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TERMODINÂMICA QUÍMICA I CAPÍTULO II – PARTE I 2021.01 (suplem.) – v11 Propriedades dos Gases Termodinâmica Clássica Definições de Termos Energia de Gibbs Energia: Trabalho e Calor Leis da Termodinâmica 1ª Lei TERMODINÂMICA QUÍMICA I Gás como um Sistema Termodinâmico Conceitos Básicos Energia Interna 2ª e 3ª Leis Entropia Entalpia Termoquímica 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3 INTRODUÇÃO • Energia é a “capacidade de realizar trabalho”; este termo foi usado pela primeira vez por Thomas Young (1805) na Inglaterra. TERMODINÂMICA é a ciência que estuda a energia, seu armazenamento, suas transformações e transferências. 2 Albert Einstein 5 A Termodinâmica está baseada em observações experimentais do ponto de vista macroscópico da matéria. Entretanto, embora não obrigatória, a compreensão da origem microscópica das observações experimentais é muito enriquecedora na explicação dos vários fenômenos estudados do ponto de vista desta ciência. As observações experimentais deram origem a um conjunto de leis empíricas, as Leis da Termodinâmica. AS BASES DA TERMODINÂMICA • Leis da Termodinâmica: 1ª Lei →conservação da energia; 2ª Lei → possibilidade da transformação de energia; Lei Zero → equilíbrio térmico; 3ª Lei → cálculo de entropias absolutas (a última a ser formulada). • Termodinâmica Clássica: lida com propriedades macroscópicas da matéria. Termodinâmica Clássica do equilíbrio: trata a matéria no estado de equilíbrio (processos reversíveis); Termodinâmica Clássica fora do equilíbrio: trata a matéria fora do estado de equilíbrio (processos irreversíveis); • Termodinâmica Estatística: lida com propriedades macroscópicas da matéria a partir do ponto de vista microscópico, i. é., em termos de seus átomos constituintes. ABORDAGENS OBJETIVOS DA TERMODINÂMICA (CLÁSSICA) Estabelecer o balanço de energia em transformações e transferências da mesma com base na 1ª Lei; Estabelecer critérios para a verificação da possibilidade ou espontaneidade da ocorrência de dada transformação física ou química; Ex: transformação entre as fases alotrópicas do carbono: diamante → grafite; Estabelecer a condição de equilíbrio de uma transformação física ou química; Ex: determinação da solubilidade do CO2 em águas naturais; Calcular a quantidade máxima de trabalho útil a ser obtido de certo processo físico ou químico; Ex: trabalho máximo obtido de uma pilha. Apesar da validade universal, a Termodinâmica Clássica tem limitações: Só estuda a matéria do ponto de vista macroscópico com base em suas propriedades tais como p, V, T, n, ρ, etc., portanto, seus conceitos independem da teoria atômica; Somente estuda matéria em estado de equilíbrio termodinâmico; Não fornece informação acerca dos caminhos que ligam diferentes estados de equilíbrio; Não faz uso da variável tempo, portanto, da velocidade das mudanças de estado de equilíbrio. LIMITAÇÕES • Engenharia Mecânica: eficiência máxima de motores a vapor e de combustão interna, bem como seu melhor rendimento com dado combustível; • Metalurgia: formação de ligas metálicas à luz de diagramas de fases; • Ciência dos Materiais: reações entre óxidos na formação de materiais cerâmicos à luz de diagramas de fases; • Bioquímica: metabolismos da energia e a evolução dos processos in vitro. A Termodinâmica tem aplicabilidade nas mais diversas áreas do conhecimento: APLICAÇÕES • Química e Engenharia Química: 10 Qual a quantidade de energia, na forma de calor, que é liberada ou absorvida em uma reação química? Que condições uma certa reação ou transformação física é espontânea? Qual o valor da constante de equilíbrio de dada reação? Como as condições de pressão, temperatura e composição (concentração) afetam o equilíbrio químico? Quais os limites de estabilidade de um composto? 11 Definições de Termos 1 12 Algumas palavras ou termos que são parte de nosso vocabulário corrente têm significado especial ou mais restrito no contexto da Termodinâmica. Algumas dessas palavras ou termos e seus respectivos significados termodinâmicos são: • sistema; fronteira; vizinhanças; universo; • tipos de sistemas; • propriedades de sistemas; • estado termodinâmico; mudança de estado; caminho da mudança de estado; • processo; • variável de estado; variável de caminho; • estado de equilíbrio termodinâmico de um sistema; • processos: reversível e irreversível. DEFINIÇÕES • Sistema: é qualquer parte do universo físico que se escolhe para estudo. Em geral é uma porção de matéria objeto de observações levadas em laboratório ou fora desse. 13 • Fronteira: é a superfície que limita o sistema. Tem natureza real ou imaginária; fixa ou móvel. O estudo de um dado problema é grandemente simplificado pela escolha conveniente do sistema e de sua fronteira. As de natureza real podem ser diatérmica (condutora de calor) ou adiabática (isolante de calor). 14 15 • Vizinhanças: é tudo que se encontra fora da fronteira do sistema. Do ponto de vista prático as vizinhanças deve ser visualizada somente como aquela parte do universo físico que pode interagir de alguma maneira com o sistema. • Universo Termodinâmico: é a combinação do sistema com as vizinhanças. 