nossos desatinos. Quando isso acontece, a melhor ajuda que podem dar é não dar ajuda nenhuma. Richard Simonetti 16- DIÓGENES, O FILÓSOFO Diógenes, famoso filósofo grego, que demonstrava um absoluto desprezo pelas convenções sociais e pelos bens materiais, em obediência plena às leis da Natureza. Proclamava que para ser feliz o homem deve libertar-se do supérfluo, limitando-se ao essencial: andava descalço, vestia uma única túnica que possuía e dormia num tonel, que se tornou famoso em toda a Grécia. Certa feita viu um garoto tomando água num riacho, a usar o côncavo das mãos, então disse: - Aí está, esse menino acaba de ensinar-me que ainda tenho objetos desnecessários. Daí, dispensou a caneca que usava, passando a utilizar-se das mãos. Alexandre, o grande, senhor todo poderoso de seu tempo, curioso por conhecer aquele homem singular e desejando testar seu famoso desprendimento, aproximou-se dele em fria manhã de inverno, quando Diógenes aquecia-se ao sol. Conversaram durante algum tempo. Então, Alexandre propôs-se a atender a qualquer pedido seu. Que escolhesse o bem mais precioso, que enunciasse o capricho mais sofisticado e seria prontamente atendido. Diógenes contemplou por alguns momentos o homem mais poderoso da Terra, senhor de vasto império. Depois, esboçando um sorriso, disse-lhe: - Quero apenas que não me tires o que não me podes dar. Está diante do sol que me aquece. Afasta-te, pois . . . Evidentemente não podemos levar Diógenes ao pé da letra, mesmo porque estamos longe do desprendimento total. Ele representa um exemplo de como podemos simplificar a existência, despindo-nos de condicionamentos e modismos, superando o artificial e o supérfluo, para que, efetivamente, sob o ponto de vista material, não haja impedimentos à nossa felicidade. Se nos contentarmos com o necessário teremos condições para tratar de assuntos mais importantes, como a felicidade em plenitude, que é uma edificação interior, uma espécie de conquista moral. Seremos felizes em nosso universo interior se tivermos "a consciência tranqüila e a fé no futuro". Aqui o assunto começa a ficar complicado . . . Será que temos feito o que é absolutamente certo, justo, verdadeiro? Temos respeitado integralmente o semelhante? Temos contido nossos impulsos inferiores? Temos trabalhado pela paz, onde estamos? Temos contribuído para a harmonia no lar? Tudo isso e muito mais é necessário para que tenhamos tranqüilidade de consciência. Raros furtam-se a dias aflitivos de angústias, em que sentem um imenso vazio em suas almas, mente torturada por idéias infelizes. Uma análise retrospectiva dirá que esse estado depressivo originou-se de uma má palavra, de um comportamento vicioso e irresponsável, de uma atitude agressiva, de um gesto impensado - tudo isso passível de ferir nossa consciência, precipitando-nos no desajuste. Consideremos o mais importante: Se há milhões de pessoas que não dispõem do mínimo necessário à existência, muitas delas residentes em nossa cidade, podemos proclamar que temos a consciência em paz sem estar tentando algo em seu benefício? Afinal, admitindo que Deus é nosso pai, somos todos irmãos! E o mais elementar dever de fraternalmente impõe que o irmão melhor situado ampare o irmão em penúria. Que diríamos de alguém que edificasse confortável residência num oásis, em pleno deserto, cercando-a de altos muros e se negando sistematicamente a socorrer os viajores cansados e sedentos que passam lá fora? É exatamente isso que fazem os homens em sua maioria: preocupam-se com o oásis. Esquecem-se de seus irmãos. . . Não nos iludamos. O Espiritismo é suficientemente claro ao demonstrar que a angústia existencial que aflige muita gente, que tem tudo para ser feliz, sustenta-se na criminosa indiferença, na deliberada surdez aos apelos da própria consciência, que pergunta, insistente: O que está você fazendo em benefício de seus irmãos? Richard Simonetti 17- A VIDÊNCIA Certa vez, uma moça que participava do trabalho de desenvolvimento mediúnico, conversando com Chico Xavier disse: - Chico, gostaria tanto de desenvolver a mediunidade da vidência, para poder enxergar Emmanuel, Bezerra de Menezes, Scheilla . . . Chico, esboçou um sorriso e esclareceu: - Num pântano, veremos poucas flores, mas muitos sapos. Chico quis dizer que, a Terra é um planeta que recebe espíritos, que ainda abrigam em seu ser a maldade e a ignorância. Portanto, será difícil um médium ver apenas espíritos missionários. O médium precisa querer ajudar, tanto encarnados quanto desencarnados. A mediunidade que todos esperamos é a espetacular, a fenomênica. Pedimos a vidência, para ver Espíritos de grande luz ou para descobrir piedosamente os necessitados do Umbral, levando-lhes auxilio na medida de nossas possibilidades? Suplicamos a clariaudiência, para ouvir coros celestes ou deliciar-nos com os conselhos dos Espíritos e atender aos apelos dos desencarnados que pedem orientação? Queremos servir de intermediários na psicografia entre os instrumentos espirituais e os homens? Ambicionamos a incorporação, para que em nós se manifestem os bons Espíritos em preleções luminosas, ou os sofredores em lamentações, para serem consolados e reequilibrados? Esperamos a viagem astral como um prêmio ao nosso gosto em freqüentar sessões ou para atender aos espíritos que de longe nos chamam? No entanto, vemos por acaso, com atenção, as glórias da natureza em redor de nós? Olhamos, sem desviar os olhos, os pobres e aleijados, os doentes e estropiados, os aflitos e desesperados? Utilizamo-nos bem do dom da vidência que já recebemos do Senhor aqui na Terra, para, vendo-lhes as misérias levar-lhes auxílio? Aproveitamos o dom da psicografia, isto é, do conhecimento da escrita, para ensinar a uma criancinha pobre ou a uma empregada analfabeta? Lembremo-nos de que cada um de nós, trás em si mesmo, um Espírito permanentemente incorporado, que precisa progredir. E que fazemos dele? E as viagens aos morros, para socorrer os pobres . . . a orfanatos para acariciar crianças . . . a hospitais, para aliviar enfermos . . . a asilos, para consolar os velhinhos . . . e leprosários para ajudar os sofredores, nós os fazemos? Se não pomos em prática os dons mediúnicos que já temos na matéria, por que queremos buscar outros de fora, que não depende de nós? Desenvolvamos bem essas mediunidades que já nos foram concedidas pelo Senhor, e no tempo oportuno, receberemos todas as outras. Atendamos primeiro, ao próximo, que está em redor de nós e depois, teremos lastro para ir atender a outros no outro Mundo. Do livro: Sugestões Oportunas, cap. 10 De: C. Torres Pastorino 18- ANJO DA SAÚDE Um homem enfermo invocou a Proteção do Cristo. De joelhos e braços abertos, o peregrino soluçava, contemplando o firmamento e dizia: - Senhor, ampara-me o coração desalentado que sofre no círculo das provas! Está se esgotando os recursos para a resistência . . . Não durmo, sinto muita dor. Compadece-te, Senhor meu! Desce um raio de tua divina luz que me restaure a força física e me reerga o coração humilhado! Estou desiludido de todos os processos de cura, mobilizados na Terra. Por isso, volto-me para o céu, esperando-te a inesgotável misericórdia! Ajuda-me, Pastor do Bem! Vê os meus sofrimentos e auxilia-me ! . . . Jesus ouviu a oração e enviou-lhe o Anjo da Saúde, que desceu, bondoso e prestativo, e surgiu aos olhos deslumbrados do infeliz enfermo. Em êxtase, o doente fitou o mensageiro e suplicou: - Emissário do Médico Divino, lava-me as feridas dolorosas, levanta-me o espírito abatido! Socorre-me, por piedade, caridoso emissário do Céu! O Anjo afagou-lhe a cabeça, e exclamou: - Meu amigo, põe a consciência nos lábios em oração e responde-me! Tens vivido de acordo com a Vontade de Deus, fugindo aos caprichos do coração? Viveste, até agora, amando o Senhor Supremo, acima de todas as coisas, e querendo ao próximo como a ti mesmo? Dedicaste teu corpo e tuas faculdades à execução das divinas leis? Estarás disposto a esquecer, de imediato, o passado criminoso? Desculparás, fraternalmente, sem qualquer sombra de hesitação , todos aqueles que te desejam o mal? Auxiliarás o inimigo? Perdoarás sempre, esquecendo ingratidões, injúrias e pedradas? Não emitirás pensamentos desarmônicos ante a felicidade do próximo? Partilharás a alegria do vizinho e a prosperidade do amigo, como se te pertencessem também? Etc., etc., . . . O homem enfermo, respondeu em tom angustiado: - Ainda não consigo seguir esse caminho! O Anjo envolveu o infeliz num olhar de compaixão infinita e acrescentou: - Oh! Meu amigo, ainda é cedo para receberes o socorro dos mensageiros da saúde! Se ainda não sabes viver, de acordo com a Vontade de Altíssimo, ainda lutarás com a enfermidade, por muito tempo. Por enquanto, não peças vantagens que não saberias receber! Roga ao Senhor te conceda a energia necessária para que te afeiçoes à lei do equilíbrio e às exigências da reflexão! Em seguida o Anjo endereçou-lhe carinhoso gesto de adeus. O infeliz, entretanto, buscando retê-lo, exclamou em soluços: - Oh! Enviado do Céu, confiarei em Jesus! O Anjo contemplou-o, bondoso, e respondeu: - Sim, eu sei. Isto, porém, não basta. É necessário que Jesus também possa confiar em ti . . . E o emissário afastou-se, para dar conta de sua missão, nas esferas mais altas. Irmão X – psicografia de Chico Xavier – do livro Lázaro Redivivo Pedimos tanto para Deus, e damos tão pouco daquilo que Ele nos pede. Queremos tanto que Ele escute nossos pedidos, mas nos fazemos de surdos aos pedidos Dele para nós. Queremos que Ele faça a nossa vontade, mas nós pouco fazemos a vontade Dele. Mesmo assim, Ele nos dá meios para ressarcirmos nossos tropeços, nos mandando dizer através de Jesus que: “O amor cobre a multidão dos pecados”, ou seja, todo o Bem que praticarmos, diminuiremos a multidão de erros que praticamos no passado. Àqueles que não alcançarem o desejado, lembrem-se que Deus enxerga além de nós, Ele sabe que ainda não chegou o momento oportuno da cura. Ele sabe que muitas vezes a cura poderá comprometer a nossa encarnação. Como a estória do livro “Luz Acima”, também do Irmão X, que mostra “Malvina, mãe virtuosa que rogava sempre a cura de seu filho Ildefonso, que vivia preso ao leito, e parecia um cordeiro. Quando, porém, curado e com liberdade de movimentos transformou-se num delinqüente. Malvina compreendeu então, que a doença era uma bênção para o filho.” Por isso, lembremos sempre de incluir em nossas preces a frase: “Seja feita a Vossa vontade, aqui na Terra como nos Céu.” Portanto, façamos a nossa parte e deixemos o restante nas mãos do Pai. Que a paz de Jesus esteja conosco! 