16 • Tipos de Sistemas - quanto às interações com as vizinhanças: Aberto: é o sistema que troca massa e energia com as vizinhanças. Fechado: é o sistema que somente troca energia com as vizinhanças. Isolado: é o sistema que não troca massa e nem energia com as vizinhanças (não há interação entre sistema e vizinhanças). 17 • Propriedades do Sistema: são os atributos físicos do sistema perceptíveis por meio de métodos experimentais (quantitativos) ou de observações (qualitativas). Propriedades Mensuráveis: são aquelas às quais se pode atribuir um valor numérico por comparação direta ou indireta com um padrão, tais como : p, V, T, m, ρ, μ, etc. - Extensivas: são aquelas propriedades mensuráveis que dependem do tamanho do sistema (são aditivas). Ex: m; n; V; etc. - Intensivas: são aquelas propriedades mensuráveis que independem do tamanho do sistema (não são aditivas). Ex: p; T; etc. • COMENTÁRIO A razão entre duas propriedades extensivas é uma propriedade intensiva que pode ser expressa tomando por base o mol (propriedade molar) ou a massa (propriedade específica). Ex: Vm = V/n (volume molar); v = V/m (volume específico); etc. Propriedades Não-Mensuráveis: são aquelas relacionadas com os tipos de substâncias que compõem o sistema e seus estados de agregação. 18 • ILUSTRAÇÕES: Propriedades Extensivas e Intensivas • Mudança de Estado: o sistema muda de estado termodinâmico quando varia pelo menos uma de suas propriedades mensuráveis, ficando então os estados inicial e final definidos. Ex: E inicial (p, V, T, n) → E final (p, V, T `, n). Ex: Einicial (pi, Vi, Ti, n) → Einter. (p, V, T, n) → Efinal (pf, Vf, Tf, n). 19 • Estado Termodinâmico: o sistema encontra-se em dado estado termodinâmico definido quando cada uma de suas propriedades mensuráveis tem um valor conhecido. Ex: para o gás ideal, E inicial (p, V, T, n). • Caminho da Mudança de Estado: o caminho da mudança de estado fica definido quando o estado inicial, a sequência de estados intermediários dispostos na ordem percorrida pelo o sistema e o estado final são conhecidos. 20 • Processo: é o método de operação por meio do qual ocorre a mudança de estado de um sistema. Deste modo o processo poderá ser, por exemplo: isotérmico, isobárico, isovolumétrico, adiabático, isentálpico,isentrópico, reversível e irreversível. • Variável de Estado: é o mesmo que propriedade do sistema. A variável de estado tem um valor definido em cada estado do sistema e a diferença de seus valores entre dois estados específicos do sistema é sempre a mesma. • Variável de Caminho: é a variável cujo valor é definido somente quando da ocorrência de um processo cujo caminho da mudança de estado é conhecido. Portanto, a variável de caminho é independente do estado termodinâmico do sistema. São apenas duas: trabalho e calor. 21 • ILUSTRAÇÃO - Emprego dos Termos Sistema Gás Ideal 22 • Estado de Equilíbrio Termodinâmico: dado sistema é considerado em equilíbrio termodinâmico quando, simultaneamente, encontra- se em equilíbrio: mecânico, térmico e químico. • Equilíbrio Mecânico: quando não há expansão ou contração das fronteiras do sistema. 23 • Equilíbrio Químico: quando havendo reações químicas no sistema elas encontram- se em equilíbrio químico. • Equilíbrio Térmico: quando não há mudança de temperatura em nenhum dos pontos do sistema. • Processo Reversível ou Quase Estático: é aquele que pode ser revertido devido a uma mudança infinitesimal de uma variável de estado ou por uma mudança infinitesimal das condições das vizinhanças. Portanto, em cada instante no caminho da mudança de estado, o sistema afasta-se apenas infinitesimalmente de um estado de equilíbrio termodinâmico, ou seja, aproxima-se de uma sucessão de estados de equilíbrio termodinâmico. 24 25 • ILUSTRAÇÃO #1: Expansão reversível ou quase estática de um gás: pelo uso de massas infinitesimais. • ILUSTRAÇÃO #2: Fluxo reversível ou quase estático do Calor: mudanças infinitesimais de temperatura pelo uso de reservatórios térmicos. • Processo Irreversível: é aquele que não pode ser revertido devido a uma mudança infinitesimal de uma variável de estado ou de mudança infinitesimal das condições das vizinhanças. São os processos naturais que ocorrem na natureza. 26 Características: • requer um número finito de estados fora de equilíbrio intermediários entre dois estados extremos de equilíbrios; • em cada etapa do processo as propriedades intensivas (p, T, ρ) etc. do sistema mudam de quantidades finitas; • é um processo espontâneo, portanto, é real. 27 • ILUSTRAÇÃO #2 Fluxo irreversível de calor: quantidade finita de calor. • ILUSTRAÇÃO #1 Expansão irreversível de um gás: massas finitas. 28 • Trocas de Energia de um Sistema Fechado com as Vizinhanças Nesta disciplina serão tratados somente sistemas fechados, portanto, surge a pergunta: que formas de energia esses sistemas trocarão com suas vizinhanças? Resposta: os sistemas a serem estudados trocarão com as vizinhanças energias na forma de calor e/ou trabalho, como ilustrado abaixo. Universo 29 • ILUSTRAÇÃO Trocas de Energia de Sistema Fechado com as Vizinhanças 30 TAREFA #1 Sobre as definições dos termos usados em Termodinâmica. Preencher as lacunas de acordo com o solicitado na folha mostrada no próximo slide. 