19- A MORTE Antiga história oriental, conta que um rabi, pregador religioso judeu que vivia muito feliz com sua virtuosa esposa e dois filhos admiráveis, rapazes inteligentes e ativos, amorosos e disciplinados. Por força de sua profissão, certa vez o rabi ausentou-se por vários dias, em longa viagem. Nesse meio tempo, um grave acidente provocou a morte dos dois moços. Podemos imaginar a dor daquela mãe! . . . Não obstante, era uma mulher forte. Apoiadana fé e na inabalável confiança em Deus, suportou valorosamente o impacto. Sua preocupação maior era o marido. Como transmitir-lhe a terrível notícia?! . . . Temia que uma comoção forte tivesse funestas conseqüências, porquanto ele era portador de perigosa insuficiência cardíaca. Orou muito, implorando a Deus uma inspiração. O Senhor não a deixou sem resposta . . . Passados alguns dias o rabi retornou ao lar. Chegou à tarde, cansado após longa viagem, mas muito feliz. Abraçou carinhosamente a esposa e foi logo perguntando pelos filhos . . . - Não se preocupe, meu querido. Eles virão depois. Vá banhar-se, enquanto preparo o lanche. Pouco depois, sentados à mesa, permutavam comentários do cotidiano, naquele doce enlevo de cônjuges amorosos, após breve separação. - E os meninos? Estão demorando! . . . - Deixe os filhos . . . Quero que você me ajude a resolver grave problema . . . - O que aconteceu? Notei que você está abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus! - Quando você viajou, um amigo nosso procurou-me e confiou à minha guarda duas jóias de incalculável valor. São extraordinariamente preciosas! Nunca vi nada igual! O problema é esse: ele vem buscá-las e não estou com disposição para efetuar a devolução. - Que é isso, mulher! Estou estranhando seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades! - É que jamais vira jóias assim. São divinas maravilhosas! - Mas não lhe pertencem . . . - Não consigo aceitar a perspectiva de perdê-las! - Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! - Ajude-me! - Claro que o farei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo! - Pois bem, meu querido, seja feita sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias era nossos filhos. Deus, que no-los concedeu por empréstimo, à nossa guarda, veio buscá-los! O rabi entendeu a mensagem e, embora experimentando a angústia que aquela separação lhe impunha, superou reações mais fortes, passíveis de prejudicá-lo. Conclusão: Nossos filhos não são nossos filhos. Mas, aproveitemos as jóias que Deus nos empresta para adornar nossa vida, como: pai, mãe, filhos, amigos, etc. Porque é difícil definir quando seremos ou quando serão convocados para o Além. A morte é como um ladrão. Ninguém sabe como, quando e onde virá. O ideal é estarmos sempre preparados, vivendo cada dia como se fosse o último, aproveitando integralmente o tempo que nos resta no esforço disciplinado e produtivo de quem oferece o melhor de si mesmo em favor da edificação humana. Então, sim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual, como sugere o velho provérbio oriental: “Quando nascestes todos sorriam, só tu choravas. Vive de tal forma que, quando morreres todos chorem, só tu sorrias!” 20- A ESTÓRIA DA VAQUINHA Moravam num sítio, uma família muito pobre. O lugar estava sem cuidado, a casa de madeira sem acabamento; os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas. Diante de tantas privações, eles oravam muito para Santo Antônio, pedindo ajuda. Um dia, Santo Antônio, junto com um amigo espiritual, resolveu ir até o sítio ver o que estava acontecendo. Pois queria saber porque a família o chamava tanto. Chegando lá, começou a observar a família e o lugar. Notou que a família sobrevivia graças a uma vaquinha que dava vários litros de leite todos os dias. Uma parte do produto eles vendiam ou trocavam na cidade vizinha por gêneros de alimentos; com a outra parte produziam queijo, coalhada, etc., para o consumo, era assim que sobreviviam. Depois de pensar muito, Santo Antônio pegou a vaquinha, levou ao precipício e jogou-a lá em baixo. O amigo espiritual, arregalou os olhos, assustado com a cena que presenciava. Mas, Santo Antônio pediu que o amigo tivesse calma e desse tempo ao tempo. No dia seguinte, a família viu a tragédia, ficou