31 32 Conceitos Básicos: 2 Energia: Trabalho e Calor É definido como a grandeza que escoa através das fronteiras de um sistema durante uma mudança de seu estado e é completamente conversível na elevação (ou abaixamento) de uma massa nas vizinhanças. 33 • ILUSTRAÇÃO TRABALHO em TERMODINÂMICA 34 • Observações Acerca da Definição de Trabalho: é uma forma de energia em trânsito; sendo energia em trânsito não tem sentido em se dizer que um sistema possui trabalho; aparece apenas nas fronteiras do sistema durante a mudança de seu estado de equilíbrio mecânico; se manifesta por meio de um efeito nas vizinhanças, que é equivalente a elevação (ou abaixamento) de uma massa, portanto, sua quantidade é igual a mgh, sendo h a altura em que a massa é elevada (ou abaixada) e g a aceleração da gravidade local; é quantidade algébrica: (+) quando a massa é abaixada; se diz que trabalho foi destruído nas vizinhanças ou que escoou para o sistema (as vizinhanças realizaram trabalho sobre o sistema); e (-) quando a massa é elevada, se diz que trabalho foi realizado sobre as vizinhanças ou que escoou para as vizinhanças (o sistema realizou trabalho sobre as vizinhanças); estes sinais são convencionais e são estabelecidos pela IUPAC. 35 CALOR em Termodinâmica • ILUSTRAÇÃO É definido como uma grandeza que escoa através das fronteiras de um sistema durante uma mudança de seu estado em virtude de uma diferença de temperatura entre o sistema e suas vizinhanças; o calor escoa espontaneamente da temperatura mais alta para a mais baixa. 36 • Observações Acerca da Definição de Calor: é uma forma de energia em trânsito; sendo energia em trânsito não faz sentido em se dizer que um sistema possui calor; aparece apenas nas fronteiras do sistema durante uma mudança de estado de equilíbrio térmico; se manifesta por meio de um efeito nas vizinhanças, cuja quantidade de calor é proporcional a uma massa de água que, nas vizinhanças, aumenta de 1o a temperatura a partir de uma dada temperatura e sob pressão especificadas; é uma quantidade algébrica: (+) quando a massa de água na vizinhança é resfriada, i. é., calor escoou da vizinhança para o sistema, processo endotérmico, e (-) do contrário, processo exotérmico. Esses sinais são convencionais e são estabelecidos pela IUPAC. 37 TAREFA #2 Em fundições, ferro fundido (derretido) é aquecido a 1500 oC para remover impurezas. É correto dizer que ferro fundido contém calor? Lei Zero da Termodinâmica e Temperatura 38 A Lei Zero implica que há uma propriedade termodinâmica ou física que nos permite prever se dois sistemas estarão em equilíbrio térmico, independentemente de suas composições e tamanhos; esta propriedade é denominada TEMPERATURA. Dentre as três principais leis da termodinâmica essa foi a última a ser reconhecida como tal, somente em 1931, enquanto as outras, a 1ª e a 2ª, datam do século XIX (1800), daí a escolha da numeração ser zero. 39 TAREFA #3 Você já deve saber que ao verificar sua temperatura usando um termômetro clínico estará fazendo uso da Lei Zero da Termodinâmica. Entretanto, com respeito a esta medida há uma pergunta que muitas pessoas não sabem responder. Quer tentar? “Ao ler o valor da temperatura em um termômetro clínico, de quem é a temperatura registrada?” Por meio da descrição de dois experimentos será feita a distinção entre as duas formas com que a energia pode ser trocada com as vizinhanças de sistemas termodinâmicos durante uma mudança de estado de equilíbrio. 40 Análise das Interações de Sistemas com as Vizinhanças - Distinção entre Trabalho e Calor 41 42 • Conclusões: Observa-se que as mudanças de estado do sistema, nos dois experimentos, foram exatamente as mesmas; Examinando-se apenas os dois estados finais do sistema, não se pode afirmar qual a ordem da realização dos experimentos; 43 Por outro lado, observando-se os efeitos produzidos nas vizinhanças do sistema após cada experimento, pode-se afirmar que ocorreu o escoamento de energia na forma de trabalho no exp. #1 (positivo pois massa foi abaixada) e o escoamento de energia na forma de calor no exp. #2 (positivo pois a água nas vizinhanças resfriou). • ILUSTRAÇÃO - Trabalho do tipo pV Realizado sobre o Sistema - Energia na forma de Trabalho 44 45 • ILUSTRAÇÃO - Calor Liberado pelo Sistema para as Vizinhanças - Energia na forma de Calor Energia na Formade Trabalho 47 Trabalho Mecânico Da física elementar tem-se que trabalho mecânico infinitesimal a ser realizado sobre um corpo para deslocá-lo de uma distância dx na direção de uma força F(x) e que se opõe ao seu deslocamento é definido por: dw = - F(x) dx 𝒅𝒘 𝟐 𝟏 = − 𝑭 𝒙 𝒅𝒙 𝒙𝒇 𝒙𝒊 obtém-se para 𝑭 = constante e para 𝑭 = variável 𝒘 = − 𝑭 ∆𝒙 𝒘 = − 𝑭 𝒙 𝒅𝒙 𝒙𝒇 𝒙𝒊 48 Em um diagrama F(x) versus x o w é igual a área sob a curva. Portanto, a partir da expressão do trabalho infinitesimal, 𝒅𝒘 = −𝑭 𝒙 𝒅𝒙 e integrando-se os dois lados , 49 Cálculo do Trabalho de Expansão/Compressão • Trabalho do Tipo pV: expansão e compressão O trabalho a ser considerado na Termodinâmica envolve a expansão/compressão das fronteiras do sistema, i. é., trabalho mecânico do tipo pV. Desta forma o ponto de partida é a equação básica do trabalho mecânico: 𝒅𝒘 = −𝑭 𝒙 𝒅𝒙 Serão agora deduzidas as expressões para o cálculo do trabalho do tipo pV na expansão e compressão de um sistema termodinâmico. • Trabalho de Expansão do tipo pV 50 • Expressão do Trabalho de Expansão pV dw = - pex dV (infinitesimal) Na expansão Vf > Vi dw < 0 Na expansão o trabalho é negativo!!! . Trabalho de Compressão do tipo pV 52 • Expressão do Trabalho de Compressão pV dw = - pex dV (infinitesimal) Na compressão Vf < Vi dw > 0 Na compressão o trabalho é positivo!!! • Expressão Geral do Trabalho pV - Infinitesimal 54 dw = - pex dV (2) (𝟐) • Expressão Geral do Trabalho pV - Finito 𝐝𝐰 = 𝐰 = − 𝐩𝐞𝐱 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 𝟐 𝟏 𝐰 = − 𝐩𝐞𝐱 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 (1) a notação da diferencial do trabalho (d) será justificada no Capítulo II; (2) a maneira de se representar os limites de integração no cálculo do trabalho será justificado no Capítulo II. (1) EXPRESSÕES DO TRABALHO - IRREVERSÍVEL E REVERSÍVEL 55 56 • ILUSTRAÇÕES - Trabalho Irreversível e Reversível 57 • ILUSTRAÇÕES - Trabalho em Processos Irreversíveis 58 Trabalho Irreversível Trabalho Irreversível • ILUSTRAÇÕES - Trabalho em Processos Irreversível e Reversível 59 Trabalho Irreversível Trabalho Reversível • CONCLUSÕES O trabalho de expansão reversível isotérmico de gás ideal é máximo, portanto: - pex = p do gás, o sistema; - o gás encontra-se em equilíbrio mecânico com as vizinhanças; - a expansão pode ser revertida por mudança infinitesimal da pressão externa dpex . Trabalho Reversível 61 TAREFA #4 Você aprendeu que o trabalho máximo ocorre em uma expansão de um gás em processo reversível. E quando o trabalho será mínimo? Explicar. 62 A EXPRESSÃO GERAL DO TRABALHO pV dw = - p dV 1) Qual a pressão que deve ser usada? 2) Qual o significado do sinal (-)? Trabalho infinitesimal: Trabalho finito: W = - p ∆V DISCUSSÃO EM SALA Responder as duas questões acima!!! CÁLCULO DO TRABALHO pV – APLICAÇÕES PRÁTICAS 63 Para o cálculo do trabalho pV deve-se inicialmente fazer as perguntas: - “Qual é o sistema?”; - “Qual o tipo de processo – irreversível ou reversível?” Algumas situações se apresentam e vamos agora analisá-las e ilustrá-las. 𝒘𝒊𝒓𝒓 = − 𝒑𝒆𝒙 𝒅𝑽 𝑽𝒇 𝑽𝒊 𝒘𝒓𝒆𝒗 = − 𝒑𝒊𝒏 𝒅𝑽 𝑽𝒇 𝑽𝒊 Se irreversível: Se reversível: 1 - 𝐩𝐞𝐱 independe do volume, i. é., 𝐩𝐞𝐱 = 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞: 𝐰𝐢𝐫𝐫= − 𝐩𝐞𝐱 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 = − 𝐩𝐞𝐱 𝐕𝐟 − 𝐕𝐢 = − 𝐩𝐞𝐱 ∆ 𝐕 área = wirr (expansão) (compressão) 64 • ILUSTRAÇÃO #1: Calcular o trabalho quando um gás perfeito expande-se de 2 L a 10 L contra uma pressão constante de 7 atm. Solução 𝐰𝐢𝐫𝐫= − 𝐩𝐞𝐱 ∆ 𝑽 = − 7 atm x (10 L – 2 L) = - 7 atm x 8 L = - 56 atm L. • Processos Irreversíveis w irr 65 𝟐 − 𝐩𝐞𝐱 é igual a zero (expansão livre): Na expansão livre (no vácuo) a 𝐩𝐞𝐱 = 0 0 𝒘𝒊𝒓𝒓 = − 𝒑𝒆𝒙 𝒅𝑽 𝑽𝒇 𝑽𝒊 = 0 ILUSTRAÇÃO #2 Calcular o trabalho da expansão de um gás perfeito quando a torneira do sistema for aberta como mostrado na figura. Solução 𝒘𝒊𝒓𝒓 = − 𝒑𝒆𝒙 𝒅𝑽 𝑽𝒇 𝑽𝒊 mas como 𝒑𝒆𝒙 = 0 tem-se 𝒘𝒊𝒓𝒓= 0. Sistema Vizinhança 66 • ILUSTRAÇÃO #3 Certa reação química ocorre em um recipiente de seção reta uniforme igual a 50,0 cm2, provido de em pistão. Em virtude da reação, o pistão desloca-se 15 cm contra a pressão externa de 121 kPa devido ao desprendimento de gás. Calcular o trabalho realizado pelo sistema. Solução: 𝐰𝐢𝐫𝐫 = − 𝐩𝐞𝐱 ∆ 𝑽 Wirr = - (121 x 10 3 Pa) x ( 𝟏𝟓 𝐜𝐦 𝐱 𝟓𝟎 𝐜𝐦𝟐) (𝟏𝟎𝟎 𝐜𝐦 𝐦−𝟏)𝟑 ) = - 91 J 67 TAREFA #5 I) Calcular o trabalho realizado por um gás quando o mesmo expande-se através dos volumes iguais a: i) 1,0 cm3 e ii) 1,0 dm3; contra a pressão atmosférica de 100 kPa. iii) Qual o trabalho que deve ser realizado na compressão do gás, para os dois estados originais, apresentados nos itens i) e ii)? II) Uma amostra de plasma sanguíneo ocupa 0,550 dm3 a 0 oC e 1,03 bar, e é comprimida isotermicamente pela pressão externa constante de 95,2 bar até que seu volume seja 57 % do inicial. 68 𝟑 − 𝐩𝐞𝐱 é função do volume: 𝐰𝐢𝐫𝐫 = − 𝐩𝐞𝐱(𝐕) 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 Precisa-se saber como 𝒑𝒆𝒙 depende de 𝑽; caso nenhuma função analítica seja conhecida, a integração terá que ser feita numericamente. 69 TAREFA #6 Certo gás expandiu-se contra a pressão oposta variável dada por p = (10/V) atm, sendo V o volume do gás em cada estágio da expansão. Além disso, sabe-se que a expansão foi do volume inicial igual a 10 L ao final igual a 100 L, pede-se o trabalho realizado pelo gás. Resp.: w = - 23,02 atm . L. 70 Nos processos reversíveis quando o sistema é formado por gás ideal: 1 – processo isobárico (p = constante); 2 - processo isovolumétrico (v = constante); 3 – processo isotérmico (T = constante); 4 – processo adiabático (q = 0). • PROCESSOS REVERSÍVEIS • COMENTÁRIO Todas ilustrações e exemplos aqui tratados estarão relacionados com o sistema gás ideal (ou real) armazenado em um cilindro fechado por um pistão móvel, como mostrado nas figuras. 72 𝐰𝐫𝐞𝐯= − 𝐩 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 𝐩 = const. 