desesperada e orava dizendo: - Ai, meu Santo Antônio! Por que o senhor deixou acontecer isso com nossa vaquinha? E agora, o que será de nós? O tempo passou, e Santo Antônio junto do amigo espiritual voltaram ao sítio. Quando se aproximaram do local, avistaram um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. O amigo ficou triste, imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver. Mas, ao se aproximar mais, notou que era a mesma família que visitaram antes. O amigo, assustado e confuso perguntou: - Santo Antônio, como eles melhoraram o sítio e estão bem de vida? E o Santo respondeu: - Eles tinham uma vaquinha que lhes davam o sustento. Quando perderam a vaquinha, tiveram que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabiam que tinham. Assim, alcançaram o sucesso que seus olhos vislumbram agora. Desta estória do Irmão X, podemos tiram duas lições: 1ª Todos nós temos uma “vaquinha” que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina, limitando nosso progresso, seja ele, material ou espiritual. Muitos de nós acomodamos com certas situações, e em nossas orações lamentamos a vida. Não buscamos saber porque sofremos, porque há pobres e ricos, etc. Quantas pessoas nos momentos difíceis, recebem ajuda de pessoas, instituições, etc., e depois acomodam-se. Retiram o benefício de outros que também precisam, ou precisam mais . . . Muitas instituições fornecem cursos de informática, reforço escolar, trabalhos manuais, etc. Mas, as pessoas não buscam aprender pescar, elas querem apenas buscar o peixe que alguém pescou com sacrifício. Chico Xavier, certa vez, quando fazia a distribuição de cestas básicas em um bairro carente, chegou uma mulher gritando e dizendo: - Chico, Chico! A fulana, já passou 3 vezes na fila para pegar a cesta básica. Ela não precisa, Chico . . . Chico, com um sorriso no rosto disse: - Deixe, minha filha! Ela está treinando para a encarnação futura. Chico, sabiamente quis dizer que, ninguém engana ninguém, nós enganamos nós mesmos. Pois, nossas ações podem nos dar vantagens materiais hoje, mas nos darão desvantagens espirituais no futuro. As vezes, somente diante da dor e do sofrimento, despertamos para o progresso material e espiritual. 2ª Muitas vezes, Deus responde nossas preces, não como gostaríamos, mas como é necessário ao nosso progresso. O que nos parece ruim hoje, amanhã terá nos servido de lição. Nem tudo o que nos aborrece e faz sofrer é, forçosamente, um mal. Quando os irmãos de José o venderam, o que parecia um mal tornou-se maravilhoso bem, pois lhe deram oportunidade de chegar a ser governador do Egito. Tenhamos confiança no Pai, que sabe extrair o bem daquilo que nos parece um mal. E não podemos esquecer que "não" também é resposta. Que Jesus se faça presente em nossas ações, nossas palavras, e nossos pensamentos! 21- A BÍBLIA Seu "carola", era como os vizinhos e amigos conheciam seu Carlos. Muitos nem sabiam seu verdadeiro nome. Ganhou o apelido porque vivia mais tempo na igreja do que com os familiares. Decorou toda a Bíblia e usava isso para impor coisas aos filhos e esposa. Era briga constante dentro de seu lar. Todos se sentiam aliviado quando seu "carola" estava na igreja. Mas, um dia, seu "carola" adoeceu e morreu. Muitos comentavam: Este foi para o céu. Vivia na igreja e sabia tudo da Bíblia . . . Os familiares, no íntimo, pensavam: - Ele foi para o céu e nós saímos do inferno... No céu, "carola" deparou-se com São Pedro que foi logo perguntando a ele: - Seu Carlos, o que fez de bom para merecer entrar no céu? - Ah! Eu me dediquei à minha religião e decorei toda a Bíblia. Pode fazer qualquer pergunta sobre ela que eu respondo.
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