𝐰𝐫𝐞𝐯= − 𝐩 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 = −𝐩 ∆ 𝐕 𝐰𝐫𝐞𝐯= − 𝐩 ∆ 𝐕 ILUSTRAÇÃO #1 Um gás ideal é armazenado em um recipiente contendo um pistão com área igual a 60 cm2 e expande-se de tal forma que o pistão move-se 20 cm contra a pressão de 3 atm. Calcular o trabalho feito pelo gás sabendo-se que a expansão se dá reversivelmente. Solução Fatores de transformação: 1L = 1 dm3 = 1000 cm3; 1 atm . L = 101,325 J 𝐰𝐫𝐞𝐯 = −𝐩 ∆ 𝐕 = − 3 atm (60 cm2 x 20 cm) = - 3.600 atm.cm3(1L/1000 cm3) 𝐰𝐫𝐞𝐯 = (- 3,6 atm . L) x 𝟏𝟎𝟏,𝟑𝟐𝟓 𝐉 𝟏 𝐚𝐭𝐦 .𝐋 = − 364,77 J 1 – Processo Reversível Isobárico (p = constante) W rev Processo Reversível Isobárico: análise 74 TAREFA #7 Calcular o trabalho, expresso em joule, devido a expansão isobárica reversível de 3 mol de gás ideal contra a pressão de 7,00 atm, a partir do volume igual a 3,00 L até que o volume atinja 10,00 L. 75 área = 0 = wrev 2 – Processo Reversível Isovolumétrico (V = constante) 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐩(𝐕) 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 = 0 ILUSTRAÇÃO#2 Calcular o trabalho reversível quando um gás ideal (ou real) confinado em um tanque de 12 m3, tem ambas a pressão e a temperatura diminuídas. Solução Como não há variação do volume, dV = 0, logo 𝐰𝐫𝐞𝐯 = 0. 0 𝐰𝐫𝐞𝐯= 0 Processo Reversível Isovolumétrico: análise 77 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐩(𝐕) 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 mas para gás ideal: 𝐩(𝐕) = 𝐧𝐑𝐓 𝐕 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐧𝐑𝐓 𝐝𝐕 𝐕 = − 𝐧𝐑𝐓 𝐝𝐕 𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 = − 𝐧𝐑𝐓 𝐥𝐧 𝐕𝐟 𝐕𝐢 𝐕𝐟 𝐕𝐢 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐧𝐑𝐓 𝐥𝐧 𝐕𝐟 𝐕𝐢 ou 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐧𝐑𝐓 𝐥𝐧 𝐩𝐢 𝐩𝐟 , pois piVi = pfV ILUSTRAÇÃO #3 Calcular o trabalho envolvido na compressão reversível de 10 g de gás hélio, a partir da pressão inicial igual a 1 atm até a final igual a 5 atm, com a temperatura constante de 27 oC. Solução 𝐰𝐫𝐞𝐯= − 𝐧𝐑𝐓𝐥𝐧 𝐕𝐟 𝐕𝐢 porém a T=const., Lei Boyle, piVi = pfVf logo pi/pf = Vf/Vi e substituindo em 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐧𝐑𝐓 𝐥𝐧 𝐩𝐢 𝐩𝐟 , Logo: 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝟏𝟎 𝐠 𝟒 𝐠. 𝐦𝐨𝐥 − 𝟏 𝟖, 𝟑𝟏𝟒 𝐉 𝐦𝐨𝐥 −𝟏𝐊−𝟏 𝟐𝟗𝟖 𝐊 𝐥𝐧 𝟏 𝐚𝐭𝐦 𝟓 𝐚𝐭𝐦 = + 9,96 kJ rev 3 - Processo Reversível Isotérmico (T = constante) W Processo Reversível Isotérmico: análise 79 TAREFA #8 I) Na compressão reversível isotérmica de 52,0 mmol de um gás perfeito a – 13,15 oC, o volume do gás é reduzido de 3,69 atm para 11,07 atm. Calcular o trabalho para este processo. II) Dois litros de nitrogênio a 0 oC e 5 atm de pressão expandem-se isotermicamente contra a pressão constante e igual a 1 atm até que a pressão do gás seja também 1 atm. Considerando que o nitrogênio apresenta comportamento de gás ideal, calcular o valor do trabalho de expansão. 80 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐩(𝐕) 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 Mas, em processos adiabáticos pVγ = k, então p = k V-γ ; onde γ é o coeficiente adiabático do gás, os quais têm valores que são dependentes da atomicidade do gás: para gás monoatômico ideal γ = 5/3 (1,66); diatômico γ = 7/5 (1,40) e poliatômico não linear γ = 4/3 (1,33); (ver slide 105). 𝐀𝐬𝐬𝐢𝐦, 𝐰𝐫𝐞𝐯 = − 𝐩(𝐕) 𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 = − 𝐤 𝐕−𝛄𝐝𝐕 𝐕𝐟 𝐕𝐢 = Porém, 𝐩𝐢𝐕 𝛄 𝐢 = 𝐩𝐟𝐕 𝛄 𝐟 = 𝐤 𝐞 𝐩𝐢𝐕𝐢 − 𝐩𝐟𝐕𝐟 = nRTi - nRTf = nR (Ti – Tf ) Logo, 𝐰𝐫𝐞𝐯= − 𝟏 𝟏−𝛄 𝐰𝐫𝐞𝐯 = 𝐩𝐢𝐕𝐢−𝐩𝐟𝐕𝐟 𝟏−𝛄 ou 𝐰𝐫𝐞𝐯= 𝐧𝐑(𝐓𝐢−𝐓𝐟) 𝟏−𝛄 4 – Processo Reversível Adiabático (q = 0) 81 • ILUSTRAÇÃO - Processo Reversível Adiabático ( q = 0) 82 A partir da equação do 𝒘𝒓𝒆𝒗 adiabático, em termos das temperaturas inicial e final do processo, pode-se chegar à seguinte conclusão acerca da expansão adiabática: 𝒘𝒓𝒆𝒗 = 𝒏𝑹(𝑻𝒊−𝑻𝒇) 𝟏−γ 𝐞 𝐜𝐨𝐦 γ > 1 implica (1 – γ) < 0, porém na expansão o 𝒘𝒓𝒆𝒗 < 0, logo o termo ∆T = (𝑻𝒊−𝑻𝒇) deverá ser positivo, consequentemente o gás deve obrigatoriamente ser resfriado durante a expansão, ou seja Ti > Tf . Por que o gás resfria? O gás poderá ser aquecido em processo adiabático? • Análise da Expansão Reversível Adiabática (q = 0) 83 84 Conclusão “Em uma expansão adiabática a temperatura do gás diminui, enquanto numa compressão a temperatura aumenta”. À luz dessa conclusão é importante a comparação entre a expansão adiabática reversível e a expansão isotérmica reversível (ver figura). Comparando a expansão reversível adiabática com a isotérmica: 85 DISCUSSÃO EM SALA Comparar os trabalhos reversíveis realizados por gases ideais em processos adiabáticos e em processos isotérmicos de acordo com o diagrama PV abaixo indicado. Por que os estados finais são diferentes? Qual a principal consequência dessa diferença? 86 • ILUSTRAÇÃO #4 Calcular o trabalho adiabático reversível de expansão de 1 mol de gás monoatômico ideal quando o mesmo é resfriado de 35 oC para 25 oC. O coeficiente adiabático do gás monoatômico é γ = 5/3. Solução 𝐰𝐫𝐞𝐯 = 𝐧𝐑(𝐓𝐢−𝐓𝐟) 𝟏−𝛄 = 𝟏 𝐦𝐨𝐥.𝟖,𝟑𝟏𝟒 𝐉. 𝐦𝐨𝐥−𝟏.𝐊−𝟏(𝟑𝟎𝟖 −𝟐𝟗𝟖) 𝐊−𝟏 𝟏 − (𝟓 𝟑 ) 𝐰𝐫𝐞𝐯= - 124,71 J 87 TAREFA #9 Uma amostra de 1,5 mol de gás perfeito está inicialmente a 230 kPa e 315 K e expande-se em processo adiabático e reversível até a sua pressão atingir 170 kPa. Calcular o volume e a temperatura finais, bem como o trabalho efetuado. Energia na Forma de Calor 89 CALOR É bem conhecido que a transferência de energia devido tão somente à diferença de temperatura, por exemplo entre dois sistemas, é denominada calor. Assim sendo, se certa quantidade de calor infinitesimal (dq) for transferida para um sistema não isolado e de paredes diatérmicas, em geral(1), ocorrerá elevação infinitesimal de sua temperatura (dT) a qual por sua vez é proporcional à quantidade do calor transferido: dq ∝ dT Se essa relação de proporcionalidade for multiplicada por uma constante obtém-se a igualdade: dq = C dT onde a constante C é denominada capacidade calorífica. (1) Por que em geral? • Expressão Geral do Calor - Infinitesimal 90 dq = C dT • Expressão Geral do Calor - Finito 𝐝𝐪 = 𝐪 = 𝐂 𝐝𝐓 𝐓𝐟 𝐓𝐢 𝟐 𝟏 𝐪 = 𝑪(𝑻) 𝐝𝐓 𝐓𝐟 𝑻𝐢 (1) • COMENTÁRIO - Capacidade calorífica é dependente da temperatura. (2) q = C ∆T 𝐪 = 𝐂(𝐓) 𝐝𝐓 𝐓𝐟 𝑻𝐢 ∆T pequeno C = const. ∆T grande C (T) (1) a notação da diferencial do calor (d) será justificada no Capítulo II; (2) a maneira de se representar os limites de integração no cálculo do calor será justificado no Capítulo II. Capacidade Calorífica (C) 91 Definição: é a razão entre a quantidade de energia na forma de calor (q) cedida a um sistema pela elevação de sua temperatura ∆T, é depende da capacidade calorífica (C) do mesmo, assim: Assim, pela medida da variação da temperatura e pelo uso da capacidade calorífica (C) do sistema encontra-se a energia na forma de calor que é absorvida ou liberada por um dado sistema: • ILUSTRAÇÃO #1 A capacidade calorífica da água contida em um béquer é 0,45 kJ K-1. Se houve aumento de 4,0 K na temperatura da água, pode-se inferir que houve transferência de energia na forma de calor para o sistema água cujo valor é assim calculado: q = (0,45 kJ K-1) x (4,0 K) = 1,8 kJ C = q/∆T q = C ∆T • Propriedades da Capacidade Calorífica A capacidade calorífica e a temperatura dizem respeito ao sistema, diferentemente do calor que se trata de energia em fluxo; Ela permite que o calor fornecido ao sistema seja expresso em termos da elevação de sua temperatura desde que: q = C ∆T; C = q/∆T. A partir do valor da capacidade calorífica pode-se obter informação acerca da transferência de calor para o sistema; logo: i) se o valor de C for grande: a transferência de dada quantidade de q implica em pequeno aumento da temperatura (o sistema tem grande capacidade para o calor); ii) se o valor de C for pequeno: a transferência de dada quantidade de q implica em grande aumento da temperatura (o sistema tem menor capacidade para o calor); • ILUSTRAÇÃO #2 A água tem grande capacidade para o calor: portanto, significa dizer que bastante energia na forma de q é necessária para elevar sua temperatura de 1O (K ou oC). O valor da capacidade calorífica de um sistema depende de seu tamanho; sistemas grandes requerem mais energia do que sistemas menores para a mesma variação de temperatura;portanto, capacidade calorífica é propriedade extensiva do sistema; O valor da capacidade calorífica de um sistema é dependente de sua temperatura. Capacidade calorífica tem dimensões de: [M.L2.T-2/θ], isto é (C = energia/temperatura); Já a capacidade calorífica específica ou calor específico (c) expressa a capacidade calorífica por unidade de massa ou mol: i) capacidade calorífica por unidade de massa (m): denominada capacidade calorífica específica C 𝜶 m ∴ C = c m c = C/m = 𝒒 𝒎 . ∆𝑻 tem unidades J K-1 g-1; J K-1 Kg-1; ii) capacidade calorífica por unidade de mol (n): denominada capacidade calorífica molar C 𝜶 n ∴ C = Cm . n Cm = C/n = 𝒒 𝒏 . ∆𝑻 tem unidades J K-1 mol-1; Capacidade calorífica também depende das condições em que ocorre sua medição: medida a pressão constante (Cp Capacidade calorífica específica ou molar são propriedades intensivas. 94 Quem tem maior capacidade calorífica: 1 kg de cobre ou 2 kg da mesma substância? Solução Para elevar a temperatura de 2 kg de cobre de 1 :C necessita-se de maior quantidade de calor do que para elevar de 1 :C de apenas 1 kg de cobre, haja vista capacidade calorífica ser propriedade extensiva. • ILUSTRAÇÃO #3 Sabendo que o calor específico (c) da água pode ser expresso por 1 kcal/(kg . K) calculá-lo em unidades de kJ/(kg . K). Solução fator de conversão: 1 cal = 4,184 J 1000 cal = 4.184 J ou 1 kcal = 4.184 J fator unitário: 1 = (4.184 J/ 1 kcal) Assim a conversão será: [1 kcal/(kg . K)] x 1 = [1 kcal/(kg . K)] x (4.184 J/1 kcal) = 4.184 J/(kg .K) mas: 4.184 J/(kg . K) = 4,184 kJ/(kg . K) logo: [1 kcal/(kg . K)] = 4,184 kJ/(kg . K) • ILUSTRAÇÃO #4 • ILUSTRAÇÃO #5 Qual é a capacidade calorífica específica ou calor específico (c) do mercúrio se sua capacidade calorífica molar (Cm) é 28,1 J/(mol . K)? Solução massa atômica: ma (Hg)= 200,59 u ; massa molar: M(Hg) = 200,59 g/mol. capacidade calorífica molar do Hg: Cm = 28,1 J/(mol . K); calor específico do Hg em unidades J/ (g . K); c = 𝑪𝒎 𝑴 = 28,1 J/(mol . K) 𝟐𝟎𝟎,𝟓𝟗 𝐠/𝐦𝐨𝐥 = 0,140 J/ (g . K) 97 TAREFA #1 I) Calcular a capacidade calorífica de uma amostra líquida cuja temperatura se eleva por 5,23 oC quando recebe 124 J de energia na forma de calor. Resp.: C = 23,7 J/K. II) A alta capacidade calorífica da água é ecologicamente benéfica, pois estabiliza a temperatura dos lagos e dos oceanos. Assim, uma grande quantidade de energia deve ser perdida ou recebida para que haja uma alteração significativa na temperatura. Em contrapartida, uma grande quantidade de calor deve ser fornecida para se obter grande aumento na temperatura. A capacidade calorífica molar (Cm) da água é igual a 75,3 J K–1 mol–1. Que energia é necessária para aquecer 250 g de água (uma xícara de café, por exemplo) de 40 °C? Resp.: q = 42 kJ. • Interpretação Geométrica da Capacidade Calorífica 𝑪 = lim ∆𝑻→𝟎 𝒒 ∆𝑻 = 𝒅𝒒 𝒅𝑻 Pela definição da capacidade calorífica (C = dq/dT) percebe-se que a mesma está relacionada com a tangente à curva q = f(T) em dada temperatura específica, como mostrado em TA e TB no gráfico ao lado. Assim o valor de C pode ser expresso por: 𝐂 = 𝐝𝐪 𝐝𝐓 • COMENTÁRIOS - Acerca da Capacidade Calorífica Sendo C dependente da temperatura, há duas considerações a serem feitas: i) O valor médio de C entre duas temperaturas próximas é dado pela integração da equação definidora na forma, 𝐝𝐪 = 𝐂 𝐓 𝐝𝐓, considerando a aproximação de que C seja constante no intervalo de temperatura, i. é., C(T) = C, portanto, desenvolvendo-se: 𝐝𝐪 = 𝐂 𝐝𝐓 ∴ 𝐝𝐪 𝟐 𝟏 = 𝐂 𝐝𝐓 𝐓𝐟 𝐓𝐢 ∴ 𝐪 = 𝐂 𝐝𝐓 𝐓𝐟 𝐓𝐢 ∴ 𝐪 = 𝐂 𝐓𝐟 − 𝐓𝐢 ; Esta última equação, 𝐪 = 𝐂 𝐓𝐟 − 𝐓𝐢 , representa o valor médio da capacidade calorífica: C = 𝐪 𝐓𝐟−𝐓𝐢 A justificativa da aproximação de C ser considerada constante e independente de T, encontra-se no fato de que: “fazendo-se ∆T bem pequeno, pode-se considerar que C permanece constante no intervalo de temperatura ∆T = Tf – Ti”. (ver o gráfico ao lado). A partir dessa evidência pode-se obter também o valor do calor médio transferido no intervalo de temperatura ∆T: q = C ∆T 101 ii) A variação de C com a temperatura é verificada, experimentalmente, à pressão ou a volume constantes: Sendo assim as Capacidades Caloríficas Molares são funções de duas variáveis, Cm = f(p,T) ou Cm = f(V,T), e portanto representadas pelas derivadas parciais: • à pressão constante, Cp,m = (𝝏q/𝝏T)p pois Cp,m = f(p,T); • a volume constante, Cv,m = (𝝏q/𝝏T)v pois Cv,m = f(V,T). Ambas com o mesmo significado geométrico de C, porém, sendo tangentes às superfícies: A capacidade calorífica a pressão constante (Cp) é definida por CV = 𝝏𝒒 𝝏𝑻 𝐯 . A partir do gráfico abaixo de q/(kJ . mol-1) versus T/K para o Cl2(g), a 1 bar, i. é. , em condições padrão, determinar a sua capacidade calorífica molar a pressão constante (𝑪𝐯,𝐦 𝒐 ) a 1000 K e 1 bar. Sabendo-se que CV = 𝝏𝒒 𝝏𝑻 𝑽 representa o coeficiente angular da curva (reta), conclui-se que capacidade calorífica molar a volume constante (𝑪𝐯,𝒎 𝒐 ) a 1000 K e 1 bar é dada por: tg θ = (27 kJ mol- 1)/ 103 K) = 27 J mol-1 K-1 • ILUSTRAÇÃO #6 Solução • A Representação Experimental da Variação de C à Pressão ou à Volume Constante é Expressa na Forma de Polinomial do tipo: onde: C o j,m significa que a medida foi levada à pressão constante (Co j = p,m) de 1 bar ( o) ou a volume constante (Co j = v,m ) e por mol de substância; com unidades dadas por J/( mol . K) ; os valores dos coeficientes a, b e c são dependentes da substância considerada; a, b e c são determinados experimentalmente a partir de gráficos de C x T e têm, então, os valores tabelados. C o j,m (T)= a + bT + cT 2 +... ou C o j,m (T)= a + bT + cT -2+... Formas das (1) Cop,m = a + b(T) + c(T) 2 + d(T)3; ou polinomiais (2) Cop,m = a + b(T) + c(T) -2. O uso de tabelas de Capacidades Caloríficas Molares Padrão à pressão constante e em função da temperatura: Composto a b . 102 c . 105 d . 109 Faixa de Temperatura (T/K) Ar(mistura) 28,09 0,1965 0,4799 - 1,965 273 - 1800 Bezeno – 7,27329 77,054 - 164,82 1897,9 279 - 350 Tetracloreto de carbono 12,285 0,01095 - 318,26 3425,2 273 - 243 • Expressões para Capacidades Caloríficas Molares Padrão à Pressão Constante: Cop,m = a + b(T) + c(T) 2 + d(T)3 Ar (mistura) : na faixa de temperatura (273 – 1800) K. Cop,m = 28,09 + 0,1965 x 10 2 T + 0,4799 x 105 T2 - 1,965 x 109 T3 Benzeno: na faixa de temperatura (279 - 350) K. Cop,m = – 7,27329 + 77,054 x 10 2 T - 164,82 x 105 T2 + 1897,9 x 109 T3 Os valores das constantes encontram-se na tabela do slide anterior: • ILUSTRAÇÕES #7 • Calores Específicos e Capacidades Caloríficas Molares • Alguns valores experimentais • Valores de C v, m e C p, m para gases que apresentam comportamento ideal: Cv,m = (3/2) R (monoatômico) e Cv,m = (5/2) R (diatômico); Cp,m = (5/2) R (monoatômico) e Cp,m = (7/2) R (diatômico); γ = Cp/CV (coeficiente adiabático de gás ideal); γ = 1,66 (monoat.); 1,40 (diatôm.) e 1,33 (poliatôm. não linear); Cp,m - Cv,m = R (somente gás ideal); Cp - Cv = n R (somente gás ideal). 109 110 Por que C: v,m < C : p,m ? (Cm = q/ ΔT) Solução Se o processo é a V = const., todo o calor fornecido ao sistema serve para aumentar a energia térmica do sistema aumentando sua temperatura. Já se o processo é a p = const., e considerando a mesma quantidade de calor usada anteriormente, parte da energia térmica adquirida pelo sistema é usada para realizar trabalho de expansão do sistema, ficando este com menos energia térmica armazenada (implicando em menor aumento de temperatura quando comparado ao processo a V = const.), consequentemente, o valor de C: p,m será maior. • ILUSTRAÇÃO #8 111 TAREFA #2 Quando adicionamos 229 J de energia sob forma de calor a 3,00 mol de Ar(g), em volume constante, a temperatura do sistema aumenta de 2,55 K. Calcular as capacidades caloríficas molares em volume e pressão constantes do gás. Resp.: C V,m = 30 J K -1 mol-1; C p,m = 38 J K -1 mol-1. 112 CÁLCULOS DA ENERGIA NA FORMA DE CALOR Resumo das Fórmulas Cm = 𝐂 𝒏 = 𝒒 𝒏 . ∆𝑻 c = 𝐂 𝒎 = 𝒒 𝒎 . ∆𝑻 Capacidade Calorífica Molar Calor Específico dq = m c dT ou q = m c ∆T dq = n Cm dT ou q = n Cm dT Calor Quantas calorias são necessárias para aquecer de 15 a 65 oC os seguintes materiais: a) 5 g de Pírex de vidro cujo calor específico é c = 0,20 cal/(g . K); Solução q = m c ∆T q = 5 g x 0,20 cal/(g .oC) x (65 - 15) oC= 50 cal; b) 20 g de platina cujo calor específico é c = 0,032 cal/(g . K); Solução q = 20 g x 0,032 cal/(g . oC) x (65 - 15) oC = 32 cal. • ILUSTRAÇÃO #9 114 Considerar certo aquecedor elétrico tipo mergulhão, cuja potência é 75 W, e que encontra-se em um recipiente fechado de paredes adiabáticas em contato com um gás. O aquecedor é ligado por apenas 136 s quanto observou-se aumento da temperatura do gás por 3,0 K ou 3,0 oC. A partir da dissipação do calor calcular a capacidade calorífica a volume constante do gás. Solução E energia elétrica = P potência elétrica x ∆t intervalo de tempo = Q E energia elétrica = 75 W x (1 J/1 W.s) x 136 s = 10,2 kJ = Q CV = Q/∆T = (10,2 kJ/5 K) = ou (10,26 kJ /1:C) • ILUSTRAÇÃO #10 Coloca-se dentro de um recipiente de paredes adiabáticas e hermeticamente fechado, 500 g de água a 20 :C e 100 g de chumbo a 200 :C. Sabendo-se que o calor específico do chumbo e da água são, respectivamente, 0,031 cal/(g :C) e 1 cal/(g .:C). Calcular a temperatura de equilíbrio. Solução q = m c ∆t qced. + qrec. = 0 ∴ - qced.= qrec. ∴ - [ mPb cPb ( Tf – Ti)] = mH2O cH2O ( Tf – Ti) ∴ - 100 g . 0,031 cal/(g :C) ( Tf – 200 :C)+ = 500 g 1cal/(g :C) ( Tf – 20 :C) ∴ Tf = 19,89 :C • ILUSTRAÇÃO #11 116 No Experimento #2 descrito em sala de aula quando da discussão da diferença entre trabalho e calor, a massa de 10 g de água a 25 :C foi adicionada a 100 g de água a 90:C (ver próximo slide). Calcular a elevação da temperatura da água fria quando a temperatura da água quente baixar para 89 :C. Solução q = m c ∆t qced. + qrec. = 0 ∴ - qced.= qrec. ∴ - [ mH2O cH2O ( Tf – Ti)] = mH2O cH2O ( Tf – Ti) ∴ - [100g.1 cal/(g.:C)( 89 :C – 90 :C)+ = 10g .1cal/(g :C) ( Tf – 25 :C) ∴ Tf = 35 :C • ILUSTRAÇÃO #12 118 Um cubo de ferro foi aquecido a 70 °C e transferido para um bécher contendo 100 g de água a 20 °C. A temperatura final da água e do ferro foi 23 °C. Qual é a (a) capacidade calorífica, (b) capacidade calorífica específica, (c) capacidade calorífica molar do cubo de ferro? Desprezar as perdas térmicas. Resp.: a) c (Fe) = 0,45 J K-1 g-1 . TAREFA #3 Certo aquecedor elétrico tem potência de 150 W. a) O que é potência elétrica? b) Que quantidade de energia elétrica o aquecedor fornece a cada minuto? Solução E energia elétrica = P potência elétrica x ∆t intervalo de tempo P = 150 W; ∆t = 1 min = 60 s; 1 W = 1 J . s -1 (fator de transformação) E = 150 W x 1 J . s-1 x 60 s = 9.000 J = 9,0 x 103 J 1 W • ILUSTRAÇÃO Calcular a quantidade de calor dissipada por uma resistência durante a passagem de corrente elétrica de 7 A (ampere) gerada por uma fonte de 12 V (volt), pelo período de 150 s. Solução Efeito Joule: Q calor = I 2 R ∆t Q = I (I R) ∆t Q = I V ∆t Q calor = I corrente x V voltagem x ∆t intervalo de tempo Q calor = 7 A x 12 V x 250 s = 21.000 A V s = 2,1 x 10 4 A V s Mas 1 A V s = 1 J (fator de transformação) Q calor = 2,1 x 10 4 A V s x _1 J__ = 2,1 x 104 J 1 A V s • ILUSTRAÇÃO #13 121 Uma corrente de 1,55 A, proveniente de uma fonte de 110 V, circulou em um aquecedor, imerso em um banho de água, por 8,5 minutos. Que quantidade de energia foi transferida para a água como calor? Resp.: q = 8,7 x 104 J. TAREFA #4 Calcular o calor necessário para aquecer 1 mol de cloro gasoso de 25 oC a 125 oC sob condições de volume constante e padrão. Assumir que 𝑪𝑽,𝒎 𝒐 = 25,635 J . mol-1. K-1 é constante nesse intervalo de temperatura. Solução 𝒅𝒒 𝟐 𝟏 = 𝒏 𝑪𝑽,𝒎 𝒐 𝒅𝑻 𝑻𝒇 𝑻𝒊 q = 𝒏 𝑪𝑽,𝒎 𝒐 𝒅𝑻 𝑻𝒇 𝑻𝒊 q = 1 mol .25,635 J . mol-1. K-1 dT 𝟑𝟗𝟖,𝟏𝟓𝑲 𝟐𝟗𝟖,𝟏𝟓 𝑲 q = 1 mol x 25,635 J . mol-1. K-1 x (398,15 – 298,15) K q = 2.563 J • ILUSTRAÇÃO #14 O valor de Cp para uma amostra de gás perfeito varia com a temperatura de acordo com a expressão: Cp/(J K -1 ) = 20,17 + 0,3665 (T/K). Calcular o calor necessário para elevar a temperatura do gás de 25 :C a 200 :C. Solução 𝒅(𝒒 𝟐 𝟏 /J) = 𝑪𝒑 𝒅𝑻 𝑻𝒇 𝑻𝒊 q/J = 𝐂𝐩 𝐝(𝐓/𝐊) 𝐓𝐟 𝐓𝐢 q/J = [20,17 + 0,3665 (T/K)] 𝐝(𝐓 𝟒𝟕𝟑,𝟏𝟓 𝑲 𝟐𝟗𝟖,𝟏𝟓 𝑲 /K) q/J = [ 20,17 d(T/K)+ + * 𝟒𝟕𝟑,𝟏𝟓 𝑲 𝟐𝟗𝟖,𝟏𝟓 𝑲 q/J = [ (20,17) x (473,15 K – 298,15)] + [(0,3665 /2) x (T/K)2 298,15 K 473,15 q/J = [(3,530 x 103 J)] + (2,472 x 104 J) = 2,83 x 10 4 J 0,3665 (T/K) 𝐝(𝐓 𝟒𝟕𝟑,𝟏𝟓 𝑲 𝟐𝟗𝟖,𝟏𝟓 𝑲 /K)] • ILUSTRAÇÃO #15 Certa amostra de ferro pesando 344 g encontra-se à temperatura de 18,2 oC. Se a amostra absorver 2,25 kJ de energia na forma de calor, qual será a temperatura final? Solução 2,25 kJ = 344 g x 0,449 J/(g . K) x ∆T 2,25 x 103 J = 344 g x 0,449 J/(g . K) x ∆T ∆T = [ 344 g x 0,449 J/(g . K)] / 2,25 x 103 J = 14,57 K ∆T = (Tf - Ti) 14,57 K = (Tf – 291,35 K) Tf = 305,92 K q = m c Fe ∆T • ILUSTRAÇÃO #16
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